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RESUMO
1
Bacharel em Educação Física- FMG.
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Mestre em Educação Física. Professor dos Cursos de Educação Física FMG.
2
ABSTRACT
Ageing is a natural extension of the physiological processes of the human being and brings a
series of transformations that progressively lead to a decline of their functional stability. It is
known that the elderly population is increasing considerably due to the increase in life
expectancy. Parallel to this fact there is an increase of non-communicable chronic diseases
such as osteoporosis. Osteoporosis is a systemic disorder that increases skeletal fragility and
risk of falls (predisposes a person to fractures, which are often slow to heal and heal poorly).
This dysfunction consists of one of the leading causes of morbidity, disability and mortality
among the elderly population. Several studies calling for the resistance training can reduce
and prevent loss of bone mass during aging, so this study was to verify, through a review of
the literature, the influence of resistance training in the maintenance of bone mass and
osteoporosis prevention, as well as broaden the knowledge of physical education professional
so that the same, coupled with scientific knowledge, prescribe exercises suitable for
individuals suffering with such dysfunction. It was noted that the resistance training can exert
positive influence on the levels of muscle and bone mass and as a consequence, prevent or
mitigate the effects of osteoporosis during ageing. For this to occur, it is stated that the
training should be performed 2 to 3 days a week, focusing on large muscle groups. The
intensity should be of moderate to strong and repetitions between 8 and 12. It is important to
note the delay time between sets and exercises, in which 1 to 2 minutes seems sufficient for
the recovery of the elderly in this type of training.
INTRODUÇÃO
massa óssea, e o osso se torna quebradiço e vulnerável, o que pode levar à osteoporose
(SPIRDUSO, 2005).
Osteoporose
Segundo Pinto Neto et al. (2002), a osteoporose é uma doença crônica não
transmissível de etiologia multifatorial, causada pela diminuição da densidade mineral óssea e
deterioração da microarquitetura do osso. As causas da osteoporose aumentam a fragilidade
esquelética e, por conseguinte, o risco de fraturas.
Por ser uma doença assintomática, geralmente, o primeiro sinal de sua
manifestação clínica são as fraturas, mais comuns em vértebras, fêmur e antebraço. Diversos
fatores propiciam a instalação e o desenvolvimento da osteoporose. Quando se deve a causas
naturais do envelhecimento e da menopausa, é denominada osteoporose primária; quando está
relacionada a doenças, medicamentos e sedentarismo, é chamada de osteoporose secundária.
Quando as causas não são conhecidas, é denominada osteoporose idiopática (SOUZA, 2010).
Durante o envelhecimento as modificações hormonais, nutricionais e a inatividade
física influenciam diretamente as modificações ósseas (SPIRDUSO, 2005). Quando há um
desequilíbrio na remodelação causado pela maior atividade dos osteoclastos em relação aos
osteoblastos, ocorre pouca formação de tecido ósseo, resultando em osteopenia ou
osteoporose (OCARINO e SERAKIDES, 2006; SOUZA, 2010). A osteopenia é uma
condição intermediária na qual ocorre ligeira perda de massa óssea, podendo progredir para
osteoporose (MCARDLE et al., 2003).
Com o envelhecimento, os indivíduos estão propensos a um balanço negativo de
cálcio, em decorrência da hipovitaminose D (ROSSI, 2008). O inadequado consumo de cálcio
e/ou vitamina D produz diminuição na secreção dos hormônios calcitronina e de alguns
metabolitos de vitamina D que regulam a homeostase de cálcio no osso. Essa situação resulta
em aumento do hormônio da paratireóide, que, por sua vez, aumenta a quantidade de
osteoclasto. A liberação de fosfato de cálcio aumenta a calcemia, ou seja, ocorre a utilização
da reserva de cálcio existente no osso e consequente perda óssea (MCARDLE et al., 2003;
CUNHA et al, 2007; ROSSI et al, 2008).
O desenvolvimento da osteoporose parece acontecer de forma distinta em homens
e mulheres. Homens tendem a desenvolver a osteoporose após os 70 anos de idade e suas
principais causas seriam diminuição na absorção de cálcio intestinal, reduzida ativação da
vitamina D, declínio do tempo de vida dos osteoblastos e déficit na concentração dos
hormônios sexuais (OLIVEIRA e GUIMARÃES, 2010). Segundo Spirduso (2005), homens
que atingem a puberdade tardiamente começam a aumentar seu conteúdo mineral ósseo mais
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Corroborando esta teoria, McArdle et al. (2003) também acredita que o osso se
adapta ao estresse mecânico através do efeito pizoelétrico ou piezoelétrico, ou seja, que
transforma o estresse mecânico em energia elétrica, ocasionando um aumento de densidade
óssea. Assim, segundo o mesmo autor, o aprimoramento da força muscular, da densidade
mineral óssea, do equilíbrio dinâmico e consequente melhora do estado funcional através do
exercício regular, podem reverter a fragilidade física e prevenir quedas em homens e mulheres
mais velhos.
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têm sido utilizados para avaliar o metabolismo ósseo. Os marcadores bioquímicos podem ser
divididos em marcadores de formação, que refletem a atividade osteoblástica, e os de
reabsorção, que refletem a atividade osteoclástica. Dentre os primeiros, destacam-se a
fosfatase alcalina óssea e a osteocalcina, e dentre os últimos, a fosfatase ácida tartarato-
resistente é um dos marcadores que podem ser citados. As doenças ósseas alteram o padrão de
produção desses marcadores. A osteoporose parece aumentar os marcadores de reabsorção em
relação aos de formação. Entretanto, alguns estudos apontam que o exercício resistido
modificou esse padrão (VIEIRA, 1999; SARAIVA e LAZARETTI-CASTRO, 2002).
Parece que o treinamento resistido aumenta a osteocalcina (MENKES et al., 1993;
BEMBEN et al., 2000). Além disso, Menkes et al. (1993) demostraram, também, que o
treinamento resistido aumentou os níveis das isoenzimas fosfatase alcalina óssea, responsável
pela formação óssea, e fosfatase ácida tartarato-resistente, de reabsorção óssea.
Ainda existem divergências na literatura, que necessitam ser esclarecidas e
estudadas, no que tange a comprovação efetiva da relação entre aumento dos níveis de força e
de massa óssea.
- Princípio dos valores iniciais: “os indivíduos com a menor massa óssea total mostram o
maior potencial para deposição óssea.”
- Princípio das recompensas cada vez menores: “com a aproximação do teto biológico para a
densidade óssea, qualquer ganho adicional na densidade torna necessário um esforço maior.”
Logo, indivíduos mais treinados ou adaptados devem se basear no princípio da sobrecarga.
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- Número de séries: esta variável está diretamente ligada ao volume do exercício, assim, à
medida que o treinamento progride, aumenta-se o número de séries de modo que os músculos
tolerem maior volume de exercício no decorrer do programa. Inicialmente, é recomenda 1
série para cada exercício, progredindo para até 3 séries.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Paralelo ao aumento da população idosa, há o aumento de doenças crônicas, como
a osteoporose. A osteoporose é causada pela diminuição da densidade mineral óssea e
deterioração da microarquitetura do osso, ocorrendo, principalmente, durante o
envelhecimento devido as modificações hormonais, nutricionais e à inatividade física.
Entre as atividades físicas recomendadas para indivíduos com osteoporose,
destaca-se o treinamento resistido. Pesquisas científicas evidenciam que a tensão muscular
gerada por este treinamento é transferida para os tendões, ligamentos e ossos conectados ao
músculo solicitado, e, como consequência, toda a estrutura ao redor se torna mais forte.
Assim, o tecido ósseo acompanha as adaptações sofridas pela musculatura.
Conclui-se que o treinamento resistido para a melhora ou manutenção da saúde
óssea deva ser realizado pelo menos 2 a 3 dias por semana, enfatizando os grandes
grupamentos musculares. Deve-se prescrever uma intensidade de moderada a alta, com um
número de repetições entre 8 e 12. É importante ressaltar o tempo de intervalo entre as séries
e os exercícios, sendo que de 1 a 2 minutos parece ser suficiente para a recuperação dos
idosos neste tipo de treinamento.
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