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O radiodiagnóstico no controle da
densidade mineral óssea em pacientes
renais crônicos
Radiodiagnosis in the control of bone
mineral density in chronic kidney
patients
DOI: 10.47573/aya.5379.2.137.28
RESUMO
ABSTRACT
This study is a study on the importance of radiology for the diagnosis and control of bone mine-
ral density in chronic renal patients. The study was developed through a review of articles and
bibliographies. This article aims to highlight the importance of bone densitometry examination for
patients undergoing treatment with chronic kidney disease. In order to avoid possible fractures
due to osteoporosis for the basis of the article, data on osteoporosis in Brazil and worldwide, the
prevalence of bone diseases in chronic kidney patients and the risk of falls in patients affected by
chronic kidney disease were used. The methods used in the article were exploratory, explanatory
and descriptive.
Keywords: Osteoporosis. Conical Kidney Disease. Bone mineral density. Osteopathy. Bone
densitometry.
INTRODUÇÃO
A doença renal crônica (DRC) é tida como um problema de saúde pública, uma vez que a
doença caracteriza-se pela perda progressiva da função dos rins, tendo como consequência a in-
capacidade de filtragem do sangue e a dificuldade de equilíbrio do organismo. A DRC é descrita,
em seu início, como uma doença assintomática e frequentemente seu diagnóstico tem detecção
tardia, podendo ocasionar comprometimento no tratamento (AGUIAR, 2020).
Algumas comorbidades como diabetes e hipertensão arterial são listados como fatores
de risco para a DRC. Estima-se que um em cada dez brasileiros sofre de doenças renais, e afeta
cerca de 5-10% da população mundial (CUSTODIO, 2013).
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Tais comorbidades estão presente também em pacientes que apresentam baixa na den-
sidade mineral óssea. Em nosso organismo o osso desempenha, como uma de suas funções,
papel importantíssimo no equilíbrio mineral, regulando o metabolismo do cálcio e fosforo (ASTU-
DILLO, 2016).
Por desempenhar um papel tão importante no nosso organismo, os ossos podem apre-
sentar diversas patologias, uma delas é a osteoporose, que segundo dados da Associação Bra-
sileira de Avaliação da Saúde Óssea e Osteometabolismo, cerca de 10 milhões de brasileiros,
convivem com a doença, sendo apontada como um dos principais riscos a fratura óssea, causa-
das ou não por um trauma (ABRASSO, 2021).
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Classificação da DRC
Nos primeiros estágios, 1 e 2, já apresentam evidência de lesão renal e uma leve dimi-
nuição da função, e geralmente não apresenta sintomas. Nesses dois estágios a taxa de filtração
glomerular se apresenta maior que 90ml/min e entre 60-89ml/min, respectivamente (ROMÃO,
2004).
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Os pacientes renais crônicos por apresentarem desregulação mineral, possuem alto ín-
dice de acometimento pela doença do distúrbio mineral ósseo, doença que afeta diretamente
a matriz óssea, fazendo com que tais pacientes sejam acometidos por morbidades e queda na
qualidade de vida (COSTA, 2013).
Um estudo realizado no último ano apontou que 97,7% das pessoas que participaram
da pesquisa, apresentavam risco para quedas e 37,4% das pessoas sofreram queda ao menos
uma vez no ano. O estudo aponta ainda que pacientes renais crônicos que realizam tratamento
de hemodiálise apresentam maior risco de queda, se comparada a população geral, que varia de
13 a 25% (CARVALHO, 2020).
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mais importante reserva mineral. Por ser a principal fonte de cálcio em nosso corpo, o sistema
ósseo atua diretamente no equilíbrio mineral, sendo os rins um dos responsáveis por regular o
metabolismo do cálcio e fosforo (ASTUDILLO, 2016).
Outros fatores como indivíduos tabagistas e que consomem álcool em excesso; histó-
rico familiar de osteoporose com ou não fraturas, principalmente de quadril e fêmur; pacientes
acima do peso e com morbidades como hipertensão e diabetes; e pacientes que fazem uso de
medicamentos que prejudicam a matriz óssea, corticoide por exemplo, são fatores que também
interferem de forma significativa e com alta prevalência a densidade óssea no organismo (PI-
NHEIRO, 2010).
Outras medidas são tomadas em conjunto como a prática de exercícios de baixo impac-
to, para estimular a construção óssea, e é adotada uma alimentação que contenha quantidades
adequadas de nutrientes, como o cálcio e vitamina D (TAVARES, 2007).
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Densitometria Óssea
A densitometria óssea é uma especialidade da área radiológica que tem como finalidade
o diagnóstico da densidade mineral óssea. Através do exame podemos detectar a condição da
massa óssea, sendo possível avaliar e diagnosticar como normal, osteopenia e osteoporose
(AZIZIYEH, 2019).
Esse exame é classificado como padrão ouro para o diagnóstico da densidade mineral
óssea, por se tratar de um exame com baixíssimo nível de radiação e apresenta resultados de
avaliação satisfatórios (QUEIROZ, 2020).
O exame é realizado por rotina em duas regiões que a coluna lombar, onde são analisa-
das as vertebras de L1 a L4, e a região proximal do fêmur direito com ênfase no colo do fêmur.
Havendo a impossibilidade de análise devido a próteses, artefato metálico como parafusos ou
placas, ou qualquer outra impossibilidade, são considerados ainda a análise do fêmur e colo do
fêmur esquerdo, e o antebraço não dominante, a fim de avaliar o desgaste natural ósseo da re-
gião (QUEIROZ, 2020).
Para dar início ao exame é realizada a anamnese do paciente onde são colhidas infor-
mações como peso e altura, se ele possui alguma morbidade, como hipertensão e diabetes. Em
pacientes do sexo feminino é colhido o dia da última menstruação ou idade em que atingiu a me-
nopausa, e com qual idade ocorreu a primeira menstruação, denominada menarca. A anamnese
é de suma importância para se chegar a um diagnóstico preciso de cada paciente, pois alguns
fatores podem influenciar no diagnóstico (QUEIROZ, 2020).
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Avaliações da densidade mineral óssea igual ou maior que -1,0 são classificadas dentro
da normalidade. Já avaliações com valores entre -1,1 até -2,4 são classificadas como osteope-
nia, estágio anterior a osteoporose. Resultados que apresentem -2,5 ou abaixo, já são classifica-
dos como oestoporose (AZIZIYEH, 2019).
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O aparelho utilizado atualmente é o Dual Energy X-ray Absorptiometry (DEXA), que uti-
liza a técnica por emissão de raios-x de dupla energia, onde são emitidos feixes de raios-x que
interagem com o corpo do paciente e são captados pelos detectores que acompanham todo o
movimento dos feixes (QUEIROZ, 2020).
O aparelho conta com um software que, através dos dados coletados após a interação
da máquina com o corpo do paciente, realiza cálculos precisos e é capaz de converter os picos
de absorção de energia em codificações para o computador, resultando em imagens e dados
reais sobre a parte anatômica avaliada. Tais dados são possíveis através da detecção da quan-
tidade não absorvida de radiação, sendo assim estimada com precisão de 99% o volume da
densidade mineral óssea (QUEIROZ, 2020).
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A osteoporose é uma doença silenciosa que vem afetando milhões de brasileiros. Pa-
cientes acometidos pela osteoporose possuem alto prevalência de comorbidades, sendo as prin-
cipais delas a hipertensão e a diabetes (PINHEIRO, 2010; QUEIROZ, 2020). Essas cormobida-
des também são prevalentes em pacientes que apresentam algum grau da doença renal crônica.
A estimativa da doença renal cônica no Brasil descreve que a doença afeta um em cada dez
brasileiros (CUSTODIO, 2013). A Doença renal cônica afeta diretamente os níveis de cálcio pre-
sentes no osso, uma vez que os pacientes apresenta de forma prevalente um desnível mineral,
que é denominado distúrbio mineral ósseo (COSTA, 2013; TAVARES, 2007).
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sobre as duas doenças: nos dois casos os indivíduos acometidos por tais doenças, apresentam
comorbidades como hipertensão e diabetes, e em ambas afetam diretamente os ossos, podendo
comprometer sua densidade (COSTA, 2013), (CUSTODIO, 2013), (PINHEIRO, 2010), (QUEI-
ROZ, 2020), (TAVARES, 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Lilian Kelen de et al. Fatores associados à doença renal crônica: inquérito epidemiológico da
Pesquisa Nacional de Saúde. Rev. bras. EPIDEMIOL. Rio de JANEIRO, V. 23, E200044, 2020.
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22, n. 1, p. 27-34, 2016.
AZIZIYEH R, Amin M, et al. The burden of osteoporosis in four Latin American countries: Brazil, Mexico,
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Epub 2019.
CARVALHO, Thaís Carrera de et al. Risco de queda em pessoas com doença renal crônica e fatores
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COSTA, Raquel Siqueira et al. Perfil dos Níveis de Cálcio Iônico, Fósforo, Produto Cálcio-Fósforo e
Paratormônio em Pacientes Hemodialisados. Rev. Para. Med; 27(1) Jan.-Mar. 2013. Ilus.
CUSTODIO, Melani Ribeiro et al. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o tratamento do
hiperparatireoidismo secundário em pacientes com doença renal crônica. J. Bras. Nefrol. São Paulo, v.
35, n.4, p. 308-322, Dec. 2013.
PINHEIRO, Marcelo M et al. O impacto da osteoporose no Brasil: dados regionais das fraturas em
homens e mulheres adultos - The Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS). Rev. Bras. Reumatol. São
Paulo, v. 50, n. 2, p. 113-120, Apr. 2010 .
ROMÃO, Junior, João Egidio. Doença Renal Crônica: Definição, Epidemiologia e Classificação. Braz.
J. Nephrol., v. 26, n. 3 suppl. 1, p. 1-3, set. 2004. https://bjnephrology.org/wp-content/uploads/2019/11/
jbn_v26n3s1a02.pdf
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