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Perfil de saúde dos pacientes portadores de úlceras crônicas atendidos no ambulatório de

lesões da Universidade Vale do Rio Doce em Governador Valadares

Health profile of patients with chronic ulcers treated at the injury outpatient clinic of the
Universidade Vale do Rio Doce in Governor Valadares

Izabela Ulhoa Netto de Miranda1, Laidesene Boechat Coelho2, Renata Rodrigues


Lucas3, Profª. Drª. Tatiana Calavorty Lanna Pascoal (Orientadora)4

RESUMO
De acordo com a literatura, as etiologias mais comuns de úlceras crônicas são as úlceras
venosas, sendo caracterizadas como feridas cutâneas abertas que acontecem em uma área
afetada pela hipertensão venosa, ocorrendo na fase mais avançada da doença. Porém, essas
lesões, associadas a presença de doenças crônico-degenerativas como diabetes mellitus,
hipertensão arterial sistêmica, obesidade, neoplasias e vasculopatias, levam ao
desenvolvimento de feridas de difícil cicatrização que afetam grande parcela da população
adulta, causando importante impacto econômico aos serviços de saúde e redução na
qualidade de vida. Neste sentido, o estado nutricional mostra-se como um fator importante
na cicatrização de feridas já que quando inadequado, ocasionado pela má alimentação,
desnutrição e deficiências nutricionais, interferem nesse processo. Ainda, as doenças
crônicas como sobrepeso, obesidade, diabetes são fatores que aumentam a prevalência e a
incidência de úlceras crônicas, fazendo com que a nutrição adequada seja fundamental para
auxiliar na resposta inflamatória, diminuindo o tempo de recuperação do paciente já que
influencia na cicatrização. O estudo teve como objetivo identificar o perfil nutricional e
a prevalência de doenças crônicas dos pacientes portadores de úlceras crônicas, atendidos
no Ambulatório de Lesões da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE em Governador
Valadares-MG. Trata-se de um estudo transversal quantitativo e qualitativo , constituído por
pacientes. Os dados foram obtidos em formulários estruturados. Para análise estatística foi
utilizado programa através dos programas Excel e Jamovi 1.2 para Windows, considerando-
se x% de significância. As idades variaram de xx a xx anos. O tipo de úlcera mais presente na
amostra foi a venosa com xx% (n=xx), seguido de neuropática por hanseníase com xx% (n=x).
A doença crônica mais prevalente foi diabetes melittus tipo II (xx,x %) hipertensão arterial
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sistêmica (xx,x%), seguido de insuficiência venosa (xx,x%), diabetes melittus (xx,x %) e


obesidade (41,24%). Segundoo Índice de Massa Corporal (IMC), Em relação ao IMC, (2,06%)
da amostra foi classificada como baixo peso, (29,9%) peso adequado, (26,8%) sobrepeso e
(41,24%) obesos. Em relação ao histórico de doenças, 80,65% dos pacientes apresentaram
pelo menos 1 doença, a quantidade de doença mais presente foi de 1 doença (47,58%). As
doenças mais comuns foram diabetes mellitus tipo II (n= 32), Insuficiência venosa (n= 32) e
hipertensão arterial (n= 27), respectivamente. Percebeu-se que esses pacientes necessitam
de estratégias voltadas para a alimentação e controle das comorbidades, a fim de favorecer
a cicatrização das úlceras. (DIMINUIR no mínimo 150 e no máximo 250 palavras).

Palavras-chave: Úlceras crônicas; estado nutricional; consumo de alimentos; cicatrização de


feridas.

1 INTRODUÇÃO

Uma lesão é caracterizada pela descontinuação de um tecido corpóreo, de grande ou


pequena extensão, decorrente de qualquer tipo de trauma físico, químico, mecânico ou
desencadeada por uma afecção clínica, provocando uma resposta de defesa orgânica
(BARONI, 2020).

Entende-se por lesões crônicas as feridas quando não cicatrizam dentro de três meses, essas
acabam desenvolvendo processos infecciosos; são lesões complexas devido ao tempo
prolongado de duração, alcançando camadas profundas da pele de maneira recorrente,
geralmente essas lesões estão relacionadas com patologias sistêmicas que afetam o
processo de cicatrização (CAUDURO at. al., 2018).

As lesões de pele necessitam de atenção especial por parte dos profissionais da saúde, para
evitar que se tornem crônicas, e provoquem um impacto negativo sobre a qualidade de vida
dos pacientes, pois causam dor, afetam a mobilidade e possuem caráter recorrente. Por isso
se faz necessária a sistematização do cuidado com esses pacientes, constituindo, a análise da
ferida e o fator determinante para que assim realize o tratamento adequado (FAVRETO,
2017).

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Segundo ABBADE et al., 2020, as úlceras crônicas dos membros inferiores afetam grande
parcela da população adulta, elas podem ser de origem arteriais, neuropáticas, hipertensivas
ou venosas as quais ocorrem na fase mais avançada da doença .

A prevalência e a incidência de lesões crônicas ou úlceras crônicas têm aumentado devido ao


crescimento de doenças crônico-degenerativas, em decorrência do envelhecimento da
população em geral (ABBADE et al., 2020).

De acordo SERGIO et al.,2021, a presença de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)


como diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, obesidade, neoplasias e
vasculopatias, leva ao desenvolvimento de feridas de difícil cicatrização. Já os fatores de
risco que levam ao desenvolvimento dessas comorbidades está o tabagismo, o consumo
excessivo de álcool, uma alimentação inadequada, o baixo consumo de frutas e verduras, o
consumo elevado de colesterol, gordura saturada, trans e o sedentarismo (BABINSKI et
al.,2017).

O estado nutricional tem grande influência no processo de cicatrização de feridas, uma vez
que o reparo tecidual depende da quantidade adequada de calorias, de proteínas,
carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais (ALVES et al., 2019).

Neste contexto, as estratégias de intervenção nutricional influenciam na mudança


dos parâmetros antropométricos já que auxiliam na promoção de saúde aprimorando as
escolhas alimentares quanto a qualidade alimentar (MENDEZ et al., 2020).

A atuação do nutricionista em nível ambulatorial mostra-se como uma importante


ferramenta na promoção de saúde. Onde o nutricionista deve conhecer seu paciente, bem
como sua individualidade, levando em conta suas preferências, e necessidades
nutricionais, colaborando no processo de reeducação alimentar, não só de intervindo
no tratamento, mas, principalmente prevenindo doenças (MENDEZ et al., 2020).

A Universidade Vale do Rio Doce dispõe de um Ambulatório de lesões Dermatológicas, que


tem como finalidade oferecer atendimento preventivo e curativo aos portadores de lesões
assistido por uma equipe multiprofissional no qual, os acadêmicos do curso de nutrição
realizam a avaliação nutricional e dietética, educação alimentar e nutricional e
acompanhamento nutricional.

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As consultas individualizadas e o plano nutricional é elaborado de acordo com as


necessidades de cada paciente, visando a prevenção de doenças como as crônico
degenerativas e consequentemente beneficiar a cicatrização dessas feridas.

Neste contexto, as estratégias de intervenção nutricional influenciam na mudança dos


parâmetros antropométricos já que auxiliam na promoção de saúde aprimorando as
escolhas alimentares quanto a qualidade alimentar (MENDEZ et al., 2020).
A atuação do nutricionista em nível ambulatorial mostra-se como uma importante
ferramenta na promoção de saúde assim o nutricionista deve conhecer seu paciente, bem
como sua individualidade, levando em conta suas preferências, e necessidades nutricionais,
colaborando no processo de reeducação alimentar, não só intervindo no tratamento,
mas, principalmente prevenindo doenças (MENDEZ et al., 2020).
A Universidade Vale do Rio Doce dispõe de um Ambulatório de lesões Dermatológicas, tem
como finalidade oferecer atendimento preventivo e curativo aos portadores de lesões
assistido por uma equipe multiprofissional no qual, os acadêmicos do curso de nutrição
realizam a avaliação nutricional e dietética, educação alimentar e nutricional e
acompanhamento nutricional.
As consultas individualizadas e o plano nutricional são elaborados de acordo com as
necessidades de cada paciente, visando a prevenção de doenças como as crônicas
degenerativas e consequentemente beneficiar a cicatrização de lesões cutâneas.
Considerando a importância de estudos sobre o tema, o objetivo do presente trabalho foi
avaliar o perfil nutricional dos pacientes atendidos no Ambulatório de Lesões – Pólo
Integrado de Ação Assistência ao indivíduo portador de lesões e doenças crônico-
degenerativa, da Faculdade de Ciências à Saúde – FACS, da Universidade Vale do Rio Doce–
UNIVALE em Governador Valadares-MG.

2 MÉTODO

Trata-se de um estudo observacional transversal, com análise secundária de dados, por meio
de prontuários de pacientes atendidos pelo Ambulatório de Lesões da UNIVALE. Foram
analisados todas os prontuários dos pacientes de ambos os sexos e de todas as idades, que
frequentaram o Ambulatório de Lesões Dermatológica da UNIVALE ano de 2018 a 2022. A coleta de

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dados foi realizada durantes os meses de agosto a setembro de 2022. A amostra final foi
composta por prontuários de 124 pacientes, utilizados para caracterização do perfil de
saúde. Para análise de correlação, foram excluídos prontuários de pacientes que não
apresentavam as informações de variáveis quantitativas (idade [anos], tempo de ferida
[dias], ingestão hídrica [litros], quantidade de refeições diárias, peso [Kg], altura [m] e IMC
[Kg/m²]), restando 87 prontuários submetidos à análise de correlação.
Nos prontuários foram coletados os seguintes dados: Idade, Estado civil, Sexo, doenças atuais, tempo
de existência da ferida, número de feridas. Também foi investigado quanto o hábito relacionado ao
etilismo e tabagismo, ingestão hídrica; como está a mobilidade do paciente por exemplo a
capacidade de deambular, número de refeições por dia. Também foram colhidos dados como
pressão arterial (PA) e motivo da procura ao ambulatório. Com relação à avaliação antropométrica
foram verificados os seguintes dados: estatura, peso, Índice de Massa Corporal (IMC).
A tabulação dos dados e a análise estatística foram realizadas com o auxílio do programa Windows
Microsoft Excel 2010 Jamovi 1.2.
Os dados foram apresentados por meio de medidas-resumo (média e desvio-padrão) para
variáveis quantitativas e frequências absoluta e relativa para variáveis qualitativas. Para
análise de correlação, foi utilizado teste de correlação de Pearson, com amostra de 87
pacientes (n= 87), os quais apresentavam todas as informações referentes às variáveis
quantitativas, para a análise em questão, houve comparação entre a quantidade de feridas
com as variáveis idade (anos), tempo de ferida (dias), ingestão hídrica (litros), quantidade de
refeições diárias, peso (Kg), altura (m) e IMC (Kg/m²).
A pesquisa seguiu as recomendações da Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012 do
Conselho Nacional de Saúde, bem como seus complementares, sendo aprovada pelo Comitê
de Ética em Pesquisa da Universidade Ceuma sob o número de parecer 5.505.501.

3 RESULTADOS

Na tabela 1 encontram-se os resultados referentes às variáveis sociodemográficas, observou-se


média de idade de 61,55 ± 17,56 anos, sendo 51,6% (n= 64) pacientes idosos (≥ 60 anos de
idade), maior prevalência de pacientes casados/união estável (39,52%) e do sexo masculino
(54,84%). Quanto aos hábitos de vida, a grande maioria negou etilismo ou tabagismo e ao se
tratar da mobilidade, houve maior prevalência de indivíduos que deambulam sem auxílio

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(58,06%). A pressão arterial média foi de 125,42 ± 17,53 mmHg para pressão arterial sistólica
(PAS) e 79,41 ± 11,84 mmHg para pressão arterial diastólica (PAD).

Tabela 1: Caracterização da amostra

Variável Frequência absoluta Frequência relativa

(n= 124) (%)

ESTADO CIVIL

Casado (a)/união estável 49 39,52

divorciado (a) 15 12,10

viúvo (a) 24 19,35

Solteiro (a) 27 21,77

Sem informação 9 7,26

SEXO

Feminino 51 41,13

Masculino 68 54,84

Sem informação 5 4,03

ETILISTA

Sim 26 20,97

Não 93 75,00

Sem informação 5 4,03

TABAGISTA

Sim 19 15,32

Não 98 79,03

Sem informação 7 5,65

MOBILIDADE

Deambula 72 58,06

Marcha comprometida 7 5,65

Deambula com auxílio 20 16,13

Não deambula 14 11,29

Sem informação 11 8,87


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Ao analisar variáveis alimentares/nutricionais, notou-se ingestão hídrica diária média de 2,20


± 1,33 litros/dia e quantidade média de refeições diárias de 3,43 ± 1,04. Sobre as medidas
antropométricas, a média de peso foi de 78,44 ± 25,95 Kg, altura de 1,66 ± 0,10 m e IMC de
28,19 ± 6,82 Kg/m². Em relação ao IMC, 2,06% da amostra foi classificada como baixo peso,
29,9% peso adequado, 26,8% sobrepeso e 41,24% obesos.
Em relação ao histórico de doenças, 80,65% dos pacientes apresentaram pelo menos 1
doença, a quantidade de doença mais presente foi de 1 doença (47,58%) (Gráfico 1). As
doenças mais comuns foram diabetes mellitus tipo II (n= 32), insuficiência venosa (n= 32) e
hipertensão arterial (n= 27), respectivamente (Gráfico 2).

Gráfico 1: Frequências relativas da quantidade de doenças

Gráfico 2: Frequências absolutas de doenças

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*DM I= diabetes mellitus tipo I; DM II= diabetes mellitus tipo II; HAS= hipertensão arterial sistêmica; DCVs=
doenças cardiovasculares.

Transformar isso em anos não ficaria mais claro?Ao realizar análise sobre as feridas, a média
de tempo de duração das feridas foi de 2331,59 ± 3922,45 dias e quantidade média de
feridas de 1,84 ± 1,95. Os tipos de feridas mais prevalentes foram úlceras venosas e de
apresentação abertas.
Para análise de correlação, foi comparado a quantidade de feridas com as variáveis idades
(anos), tempo de ferida (dias), ingestão hídrica (litros), quantidade de refeições diárias, peso
(Kg), altura (m) e IMC (Kg/m²). Ao realizar os cálculos do coeficiente de correlação de
Pearson (r), não foi encontrado relação entre as variáveis supracitadas e quantidade de
lesões, mostrando que não há correlação entre elas (Tabela 2).
Tabela 2: Análise de correlação

Variáveis Correlação de
Pearson (r)

Quantidade de feridas vs idade - 0,078

Quantidade de feridas vs tempo de ferida - 0,015

Quantidade de feridas vs ingestão hídrica - 0,017

Quantidade de feridas vs quantidade de - 0,042


refeições diárias

Quantidade de feridas vs peso 0,165

Quantidade de feridas vs altura 0,178

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Quantidade de feridas vs IMC - 0,069

4 DISCUSSÃO

Os resultados do presente estudo mostraram um perfil de usuários predominantemente do


sexo masculino, idosos e casados. A predominância do sexo masculino corrobora com o
encontrado nas pesquisas de (VASCONCELOS et al., 2019), que revelou que mais da metade
dos pacientes portadores de lesões era do sexo masculino, sendo prevalente na população
adulta (de 20–59 anos). No entanto, contrariam a pesquisa realizada por (ADAMCZYK &
SOUZA., 2018) que apontam predomínio do público feminino e de idosos entre aqueles que
mais buscam o sistema de saúde. Quanto ao estado civil, os resultados se assemelham aos
de EBERHARDT e colaboradores (2016), em que houve maior prevalência de pacientes
casados/união estável, visto como um ponto positivo, uma vez que o paciente portador de
úlcera muitas vezes precisa de alguém que o acompanhe em suas necessidades diárias e que
também o estimule na para uma melhor evolução do tratamento.
Os resultados referentes a maioria das feridas crônicas estar associada a população idosa,
validam com os encontrados no estudo de (SERGIO et al., 2019), que demonstrou que 60%
dos participantes apresentavam idade entre 60 e 80 anos sendo pacientes idosos ou seja
tinha idade igual ou superior a 60 anos, esses dados são justificados pelo autor (ABBADE et
al., 2020) o qual afirma que o aumento da prevalência e incidência dessa patologia tem
ocorrido devido o envelhecimento da população.
Com relação ao hábito de consumir bebidas alcoólicas, 75% dos pacientes afirmou não
ingerir , isso corrobora com os dados da pesquisa realizada pelo autor (PEREIRA et al., 2021),
que destaca como um fator positivo já que esse influencia em uma melhor qualidade de
vida, já que o consumo de álcool é prejudicial à saúde pois muita das vezes dá origem a
muitas lesões como as decorrentes de acidentes de trânsito e violências interpessoais e
derivadas de algumas patologias.
Os resultados do presente estudo mostraram um perfil de usuários onde a maioria dos não
possuía o hábito de fumar. Esses dados corroboram com a pesquisa de PEREIRA et al., (2021)
, realizado em uma Clínica escola de de uma Universidade particular em São Luís –MA onde
verificou-se que a maioria (98,8) não possuía o hábito de fumar, visto como algo

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positivo, já que o vício de fumar oferece riscos à saúde. De acordo com o Instituto
Nacional do Câncer, o tabagismo está associado ao desenvolvimento das doenças crônicas
não transmissíveis, (INCA, 2018).
O presente estudo analisou que a média de ingestão de água da amostra diária está entre
1,33 a 2,20 litros/dia. As recomendações das Dietary Reference Intakes DRI (2004) o
consumo diário de água total (água dos alimentos + água pura ou outro líquido) para
indivíduos saudáveis, dos 19 aos 70 anos é de 2,7 litros por dia para mulheres e de 3,7 litros
para os homens. (SANTOS et al.,2021).
De acordo com BARBER e colaboradores (2017), em oito dos 13 estudos revisados
relataram que a maioria dos pacientes com úlceras venosas que é um tipo de úlcera crônica,
possuíam IMC maior que 25 o que caracterizou, no presente estudo maior prevalência
de obesos relacionado ao IMC da amostra. No entanto, de acordo com a pesquisa realizada
por (MENDEZ et al., 2020), afirma que a utilização do IMC como medida antropométrica
para avaliar o estado nutricional não leva em conta a composição corporal, logo, este
método é limitado para o diagnóstico de doenças originadas pelo acúmulo de gordura,
apesar de ainda ser justificável como critério de identificação de excesso de peso como fator
de risco para DCNT.
Por outro lado, as medidas de circunferências, como a CC (Circunferência da cintura) e a CQ
(Circunferência do quadril), dobras cutâneas e a BIA (Bioimpedância Elétrica) são métodos
vantajosos para o diagnóstico nutricional dos pacientes, tendo em vista a debilidade do IMC,
dados que não foram coletados devido a inexistência nos prontuários, portanto, destaca-se a
importância de inserir mais critérios para avaliação antropométrica na prática clínica do
ambulatório para um melhor diagnóstico (MENDEZ et al., 2020).
Comorbidades, como o diabetes mellitus ou hipertensão arterial sistêmica, principalmente
quando não tratadas, podem contribuir para o agravamento, dificuldade de cicatrização e
recidivas das úlceras (SANTOS et al.,2015), isso explica os resultados encontrados no
presente estudo o qual verificou que 80% dos pacientes portadores de úlceras crônicas
possuíam alguma patologia associada sendo as doenças mais comuns foram diabetes
mellitus tipo II, insuficiência venosa e hipertensão arterial respectivamente, que dificultam o
processo de cicatrização, levando a um longo período de tratamento por tempo igual ou
superior a 40 meses (SERGIO et al 2021), resultado semelhante ao encontrado no

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presente estudo onde ao realizar análise sobre as feridas, a média de tempo de duração
das feridas foi de 2331,59 ± 3922,45 dias.
A maioria das lesões avaliadas foi de etiologia venosa, sendo esse resultado compatível com
dados da literatura que afirmam que as úlceras venosas se destacam entre as úlceras de
perna, representando de 70 a 90% de todas as úlceras de membros inferiores e são
consideradas a complicação mais grave da insuficiência venosa crônica, sendo causadas
essencialmente por hipertensão venosa (SERGIO et al.,2021).

5 CONCLUSÃO

6 REFERÊNCIAS
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18. Instituto Nacional de Câncer. Tabagismo [Internet]. Publicado em 06/06/2022 01h00
Atualizado em 31/08/2022 16h58 Disponível em:
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/causas-e-prevencao-do-cancer/tabagismo/

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