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BIOSSEGURANÇA Maria de Fatima Nascimento

do Amaral
Biossegurança
• Conjunto de ações voltadas para
a prevenção, proteção do
trabalhador e\ou paciente, cliente,
usuário minimização de riscos
inerentes às atividades de
pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e
operacional e amplia-se para a
proteção ambiental e a qualidade.
• Prevenir riscos geradores
pelos agentes químicos e físicos
envolvidos em processo de
Finalidade trabalho de saúde, onde o risco
biológico se faz presente ou
não.
• A higienização das mãos;

• Uso de Equipamento de Proteção


individual – EPI

Principais • Uso de técnicas assépticas e as


medidas de barreiras físicas também chamada
Biossegurança de isolamentos de contato e
respiratório

• Presença de Equipamento de
proteção coletiva -EPC
Higienização das mãos:
• A higienização das mãos é
reconhecida, mundialmente,
como uma medida primária,
mas muito importante no
controle de Infecções
Relacionadas à Assistência à
Saúde - IRAS.
• É considerada um dos pilares
da prevenção e controle de
infecções dentro dos serviços
de saúde, incluindo aquelas
decorrentes da transmissão
cruzada de microrganismos
multirresistentes
Higienização das mãos:
• É a medida individual mais simples
e menos dispendiosa para prevenir
a propagação das infecções
relacionadas à assistência à saúde.
• Recentemente, o termo “lavagem
das mãos” foi substituído por
“higienização das mãos” devido
à maior abrangência deste
procedimento.
O termo engloba a ...
• ...higienização simples,
• ...higienização antisséptica,
• ...fricção antisséptica e
• ...antissepsia cirúrgica das mãos.
Higienização das Mãos

Segurança do Paciente

• As mãos são consideradas


ferramentas principais dos
profissionais que atuam nos
serviços de saúde, pois são as
executoras das atividades
realizadas.
• A segurança do paciente
nesses serviços depende da
higienização cuidadosa e
frequente das mãos destes
profissionais.
Apesar de inúmeras evidências de que a
correta HM é uma medida importante
para a redução da transmissão de
Estudos sobre o tema
microrganismos por meio das mãos, a
mostram que a adesão dos
profissionais à prática da adesão a esta prática permanece baixa,
higienização das mãos de com taxas que variam de 5% a 81%.
forma constante e na rotina
diária ainda é baixa,
devendo ser estimulada e
conscientizada entre os
profissionais de saúde
A média é que apenas 40%
dos profissionais da saúde
higienizam as mão
Higienização das mãos: fatores relacionados a
baixa adesão à HM em serviços de Saúde

• ausência de lavatórios e pias;


• deficiência de insumos como sabonete
e papel toalha;
• falta de estímulo;
• falha na atitude pessoal;
• presença de dermatites,
• ressecamento ou outras lesões de pele;
• falta de exemplos por parte de colegas
e superiores e capacitação insuficiente

(PITTET et al., 2000).


• A adesão às recomendações ou
protocolos envolve mudanças no
comportamento de profissionais que
prestam assistência ao paciente

•A dinâmica da mudança
comportamental para o cumprimento
da HM é complexa e multifacetada,
constituindo um desafio para o
governo, diretores, gestores e
profissionais que atuam no Serviço de
Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)
A estratégia multimodal da Organização Mundial da
Saúde (OMS) objetiva a melhoria da HM em serviços de
saúde e engloba cinco componentes que formam a
estratégia multimodal ou 5 multifacetada (WHO, 2009;
PITTET, 2009), a saber:

• mudança de sistema, envolvendo a


disponibilização de produtos para HM no
ponto de assistência;

• educação e treinamento dos profissionais;

• avaliação da adesão à HM e devolutiva à


equipe;

• lembretes no local de trabalho para HM e

• estabelecimento de clima institucional de


segurança para HM.
(PITTET et al., 2000).
• No Brasil, em 1989, o Ministério da
Saúde publicou o manual “Lavar as
Mãos: Informações para os
Profissionais de Saúde”, a fim de
orientar os profissionais quanto às
normas e aos procedimentos para
lavar as mãos, visando à prevenção e
controle das infecções
• A Resolução da Diretoria Colegiada RDC
n°. 50, de 21 de fevereiro de 2002, da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
do Ministério da Saúde (Anvisa/MS),
dispõe sobre Normas e Projetos Físicos
de Estabelecimentos Assistenciais de
Saúde, definindo, dentre outras, a
necessidade de lavatórios/pias para a
higienização das mãos
A Portaria n°. 2616, de 12 de maio de
1998 (BRASIL, 1998) regulamentou o
Programa Nacional de Controle de
Infecções e a implantação de
Comissão de Controle de Infecção
hospitalar (CCIH).

Anvisa/MS publicou a Resolução da


Diretoria Colegiada (RDC) n°. 42, de 25
de outubro de 2010 (BRASIL, 2010),
que dispõe sobre a obrigatoriedade de
disponibilização de preparação
alcoólica para HM, pelos serviços de
saúde.
Higienização das mãos:

• antes e após contato com o paciente,


• após contato com sangue, outros
líquidos orgânicos, e itens
contaminados;
• após a retirada de luvas:
• entre um paciente e outro e no
mesmo paciente, caso haja risco de
contaminação cruzada entre
diferentes sítios anatômicos.
A
higienização
das mãos
A pele normal do ser humano é colonizada por bactérias
e fungos, sendo que diferentes áreas do corpo têm
concentração de bactérias variáveis por centímetro
quadrado (cm2):
Higienização das
mãos • Couro Cabeludo: 106 UFC*/ cm2.

• Axila: 105 UFC/cm2.

• Abdome ou antebraço: 104 UFC/cm2.

• Mãos dos profissionais de saúde: 104 a 106 UFC/ cm2.

Bactérias Fungos Vírus


*UFC: Unidade de formação de colônias
(raramente se reproduzem na pele)
Higienização
Pesquisas indicam que em cada centímetro
das mãos
quadrado de nossas mãos existem, em média,
1.000 bactérias que podem transmitir doenças,
principalmente em crianças e adultos com
imunidade baixa
• Coloniza a camada superficial da pele

• Sobrevive por um curto espaço de tempo


Microbiota
• Removível com: água e sabão por fricção mecânica
transitória

Adquirida por profissionais de saúde:

• Durante o contato com os pacientes/ cliente/ usuários


(colonizados ou infectados)

• No ambiente

• Superfícies próximas ao pacientes/ cliente/ usuários

• Produtos e equipamentos contaminados


Microbiota • Está aderida a camada mais
profunda da pele e é mais
residente resistente a remoção apenas por
água e sabão
• Neste grupo estão incluídas microrganismos de
patogenicidade comprovada que causam
infecções específicas, como:
Abscessos
Panarício
Microbiota Paroníquia
infecciosa: Eczema infectado das mãos
Produtos
utilizados na
higienização
das mãos
+++ EXCELENTE
++ BOM
+ REGULAR
- NENHUMA OU INSUFICIENTE
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
• Erro 1 – Esquecer-se de cobrir • Erro 5 – Não manter unhas
Os erros em todas as superfícies da mão com
quantidade suficiente de produto;
limpas e curtas ou usar unhas
postiças, que dificultam a
higiene das • Erro 2 – Não respeitar o tempo de
higiene de mãos de forma
correta, e está associado a
ação do produto (sabão ou
mãos solução alcoólica);
surtos de infecção;
• Erro 6 – Deixar de observar a
• Erro 3 – Lavar a mão com sabão e saúde de suas mãos, inclusive
água e, na sequência, aplicar das unhas, pois micoses podem
solução alcoólica – ou vice-versa. ser foco de bactérias e fungos a
Isso pode propiciar lesões pacientes;
cutâneas, dermatites;
• Erro 7 – Deixar de realizar a
• Erro 4 – Usar água muito quente higienização das mãos nos
para lavas as mãos também momentos corretos.
promove dermatite;
Uso de Equipamento de
Proteção individual – EPI

• Óculos
• Luva
• Jaleco
• Sapato
EPI – Equipamento de
Proteção Individual
EPI – Equipamentos de
Proteção Individual
• Máscara e óculos de
proteção: recomendados para
proteção individual, durante
procedimentos que envolvam
riscos de respingos.
EPI – Equipamentos de
Proteção Individual
• Avental: avental limpo para proteção
individual sempre que houver risco de
contaminação com sangue ou líquidos
orgânicos. Quando houver sujidade visível,
retirar o avental o mais rápido possível e
lavar as mãos.
Devem ser utilizadas para todos os pacientes
independentemente da presença ou ausência de doenças
transmissíveis comprovada.
• São equipamentos de contenção
que possibilitam a proteção do
trabalhador e as demais pessoas
em uma determinada área. Devem
Equipamento estar instalados em locais bem
sinalizados e de fácil acesso. São
de Proteção utilizados, portanto, para
Coletiva minimizar a exposição dos
trabalhadores aos riscos e, em
caso de acidentes, reduzir suas
consequências.
Chuveiro de emergência e lava olho

Auxiliares de pipetagem

Equipamento de Proteção Coletiva


Equipamento de Proteção Coletiva

Autoclave Caixa de Perfurocortante


Equipamento
de Proteção
Coletiva

Cabines de exaustão
química
Cabines de Segurança
Biológica – CSB –
Fluxo Laminar
Equipamentos • Todos os trabalhadores devem
ser treinados para a utilização
de Proteção dos EPCs.
Coletiva
Artigos e equipamentos de
assistência ao paciente:

• Material perfurocortante: manusear com


cuidado os materiais perfurocortantes,
proceder o descarte adequado em recipientes
rígidos e resistentes à perfuração.
• Seguir adequadamente as orientações para
montagem e preenchimento destes
recipientes, não ultrapassando o limite
indicado.
Artigos e equipamentos de
assistência ao paciente:
• Ambiente: seguir os
procedimentos de rotina para
adequada limpeza e
descontaminação das
superfícies ambientais.
Quarto privativo:
• indicado conforme orientação da CCIH - nos
casos em que o paciente não tem controle das
eliminações de fezes ou urina.
Artigos e equipamentos de assistência ao
paciente: realizar limpeza e desinfecção ou
esterilização, de acordo com a classificação
do artigo, após o uso e entre pacientes.

• Roupas: ensacar as roupas usadas e


contaminadas com material biológico
(sangue, líquidos orgânicos e
excreções), de forma a prevenir
exposição.
• Limpeza: Remoção de material estranho de
superfícies e objetos. Geralmente feito com
Terminologias água e sabão.

• Assepsia: é a utilização de medidas para impedir a


penetração de microrganismos (contaminação)
em local onde não estejam presentes.

• Antissepsia: são as medidas que visam reduzir e


prevenir o crescimento de microrganismos em
tecidos vivos.

• Degermação: remoção ou redução do número de


microrganismos da pele por meio químicos-
mecânico
• Sanificação: Diminuição dos germes
patogênicos a nível considerados isentos de
perigos Ex.: Consultórios, refeitórios,
laboratórios.
• Desinfecção: Destruição, remoção ou
redução dos microrganismos em material
inanimado. Não implica na destruição de
todos os microrganismos
Terminologias • Esterilização: Destruição de todas as formas
de vida, presentes em um material por meio
(continuação) de agentes químicos ou físicos
Risco
É uma ameaça ou perigo de
determinada ocorrência.
• É uma ameaça à saúde humana
provocada por meio de micro-
Risco organismos que possam provocar
inúmeras doenças
biológico • Podem ocorrer no exercício de
diversas atividades, entre elas, nas
indústrias de alimentação, nos
hospitais, nos laboratórios etc.
• São considerados riscos biológicos:
os vírus, as bactérias, os parasitas,
os protozoários, os fungos e os
bacilos.
Risco
• Entre as diversas doenças
Biológico provocadas por micro-organismos
estão incluídas a tuberculose, a
brucelose, a malária, a febre
amarela etc.
• Qualquer fator que coloque o trabalhador
em situação vulnerável e possa afetar sua
integridade, e seu bem estar físico e
Riscos de psíquico.
• São exemplos de risco de acidente: as
acidentes máquinas e equipamentos sem proteção,
probabilidade de incêndio e explosão,
arranjo físico inadequado, armazenamento
inadequado, etc.
• Qualquer fator que possa interferir nas
características psicofisiológicas do
Riscos trabalhador, causando desconforto ou
afetando sua saúde.
ergonômicos • São exemplos de risco ergonômico: o
levantamento de peso, ritmo excessivo de
trabalho, monotonia, repetitividade,
postura inadequada de trabalho, etc.
• Consideram-se agentes de risco
físico as diversas formas de energia
a que possam estar expostos os
trabalhadores.
Riscos físicos
• São exemplos de riscos físicos:
ruído, calor, frio, pressão, umidade,
radiações ionizantes e não-
ionizantes, vibração, etc.
• Consideram-se agentes de risco
químico as substâncias, compostos
ou produtos que possam penetrar
no organismo do trabalhador pela
Riscos via respiratória, nas formas de
poeiras, fumos gases, neblinas,
químicos névoas ou vapores, ou que seja,
pela natureza da atividade, de
exposição, possam ter contato ou
ser absorvido pelo organismo
através da pele ou por ingestão.
Todos os integrantes • Para isso se faz necessário o
da equipe de saúde uso correto de técnicas
tem responsabilidade assépticas; de equipamento de
com relação a proteção individual e/ou
infecção hospitalar coletivo quando necessário.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA

BRASIL, Ministério da Saúde . Segurança do Paciente: Higienização


das mãos . Disponível em:
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/paciente_hig_mao
s.pdf. Acesso em: 10 Maio 2021

BRASIL. Ministério da Saúde. FIOCRUZ : Gerenciamento de


Mais informações: Resíduos de Serviços de Saúde. Disponível em:
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/gerenciame
nto-residuos-servico-saude.htm . Acesso em: 10 Maio 2021.

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