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CLÍNICO HISTOPATOLÓGICO

ESTOMATOLOGIA
C A S O C L Í N I C O- M E TÁ S TA SE N A C AV I D ADE O R A L

Alunos: Amadeu Junior, Júlia Larissa, Mel Loureiro, Jessica Terra, Débora Cristina, Vitória Freire, Gabrielle Vilar
INTRODUÇÃO
Apresentaremos nesse trabalho um caso clínico, de uma lesão maligna no reto a
qual houve metástase para a cavidade oral, especificamente na mandíbula. Metástase
para a região oral podem ocorrer nos tecidos moles ou nos ossos maxilares. Tumores
metastáticos para a cavidade oral são raros, compreendendo aproximadamente 1% das
neoplasias encontradas na região oral. Devido à sua raridade, o diagnóstico de uma
lesão metastática na região oral é difícil; tanto para o clínico como para o patologista, ao
reconhecer que uma lesão é metastática e na determinação ao local de origem.
METÁSTASE
Metástase é a causa de 90% dos casos de morte
por neoplasias malignas. Esse fenômeno
fisiopatológico apresenta uma enorme variabilidade
biológica, que por proporcionar a sobrevida de
células neoplásicas em sítios distantes, quando à
doença uma característica sistêmica. Metástase
ocorrem quando células neoplásicas geneticamente
instáveis adaptam-se a um microambiente tecidual
distante da massa neoplásica primária. Esse
processo envolve a seleção de caminhos que são
vantajosos para as células neoplásicas e que
também têm condições de recrutar vias estromais
que acomodam e abrigam essas células (Gupta e
Massagué, 2006).
RELATO DO CASO CLÍNICO
T. I. S., 59 anos, feminino, branca, natural da Paraíba e
procedente de city, S.P. Há quatro meses apresentando
hematoquesia, mucorréia e afilamento das fezes,
associado a perda de peso, dor ao evacuar e alteração do
hábito intestinal. Há uma semana com queixa de
abaulamento da região mandibular direita, dificuldade à
abertura da boca e mastigação. Ao exame físico da face
com nodulação endu- recida de 5x4 cm nos seus maiores
eixos, palpável em região temporomandibular direita,
endurecida, fixa, dolorosa e limitação à abertura da boca.
Cavidade oral com abaulamento na região correspondente
aos últimos molares inferiores, sem comprometimento da
mucosa. Ao exame proctológico evidenciada lesão úlcero-
vegetante póstero lateral direita com extensão de dois a
sete centímetros da borda anal, amolecida, fixa e com
sinais sugestivos de invasão esfincteriana. O exame
histopatológico revelou tratar-se de adenocarcinoma.
Durante o estadiamento não foram encontra- das lesões
sincrônicas no cólon ou doença metastática para o fígado,
porém em exames radiológicos foram identificadas
deformidade de face e lesão lítica de mandíbula.
RELATO DO CASO CLÍNICO
A confirmação diagnóstica foi obtida através de biópsia por punção de agulha fina na
região correspondente ao abaulamento de face e que identificou in- filtração óssea por
adenocarcinoma metastático. (Figuras 3a e 3b)além de apresentar neoplasia maligna
de reto com metástases pulmonares, também apresenta metástase óssea para a
mandíbula. (SINTOMATOLOGIA )Esta última por ser causa principal de dor, desconforto
e limitação da função mastigatória foi o motivo principal de suas queixas e de sua
precária qualidade de vida.(TRATAMENTO )Fez-se opção pela realização de
radioterapia em face utilizando-se 5000 cGy nesta localização e quimioterapia sistêmica
paliativa com o 5-Fluorouracil e Leucovorin, visando o controle das metástases
pulmonares. Em relação à lesão retal, optou-se pela realização de derivação intestinal,
pois apresentava quadros suboclusivos. Evoluiu com restauração da função
mastigatória após a radioterapia, porém apresentou neutropenia irreversível após
segunda sessão de quimioterapia, com óbito três meses após o diagnóstico das lesões.
DISCUSSÃO DO CASO CLÍNICO

As metástases ósseas de adenocarcinoma de reto são encontradas em apenas 1%


dos casos 3-,5,7,8. Quando a mandíbula é afetada, as metástases ocorrem
preferencialmente na articulação temporomandibular devido à disseminação neoplásica
para o côndilo mandibular que é rico em medula vermelha 6.
A raridade do acometimento metastático do aparelho ósseo mastigatório pelo
adenocarcinoma de reto pode ser consequência do fato de que a mandíbula é
raramente examinada e, além disto, as metástases aí disseminadas podem espalhar-se
intrinsecamente.
Ressaltamos que a doença metastática para mandíbula deve ser pesquisada em
pacientes com adenocarcinoma colorretal através de exame local detalhado. Em casos
de pacientes com abaulamento e ou dor em mandíbula, a investigação com exames
subsidiários é necessária e o tratamento paliativo com radioterapia local tem finalidade
principal de alívio da sintomatologia.
REFERÊNCIAS
MACHADO, Breno Enrico Lemos. Metástases para a cavidade oral: estudo retrospectivo e análise crítica da
literatura. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

BALSAMO, Flávia; FORMIGA, Galdino José Sitonio. Adenocarcinoma de reto com metástase para
mandíbula: relato de caso. Revista Brasileira de Coloproctologia, v. 29, p. 493-496, 2009

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