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ADENOMA PLEOMÓRFICO – RELATO DE CASO

ADENOMA PLEOMÓRFICO
RELATO DE CASO

PLEOMORPHIC ADENOMA
CASE REPORT

Sanyra Lopes DIAS *


Bruno Botto da SILVEIRA **
Maysa Nogueira Ferreira de BARROS ***
Flávia Caló de Aquino XAVIER ****
Rivany Ribeiro da Silva LIMA *****
José Rodrigo Mega ROCHA ******

______________________________________
* Mestranda de Órgãos e Sistemas do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA.
** Residente de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela OSID/UFBA. Mestre em
Odontologia pela UFBA. Residente de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial
pela OSID/UFBA
*** Residente de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela OSID/UFBA.
**** Doutorando em Odontologia - Patologia Bucal pela Universidade de SP. Professor
Adjunto da Universidade Federal da Bahia.
***** Especialização em Saúde Coletiva pela Universidade Federal da Bahia. Cirurgiã
Dentista da Fundação Estatal Saúde da Família.
****** Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela PUCRS. Doutor em
Odontologia pela UFBA e UFPB.
Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 13, n. 7, p. 622-632, jul., 2013.
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ADENOMA PLEOMÓRFICO – RELATO DE CASO

RESUMO
O adenoma pleomórfico é uma das neoplasias mais comuns
entre os tumores das glândulas salivares maiores e menores. Constitui
aproximadamente 90% de todas as lesões benignas das glândulas salivares
e, a parótida é a mais acometida. A junção entre o palato duro e mole é o
sítio de predileção mais comum, quando as glândulas salivares menores são
atingidas. O diagnóstico é complexo devido à grande variedade
microscópica e comportamento biológico deste tumor, sendo imprescindível
a realização do estudo microscópico. O tratamento de escolha é sua
excisão completa. Para as lesões localizadas no lobo superficial da parótida
é recomendada a parotidectomia superficial com a identificação e
preservação do nervo facial. As lesões do palato ou gengiva por vezes
podem exigir margem de segurança, sendo geralmente excisadas abaixo do
periósteo, incluindo a mucosa sobrejacente. Com sua exérese adequada, o
prognóstico é excelente. O presente trabalho tem como objetivo relatar caso
de adenoma pleomórfico de glândula salivar menor no palato duro, além de
descrever os aspectos mais importantes desta patologia.

ABSTRACT
Pleomorphic adenoma is one of the most common neoplasm
among tumors of the major and minor salivary glands. Constitute
approximately 90% of all benign salivary gland tumors and the parotid is the
most affected one. The junction between the hard and soft palate is the most
common site of predilection, when the minor salivary glands are affected.
Diagnosis is complex because of the wide variety of histological and
biological behavior, being the microscopically study indispensable. The
treatment is your excision. The parotidectomy with identification and
preservation of the facial nerve is recommended for lesions located in the
superficial lobe of the parotid. Lesions on gingiva and palate can sometimes
require safety including the periosteum and the overlying mucosa. Providing
an appropriate surgical resection, the prognosis is excellent. This paper aims
to report a case of pleomorphic adenoma of minor salivary gland in the hard
palate, and describes the most important aspects of this pathology.

Unitermos: Adenoma pleomórfico; Glândulas salivares; Tumores.

Uniterms: Adenoma pleomorphic; Salivary glands; Tumors.

INTRODUÇÃO
As glândulas salivares têm a maior diversidade de
características morfológicas entre suas células dentre todos os tecidos do
corpo humano, compreendendo por este motivo, o mais heterogêneo grupo
de tumores do ponto de vista microscópico (PÉREZ; YORIS; MOLINA et al.,
2007). Neste contexto, o adenoma pleomórfico é uma neoplasia benigna de
glândula salivar, derivada de uma mistura de elementos ductais e
mioepiteliais (NEVILLE; DAMM; ALLEN et al., 2004). É a mais comum das
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neoplasias benignas das glândulas salivares (BOROS; BORDINI JUNIOR;


BOROS et al., 2004; NEVILLE; DAMM; ALLEN et al., 2004 e MARZOLA,
2008). Seu desenvolvimento pode ocorrer em qualquer idade e, sua maior
incidência em indivíduos da terceira à sexta década de vida com
predominância para o gênero feminino (NEVILLE; DAMM; ALLEN et al.,
2004). Seu diagnóstico é clínico, confirmando-se através do exame
microscópico (TIAGO; CASTRO; RICARDO et al., 2003), fazendo-se
necessária a presença de dois tipos celulares, um de células epiteliais e
mioepiteliais e, outro de um estroma com características fibroides, mixóides,
condróide, vascular ou mixocondróide (FELIX; TONON; SADDY et al.,
2000). Ocorrem com frequência de 75% a 85% no lobo superficial da
glândula parótida, 8% na submandibular e, 7% a 15% nas glândulas
salivares menores (BOROS; BORDINI JUNIOR; BOROS et al., 2004).
Nestas glândulas salivares menores, 60% dos tumores ocorrem no palato
(SILVA; GUIMARÃES; FERRARO-BEZERRA et al., 2007).
São de localização intraoral, sendo raros na mucosa nasal,
onde pode ser decorrentes de vestígios embrionários de tecido salivar
(FELIX; TONON; SADDY et al., 2000; ROCHA; CAMPAGNOLO; MACEDO
et al., 2004 e MARZOLA, 2008). Quando ocorrem no palato quase sempre
se localizam na sua porção póstero-lateral, sem sintomatologia dolorosa e
de crescimento lento (BOROS; BORDINI JUNIOR; BOROS et al., 2004;
NEVILLE; DAMM; ALLEN et al., 2004 e UTUMI; BERNABÉ; ZAMBON et
al., 2009). Na fase inicial, apresenta-se como nódulo séssil, consistente à
palpação, relativamente fixo em decorrência das condições anatômicas
próprias da região (SHAFER; HINE; LEVY, 1987).
A primeira manifestação clínica do adenoma pleomórfico no
palato é uma massa dolorosa. Quando se localiza na parte posterior do
palato, disartria e disfagia podem suceder (SAKAKI; SATOH; KOBAYASHI
et al., 2008). Caso ocorra trauma local pode haver formação de ulceração
secundária (SILVA; GUIMARÃES; FERRARO-BEZERRA et al., 2007).
Quando ocorre no palato mole, pode ocasionar distúrbios funcionais, como
desconforto durante o processo de deglutição do paciente (UTUMI;
BERNABÉ; ZAMBON et al., 2009).
O adenoma pleomórfico é um tumor encapsulado e bem
circunscrito, podendo sua cápsula estar incompleta ou apresentar infiltrações
por invasão de células tumorais (NEVILLE; DAMM; ALLEN et al., 2004). O
diagnóstico microscópico é essencial para o planejamento do tratamento
definitivo (MOUBAYED; ALSAAB; DANIEL, 2010). O tratamento indicado é
sua excisão com pequena margem de segurança, removendo-se toda lesão
incluindo sua mucosa de recobrimento, com o objetivo de evitar recidivas
(SILVA; GUIMARÃES; FERRARO-BEZERRA et al., 2007; MARZOLA,
2008 e UTUMI; BERNABÉ; ZAMBON et al., 2009). As recidivas aumentam
a probabilidade de transformação maligna e, sua enucleação não se
enquadra como forma de tratamento por não permitir a ressecção cirúrgica
da lesão por completo (ERDEM; ÇANKAYA; GÜVEN et al., 2011). Caso
sua ressecção total não seja possível, tratamento radioterápico coadjuvante
deve ser implementado para controle local da lesão (DEBNATH; SAIKIA;
DEBNATH, 2010).

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Quando não é devidamente diagnosticado e tratado, o


adenoma pleomórfico pode transformar-se em um carcinoma ex-adenoma
pleomórfico, uma lesão agressiva e maligna. A maioria das transformações
malignas ocorre quando o adenoma pleomórfico acomete a glândula
parótida e, muito raramente nas lesões em glândulas salivares menores
(CHEN; LEE; CHIN et al., 2010).
Assim, o objetivo do presente trabalho é relatar um caso clinico
de adenoma pleomórfico localizado na região do palato, tratado por excisão
cirúrgica.

RELATO DE CASO

Paciente aos 18 anos de idade, gênero masculino, foi


encaminhado ao ambulatório de Cirurgia Bucomaxilofacial da Faculdade
de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, relatando discreto
aumento volumétrico na região posterior de palato duro, com evolução de
aproximadamente 06 meses. Ao exame extrabucal não foram observadas
alterações na face. Ao exame intrabucal foi notado aumento volumétrico na
região posterior do palato duro, lado esquerdo, único, fixo, circunscrito,
endurecido à palpação, com mucosa integra de coloração normal, indolor,
medindo 30 mm em seu maior diâmetro, apresentando características de
lesão nodular, com base séssil (Fig. 1).

Fig. 1 – Aspecto da lesão na região posterior do palato duro.


Fonte: Acervo FOUFBA.

Ao exame radiográfico panorâmico não foi observada nenhuma


imagem digna de nota na região da lesão, notando-se apenas algumas
unidades dentarias com lesão cariosa (1.7, 3.6 e 4.6). Na imagem
tomográfica com janela para tecidos moles, constatou-se lesão bem
delimitada, circunscrita na maxila esquerda, sem osteólise ou reabsorção no
osso palatino (Figs. 2 e 3).
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Fig. 2 – Tomografia Computadorizada e (janela tecido mole).


Fonte: Acervo FOUFBA.

Fig. 3 – Radiografia Panorâmica.


Fonte: Acervo FOUFBA.

Foi realizada biópsia incisional, cujo exame microscópico teve


como laudo o adenoma pleomórfico. Posteriormente, a paciente foi
submetida a um procedimento cirúrgico, sob anestesia geral, para excisão
completa da lesão, através de uma incisão palatina que se estendeu de
molares direitos a pré-molares esquerdos, com subsequente divulsão
mucoperiosteal. No período trans-operatório, notou-se lesão encapsulada,
bem circunscrita e, sem sinais de osteólise superficial no palato (Fig. 4).
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Fig. 4 – Peça cirúrgica, lesão encapsulada, bem circunscrita.


Fonte: Acervo FOUFBA.

O exame microscópico evidenciou-se lesão nodular delimitada


e pseudoencapsulada, caracterizada por proliferação de células epiteliais e
mioepiteliais plasmocitóides e elementos ductais com duplas de células,
metaplasia escamosa e áreas de cistificação, com diagnóstico conclusivo de
adenoma pleomórfico de glândulas salivares menores (UFBA 138/11) (Fig.
5).

Fig. 5 – Exame microscópico.


Fonte: Acervo FOUFBA.

O paciente evoluiu satisfatoriamente bem no período pós-


operatório e, após vinte dias, pôde-se constatar, clinicamente, a cicatrização
completa da área cirúrgica. Encontra-se agora em acompanhamento clínico
há doze meses, não sendo observada recidiva da lesão (Figs. 6 e 7).
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Fig. 6 – Aspecto clínico de 12 meses pós-cirúrgico.


Fonte: Acervo FOUFBA.

Fig. 7 – Rx panorâmico com 12 meses de pós-cirúrgico.


Fonte: Acervo FOUFBA.

DISCUSSÃO
O adenoma pleomórfico de glândulas salivares é incomum e
correspondem apenas 3% de todos os tumores da cabeça e pescoço
(BOROS; BORDINI JUNIOR; BOROS et al., 2004; MARZOLA, 2008 e
MERCADO; MERCADO; FERNÁNDEZ et al., 2011). Há uma discordância
na literatura quanto ao gênero mais afetado pelo adenoma pleomórfico
(MERCADO; MERCADO; FERNÁNDEZ et al., 2011), pois alguns autores
afirmam que há a predileção pelo gênero feminino (BOROS; BORDINI
JUNIOR; BOROS et al., 2004; LIMA; SOARES; AMORIM et al., 2005 e
PRADO; TAVEIRA, 2006) e, outros afirmam que não há diferença entre os
gêneros. Neste trabalho houve certa concordância com esse aspecto pois a
paciente era do gênero feminino.
O pleomorfismo é a principal característica microscópica destas
lesões (BOROS; BORDINI JUNIOR; BOROS et al., 2004) e, por outro lado,
as células individuais raramente são verdadeiramente pleomórficas
(TEIXEIRA; CORNÉLIO; GRILLO et al., 2007). Dependendo da localização
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estes neoplasmas podem ter maior ou menor potencial de malignização


(BOROS; BORDINI JUNIOR; BOROS et al., 2004). Neste trabalho
observou-se na biópsia realizada a proliferação de células epiteliais e
mioepiteliais caracterizando o pleomorfismo e, condizendo com o descrito na
literatura, não sendo observadas essas mesmas características nas células
individualmente.
O palato é a região mais comumente acometida, seguida do
lábio superior e mucosa jugal (TEIXEIRA; CORNÉLIO; GRILLO et al., 2007
e MARZOLA, 2008). O diagnóstico diferencial das lesões encontradas no
palato inclui as neoplasias malignas de glândulas salivares menores, como o
carcinoma mucoepidermóide, adenocarcinoma polimorfo de baixo grau, além
do carcinoma adenóide cístico (UTUMI; BERNABÉ; ZAMBON et al., 2009).
No presente trabalho constatou-se que a lesão era benigna, em
conformidade com a literatura, mostrando que os adenomas em glândulas
salivares menores muito raramente sofrem malignização.
A heterogeneidade de características dos adenomas
pleomórficos, por outro lado, dificulta e causa confusão, principalmente em
biópsias menores (TEIXEIRA; CORNÉLIO; GRILLO et al., 2007). Aqui,
neste relato de caso clínico-cirúrgico tomou-se o cuidado de coletar
fragmentos em regiões diferentes da mesma lesão, na esperança de
minimizar equívocos.
Outra dificuldade é não se poderem estabelecer limites de tais
lesões pelo exame clínico, tornando necessária a realização de exames de
imagem como a ressonância magnética e a tomografia computadorizada
(RIBEIRO-ROTTA; CRUZ; PAIVA et al., 2003 e MARZOLA, 2008). A
tomografia computadorizada é superior à ressonância nuclear magnética na
avaliação da erosão e perfuração óssea palatal, ou ainda o envolvimento da
cavidade nasal ou seio maxilar. A ressonância nuclear magnética permite
melhor definição vertical e inferior das dimensões do tumor e, de maneira
mais apurada, indica o nível de encapsulação do tumor (MOUBAYED,
ALSAAB; DANIEL, 2010). Por outro lado, nem a tomografia
computadorizada nem a cintilografia são úteis para decidir se a lesão é
maligna ou benigna (SAKAKI; SATOH; KOBAYASHI et al., 2008).
Qualquer atraso no diagnóstico aumenta o potencial de malignização,
mostrando a importância de um diagnóstico correto e em tempo hábil
(MERCADO; MERCADO; FERNÁNDEZ et al., 2011). Aqui neste trabalho
foram solicitados exames complementares para o estabelecimento dos
limites da lesão. A radiografia panorâmica determinou que a lesão não
invadia o tecido ósseo e, a tomografia computadorizada determinou a
extensão exata da lesão.
Além disso, a ruptura da cápsula do tumor aumenta o risco de
recorrência, demonstrando a importância de uma técnica de dissecção
meticulosa (DHANUTAI; SAPPAYATOSOK; KONGIN, 2009), apesar de o
adenoma pleomórfico ser considerado indolor (BOROS; BORDINI JUNIOR;
BOROS et al., 2004; NEVILLE; DAMM; ALLEN, 2004; MARZOLA, 2008 e
UTUMI; BERNABÉ; ZAMBON et al., 2009). A sintomatologia dolorosa foi
encontrada como uma segunda queixa principal entre os portadores desta
neoplasia (NEVES; LIMA; SOBRAL, 2007). Entretanto, no presente
trabalho o paciente não relatou sintomatologia dolorosa, devendo ser

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diferenciada do desconforto durante a alimentação em virtude do tamanho


da lesão. A lesão em si não provocava sintomatologia dolorosa espontânea,
porém qualquer tecido vital apresenta reação à possíveis estímulos álgicos
durante a mastigação.
A literatura foi unânime quanto à grande variedade morfológica
dos adenomas pleomórficos e, também, quanto à maior incidência em
relação aos demais tumores benignos de glândulas salivares. Houve
concordância também a respeito da maior ocorrência no palato, quando este
tipo de tumor acomete as glândulas salivares menores e a predileção pela
parótida, quando acometem as glândulas salivares maiores. No caso
clínico, apresentado, o adenoma acometeu as glândulas salivares menores
tendo uma progressão benigna.
O acompanhamento em longo prazo é necessário pelo grande
risco de recorrência, mesmo anos após a excisão inicial (MARZOLA, 2008 e
MOUBAYED; ALSAAB; DANIEL, 2010). Além disso, ressecção cirúrgica
de tais lesões muitas vezes acarreta maxilectomias, onde a reabilitação
protética imediata é de suma importância, por permitir ganhos em qualidade
de vida, além de ganhos funcionais do sistema estomatognático do paciente
(GOIATO; TAMAE; SILVA et al., 2011). No presente caso clínico, baseado
nos exames complementares, optou-se por realizar a enucleação total da
lesão, minimizando as possíveis chances de recidiva. O paciente foi
acompanhando durante o período de doze meses sem recorrência, porém
tal acompanhamento foi mantido após este período no intuito de identificar
precocemente possiveis recidivas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente relato de caso possibilita ressaltar a importância de
minuciosa anamnese e correto diagnóstico para a rápida elucidação da
presença de um adenoma pleomórfico. Além disso, observa-se a
importância do exame microscópico e adequado tratamento para a
reabilitação e proservação da saúde dos pacientes.

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____________________________________
* De acordo com as normas da ABNT, modificadas pela Revista de Odontologia da ATO.

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