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PRINCIPAIS ASPECTOS DA CERATOCONJUNTIVITE SECA EM CÃES

GISLAINE CAMPOS DE MORAES¹, MARIA LÚCIA MARCUCCI TORRES²

1 Aprimorando em Clinica Médica e Cirúgica de Pequenos Animais do HOVET - UNIFEOB, São João da Boa Vista/SP.
2 Professor Orientador da área de Clinica Médica de Pequenos Animais na UNIFEOB, São João da Boa Vista/SP.

RESUMO: Esta revisão de literatura tem como finalidade apresentar as principais etiologias,
características clínicas e diagnósticas da ceratoconjuntivite seca em cães, com o intuito de
obter mais conhecimento sobre a doença, pois seu diagnóstico tardio e seu tratamento
inadequado podem levar a perda da visão. A ceratoconjuntivite seca é uma enfermidade que
acomete comumente os cães, na qual ocorre uma deficiência do filme lacrimal. A etiologia pode
ser diversa, porem a mais encontrada é a causa imunomediada. Os sinais clínicos podem
variar, o mais comum é a secreção ocular. O diagnóstico é baseado no histórico, sinais clínicos
e testes oftalmológicos, o mais utilizado é o Teste Lacrimal de Schirmer. O tratamento pode ser
tanto clínico quanto cirúrgico. Para que haja sucesso no tratamento, é necessário além de um
diagnóstico adequado, a conscientização e a colaboração do proprietário na realização do
tratamento correto.

Palavras-chave: Teste lacrimal. Imunomediada. Deficiência do filme lacrimal.

INTRODUÇÃO

A Ceratoconjuntivite Seca (CCS) é uma enfermidade ocular comum de se encontrar em


pequenos animais, principalmente nos cães (RORIG, 2009).
Essa doença é caracterizada pela deficiência da lágrima, que pode ser devido tanto a
falhas quantitativas como qualitativas do filme lacrimal (CABRAL et al., 2005; FREITAS, 2009;
RORIG, 2009; ASTRAUSKAS; CAMARGOS, 2013).
Os sinais clínicos da CCS variam dependendo do tempo decorrido do surgimento e
extensão do ressecamento. O teste mais utilizado para o diagnóstico é o teste lacrimal de
Schirmer (RORIG, 2009) e terapia clínica e cirúrgica podem ser realizadas (DEFANTE
JUNIOR, 2006),
Devido a grande severidade da doença e a grande importância, por poder reduzir
drasticamente a qualidade de vida do animal, e também por ser uma doença complexa, que
necessita de um tratamento voltado para cada caso, este trabalho vai abordar as principais
causas, como conseguir um diagnóstico correto, baseado tanto no aspecto clínico como em
métodos de diagnóstico adequados.

REVISÃO DE LITERATURA

Anatomofisiologia do Sistema Lacrimal


O sistema lacrimal é formado por estruturas produtoras e secretoras de lágrimas, e por
estruturas excretoras, que drenam essas lágrimas (COLVILLE, 2010; TURNER, 2010). As
principais estruturas produtoras são compostas pela glândula lacrimal principal, glândulas da
terceira pálpebra, glândulas acessórias, glândulas tarsais (ou de Meibômio), e células
caliciformes (DEFANTE JUNIOR, 2006; FREITAS, 2009; TURNER, 2010); as estruturas
excretoras incluem os pontos lacrimais, canalículos e ducto nasolacrimal (COLVILLE, 2010;
TURNER, 2010). O filme lacrimal consiste em três camadas distintas, sendo a mais externa a
camada lipídica produzida pelas glândulas tarsais (ou de Meibômio), a intermediária a camada
aquosa produzida pela glândula lacrimal principal, pelas glândulas da terceira palpebra e pelas
glândulas acessórias e a mais interna a camada mucosa produzida pelas células caliciformes.
Suas principais funções são: manutenção de uma superfície ocular saudável, lubrificação entre
as pálpebras e a superfície ocular, remoção de corpos estranhos da córnea e conjuntiva,
suprimento de nutrientes e oxigênio, como também o suprimento de proteínas antimicrobianas,
as quais atuam na defesa imunológica (DEFANTE JUNIOR, 2006; FREITAS, 2009). As
glândulas lacrimais são significativamente maiores nos cães machos (RIBEIRO et al., 2008;
FREITAS, 2009), como também as glândulas da terceira pálpebra são mais espessas
comparada com as glândulas das fêmeas (FREITAS, 2009).
Etiologia
A ceratoconjuntivite seca não possui uma exata etiologia conhecida, acredita-se ser
multifatorial (DEFANTE JUNIOR, 2006; ASTRAUSKAS; CAMARGOS, 2013), e pode ser devido
tanto a falhas quantitativas como qualitativas do filme lacrimal (CABRAL et al., 2005; FREITAS,
2009; RORIG, 2009; ASTRAUSKAS; CAMARGOS, 2013). Esta enfermidade em 60% dos
casos é bilateral, e afeta por volta de 65% das fêmeas em relação aos machos. As raças
predispostas geralmente são as de porte pequeno, em especial, Dachshund pêlo longo,
Cavalier King Charles Spaniel, Shitzu, Lhasa Apso, Cocker Spaniel Americano, West Highland
White Terrier (DEFANTE JUNIOR, 2006; FREITAS, 2009), Bloodhound, Boston Terrier,
Bulldogue Inglês, Springer Spaniel Inglês, Schnauzer miniatura, Pequinês, Poodle, Samoieda,
Pug e Yorkshire Terrier (FREITAS, 2009). Ela pode ser decorrente de causas primárias, como
ausência de atividade lacrimal, ausência da glândula ou atrofia glandular (DEFANTE JUNIOR,
2006; ASTRAUSKAS; CAMARGOS, 2013). Também devido a causas secundárias, como no
caso de doenças sistêmicas (cinomose, leishmaniose, toxoplasmose, erliquiose,
hipotireoidismo e diabetes), infecções oculares, traumatismos que afetam as estruturas
responsáveis pela produção lacrimal, hipossecreção temporária em animais velhos submetidos
à cirurgia, remoção cirúrgica lacrimal da terceira pálpebra, deficiências nutricionais
(hipovitaminose A), intoxicações (como astrágalo, beladona e botulismo), medicamentos (como
fenazopiridina, derivados de sulfa e atropina), medicamentos tópicos, radiação, doenças
autoimunes e degenerativas (síndrome de Sjögren e síndrome de disautonomia), neoplasias e
origem idiopática (DEFANTE JUNIOR, 2006; ASTRAUSKAS; CAMARGOS, 2013). Segundo
Ribeiro et al. (2008), Rorig (2009), Astrauskas e Camargos (2013), a maior causa da CCS em
cães é devido a uma doença imunomediada. Astrauskas e Camargos (2013) citam também,
que a senilidade é uma importante causa idiopática, devido à atrofia senil das glândulas. De
acordo com Defante Junior (2006), a excisão da glândula da terceira pálpebra, é a causa mais
comum da ceratoconjuntivite seca iatrogênica. A falha na porção aquosa é considerada uma
deficiência quantitativa do filme lacrimal e um distúrbio muito comum em cães (FREITAS,
2009). Podem ser citadas como anormalidades qualitativas da lágrima a deficiência na
produção dos componentes lipídicos e mucosos, nesse caso, os animais afetados com
anormalidades qualitativas, podem apresentar medidas normais no teste lacrimal de Schirmer,
porém com sinais clínicos da ceratoconjuntivite seca (FREITAS, 2009; RORIG, 2009).

Sinais Clinicos
A CCS pode apresentar-se das seguintes formas: aguda ou crônica, transitória ou
permanente, unilateral ou bilateral. Os sinais clínicos podem ser variados, estão de acordo com
o tempo que está ocorrendo a deficiência na produção do filme lacrimal como também a
gravidade do caso (DEFANTE JUNIOR, 2006; FREITAS, 2009; RORIG, 2009; MOTTA, 2011;
ASTRAUKAS; CAMARGOS, 2013). Inicialmente os olhos apresentam vermelhidão, inflamação,
secreção mucoide ou mucopurulenta intermitente. Conforme aumenta a gravidade, a superfície
ocular se torna opaca, a conjuntiva fica muito hiperêmica, a secreção mucopurulenta torna-se
persistente; pode ocorrer ceratite progressiva com ou sem ulceração, com vascularização e
pigmentação. Devido ao acumulo de secreções nas margens palpebrais e na pele periocular, é
frequentemente observado blefarite e dermatite periocular. Ocorre blefaroespasmo persistente
devido ao desconforto causado pela progressão da doença. Perda ou diminuição da acuidade
visual ocorre devido a severa opacificação ou a perfuração corneana, secundária a úlcera
profunda da mesma (RORIG, 2009; ASTRUSKAS; CAMARGOS, 2013). Segundo Rorig (2009)
mais de 70% dos cães da raça Lhasa Apso e Shih Tzu com olho seco apresentam atopia, e
mais de 90% dos Cocker Spaniels com CCS apresentam seborreia. Segundo o autor, o prurido
periocular decorrente dessas dermatopatias afeta as pálpebras, o que consequentemente leva
a alteração na composição do filme lacrimal pré-corneano. Devido a esta estatística, vale
ressaltar que animais que apresentam estas doenças com alterações cutâneas,
frequentemente possuem associado a ceratoconjuntivite seca.

Diagnóstico
Para um bom diagnóstico da ceratoconjuntivite seca o exame físico completo é
importante, porem a doença só pode ser realmente confirmada através de exames oftálmicos
(DEFANTE JUNIOR, 2006; FREITAS, 2009; MOTTA, 2011; ASTRAUSKAS; CAMARGOS,
2013). Um dos métodos de diagnóstico que pode ser utilizado é o Teste Lacrimal de Schirmer
(TLS), porem ele só diagnostica quando ocorrem falhas quantitativas da lágrima, pois ele afere
a quantidade de lágrima produzida. Esse método é muito utilizado, e importante para o
diagnóstico (DEFANTE JUNIOR, 2006; MOTTA, 2011; ASTRAUSKAS; CAMARGOS, 2013).
Ribeiro et al. (2008) sugerem que valores abaixo de 15 mm, podem ser sugestivos de CCS. Se
o valor do TLS for normal ou um pouco abaixo do normal, mas mesmo assim o animal
apresentar sinais clínicos de CCS é indicado à utilização do colírio rosa bengala para a
coloração das áreas de descontinuidade do filme lacrimal e fazer a mensuração do tempo de
quebra do filme lacrimal, com o intuito de analisar se o tempo de dispersão está acelerado.
Esses dois métodos podem ser de grande importância diagnóstica adicional para identificar
anormalidades qualitativas do filme lacrimal (DEFANTE JUNIOR, 2006; RIBEIRO et al., 2008).
O teste de fluoresceína só tem valia na CCS para detectar presença de úlcera de córnea
secundaria (DEFANTE JUNIOR, 2006; MOTTA, 2011). Como diagnóstico diferencial da
ceratoconjuntivite seca pode ser citado a opacidade corneal congênita, distúrbios metabólicos,
distrofia endotelial, uveíte, glaucoma, neoplasia e episclerite (DEFANTE JUNIOR, 2006;
MOTTA, 2011). Deve-se realizar o perfil hematológico completo e bioquímico sérico em
pacientes com CCS, para que possa avaliar efeitos sistêmicos de doenças concomitantes
(FREITAS, 2009).

Tratamento
O tratamento da ceratoconjuntivite seca pode ser tanto clínico quanto cirúrgico
(DEFANTE JUNIOR, 2006), sendo na maioria dos casos utilizado o tratamento clinico que inclui
principalmente lacrimo miméticos, lacrimogênicos, mucolíticos, antibacterianos tópicos
(ASTRAUSKAS; CAMARGOS, 2013) e antiinflamatórios (RIBEIRO et al., 2008). O tratamento
cirúrgico deve ser realizado apenas quando o tratamento clínico não obteve sucesso
(DEFANTE JUNIOR, 2006; ASTRAUSKAS; CAMARGOS, 2013). Os lacrimo miméticos tem
como finalidade substituir a deficiência de um ou mais componentes do filme lacrimal,
conhecido também como lágrima artificial. Deve ser utilizado como terapia complementar na
estimulação da produção lacrimal, até que se reestabeleça a produção normal. Esses
medicamentos são a base de hipromelose, dextrano, carboximetilcelulose, sulfato de
condroitina, ácido poliacrílico. Deve-se utilizar no mínimo seis vezes ao dia (RIBEIRO et al,
2008; VIANA; FULGÊNCIO; BORGES, 2011). Os medicamentos lacrimogênicos são capazes
de estimular a produção lacrimal, entre eles estão inclusos agentes imunossupressores /
antiinflamatórios, como a ciclosporina A, o pimecrolimus e o tacrolimus, fármacos colinérgicos
(pilocarpina) e fármacos com propriedades imunomuladoras, como os interferons (RIBEIRO et
al., 2008). Em casos de CCS autoimune, os fármacos com maior resultado satisfatório são os
imunossupressores, onde o primeiro a ser utilizado com sucesso foi a ciclosporina (DEFANTE
JUNIOR, 2006; ASTRAUSKAS; CAMARGOS, 2013), e mais recentemente vem sendo
utilizados o pimecrolimus e tacrolimus. Em casos refratários, a utilização da associação da
ciclosporina e tacrolimus é citada (MOTTA, 2011). A maior causa de frequentes resultados
terapêuticos deficientes é a falha do proprietário, devido a tratamento inadequado e sem
consistência. Deve-se discutir com o proprietário desde o começo do tratamento e enfatizar
durante o seu percorrer, todo o custo envolvido, a conveniência, os objetivos e as alternativas
de terapia, para que essa falha possa ser minimizada (ASTRAUSKAS; CAMARGOS, 2013).
Quando o tratamento clinico não obtiver sucesso, Freitas (2009) e Angélico et al. (2011) citam
alguns procedimentos cirúrgicos que podem ser realizados, tais como: transposição do ducto
parotídeo, transplante das glândulas salivares, ambos com intuito de utilizar a saliva como
substituto lacrimal; a tarsorrafia parcial, que reduz a exposição e melhora o piscar e a oclusão
do ponto lacrimal, visando conservar a lágrima na superfície ocular devido ao bloqueio de sua
drenagem, este método é contraindicado em casos que o cão apresenta o TLS no valor de 0
mm/min. Segundo Defante Junior (2006), a técnica cirúrgica mais utilizada é a transposição do
ducto parotídeo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
É de extrema importância a atenção dos clínicos médicos veterinários aos sinais
característicos e aos métodos de diagnóstico adequados para que o tratamento seja instituído
rapidamente, pois diversas vezes essa doença não é diagnosticada de forma correta,
acarretando na perda de tempo do inicio do tratamento adequado, sendo que essa demora
pode levar a perda da acuidade visual de forma irreversível.

REFERÊNCIAS

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