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Health profile of patients with chronic ulcers treated at the injury outpatient clinic of the
Universidade Vale do Rio Doce in Governor Valadares
RESUMO
De acordo com a literatura, as etiologias mais comuns de úlceras crônicas são as úlceras
venosas, sendo caracterizadas como feridas cutâneas abertas que acontecem em uma área
afetada pela hipertensão venosa, ocorrendo na fase mais avançada da doença. Porém, essas
lesões, associadas a presença de doenças crônico-degenerativas como diabetes mellitus,
hipertensão arterial sistêmica, obesidade, neoplasias e vasculopatias, levam ao
desenvolvimento de feridas de difícil cicatrização que afetam grande parcela da população
adulta, causando importante impacto econômico aos serviços de saúde e redução na
qualidade de vida. Neste sentido, o estado nutricional mostra-se como um fator importante
na cicatrização de feridas já que quando inadequado, ocasionado pela má alimentação,
desnutrição e deficiências nutricionais, interferem nesse processo. Ainda, as doenças
crônicas como sobrepeso, obesidade, diabetes são fatores que aumentam a prevalência e a
incidência de úlceras crônicas, fazendo com que a nutrição adequada seja fundamental para
auxiliar na resposta inflamatória, diminuindo o tempo de recuperação do paciente já que
influencia na cicatrização. O estudo teve como objetivo identificar o perfil nutricional e
a prevalência de doenças crônicas dos pacientes portadores de úlceras crônicas, atendidos
no Ambulatório de Lesões da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE em Governador
Valadares-MG. Trata-se de um estudo transversal quantitativo e qualitativo , constituído por
pacientes. Os dados foram obtidos em formulários estruturados. Para análise estatística foi
utilizado programa através dos programas Excel e Jamovi 1.2 para Windows, considerando-
se x% de significância. As idades variaram de xx a xx anos. O tipo de úlcera mais presente na
amostra foi a venosa com xx% (n=xx), seguido de neuropática por hanseníase com xx% (n=x).
A doença crônica mais prevalente foi diabetes melittus tipo II (xx,x %) hipertensão arterial
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1 INTRODUÇÃO
Entende-se por lesões crônicas as feridas quando não cicatrizam dentro de três meses, essas
acabam desenvolvendo processos infecciosos; são lesões complexas devido ao tempo
prolongado de duração, alcançando camadas profundas da pele de maneira recorrente,
geralmente essas lesões estão relacionadas com patologias sistêmicas que afetam o
processo de cicatrização (CAUDURO at. al., 2018).
As lesões de pele necessitam de atenção especial por parte dos profissionais da saúde, para
evitar que se tornem crônicas, e provoquem um impacto negativo sobre a qualidade de vida
dos pacientes, pois causam dor, afetam a mobilidade e possuem caráter recorrente. Por isso
se faz necessária a sistematização do cuidado com esses pacientes, constituindo, a análise da
ferida e o fator determinante para que assim realize o tratamento adequado (FAVRETO,
2017).
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Segundo ABBADE et al., 2020, as úlceras crônicas dos membros inferiores afetam grande
parcela da população adulta, elas podem ser de origem arteriais, neuropáticas, hipertensivas
ou venosas as quais ocorrem na fase mais avançada da doença .
O estado nutricional tem grande influência no processo de cicatrização de feridas, uma vez
que o reparo tecidual depende da quantidade adequada de calorias, de proteínas,
carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais (ALVES et al., 2019).
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2 MÉTODO
Trata-se de um estudo observacional transversal, com análise secundária de dados, por meio
de prontuários de pacientes atendidos pelo Ambulatório de Lesões da UNIVALE. Foram
analisados todas os prontuários dos pacientes de ambos os sexos e de todas as idades, que
frequentaram o Ambulatório de Lesões Dermatológica da UNIVALE ano de 2018 a 2022. A coleta de
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dados foi realizada durantes os meses de agosto a setembro de 2022. A amostra final foi
composta por prontuários de 124 pacientes, utilizados para caracterização do perfil de
saúde. Para análise de correlação, foram excluídos prontuários de pacientes que não
apresentavam as informações de variáveis quantitativas (idade [anos], tempo de ferida
[dias], ingestão hídrica [litros], quantidade de refeições diárias, peso [Kg], altura [m] e IMC
[Kg/m²]), restando 87 prontuários submetidos à análise de correlação.
Nos prontuários foram coletados os seguintes dados: Idade, Estado civil, Sexo, doenças atuais, tempo
de existência da ferida, número de feridas. Também foi investigado quanto o hábito relacionado ao
etilismo e tabagismo, ingestão hídrica; como está a mobilidade do paciente por exemplo a
capacidade de deambular, número de refeições por dia. Também foram colhidos dados como
pressão arterial (PA) e motivo da procura ao ambulatório. Com relação à avaliação antropométrica
foram verificados os seguintes dados: estatura, peso, Índice de Massa Corporal (IMC).
A tabulação dos dados e a análise estatística foram realizadas com o auxílio do programa Windows
Microsoft Excel 2010 Jamovi 1.2.
Os dados foram apresentados por meio de medidas-resumo (média e desvio-padrão) para
variáveis quantitativas e frequências absoluta e relativa para variáveis qualitativas. Para
análise de correlação, foi utilizado teste de correlação de Pearson, com amostra de 87
pacientes (n= 87), os quais apresentavam todas as informações referentes às variáveis
quantitativas, para a análise em questão, houve comparação entre a quantidade de feridas
com as variáveis idade (anos), tempo de ferida (dias), ingestão hídrica (litros), quantidade de
refeições diárias, peso (Kg), altura (m) e IMC (Kg/m²).
A pesquisa seguiu as recomendações da Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012 do
Conselho Nacional de Saúde, bem como seus complementares, sendo aprovada pelo Comitê
de Ética em Pesquisa da Universidade Ceuma sob o número de parecer 5.505.501.
3 RESULTADOS
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(58,06%). A pressão arterial média foi de 125,42 ± 17,53 mmHg para pressão arterial sistólica
(PAS) e 79,41 ± 11,84 mmHg para pressão arterial diastólica (PAD).
ESTADO CIVIL
SEXO
Feminino 51 41,13
Masculino 68 54,84
ETILISTA
Sim 26 20,97
Não 93 75,00
TABAGISTA
Sim 19 15,32
Não 98 79,03
MOBILIDADE
Deambula 72 58,06
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*DM I= diabetes mellitus tipo I; DM II= diabetes mellitus tipo II; HAS= hipertensão arterial sistêmica; DCVs=
doenças cardiovasculares.
Transformar isso em anos não ficaria mais claro?Ao realizar análise sobre as feridas, a média
de tempo de duração das feridas foi de 2331,59 ± 3922,45 dias e quantidade média de
feridas de 1,84 ± 1,95. Os tipos de feridas mais prevalentes foram úlceras venosas e de
apresentação abertas.
Para análise de correlação, foi comparado a quantidade de feridas com as variáveis idades
(anos), tempo de ferida (dias), ingestão hídrica (litros), quantidade de refeições diárias, peso
(Kg), altura (m) e IMC (Kg/m²). Ao realizar os cálculos do coeficiente de correlação de
Pearson (r), não foi encontrado relação entre as variáveis supracitadas e quantidade de
lesões, mostrando que não há correlação entre elas (Tabela 2).
Tabela 2: Análise de correlação
Variáveis Correlação de
Pearson (r)
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4 DISCUSSÃO
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positivo, já que o vício de fumar oferece riscos à saúde. De acordo com o Instituto
Nacional do Câncer, o tabagismo está associado ao desenvolvimento das doenças crônicas
não transmissíveis, (INCA, 2018).
O presente estudo analisou que a média de ingestão de água da amostra diária está entre
1,33 a 2,20 litros/dia. As recomendações das Dietary Reference Intakes DRI (2004) o
consumo diário de água total (água dos alimentos + água pura ou outro líquido) para
indivíduos saudáveis, dos 19 aos 70 anos é de 2,7 litros por dia para mulheres e de 3,7 litros
para os homens. (SANTOS et al.,2021).
De acordo com BARBER e colaboradores (2017), em oito dos 13 estudos revisados
relataram que a maioria dos pacientes com úlceras venosas que é um tipo de úlcera crônica,
possuíam IMC maior que 25 o que caracterizou, no presente estudo maior prevalência
de obesos relacionado ao IMC da amostra. No entanto, de acordo com a pesquisa realizada
por (MENDEZ et al., 2020), afirma que a utilização do IMC como medida antropométrica
para avaliar o estado nutricional não leva em conta a composição corporal, logo, este
método é limitado para o diagnóstico de doenças originadas pelo acúmulo de gordura,
apesar de ainda ser justificável como critério de identificação de excesso de peso como fator
de risco para DCNT.
Por outro lado, as medidas de circunferências, como a CC (Circunferência da cintura) e a CQ
(Circunferência do quadril), dobras cutâneas e a BIA (Bioimpedância Elétrica) são métodos
vantajosos para o diagnóstico nutricional dos pacientes, tendo em vista a debilidade do IMC,
dados que não foram coletados devido a inexistência nos prontuários, portanto, destaca-se a
importância de inserir mais critérios para avaliação antropométrica na prática clínica do
ambulatório para um melhor diagnóstico (MENDEZ et al., 2020).
Comorbidades, como o diabetes mellitus ou hipertensão arterial sistêmica, principalmente
quando não tratadas, podem contribuir para o agravamento, dificuldade de cicatrização e
recidivas das úlceras (SANTOS et al.,2015), isso explica os resultados encontrados no
presente estudo o qual verificou que 80% dos pacientes portadores de úlceras crônicas
possuíam alguma patologia associada sendo as doenças mais comuns foram diabetes
mellitus tipo II, insuficiência venosa e hipertensão arterial respectivamente, que dificultam o
processo de cicatrização, levando a um longo período de tratamento por tempo igual ou
superior a 40 meses (SERGIO et al 2021), resultado semelhante ao encontrado no
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presente estudo onde ao realizar análise sobre as feridas, a média de tempo de duração
das feridas foi de 2331,59 ± 3922,45 dias.
A maioria das lesões avaliadas foi de etiologia venosa, sendo esse resultado compatível com
dados da literatura que afirmam que as úlceras venosas se destacam entre as úlceras de
perna, representando de 70 a 90% de todas as úlceras de membros inferiores e são
consideradas a complicação mais grave da insuficiência venosa crônica, sendo causadas
essencialmente por hipertensão venosa (SERGIO et al.,2021).
5 CONCLUSÃO
6 REFERÊNCIAS
1. Abbade L et al. Consenso sobre diagnóstico e tratamento das consultas crônicas de perna-
Sociedade Brasileira de Dermatologia; Sociedade Brasileira de Dermatologia 2020; 95 (1).
2. Sergio FS et al Avaliação clínica de pacientes com úlceras de perna acompanhados em
ambulatório. Rev. Esc Anna Nary 2021; 25(1).
3. Santos MD et al Caracterização nutricional de pacientes com úlceras crônicas de
membros inferiores em tratamento no ambulatório de feridas do campus cedeteg da
UNICENTRO, Guarapuava-PR UNOPAR. Cient Ciênc Biol Saúde 2015;17(1).
4. Barchitta M et al Nutrition and Wound Healing: An Overview Focusing on the Beneficial
Effects of Curcumin. Rev. international Journal of Molecular Sciences 2019; 5 (20).
5. World Health Organization Malnutrition; 2021 [Internet]. Disponivel em:
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/malnutrition
6. Alves PP et al Manual Sobre Cuidado Nutricional em Pacientes com Feridas Crônicas para
Profissionais de Saúde 1 ed Universidade Federal de São Paulo; 2019.
7. Laura SG et al Perfil, estado nutricional e variação de peso de mulheres adultas atendidas
em um ambulatório de nutrição. Nutr. clín. diet. hosp. 2018; 38(4).
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