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Bactérias

Feito por: Pedro Fernandes nº21, Sofia Bettencourt nº27


Passaram dois anos desde que as bactérias desapareceram. Quase todos os
organismos multicelulares que possuem células diferenciadas morreram. A paisagem
está coberta de animais mortos, sejam eles mamíferos, peixes, aves ou insetos.

A Terra está silenciosa. Tudo o que conseguiu sobreviver até agora foram certas
espécies de insetos decompositores, fungos, protozoários e vírus que conseguem
infetar fungos.
Porque é que o desaparecimento das bactérias causou tantos estragos?

Vamos começar no ser que mais afeta o planeta Terra: os humanos.


As suas defesas internas foram severamente reduzidas, já que as bactérias presentes
no seu intestino, nas fossas nasais, na laringe, na pele e na vagina (no caso do género
feminino) ajudam a proteger as células internas de microorganismos patogénicos e a
prevenir a entrada dos mesmos.
Por outro lado, as doenças bacterianas, como o tétano, a tuberculose, febre tifoide,
salmonelose, pneumonia, antraz e a cólera deixaram de existir. No que toca a doenças
em geral, o desaparecimento das bactérias funcionou como uma faca de dois gumes,
já que ajudou, devido à inexistência de doenças bacterianas, mas também prejudicou,
tornando o sistema imunitário humano muito mais suscetível a ser afetado por outros
tipos de organismos patogénicos como os fungos ou os vírus.
Acabou por existir uma escassez global de medicamentos à base de substâncias
produzidas em massa por bactérias (a insulina, que ajuda a transformar o açúcar em
energia no sangue, não é produzida por pessoas com diabetes e por isso é
extremamente necessária, sendo produzida atualmente utilizando espécies de
bactérias como por exemplo a E. coli ou a Saccharomyces cerevisiae), quando as
reservas mundiais acabaram.

O que se segue não foi apenas sentido nos humanos, mas sim em seres vivos de
quase todos os reinos.
Com a ausência de flora bacteriana, nutrientes essenciais entraram em escassez, ao
ficarem presos na matéria orgânica, que acabou por se acumular, devido ao facto de
que as bactérias tinham um papel essencial na decomposição de matéria orgânica,
transformando-a em matéria inorgânica e devolvendo à natureza os nutrientes
necessários, por exemplo, ao crescimento e sobrevivência das plantas (que os
aproveitam e libertam oxigénio no processo).

Apesar dos fungos também terem um papel importante na decomposição e ciclos de


matéria que dependem dela, como o do nitrogénio, que depende de bactérias
nitrificantes e também o do carbono, devido à ausência de bactérias, todos
Bactérias
abrandaram e quase estagnaram. Esta cadeia de acontecimentos fez com que a falta
de alimento dizimasse a maior parte dos animais terrestres, devido ao colapso da
cadeia alimentar, com os ruminantes a serem dos primeiros a morrer devido a
necessitarem de bactérias para digerirem os alimentos.
Com a extinção em massa de animais terrestres, a quantidade de matéria orgânica
morta nos ecossistemas aumentou exponencialmente, acelerando e agravando a falta
de nutrientes indispensáveis.
Como dito anteriormente, as plantas também foram afetadas, uma vez que os
nutrientes de que necessitam para crescer e sobreviver ficaram cada vez mais
escassos (como por exemplo o carbono e o nitrogénio, cuja disponibilidade no
ambiente depende da atividade de bactérias quimiossintéticas).
Devido à extinção de inúmeras espécies de plantas e à inexistência de cianobactérias
(um tipo de bactéria fotossintética), a quantidade de oxigénio no planeta diminuiu.
Uma das consequências dessa falta geral de oxigénio foi a diminuição de oxigénio
molecular estratosférico, em que está incluído o ozono, contribuindo para a
desintegração da camada de ozono, que protegia os seres vivos de raios UV
prejudiciais. Consequentemente, com a maior entrada de raios UV, a probabilidade de
seres vivos sofrerem de cancro aumentou.

Com isto, chegamos à vida marinha, que foi afetada do mesmo modo.
Muito do plâncton e fitoplâncton, que está na base da cadeia alimentar marinha
desapareceu e este acontecimento foi a causa do seu colapso, fazendo com que
inúmeras, senão todas as espécies de animais marinhos desaparecessem. Baleias,
tubarões, peixes, focas, cachalotes, cavalos-marinhos... todos sucumbiram à falta de
alimento.
Passados milhões de anos, o mais provável é que a Terra seja dominada por fungos
(foram os únicos que conseguiram sobreviver e replicar-se devido à morte de quase
todos os outros seres vivos), ou, talvez, vida multicelular possa ter evoluído de
organismos unicelulares (como algumas espécies de protistas) como já aconteceu
antes (com as bactérias e outros seres unicelulares). Por outro lado, obviamente, não
serão de qualquer forma parecidos com a vida que dominou a Terra no passado por
não terem a mesma origem ou o mesmo meio de crescimento.
Para concluir, podemos certamente afirmar que o desaparecimento ou morte de todas
as bactérias à face da Terra teve consequências catastróficas para as espécies
terrestres e para a natureza em si. As bactérias são essenciais para o funcionamento
de todos os ecossistemas e não podemos esquecer a absoluta imprescindibilidade
destes pequenos seres vivos e como mantêm a estabilidade das cadeias alimentares,
dos ecossistemas e consequentemente da biosfera terrestre em geral.

Webgrafia: https://en.wikipedia.org/wiki/Cellulase - visitado em 24/03


https://prezi.com/j1zm9yh7vdyo/what-would-happen-if-all-bacteria-died/ - visitado em
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https://en.wikipedia.org/wiki/Yeast - visitado em 24/03
https://www.sciencemag.org/news/2020/05/these-bacteria-have-adapted-life-your-
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https://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/Multicelular - visitado em 16/04

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