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Problema 6
Introdução
Em 1969, Burkitt 5 foi quem primeiro hipotetizou a associação de Os possíveis mecanismos de ação incluem a redução da secreção
dieta rica em fibras como fator protetor contra a carcinogênese do de ácidos biliares (potenciais pro motores e iniciadores do CCR),
CCR. No entanto, os dados atuais são conflitantes. Alguns bem como o efeito do estrógeno no epitélio colônico, tanto
mecanismos protetores foram propostos, como: a fibra acelerando diretamente como a partir de alterações de fatores de crescimento.
o trânsito intestinal, reduzindo, assim, a exposição do cólon a No entanto, o risco de efeitos colaterais, principalmente do
carcinógenos, além de as fibras teoricamente diluírem ou desenvolvimento do câncer de mama em longo prazo, não permite
absorverem alguns carcinógenos, em particular, os sais biliares. Em a utilização de TRH como estratégia primária de prevenção de
geral, a consistência dessa evidência é fraca. Mais uma vez CCR.
acredita-se que a proteção contra o CCR provém de fatores
associados, já que as fibras podem estar ligadas a uma vida mais Obesidade
saudável. A existência de diferentes tipos de fibras (solúveis, não A obesidade parece aumentar o risco de CCR em homens e
solúveis, polissacarídicas e não polissacarídicas) pode ainda ter mulheres em pós-menopausa por intermédio da resistência à
influência sobre o risco de CCR. insulina, que resulta em hiperinsulinemia e ação aumentada da IGF.
Cálcio Níveis altos de IGF-1 estão associados à proliferação celular, que
pode desencadear neoplasia colônica.
Evidências epidemiológicas e experimentais comprovam o efeito
benéfico do cálcio na prevenção de neoplasias colorretais. O cálcio Atividade física
tem a capa - cidade de se conectar e precipitar os ácidos biliares, Mais atividades físicas (ocupacionais, de lazer ou atividades totais)
podendo influenciar diretamente na proliferação de células da estão relacionadas a risco reduzido de CCR. Os mecanismos que
mucosa. No entanto, nem todos os estudos observacionais que explicam a relação entre atividade física e CCR são pouco
avaliam a influência do cálcio da dieta demonstraram um efeito conhecidos. A atividade física ocasiona mudanças na sensibilidade
protetor contra o CCR à insulina e aos níveis de IGF, que estão envolvidos na
Ácido fólico carcinogênese colorretal. Outros mecanismos são: o efeito do
exercício sobre a síntese de prostaglandinas, efeito sobre as
O ácido fólico é importante para a metilação normal do DNA. A defesas imunes antitumorias e a redução da porcentagem de
deficiência de folato pode desencadear o câncer a partir da quebra gordura corporal associada ao exercício.
da síntese e reparo do DNA ou perda do controle da atividade de
proto-oncogenes. Em 15 estudos retrospectivos epide miológicos Tabagismo
avaliando a associação entre o folato e o risco de CCR, a maioria Estudos mais recentes observaram nítida associa ção entre o
demonstrou significância estatística ou tendência à relação hábito de fumar e o desenvolvimento de adenomas colorretais,
significante entre a ingesta alta de folato e o risco reduzido de CCR havendo de duas a três vezes mais riscos em relação a não
ou de formação de adenomas fumantes. O cigarro pode alterar o efeito de micronutrientes, por
Álcool exem plo, betacaroteno, vitaminas C e, ou seja, o efeito protetor
dessas substâncias pode ser cancelado pela ação do tabaco.
O álcool tem um possível papel na carcinogênese colorretal a partir
da alteração da absorção de folato, reduzindo a biodisponibilidade Doença inflamatória intestinal
deste, o que aumenta o risco de CCR. Além disso, o acetaldeído, Pacientes portadores de doença inflamatória intestinal de longa
produto do metabolismo do álcool, pode contribuir para uma duração sabidamente apresentam maior risco de CCR, entretanto,
metilação anormal do DNA. Análise envolvendo 489.979 pessoas este é difícil de ser quantificado. A extensão da doença na RCUI
de cinco países observou que a in gestão de duas doses ou mais parece ter influência significante sobre o risco de CCR. Um estudo
de bebida alcoólica por dia podem aumentar o risco de CCR em sueco observou um risco aumentado em 1,7 vezes para pacientes
todo o cólon e reto, tanto em homens quanto em mulheres.12 No com proctite, comparado a 2,8 vezes na colite esquerda e 14,8
entanto, não foram diferenciados os tipos de bebidas alcoólicas vezes para a pancolite. Em pacientes com colite extensa e de longa
(destiladas ou não) nem o tempo de exposição ao álcool. duração, a colectomia profilática pode ser uma opção, assim como
Aspirina e anti-inflamatórios não hormonais o acompanhamento colonoscópico para displasias e/ou o uso de
agentes quimiopreventivos. A relação entre a doença de Crohn e o
Existe evidência considerável de que o uso de aspirina e de anti- CCR parece ter menor importância prática. Estudos mais recentes
inflamatórios não hormonais (AINH) tenha um efeito protetor em apresentam dados conflitantes, impossibilitando a afirmação de que
todos os estágios da carcinogênese colorretal (focos de criptas há um aumento do risco e a quantificação do impacto deste.
aberrantes, adenoma, carcinoma) e morte por CCR. O mecanismo
de ação antineoplásica não é total mente compreendido, mas Histórico familiar
acredita-se que ambas as vias da ciclo-oxigenase (COX)- Indivíduos com história familiar de CCR ou pólipos podem ter risco
dependente e da COX-independente tenham um papel importante. aumentado em até 20%. Um indivíduo com parente de primeiro grau
Os efeitos colaterais, principalmente gastrointestinais, e o custo da portador de CCR apresenta risco relativo aumentado em 2,25 vezes
utilização prolongada limitam o uso extenso dessa terapêutica. em relação àqueles sem histórico familiar. O risco aumenta ainda
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PROBLEMA 6 – DOR ABDOMINAL
mais se houver dois ou mais parentes de primeiro grau com CCR, A avaliação macroscópica do espécime cirúrgico pode distinguir
se o diagnóstico for feito antes dos 45 anos e, também, quando há quatro tipos de lesões: ulcerada, polipoide, anular e infiltrativa. A
parente de primeiro grau com adenomas. Os grupos de risco entre ulcerada é a forma mais comum e apresenta um formato circular
famílias podem ser atribuídos a suscetibilidade hereditária, irregular e de bordas elevadas. As lesões polipoides têm aspecto
exposições ambientais, ou combinação de ambos os fatores. As fungoide, projetando-se para o lúmen do órgão. O aspecto anular
heranças genéticas ocorrem em porcentagem pequena de casos, estenosante é mais encontrado no cólon esquerdo e tende a ocupar
sendo a maior parte dos CCR considerados esporádicos. toda a circunferêcia. As lesões difusamente infiltrativas comportam
se como a linite plástica do estômago, espessando o órgão, sem,
As heranças genéticas autossômicas dominantes mais conhecidas no entanto, provocar lesões específicas na mucosa. A região
e estudadas em nosso meio são a polipose adenomatosa familiar retossigmoideana é mais atingida por esse tipo, que pode acometer,
(PAF) e a síndrome do câncer colorretal hereditário sem polipose ainda, qualquer outra região do cólon.
(HNPCC – hereditary non-poliposis colorectal cancer).
Microscopia
A PAF está ligada a alterações no cromossomo 5 do gene APC e
representa em torno de 1% das neoplasias colorretais. Suas A histologia dos CCR está diretamente relaciona - das ao
principais manifestações são a presença de múltiplos pólipos ao prognóstico. O tipo histológico para adenocarcinoma mais comum
longo do trato gastrointestinal, principalmente no cólon, no é o moderadamente diferenciado (60%), sendo que os tipos bem
estômago e no duodeno, além da formação de tumores desmoides diferenciados e pouco diferenciados têm uma incidência
em partes moles. Os pólipos são adenomatosos no cólon e em geral semelhante, em torno de 20%. A incidência de metástases
são diagnosticados na segunda década de vida. O risco de linfonodais segue o grau de diferenciação, sendo de aproximada -
desenvolvimento de CCR é virtualmente de 100% até os 40 anos, mente 25% nos tumores bem diferenciados, 50% nos
portanto, o tratamento preconizado é a remoção cirúrgica do cólon moderadamente diferenciados e 80% nos pouco diferenciados. A
e do reto doentes logo após a puberdade.14 diferenciação histológica pode, ainda, influenciar na sobrevida em
cinco anos, que está por volta de 77% nos bem diferenciados, 61%
A incidência do HNPCC pode variar de 5 a 9% aproximadamente. nos moderadamente e 29% nos pouco diferenciados.
Nessa síndrome, ocorre a mu - tação de um dos genes de reparo
do DNA (genes MMR), tornando a célula epitelial mais suscetível a Disseminação tumoral
alterações genéticas que poderão causar carcinogênese. A
característica da síndrome está na presença de CCR em adultos O câncer colorretal pode se disseminar em uma ou mais das
jovens com idade inferior a 50 anos, precedida ou não por pólipos seguintes maneiras: continuidade ou contiguidade, transperitoneal,
nos segmentos colônicos proximais. A presença de lesões linfática e hematogênica. A disseminação por continuidade ocorre
sincrônicas ou metacrônicas é comum. no senti do tranversal do cólon, em geral tomando um quarto da
circunferência a cada seis meses. A aderência em órgãos como
A prevenção de pacientes de risco deve ser feita com colonoscopia outras vísceras abdominais, órgãos pélvicos e parede abdominal
anual ou bienal a partir dos 20 anos. O diagnóstico de CCR ocorre com mais frequência. Lesões localizadas na face
associado a HNPCC implica colectomia total para os casos de retroperitoneal podem invadir estruturas como a fáscia perirrenal,
câncer localizado no cólon e proctocolectomia total quando o câncer os uréteres, o duodeno, a parede posterior do abdome ou os
está localizado no reto. O papel da colectomia profilática para músculos ilíaco e psoas. O CCR pode gerar implantes em qualquer
pacientes com pesquisa genética positiva é controverso, pois o local do peritônio, incluindo o omento (invasão transcelômica). A
risco de CCR é desconhecido denominada carcinomatose peritoneal pode ocorrer em até 10%
dos pacientes com CCR. A disseminação linfática é de importância
PATOGENESE ímpar para os princípios cirúrgicos. Em geral, a disseminação segue
Atualmente, a teoria da “sequência adenoma-carcinoma” atribui que uma sequência iniciada nos gânglios paracólicos. A metástase
a maioria (80%) dos CCR originam--se de pólipos adenomatosos, hematogênica representa a disseminação sistêmica do CCR. Os
que evoluem a partir de displasia de baixo, para médio, alto e, locais mais comuns de disseminação são o fígado, os pulmões e os
finalmente, para carcinoma invasivo. Essa transformação ocorre, ossos. O fígado é o órgão de escolha, em razão de drenagem
em média, ao longo de 10 anos. Estima-se que os outros 15% dos venosa portal do cólon
CCR esporádicos originem-se a partir do grupo de pólipos PATOGENIA Estudos de carcinogênese colorretal forneceram
serrilhados, que inclui os hiperplásicos, adenomas serrilhados ideias funda mentais sobre os mecanismos gerais de evolução do
sésseis e serrilhados tradicionais, estes com potencial maligno câncer. A combinação de eventos moleculares que levam a um
variavel, principalmente quando ocorrem no cólon direito. Os 5% ade nocarcinoma do cólon é heterogênea e inclui anormalidades
restantes são denominados carcinoma de novo, ou seja, o genéticas e epigenéticas. Pelo menos duas vias genéticas distintas
surgimento do CCR independe de lesão adenomatosa ou displásica de via APC/b-catenina foram descritas. Em termos mais simples,
prévia. O risco de CCR nos pacientes com pólipos adenomatosos esses são os distúrbios que levam ao aumento da sinalização de
relaciona-se ao tamanho, ao número e ao tipo histológico (p. ex., WNT, e a via de instabilidade microssatélite que está associada a
adenomas vilosos possuem mais risco do que os tubulares), por defeitos no reparo de DNA (Tabela 14- 7). Ambas as vias envolvem
isso, existem recomendações de acompanhamento com o acúmulo gradual de mutações múltiplas, mas os genes envolvidos
colonoscopia de acordo com o grupo de risco3 e os mecanismos pelos quais as mutações acumulam diferem.
Macroscopia Eventos epigenéticos, sendo que o mais comum é o silenciamento
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PROBLEMA 6 – DOR ABDOMINAL
do gene induzido por metilação, podem aumentar a progressão ao codificação do receptor TGF-b tipo II e a proteína proapoptótica
longo de ambas as vias. BAX (Fig. 14-37). Pelo fato de o TGF-b inibir a proliferação de
células epiteliais do cólon, mutantes do receptor TGF-b tipo II
• Via APC/b-catenina. A sequência clássica de adenoma- podem contribuir para o crescimento celular descontrolado,
carcinoma, que responde por até 80% dos tumores de cólon enquanto a perda de BAX pode aumentar a sobrevida de clones
esporádicos, geralmente envolve a mutação do supressor de tumor geneticamente anormais. Mutações no oncogene BRAF e
APC no início do processo neoplásico. Ambas as cópias do gene silenciamento de grupos distintos de genes devido à hipermetilação
APC devem ser funcionalmente inativadas, por mutação ou por da ilha CpG também são comuns em cânceres que se desenvolvem
eventos epigenéticos, para os adenomas desenvolverem-se. O através de defeitos de reparo do DNA. Por outro lado, KRAS e TP53
APC é um regulador negativo importante de b-catenina, um tipicamente não são mutados. Assim, a combinação de
componente da via de sinalização WNT. A proteína APC instabilidade microssatéli te, mutação de BRAF e metilação de
normalmente se liga à degradação de b-catenina e a promove. Com alvos específicos, como MLHI, é a assinatura dessa via de
a perda da função de APC, a b-catenina se acumula e transloca carcinogênese
para o núcleo, onde ativa a transcrição de genes, como os que
codificam MYC e ciclina Dl, que promovem a proliferação. Isso é Rastreamento
acompanhado por mutações adicionais, como mutações de
ativação em KRAS, que também promovem o crescimento e evitam Para a população em geral, sem fatores adicionais de risco, está
a apoptose. A conclusão de que a mutação de KRAS é um evento indicado o rastreamento para CCR a partir dos 50 anos. Entre os
tardio é sustentada pela observação de que as mutações estão métodos disponíveis, o menos invasivo consiste na pesquisa anual
pre sentes em menos de 10% de adenomas com menos de 1 cm de sangue oculto nas fezes, pelo método com guáiaco ou por
de diâmetro, em 50% dos adenomas maiores do que 1 cm de imuno-histoquímica, este último considerado mais sensível e
diâmetro e em 50% dos adenocarcinomas invasivos. A progressão específico. Os outros métodos de rastreamento são:
neoplásica também está associada a mutações em outros genes retossigmoidoscopia flexível a cada 5 anos, colonoscopia a cada 10
supressores de tumor, como os que codificam anos ou colonoscopia virtual a cada 5 anos, respeitando esses
interva-los caso os exames não apresentem alterações. Para
SMAD2 e SMAD4, que são efetores de sinalização de TGF-b. Pelo pacientes em grupos de alto risco, especialmente indivíduos com
fato de a sinalização do TGF-b normalmente inibir o ciclo celular, a histórico pessoal ou familiar de pólipos adenomatosos ou câncer,
perda desses genes pode
possibilitar cres cimento celular
descontrolado. O gene
supressor de tumor TP53 está
mutado em 70-80% dos
cânceres do cólon, mas é pouco
frequentemente afetado em
adenomas, sugerindo que
mutações de TP53 também
ocorrem em fases tardias da
progressão do tumor. A “perda
da função” de TP53 e outros
genes supressores de tumor
frequentemente é causada por
deleções cromossômicas,
destacando a instabilidade
cromossômica como um marco
da via APC/b-catenina.
Alternativamente, os genes supressores de tumor podem ser
com idade inferior a 60 anos, as recomendações mudam, conforme
silenciados por metilação de ilhas de CpG, uma região 5´ de alguns
descrito nos Quadros 1 a 32
genes que frequentemente inclui o promotor e o local de início da
transcrição. A expressão de telomerase também aumenta à medida
que as lesões se tornam mais avançadas.
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PROBLEMA 6 – DOR ABDOMINAL
Objetivo 3 – Câncer Colorretal Não Polipose Hereditário
Estudar os tumores malignos colorretais, identificando os
fatores de risco para carcinogênese, síndromes hereditárias, O câncer colorretal não polipose hereditário (CCNPH), também
quadro clínico (correlacionar a sintomatologia conforme a conhecido como síndrome de Lynch, foi originalmente descrito
localização do tumor) diagnóstico, estadiamento (identificar os como agregação familiar de câncer em vários locais, incluindo
exames diagnósticos, incluindo os endoscópicos, radiológicos cólon, endométrio, estômago, ovário, ureteres, cérebro, intestino
e marcador tumoral. delgado, trato hepatobiliar e pele. Os cânceres de cólon em
FONTE: ZATERKA, MARTINS, ROBBINS pacientes com CCNPH tendem a ocorrer em idades mais jovens do
que os cânceres de cólon esporádicos e muitas vezes estão
Síndromes Familiares
localizados no cólon direito. Assim como a identificação de
Várias síndromes associadas a pólipos colônicos e aumento das mutações do APC na PAF forneceram conhecimentos moleculares
taxas de câncer de cólon têm sido descritas. A base genética sobre a patogenia de grande parte dos cânceres de cólon
desses transtornos foi estabelecida e melhorou substancialmente a esporádicos, a dissecção dos defeitos no CCNPH lançou luz sobre
compreensão atual do câncer de cólon esporádico. Polipose os mecanismos responsáveis pela maioria dos casos esporádicos
Adenomatosa Familiar A polipose adenomatosa familiar (PAF) é restantes. O CCNPH é causado por mutações herdadas da linha
germinativa em
genes que
codificam
proteínas
responsáveis
pela detecção,
excisão e
reparo de erros
que ocorrem
durante a
replicação do
uma doença autos sômica dominante marcada pelo surgimento de DNA. Pelo
inúmeros ade nomas colorretais na adolescência. É causada por menos cinco desses genes de reparo foram reconhecidos, mas a
mutações do gene de polipose adenomatosa coli (APC). Uma maioria dos casos de CCNPH envolve MSB2 ou MLH1.
contagem de pelo menos 100 pólipos é necessária para o Pacientes com CCNPH herdam um gene mutado de reparação de
diagnóstico de PAF clássica, e vários milhares podem estar DNA e um alelo normal. Quando a segunda cópia é perdida através
presentes. Exceto para os seus números notáveis, esses da mutação ou si lenciamento epigenético, defeitos de reparo levam
crescimentos são morfologicamente indistinguíveis dos adenomas ao acúmulo de mutações em taxas até 1.000 vezes superiores ao
esporádicos. normal, principalmente nas regiões que contêm sequências curtas
O adenocarcinoma colorretal se desenvolve em 100% dos de DNA de repetição chamadas de DNA microssatélite. O genoma
pacientes com PAF não tratada, muitas vezes antes dos 30 anos humano contém cerca de 50.000-100.000 microssatélites, que são
de idade. Como resultado, a colectomia profilática é a terapia- propensos a sofrer expansão durante a replicação de DNA e
padrão para pessoas portadoras de mutações de APC. No entanto, representam os locais mais frequentes de mutações em CCNPH.
os pacientes permanecem em risco de manifestações As consequências de defeitos de reparo e a instabilidade
extraintestinais, como neoplasia em outros locais. Mutações microssatélite resultante são discutidas adiante, no contexto do
específicas de APC são também associadas ao desenvolvimento adenocarcinoma do cólon
de outras manifestações de PAF e explicam variantes como a QUADRO CLINICO
síndrome de Gardner e a síndrome de Turcot. Além de pólipos
intestinais, as características clínicas da síndrome de Gardner, uma Atualmente, a maioria dos pacientes com CCR é diagnosticada
variante da PAF, podem incluir osteomas de mandíbula, crânio e somente após início dos sintomas, já em estadiamento avançado.
ossos longos; cistos epidérmicos; tumores desmoides e da tireoide; Tais pacientes costumam apre-sentar hematoquezia ou melena,
e anormalidades dentárias, como dentes não erupcionados e dor abdominal, alteração do hábito intestinal e anemia ferropriva.
supranumerários. Alguns desenvolvem quadro de obstrução ou perfuração intestinal,
com distensão abdominal, náuseas e vômitos, diagnosticados em
A síndrome de Turcot é mais rara e caracterizada por adenomas situação de emergência.
intestinais e tumores do sistema nervoso central. Dois terços dos
pacientes com síndrome de Turcot têm mutações do gene APC e Os sinais e sintomas dependem da localização do tumor. Alteração
desenvolvem meduloblastomas. O terço restante tem mutações em do hábito intestinal é queixa frequente em tumores do cólon
um dos vários genes envolvidos no reparo do DNA e desenvolve esquerdo, porque o conteúdo fecal é líquido no cólon proximal e o
glioblastomas. Alguns pacientes que têm PAF sem lúmen mais largo. Sangramento é causado, principalmente, por
tumores no retossigmoide. Anemia ferropriva sem exteriorização de
perda de APC têm mutações do gene de reparo por excisão de base sangramento é mais frequente no CCR de cólon direito. Dor
MUTYH. O papel desses genes no desenvolvimento do tumor é abdominal pode ser apresentação de qualquer localização,
discutido adiante.
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PROBLEMA 6 – DOR ABDOMINAL
podendo ser decorrente de obstrução, disseminação peritoneal ou homem mais velho ou na mulher na pós-menopausa é o câncer
perfuração seguida de peritonite. Os tumores no reto causam dor, gastrointestinal até prova em contrário. Adenocarcinomas
tenesmo e redução do calibre das fezes. O diagnóstico do CCR em co lorretais do lado esquerdo podem produzir sangramento oculto,
estadiamento precoce é extremamente desejável, em razão do mudanças nos hábitos intestinais ou desconforto no quadrante
prognóstico favorável e do tratamento por métodos menos inferior esquerdo, com cólicas. Embora padrões histológicos pouco
invasivos. Embora frequentemente assintomático, o diagnóstico é diferenciados e mu cinosos estejam associados a pior prognóstico,
possível em decorrência do rastreamento os dois fatores prognósticos mais importantes são profundidade de
invasão e presen ça ou ausência de metástases linfonodais. A
Doença metastática invasão na muscular própria significa sobrevida significativamente
Estima-se que cerca de 20% dos pacientes nos Estados Unidos reduzida, que é diminuída ainda mais pela presença de metástases
sejam diagnosticados já com doença metas-tática no início. A linfonodais. Esses fatores foram originalmente reconhecidos por
disseminação pode ocorrer por via hematogênica, linfática ou por Dukes e Kirklin, e formam o núcleo da classificação TNM (tumor-
contiguidade, e os sítios mais comuns de metástase são linfonodos linfonodo-metástase) e o sistema de es tadiamento da American
regionais, fígado, pulmão e peritônio. Nos tumores do cólon, em Joint Committee on Can cer. Independentemente do estágio, no
razão da drenagem venosa via sistema porta, o primeiro local de entanto, alguns pacientes com pequeno número de metástases
disseminação hematogênica é o fígado, seguido por pulmão, ossos passam bem durante anos após a ressecção de nódulos tumorais
e cérebro. Os tumores do reto distal, no entanto, metastizam mais distantes. Essa observação mais uma vez enfatiza a
frequentemente para o pulmão, em razão da drenagem pela veia heterogeneidade clínica e molecular dos carcinomas colorretais. As
cava inferior. Em caso de perfuração local, há associações com metástases podem envolver linfonodos regionais, pulmões e os
formação de fístulas (colovesical ou enterocólica), além de sepse ossos, mas, por causa da drenagem portal, o fígado é o local mais
por Streptococcus bovis e Clostridium septicum; fe-bre de origem comum de lesões metastáticas. O reto não drena através da
indeterminada; abscessos hepático, retro-perioneal ou intra- circulação portal, e metástases de carcinomas da região anal
abdominal. Pacientes sintomáticos ao diagnóstico têm doença mais frequentemente circundam o fígado.
avançada e pior prognóstico, bem como os que apresentam DIAGNÓSTICO
obstrução e perfuração
Métodos para diagnóstico e estadiamento
Sintomatologia
Exame proctológico completo
O sangramento anal é provavelmente o sintoma mais comum no
doente com CCR. A causa mais frequente de sangramento anal é A inspeção externa do canal anal pode demonstrar alterações,
a doença hemor roidária, que, associada à negligência do próprio como pólipos extruídos através do canal anal ou lesões próximas
pa ciente, dificulta o diagnóstico precoce e preciso de lesões da margem anal. O toque retal faz parte do exame físico, sendo
colorretais. Principalmente em pacientes de meia-idade ou mais importante na detecção de lesões suspeitas no reto médio e distal.
velhos, esse sintoma deve ser valorizado e investigado. A alteração Ao toque do dedo, o coloproctologista consegue determinar a
do hábito intestinal, seja diarreia ou constipação, é o segundo mobi lidade da lesão, turgor e suspeita de invasão da parede
sintoma mais comum, devendo ser valorizada em pacientes com posterior da vagina ou outros órgãos da pelve.
suspeita de CCR. As lesões no cólon proximal podem não
apresentar alteração do hábito intestinal até estarem bastante Anuscopia e retossigmoidoscopia rígida
avançadas. No cólon distal, esses sintomas são mais frequentes A anuscopia é útil para determinar a origem de sangramento retal
em virtude do menor calibre e da presença de fezes formadas. vermelho vivo como sendo de do ença hemorroidária, a partir da
Outros sintomas associados são: dor abdominal, que, de maneira avaliação dos 5 cm distais do reto até o canal anal.
geral, é inespecífica. Descarga de muco, perda ponderal, anemia e
febre esporádica podem estar presentes. A anemia pode estar A retossigmoidoscopia rígida é essencial na avaliação de lesões de
rela cionada a lesões principalmente em cólon proximal, podendo reto e sigmoide por extensão de até 25 cm, para determinar a
predizer o diagnóstico em pacientes idosos com perdas crônicas. distância exata da borda distal do tumor e a borda anal, observação
das características macroscópicas e mobilidade por meio de leve
ROBBINS pressão na margem distal. Tumores móveis podem ser tracionados
Características Clínicas com essa manobra. Finalmente, é possível avaliar toda a extensão
da lesão, que será documentada, e retirar espécimes para
A disponibilidade de triagem endoscópica combinada com o histologia. Esse exame permite avaliar a altura do acometimento no
reconhecimento de que a maioria dos carcinomas surge dentro dos reto em relação às válvulas de Houston, a fim de planejar o
adenomas apresenta uma oportunidade única para a prevenção do tratamento adequado.
câncer. Infelizmente, cânceres colorretais se desenvolvem
insidiosamente e podem, portanto, passar despercebidos por Retossigmoidoscopia flexível
longos períodos. Os cânceres de ceco e outros tipos de câncer do A retossigmoidoscopia flexível tem a vantagem de avaliar uma
lado direito do cólon na maioria das vezes chamam a atenção dos extensão maior de intestino e de mucosa. Tal exame não substitui
médicos pela aparência de fadiga e fraqueza devido à anemia a retossigmoidoscopia rígida para determinar a distância de uma
ferropriva. Assim, é uma máxima clínica de que a causa subjacente lesão do reto à borda anal.
da anemia ferropriva em um
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PROBLEMA 6 – DOR ABDOMINAL
Colonoscopia A USER tem a capacidade de distinguir as diferen - tes camadas
anatômicas da parede do reto, apresen - tando, portanto, vantagens
A colonoscopia tem sido recomendada como exame pré-operatório sobre a PET e a RMN, para avaliar penetração do tumor na parede
para detectar a presença de lesões sincrônicas benignas ou retal. Por outro lado, essa modalidade é operador-dependente, tem
malignas. Evidências recentes sugerem que a colonoscopia tem baixa aceitação do paciente, penetração limitada na profundidade
papel importante na avaliação, já que carcinomas sincrônicos da pelve e é contraindicada para le - sões estenóticas ou no reto
podem estar presentes em 2 a 7% dos casos, e a colonoscopia pré- proximal.16
operatória pode alterar o procedimento cirúrgico em até ⅓ dos
pacientes. A colonoscopia é considerada padrão-ouro para a Antígeno carcinoembrionário (CEA) Marcador tumoral
detecção precoce do CCR. Trata-se de método com fins
diagnósticos, que também possibilita o tratamento imediato de identificado em 1965, presente em adenocarcinoma de cólon e de
pólipos que posteriormente serão avaliados quanto à presença de reto e em cólon fetal, mas ausente em tecido colônico adulto
malignidade e à necessidade de ampliação de margens ou normal. Produzido pelas células da mucosa gastrointestinal, e na
ressecção radical. presença de neoplasia maligna ocorre elevação dos níveis séricos.
Os níveis pré-operatórios do CEA apresentam algum significado
Colonoscopia virtual ou colonografia por tomografia para o prognóstico, visto que o nível de elevação está relacionado
computadorizada à carga corporal do tumor. A ocorrência de recidiva é indicada por
um nível crescente de CEA, sendo a doença clinicamente
A colonoscopia virtual é um método minimamente invasivo de detectável quase sempre precedida de um aumento do marcador
avaliação estrutural de todo o cólon e o reto, e que recentemente tumoral. No entanto, em alguns casos, não há relação do nível do
tem sido considerado um método alternativo efetivo para CEA com recidiva ou com o volume da doença, pois há tumores que
rastreamento do CCR. Atualmente, a colonoscopia virtual tem indi não expressam o CEA.
cação importante na elucidação de lesões sincrônicas ou pólipos
em pacientes com lesões neoplásicas obs - trutivas à colonoscopia Laboratoriais Anemia ferropriva pode ser encontrada. No
que serão submetidos a trata - mento cirúrgico. entanto, se ausente, não exclui o diagnóstico. Perfil hepático
também pode ser útil na avaliação de metástase hepática .
Tomografia computadorizada ( TC)
Câncer colorretal
ESTADIAMENTO
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PROBLEMA 6 – DOR ABDOMINAL
Uma vez diagnosticado o CCR, deve-se determinar a extensão local
e a distância para estabelecer prognóstico e tratamento
direcionado. O sistema de classificação TNM é o mais utilizado
(Quadros 4 a 6), e a sobrevida em 5 anos é inversamente
proporcional ao estadiamento (Tabela 1)40 .
Tratamento endoscópico
Metástases pulmonares
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PROBLEMA 6 – DOR ABDOMINAL
para o jejuno e o íleo (ver também Figuras 5.54 e 5.55). As artérias
se unem para formar alças ou arcos,
chamados arcos arteriais, que dão origem a
artérias retas, denominadas vasos retos (Figuras
5.48B e 5.49B).
A veia mesentérica superior drena o jejuno e o
íleo (Figura 5.49B). Situa-se anteriormente e à direita
da AMS na raiz do mesentério (Figura 5.49A). A VMS
termina posteriormente ao colo do pâncreas, onde se
une à veia esplênica para formar a veia porta (Figura
5.44C).
Os vasos linfáticos especializados nas vilosidades
intestinais (pequenas projeções da túnica mucosa)
que absorvem gordura são denominados lactíferos.
Eles drenam seu líquido leitoso para os plexos
linfáticos nas paredes do jejuno e do íleo. Por sua
vez, os vasos lactíferos drenam para os vasos
linfáticos entre as camadas do mesentério. No
mesentério, a linfa atravessa sequencialmente três
grupos de linfonodos (Figura 5.50):
•Linfonodos justaintestinais: localizados perto da
parede intestinal
•Linfonodos mesentéricos: dispersos entre os arcos arteriais
JEJUNO E ÍLEO
•Linfonodos centrais superiores: localizados ao longo da parte
A segunda parte do intestino delgado, o jejuno, começa na flexura proximal da AMS. Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos
duodenojejunal, onde o sistema digestório volta a ser mesentéricos drenam para os linfonodos mesentéricos superiores.
intraperitoneal. A terceira parte do intestino delgado, o íleo, termina Os vasos linfáticos da parte terminal do íleo seguem o ramo ileal da
na junção ileocecal, a união da parte terminal do íleo e o ceco artéria ileocólica até os linfonodos ileocólicos.
(Figuras 5.43C e 5.47). Juntos, o jejuno e o íleo têm 6 a 7 m de
comprimento, o jejuno representa cerca de dois quintos e o íleo
cerca de três quintos da parte intraperitoneal do intestino delgado.
A maior parte do jejuno está situada no quadrante superior
esquerdo (QSE) do compartimento infracólico, enquanto a maior
parte do íleo está no quadrante inferior direito (QID). A parte
terminal do íleo geralmente está na pelve, de onde ascende,
terminando na face medial do ceco. Embora não haja uma linha de
demarcação nítida entre o jejuno e o íleo, eles têm características
distintas, que são cirurgicamente importantes (Figura 5.48B a E;
Quadro 5.8). O mesentério é uma prega de peritônio em forma de
leque que fixa o jejuno e o íleo à parede posterior do abdome
(Figuras 5.43B e 5.48A). A origem ou raiz do mesentério (com
aproximadamente 15 cm de comprimento) tem direção oblíqua,
inferior e para a direita (Figura 5.49A). Estende-se da flexura
duodenojejunal no lado esquerdo da vértebra L II até a junção
ileocólica e a articulação sacroilíaca direita.
O comprimento médio do mesentério, desde a raiz até a margem
do intestino, é de 20 cm. A raiz do mesentério cruza
(sucessivamente) as partes ascendente e horizontal do duodeno,
parte abdominal da aorta, VCI, ureter direito, músculo psoas maior
direito e vasos testiculares ou ováricos direitos. Entre as duas
camadas do mesentério estão os vasos mesentéricos superiores,
linfonodos, uma quantidade variável de gordura e nervos
autônomos.
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PROBLEMA 6 – DOR ABDOMINAL
(Figuras 5.52 e 5.53). Se for distendido por fezes ou gases, o ceco
pode ser palpável através da parede anterolateral do abdome
COLO
O colo é dividido em quatro partes – ascendente, transversa,
descendente e sigmoide – que sucedem uma à outra
formando um arco (Figuras 5.43C e 5.52). O colo circunda o
intestino delgado, o colo ascendente à direita do intestino
delgado, o colo transverso superior e/ou anteriormente a ele,
o colo descendente à esquerda e, por fim, o colo sigmoide
inferiormente a ele.
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PROBLEMA 6 – DOR ABDOMINAL
Reto
O reto é a parte pélvica do sistema digestório, mantendo Problema 6: Estou me cansando com facilidade.
continuidade proximal com o colo sigmoide e distal com o canal
anal. A junção retossigmóidea situa-se anteriormente à vértebra Homem com 65 anos apresenta-se com dispneia ao fazer
S III. Nesse ponto, as tênias do colo sigmoide afastam-se para exercício e angina. Os sintomas habituais do paciente surgiram há
formar uma lâmina longitudinal externa contínua de músculo liso, e aproximadamente 3-4 semanas. Ele nega ter tosse, perda de peso
os apêndices omentais adiposos são interrompidos e sintomas do trato gastrointestinal (GI). Sua história clínica
pregressa é significativa para hipertensão, angina estável e
pólipos colônicos que foram removidos há 7-8 anos por
IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA DO RETO colonoscopia. O exame físico revela homem bem nutrido e sem
desconforto agudo.
A artéria retal superior, a continuação da artéria mesentérica
Exame físico: achados de cabeça e pescoço,
inferior abdominal, irriga a parte proximal do reto (Figura 6.32). As
cardiopulmonares e neurológicos normais. Toque retal não
artérias retais médias direita e esquerda, que normalmente
revela massas, sua próstata está lisa e aumentada.
originam-se das divisões anteriores das artérias ilíacas internas na
Exames laboratoriais: leucometria normal, hemoglobina de
pelve, irrigam as partes média e inferior do reto. As artérias retais
8,7 g/dL, hematócrito 29% e volume celular médio de 72fL
inferiores, originadas das artérias pudendas internas no períneo,
(VR 76-100 fL). Eletrólitos e exames de função hepática são
irrigam a junção anorretal e o canal anal. Anastomoses entre as
normais. Tem teste de sangue oculto nas fezes positivo para
artérias retais superior e inferior podem garantir a circulação
guáiaco.
colateral em potencial, mas as anastomoses com as artérias retais
médias são esparsas. O sangue do reto drena pelas veias retais Eletrocardiograma: ritmo sinusal normal, hipertrofia ventricular
superiores, médias e inferiores (Figura 6.32B). Há anastomoses direita leve.
entre as veias portas e sistêmicas na parede do canal anal. Como RX-Tórax: silhueta cardíaca normal, sem infiltrados ou
a veia retal superior drena para o sistema venoso porta e as veias derrames pleurais.
retais média e inferior drenam para o sistema sistêmico, essas
anastomoses são áreas clinicamente importantes de anastomose
portocava (ver Figura 5.75A). O plexo venoso retal submucoso
circunda o reto e comunica-se com o plexo venoso vesical nos
homens e com o plexo venoso uterovaginal nas mulheres. O plexo
venoso retal tem duas partes (Figura 6.32B): o plexo venoso retal
interno, imediatamente profundo à túnica mucosa da junção
anorretal, e o plexo venoso retal externo subcutâneo, externamente
à parede muscular do reto. Embora esses plexos levem o nome
retal, são basicamente “anais” em termos de localização, função e
importância clínica.
Artérias e veias do reto e canal anal.
A. Apesar de seu nome, as artérias retais inferiores, que são ramos
das artérias pudendas internas, suprem principalmente o canal
anal. As três flexuras laterais agudas do reto refletem a forma como
o lúmen atravessa as pregas transversas do reto (mostradas na
parte B) na face interna. B. Este corte coronal do reto e do canal
anal mostra o suprimento arterial e a drenagem venosa. Os plexos
venosos retais interno e externo estão relacionados mais
diretamente ao canal anal. As flexuras e pregas transversas do reto
ajudam a sustentar o peso das fezes.
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