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CAPÍTULO 26

Patologia Ocular

Alexandre Nakao Odashiro MD, PhD


Patologista, CISSS des Laurentides, Hospital Saint-Jérôme
Telefone: 1 (450) 432-2777

Patrícia Rusa Pereira MD, PhD


Residente (3 ano) de Anatomia Patológica, Universidade Laval
Telefone: 1 (418) 656-5245

Miguel N. Burnier Jr. MD, MSc, PhD, FRCSC


Diretor de Treinamento e Desenvolvimento, Instituto de Pesquisa – Centro
de Saúde da Universidade McGill (McGill University Health Center - MUHC),
Cadeira Thomas Hecht em Oftalmologia (1995-2012) – MUHC, Professor de
Oftalmologia, Patologia, Oncologia, Medicina e Cirurgia – MUHC, Diretor,
Laboratório de Patologia Ocular – MUHC, Diretor, Programa Melanoma –
MUHC, Presidente da Associação Pan-Americana de Oftalmologia, Editor-Chefe,
Emérito, Jornal Canadense de Oftalmologia
Universidade McGill, Montréal
Telefone: 1 (514) 934-1934
A patologia ocular é ampla e compreende vários compartimentos anatômicos e te-
cidos. As principais patologias que afetam o sistema serão apresentadas a seguir.

26.1 Pálpebra
26.1.1 Calázio
Calázio é a lesão inflamatória mais comum da pálpebra, responsável por 13,4% de
todas as lesões benignas da pálpebra. Localiza-se na pálpebra superior ou inferior e se ca-
racteriza por um processo inflamatório localizado na pálpebra derivado da obstrução dos
ductos que drenam as glândulas sebáceas da pálpebra, que podem se romper e liberar
material que presumivelmente incita a reação. Secreções, infecções ou neoplasias podem
levar à obstrução do ducto. A maioria dos casos de calázio está relacionado a condições
inflamatórias como dermatite seborreica, acne rosácea, blefarite crônica ou conjuntivite
viral. Quando recorrem no mesmo local e são refratárias a tratamento ou atípicas na apa-
rência devem alertar o oftalmologista para a possibilidade de uma condição complicadora
como uma neoplasia, principalmente em idosos. O carcinoma sebáceo é classicamente
a neoplasia que imita a apresentação clínica de um calázio inflamatório. Clinicamente se
apresentam como um nódulo ou inchaço geralmente indolor. A condição pode ser unilate-
ral ou bilateral, isolada ou múltipla.

Os tratamento inicialmente é conservador, eventualmente necessitando de interven-


ção cirúrgica. O exame histopatológico, nessa eventualidade, mostra um infiltrado infla-
matório granulomatoso composto de leucócitos polimorfonucleares, linfócitos, plasmóci-
tos, macrófagos, células epitelióides e, muitas vezes, células gigantes multinucleadas com
lipogranuloma (Figura 26.1). Embora essa aparência microscópica possa se assemelhar
à de outros processos granulomatosos, como sarcoidose, tuberculose ou infecções por
fungos, a presença de lipogranuloma associada a localização juntamente com a história e
exame clínico fecham o diagnóstico de calázio, e geralmente não são necessárias colora-
ções especiais para a procura micro-organismos.

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Figura 26.1

26.1.2 Carcinoma Basocelular (CBC)


O CBC é o tumor maligno mais comum das pálpebras e representa mais de 90% de
todos os tumores malignos dessa região. A radiação ultravioleta corrente da exposição ao
sol é o principal fator causal do CBC. Imunossupressão também é considerado um fator de
risco. Ocorre principalmente na pálpebra inferior seguida do canto medial.

26.1.3 Carcinoma Sebáceo (CSeb)


O CSeb é um tumor incomum, representa apenas 0,2-0,7% de todos os tumores pal-
pebrais e 5% de todas os tumores malignos palpebrais. Ocorre de novo ou associado à
Síndrome de Muir-Torre e as pálpebras são o local mais afetado. A neoplasia surge de
glândulas sebáceas, como as glândulas meibomianas no tarso, as glândulas de Zeis dos
cílios, a carúncula e a pele da sobrancelha.

É mais frequente no sexo feminino, entre os 57 e 72 anos e ocorre com maior fre-
quência na pálpebra superior, provavelmente devido à presença de um número maior de
glândulas meibomianas. Em aproximadamente 10% dos casos é multicêntrico. É conheci-
do como um “grande mímico”, pois clinicamente pode simular uma doença inflamatória
(calázio, blefarite, blefaroconjuntivite) ou outros tumores (CBC, CEC) (Figuras 26.2 a 4).

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Figura 26.2

Figura 26.3

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Figura 26.4

Quando associado a síndrome de Muir-Torre, associa-se a outros tumores de glândula


sebácea, queratoacantomas ou neoplasias viscerais primárias, mais comumente adeno-
carcinoma do cólon (47%) e neoplasias geniturinárias (21%). É de transmissão autossômica
e dominante e acomete mais frequente os homens (2:1). Está associada a mutação nos
genes de reparo do DNA presentes nos cromossomos 2p e 3p.

O tratamento de escolha e a excisão cirúrgica com margens amplas, após um mapea-


mento com múltiplas biópsias para identificação da lesão de padrão pagetóide.

Quando há invasão orbital ou lesões difusas e volumosas em ambas as pálpebras, é


indicada exenteração (Figura 26.5). A radiação está indicada somente quando a cirurgia
não pode ser realizada.

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Figura 26.5

Quando o diagnóstico é precoce e a cirurgia é realizada em estágios iniciais, o prog-


nóstico do CSeb é bom. As recidivas ocorrem em um terço dos casos e tem potencial me-
tastático, principalmente para linfonodos regionais.

Existem vários padrões morfológicos do CSeb (Figuras 26.6 e 7). A maior parte dos
casos se apresenta em ninhos distintos de células neoplásicas (variante lobular), ou grupos
grandes com eventual necrose central (comedocarcinoma). Um padrão papilar pode tam-
bém estar presente e ser proeminente, e combinações de qualquer um desses subtipos
morfológicos podem ocorrer (padrão misto).

O uso da imuno-histoquímica auxilia o diagnóstico e a adipofilina, um anticorpo monoclo-


nal contra uma proteína na superfície de gotículas lipídicas intracelulares, é muito útil na iden-
tificação de lesões sebáceas (Figura 26.8) sendo 92% dos CSeb positivos para esse marcador.

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Figura 26.6

Figura 26.7

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26.2 Conjuntiva
26.2.1 Pterígio
Pterígio ou pinguécula (quando não há comprometimento da córnea), pode ser cau-
sado por exposição prolongada à luz solar ou ao vento. Inflamação, e exposição ao pó. Sua
incidência é variável de acordo com a região com uma prevalência geral de 12%, sendo fre-
quente na China (53%) e raro na Arábia Saudita (0,07%). Se caracteriza por um crescimento
elevado, em forma de cunha, da conjuntiva com ou sem extensão à córnea.

Acomete os indivíduos de meia idade ou idosos, afeta ambos os lados da córnea, mais
comumente do lado nasal. Ele geralmente causa irritação, vermelhidão

Um exame com lâmpada de fenda é geralmente adequado para o diagnóstico. No


entanto, em alguns casos, a lesão deve ser excisada e examinada histopatologicamente
para se fazer o diagnóstico com precisão e diferenciar de outras patologias com aspecto
clínico semelhante.

A proteção dos olhos com óculos de sol, o uso de chapéu e lubrificação são a melhor
maneira de reduzir os sintomas. Colírios vasoconstritores e colírios ou pomadas lubrificantes
podem aliviar os sintomas. Porém, em alguns casos, o tratamento medicamentoso não é sufi-
ciente ou eficaz, e a remoção cirúrgica se faz necessária. Apesar de ser considerada uma lesão
benigna eventualmente ocorre recidiva ou a ocorrência de neoplasia intra-epitelial conjuntival.

Microscopicamente é constituído por um tecido fibrovascular, colágeno, estruturas


fibrilares basofílicas e vasos sanguíneos, associado a infiltrado inflamatório agudo ou
crônico. O epitélio é o mesmo da conjuntiva normal, composto de 2-5 camadas de células
cuboidais sem atipias, com células caliciformes. Podemos observar metaplasia escamosa
com perda de células caliciformes, assim como acantose ou atrofia do epitélio.

26.2.2 Neoplasia Intra-epitelial Conjuntival (NIC)


Neoplasia intra-epitelial conjuntival, displasia conjuntival ou neoplasia escamosa da
superfície ocular, é uma lesão pré-maligna, precursora do Carcinoma epidermóide ou car-
cinoma de células escamosas. Os fatores de risco incluem exposição à luz ultravioleta,
infecção por papilomavírus humano (HPV), imunossupressão (HIV / AIDS), tabagismo, ex-
posição a produtos petrolíferos e predisposição genética como o xeroderma pigmentoso.
O HPV 6 e 8 estão associados a proliferações escamosas benignas e o 16 e 18 são mais
frequentemente encontrados em lesões malignas e pré-malignas.

A incidência varia de acordo com o país, de 0,1 casos por 100.000 por ano na África a
1,9 casos por 100.000 na Austrália. É a terceira lesão conjuntival mais comum em adultos
(após pterígio e nevo).

Na alta latitude norte afeta principalmente homens idosos, perto do equador homens
e mulheres são igualmente afetados em uma idade mais jovem. Acontece mais precoce-
mente e é mais agressivo em pacientes com xeroderma pigmentoso e HIV.

Em geral localiza-se na conjuntiva exposta ao sol, na área do limbo, onde residem as


células totipotentes mais ativas, como uma lesão gelatinosa esbranquiçada, plana, elevada
ou em placa.

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A tomografia de coerência óptica (OCT) tem sido empregada como uma modalidade de
diagnóstico in vivo na detecção de NIC. Existem características distintas do NIC, como hiper-re-
fletividade, epitélio espessado e transição abrupta do tecido normal para o anormal observa-
do na OCT de alta resolução que o diferencia de outras lesões conjuntivais, como o pterígio.

O tratamento com interferon-α2b (IFNα2b), mitomicina C tópica (MMC) e o 5- fluorou-


racil (5-FU) têm boa eficácia, podem ser injetados sub-conjuntivamente ou usado topica-
mente como um colírio.

As lesões de NIC e carcinoma de células escamosas envolvendo o limbo devem ser ex-
cisadas com pelo menos uma margem conjuntival não envolvida de 3-4 mm. Uma margem
conjuntival grande é importante, pois o tecido aparentemente não envolvido clinicamente
ainda pode conter células displásicas. A crioterapia tem-se mostrado eficaz, ampliando
efetivamente as margens cirúrgicas. Margens positivas ou se houver alguma preocupação
com doença residual, a quimioterapia tópica pode ser usada após a excisão.

A taxa de recorrência de NIC após excisão cirúrgica pode ocorrer em mais da metade
dos casos e vários anos após a cirurgia.

Microscopicamente o epitélio escamoso é espessado com perda da maturação


e desorganização celular. As células têm núcleo grande, alta relação núcleo-citoplasma,
membrana nuclear irregular, cromatina mal distribuída e nucléolo evidente (Figuras 26.9 e
10). Começa nas camadas basais e se estende em direção à superfície, acometendo o 1/3
basal, 2/3 basais, ou mais que 2/3 do epitélio, o que leva a classificação de NIC em grau I, II
ou III, sendo que o carcinoma in situ envolve o epitélio inteiro.

Figura 26.9

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Figura 26.10

26.2.3 Carcinoma de células escamosas ou Carcinoma epidermóide (CEC)


O CEC é a neoplasia maligna mais comum da conjuntiva, com uma incidência anual
de 1-2,8 por 100.000. Acomete principalmente populações caucasianas, velhos sendo os
fatores de risco os mesmos do NIC, além de radiação, tabagismo, HPV, arsênico e exposi-
ção a hidrocarbonetos policíclicos. Pacientes com HIV / AIDS pode iniciar-se em idade mais
jovem e apresentar um curso mais agressivo.

É em geral assintomático inicialmente, mas seu crescimento ocasiona vermelhidão,


dor, coceira, queimação, lacrimejamento, sensibilidade à luz, visão dupla ou reduzida.

O diagnóstico geralmente é feito por biópsia e por Tomografia Computadorizada (no


caso de CEC invasivo, para se avaliar a extensão do tumor).

O tratamento recomendado depende do tamanho e extensão do câncer. Em geral, o


tratamento do CEC conjuntival é por excisão cirúrgica seguida de crioterapia. O CEC con-
juntival pode recorrer em até 40% dos casos em período de 8 a 22 meses. Tratamento
com irradiação, mitomicina C tópica e remoção do conteúdo da órbita ou exanteração
são outros métodos de tratamento (Figuras 26.11 e 12). A biópsia do linfonodo sentinela
também pode ser apropriada dependendo do estágio da doença. A radiação pode ser
considerada como terapia adjuvante em certos casos que foram resistentes para outras
modalidades de tratamento.

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Figura 26.11

Figura 26.12

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O CEC tem agressividade local, mas raramente metastatiza.

Macroscopicamente se caracteriza por um crescimento de aspecto gelatinoso, translú-


cido ou granuloso na conjuntiva, ou como projeção papilar ou exofítica. Ocasionalmente,
pode ter uma coloração enegrecida como o melanoma (em indivíduos fortemente pigmen-
tados) (Figura 26.13).

Figura 26.13

Microscopicamente o epitélio escamoso é espesso com perda de maturação e desor-


ganização celular, eventualmente queratinizado. As células têm núcleos grandes, alta rela-
ção núcleo-citoplasma, membrana nuclear irregular, cromatina mal distribuída, e nucléolo
proeminente. Há a presença de atipias em toda a espessura do epitélio com células tumo-
rais ou ninhos individuais que invadem e se estendem até o estroma subjacente (Figura
26.14). A presença de pigmento dentro de células benignas e malignas pode simular uma
lesão de origem melanocítica.

26.2.4 Lesão melanocítica


26.2.4.1 Nevos
O nevo representa mais de 30% das lesões conjuntivais, comum em jovens, com uma
média idade de apresentação de cerca de 32 anos. Geralmente aparecem na infância e se
assemelham aos da pele. São classificados como juncionais, compostos ou sub-epiteliais.
Os juncionais são mais comuns na infância, os compostos na adolescência e adultos jo-
vens, e os sub-epiteliais em pacientes mais velhos.

Comprometem a conjuntiva interpalpebral, perto do limbo, e permanecem relativa-


mente estacionários ao longo da vida. Podem aparecer primeiro como uma massa séssil
não pigmentada que se torna progressivamente mais escura.

Não necessitam tratamento se clinicamente estáveis. Recomenda-se excisão ou re-


-biopsia nas alterações de tamanho ou cor, recorrência ou em outras condições clínicas
que sugiram malignidade.

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O nevo é uma lesão benigna, podendo recorrer em alguns casos de incisão incompleta.

Microscopicamente algumas características diferem dos nevos na pele. Nevos com-


postos e sub-epiteliais são frequentemente associados a um infiltrado inflamatório mo-
nonuclear substancial no estroma conjuntival, e em muitos casos observamos a presença
de cistos de inclusão epitelial (Figura 26.15 e 16). Ocasionalmente, o aumento desses cis-
tos epiteliais pode levar à suspeita clínica de malignidade conjuntival. Em alguns casos,
podemos observar hiperplasia epitelial associada, o que não deve ser confundida com
carcinoma espinocelular invasivo.

Figura 26.15

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Figura 26.16

26.3 Trato Uveal


26.3.1 Melanoma Uveal
O melanoma uveal é classificado em melanoma da coróide (o mais comum), melano-
ma da íris (melhor prognóstico) e melanoma do corpo ciliar (pior prognóstico). Fatores de
risco são pacientes de olhos claros e pele clara. Pessoas com a chamada síndrome do nevo
displásico correm maior risco de desenvolver melanoma

O melanoma uveal é raro, com uma incidência que varia de 5-8 casos por milhão e
embora raro, é o câncer primário do olho mais comum em adultos.

Pode ser assintomático ou a depender da localização e tamanho causar efeitos secun-


dários à retina, como visão turva, visão dupla (diplopia), irritação, dor, percepção de flashes
de luz nos olhos (fotopsia), redução no campo total da visão e perda da visão.

No exame de fundo de olho, o melanoma coroidal tem forma de cúpula ou cogumelo,


mas também pode ocorrer em forma difusa, com coloração cinza a marrom esverdeada.
O ultrassom é útil pois, pode determinar o tamanho, localização, tamanho e grau de ex-
tensão extraocular, o que é necessário para o estadiamento e a escolha do tratamento.

O tratamento depende do estágio da doença (Figura 26.23), tamanho do tumor, loca-


lização específica dentro do olho, a presença ou ausência de sintomas, idade e saúde geral
do indivíduo, sendo as principais opções a radioterapia ou cirurgia.

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Figura 26.23

De 30-50% dos pacientes com melanoma uveal irão desenvolver metástase em até 10
anos do diagnóstico, independentemente do tipo de tratamento aplicado sendo a sobrevi-
da média após a metástase de 6 a 12 meses.

As características citogenéticas do tumor são importantes para definição do prognós-


tico. A perda do cromossomo 3 e o ganho de 8q estão associados a mau prognóstico e
desenvolvimento de metástases.

No laboratório, é recomendado fazer a transiluminação (em um local escuro) com


uma fonte de luz focal para se identificar a localização do tumor intraocular (Figuras 26.17
e 18). Além disso, o tecido adjacente e o tecido conjuntivo devem ser cuidadosamente
examinados quanto à evidência de extensão extraocular do tumor.

Figura 26.17

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Figura 26.18

Ao contrário dos retinoblastomas, o melanoma uveal geralmente se espalha através


dos canais emissários esclerais (veias vorticosas), mas raramente se estendem para o
nervo óptico. São unilaterais e solitários, com quantidade variável de pigmentação mar-
rom-escura a preta e alguns são amelanóticos (Figuras 26.19 e 26.20).

Figura 26.19

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Figura 26.20

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A classificação principal de melanoma uveal (Revised Callender Classification) reconhe-
ce três tipos de células, células fusocelulares do tipo A, consideradas benignas, células fu-
siformes tipo B, que são células malignas e o terceiro tipo de célula, epitelióide, poligonais
(Figuras 26.21 e 26.22). As células fusocelulares de tipo A (células névicas) e B crescem de
maneira coesa. A maioria dos melanomas uveais contém número variável ​​de células fusi-
formes A e B e células epitelióides. Necrose pode ser identificada em alguns casos.

Figura 26.21

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Figura 26.22

O prognóstico do melanoma uveal está relacionado a fatores genéticos e histopato-


lógicos que incluem tamanho do tumor, extensão extra-escleral, tipo de célula, atividade
mitótica, infiltração linfocitária e arcos fibrovasculares.

A taxa de mortalidade em 10 anos dos tumores intraoculares pequenos (< 11 mm)


é de 19% e naqueles maiores (> 15 mm) é de 65%. Em relação ao tipo celular a taxa de
mortalidade em 15 anos dos melanomas compostos por células fusocelulares B é de 20%,
melanomas de células mistas (combinação de células fusiformes e epitelióides), 60% e os
melanomas epitelióides puros de 75%.

26.3.2 Metástases para o trato Uveal


Metástases no trato uveal são os tumores malignos intraoculares mais comuns. Sen-
do altamente vascularizado é um sítio frequente de metástases sendo os mais frequentes
os tumores primários da mama, pulmão, rim, trato gastrointestinal e melanoma de pele.
Acometem a coróide (90%), íris (8%) e o corpo ciliar (2%). Em geral, o câncer primário foi
detectado antes (67%) ou depois (18%) do tumor uveal.

Apesar do excelente controle local das metástases uveais com métodos de teletera-
pia, braquiterapia, quimioterapia, entre outros, com resultados visuais geralmente favorá-
veis, o prognóstico é bastante reservado sendo a sobrevida em 1 ano de 57%.

O aspecto microscópico depende do tumor primário. O estudo imuno-histoquímico

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pode ajudar a identificar ou confirmar o sítio primário do tumor. Em relação ao melanoma,
pode-se diferenciar o tumor metastático de lesão primária através da mutação do gene
BRAF, muito frequente no melanoma cutâneo e ausente no melanoma uveal.

26.4 Retina
26.4.1 Retinoblastoma
Em 1971, Knudson descreveu o mecanismo de “double hit” para a gênese do tumor
em pacientes com retinoblastoma. Isto é, para o desenvolvimento da neoplasia é ne-
cessária a perda de função de ambas as cópias do gene responsável pelo desenvolvimento
normal da retina. O gene do retinoblastoma é chamado gene Rb, localizado no cromosso-
mo 13q14.2. A mutação inicial inativa uma cópia do gene. Essa mutação pode ocorrer em
células somáticas ou germinativas. A segunda mutação ocorre em células somáticas na
retina em desenvolvimento.

Se a primeira mutação ocorre nas células da linha germinativa, isto é, onde todas
as células do corpo carregam uma cópia mutada do gene do retinoblastoma, o paciente
apresenta a forma hereditária de retinoblastoma. Estes pacientes representam aproxima-
damente 40% de todos dos casos de retinoblastoma. Em 90% dos casos, isso representa
uma nova mutação sem histórico familiar de retinoblastoma. Essas crianças apresentam
retinoblastoma em idade mais jovem, o que é explicado pelo fato de todas as células já
terem o “primeiro hit” ou a primeira alteração. A herança germinativa (retinoblastoma he-
reditário) predispõe a tumores bilaterais e multifocais. Estes pacientes também têm um
risco significativamente maior de outros tumores secundários, incluindo tumores neuroec-
todérmicos primitivos no cérebro (os chamados “retinoblastoma trilateral”). Finalmente,
há uma chance de 45% de que seus filhos desenvolvam retinoblastoma, porque essa ca-
racterística é herdada de maneira autossômica dominante, com 90% de penetração. Por
isso a determinação do tipo de mutação, germinativa ou somática é importante para a
condução desses pacientes.

O retinoblastoma é a neoplasia intraocular mais comum em crianças, responsável por


6,1% de todos os cânceres em crianças com menos de 5 anos de idade e deve sempre ser
considerado frente a um quadro de leucocoria (Figura 26.24), olhos vermelhos ou quadro
semelhante à celulite. Se apresenta como massa nodular única ou múltipla, de coloração
branca ou creme, geralmente com vasos sanguíneos intra-lesionais proeminentes.

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Figura 26.24

Os diagnósticos diferenciais são a catarata, doença de Coats, vasculatura fetal per-


sistente, retinopatia da prematuridade, descolamento de retina, toxocaríase, coloboma
coroidal, hemorragia vítrea, fibras do nervo retiniano mielinizado e outros tumores da re-
tina como hamartoma astrocítico.

A ultrassonografia é usada para determinar a altura e a espessura do tumor, além de


observar a extensão das calcificações intra lesionais, patognomônica do retinoblastoma.

A tomografia computadorizada não deve ser utilizada em pacientes com retinoblas-


toma hereditário, pois a emissão de radiação pode causar um tumor secundário nessas
crianças. Porém, ela pode ajudar a demonstrar a presença ou ausência de depósitos de
cálcio e a definir o tamanho do tumor. Recomenda-se ressonância magnética para esta-
diamento inicial, para avaliar o envolvimento do nervo óptico e a extensão extraocular
do retinoblastoma, e para descartar a presença de um possível tumor neuroectodérmico
primitivo cerebral concomitante.

As prioridades no tratamento do retinoblastoma são preservar a vida, preservar o globo


e preservar a visão, nessa ordem. Minimizar os efeitos colaterais e as complicações do tra-
tamento também é importante. A enucleação continua sendo o tratamento definitivo do re-
tinoblastoma intraocular, principalmente na maioria dos pacientes que apresentam doença
unilateral avançada com mau prognóstico visual. As modalidades de tratamento que podem
ser bem-sucedidas incluem quimioterapia sistêmica com modalidades de consolidação focal
e quimioterapia intra-arterial. Para tumores pequenos, a terapia de consolidação focal so-
zinha pode ser eficaz. Isso inclui crioterapia, foto coagulação a laser, hipertermia e placa de
irradiação. A radioterapia por feixe externo é recomendada, mas deve ser evitada em crian-
ças com menos de 12 meses. A quimioterapia intra-vítrea é uma nova opção de tratamento.

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O prognostico do retinoblastoma depende do estadiamento clínico (Figura 26.30).

Figura 26.30

No laboratório, assim como no exame do melanoma uveal, é recomendado fazer a


transiluminação (em um local escuro) com uma fonte de luz focal para se identificar a loca-
lização do tumor intraocular (Figuras 26.17 e 18).

Figura 26.17

Figura 26.18

Os retinoblastomas geralmente são brancos cremosos com áreas de calcificação es-


branquiçadas e regiões necróticas amareladas (Figura 26.25). Podem crescer para dentro
em direção à cavidade vítrea (retinoblastoma endofítico), para fora em direção à coróide
(retinoblastoma exofítico) ou em um padrão endofítico e exofítico misto. O tumor frequen-
temente se espalha intra-ocularmente, produzindo múltiplas “sementes” na retina e vítreo
que são frequentemente aparentes no exame macroscópico.

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A aparência microscópica dos retinoblastomas varia com o grau de diferenciação. Cé-
lulas pequenas e pouco diferenciadas, com citoplasma escasso e núcleos hipercromáticos,
constituem a maior parte de muitos retinoblastomas. As células tumorais podem apresen-
tar rosetas com um lúmen central contendo glicosaminoglicano que é delineado por um
círculo eosinofílico distinto composto por barras terminais (rosetas de Flexner-Winters-
teiner). Um outro tipo de roseta encontrada mostra células dos retinoblastomas sem um
lúmen bem definido (rosetas de Homer Wright). Este tipo de roseta também é encontrado
em outros tipos de tumores como neuroblastomas e meduloblastomas. Algumas células
tumorais bem diferenciadas exibem diferenciação de fotorreceptores em padrões rema-
nescentes da flor de lis (fleurette) (Figuras 26.26 a 28).

Figura 26.26

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Figura 26.27

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Figura 26.28

A necrose é comumente encontrada em retinoblastomas, e geralmente circunda


núcleos de células tumorais viáveis perivasculares. Focos proeminentes de calcificação são
comuns nessas regiões necróticas.

Os retinoblastomas podem invadir o nervo óptico e podem se estender para o cé-


rebro, ou células neoplásicas podem atingir o líquido cefalorraquidiano ao penetrar no
espaço subaracnóideo ao redor do nervo óptico (Figura 26.29). Assim, o patologista deve
prestar muita atenção à margem cirúrgica de ressecção do nervo óptico nos olhos enu-
cleados por suspeita de retinoblastomas. A extensão da invasão do nervo óptico em rela-
ção à lâmina cribrosa se correlaciona diretamente com o prognóstico. Os retinoblastomas
raramente se espalham extraocularmente através dos canais esclerais que contêm vasos
sanguíneos e nervos (canais emissários), mas a disseminação geralmente é vista através
do nervo óptico e da coróide. Características prognósticas importantes incluem avaliação
do nervo óptico, invasão da coroide e extensão extraocular. Outras características incluem
tamanho do tumor, semeadura do vítreo, grau de diferenciação, envolvimento do seg-
mento anterior e padrão de crescimento. A invasão da coróide às vezes pode ser causada
artificialmente pelo deslocamento das células durante o exame macroscópico. Invasão co-
roidal verdadeira pode ser definida como focal (ninho sólido <3,0 mm de diâmetro máximo
- largura ou espessura, não atingindo a esclera) ou invasão coroidal maciça (diâmetro do
foco tumoral maior de 3 mm ou que invade a esclera).

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Figura 26.29

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Referências Bibliográficas
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Legenda das figuras


• Figura 26.1: Foto histopatológica de um calázio. O calázio é composto por
diversas células inflamatórias como neutrófilos e linfócitos, macrófagos
que por vezes se agrupam em células gigantes (setas) e lipogranuloma (L).
• Figura 26.2: Foto clínica de um carcinoma sebáceo. Lesão nodular na
pálpebra superior em um paciente idoso, de coloração amarelada-mar-
rom. Notar a presença de madarose (perda de cílios), que é característi-
ca de um tumor maligno na pálpebra que invade folículos pilosos.
• Figura 26.3: Foto clínica de um carcinoma sebáceo, com apresentação de
forma difusa e aspecto inflamatório. O carcinoma sebáceo é conhecido
por mimetizar doenças inflamatórias, neste caso uma blefaroconjuntivite.
• Figura 26.4: Foto clínica de um carcinoma sebáceo na pálpebra inferior,
neste caso simulando um calázio.

Patologia Geral - Patologia Ocular 796


• Figura 26.5: Foto macroscópica de um produto de exanteração por car-
cinoma sebáceo. A lesão é amarelada e com grande extensão para a or-
bita. Neste caso, uma cirurgia radical como a exanteração é necessária
para a excisão completa da lesão.
• Figura 26.6: Foto histopatológica do carcinoma sebáceo. O tumor (T) é
extenso com focos de necrose (N). Note que o tumor está em íntimo
contato com a conjuntiva (C).
• Figura 26.7: Foto histopatológica do carcinoma sebáceo. Note que o tu-
mor é composto por células atípicas, com núcleos de variados taman-
hos e formas (pleomorfismo) e cromatina densa (hipercromáticos).
• Figura 26.8: Foto imuno-histoquímica do carcinoma sebáceo com o an-
ticorpo Adipofilina. O anticorpo adipofilina é positivo em células com
diferenciação sebácea.
• Figura 26.9: Foto histopatológica de uma neoplasia intra-epitelial
conjuntival. O tumor (T) mostra um aumento da celularidade do epi-
télio. Note a diferença em espessura do epitélio da conjuntiva normal
adjacente ao tumor (seta preta). Esta é uma lesão pré-neoplásica, isto é,
ela não invade a membrana basal do epitélio (seta vermelha) e por isso
não apresenta capacidade de metástase.
• Figura 26.10: Foto histopatológica em maior aumento da neoplasia in-
tra-epitelial conjuntival. O tumor é composto por células atípicas com
núcleos aumentados de tamanho e cromatina densa.
• Figura 26.11: Foto macroscópica de um produto de exanteração por
carcinoma epidermóide da conjuntiva. Note o tumor (setas) esbranqui-
çado, extenso, acometendo grande parte da conjuntiva.
• Figura 26.12: Foto macroscópica de outro produto de exanteração por
carcinoma epidermóide da conjuntiva. Neste caso, o tumor (T) é extenso
e invade a córnea (C).
• Figura 26.13: Foto dos cortes macroscópicos da peça de exanteração. As
margens cirúrgicas da peça são coloridas com tintas de cores diferentes
para orientação durante o exame microscópico (ex. Margem superior
em azul, margem inferior em verde, margem posterior em preto, etc.).
São então realizados cortes subsequentes para a análise macroscópica
da extensão do tumor (setas).
• Figura 26.14: Foto histopatológica do carcinoma epidermóide do caso
apresentado na Figura 26.12. O tumor (T) invade a esclera (E).
• Figura 26.15: Foto histopatológica de um nevo conjuntival. Note as célu-
las névicas (N) com formação de cistos epiteliais (C), adjacente à conjun-
tiva normal (seta).
• Figura 26.16: Maior aumento da Figura 26.15. Note as células névicas (N)
que são pequenas, homogêneas, sem atipias citológicas. Os cistos epi-
teliais (C) que acompanha o nevo são compostos por um epitélio similar
ao da conjuntiva normal (seta).

Patologia Geral - Patologia Ocular 797


• Figura 26.17: Foto do procedimento de transiluminação em um exame
macroscópico de enucleação, por um tumor intraocular (no caso, um
melanoma uveal). Uma fonte de luz é necessária para se iluminar atra-
vés da córnea. Assim, a sombra formada no interior do olho indica o
local e a extensão do tumor, o que orienta os cortes macroscópicos.
• Figura 26.18: Foto mostrando a sombra formada pelo tumor durante o
exame de transiluminação.
• Figura 26.19: Foto macroscópica de um produto de enucleação já sec-
cionado, mostrando um tumor (T) pigmentado elevado. Este é um me-
lanoma uveal. O tumor está localizado na coroide em região posterior,
entre a retina (R) que está descolada e a esclera (seta). Note a córnea
localizada na região anterior do globo ocular.
• Figura 26.20: Foto macroscópica de outro melanoma uveal. Neste
caso, o tumor (T) está localizado na região anterior do globo ocular,
próximo à córnea (C). De acordo com a localização, este melanoma
uveal tem origem provável no corpo ciliar ou íris (nesta foto não conse-
guimos fazer esta distinção).
• Figura 26.21: Foto histopatológica de um melanoma uveal composto
por células fusiformes. As células neoplásicas possuem núcleo alonga-
do (fusiforme), com cromatina irregular e nucléolo eosinofílicos (vermel-
ho-rosa na coloração H&E) proeminente (setas).
• Figura 26.22: Foto histopatológica de um melanoma uveal composto
de células fusiformes e células epitelióides. As células epitelióides (seta)
são maiores, com núcleos arredondados, citoplasma amplo e nucléolo
proeminente. As células epitelióides mostram uma perda da coesivi-
dade com as células vizinhas. As células epitelióides são mais malignas
que as células fusiformes com maior capacidade de metástases.
• Figura 26.23: Esquema que mostra o estadiamento do melanoma uveal
da coroide e corpo ciliar. O estadiamento T é baseado na espessura e no
maior diâmetro basal do tumor.
• Figura 26.24: Foto clínica de uma criança com retinoblastoma. Após a
dilatação do olho, a foto mostra uma massa esbranquiçada intraocular.
• Figura 26.25: Foto macroscópica de um produto de enucleação por um
retinoblastoma. Note o tumor esbranquiçado intraocular preenchendo
grande parte da cavidade intraocular.
• Figura 26.26: Foto histopatológica de um retinoblastoma. Note que o
retinoblastoma (R) é composto por células homogêneas basofílicas
(azuladas na coloração H&E), com extensas áreas de necrose (N). Neste
exemplo, o tumor não invade a coróide (seta).
• Figura 26.27: Foto histopatológica em maior aumento da Figura 26.26.
Note que as células do retinoblastoma (R) são homogêneas e basofíli-
cas. A coróide que não está invadida neste exemplo, normalmente
possui pigmento de melanina que pode ser visto como um pigmento
marrom (seta).

Patologia Geral - Patologia Ocular 798


• Figura 26.28: Foto histopatológica do retinoblastoma. O retinoblasto-
ma é um tumor composto por células pequenas, redondas e azuis, com
núcleos grandes e hipercromáticos. Estas células se reproduzem rapi-
damente, em alta velocidade. Em geral, eles possuem rosetas (arranjos
que lembram uma “roda”) que por vezes possuem um lúmen central (F)
(rosetas de Flexner-Wintersteiner) ou sem lúmem central (H) (rosetas de
Homer-Wright).
• Figura 26.29: O retinoblastoma (R) é bastante conhecido por invadir o
nervo ótico (N). A invasão do nervo ótico é indicativa de pior prognostico.
• Figura 26.30: Foto mostrando o estadiamento patológico do retinoblastoma.

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