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TERAPIA NUTRICIONAL NAS PATOLOGIAS PULMONARES Prof.

José Aroldo Filho


goncalvesfilho@nutmed.com.br

RELAÇÕES ENTRE NUTRIÇÃO E SISTEMA abdominal e diafragma). Os nervos, sangue e linfa suprem
PULMONAR E IMPACTO DA DESNUTRIÇÃO todos os tecidos.

A troca gasosa é a principal função deste sistema, que


A nutrição adequada promove o desenvolvimento
permite ao corpo obter oxigênio necessário para
adequado do sistema pulmonar. As estruturas respiratórias
desenvolver as demandas metabólicas e remover o dióxido
incluem: nariz, faringe, laringe, traquéia, brônquios,
de carbono produzido por estes processos.
bronquíolos, ductos alveolares e alvéolos. As estruturas de
apoio incluem o esqueleto e os músculos (intercostal,

Fig. 1: Aparelho respiratório e troca gasosa

Os pulmões agem na filtração, aquecimento e Deficiências específicas, como:


umidificação do ar inspirado, sintetizam surfactantes,  Proteínas e ferro = acarretam diminuição de
regulam o equilíbrio ácido – base, sintetizam ácido hemoglobina e diminuição na capacidade de
araquidônico e convertem angiotensina I em II. transportar O2;
 Cálcio, magnésio, fósforo e potássio –
A desnutrição afeta diretamente o sistema pulmonar, comprometem a função dos músculos respiratórios
ocasionando: a nível celular;
 Diminuição do tecido conectivo pulmonar, peso dos  Proteínas – diminui a pressão oncótica e leva a
pulmões e produção de surfactante; formação do edema;
 Atrofia e catabolismo dos músculos acessórios;  Surfactante (composto sintetizado a partir de
 Atrofia do diafragma proporcional a perda de peso; proteínas e fosfolipídeos) – contribui para o colapso
 Compromete a troca gasosa e a força dos dos alvéolos.
músculos respiratórios;
 Aumenta a susceptibilidade a infecções (diminuição
da resposta imune);
Assim como a desnutrição afeta o sistema respiratório fadiga, produção anormal de escarro, vômito, taquipnéia,
levando ao declínio da função pulmonar, a doença pulmonar hemoptise, dor torácica, anemia, depressão, paladar
também afeta o estado nutricional (KRAUSE): alterado, pois interferem diretamente na ingestão alimentar
e estado nutricional (KRAUSE).

ASPIRAÇÃO (KRAUSE)

A aspiração pulmonar consiste no movimento de


alimento ou líquido para dentro dos pulmões, podendo
resultar em pneumonia ou até na morte. Os que possuem
maior risco são: lactentes, lactentes que engatinham, idosos
e pessoas com anormalidades orais, gastrointestinais
superiores, neurológicas e musculares.

Além dos líquidos, os alimentos que são mais facilmente


aspirados são os que possuem forma arredondada, como:
nozes, pipoca, pedaços de cachorro-quente e alimentos mal
mastigados, como carnes ou vegetais crus. Além, de
atenção especial para os que recebem dieta enteral.

Fig. 2: Doença pulmonar e estado nutricional ASMA (KRAUSE)

Uma condição de hipersensibilidade das vias aéreas


ATENÇÃO: CHEMIN & MURA decorrentes de causas alérgicas e não alérgicas, geradas
por resposta imunológica. É um distúrbio reversível, porém o
Pacientes com doenças respiratórias  risco para tratamento inadequado pode acarretar risco de vida (estado
desnutrição: aumento das necessidades energéticas + asmático). A fisiopatologia é obscura!
inapetência decorrente das complicações da doença e
do tratamento clínico e medicamentoso. O sinal comum é a respiração persistente que pode
ocasionar malformação oral. E a resultante mordida aberta
As causas de desnutrição envolvem múltiplos fatores: acarretar dificuldades no ato de morder.
Anorexia;
Dificuldades mecânicas; Terapia Nutricional
Distúrbios metabólicos;
Má absorção; Vários nutrientes vêm sendo estudados para avaliar sua
participação na etiologia ou tratamento da asma, como:
Hospitalização;
 Ácidos graxos ômega 3 e 6- Papel na diminuição
Fatores socioeconômicos.
da produção de leucotrienos broncoconstritivos;
 Antioxidantes - Papel na proteção de tecidos das
Consequências da desnutrição:
vias aéreas do estresse oxidativo;
Enfraquecimento generalizado;  Magnésio – Relaxante muscular e agente
Redução da recuperação; antiinflamatório;
Piora do quadro clínico;  Metilxantinas (como a cafeína) – Broncodilatador.
Disfunções muscular, respiratória e
termorreguladora; Tratamento farmacológico:
Diminuição da resposta imune e da resistência às  Broncodilatadores
infecções;  Antiinflamatórios
Retardo da cicatrização de feridas.
Efeitos colaterais:
Além dos fatores citados acima, a dificuldade na
preparação dos alimentos devido à fadiga, falta de recursos Boca e garganta seca Tremores nas mãos
financeiros e metabolismo alterado contribuem para o Náuseas e vômitos Cefaléia
declínio do estado nutricional. Aumento da glicose Tontura
Retenção de sódio Tosse crônica
Segundo KRAUSE, as doenças pulmonares podem ser Hipocalcemia Refluxo gastroesofágico
classificadas em:
 Primárias: Tuberculose, asma brônquica e câncer DISPLASIA BRONCOPULMONAR (DBP) – KRAUSE
de pulmão.
 Secundárias: Associadas à doença cardiovascular,
É uma condição pulmonar crônica da lactância em
obesidade, AIDS, doença falciforme e escoliose.
recém-nascidos cujos pulmões parecem incapazes de
responder a situações adversas, ocorre com mais
E ainda em condições:
freqüência em bebês prematuros e de baixo peso ao
 Agudas: aspiração de líquidos de dieta enteral,
nascimento, após síndrome de angústia respiratória
obstrução de vias aéreas decorrente de alimentos
(amendoins) e anafilaxia pelo consumo de (condição que afeta recém nascidos e lactentes,
caracterizada por dispnéia e cianose), e tratamento com
mariscos.
oxigênio. A DBP é caracterizada por metaplasia bronquiolar
 Crônicas: Fibrose cística e enfisema.
e fibrose intersticial.
Entre os sinais e sintomas presentes na doença
Fatores de risco: incapacidade dos pulmões imaturos de
pulmonar, os nutricionalmente relevantes são: tosse,
sintetizar surfactante, aspiração do mecônio, fístula
saciedade precoce, anorexia, perda de peso, dispnéia,
traqueoesofágica e infecções.
Sinais e sintomas: O excesso de CH pode aumentar o QR e o débito de
 Hipercapnia. CO2;
 Taquipnéia Para manter o equilíbrio hídrico pode ser necessário:
 Dispnéia restrição de líquidos, restrição de sódio e uso de diuréticos;
 Infecções respiratórias recorrentes Na restrição hídrica – Oferecer lipídeos parenterais ou
 Cor pulmonale alimentação com alta densidade – Garantir o VET.
 Radiografia dos pulmões característica da doença.
Vitaminas e Minerais:
Fisiopatologia – Não é bem conhecida  Suprimento adequado de todas as vitaminas e minerais;
 Vitamina K – Essencial para desenvolvimento ósseo e
Terapia Nutricional deve ser monitorada, pp quando a flora colônica é
insuficiente para sua síntese;
É necessária uma avaliação nutricional cuidadosa,  Suprimento adequado das vitaminas A, C, E e inositol,
devido a sua fragilidade. A avaliação do crescimento é AG livres e selênio – antioxidantes e mantém integridade da
importante, já que o tamanho do pulmão é dependente da membrana celular- Estão implicados na prevenção ou
estatura, porém esses bebês crescem com mais lentidão, tratamento da DBP;
devido:  Vit. A – manutenção e desenvolvimento adequados das
 Aumento das necessidades energéticas; células epiteliais do trato respiratório; diminui a permanência
 Ingestão dietética inadequada; na UTI neonatal
 Refluxo gastroesofágico;  Medicamentos utilizados como: diuréticos,
 Privação emocional; broncodilatadores, antibióticos, antiarrítimicos e costicóides
 Hipóxia crônica. – Depleção de cloreto, potássio e cálcio;
 Def de cloreto (acidose) ou potássio - fraqueza muscular
Os componentes da avaliação nutricional deve incluir: e crescimento prejudicado.
 Os lactentes com DBP estão em risco de osteopenia,
1- Histórico: Peso ao nascimento, idade gestacional, devido: ingestão limitada de nutrientes, reservas
história clínica, história nutricional e padrão de inadequadas de cálcio e fósforo, acidose respiratória, uso de
crescimento. medicações e inatividade física.
2- Clínico: Estado respiratório, saturação de oxigênio, uso
de medicações, êmese, padrão das fezes, débito de Estratégias Alimentares:
urina. Para atender as necessidades pode ser preciso:
3- Nutricional:  Fórmulas de alta densidade calórica (>24kcal/30ml
 Peso, Estatura - segundo a KRAUSE 2010, 24kcal/28,35g) -
 Perímetro cefálico monitoração da ingestão de líquidos e débito
 Hemoglobina e hematócrito urinário
 Eletrólitos séricos  Alimentação pequena e freqüente;
 Testes bioquímicos.  Uso de bico macio;
4- História alimentar: Volume da ingestão, freqüência  Uso de sonda nasogástrica ou gastrostomia.
das alimentações, comportamento nas refeições,
composição das fórmulas. No caso de refluxo gastroesofágico a doença pulmonar
5- Ambiental: Relacionamento entre pais e filhos, pode piorar devido à aspiração. O tratamento inclui:
facilidades domésticas e recursos domésticos e  Alimentação espessa (1/2 a 1 colher de cereais
econômicos. para cada 30ml da fórmula);
 Inclinação elevada;
Objetivo da terapia nutricional: Suprimento de ingestões  Antiácidos ou bloqueadores H2;
adequadas de nutrientes, promoção do crescimento linear,  Casos graves – fundoplicatura.
manutenção do equilíbrio hídrico e desenvolvimento de
habilidades alimentares apropriadas à idade. Abordagens úteis para facilitar a aceitação da alimentação:
 Ambiente calmo e agradável;
Energia:  Estimulação oral durante as alimentações por
 Aumento de 25 a 50% do gasto de energia em repouso; sonda;
 Bebês com DBP com crescimento prejudicado –  Introdução gradual das mudanças de textura e
Aumento de 50% das necessidades energéticas dos que sabor.
crescem bem.
 Fase aguda (temperatura controlada, TNP, inativos, DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
crescimento lento) – 50 a 85kcal/kg/dia (DPOC):
 Fase convalescente (crescimento rápido, alimentação via
oral e usam sua energia para controlar a temperatura) - 120- É um processo caracterizado pela presença de
130kcal/kg/dia. (ATENÇÃO) enfisema (Tipo I), bronquite crônica (Tipo II), ou ambos,
levando ao desenvolvimento progressivo de obstrução de
Macronutrientes: vias aéreas.
A ingestão de proteína deve estar dentro da faixa ENFISEMA – Caracterizado pelo aumento anormal,
recomendada para lactentes de idade pós concepcional permanente dos alvéolos, acompanhado de destruição de
comparada; suas paredes sem fibrose evidente.
Proteínas – Oferecer 7% ou mais das calorias totais;
Adição de gorduras ou carboidratos às fórmulas –
Somente após a fórmula ter sido concentrada em Geralmente pacientes magros (caquéticos), mais
24kcal/30ml (segundo a KRAUSE 2010, 24kcal/28,35g); Os velhos, hipoxemia leve e desenvolvimento do cor
lipídeos fornecem AGE e ajudam atingir as necessidades pulmonale na fase tardia da doença
quando a tolerância a líquidos e carboidratos (CH) é
limitada;
BRONQUITE CRÔNICA – Tosse produtiva, crônica, com - perda de peso ≥5% (livre de edema) em 12 meses ou
inflamação de 1 ou mais brônquios e alterações secundárias menos ou IMC <20 com presença de pelo menos três
no tecido pulmonar. fatores:
diminuição da força muscular;
Geralmente pacientes com peso normal ou excesso fadiga;
de peso, hipoxemia proeminente e o desenvolvimento IMM diminuído;
do cor pulmonale ocorre precocemente. Alterações de marcadores inflamatórios (IL-6 >4pg/mL;
PTN C-reativa >5mg/L; Hb <12g/dL; Albumina <3,2g/dl).

Cor pulmonale – condição caracterizada pelo aumento do A Cuppari (2014) adiciona ainda anorexia (consumo
ventrículo direito e insuficiência que surge devido ao inferior a 20kcal/kg/dia)
aumento da pressão das artérias pulmonares.
Conduta Nutricional - Objetivos:
Fator causal mais importante – Fumo do tabaco.  Facilitar o bem estar nutricional;
 Manter boa relação entre massa magra e gordura;
Terapia nutricional  Corrigir desequilíbrio hídrico;
 Controlar interações droga x nutrientes
De acordo com KRAUSE, a depleção nutricional pode  Impedir a osteoporose
ser evidenciada pelo baixo peso corporal para altura e
medidas de dobra triciptal reduzidas. ATENÇÃO – CHEMIN & MURA
A desnutrição é um indicador de mau prognóstico e Recomendação clássica: dieta hiperlipídica, hipoglicídica e
parece relacionar-se com as complicações pulmonares: nomoprotéica. O alto teor de gordura e baixo em carboidrato
grau de obstrução, capacidade de difusão do gás, retenção tem por objetivo minimizar a produção de CO2 e também pode
de CO2, força respiratória e dos músculos respiratórios e ser útil naqueles com desenvolvimento de hiperglicemia
inflamação respiratória ou mediadores bioquímicos como induzida pelo estresse.
hormônios e citocinas.
CALORIAS
As causas da perda de peso são (KRAUSE): É difícil atingir as necessidades de energia, entretanto a
• Aumento das necessidades – hipermetabolismo manutenção do equilíbrio energético é essencial para
• Diminuição do consumo alimentar; preservar as proteínas viscerais e somáticas (KRAUSE).
• Flatulência, saciedade precoce, dificuldade de mastigação Foram observadas necessidades calóricas que variam de 94
e deglutição (dispnéia), anorexia; a 146% do previsto.
• Tosse, secreção, dispnéia, fadiga.
• Aumento do TNF-a - Liberação de citocinas IL-1, IL-2 –  CHEMIN & MURA (2011)  não estabelece valores,
Aumento do gasto energético. podendo-se utilizar a calorimetria indireta ou a equação de
Harris&Benedict, com distribuição normal dos
A perda de peso nesses pacientes é multifatorial como macronutrientes, sem a necessidade de aumentar o teor de
acabamos de ver, para entendermos melhor o mecanismo lipídios, comparativamente com o de carboidratos.
de perda de peso, observe o esquema abaixo:
 CUPPARI (2014)  Usar IMC médio 22kg/m2. Uma
Avaliação de pacientes com DPOC equação de estimativa do GEB foi validada para pacientes
com DPOC, onde:
A calorimetria indireta também é útil na avaliação GEB (kcal/dia) = 443,3 + [18,15 x MCM (kg)]
nutricional. Os pacientes com cor pulmonale apresentam
retenção hídrica, mascarando peso e massa magra e a
hemodiluição mascarando os indicadores bioquímicos. ATENÇÃO – CHEMIN & MURA
Cuidado com hipercapnia, pois ocasiona cefaléia matinal e
confusão prejudicando a preparação e ingestão alimentar. No caso de pacientes desnutridos, deve-se aumentar a
densidade energética de 500 a 1000 kcal/dia para auxiliar o
CHEMIN (2011)  estratificação pelo IMC e composição ganho de peso. Em caso de obesos, diminuir 500 kcal/dia em
corporal de pacientes com DPOC – IMC – índice de Massa relação ao gasto energético.
Corporal; IMM – Índice de Massa Magra; H – sexo
masculino; M – sexo feminino: A ingestão de cloreto de sódio deve ser limitada, pois o
excesso pode contribuir para retenção hídrica e interferir na
respiração.
Categoria 1: Caquexia – IMC<21 e IMM <16 (H) ou <15 (M)
Categoria 2: Semi-inanição – IMC<21 e IMM ≥16 (H) ou ≥15 Em relação ao suporte nutricional, segundo Chemin & Mura,
(M) têm sido incluídas no suporte ácidos graxos ômega 3 e 6,
Categoria 3: Atrofia muscular – IMC≥21 e IMM <16 (H) ou glutamina, arginina e L-carnitina visando melhora da função
<15 (M) imune, sendo que:
Categoria 4: Eutrofia – IMC≥21 e IMM ≥16 (H) ou ≥15 (M). Uso de L-carnitina é necessária para a metabolização de
ácidos graxos de cadeia longa;
Pode-se substituir parte dos ácidos graxos de cadeia longa
Cuppari (2014)  observe que o ponto de corte desses por TCM, que não necessitam de carnitina para
pacientes é diferenciado, sendo considerada depleção oxidação;
quando o IMC<21kg/m2. Atentar-se para o balanceamento de W3 e W6.
MACRONUTRIENTES

CHEMIN (2011) / CUPPARI (2014)  Critérios para o


diagnóstico de caquexia em adultos:
Entretanto, a terapia prolongada com andrógenos pode
aumentar os riscos de eventos cardiovasculares em virtude
da diminuição do HDL-colesterol.
Nutrientes Necessidades
CHO - 50 a 60% VET – CHEMIN & MURA / MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS NA DPOC – CHEMIN &
CUPPARI (2014) MURA
- 40 a 55% VET – importante para preservar o
QR – KRAUSE Pacientes com DPOC apresentam baixa capacidade
Proteína - 1,2 a 1,7 g/kg peso seco - KRAUSE oxidativa, capacidade glicolítica normal ou aumentada e
- 15 a 20% VET – KRAUSE / CHEMIN & MURA metabolismo aláctico diminuído.
/ CUPPARI (2014)
- 1,5 g/kg / CUPPARI (2014) Os pacientes DPOC apresentam alterações no perfil de
- 1,5 – 2,0g/kg – CHEMIN & MURA (2011) – aminoácidos no plasma e nos músculos esquelético, com
mantém o catabolismo estável diminuição dos níveis plasmáticos de glutamato, glutamina e
Lipídeo - 25 – 30% VET – CHEMIN & MURA / alanina, em especial em enfisematosos com depleção
CUPPARI (2014) nutricional.
- 30 a 45% VET - KRAUSE
A depleção de alanina afeta uma série de reações
MICRONUTRIENTES metabólicas, como interferência na gliconeogênese e
fornecimento de energia para leucócitos e fibroblastos.
 Pacientes fumantes precisam de vitamina C
adicional, de acordo com estudos: FIBROSE CÍSTICA (FC) ou MUCOVISCIDOSE
- Fumante de 1 maço/dia - +16mg/ac. Ascórbico/dia
- Fumante de 2 maços/dia - +32mg/ac. Ascórbico/dia É uma doença hereditária (autossômica recessiva),
complexa, caracterizada por doença pulmonar supurativa
 Magnésio e cálcio – importantes na DPOC na crônica, insuficiência pancreática e aumento dos níveis de
contração e relaxamento muscular – Ingerir sódio e cloro no suor, que incide em crianças e adultos
quantidades adequadas (RDA, AI); jovens.

Pacientes com suporte nutricional agressivo monitorar Ocorre mutações no gene localizado no braço longo do
esse minerais, pois são co-fatores de ATP. Foi observado cromossoma 7, codifica uma proteína associada a
nesses pacientes diminuição da massa óssea – Cuidado membrana chamada regulador transmembrana de fibrose
com osteoporose – Podem ser necessárias vitaminas K e d cística que regula o transporte de íons nas membranas de
adicionais. células epiteliais, ocasionando distúrbio no transporte
eletrolítico.
 Pacientes com Cor pulmonale- Requerem restrição
de sódio e líquido. A secreção de muco anormalmente espesso afeta quase
todas as glândulas exócrinas e ductos, obstruindo-os.
Estratégias alimentares (KRAUSE): Ocorre o comprometimento do trato respiratório, glândulas
 Recomendada dieta oral modificada; sudoríparas e salivares, intestino, pâncreas, fígado e trato
 Distensão abdominal: evitar alimentos formadores de reprodutivo.
gases, comer devagar;
 Estimular exercícios adequados, líquidos e fibras As complicações pulmonares são:
mastigáveis para melhorar funcionamento intestinal;  Bronquite aguda e crônica;
 Bronquiectasia;
Para aumentar apetite e diminuir a fadiga:  Pneumonia;
 Repouso antes das refeições;  Atelectasia
 Escolher alimentos de fácil preparo;  Pneumotórax e hemopitise;
 Ingerir pequenas porções de alimentos com alta  Fases avançadas: Cor pulmonale e infecção por
densidade; Burkholdteria cepacia – mau prognóstico
 Fazer uso das medicações fora das refeições;
 Assistência na compra e preparação dos alimentos; Pâncreas – 85% dos pacientes com FC tem insuficiência
pancreática
Terapia nutricional enteral:
 Via oral ou sonda – aumentar a ingestão calórica Tampões de muco espesso
 Considerar a ansiedade do paciente, trabalho e o custo;
 Além da aspiração outras complicações da alimentação
noturna devem ser avaliadas (Sono – diminuição no
consumo de oxigênio de 15 a 25%) Quantidade de enzimas pancreáticas
NOVAS TERAPIAS ERGOGÊNICAS NO TRATAMENTO
DA DPOC – CHEMIN & MURA
Insuficiência pancreática

O uso de esteróides anabolizantes, desde que utilizados


em doses adequadas e por tempo limitado, parecem ser
os mais promissores na DPOC. O uso de creatina e L- Má digestão e absorção de nutrientes
carnitina e, em menor grau, com aminoácidos de cadeia
ramificada, aponta bons resultados.
Indivíduos de alto risco: bebês, crianças, adolescentes,
 Pode ocorrer pancreatite; mulheres grávidas e lactantes.
 Avanço da doença – Intolerância à glicose (50%) e
diabetes (7%-15%). Terapia de reposição de enzimas pancreáticas:
 Diminuição de bicarbonato – diminui atividade
 1° passo para corrigir má digestão e absorção;
enzimática;  Objetivo é controlar sintomas GI, esteatorréia e
 Diminuição da reabsorção de ácido biliar – Má absorção promover crescimento adequado;
de gordura;  São microesferas com revestimento entérico com
 Complicações: Fezes volumosas e fétidas, cólicas, dosagem de enzimas - limitadas a 2500 unidades
obstrução intestinal, prolapso retal e envolvimento hepático. de lipase/kg/refeição (controle empírico);
 Quantidade de enzimas depende:
Terapia nutricional  Grau de insuficiência pancreática e
quantidade de alimentos ingeridos;
Avaliação  Conteúdo de gordura, proteína e carboidrato
do alimento;
Pacientes com FC tem um alto risco de cursar com  Tipo de enzima usada.
desnutrição, devido à má digestão, absorção e as  A gordura fecal ou os estudos de balanço
complicações. nitrogenado podem ajudar a avaliar a adequação
da suplementação de enzima;
- Fatores que interferem na ingestão e retenção de  Bebês e crianças – abrir a cápsula e misturar com
nutrientes: alimentos macios, como: compota de maçã;
 As microesferas não devem ser misturadas com
 Dispnéia, tosse, vômitos (tosse), desconforto GI, alimentos com pH>6, como, PRODUTOS
anorexia (infecções) e possível perda do olfato e LÁCTEOS (leite, pudim, creme e sorvete) pois o
paladar e glicosúria. revestimento entérico pode se dissolver e as
enzimas expostas à acidez gástrica serão
É observado retardo do crescimento e dificuldade de inativadas (também não devem ser mastigadas ou
manter o peso nestes pacientes. A ingestão adequada pode esmagadas.
levar ao crescimento adequado, porém com a progressão
da doença tem-se uma diminuição do crescimento nas A síndrome da obstrução intestinal distal (SOID) ou
crianças e diminuição do peso em relação à altura em impactação intestinal recorrente pode ocorrer em adultos e
adultos. crianças. O tratamento ou prevenção consiste em enzimas,
líquidos, aumento de fibras, exercícios, laxativos e
Objetivos amolecedores de fezes.

 Controlar a má absorção e digestão;


 Proporcionar nutrientes adequados;
 Prevenir deficiências nutricionais;

Tabela 1: Categorias de tratamento em pacientes com FC segundo KRAUSE

ENERGIA: 4) Coeficiente de absorção de gordura (CAG):


Passo a passo para calcular as necessidades:
Os fatores a serem considerados são: sexo, idade, 1 – Determinar a TMB pela OMS
TMB, atividade física, infecção respiratória, gravidade da 2- Multiplicar a TMB por 2 fatores
doença pulmonar e da má absorção.

O cálculo das necessidades energéticas inclui: GED= TMB x (CA+CD)

1) TMB (utilizando as equações da OMS) – É necessário


idade, sexo e peso. Coeficiente de atividade (CA):
2) Coeficiente de atividade física (CA);  Acamado – 1,3
3) Coeficiente da doença pulmonar (CD):  Sedentário – 1,5
 Ativos – 1,7
OBS: Os bebês necessitam de sódio, pois o leite humano e
Coeficiente da doença (CD): alimentos para esta idade possuem baixos teores de sódio.
 Normal – VEF1≥ 80% = 0
 Moderada – VEF1 40 – 79% = 0,2
 Doença Pulmonar – VEF1< 40% = 0,3
 Doença Pulmonar muito grave– VEF1< 40% = 0,4-
0,5

3 – Avaliar o grau de esteatorréia (CAG)


 Insuficiência pancreática: Estratégias de Alimentação:
NED = GDE (0,93/CAG) Na FC tem-se aumento das necessidades, utilizar:
 Refeições regulares e agradáveis;
Se a coleta de gordura fecal não estiver disponível usar:  Porções maiores de alimentos;
NED = GDE (0,93/0,85)  Lanches extras, pp/ antes de dormir e 2 horas
antes das refeições;
 Aumento no gasto energético de até 20%;  Alimentos densidade energética – 2-3x/dia,
 Não deve diminuir a atividade e sim aumentar a suplementos alimentares;
ingestão energética.  Facilitar as preparações – alimentos de
conveniência ou pré-preparados;
 Encorajar a companhia às refeições;
MACRONUTRIENTES:  Coincidir a principal refeição com a hora de maior
gasto energético.
Nutriente Necessidades Bebês:
Carboidratos Pode mudar com o avanço da doença  Encorajar a amamentação;
Proteínas - 15 a 20% VET ou  Pode ser necessário – Fórmulas com  teor
- RDA p/ sexo, idade e altura calórico – 20 a 27kcal/30 ml + enzimas.
 Fórmulas com hidrolisados protéicos e TCM
Lipídeos - 35 a 40% (ou mais) VET
Terapia Nutricional (Quando VO não for suficiente) ou P/A
Pode ocorrer deficiência de ácidos graxos essenciais devido
<75% do ideal.
à má absorção, logo incluir alimentos fonte, como:
 TNE (sonda ou ostomia) – contínua noturna
 Óleo de canola, linhaça, soja ou milho.
 Fórmulas elementares ou não elementares +
enzimas - EFICAZ;
Pode ocorrer também intolerância à lactose, neste caso
alterar a ingestão de carboidratos.
Benefícios da terapia:
 Melhora do ganho de peso;
ATENÇÃO - CHEMIN & MURA  Perda da função pulmonar mais lenta;
 Diminui as infecções respiratórias;
Recomenda-se uma dieta:  Bem estar.
 40% de lipídios;
Adequada em energia (aumentar a oferta O uso da nutrição parenteral só em curtos prazos e quando
energética em cerca de 20-50), proteínas (10 – não se pode utilizar o TGI.
15% ou 2 – 3g/kg para adultos), carboidratos
(45 – 50%), vitaminas e minerais; Fazer avaliação nutricional (peso altura, perímetro
Suplementar vitaminas lipossolúveis. cefálico, dobras cutâneas e circunferência do braço) e
solicitar testes de laboratório, exame físico e avaliação da
consistência das fezes, sinais e sintomas abdominais
Vitaminas e Minerais associados e terapia de reposição enzimática
- Vitaminas hidrossolúveis – Adequadamente absorvidas; Fazer um recordatório alimentar no mínimo anual (mais
- Vitaminas lipossolúveis - mesmo com reposição enzimática frequente na condição de perda de peso ou ganho
são absorvidas inadequadamente, observando: inadequado)
  Vit. A – deficiência de mobilização e transporte; Conduzir a terapia nutricional de forma individualizada,
  Vit. D – levando a  da mineralização óssea; considereando-se idade, estado clínicodo paciente e outros
 Vit. E – associada a anemia hemolítica e achados fatores
neurológicos; Integrar a dieta com rotina da família
  Vit. K – secundária a antibióticos, dç hepática e Facilitar o processo de educação nutricional por meio de
má absorção; informações detalhadas e de fácil entendimento, para que
- Minerais – DRI de acordo com idade e sexo sejam atendidos os requerimentos nutricionais e se evite o
  reservas de ferro e magnésio; aparecimento de complicações, como diabetes
  zinco – Em casos de desnutrição moderada a Tabela 2: Recomendações gerais de tratamento na FC
grave. segundo CHEMIN & MURA

Suplementação: (KRAUSE) CÂNCER DE PULMÃO (KRAUSE)


Vit A Vit E Vit D Vit K
(UI) (UI) (UI) (mg) Em alguns países é a primeira causa de morte tanto em
0-12 meses 1500 40-50 400 0,3-0,5 homens como mulheres. A causa deste tipo de câncer tem
1-3 anos 5000 80-150 400-800 0,3-0,5 sido atribuída ao tabaco.
4-8 anos 5000- 100-200 400-800 0,3-0,5
10000 Estudos demonstraram associação entre a baixa
>8 anos 10000 200-400 400-800 0,3-0,5 ingestão de alimentos e níveis séricos de carotenóides ou
retinóides com o aumento da incidência do CA de pulmão.
Doente hipercatabólico com infecção associada a uma
Não é recomendada a suplementação de -caroteno para doença clínica importante (SARA)
prevenção deste câncer. Mas parece que a ingestão de Pacientes com falências respiratórias.
frutas e verduras é benéfica!
Para minimizar a aspiração durante a TNE algumas
medidas podem ser tomadas, como (KRAUSE):
O tratamento inclui quimioterapia, radioterapia e cirurgia.  Alimentação contínua;
Esse tipo de câncer é altamente consuptivo levando a  Sonda posicionada no duodeno;
desnutrição, além de possuir estresse adicional da fadiga  Elevação do tórax a 45°;
respiratória e diminuição da capacidade residual.  Avaliação freqüente do resíduo gástrico;
 Inflar o cuff da sonda endotraqueal.
A busca e preparação da alimentação podem se tornar
tarefas muito difíceis para estes pacientes, portanto é
CALORIAS
essencial a oferta de alimentos, bebidas e suplementos nas
formas e horários melhor tolerados. Podendo ser utilizado
As necessidades estão aumentadas, porém não devem
suplementos de alta densidade calórica.
ser ofertadas calorias em excesso e nem insuficientes e sim
adequadas, pois: Excesso de calorias – retenção hídrica,
Necessidade energética e proteica no CA pulmonar –
intolerância a glicose, esteatose hepática, diarréia, aumento
CHEMIN & MURA 2011
da produção de CO2 e aumento da TMB (pelo aumento da
Eutrofia ENERGIA: 25 – 35kcal/kg
termogênese induzida pelos alimentos).
PTN: 1 – 1,5g/kg
Reposição ENERGIA: 35 – 50kcal/kg Falta de calorias – balanço nitrogenado negativo, proteólise
PTN: 1,5 – 2,0g/kg e necessidade de ventilação mecânica.
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA (IR) As necessidades podem ser estimadas por Harris-
Benedict ou por calorimetria indireta.
A insuficiência respiratória ocorre quando a eficiência de
permuta gasosa está comprometida acarretando, um  GER x 1,2 a 1,4 (KRAUSE);
fornecimento inadequado de oxigênio aos tecidos orgânicos.  Proteínas 1,5 a 2,0g/kg de peso seco (KRAUSE).
As causas podem ser traumáticas, cirúrgicas ou médicas.  Calorias não protéicas são divididas entre lipídeos e
carboidratos.
A síndrome da angústia respiratória aguda é uma
complicação comum. Na IR por qualquer motivo a paciente ATENÇÃO – DAN WAITZBERG (2009) – TERAPIA COM
precisa de oxigênio através de cânula nasal ou ventilação AGE
mecânica.
A insuficiência pulmonar pode ser definida como
Porém, as maiores dificuldades que estes pacientes entidade clínica na qual a eficiência de permuta gasosa está
apresentam para sair da prótese ventilatória são a fraqueza comprometida, levando, por conseguinte, a um fornecimento
dos músculos respiratórios e a retenção de dióxido de insuficiente de oxigênio aos tecidos.
carbono.
A insuficiência respiratória em sua forma aguda é
O prognóstico é pior para os pacientes com doenças comumente identificada como Lesão Pulmonar Aguda (LPA)
pulmonares crônicas, enfisema, fibrose cística, idosos e ou Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA).
desnutridos.
Por definição, são caracterizadas pela presença de
Terapia nutricional infiltrados pulmonares bilaterais e por queda na relação
PaO2 (pressão parcial de oxigênio no sangue arterial) e a
Objetivos: FiO2 (concentração de oxigênio no ar inspirado).
 Atender as necessidades nutricionais básicas;
 Preservar a massa corpórea magra; LPA  PaO2/FiO2 <300
 Restaurar a massa e força dos músculos
respiratórios; SARA  PaO2/FiO2 <200
 Manter o equilíbrio hídrico;
SARA – caracterizada por edema pulmonar não-
 Melhorar a resistência à infecção; cardiogênico e por hipóxia refratária. Sua característica mais
 Facilitar a saída da ventilação mecânica marcante é a presença de uma inflamação generalizada do
(fornecendo energia sem exceder a capacidade do parênquima pulmonar   função pulmonar.
sistema respiratório de eliminar o dióxido de
carbono) Fatores que podem contribuir para SARA incluem
aspiração, contusão pulmonar, inalação de materiais
Relembrando: Hipercapnia – Aumento anormal de CO2 no tóxicos, choque, fraturas múltiplas, pneumonia, transfusões,
sangue. queimaduras, coagulação intravascular disseminada,
pancreatite e sepse.
Este controle pode ser feito de 2 maneiras:
1- Aumentando a eliminação de CO2; A resposta inflamatória é a chave do mecanismo
2- Diminuindo sua produção. fisiopatológico da LPA e da SARA. As terapias nutricionais
atuais para o tratamento da LPA e SARA envolvem a
A Terapia Nutricional é utilizada nos pacientes redução dos mediadores pró-inflamatórios responsáveis
gravemente enfermos, nos intubados e 2 grupos com IR pela injúria pulmonar, através da utilização de lipídios com
parecem enquadrar-se (DAN WAITZBERG): propriedades anti-inflamatórias.
Considerações nutricionais no tratamento da
Insuficiência Respiratória Aguda TUBERCULOSE (KRAUSE)

Considera-se o uso de dietas que modulem o Quociente É uma doença bacteriana causada por micobactérias
Respiratório (QR), isto é, que promovam menor produção de especificamente Mycobacterium tuberculosis. A tuberculose
CO2, uma vez que pacientes com LPA ou SARA possuem é encontrada em populações pobres, pessoas que vivem
hipercapnia (retenção de CO2). O QR para os CHO é de em locais fechados e cada vez mais como uma complicação
1,0, para proteínas é 0,82 e para lipídios é 0,71. Isso da AIDS.
significa que dietas ricas em CHO produzem mais CO2.
Nestas infecções são prescritas medicações múltiplas,
Devido ao fato que pacientes com SARA tem risco de principalmente os antibióticos, na TB a isoniazida é comum.
retenção de CO2, um dos objetivos seria produzir a queda  ISONIAZIDA – Como o alimento diminui sua
na produção de CO2, logo, uma dieta pobre em CHO e rica absorção ela deve ser ingerida 1h antes ou 2h
em lipídios, produziria queda do QR e traria benefícios para depois das refeições, esgota a B6, interfere no
pacientes com SARA, em especial naqueles em ventilação metabolismo da vitamina D e conseqüentemente
mecânica. A oferta endovenosa de solução de lipídios diminui a absorção de cálcio e fósforo.
também pode economizar proteínas, mas para isso têm que
ser administrados com um mínimo de 500kcal/dia na forma Conduta: Maior ingestão de vitaminas e minerais, aumento
de CHO (cerca de 125g/dia). de quilocalorias, líquidos e monitoração dos exames
laboratoriais.
A suplementação com antioxidantes deve ser avaliada
pelo fato de que níveis séricos baixos de vitamina E e APNÉIA DO SONO (CHEMIN & MURA 2011)
elevados de lipoperóxidos indicativos de dano oxidativo são
comumente encontrados em pacientes com processos É uma condição patológica caracterizada por episódios
inflamatórios agudos. O uso de W3 está associado à síntese de obstrução parcial ou total das vias áreas superiores
de mediadores anti-inflamatórios e o uso de W6-GLA durante o sono, o que resulta em dessaturação da
mostrou menor tempo na ventilação mecânica. oxiemoglobina e despertares, em associação a sintomas
diurnos dos quais o mais significativo é a hipersonolência.
Terapia nutricional com Ácidos Graxos
Este quadro danifica a função e a estrutura respiratória,
A modificação dos lipídios oferecidos através da dieta a ocasionando deterioração fisiológica e patológica,
fim de mediar a resposta inflamatória exacerbada e de criar prejudicando a qualidade de vida, incluindo déficit de
um balanço entre a produção de mediadores pró e anti- atenção, dificuldade de concentração e memória nesses
inflamatórios é uma abordagem recente. pacientes.

EPA e o ácido gama-linolênico (GLA) (enteral ou O tratamento é basicamente enfocado na perda de


parenteral)  Reduzem a severidade da cascata de reação peso do paciente, o que pode melhorar ou prevenir muitos
inflamatória de modo extremamente eficiente, promovendo dos fatores de risco impostos a esses pacientes.
vasodilatação e melhora nas trocas gasosas com diminuição
da permeabilidade da membrana alveolocapilar e do edema Conduta: Recomenda-se reduzir de 500 – 1000kcal/dia e
pulmonar. manter pelo menos 1200kcal/dia ou utilizar 20kcal/kg/dia, o
que pode levar a uma perda de peso de até 900g por
A terapia com EPA e GLA é fundamental no manejo semana.
da LPA e SARA.

Dietas formuladas com lipídios anti-inflamatórios e não


enriquecidas com arginina: Dietas moduladoras de
inflamação.

Necessidades de água – Individualizadas, baseadas no


método de administração de oxigênio e fatores ambientais
(KRAUSE).

A quantidade adequada de glicose tem o QR .=1, se a


oferta for excessiva vai ocorrer lipogênese e seu QR > 1, já
o QR da proteína é de 0,8, dos lipídeos 0,7 e da dieta mista
0,85. O QR (quociente respiratório) é a proporção entre o
volume de dióxido de carbono expirado e o volume de
oxigênio inspirado (CO2/O2).

MICRONUTRIENTES:

Efeito colateral das medicações – Perda de potássio,


cálcio e magnésio na urina.

Durante o anabolismo o balanço de minerais deve ser


monitorado de maneira antecipatória para impedir a
síndrome da realimentação
EXERCÍCIOS DE DOENÇAS PULMONARES (C) lipogênese;
(D) glicogênese.
1) (NutMed) A fibrose cística é um distúrbio complexo que
6) (Residência / HUPE-2002) A desnutrição da DPOC é do
requer grande atenção do nutricionista. Leia atentamente as
tipo marasmática e é caracterizada por:
afirmativas a seguir:
I - a terapia de reposição de enzimas pancreáticas é o
(A) elevação da resposta ventilatória;
primeiro passo para corrigir a má digestão e má absorção
(B) aumento da massa corpórea magra;
que ocorrem nesses pacientes;
(C) diminuição da reserva gordurosa subcutânea;
II – a quantidade de enzimas administradas depende do
(D) redução da taxa sérica das proteínas viscerais.
grau de insuficiência pancreática, da quantidade e qualidade
dos alimentos consumidos e do tipo de enzimas utilizadas;
7) (NutMed ) As crianças prematuras são mais sujeitas à
III – as microesferas enzimáticas não devem ser misturadas
displasia broncopulmonar, uma doença pulmonar crônica na
com alimentos que possuem pH acima de 6,0, como
infância. Neste grupo de pacientes, o crescimento linear é
produtos lácteos;
mais lento e as necessidades de energia em kcal/kg/dia,
IV – mesmo com suplementação de enzimas pancreáticas
está na faixa de:
as vitaminas lipossolúveis são geralmente absorvidas
inadequadamente.
(A) 50-85
(B) 90-110
Assinale a alternativa correta:
(C) 120-130
(A) apenas a afirmativa I está correta;
(D) 140-160
(B) apenas a afirmativa II está correta;
(C) apenas as afirmativas I e II estão corretas;
8) (Residência HUPE-2000) Pacientes com fibrose cística
(D) apenas as afirmativas III e IV estão corretas;
necessitam de cuidados especiais na tentativa de redução
(E) todas as alternativas estão corretas.
dos sintomas característicos da doença. Objetivando isso,
utilizam-se no tratamento cápsulas contendo enzimas
pancreáticas. Nas crianças, estas são abertas e seu
2) (NutMed ) Na atualidade, os estudos sobre modificações
conteúdo misturado ao alimento.
metabólicas e ventilatórias para pacientes com insuficiência
respiratória consideram que, para a obtenção de uma
A alternativa que indica um alimento próprio para esta
diminuição de produção de CO2 em torno de 20%, a dieta
utilização e a respectiva razão é:
deverá contemplar diminuição da proporção de:
(A) leite, devido ao seu odor;
(A) glicose a favor de incremento de lipídios;
(B) maçã, devido ao seu pH;
(B) lipídios a favor de incremento de glicose;
(C) pudim, devido a sua consistência;
(C) proteínas a favor de incremento de glicose;
(D) sorvete, devido a sua temperatura;
(D) lipídios a favor de incremento de proteínas;
(E) vitamina, devido a sua solubilidade.
(E) glicose a favor de incremento de proteínas.
9) (NutMed) A utilização de uma dieta com baixa
3) (NutMed) No paciente enfisematoso que apresenta
concentração de hidrato de carbono, com intuito de reduzir a
diagnóstico de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica severa,
produção de dióxido de carbono, deve ser instituída na
o cuidado nutricional deverá:
seguinte contexto clínico:
(A) Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica;
(A) o controle do quociente respiratório e a manutenção do
(B) Infecção pulmonar;
estado nutricional adequado;
(C) Edema pulmonar;
(B) a redução da produção de CO2 e o estímulo a perda
(D) Bronquite crônica;
ponderal;
(C) a redução da produção de CO2 e o aumento do
10) (Residência HUPE-2006) Juliana, 22 anos, em
consumo de carboidratos complexos;
acompanhamento nutricional a nível ambulatorial, possui
(D) o controle do quociente respiratório e a restrição do
disgnóstico de fibrose cística e faz uso regular de enzimas
consumo de lipídeos;
pancreáticas. Para esta paciente, uma das recomendações
nutricionais deverá ser:
4) (Residência / HUPE-2003) São objetivos do apoio
nutricional para pacientes com fibrose cística:
(A) suplementar vitaminas hidrossolúveis
(B) suplementar vitaminas lipossolúveis
(A) controlar a malabsorção e prevenir as deficiências
(C) restringir ingestão de lipídeos
nutricionais;
(D) restringir ingestão de sódio
(B) manter o peso ideal e minimizar as interações droga-
nutriente;
11) A Residente de Nutrição, da área de pneumologia,
(C) melhorar a resistência às infecções e facilitar a liberação
apresentará um caso clínico sobre mucoviscidose. Além da
de ventilação mecânica;
evolução clínica e dietoterápica de seu paciente ela deverá
(D) fornecer as necessidades nutricionais básicas e
apresentar a fisiopatologia da doença. Sua exposição
preservar a massa corpórea magra.
iniciará esclarecendo que a causa da mucoviscidose e suas
implicações na viscosidade das secreções mucosas são,
5) (Residência / HUPE-2002) No tratamento dietético do
respectivamente (Residência HUPE 2009):
paciente desnutrido com DPOC, a oferta excessiva de
(A) congênita /desidratação e redução
calorias sob a forma de glicídios leva a uma inadequada
(B) idiopática / hiperidratação e redução
elevação da freqüência respiratória, conseqüente a maior
(C) hereditária / desidratação e aumento
produção de CO2. Este quadro é resultante de um aumento
(D) transmissível / hiperidratação e aumento
na:
12) Na DPOC estável, a ingestão protéica deve ser de
(A) lipólise;
(FESP 2009) por kg de peso seco:
(B) glicólise;
279
(A)1,0 – 1,5 17) (FIOCRUZ 2010) Na doença pulmonar obstrutiva crônica
(B)1,0 – 2,0 estável, para manutenção ou restauração dos pulmões e a
(C)1,5 – 2,0 força muscular pulmonar, é necessária uma ingestão de
(D)2,0 – 2,5 proteínas de:
(E)0,6 – 1,0 (A) 1,2 a 1,7 gramas/Kg do peso seco.
(B) 0,8 gramas/Kg do peso seco.
13)O cálculo de necessidades energéticas (Kcal/Kg (C) 0,7 a 0,9 gramas/Kg do peso seco.
peso/dia), proposto por Deitel e cols para pacientes com (D) 0,5 a 0,7 gramas/Kg do peso seco.
insuficiência respiratória na fase catabólica é de (EAOT (E) 2,0 a 2,5 gramas/Kg do peso seco.
2002)
(A) 35 a 40.
(B) 20 a 25.
(C) 25 a 35.
(D) 40 a 45.
1-E 2–A 3-A 4–A 5–B
14) Com relação ao QR, assinale a opção INCORRETA 6–C 7–A 8–B 9 -A 10 – B
(CSM 2004): 11 – C 12 - A 13 – C 14 – C 15 – B
(A)Dietas ricas em CHO aumentam o QR. 16 - E 17 – A
(B)É a razão CO2 produzido por O2 consumido.
(C)QR = 1,0 reflete a oxidação de lipídeos.
(D)A produção de co2 é maior em hipercatabólicos que em
desnutridos.

15)O QR acima de 1,0 durante a Terapia Nutricional refere-


se a (CSM 2005):
(A)Baixa oferta de glicose.
(B)Excessiva oferta de glicose.
(C)Maior consumo de o2 em relação ao co2 produzido.
(D)Excessiva oferta de lipídeos.
(E)Excessiva oferta de proteínas.

16)A nutrição enteral está indicada em crianças com fibrose


cística quando (CSM 2006):
(A)Se encontra em risco de desequilíbrio energético.
(B)Estão em crescimento rápido.
(C)Há diminuição na velocidade de ganho de peso.
(D)Relação P/A é de 85 – 90% do peso ideal.
(E)Relação P/A é menor que 75% do peso ideal.

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