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O slide acima exibe a definição da palavra neoplasia que é encontrada no
dicionário, mas, independentemente da redação desse conceito, a palavra mais
importante na definição de neoplasia é a que faz referência ao crescimento
autônomo dessas lesões.
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Lembrando que as neoplasias/tumores podem ser benignas ou malignas. As
neoplasias benignas exibem crescimento lento e expansivo, são encapsuladas,
têm células bem diferenciadas e, de modo geral, não levam à morte.
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As neoplasias malignas, por sua vez, têm crescimento rápido e infiltrativo e são
capazes de produzir metástase. Além disso, são caracterizadas pela capacidade
de recidivar, ausência de cápsula, grau de diferenciação celular tendendo à
indiferenciação e, se não interceptadas em tempo hábil, levam à caquexia e
morte.
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A palavra câncer tem origem no latim e significa caranguejo. Acredita-se que
essa palavra passou a denominar os tumores malignos fazendo-se uma analogia
entre o crescimento infiltrativo desses tumores e as patas do caranguejo na sua
ação de agarrar-se às superfícies.
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O vocábulo câncer nomeia as neoplasias malignas.
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Cerca de 90-95% dos tumores malignos de boca são carcinomas espinocelulares.
Entre os 5%-10% restantes, podemos incluir sarcomas, linfomas, melanomas,
adenocarcinomas e metástases, entre outros. Na sequência, abordaremos um
pouco de cada uma dessas outras neoplasias malignas que acometem a cavidade
oral.
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A primeira neoplasia maligna que abordaremos pertence ao grupo dos
sarcomas…
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O sarcoma é definido como neoplasia maligna de tecido mesenquimal. Neste
grupo, incluem-se o fibrossarcoma (fibroblastos) e o osteossarcoma (tecido
ósseo).
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O sarcoma osteogênico ou osteossarcoma é definido como neoplasia maligna
de tecido ósseo. É mais frequente em ossos longos (tíbia, fêmur), e sua
prevalência nos ossos maxilares é de 5%. A média de idade dos pacientes
acometidos é de 34 anos; 62% dos pacientes são do sexo masculino.
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O osteossarcoma acomete pacientes jovens.
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Ao exame intraoral, exibia um crescimento tecidual em maxila, com superfície
ulcerada. Os dentes da região exibiam mobilidade. Presença de abaulamento no
palato duro (região anterior).
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A radiografia de perfil exibia radiopacidade irregular na região da lesão.
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A radiografia panorâmica exibia um misto de áreas radiolúcidas e radiopacas na
região.
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Esta paciente de 26 anos, exibia lesão em maxila, com 3 meses de evolução,
acompanhada de desconforto e dificuldade respiratória.
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Ao exame físico, massa tumoral em maxila, lado direito. É possível identificar a
área da biópsia pela presença da sutura.
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A radiografia panorâmica exibia áreas radiolúcidas/radiopacas irregulares.
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Na tomografia computadorizada, maiores detalhes da lesão. Percebe-se o
crescimento da massa tumoral dentro do seio maxilar.
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Massa tumoral acometendo também o seio maxilar.
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A imagem em raios de sol é um sinal radiográfico muito característico do
osteossarcoma/sarcoma osteogênico.
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O aumento da espessura do espaço do ligamento periodontal é outro sinal
radiográfico característico do osteossarcoma. O padrão em roído de traça
também pode ser observado.
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O tratamento requer ressecção cirúrgica acompanhada de quimioterapia.
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A mandíbula também pode ser acometida.
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Ao exame intraoral, massa tumoral acometendo mandíbula, lado esquerdo.
Dentes com mobilidade, “flutuando” no tumor.
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A radiografia panorâmica exibe extensas áreas osteolíticas em mandíbula.
No caso desta paciente, predomina o comportamento osteolítico do tumor.
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Nas radiografias periapicais, áreas osteolíticas comprometendo o osso alveolar.
Aumento da espessura do espaço do ligamento periodontal também pode ser
observado.
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Realizada a biópsia incisional, o exame histopatológico confirmou o diagnóstico
de osteossarcoma (sarcoma osteogênico).
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Outra neoplasia maligna que pode acometer cavidade oral é o linfoma.
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Linfoma é uma neoplasia maligna de linfócitos (ou de tecido linfoide).
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Paciente com história de dente molar com mobilidade , foi ao dentista, o dente
foi extraído. Após a exodontia, a massa neoplásica exteriorizou-se via alvéolo
dentário.
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Paciente com 73 anos de idade, queixando-se de não conseguir mais usar a
prótese superior.
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Ambas as lesões foram biopsiadas...
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O diagnóstico histopatológico foi de linfoma.
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Paciente de cerca de 30 anos de idade, com lesão em mandíbula lado esquerdo,
com extensas áreas de necrose.
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A primeira escolha de tratamento para o linfoma é a quimioterapia. Entretanto,
como este paciente já tem a imunossupressão da AIDS, é preciso que inicie a
terapia antirretroviral (tratamento do HIV) para que possa iniciar a quimioterapia
do linfoma.
Neste caso, o diagnóstico da infecção pelo HIV foi feito a partir do diagnóstico do
linfoma.
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Outra forma de linfoma, é o linfoma de Burkitt...
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Paciente masculino, 10 anos de idade, com aumento de volume na face causado
por lesão na mandíbula.
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Na radiografia panorâmica, áreas osteolíticas em mandíbula, região de molares,
bilateral. Os molares inferiores sendo exfoliados pela lesão
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Ao exame intraoral, extensa massa tumoral em mandíbula.
A biópsia revelou o diagnóstico de linfoma de Burkitt.
O paciente foi encaminhado para tratamento quimioterápico.
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Outro tumor maligno que pode acometer a cavidade oral é o melanoma...
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O melanoma é uma neoplasia maligna de melanócitos.
É mais frequente na pele, sítio em que sua ocorrência está associada à radiação
solar.
A cor varia em uma mesma lesão com diversos matizes... Castanha, preta,
avermelhada, violácea, branca, azul...
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O acrônimo ABCDE é usado para lembrar as características clínicas do melanoma
A = assimetria
B = bordas irregulares
C = cor irregular que varia de tons de marrom ao preto, branco, vermelho, azul
D = diâmetro (maior que 6 mm)
E= evolução (lesões pigmentadas apresentando alteração de tamanho, forma, cor,
superfície ao longo do tempo)
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Nesta imagem, podemos perceber a variação de cor, com áreas castanhas,
violáceas e pretas. O aspecto irregular da lesão também é evidente.
O melanoma faz metástases muito rapidamente, tanto por via linfática quanto
sanguínea.
É importante lembrar que o melanoma pode iniciar como uma diminuta lesão
pigmentada. Daí a importância de não se negligenciarem essas lesões.
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Os adenocarcinomas são tumores malignos de epitélio glandular...
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São de nosso especial interesse os adenocarcinomas que acometem as glândulas
salivares.
Aqui vamos apenas recordar quais são os principais, uma vez que esse assunto já
foi abordado na aula Patologia das Glândulas Salivares.
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As principais neoplasias malignas de glândula salivar são o carcinoma adenoide
cístico e o carcinoma mucoepidermoide. Ambos apresentam-se como
crescimentos nodulares. Quando acometem as glândulas salivares menores, o
sítio principal é o palato. Podem ser confundidos com lesões de origem
endodôntica e com tumores benignos, já que podem exibir um crescimento mais
indolente.
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Nesta imagem podemos observar novamente a lesão anterior.
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Observe, nesta imagem, o espécime da biópsia. O fragmento tem uma porção
mais superficial e outra mais profunda.
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A porção superficial do espécime só exibia tecido normal. Epitélio e conjuntivo
da mucosa, tecido submucoso e glândulas salivares acessórias normais.
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A porção inferior exibiu o tumor.
Tratava-se de um carcinoma mucoepidermoide.
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Assim como os tumores malignos da cavidade oral podem produzir metástases
em linfonodos, pulmão ou outros órgãos, também os tumores de outros órgãos
podem produzir metástase na cavidade oral.
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As imagens acima exibem duas lesões nodulares, ambas avermelhadas, de
superfície ulcerada localizadas em gengiva/rebordo alveolar.
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Deve ser enfatizada aqui a necessidade de sempre fazermos a anamnese
detalhada, incluindo perguntas sobre a história médica pregressa do paciente.
Neste caso, saber que o paciente já teve câncer de pulmão nos ajuda a
estabelecer os possíveis diagnósticos clínicos da lesão nodular bem como
considerar a urgência da biópsia.
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Neste outro caso, a lesão em periápice era uma metástase de um
adenocarcinoma de esôfago.
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O tratamento eficaz da enfermidade que o paciente apresenta requer
diagnóstico correto.
O diagnóstico dos tumores malignos depende da biópsia.
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O câncer é monoclonal… começa com uma célula. Começa pequeno.
A cavidade oral é de fácil acesso tanto para o exame físico quanto para a biópsia.
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Se considerarmos que: (1) 95% dos tumores malignos de boca são carcinomas
espinocelulares (lesões que começam a partir do epitélio da mucosa oral para
depois invadirem tecidos mais profundos. Isto é, começam na superfície externa
e são, portanto, identificáveis em fase inicial). (2) Na maioria das vezes, os
carcinomas espinocelulares da cavidade oral são precedidos por lesões
cancerizáveis
Podemos concluir que o diagnóstico precoce do câncer de boca é possível e
depende do conhecimento e da atenção do cirurgião-dentista.
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O câncer de boca tem cura, desde que diagnosticado precocemente.
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