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Victoria Brito- FESAR P1- HAM 1

Habilidades e atitudes médicas


-Só pode ser violado em casos de comprometer a
Relação médico-paciente (RMP) vida de uma pessoa ou de uma comunidade ou
mediante a autorização do paciente.

A RMP é fundamental na prática médica, sendo  Justiça:


indispensável o conhecimento básico acerca das -Fazer o que é justo ao paciente.
Humanidades (psicologia, antropologia, sociologia,
filosofia), pois a relação médico-paciente não se -Implica a consideração dos princípios de justiça social.
restringe apenas ao âmbito técnico e biológico.
-É o pilar da equidade.
É uma interação que, na prática, envolve confiança,
 Alteridade:
responsabilidade e empatia. Além disso, caracteriza-se
pelo compromisso e deveres de ambas as partes. -Respeitar as diferenças do outro.

A humanização deve ser sempre a pauta principal da TIPOS DE RMP:


medicina, com o intuito de oferecer assistência digna
e de qualidade ao paciente.  Modelo sacerdotal:

-O médico assume uma postura paternalista e não


A RMP determina, muitas vezes, a adesão do paciente
leva em consideração a opinião do paciente.
ao tratamento proposto.
-Posteriormente chamado de paternalístico.
PRINCÍPIOS BIOÉTICOS:
 Autonomia (consentimento informado): Médico>paciente
 Modelo engenheiro:
-O paciente possui o direito de concordar ou não com
determinado procedimento, pois é o principal autor do -O paciente assume todo o poder de decisão.
seu processo saúde-doença. O médico não deve,
portanto, ir de encontro a esse princípio. -Posteriormente chamado de informativo.

-O médico e o paciente tomam decisões em conjunto. Paciente>médico

 Beneficiência:  Modelo colegial:

-É papel do médico promover o benefício do paciente -O poder é compartilhado entre o médico e o paciente
nos diferentes níveis de saúde. de forma igualitária.

 Não-maleficiência: Médico=paciente

-É papel do médico evitar o máximo promover  Modelo contratualista:


prejuízos ao paciente. -O médico possui autoridade sobre as decisões
 Sigilo: técnicas, mas o paciente participa de forma ativa
sobre tais decisões.
-O médico deve manter sigilo acercas das
informações apresentadas pelo paciente.
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-Posteriormente dividido em: interpretativo  Resistência:
(profissional age como conselheiro para que o
-Mecanismos psicológicos inconscientes que
paciente escolha a melhor opção) e deliberativo
atrapalhem a RMP.
(profissional tenta persuadir o paciente a tomar a
decisão, mas não deve coagi-lo). PAPEL DO MÉDICO:
Médico=paciente  Direcionar o paciente na consulta.
 Aperfeiçoar sua capacidade de se relacionar
com o paciente.
TIPOS DE RELACIONAMENTO:  Tornar a situação vivida pelo paciente menos
angustiante e dolorosa.
 Se abster de todos os preconceitos,
estereótipos e concepções pessoais que
possam prejudicar a RMP.

POSTURA DO MÉDICO:

-Vestimenta adequada.

-Higiene cuidadosa.

-Vocabulário apropriado.

-Atitudes firmes.

-Capacidade de compreensão e orientação.


FÊNOMENOS PSICODINÂMICOS:
-Timbre da voz, forma de andar, maneira de rir.
 Transferência:
-Examinação do paciente em local adequado.
-Fenômenos afetivos que o paciente transfere para
a relação, que estão relacionamentos à experiência de
vida dele no decorrer da vida (com amigos e O MÉDICO IDEAL:
familiares).  Competência científica e domínio da técnica.
 Positivas: quando o paciente vivencia o  Personalidade amadurecida.
relacionamento de maneira agradável.  Respeito pela pessoa humana.
 Negativas: o paciente revive fatos  Espírito de solidariedade
 Integridade (agir de forma correta
desconfortáveis de relações anteriores.
independente das condições de trabalho e do
 Contratransferência:
paciente).
-Passagem de aspectos afetivos do médico ao  Capacidade de compreender o sofrimento
paciente. alheio (saber ouvir e olhar nos olhos do
paciente).
 Positivas: útil e importante para o tratamento
de pacientes com doenças crônicas e
O médico nunca deve se esquecer que quem o
incuráveis.
procura é o paciente e não uma doença.
 Negativas: rotu
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Anamnese DIAGNÓSTICO ato de reconhecer a enfermidade por


suas manifestações clínicas.

Itens necessários para se chegar ao diagnóstico:


CONCEITOS EM SEMIOLOGIA:
Semiologia (sèmeion= sinal; logos= estudo) refere-se  Conhecimento médico
ao estudo de sinais e sintomas das doenças, o que é  Obtenção competente de dados (anamnese
essencial para o diagnóstico. e exame físico).
 Capacidade de integrar os dados
Semiotécnica refere-se à técnica de pesquisa dos  Uso racional dos exames complementares
sinais e sintomas (exploração de dados).  Busca do diagnóstico final
 Revisão do diagnóstico
MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS -
consciente, explícito e judicioso da melhor evidência PROGNÓSTICO prever a evolução e possíveis
disponível que seja capaz de justificar a tomada de consequências da doença.
decisões a se cuidar de pacientes
(Sackett, 1996). Exemplos: amigdalite (bom prognóstico). Câncer
metastático (mau prognóstico). Covid-19
SAÚDE equilíbrio dos pilares biopsicossociais (bem (prognóstico reservado não sabe a evolução).
estar mental, social e físico), e não apenas a ausência
de doença (OMS). PROPEDÊUTICA ensino preparatório (conhecimentos
mínimos necessários para o aprendizado).
DOENÇA - desequilíbrio dos pilares biopsicossociais.

OBJETIVO MÉDICO visão holística (ver o paciente EXAME CLÍNICO:


como um todo).
SINAL dado objetivo notado pelo examinador, por ANAMNESE + EXAME FÍSICO
meio do exame clínico (exemplos: tosse; edema).

SINTOMA sensação subjetiva sentida e relatada pelo


paciente (exemplos: dor; náuseas; insônia). O exame clínico possui papel essencial em três pontos
SÍNDROME conjunto de sinais e sintomas, que da prática médica:
ocorrem associadamente e que podem ser  Formular hipóteses diagnósticas.
determinados por diferentes causas (definem uma  Estabelecer boa relação médico-paciente.
doença específica).  Orientar tomada de decisões.
Exemplo: síndrome febril (hipertermia, taquicardia,
ANAMNESE:
sudorese, tremores), podendo se relacionar com
doenças inflamatórias, infecções bacterianas, virais e Anamnese (aná= trazer de novo; mnesis= memória)
fúngicas. significa trazer de volta à mente todos os fatos
relacionados com a doença e o paciente. É uma
PATOGNOMÔNICO caracteriza determinada doença entrevista realizada pelo profissional da saúde ao
(sinal ou sintoma específico de uma patologia). paciente, que tem a intenção de ser um ponto inicial
Exemplo: perda de olfato e paladar é um sinal do diagnóstico de uma doença.
patognomônico da covid-19. A anamnese é a parte mais importante da medicina e
PRODRÔMICO sinal que antecede a doença. possui técnicas corretas de serem aplicadas.
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A anamnese, quando bem realizada, é responsável por 5. ESTADO CIVIL: registram-se as opções:
85% do diagnóstico de uma doença, ficando 10% para casado, solteiro, divorciado, viúvo, separado
o exame físico e 5% para os exames (sem homologação do divórcio), união estável.
complementares. 6. PROFISSÃO: atividade exercida pelo paciente de
forma profissional e habilitada por um órgão
Maneiras de condução da anamnese:
competente. Exemplo: médico, professor,
 Anamnese de forma livre: paciente relata livre arquiteto.
e espontaneamente. 7. OCUPAÇÃO ATUAL/LOCAL DE TRABALHO: a
 Anamnese dirigida: médico conduz a ocupação refere-se à atividade produtiva que
entrevista de forma correta e objetiva. o paciente exerce no dia a dia. Exemplo:
 Inicialmente o paciente relata, depois o médico profissional de educação física exercendo a
conduz a entrevista. ocupação de preparador físico. Neste item,
pode-se relatar também casos especiais de
No caso de doenças agudas ou de início recente, pode- afastamento do trabalho devido à
se conseguir uma história clínica de boa qualidade em aposentadoria ou licença trabalhista.
10 a 15 min, enquanto que, em doenças de longa 8. NATURALIDADE: local de nascimento do
duração ou com sintomatologia variada, não se paciente.
gastaram menos do que 30 a 60 min na anamnese. 9. PROCEDÊNCIA: endereço da residência anterior
do paciente.
10. RESIDÊNCIA: endereço da residência atual do
Anamnese tradicional paciente.
11. NOME DA MÃE
IDENTIFICAÇÃO 12. NOME DO RESPONSÁVEL, CUIDADOR E/OU
ACOMPANHANTE
É o início do relacionamento do médico com o
13. RELIGIÃO
paciente.
14. FILIAÇÃO A ÓRGÃOS/INSTITUIÇÕES
Perfil sociodemográfico que possibilita a PREVIDENCIÁRIAS E PLANOS DE SAÚDE
interpretação dos dados individuais e coletivos do
paciente.

1. NOME: primeiro dado da identificação. Deve-se


sempre registrar o nome completo do
paciente e nunca identifica-lo como uma
doença ou número do leito.
2. IDADE/DATA DE NASCIMENTO: cada grupo etário
possui sua própria doença. A todo momento, o
raciocínio diagnóstico se apoia nesse dado.
3. SEXO/GÊNERO: registra-se masculino ou
feminino, uma vez que há enfermidades que
só aparecem em determinado sexo. QUEIXA PRINCIPAL E DURAÇÃO (QPD)
4. COR/ETNIA: é preferível registrar pelas É o motivo da consulta, ou seja, a queixa principal que
seguintes nomenclaturas: cor branca, cor levou o paciente a procurar ajuda (sintoma relatado
parda, cor preta, etnia indígena, etnia asiática. pelo paciente e a duração deste).
A etnia pode influenciar no processo de
adoecimento de diversas patologias. Deve-se utilizar, sempre que possível, as palavras do
paciente (entre aspas).
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Deve ser feito em uma linha.  3º Passo - Investigar a maneira como evoluiu
. o sintoma.

Não se deve aceitar o diagnóstico trazido pelo


paciente e nem colocá-lo na anamnese. NORMAS PARA UMA BOA HDA:

No caso de várias queixas, deve-se perguntar o que - Permita ao paciente falar de sua doença.
mais influenciou o paciente a procurar o atendimento - Determine o sintoma-guia.
médico e o que mais o incomoda no momento.
- Descreva o sintoma-guia com suas características e
Quando o paciente chega encaminhado por outro analise-o minuciosamente.
médico, registra-se de modo especial o motivo da
consulta. - Use o sintoma-guia como fio condutor da história e
estabeleça as relações das outras queixas com ele em
SUGESTÕES DE PERGUNTAS: ordem cronológica.

 - Verifique se a história obtida tem começo, meio e fim.


 a) senhor(a) está me - Não induza respostas.

 - Apure evolução, exames e tratamentos realizados em


 relação à doença atual.

- Leia a história escrita por você para o paciente para


que ele possa confirmar ou corrigir algum dado relatado,
ou mesmo acrescentar alguma queixa esquecida.
HISTÓRICA DA DOENÇA ATUAL (HDA)
É um registro detalhado e cronológico começo, meio
 SINTOMA-GUIA:
e fim- do motivo que levou o paciente a procurar
assistência médica, ou seja, relata tudo que se - É o sintoma ou sinal que permite recompor a HDA
relaciona à doença atual: sintomatologia, época de com mais facilidade e precisão. Geralmente é a
início, história da evolução. queixa principal, mas não obrigatoriamente.

É a parte principal da anamnese e costuma ser a  ESQUEMA PARA ANÁLISE DE UM SINTOMA:


chave mestra para chegar ao diagnóstico.
- INÍCIO:

 Deve ser caracterizado com relação à
época de aparecimento
Tríade clássica da  Se foi de início súbito ou gradativo
 Se teve fator desencadeante ou não
 1º Passo - Sintoma-guia: estudante deve
escolher como sintoma-guia a queixa de mais
longa duração, o sintoma mais salientado pelo - CARACTERÍSTICAS DO SINTOMA:
paciente ou simplesmente começar pelo
 Definir localização, duração, intensidade,
relato da queixa principal.
frequência, tipo, ou seja, características
 2º Passo - Determinar a época em que teve próprias a depender do sintoma.
início aquele sintoma.
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dói? irradia?

INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO DOS DIVERSOS


- FATORES DE MELHORA OU PIORA: APARELHOS E SISTEMAS (ISDAS)
 Definir quais fatores melhoram e pioram o Denominada também como anamnese especial ou
sintoma, como, por exemplo, fatores revisão dos sistemas, constitui um complemento da
ambientais, posição, atividade física ou HDA. Portanto, uma HDA bem feita deixa pouca coisa
repouso, alimentos ou uso de medicamentos. para o ISDAS.

Permite ao médico levantar possibilidades e


reconhecer enfermidades que não guardam relação
- RELAÇÃO COM OUTRAS QUEIXAS:
com o quadro sintomatológico registrado na HDA. É no
 Registrar se existe alguma manifestação ou interrogatório sintomatológico que se origina a
queixa que acompanha o sintoma, geralmente suspeita diagnóstica mais importante.
relacionado com o segmento anatômico ou
Documenta a presença ou ausência de sintomas
funcional acometido pelo sintoma.
comuns relacionados com cada um dos principais
sistemas corporais (objeto de investigação).

- EVOLUÇÃO: Interrogativa direcionada de cada aparelho (busca


ativa de algum outro sinal ou sintoma).
 Registrar o comportamento do sintoma ao
longo do tempo, relatando modificações das LEMBRAR DE REFERIR OS SINTOMAS COM NOMES TÉCNICOS
características e influência de tratamentos
SISTEMATIZAÇÃO DO ISDAS
efetuados.
 Sintomas gerais
 Pele e fâneros
- SITUAÇÃO ATUAL:  Cabeça e pescoço
 Tórax
 Registrar como o sintoma está no momento
da anamnese também é importante.  Abdome
 Sistema geniturinário
 Sistema hemolinfopoético
 Sistema endócrino
 Coluna vertebral, ossos, articulações e
extremidades
 Músculos
 Artérias, veias, linfáticos e microcirculação
 Sistema nervoso
 Exame psíquico e avaliação das condições
emocionais

A proposta de atender ao paciente de maneira


holística inclui o conhecimento de todos os sistemas
corporais em seus sintomas e na dimensão da
promoção da saúde.
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Pensando no paciente como um ser mutável e em
desenvolvimento, é necessário que se registre o
estado atual de todo o seu organismo, para se ter um
ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES
parâmetro no caso de futuras queixas e A investigação dos antecedentes não pode ser
adoecimento. esquematizada rigidamente. É possível e útil,
Muitas vezes, o adoecimento de um sistema corporal entretanto, uma sistematização que sirva como
tem correlação com outro sistema, e há necessidade roteiro e diretriz de trabalho.
de tal conhecimento para adequar a proposta Os antecedentes avaliam a condição de saúde passada
terapêutica. e presente do paciente, conhecendo fatores pessoais
(fisiológicos), patológicos e familiares que influenciam
PONTOS-CHAVE seu processo saúde-doença.
- Antes de iniciar o ISDAS, explique ao paciente que você ANTECEDENTES PESSOAIS
irá fazer questionamentos sobre todos os sistemas
corporais (revisão "da cabeça aos pés"), mesmo não Avaliação do estado de saúde passado e presente do
tendo relação com o sistema que o motivou a procurá- paciente, incluindo fatores pessoais e familiares que
lo. influenciam no processo saúde-doença.

- Inicie a avaliação de cada sistema corporal com essas


perguntas gerais. Exemplos: "Como estão seus olhos e
visão?'; "Como anda sua digestão?" ou "Seu intestino
funciona regularmente?'- A resposta permitirá que
você, se necessário, passe para perguntas mais
específicas, e, assim, detalhe a queixa

- Não induza respostas com perguntas que afirmem ou


neguem o sintoma, como por exemplo: "O senhor está
com falta de ar, não é?" ou "O senhor não está com
falta de ar, não é mesmo? "Nesse caso, o correto é
apenas questionar: "O senhor sente falta de ar?"

 ANTECEDENTES PESSOAIS FISIOLÓGICOS

GESTAÇÃO E NASCIMENTO:

- Como decorreu a gravidez.

- Uso de medicamentos ou radiações sofridas pela


genitora.

- Viroses contraídas durante a gestação.


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- Condições de parto (normal, fórceps, cesariana). (eczema, urticária, asma), esse fato merece
registro.
- Estado da criança ao nascer
CIRURGIAS E OUTRAS INTERVENÇÕES: anotam-se as
- Ordem de nascimento (primogênito, segundo filho
intervenções cirúrgicas, referindo-se os motivos que
etc.).
a determinaram. Havendo possibilidade, registrar a
- Número de irmãos. data, o tipo de cirurgia, o diagnóstico que a justificou
e o nome do hospital onde foi realizada.
DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E NEURAL:
TRAUMATISMO: é necessário indagar sobre o acidente
- Dentição: informações sobre a primeira e a segunda em si e sobre as consequências deste.
dentições, registrando-se a época em que apareceu
o primeiro dente. TRANSFUSÕES SANGUÍNEAS: anotar quantidade de
transfusões, quando ocorreu, onde e motivo.
- Engatinhar e andar: anotar as idades em que essas
atividades tiveram início. HISTÓRIA OBSTÉTRICA: anotar nº de gestações (G); nº
de partos (P); nº de abortos (A); nº de prematuros e
- Fala: quando começou a pronunciar as primeiras nº de cesarianas (C) (G_ P_ A_ C_). Neste item, caso
palavras. o paciente seja do sexo masculino, indaga-se o
- Desenvolvimento físico: peso e tamanho ao nascer número de filhos, enfatizando-se a importância da
e posteriores medidas. Averiguar sobre o paternidade.
desenvolvimento comparativamente com os irmãos. VACINAS: anotar as vacinas (quais e época da
- Controle dos esfíncteres aplicação).

- Aproveitamento escolar MEDICAÇÕES EM USO: anotar qual, posologia, motivo,


quem prescreveu.
DESENVOLVIMENTO SEXUAL:
ANTECEDENTES FAMILIARES
- Puberdade: estabelecer época de seu início.
Os antecedentes começam com a menção ao estado
- Menarca: estabelecer idade da 1ª menstruação. de saúde (quando vivos) dos pais e irmãos do
paciente. Se for casado, inclui-se o cônjuge e, se
- Sexarca: estabelecer idade da 1ª relação sexual.
tiver filhos, estes são referidos. Não se esquecer dos
- Menopausa (última menstruação): estabelecer avós, tios e primos paternos e maternos do paciente.
época do seu aparecimento. Se tiver algum doente na família, esclarecer a
natureza da enfermidade. Em caso de falecimento,
- Orientação sexual: atualmente, usam-se siglas como
indagar a causa do óbito e a idade em que ocorreu.
HSM; HSH; HSMH; MSH; MSM; MSHM, em que: H - homem;
M - mulher e S - faz sexo com. Pergunta-se sistematicamente sobre a existência de
enxaqueca, diabetes, tuberculose, hipertensão arterial,
 ANTECEDENTES PESSOAIS PATOLÓGICOS câncer, doenças alérgicas, doença arterial coronariana
DOENÇAS SOFRIDAS PELO PACIENTE: na infância (infarto agudo do miocárdio, angina de peito),
(sarampo, coqueluche, varicela, caxumba, doenças acidente vascular cerebral, dislipidemias, úlcera
reumáticas, amigdalites) e na vida adulta (pneumonias, péptica, colelitíase e varizes, que são as doenças com
hepatites, malária, pleurites, tuberculose, litíase renal) caráter familiar mais comuns.

ALERGIA: alimentos, medicamentos e substâncias. Se o Quando o paciente é portador de uma doença de


paciente já sofreu de afecções de fundo alérgico caráter hereditário (hemofilia, anemia falciforme, rins
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policísticos, erros metabólicos), torna-se  Insuficiente consumo de proteínas sem
imprescindível um levantamento genealógico mais aumento compensador da ingestão de
rigoroso e, nesse caso, recorre-se às técnicas de carboidratos.
investigação genética.  Baixa ingestão de líquidos.
 Reduzida ingesta de carboidratos.
 Reduzido consumo de gorduras.
HÁBITOS DE VIDA  Alimentação puramente vegetariana.
Aspectos sociais relacionados com o paciente e a  Alimentação láctea exclusiva.
doença. OCUPAÇÃO ATUAL E OCUPAÇÃO ANTERIORES
Amplo, heterogêneo e individual. Na identificação do paciente, deve-se abordar este
Documenta hábitos e estilo de vida do paciente e está aspecto. Naquela ocasião, foi feito o registro puro e
desdobrado nos seguintes tópicos: simples da profissão; aqui pretendemos ir mais adiante,
obtendo informações sobre a natureza do trabalho
 Alimentação desempenhado, com que substâncias entra em
 Ocupação atual e ocupações anteriores contato, quais as características do meio ambiente e
 Atividades físicas qual o grau de ajustamento ao trabalho.
 Hábitos
Devemos questionar e obter informações tanto da
ALIMENTAÇÃO ocupação atual quanto das ocupações anteriores
exercidas pelo paciente.
Toma-se como referência o que seria a alimentação
adequada para aquela pessoa em função da idade, do Os dados relacionados com este item costumam ser
sexo e do trabalho desempenhado. chamados história ocupacional, e voltamos a chamar
a atenção para a crescente importância médica e
Induz-se o paciente a discriminar sua alimentação social da medicina do trabalho.
habitual, especificando, tanto quanto possível, o tipo
e a quantidade dos alimentos ingeridos - é o que se ATIVIDADES FÍSICAS
chama anamnese alimentar. Torna-se cada dia mais clara a relação entre algumas
Devemos questionar principalmente sobre o consumo enfermidades e o tipo de vida levado pela pessoa no
de alimentos à base de carboidratos, proteínas, que concerne à execução de exercícios físicos.
gorduras, fibras, bem como de água e outros líquidos.
Devemos questionar qual tipo de exercício físico
CONCLUSÕES MAIS FREQUENTES realiza, frequência, duração e tempo que pratica.

 Alimentação quantitativa e qualitativamente Uma classificação prática é a que se segue:


adequada.  Pessoas sedentárias
 Reduzida ingesta de fibras.
 Pessoas que exercem atividades físicas
 Insuficiente consumo de proteínas, com moderadas
alimentação à base de carboidratos.
 Pessoas que exercem atividades físicas
 Consumo de calorias acima das necessidades intensas e constantes
 Alimentação com alto teor de gorduras.  Pessoas que exercem atividades físicas
 Reduzida ingesta de verduras e frutas. ocasionais.
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HÁBITOS O exagerado consumo de álcool expõe o bebedor a
situações de risco, tais como danos à saúde física,
Alguns hábitos são ocultados pelos pacientes e até
sexo desprotegido, gravidez indesejada,
pelos próprios familiares. A investigação deste item
superdosagem, quedas, violência, acidentes de
exige habilidade, discrição e perspicácia. Uma
trânsito, comportamento antissocial e dificuldades
afirmativa ou uma negativa sem explicações por
escolares, tanto em jovens como na população geral.
parte do paciente não significa necessariamente a
verdade. Deve-se investigar sistematicamente o uso
de tabaco, bebidas alcoólicas, anabolizantes, GRAU DE DEPENDÊNCIA DE BEBIDAS
anfetaminas e drogas ilícitas.
Para facilitar a avaliação do hábito de ingerir bebidas
 CONSUMO DE TABACO: alcoólicas e/ou do grau de dependência do paciente ao
consumo de álcool, pode-se fazer uso da seguinte
O consumo de tabaco, socialmente aceito, não
esquematização:
costuma ser negado pelos pacientes, exceto quando
tenha sido proibido de fumar. Os efeitos nocivos do  Pessoas abstêmias, ou seja, não consomem
tabaco são indiscutíveis: câncer de boca, faringe, definitivamente nenhum tipo de bebida
laringe, pulmão e bexiga, afecções broncopulmonares alcoólica
(asma, bronquite, enfisema e bronquiectasias),  Consumo ocasional, em quantidades moderadas
afecções cardiovasculares (insuficiência coronariana,  Consumo ocasional, em grande quantidade,
hipertensão arterial, tromboembolia), disfunções chegando a estado de embriaguez
sexuais masculinas, baixo peso fetal (mãe tabagista),  Consumo frequente em quantidade moderada
intoxicação do recém-nascido em aleitamento  Consumo diário em pequena quantidade
materno (nutriz tabagista), entre outras.
 Consumo diário em quantidade para determinar
Diante disso, nenhuma anamnese está completa se embriaguez
não se investigar esse hábito, registrando-se tipo  Consumo diário em quantidade exagerada,
(cigarro, cachimbo, charuto e cigarro de palha), chegando o paciente a avançado estado de
quantidade, frequência, duração do vício e abstinência embriaguez.
(já tentou parar de fumar).
 USO DE ANABOLIZANTES E ANFETAMINAS:
 CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS:
O uso de anabolizantes por jovens frequentadores de
A ingestão de bebidas alcoólicas também é
academias de ginástica tornou-se hoje uma
socialmente aceita, mas muitas vezes é omitida ou
preocupação, pois tais substâncias levam à
minimizada por parte dos pacientes. Que o álcool tem
dependência e estão correlacionadas com doenças
efeitos deletérios graves sobre fígado, cérebro,
cardíacas, renais, hepáticas, endócrinas e
nervos, pâncreas e coração não mais se discute; é
neurológicas. A utilização de anfetaminas, de maneira
fato comprovado. O próprio etilismo, em si, uma
indiscriminada, leva à dependência química e,
doença de fundo psicossocial, deve ser colocado
comparadamente, causa prejuízos à saúde. Alguns
entre as enfermidades importantes e mais difundidas
sedativos (barbitúricos, morfina, benzodiazepínicos)
atualmente.
também causam dependência química e devem ser
Não se deve deixar de perguntar sobre o tipo de sempre investigados.
bebida (cerveja, vinho, licor, vodca, uísque, cachaça,
gin, outras) e a quantidade habitualmente ingerida,  CONSUMO DE DROGAS ILÍCITAS:
bem como frequência, duração do vício e abstinência As drogas ilícitas incluem: maconha, cocaína, heroína,
(se já tentou parar de beber). ecstasy, LSD, crack, oxi, chá de cogumelo, inalantes
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(cola de sapateiro, lança-perfume). O uso dessas saneamento básico (água tratada e rede de esgoto),
substâncias ocorre em escala crescente em todos
os grupos socioeconômicos, principalmente entre os domésticos, entre outros.
adolescentes. Não deixar de questionar sobre tipo de
CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS
droga, quantidade habitualmente ingerida, frequência,
duração do vício e abstinência. Os primeiros elementos estão contidos na própria
A investigação clínica de um paciente que usa drogas
decorrer da anamnese. Se houver necessidade de
ilícitas não é fácil. Há necessidade de tato e
mais informações, indagar-se-á sobre rendimento
perspicácia, e o médico deve integrar informações
mensal, situação profissional, se há dependência
provenientes de todas as fontes disponíveis,
econômica de parentes ou instituição.
principalmente de familiares.
Todo médico precisa conhecer as possibilidades
econômicas de seu paciente, principalmente sua
capacidade financeira para comprar medicamentos. É
obrigação do médico compatibilizar sua prescrição aos
rendimentos do paciente.

CONDIÇÕES CULTURAIS

É importante destacar que as condições culturais não


se restringem ao grau de escolaridade, mas abrangem
a religiosidade, as tradições, as crenças, os mitos, a
medicina popular, os comportamentos e hábitos
alimentares. Tais condições culturais devem ser
CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS respeitadas em seu contexto. Quanto à escolaridade,
é importante saber se o paciente é analfabeto ou
As condições socioeconômicas e culturais avaliam a
alfabetizado. Vale ressaltar se o paciente completou
situação financeira, vínculos afetivos familiares,
o ensino fundamental, o ensino médio ou se tem nível
filiação religiosa e crenças espirituais do paciente,
superior (graduação e pós graduação). Tais
bem como condições de moradia e grau de
informações são fundamentais na compreensão do
escolaridade.
processo saúde-doença.
Este item está desdobrado em:
VIDA CONJULGAL E RELACIONAMENTO FAMILIAR
 Habitação
Investiga-se o relacionamento entre pais e filhos,
 Condições socioeconômicas entre irmãos e entre cônjuges.
 Condições culturais
 Vida conjugal e relacionamento familiar Anamnese SOAP
HABITAÇÃO

A habitação não pode ser vista como fato isolado, S - SUBJETIVO


porquanto ela está inserida em um meio ecológico do O - OBJETIVO
qual faz parte. Neste item, é importante questionar
sobre as condições de moradia: se mora em casa ou A - AVALIAÇÃO

P - PLANO
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 Planos de Seguimento: nos quais se expõem
as estratégias de seguimento longitudinal e
SUBJETIVO
continuado da pessoa e do problema em
Anotam-se as informações recolhidas na entrevista questão.
clínica sobre o motivo da consulta ou o problema de  Planos de Educação em Saúde: nos quais se
saúde em questão. registram brevemente as informações e
orientações apresentadas e negociadas com
Inclui as impressões subjetivas do profissional de
a pessoa, em relação ao problema em
saúde e as expressadas pela pessoa que está sendo
questão.
cuidada.
EXEMPLO SOAP

S SUBJETIVO (MOTIVO DA CONSULTA):


OBJETIVO
Pessoa vem para controle do diabetes, o qual trata desde
Anotam-se os dados positivos (e negativos que se os cinco anos de idade, sem controle adequado da glicemia.
configurarem importantes) do exame físico e dos Impressão do profissional
exames complementares, incluindo os laboratoriais Expressões da pessoa icar a insulina
disponíveis.

O OBJETIVO:
ANÁLISE IMC = 29 (Índice de Massa Corporal); Pressão Arterial
140/90; Exame da pele; Maceração interdigital nos pés
Após a coleta e o registro organizado dos dados e
informações subjetivas (S) e objetivas (O), o A AVALIAÇÃO:
profissional de saúde faz uma avaliação (A) mais
precisa em relação ao problema, queixa ou Diabetes insulinodependente, sobrepeso, medida de pressão
necessidade de saúde, definindo-o e denominando-o. arterial elevada, micose interdigital.

P PLANO:

PLANO Diagnóstico: glicemia de jejum, creatinina, microalbuminúria,


Hb glicada, colesterol total, HDL, LDL, triglicérides.
A parte final da nota de evolução SOAP é o plano (P)
Terapêutico: diabetes e sobrepeso (reeducação
de cuidados ou condutas que serão tomados em
alimentar); sedentarismo (caminhadas diárias); micose
relação ao problema ou necessidade avaliada.
(lavagem e secagem diária dos pés de forma adequada;
Podem existir quatro tipos principais de planos: antimicótico local).

 Planos Diagnósticos: nos quais se planejam as Seguimento: diabetes: monitoramento ambulatorial da


provas diagnósticas necessárias para glicemia às 8, 12, 16 e 20 horas por uma semana; sobrepeso:
elucidação do problema. monitoramento semanal do peso; pressão arterial elevada:
 Planos Terapêuticos: nos quais se registram curva pressórica em dias e horários diferentes por três
as indicações terapêuticas planejadas para a semanas.
resolução ou manejo do problema da pessoa:
Educação em Saúde: conversado sobre o diabetes e suas
medicamentos, dietas, mudanças de hábitos,
complicações, sobre o risco da micose nos pés para as
entre outras
pessoas diabéticas e sobre a importância da aplicação da
insulina e do controle da dieta.
Victoria Brito- FESAR P1- HAM 1
 Meio de comunicação entre os profissionais
Prontuário médico da saúde.
 Ferramenta para continuidade do
atendimento.
Hipócrates (século V a.C.) todo registro médico
 Suporte para área administrativa (financeiro
deveria refletir exatamente o curso da doença e
e legais).
indicar as suas possíveis causas.
 Fonte de pesquisa científica.
Prontuário (promptuari = lugar onde se guarda aquilo  Instrumento de defesa legal do médico e da
que deve estar à mão), pois pode ser necessário a instituição.
qualquer momento.  Documento repositório do segredo médico do
paciente.
Registro em ordem cronológica.
PRONTUÁRIO COMPLETO:
DEFINIÇÃO: - Identificação do paciente.
Conjuntos de documentos padronizados e ordenados - Anamnese e exame físico.
onde devem ser registrados todos os cuidados
- Exames complementares e resultados.
profissionais prestados aos pacientes e que atesta o
atendimento médico a uma pessoa em uma instituição - Hipóteses diagnósticas e diagnóstico definitivo.
- Conduta terapêutica.

PRONTUÁRIO MÉDICO - Evolução (diária com data e hora, nos casos de


internação).
 Registro da anamnese do paciente (exame
físico, hipóteses diagnósticas, conduta). - Procedimentos realizados e identificação de quem
realizou.
 Acervo documental padronizado, organizado
e conciso. - Descrições cirúrgicas e anestésicas.
 Registro de cuidados médicos prestados.
- Prescrições médicas.
 Documentos pertinentes à assistência.
 Dados do exame clínico. - Resumo da alta.
 Ocorrências e prescrição terapêutica. - Fichas de atendimento ambulatorial ou de urgência.
 Relatórios da enfermagem, da cirurgia e da
- Registro dos consentidos esclarecidos.
anestesia.
 Ficha do registro de resultado de exames
complementares.
O PRONTUÁRIO MÉDICO PERTENCE AO PACIENTE
FINALIDADE DO DOSSIÊ
 Observar a evolução da doença.
 Fins estatísticos. PRONTUÁRIO FÍSICO:
 Defesa profissional. Elegibilidade da letra e identificação dos profissionais
(assinatura e número do conselho regional de cada
profissional que realizou a anotação).
OBJETIVOS DO PRONTUÁRIO MÉDICO:
 Instrumento de apoio à assistência prestada É de responsabilidade do médico assistente, da chefia
ao paciente. da equipe e da chefia da clínica e da direção técnica
 Documento de valor probatório ao ato médico. preencher, armazenar e manusear os prontuários.
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PRONTUÁRIO ELETRÔNICO: Foi apenas no século XIX que a realização de
Convênio entre CFM e a Sociedade Brasileira de procedimentos cirúrgicos nos ambientes foi indicada,
Informática em Saúde (SBIS) Manual de Certificação pois passou constatou-se que a presença de
para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde (S- infecções era maior nos ambientes hospitalares.
RES).
 O estudo de Semmelweis:
Existem 2 níveis de garantia de segurança do
prontuário eletrônico: Em 1846, o médico húngaro Semmelweis comprovou
a relação da febre puerperal com os cuidados
 NGS1: médicos e propôs que todos os profissionais lavassem
Não tem os certificados digitais ICP Brasil para a as mãos com solução clorada após a autópsia e antes
assinatura digital das informações clínicas, sem do exame de novos pacientes.
amparo para eliminação de papel e com necessidade
 A enfermagem e a prevenção de infecções:
de impressão e aposição manuscrita da assinatura.
 NGS2: Precursora da enfermagem moderna e marcou a
história das lavagens das mãos.
Possuem os certificados digitais ICP Brasil que
dispensa o papel, pois permite a assinatura com  O início da era microbiana:
Certificação Digital.
No fim do século XVIII, Leeuwenhoek descobriu as
Vantagens do prontuário médico: respeito pelo sigilo bactérias, fungos e protozoários. Estes foram
médico (acesso limitado senhas e certificados), associados à fermentação e à putrefação.
recuperação de dados (cópias de segurança), fácil
acesso, disponibilidade, legibilidade, agilidade no  Lister e a antissepsia:
atendimento, facilidade para pesquisas, segurança e
economia de espaço físico. O cirurgião inglês Lister pesquisou um modo de manter
as incisões cirúrgicas livres da contaminação por

Lavagem das mãos microrganismos.

 Publicações sobre a higienização das mãos:

A higienização das mãos é uma medida primária e Entre 1975 e 1985, foram publicados guias acerca de
simples, de baixo custo e baixa complexidade práticas de lavagem das mãos em hospitais pelos
importante para a prevenção e controle de infecções Centros de Controle e Prevenção de Doenças.
relacionadas à assistência da saúde, inclusive aquelas
No período de 1988 e 1995, guias para lavagem e
decorrentes da transmissão cruzada de
antissepsia das mãos foram publicados pela
microrganismos multirresistentes.
Associação de Profissionais em Controle de Infecções
PERPESCTIVA HISTÓRICA: e Epidemiologia (padronização de regras e técnicas).

 Os primeiros conhecimentos: No Brasil, em 1989, o Ministério da Saúde publicou o


manual Lavar as mãos: informações para os
Desde 1846, a higienização apropriada das mãos é profissionais de saúde , com o objetivo de orientar os
considerada a medida mais importante para reduzir a profissionais quanto às normas e aos procedimentos
transmissão de infecções nos serviços de saúde. para lavar as mãos, visando a prevenção e o controle
A história das infecções hospitalares acompanha a de infecções.
criação dos primeiros hospitais, em 325 d.C. Em 2002, o Código de Defesa do Consumidor, publicou
o Guia para higiene de mãos em serviços de
assistência à saúde .
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A OMS, por meio da Aliança Mundial para a Segurança EQUIPAMNTOS E INSUMOS NECESSÁRIOS PARA A
do Paciente, tem dedicado esforços no sentido de HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS:
elaborar diretrizes e estratégias para a implantação
de medidas visando a adesão dos profissionais de  Equipamentos:
saúde às práticas de higienização das mãos. - Lavatório, pia de lavagem e lavabo cirúrgico.

ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS DA PELE: - Dispensadores de sabonete e antissépticos.


 Microbiota transitória: - Porta papel toalha.
São organismos que sobrevivem na superfície da pele, - Lixeira para descarte do papel toalha.
atrelados à sujeira ou oleosidades da pele. Este tipo de
micro-organismo apresenta alta capacidade de gerar  Insumos e suprimentos:
patologias quando o organismo do indivíduo s encontra - Água (de boa procedência).
debilitado. Ela pode ser eliminada com a lavagem
correta das mãos. - Papel toalha.

 Microbiota residente: USO DOS PRODUTOS:

É aquela que vive e se multiplica no organismo. Estes  Uso de água e sabonete:


micro-organismos, apesar de terem certa virulência,
- Quando estiverem visivelmente sujas ou
não produzem doenças, sendo bastante úteis ao
contaminadas com sangue e outros fluidos corporais.
estimularem o sistema imunológico.
- Ao iniciar e terminar o turno de trabalho.
PRODUTOS UTILIZADOS NA HIGIENIZAÇÃO DAS
MÃOS: - Antes e após ir ao banheiro.

Para prevenir a transmissão de micro-organismos - Antes e depois das refeições.


pelas mãos, 3 elementos são essenciais para essa
- Antes de preparar alimentos.
prática:
- Antes de preparar e manipular medicamentos
 Agente tópico com eficácia antimicrobiana.
 Procedimento adequado ao utilizá-lo (técnica - Antes e após contato com pacientes.
e tempo preconizado).
 Adesão regular no seu uso (momentos - Após várias aplicações consecutivas de produto
indicados). alcoólico.

Produtos: - Nas situações indicadas para uso de preparações


alcoólicas.
 Sabonete comum (sem associação de
antisséptico)  Uso de preparações alcoólicas:
 Agentes antissépticos: - Antes de ter contato com o paciente.
- Álcool - Após ter contato com o paciente.
- Clorexidina - Antes de realizar procedimentos assistenciais e
- Iodóforos PVPI (Polivinilpirrolidona iodo) manipular dispositivos invasivos.

- Triclosan - Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos


invasivos que não requeiram preparo cirúrgico.
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- Após risco de exposição a fluidos corporais. Enxaguar as mãos em toalhas ou compressas
estéreis, com movimentos compressivos, iniciando
- Ao mudar de um sítio corporal contaminado para
pelas mãos e seguindo pelos antebraços e cotovelos,
outro, limpo, durante o cuidado com o paciente.
atentando para utilizar diferente dobras da toalha
- Após ter contato com objetos inanimados e para regiões distintas.
superfícies imediatamente próximas ao paciente.
USO DE LUVAS:
- Antes e após a remoção de luvas.
- Utilizá-las para proteção individual, nos casos de
TÉCNICAS: contato com sangue e líquidos corporais, e contato
com mucosas e pele não íntegra de todo paciente.
 Higienização simples:
- Utilizá-las para reduzir a possibilidade dos micro-
Possui a finalidade de remover os micro-organismos organismos das mãos do profissional contaminarem o
que colonizam as camadas superficiais da pele, assim campo operatório (luvas cirúrgicas).
como o suor, a oleosidade e as células mortas,
retirando a sujidade propícia à permanência e à - Utilizá-las para reduzir a possibilidade de transmissão
proliferação de micro-organismos. de micro-organismos de um paciente para outro nas
situações de precaução de contato.
Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.
- Trocar de luvas sempre que entrar em contato
 Antissepsia cirúrgica ou preparo pré- com outro paciente.
cirúrgico:
- Trocar de luvas durante o contato com o paciente
Duração do procedimento: 3 a 5 minutos para a se for mudar de sítio corporal contaminado para
primeira cirurgia e 2 a 3 minutos para as cirurgias outro, limpo, ou quando estas estiverem danificadas.
subsequentes.
- Nunca tocar desnecessariamente superfícies e
Procedimento: materiais (telefones, maçanetas, portas) quando
Abrir a torneira e molhar as mãos, os antebraços e estiver com luvas.
os cotovelos.
Não lavar ou usar novamente o mesmo par de luvas.
Recolher, com as mãos em concha, o antisséptico e
espalhar nas mãos, antebraços e cotovelos. No caso O uso de luvas não substitui a higienização das mãos.
de escova impregnada com antisséptico, pressionar a Retirada da luva:
parte impregnada da esponja contra a pele e espalhar
por todas as partes das mãos, antebraços e - Retirar as luvas, puxando a primeira pelo lado
cotovelos. externo do punho com os dedos da mão oposta.

Limpar sob as unhas com as cerdas da escova. - Segurar a luva removida com a mão enluvada.

Friccionar as mãos, observando os espaços - Tocar a parte interna do punho da mão enluvada
interdigitais e os antebraços, por no mínimo 3 a 5 com o dedo indicador oposto (sem luvas) e retirar a
minutos, mantendo as mãos acima dos cotovelos. outra luva.

Enxaguar as mãos em água corrente, no sentido das - Descartar as luvas em lixeira apropriada.
mãos para os cotovelos, retirando todo o resíduo do
produto. Fechar a torneira com o cotovelo, joelho ou
pés, se a torneira não possuir fotossensor.
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 Indicações de uso de luvas estéreis: 6. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com
a palma da mão oposta, segurando os dedos,
- Qualquer procedimento cirúrgico.
com movimentos de vai-e-vem e vice-versa.
- Parto vaginal. 7. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da
palma da mão esquerda, utilizando-se
- Procedimentos invasivos. movimento circular e vice-versa.
- Realização de acessos e procedimentos vasculares 8. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão
(vias centrais). esquerda contra a palma da mão direita,
fechada em concha, fazendo movimento
- Quaisquer procedimentos nos quais seja necessária circular e vice-versa.
a manutenção da técnica asséptica. 9. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da
palma da mão direita, utilizando movimento
circular e vice-versa.
ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A HIGIENIZAÇÃO DAS 10. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos dos
MÃOS: dedos para os punhos.
11. Evitar contato direto das mãos ensaboadas
- Manter as unhas naturais, limpas e curtas.
com a torneira.
- Não usar unhas postiças quando entrar em contato 12. Enxugar as mãos com papel toalha.
direto com o paciente. 13. Fechar a torneira acionando o pedal, com o
cotovelo ou utilizar o papel toalha. Nunca usar
- Evitar o uso de esmaltes nas unhas. as mãos.
- Evitar usar anéis, pulseiras, relógios e outros
adornos quando assistir o paciente.

- Aplicar creme hidratante nas mãos (uso individual),


diariamente, para evitar o ressecamento da pele.

TÉCNICA PARA A LAVAGEM DAS MÃOS:


1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando
encostar-se na pia.
2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente
de sabão líquido para cobrir todas as
superfícies das mãos (seguir quantidade
recomendada pelo fabricante).
3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-
as entre si.
4. Esfregar a palma da mão direita contra o
dorso da mão esquerda entrelaçando os
dedos e vice-versa.
5. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços
interdigitais.
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