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Um tumor que surge inicialmente no cérebro é designado por tumor cerebral primário.
Nas crianças, a maioria dos tumores cerebrais são primários. Nos adultos, a maioria dos
tumores cerebrais correspondem a tumores do pulmão, da mama ou de outras regiões
que metastizaram para o cérebro. Quando tal acontece, não se trata de um tumor
cerebral, mas sim de um tumor secundário. A sua designação depende do órgão ou do
tecido de origem.
O Cérebro
O cérebro é uma massa de tecido mole e esponjoso. Encontra-se protegido pelos ossos
da caixa craniana e por três membranas muito finas designadas por meninges. O líquido
cefalorraquidiano, um fluído aquoso, protege e amortece o cérebro. Este fluído circula
pelos espaços entre as meninges e pelos espaços no interior do cérebro designados por
ventrículos.
O cérebro controla tudo o que decidimos fazer (ex.: andar e falar) e aquilo que o nosso
corpo faz sem termos de pensar (ex.: respirar). O cérebro é ainda responsável pelos
nossos sentidos (visão, audição, tacto, paladar e olfacto) e pela memória, emoções e
personalidade.
As três principais estruturas do cérebro controlam diversas actividades:
Os tumores cerebrais são classificados de acordo com uma escala em graus: de baixo
grau (grau I) a alto grau (grau IV). O grau do tumor está relacionado com o aspecto das
células sob observação microscópica. As células de tumores de alto grau têm um
aspecto mais anómalo e tendem a crescer mais depressa do que as células de tumores de
baixo grau.
Os tumores com origem no tecido cerebral são conhecidos como tumores primários do
cérebro. Os tumores cerebrais primários são classificados de acordo com o tipo de
células ou com a parte do encéfalo onde tiveram origem.
Os tumores cerebrais primários mais comuns são os gliomas, que têm início nas células
gliais. Existem vários tipos de gliomas:
Astrocitoma – Tumor que deriva das células gliais em forma de estrela, designadas por
astrócitos. Nos adultos, os astrocitomas desenvolvem-se mais frequentemente no
cérebro. Nas crianças, surgem geralmente no tronco cerebral, cérebro e cerebelo. O
astrocitoma de grau III é habitualmente designado por astrocitoma anaplásico. O
astrocitoma de grau IV é frequentemente designado por glioblastoma multiforme.
Glioma do tronco cerebral – Este tipo de tumor surge na zona inferior do encéfalo. Os
gliomas do tronco cerebral são diagnosticados sobretudo em crianças pequenas e
adultos de meia-idade.
Oligodendroglioma – Este tumor raro tem origem nas células que constituem a
substância adiposa que envolve e protege os nervos. Em geral, estes tumores surgem no
cérebro. A sua progressão é lenta e habitualmente não se disseminam para os tecidos
cerebrais adjacentes. São mais frequentes em adultos de meia-idade.
Existem alguns tipos de tumores cerebrais que não têm origem nas células gliais, tais
como:
Tumor de células germinais do cérebro – Este tumor tem origem nas células
germinais. A maioria dos tumores de células germinais no encéfalo ocorrem em
pessoas com menos de 30 anos. O tipo de tumor de células germinais cerebral mais
comum é o germinoma.
Tumor da região pineal – Este tumor cerebral raro desenvolve-se na glândula pineal
ou perto dela. A glândula pineal está localizada entre o cérebro e o cerebelo.
Quando o cancro atinge outra zona do organismo, a partir do seu local de origem, o
novo tumor tem o mesmo tipo de células e o mesmo nome que o tumor de origem. Um
cancro que se dissemina para o encéfalo, a partir de outra parte do corpo, é diferente do
tumor cerebral primário. Quando as células cancerígenas se disseminam para o
encéfalo, a partir de outro órgão (ex.: pulmão ou mama), o tumor passa a receber a
designação de tumor secundário ou tumor metastizado. Os tumores cerebrais
secundários são muito mais comuns do que os tumores primários.
Não se conhece com exactidão a causa dos tumores cerebrais. Os médicos raramente
conseguem explicar o porquê de algumas pessoas desenvolverem um tumor cerebral e
outras não. Contudo, sabe-se que não é uma doença contagiosa. Ninguém pode
“apanhar” a doença através de outra pessoa.
A investigação mostra que as pessoas com determinados factores de risco estão mais
predispostas a desenvolver tumores cerebrais do que outras. Um factor de risco é algo
que aumenta a possibilidade de se vir a desenvolver uma doença.
Muitas pessoas que apresentam factores de risco conhecidos não desenvolvem tumores
cerebrais. Em contrapartida, muitas pessoas que desenvolvem a doença, não apresentam
factores de risco conhecidos. As pessoas que pensem estar em risco devem consultar o
seu médico. Este poderá sugerir formas de reduzir o risco e elaborar um calendário para
a realização de exames médicos.
Estes sintomas não constituem sinais óbvios da existência de tumor cerebral, uma vez
que podem dever-se a outras situações. As pessoas que apresentarem estes sintomas
devem consultar o seu médico o mais rapidamente possível. Estes problemas só podem
ser diagnosticados e tratados por um médico.
Por vezes, não é possível efectuar uma biópsia. Se o tumor estiver localizado no tronco
cerebral ou em determinadas áreas, o cirurgião poderá não conseguir remover tecido do
tumor sem lesionar o tecido cerebral normal. Em alternativa, o médico recorre à RM,
TAC ou a outros exames imagiológicos.
Por que razão tenho de realizar uma biópsia? De que modo irá a biópsia afectar
o meu tratamento?
Que tipo de biópsia será efectuada?
Quanto tempo demorará? Vou estar acordado durante o procedimento? É
doloroso?
Quais são as probabilidades de ocorrer uma infecção ou hemorragia depois da
biópsia? Existem outros riscos?
Os resultados demoram muito?
Se tiver um tumor cerebral, quem falará comigo sobre o tratamento? Quando?
Muitos doentes com tumores cerebrais exigem ter um papel activo nas decisões sobre os
cuidados médicos que lhes são prestados. Querem estar o mais informados possível
sobre a sua doença e as opções de tratamento. Contudo, o choque e a tensão que as
pessoas habitualmente sentem após um diagnóstico de cancro fazem com que seja difícil
pensar em tudo o que gostariam de perguntar ao médico. Muitas vezes, é útil preparar
uma lista de perguntas antes da consulta. Para ajudar a relembrar o que o médico disse,
os doentes podem tirar apontamentos ou pedir autorização para utilizar um gravador.
Alguns doentes querem ainda ter consigo um familiar ou amigo quando falam com o
médico – para participar na discussão, tomar notas ou simplesmente ouvir.
Antes de iniciar o tratamento, o doente pode querer uma segunda opinião relativamente
ao diagnóstico e ao plano de tratamento. Existem várias formas de encontrar um médico
para obter uma segunda opinião:
Estas são algumas das questões que o doente poderá querer colocar ao médico antes de
iniciar o tratamento:
O doente pode querer debater com o seu médico a possível participação num ensaio
clínico, ou seja, num estudo de investigação de novos métodos de tratamento.
Estas são algumas das questões que o doente poderá querer colocar ao médico antes da
cirurgia:
Por vezes, não é possível realizar a cirurgia. Se o tumor estiver localizado no tronco
cerebral ou noutras áreas, o cirurgião poderá não conseguir remover o tumor sem
lesionar o tecido cerebral normal. Os doentes que não podem ser submetidos a cirurgia,
são tratados com radiação ou outras abordagens.
A radioterapia (terapia por radiação) utiliza raios de alta energia para matar as células
cancerígenas. A radiação é emitida a partir de raios X, raios gama ou protões. Um
aparelho de grande dimensão dirige a radiação para o tumor e para os tecidos
adjacentes. Por vezes, a radiação pode ser direccionada para todo o encéfalo ou para a
espinal medula.
Devem ser tomadas medidas para proteger o tecido saudável em redor do tumor
cerebral:
Tendo em conta que o tratamento pode danificar células e tecidos saudáveis, é possível
que ocorram efeitos secundários. Estes efeitos secundários dependem de diversos
factores, designadamente a localização e o tipo de tumor, e a extensão do tratamento. Os
efeitos secundários não são semelhantes em todas as pessoas, podendo, inclusivamente,
variar entre as diversas sessões de tratamento. Antes de iniciar o tratamento, os médicos
e enfermeiros explicarão quais são os possíveis efeitos secundários resultantes do
tratamento e como lidar com eles.
Cirurgia
Nos primeiros dias após a cirurgia, os doentes sentem habitualmente dores de cabeça ou
desconforto, que podem ser controlados com medicação. Os doentes não devem ter
receio de falar com o médico ou enfermeiro sobre as formas de aliviar a dor.
As infecções são outra possível complicação que pode surgir após a cirurgia. Se tal
acontecer, o doente deverá ser tratado com um antibiótico.
Radioterapia
Depois do tratamento, alguns doentes têm náuseas durante várias horas. A equipa
médica pode sugerir soluções para ajudar o doente a lidar com estes problemas. A
radioterapia pode, ainda, causar uma grande fadiga à medida que o tratamento decorre.
É fundamental repousar, embora os médicos aconselhem os doentes a permanecer o
mais activos possível.
Na maioria dos casos, a radioterapia causa queda de cabelo, embora este volte a crescer
após alguns meses. A radioterapia pode também provocar alterações cutâneas na região
tratada. O couro cabeludo e as orelhas podem ficar avermelhados, secos e sensíveis. A
equipa médica pode sugerir aos doentes formas de aliviar estes problemas.
A radiação pode destruir tecidos cerebrais saudáveis. A este efeito secundário dá-se o
nome de necrose por radiação. A necrose pode causar dores de cabeça, ataques
epilépticos ou até levar à morte do doente.
Nas crianças, a radiação pode danificar a glândula pituitária, bem como outras áreas do
encéfalo, daí resultando dificuldades de aprendizagem ou atraso no crescimento e
desenvolvimento. A radiação durante a infância aumenta o risco de desenvolvimento de
futuros tumores secundários. Prossegue a investigação para determinar se, em vez da
radioterapia, as crianças com tumores cerebrais podem receber quimioterapia.
Quimioterapia
Os efeitos secundários da quimioterapia dependem sobretudo dos fármacos utilizados.
Os efeitos secundários mais frequentes são: febre e arrepios, náuseas e vómitos, perda
de apetite e fraqueza. Alguns efeitos secundários podem ser aliviados com
medicamentos.
Os doentes que coloquem um implante (ou disco) com fármaco são monitorizados pela
equipa médica para detectar quaisquer sinais de infecção pós-operatória. As infecções
podem ser tratadas com antibióticos.
Estes são alguns tipos de cuidados de suporte para pessoas com tumores cerebrais:
As crianças com tumores cerebrais podem ter necessidades especiais. Por vezes, as
crianças dispõem de explicadores no hospital ou em casa. As crianças com dificuldades
de aprendizagem ou memória poderão ter de recorrer a explicadores ou integrar turmas
especiais quando voltam para a escola.
O exame físico para detectar o cancro da boca deve constituir uma parte integral dos
exames médicos e odontológicos, dado que é fundamental a sua detecção prematura.
Geralmente, as formas cancerosas com menos de 15 mm de diâmetro podem curar-se
facilmente. Infelizmente, a maioria das formas de cancro da boca diagnosticam-se
somente quando o cancro já se propagou aos gânglios linfáticos do maxilar e do
pescoço. Devido à detecção tardia, 25 % dos casos de cancro da boca são mortais.
Factores de risco
O risco de cancro da boca é maior nos fumadores ou em pessoas que consomem bebidas
alcoólicas. É provável que a causa do cancro se deva à combinação de álcool e de
tabaco, mais do que a um destes factores separadamente. Dois terços dos casos de
cancro da boca afectam os homens, mas o hábito do tabaco entre as mulheres, cada vez
mais espalhado durante as últimas décadas, faz com que esta diferença vá
desaparecendo gradualmente.
O cigarro é uma das causas mais prováveis de cancro da boca, mais do que fumar
charutos ou cachimbo. Uma zona castanha, plana e sardenta (a mancha do fumador)
pode aparecer nos lábios sobre o ponto onde habitualmente se segura o cachimbo ou o
cigarro. Somente uma biopsia (extracção de uma amostra de tecido para o seu exame ao
microscópio) pode determinar se a mancha é cancerosa.
Sintomas e diagnóstico
O cancro da boca aparece com maior frequência nos lados da língua, no pavimento da
boca e na parte posterior do palato (palato mole). As formas cancerosas da língua e do
pavimento da boca são habitualmente carcinomas de células escamosas. O sarcoma de
Kaposi é um cancro dos vasos sanguíneos próximos da pele. É mais frequente na boca,
habitualmente no palato das pessoas que sofrem de SIDA.
O cancro localiza-se frequentemente no interior das bochechas e dos lábios das pessoas
que mascam e aspiram tabaco. Estas formas de cancro são muitas vezes carcinomas
verrugosos de crescimento lento.
Língua
Pavimento da boca
Palato mole
Revestimento da boca
Quando o revestimento interno da boca (mucosa bucal) se irrita durante muito tempo,
pode desenvolver-se uma mancha branca e plana que não sai esfregando (leucoplasia).
O ponto irritado aparece branco porque se trata de uma camada espessada de uma
substância chamada queratina que cobre a parte mais externa da pele e que normalmente
é menos abundante no revestimento da boca. Ao contrário de outras áreas brancas que
se desenvolvem na boca, geralmente pela acumulação de alimentos, bactérias ou fungos,
a leucoplasia não se pode limpar. Quase sempre a leucoplasia é o resultado de uma
resposta de protecção normal da boca contra outras feridas. Mas no processo de
formação desta cobertura protectora, algumas células podem transformar-se em
cancerosas.
Uma úlcera é uma ferida que se forma no revestimento da boca quando a camada das
células superiores se deteriora, deixando ver o tecido subjacente. A úlcera é branca,
devido às células mortas que estão no interior da ferida. As úlceras da boca são, com
frequência,. o resultado da irritação ou de uma ferida nos tecidos, por exemplo, quando
se morde acidentalmente ou se lesiona a parte interna da bochecha. Outras causas são as
aftas e as substâncias irritantes, como a aspirina no caso de se manter contra as
gengivas. As úlceras não cancerosas são invariavelmente dolorosas. Uma úlcera que não
doa e dure mais de 10 dias pode ser pré-cancerosa ou cancerosa e deve ser examinada
por um médico ou um dentista.
Uma pessoa que masque tabaco ou use rapé pode desenvolver um rebordo branco com
cristas na parte interna das bochechas. Estas tumefacções podem transformar-se num
carcinoma verrugoso.
Gengivas
Uma tumefacção visível ou uma zona elevada na gengiva não é causa de alarme. No
entanto, se tais factores não forem consequência de abcessos periodontais ou do abcesso
de um dente, pode tratar-se de um tumor não canceroso provocado por irritação. Os
tumores não cancerosos são relativamente frequentes e, se for necessário, podem
extirpar-se facilmente por cirurgia. Dado que o factor de irrigação permanece, as
recidivas dos tumores não cancerosos apresentam-se entre 10 % e 40 % das pessoas. Se
o factor irritante for uma dentadura postiça mal adaptada, esta deve ajustar-se ou ser
substituída.
Lábios
Os lábios, com maior frequência o inferior, podem sofrer danos pelo sol (queilose
actínica), que se manifesta com gretas nos lábios e alteração da cor (de vermelho,
branco ou vermelho-esbranquiçado ao mesmo tempo). O médico, ou o dentista, pode
fazer uma biopsia para determinar se estas manchas desiguais são cancerosas. Em
climas soalheiros é mais comum o cancro da parte externa do lábio. O cancro do lábio e
de outras partes da boca é muitas vezes duro ao tacto e está aderente ao tecido
subjacente, enquanto a maioria das tumefacções não cancerosas nestas zonas se movem
com facilidade. As anomalias do lábio superior são menos comuns do que as do lábio
inferior, mas são mais propensas a transformarem-se num cancro e requerem cuidados
médicos.
Uma pessoa que masca ou aspira tabaco pode desenvolver bordos brancos com cristas
na parte interna dos lábios, que podem transformar-se num carcinoma verrugoso.
Glândulas salivares
Os tumores das glândulas salivares podem ser cancerosos ou não cancerosos. Podem
surgir em qualquer dos três pares das principais glândulas salivares: a glândula parótida
(na parte lateral da cara, em frente do ouvido), a glândula submaxilar (debaixo da parte
lateral do maxilar inferior) ou a glândula sublingual (no pavimento da boca em frente da
língua). Podem também desenvolver-se tumores nas glândulas salivares menores, que
estão dispersas por todo o revestimento da boca. O crescimento inicial dos tumores das
glândulas salivares pode ser doloroso ou não. Os tumores cancerosos tendem a crescer
rapidamente e são duros ao tacto.
Maxilar inferior
Vários tipos de quistos não cancerosos provocam dor e inchaço no maxilar inferior.
Muitas vezes, estão próximos de um molar do siso que não se pode desenvolver, por ser
impedido pelo próprio maxilar, e, embora não sejam cancerosos, podem destruir áreas
consideráveis do maxilar à medida que se propagam. Certos tipos de quistos são mais
propensos a repetir-se. Os odontomas são tumores duros não cancerosos, de estrutura
parecida com a do dente e com o aspecto de pequenos dentes adicionais e deformados.
Dado que podem ocupar o lugar dos dentes normais ou interferir no seu crescimento,
muitas vezes têm de ser extraídos cirurgicamente.
Tumor unilateral da parótida que provoca uma paralisia facial do lado esquerdo
Prevenção e tratamento
O risco de cancro dos lábios reduz-se protegendo-se do sol. Evitar o consumo excessivo
de álcool e de tabaco pode prevenir a maioria das formas de cancro da boca. Outra das
medidas preventivas consiste em reparar os bordos ásperos de dentes quebrados ou das
obturações. Alguma evidência indica que as vitaminas antioxidantes, como as vitaminas
C e E e os betacarotenos, podem servir de protecção adicional, mas necessita-se de mais
estudos a esse respeito. Se os danos do sol afectam uma extensa área dos lábios, uma
raspagem que retire toda a superfície externa, com meios cirúrgicos ou com raios laser,
pode prevenir a evolução para formas de cancro.
Uma pessoa com cancro da boca ou da garganta pode receber radioterapia e cirurgia ou
apenas radioterapia. A radioterapia destrói muitas vezes as células salivares, deixando a
boca seca, o que pode trazer cáries e outros problemas dentários. Dado que os maxilares
não saram bem quando são expostos à radiação, os problemas dentários tratam-se antes
de administrar a radiação. Qualquer dente que possa ser problemático extrai-se,
deixando decorrer o tempo necessário para a sua cicatrização. Uma boa higiene dentária
é importante para as pessoas que recebem radioterapia por causa do cancro da boca.
Esta higiene consiste em exames periódicos e um meticuloso cuidado em casa, com
aplicações diárias de flúor. Depois de uma extracção, a terapia hiperbárica de oxigénio
pode contribuir para o restabelecimento do maxilar.
Cancro do lábio, língua, gengivas e piso da boca são os tipos mais comuns de cancro da
boca. Menos frequentemente que envolve o interior das bochechas ou ao paladar.
Também pode começar em uma das glândulas salivares, ou se espalhar para a boca em
torno de áreas como a garganta ou do nariz.
Tal como acontece com muitas formas de cancro, o diagnóstico precoce é importante
para maximizar os benefícios de qualquer tratamento, para reduzir as chances de o
câncer espalhar para outras partes do corpo, e para evitar a expressão facial
disfigurements e dificuldades.
De acordo com estatísticas recolhidas pelo Cancer Investigação Reino Unido, da boca
cancros são duas vezes mais comum em homens como mulheres. Por outro lado, é mais
provável que as pessoas afectadas com mais de 40 anos. No entanto, pesquisa recente
mostra que é cada vez mais comum em pacientes mais jovens e mulher. No Reino
Unido há mais de 4,300 novos casos de cancro da boca diagnóstico, e mais de 1700
pessoas morrem a partir da condição, todos os anos.
Sintomas:
Qualquer caroços ou manchas na boca que permanecerá por muito tempo e não
apresentam qualquer sinal de curso de distância devem ser verificados por um
profissional da saúde (médico, dentista ou especialista). Do mesmo modo, qualquer
crack, úlcera ou fixos nos lábios ou no interior da boca que não se curam, mesmo que
indolor, deve ser examinada.
Um desenvolvimento tumor pode causar nenhuma dor, mas pode estender e formar
úlceras, que podem sangrar. Cancros da língua tendem a ser dolorosas e causar a língua
para sentir unnaturally rígida e inflexível. Pode haver dificuldade em falar corretamente
ou em engolir, e uma sensação de dormência podem ocorrer.
Este tipo de câncer não é dos mais freqüentes, representando menos de 5% do total da
incidência no âmbito mundial, com as maiores taxas encontradas na Austrália e Canadá,
principalmente em pacientes do sexo masculino, tabagista e etilista. No Brasil, ele
assume importância por causa do câncer de lábio, uma vez que se trata de um país
tropical que sustenta também em sua economia atividades rurais nas quais os
trabalhadores ficam expostos de forma continuada à luz solar. O câncer de lábio é mais
freqüente em pessoas brancas, e registra maior ocorrência no lábio inferior em relação
ao superior. O câncer em outras regiões da boca acomete principalmente tabagistas e os
riscos aumentam quando o tabagista é também alcoólatra.
Fatores de Risco
Os fatores que podem levar ao câncer de boca são o vício de fumar cachimbos e
cigarros, o consumo de álcool, a má higiene bucal e o uso de próteses dentárias mal-
ajustadas.
Sintomas
O principal sintoma deste tipo de câncer é o aparecimento de feridas na boca que não
cicatrizam em uma semana. Outros sintomas são ulcerações superficiais com menos de
2 cm de diâmetro e indolores, podendo sangrar ou não, e manchas esbranquiçadas ou
avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. Dificuldade de fala, mastigação e
deglutição, além de emagrecimento acentuado, dor e presença de linfadenomegalia
cervical (íngua no pescoço) são sinais de câncer de boca em estágio avançado.
O Auto-Exame da Boca
O auto-exame deve ser feito em um local bem iluminado, diante do espelho. O objetivo
é identificar lesões precursoras do câncer de boca. Devem ser observados sinais como
mudança na cor da pele e mucosas, endurecimentos, caroços, feridas, inchações, áreas
dormentes, dentes quebrados ou amolecidos e úlcera rasa, indolor e avermelhada.
Tratamento
É uma infecção gangrenosa oportunista dos tecidos macios e duros da região oronasal,
que pode começar com uma gengivite necrosante aguda. Os carcinomas da cavidade
oral apresentam-se como úlceras que não cicatrizam, como por exemplo, devido a uma
alteração na adaptação de uma prótese dentária ou lesões dolorosas.
Granuloma piogénico
O cancro oral não escolhe idade, sexo, raça nem classe social!!!
Esta doença, nas suas distintas formas engloba pessoas de todas as faixas etárias,
principalmente as que consomem álcool e/ou fumam. Anualmente, são registados, em
todo o mundo, entre nove e dez milhões de novos casos da doença. Deste total, cerca de
400 mil são cancros da boca e da faringe. Outros dados revelam que a maior parte dos
tumores de cabeça e pescoço ocorrem nas vias aereodigestivas superiores,
principalmente na boca, faringe e laringe. O cancro oral é mais comum que a leucemia,
do que o cancro da pele, do cérebro, do fígado, e dos ovários. As taxas de incidência de
cancro dessas vias, em países não-desenvolvidos, são superadas somente pelos tumores
de colo do útero. Os cancros da boca e faringe ocupam a terceira posição nos países
não-desenvolvidos e a oitava nos desenvolvidos. O total de casos incidentes dessas
doenças atingiu cerca de 270 mil pessoas no ano 2000. No caso específico do cancro da
boca, uma das principais causas de seu agravamento em numerosos pacientes é
o primeiro diagnóstico. Inicialmente, o médico dificilmente considera a hipótese do
paciente estar com esta patologia. O doente, da mesma maneira, não toma as devidas
precauções. Assim, torna-se evidente que a consciencilização e a informação constituem
factores essenciais para a detecção precoce. Isto é muito importante, pois o tratamento
de qualquer tipo de cancro na fase inicial da doença aumenta muito a possibilidade de
cura e recuperação do doente oncológico.
Fibroma;
Linfogioma;
Neurofibroma;
Cancro da lingua
1º – EXAME EXTRA-ORAL
O exame extra-oral inclui uma inspecção da face, cabeça e pescoço, com especial
atenção aos pacientes que aparentam estar muito tempo ao sol. Notar alguma assimetria
ou lesão na pele, assim como crostas ou fissuras. Os nódulos linfáticos na área
submandibular e do pescoço devem ser apalpadas bilateralmente para detectar qualquer
aumento de volume nos nódulos. Se for detectado algum aumento, deve-se palpar a sua
mobilidade e a consistência.
Imagem 1 - Exame
Extra-Oral
2º - Lábios
Observar os lábios com a boca do paciente aberta e fechada. É de notar a cor, textura e
quaisquer anormalidades nos cantos da boca.
Imagem 2 - Exame
aos lábios
3º - Mucosa Labial
4º - Mucosa Bucal
Examinar primeiro a parte direita, depois a parte esquerda da mucosa bucal, estendendo-
se desde a comissura labial e voltar ao pilar da tonsila anterior. É de notar alterações na
pigmentação, cor, textura ou outras anormalidades da mucosa. Examinar as comissuras
com cuidado.
5º - Gengiva
Imagem 7 - Exame
da Gengiva
6º - Língua
Imagem 8 -
Exame da Língua
Imagem 11 - Exame
da parte ventral
Depois examinar a parte ventral. Palpar a língua para detectar aumentos de tamanho.
Esta deve estar macia.
7º - Assoalho da Boca
Imagem 12 - Exame
do assoalho da boca
8º - Palato
Com a boca dos pacientes bem aberta e a cabeça inclinada para trás, gentilmente
comprimir a base da língua. Inspeccionar o palato mole e o palato duro.
Sintomas
Fatores de Risco
Há uma nítida associação entre a ingestão excessiva de álcool e o vício de fumar com o
desenvolvimento de câncer nas vias aerodigestivas superiores. O tabagismo é o maior
fator de risco para o desenvolvimento do câncer de laringe. Quando a ingestão excessiva
de álcool é adicionada ao fumo, o risco aumenta para o câncer supraglótico. Pacientes
com câncer de laringe que continuam a fumar e beber têm probabilidade de cura
diminuída e aumento do risco de aparecimento de um segundo tumor primário na área
de cabeça e pescoço.
Tratamento
O tratamento dos cânceres da cabeça e pescoço pode causar problemas nos dentes, fala
e deglutição. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior é a possibilidade de o
tratamento evitar deformidades físicas e problemas psico-sociais. É necessária avaliação
de um grupo multidisciplinar composto de dentista, cirurgião-plástico, cirurgião plástico
reconstrutivo, fonoaudiólogo, radioterapeuta, cirurgião e clínico no planejamento do
tratamento, fase de reabilitação e avaliação dos resultados das modalidades terapêuticas
utilizadas.
Além dos dados de sobrevida, considerações sobre a qualidade de vida dos pacientes
entre as modalidades terapêuticas empregadas são muito importantes para determinar o
melhor tratamento. O impacto de se preservar a voz na qualidade de vida no paciente é
da maior importância, já que a laringectomia (retirada da laringe) faz com que 30% dos
pacientes passe a ter fala esofágica incompreensível e aproximadamente 50% deles
ficam reclusos em sua residência, perdendo assim seus empregos e se retirando do
convívio social. De acordo com a localização e estágio do câncer, ele pode ser tratado
com radioterapia ou cirurgia, havendo uma série de procedimentos cirúrgicos
disponíveis de acordo com as características do caso e do paciente. Em alguns casos,
com o intuito de preservar a voz, a radioterapia pode ser selecionada primeiro, deixando
a cirurgia como resgate quando o a radioterapia não for suficiente para controlar o
tumor.
Cancros metastáticos do pescoço
O médico pode descobrir um volume anormal no pescoço de uma pessoa que não tem
nenhum outro sintoma. Estes volumes anormais podem ser causados por um defeito de
nascença ou por um gânglio linfático aumentado que, por sua vez, pode ser o resultado
de uma infecção ou de um cancro. Os gânglios linfáticos do pescoço costumam ser um
local frequente para a disseminação do cancro de qualquer outra parte do corpo. O
cancro original pode estar na faringe, na laringe, nas amígdalas, na base da língua ou
num ponto muito mais distante, como o pulmão, a próstata, os seios, o estômago, o
cólon ou o rim.
Diagnóstico e tratamento
A causa responsável por um único gânglio linfático aumentado no pescoço pode ser
rapidamente descoberta ou, pelo contrário, ser muito difícil de encontrar. O médico
examina os ouvidos, o nariz, a faringe, a laringe, as amígdalas, a base da língua e as
glândulas tiróide e salivares. Os exames podem incluir radiografias do tracto
gastrointestinal superior, da tiróide e uma tomografia axial computadorizada (TAC) da
cabeça, do pescoço e do tórax. É provável que seja necessário fazer um exame directo à
laringe (laringoscopia), aos pulmões (broncoscopia) e ao esófago (esofagoscopia).
A idade média das pessoas que têm cancros da cabeça e do pescoço (excluindo os
cancros do cérebro, dos olhos e da coluna vertebral) é de 59 anos. Em geral, os cancros
das glândulas salivares (Ver secção 8, capítulo 98), da tiróide (Ver secção 13, capítulo
145) ou dos seios perinasais afectam pessoas com menos de 59 anos, enquanto os
cancros da boca, da garganta (faringe) ou da caixa vocal (laringe) afectam pessoas com
mais de 59 anos.
Em termos gerais, os cancros da cabeça e do pescoço propagam-se primeiro até aos
gânglios linfáticos próximos. Estes cancros não se disseminam (formam metástases)
para outras partes do corpo durante 6 meses a 3 anos. As metástases (cancro que se
espalhou do seu ponto de origem até outras partes do corpo) costumam surgir a partir de
tumores grandes ou persistentes e é mais provável que se desenvolvam em pessoas cujo
sistema imunitário está debilitado.
Causas
Os tumores que crescem para fora têm tendência a responder melhor ao tratamento do
que os que invadem as estruturas circundantes, que formam úlceras ou que são duros. Se
o tumor tiver invadido músculo, osso ou cartilagem, a sua cura é menos provável. Para
as pessoas com metástases, a possibilidade de viver mais de dois anos é remota. Um
cancro que afecte o percurso de um nervo, provocando dor, paralisia ou dormência,
provavelmente será muito agressivo e difícil de tratar.
No total, 65 % das pessoas que têm cancro não disseminado vivem pelo menos 5 anos,
em comparação com os 30 %, ou menos, daqueles cujo cancro se estendeu aos gânglios
linfáticos ou mais além. As pessoas com mais de 70 anos costumam ter intervalos sem
doença mais prolongados (as chamadas remissões) e melhores índices de sobrevivência
do que os mais jovens.
Tratamento
Este cancro surge frequentemente nas cordas vocais e provoca rouquidão. Se uma
pessoa estiver rouca durante mais de duas semanas, deverá consultar o médico. O
cancro noutras partes da laringe provoca dor e dificuldade de deglutição. Nalguns casos,
no entanto, antes de qualquer outro sintoma, detecta-se primeiro um volume no pescoço,
provocado pela extensão do cancro a um gânglio linfático (metástase).
Tratamento
A ressecção total das cordas vocais deixa a pessoa afectada sem voz. Nestes casos, é
possível criar uma nova voz por meio de um de três métodos: a fala esofágica, uma
fístula traqueoesofágica ou uma electrolaringe. No caso da fala esofágica, ensina-se a
pessoa a recolher ar no esófago enquanto inspira e a expulsá-lo gradualmente para
produzir um som. Uma fístula traqueoesofágica é uma válvula unidireccional que se
insere cirurgicamente entre a traqueia e o esófago. A válvula faz entrar ar no esófago
enquanto a pessoa inspira e, assim, é produzido som. Se a válvula funcionar mal, os
líquidos e os alimentos podem entrar acidentalmente na traqueia. A electrolaringe é um
dispositivo que actua como uma fonte de som quando é colocado junto ao pescoço. Os
sons produzidos pelos três métodos são convertidos em palavras como as da fala normal
(utilizando a boca, o nariz, os dentes, a língua e os lábios). No entanto, a voz produzida
por estes métodos é artificial e é muito mais fraca do que a normal.
Cancro Pancreas
A imagem mostra o pâncreas e órgãos adjacentes.
A maioria dos tumores do pâncreas tem origem nos ductos que transportam a secreção
pancreática. O cancro do pâncreas pode ser designado por cancro pancreático ou
carcinoma do pâncreas.
Existe um tipo raro de cancro do pâncreas que tem origem nas células produtoras de
insulina e outras hormonas; a este tipo de cancro dá-se o nome de cancro dos ilhéus.
Esta doença rara não será aqui abordada.
Quando o cancro metastiza para outra parte do corpo, o novo tumor tem o mesmo tipo
de células anómalas e o mesmo nome do tumor primário. Por exemplo, se o cancro do
pâncreas se disseminar para o fígado, as células cancerígenas aí existentes são, na
realidade, células cancerígenas do pâncreas. A doença corresponde a uma metástase do
cancro do pâncreas e não a um cancro do fígado. Deverá ser tratada como cancro do
pâncreas e não como cancro do fígado.
As investigações têm revelado que as pessoas com determinados factores de risco estão
mais predispostas a desenvolver cancro do pâncreas. Um factor de risco é algo que
aumenta a probabilidade de se vir a desenvolver a doença.
Os estudos realizados determinaram os seguintes factores de risco:
Diabetes: o cancro do pâncreas ocorre com maior frequência em pessoas com diabetes.
A maioria das pessoas com factores de risco conhecidos não desenvolve cancro do
pâncreas. Por outro lado, muitas pessoas que desenvolvem a doença não apresentam
qualquer factor de risco. As pessoas que considerem apresentar factores de risco para
cancro do pâncreas devem partilhar esta preocupação com o médico assistente. O
médico pode sugerir formas para reduzir o risco de desenvolver cancro do pâncreas e
elaborar um plano adequado para a realização de exames médicos.
Quais os principais sinais e sintomas de cancro do pâncreas?
• Fraqueza
• Falta de apetite
• Náuseas ou vómitos
• Perda de peso
Estes sintomas não implicam a presença de cancro do pâncreas: podem ser provocados
por uma infecção ou outro problema de saúde. Só o médico pode determinar a causa dos
sintomas apresentados. Ainda assim, pessoas com sintomas semelhantes aos
apresentados devem consultar o médico, para que o problema seja tratado o mais
rapidamente possível.
Se o doente tiver sintomas sugestivos de cancro do pâncreas, o médico irá obter a sua
história clínica, ou seja, os seus antecedentes médicos. Poderão efectuar-se vários
procedimentos, nomeadamente um ou mais dos abaixo apresentados:
Exame físico
Análises clínicas
o médico pode recolher amostras de sangue, urina e fezes para analisar os níveis de
bilirrubina e de outras substâncias. A bilirrubina é uma substância que passa do fígado
para a vesícula biliar, e desta para o intestino. Se o ducto biliar comum estiver
bloqueado por um tumor, a bilirrubina não consegue passar normalmente. O bloqueio
pode fazer com que os níveis de bilirrubina no sangue, ou urina, fiquem muito elevados.
Níveis de bilirrubina elevados podem ser devidos a um cancro ou a outras situações.
Ultrasonografia (ecografia)
Este dispositivo utiliza ondas ultrassónicas não audíveis para o ser humano. As ondas de
som geram um padrão de ecos à medida que são reflectidas nos órgãos internos. Os ecos
criam imagens do pâncreas e dos outros órgãos no interior do abdómen. Os tumores
produzem ecos diferentes dos produzidos por tecidos normais.
é injectado um contraste mediante uma agulha fina inserida na pele e através do fígado.
A não ser que haja um bloqueio, o contraste deverá circular livremente ao longo dos
ductos biliares. O contraste faz com que os ductos biliares apareçam nas imagens
obtidas por raios X. A partir das imagens, o médico poderá determinar se existe um
bloqueio causado por um tumor ou outra situação.
Biópsia
nalguns casos, pode ser extraída uma amostra de tecido. Posteriormente, o patologista
irá determinar a possível presença de células neoplásicas através da observação ao
microscópico do tecido, que pode ser obtido de várias formas. Uma delas consiste na
inserção de uma agulha no pâncreas para remover as células. Este procedimento é
designado por aspiração por agulha fina. Esta agulha é guiada pelos raios X ou
ultrassons. Por vezes, durante a realização de uma USE ou uma CPRE é recolhida uma
amostra de tecido. Outra forma de recolher tecido é através de cirurgia.
Muitos doentes com cancro do pâncreas exigem ter um papel activo nas decisões sobre
os cuidados médicos que lhes são prestados. Querem estar o mais informados possível
sobre a sua doença e as opções de tratamento. Contudo, o choque e a tensão que as
pessoas habitualmente sentem após um diagnóstico de cancro fazem com que seja difícil
pensar em tudo o que gostariam de perguntar ao médico. Muitas vezes, é útil preparar
uma lista de perguntas antes da consulta. Para ajudar a relembrar o que o médico disse,
os doentes podem tirar apontamentos ou pedir autorização para utilizar um gravador.
Alguns doentes querem ainda ter consigo um familiar ou amigo quando falam com o
médico – para participar na discussão, tomar notas ou simplesmente ouvir.
Presentemente, o cancro do pâncreas só pode ser curado quando detectado num estadio
precoce, antes da sua disseminação. Quando não é possível a cura, alguns doentes e os
seus médicos optam pelo tratamento paliativo; este tem como objectivo melhorar a
qualidade de vida através do controlo da doença e de outras complicações provocadas
pela doença. Existem tratamentos que podem controlar a doença e ajudar os doentes a
viver mais tempo e a sentir-se melhor. O médico pode encaminhar os doentes para um
hospital aonde uma equipa multidisciplinar orientará o seu tratamento - cirurgiões,
oncologistas e radioterapeutas.
Os doentes com cancro do pâncreas podem ter várias opções de tratamento.
Dependendo do tamanho e do estadio de evolução, o cancro do pâncreas pode ser
tratado com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Alguns doentes são submetidos a
uma combinação de tratamentos.
Uma vez que o tratamento do cancro pode danificar células e tecidos saudáveis, é
possível ocorrerem efeitos secundários ou indesejáveis. Estes efeitos dependem de
vários factores, designadamente o tipo e a intensidade do tratamento do tratamento. Os
efeitos secundários podem não ser os mesmos para todas as pessoas e podem,
inclusivamente, variar entre as diversas sessões de tratamento. Os médicos e
enfermeiros irão explicar quais os possíveis efeitos secundários resultantes do
tratamento e como lidar com eles.
Controlar a Dor
A dor é um problema comum nas pessoas com cancro do pâncreas. O tumor pode
provocar dor, derivada da pressão contra nervos e outros órgãos.
Medicamentos para a dor: a dor pode ser aliviada através de medicamentos (estes
medicamentos podem provocar sonolência e obstrução intestinal, embora o descanso e o
recurso a laxantes possam ser úteis).
Radiação: a dor pode ser aliviada com a utilização de raios de alta energia, uma vez
que estes irão reduzir o tumor.
O médico pode sugerir outras formas de aliviar ou reduzir a dor. Por exemplo, poderá
recorrer a massagens, acupunctura ou acupressão, em simultâneo com outras
abordagens, para ajudar a aliviar a dor. Além disso, o doente pode aprender a aliviar a
dor através de técnicas de relaxamento, tais como ouvir música calma ou respirar
devagar e confortavelmente.
Nutrição
As pessoas com cancro do pâncreas podem não ter apetite, sobretudo se se sentirem
desconfortáveis ou cansadas. Além disso, os efeitos secundários do tratamento, tais
como falta de apetite, náuseas ou vómitos podem agravar o problema. Os alimentos
podem ter um sabor diferente. Todavia, os doentes devem tentar obter calorias e
proteínas suficientes para controlar a perda de peso, manter a força e ajudar a
cicatrização. Uma boa nutrição ajuda muitas vezes as pessoas com cancro a sentirem-se
melhor e a terem mais energia.
Cuidados de Seguimento
Por vezes, o cancro não pode ser totalmente removido. Mas se o tumor estiver a
bloquear o ducto biliar comum ou o duodeno, o cirurgião pode criar um bypass. O
bypass ajuda os fluidos a passar através do aparelho digestivo e pode reduzir a icterícia
e a dor resultantes de um bloqueio.
Nalguns casos, o bloqueio pode ser aliviado sem recorrer a cirurgia de bypass. O
médico utiliza um endoscópio para colocar um stent na zona bloqueada. Um stent é um
tubo com uma rede metálica, ou de plástico, que ajuda a manter o ducto ou o duodeno
abertos.
Após a cirurgia, alguns doentes são alimentados com líquidos, por via intravenosa (IV)
e através de sondas colocadas no abdómen. Os doentes regressam, lenta e gradualmente,
à ingestão de alimentos sólidos pela boca. As sondas são retiradas algumas semanas
após a cirurgia.
Radioterapia (também designada por terapia por radiações): utiliza raios de alta energia
para matar as células cancerígenas. Um grande aparelho emite a radiação para o
abdómen. A radioterapia pode ser utilizada isoladamente ou combinada com cirurgia,
quimioterapia ou ambas.
A radioterapia é um tratamento local. Apenas afecta as células cancerígenas da área
tratada. Para serem submetidos a radioterapia, os doentes devem deslocar-se ao hospital
ou à clínica, na maioria dos casos 5 dias por semana durante várias semanas.
A radioterapia pode ser utilizada para destruir as células cancerígenas que possam ter
restado nessa área após a cirurgia. A radioterapia também é utilizada para aliviar a dor e
outros problemas causados pelo cancro.
Cancro do pâncreas
Epidemiologia
Etiologia
Tabaco
É o mais proeminente factor de risco. O risco aumenta directamente com o número de
cigarros fumados. O risco diminui significativamente 10-15 anos após a cessação do
hábito de fumar. Pensa-se que o risco se deve à presença de nitrosaminas, que são
poderosos agentes carcinogénicos.
Dieta
Uma ingestão elevada de gorduras e/ou carne aumenta o risco. Pelo contrário, a ingestão
de frutos e vegetais frescos parece oferecer uma relativa protecção.
Químicos
Exposição a certos químicos aumenta o risco por um factor 5 ( e.g., naftilaminas do
petróleo, benzidina, derivados da gasolina, insecticidas como DDT ). Ocupações
profissionais de risco incluem trabalhadores nas indústrias do petróleo, metais, gás
industrial e químicos.
Patologia e "staging"
60% dos cancros ocorrem na cabeça do pâncreas, perto do duodeno, 20% ocorrem no
corpo e cauda do pâncreas, e os restantes são tumores difusos.
Na altura do diagnóstico, só 14% dos tumores estão confinados ao pâncreas (estádios de
evolução I e II). 21% envolvem os gânglios linfáticos locoregionais (estádio III) e 65%
têm metástases a distância, especialmente no fígado, pulmões e ossos.
Clínica
Os sintomas mais frequentes são a dor abdominal epigástrica, com frequente irradiação
para a região dorsal (80% dos casos), perda de peso (60%), anorexia (65%) e icterícia,
nos tumores da cabeça do pâncreas que comprimem as vias biliares excretoras.
O exame físico pode detectar caquexia (extremo emagrecimento e fraqueza, com perda
da gordura subcutânea), uma massa abdominal palpável, ascite (líquido e distensão do
abdómen) e icterícia.
Doentes com bom estado geral, totalmente ambulatórios e com mínima sintomatologia,
beneficiam de tratamento paliativo com quimioterapia (5-FU ou uma nova droga -
gemcitabina + radioterapia. 5-FU actua como um agente que sensibiliza as células
malignas à acção das radiações ionizantes. Em doentes com mau estado geral, este
protocolo de quimioradiação não está indicado, em geral. Sempre que possível, os
doentes com cancro do pâncreas localizado mas inoperável devem entrar em protocolos
de investigação clínica, em que novos agentes são testados.
Doentes com PC metastático e bom estado geral, devem ser tratados com quimioterapia
sistémica, com intuitos paliativos. A droga "standard" era o 5-FU por via endovenosa,
que é um antimetabolito inibidor de uma enzima envolvida na síntese de ADN nuclear.
Um novo agente - gemcitabina - foi recentemente testado. Resultados comparativos
entre estes dois agentes mostram actividade semelhante, mas a gemcitabina tem um
impacto superior na qualidade de vida do doente.
A modulação de 5-FU com agentes como a leucovorina ou alfa-interferon não mostrou
nenhum benefício adicional. A quimioterapia combinada não produz resultados
superiores à monoterapia com 5-FU ou gemcitabina.
Doentes em que este cancro já se encontra numa fase metastática devem, também, ser
envolvidos em ensaios de investigação clínica, dados os resultados pouco satisfatórios
com as drogas convencionais.
Doentes com cancro no pâncreas têm, frequentemente, uma dor abdominal constante e
severa, requerendo largas doses de analgésicos narcóticos. O mecanismo da dor é
secundário à invasão do plexo nervoso celíaco pelo cancro. Um método altamente
efectivo de controlo deste tipo de dor é a injecção percutânea de álcool no plexo celíaco.
Em doentes submetidos a uma intervenção cirúrgica, esta injecção deve ser
administrada durante a operação. O controlo da dor é importante na melhoria da
qualidade de vida destes doentes.