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1. APRESENTAÇÃO
2. OBJETIVOS
3. DESCRIÇÃO
Quadro 1 - TRIAGEM DE RISCO NUTRICIONAL – crianças > 1 mês: STRONG KIDS (Screening Tool for Risk of Impaired
Nutritional Status and Growth)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO BANDEIRA DE MELLO
Quadro 2 - TRIAGEM DE RISCO NUTRICIONAL – adultos e idosos: NRS 2002 (Nutritional Risk Screening)
Triagem inicial SIM NÃO
1 IMC < 20,5 Kg/m²?
2 Perda de peso nos últimos 3 meses?
3 Redução da ingestão na última semana?
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO BANDEIRA DE MELLO
Triagem final
Pontuação Estado Nutricional Pontuação Gravidade da doença
Perda de peso > 5% em 3 Complicações agudas de
meses doenças crônicas
Aceitação alimentar entre 50 DPOC
Score 1 Score 1
a 75% das necessidades Hemodiálise
Leve Leve
energéticas na semana Câncer
anterior Diabetes
Fratura do fêmur
Perda de peso >5% em 2 AVC
meses Pneumonia grave
IMC 18,5 – 20,5Kg/m² Cirurgia no TGI ou abdominais
Score 2 Aceitação alimentar de 25 a Score 2 Infecções graves
Moderada 50% das necessidades Moderada
energéticas na semana
anterior
A BRASPEN (2020) sugeriu que, em caso de não ser possível realizar as triagens via
contato telefônico ou por dados secundários de prontuários, as mesmas podem ser suspensas
durante a pandemia a fim de proteger os profissionais e pacientes, reduzindo o contato físico. Assim,
elaborou critérios de elegibilidade de risco nutricional com base nas comorbidades relacionadas ao
pior prognóstico, indicadores e sintomas associados à desnutrição, e considerou como risco
nutricional os pacientes que apresentarem ao menos 1 dos critérios no quadro 3. Assim, fica
estabelecido que no HUJB, na impossibilidade de realizar a triagem nutricional pelos métodos
supramencionados, serão utilizados os critérios apresentados no quadro abaixo.
Critérios
Idosos ≥65 anos Histórico de perda de peso
Adulto com IMC <20,0 kg/m² Doença pulmonar obstrutiva crônica, asma,
Risco alto de desenvolvimento de lesão por pneumopatias estruturais
pressão Cardiopatias, incluindo hipertensão arterial
Imunossupressão sistêmica
Inapetência Diabetes insulinodependente
Disgeusia, anosmia Insuficiência renal
Diarreia persistente Permanência em UTI superior a 48h
Gestação
Crianças/adolescentes
desnutridos, em risco Obtido pelo
ao internamento e
nutricional moderado e Peso profissional de
2x/semana
alto e/ou em terapia enfermagem
nutricional enteral
Obtido pelo
Crianças em risco ao internamento e
Peso profissional de
nutricional baixo 1x/semana
enfermagem
Fonte: UNC/HUJB.
Nos casos de impossibilidade da aferição do peso, este deve ser estimado por meio
das seguintes equações:
% Perda de peso = Peso usual (Kg) – Peso atual (kg)/Peso usual (Kg) x 100
Para crianças com limitações físicas, a estatura deverá ser estimada por meio das
equações descritas no quadro abaixo:
Comprimento superior
E = (4,35 x CSB) + 21,8
do braço (CSB)
6 a 18 anos Meninas brancas = 43,21 + (2,15 x AJ)
(Chumlea et al., 1994) Meninas negras = 46,69 + (2,02 x AJ)
Altura do joelho (AJ)
Meninos brancos = 40,54 + (2,22 x AJ)
Meninos negros = 39,60 + (2,18 x AJ)
Fonte: adaptado Silva; Nascimento; Zamberlan (2014).
Quadro 9 - Classificação do estado nutricional, de acordo com o IMC, para indivíduos com mais de 60 anos de idade
< 22 Magreza
22 a 27 Eutrofia
>27 Excesso de peso
Fonte: Ministério da Saúde, 2014.
Quadro 14 – Exames laboratoriais que devem ser monitorados na rotina de pacientes em TNE
Periodicidade
Parâmetro
primeiros 4 dias Após 5° dia
Na+/K+ inicial e após 48 horas semanal
Ca++/Mg++/Fósforo inicial se desnutrido semanal
Perfil lipídico inicial (dislipidemia) semanal
TGO, TGP, fosfatase alcalina, bilirrubina, GAMA
inicial semanal
GT
Proteínas totais, albumina, pré-albumina e
inicial semanal
globulina
Uréia e creatinina inicial semanal
Glicemia 1x/dia semanal
Hemácias, hemoglobina e hematócrito 3x/semana semanal
Em pacientes com COVID-19 em UTI não intubados, sob ventilação não invasiva, que
não atingem o objetivo energético com dieta oral, suplementos nutricionais devem ser
considerados anteriormente à nutrição enteral. Dessa forma, a Terapia Nutricional por via Oral
(TNO) deve ser a primeira opção, quando o consumo alimentar for inferior a 4 refeições por dia
(sendo 3 destas desjejum, almoço e jantar) ou consumo menor que 75% das recomendações
nutricionais em até 5 dias, sem expectativa de melhora da ingestão. Nesses casos, a recomendação
é utilizar TNO, por meio de suplementos hipercalóricos e hiperproteicos, até 3 vezes ao dia.
Na impossibilidade de utilização da via oral, ou devido à ingestão alimentar
insuficiente, com consumo inferior a 3 refeições por dia, sendo desjejum, almoço e jantar, ou seja,
ingestão menor que 60% das recomendações nutricionais em até 5 dias, sem expectativa de
melhora da ingestão deve ser utilizada TNE por Bomba de Infusão Contínua (BIC) por 24 horas com
volume de vazão inicial de 20mL/h com evolução gradual.
Ainda nos casos de pacientes com COVID-19 em UTI, intubados e ventilados, a
nutrição enteral deve ser iniciada através de uma sonda nasogástrica e a alimentação pós-pilórica
deve ser realizada em pacientes com intolerância gástrica após tratamento procinético ou em
pacientes com alto risco de aspiração. A progressão da dieta deve ser realizada com cuidado em
pacientes que necessitam de ventilação mecânica e estão hemodinamicamente instáveis. Em caso
de hipercapnia, a TNE deve ser mantida compensada ou permissiva. Porém, em caso de hipoxemia,
hipercapnia ou acidose grave, instabilidade hemodinâmica, níveis de lactato aumentados ou
recebendo agentes vasopressores, a dieta deverá ser suspensa (FERRETI, 2020).
0a1 90 – 120
1a7 75 – 90
7 a 12 60 – 75
12 a 18 30 – 60
Fonte: ASPEN, 2002.
Quadro 16 – Recomendações energéticas diárias (Kcal) segundo idade, peso esperado na presença fisiológica de
crescimento e atividade física
GEB = {[17 x idade (meses)] + [48 x peso (kg)] + [292 x temperatura (°C) – [9.677 x 0,239]}
Proteína
Faixa etária Proteína g/dia
g/Kg/dia
0 a 5 meses 1,32 9,1* (AI)
6 a 12 meses 1,5 11
12 a 36 meses 1,18 13
Sexo masculino
4 a 8 anos 0,93 19
9 a 13 anos 0,95 34
14 a 18 anos 0,88 52
Sexo feminino
4 a 8 anos 0,83 19
9 a 13 anos 0,93 34
14 a 18 anos 0,85 46
Os valores das DRIs – Dietary Reference Intakes se referem às RDAs – Recommended Dietary Allowances (1989), exceto
o identificado com asterisco (*), que indica a Adequate Intake (AI).
Faixa etária
Lactentes (meses) Crianças (anos) Meninos (anos) Meninas (anos)
Macronutriente
0–6 7 – 12 1–3 4–8 9 – 13 14 – 18 9 – 13 14 – 18
(g) (g) (%) (%) (%) (%) (%) (%)
Proteína 9,1 13,5 5 - 20 10 - 30 10 - 30 10 - 30 10 - 30 10 - 30
Carboidrato 60 95 45 - 65 45 - 65 45 - 65 45 - 65 45 - 65 45 - 65
Lipídeos 31 30 30 - 40 25 - 35 25 - 35 25 - 35 25 - 35 25 - 35
Fonte: adaptado de IOM, 2005.
Lactentes de 0 a 6 meses
Lactentes de 6 a 12 meses
- Posição da sonda:
4/4 h gástrica
- Validade: 12 horas sob
6/6 h refrigeração
Na enfermaria: forma
mais utilizada para não
Gravitacional (em 30 - Volume: a partir de
restringir a mobilização
a 60 minutos por 50mL, envasados em
do paciente e permitir o
gotejamento) frascos
planejamento da alta
hospitalar
- Intolerância aos
Bomba de infusão
métodos intermitentes
(de 1 a 2 horas)
anteriores
A primeira opção deve ser a fórmula polimérica, isosmótica, com alto teor de
proteína (>20% de proteína), esta deve ser usada precocemente na fase aguda. À medida que o
estado crítico do paciente melhora e os vasopressores diminuírem, a adição de fibra pode ser
considerada. Não devem ser utilizadas fórmulas enterais com ômega 3, óleos de borragem e
antioxidantes em pacientes com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo - SDRA (FERRETI et
al, 2020).
Em caso de pacientes com disfunção respiratória aguda e/ou renal, está indicado
utilizar fórmulas enterais com alta densidade calórica (1,5-2,0 kcal/ml), a fim de restringir a
administração de fluidos. Não está indicada a utilização de fórmulas com alto teor lipídico/baixo
teor de carboidrato para manipular coeficiente respiratório e reduzir produção de CO2 em pacientes
críticos com disfunção pulmonar. Também é recomendado evitar a utilização de módulos, a fim de
diminuir a manipulação com o paciente e exposição da equipe de enfermagem (FERRETI et al, 2020;
BRASPEN, 2020).
Observação:
Em pacientes intubados, além da dieta, alguns medicamentos que não podem ser
administrados por via parenteral, são administrados pela sonda da nutrição enteral, logo, é
necessário atentar para a interação entre fármacos e alimentos.
Dentre os medicamentos utilizados no tratamento da COVID-19 tem-se a
Azitromicina, que na padronização dessa instituição está comtemplada na forma farmacêutica “pó
para suspensão oral”. Então recomenda-se pausar a dieta por 1 hora antes da administração e
depois de 1 ou 2 horas retomar, na tentativa de evitar interação fármaco-alimento, como no caso
da quelação, que ocorre entre os sais presentes na nutrição enteral com os macrólidos, formando
um complexo insolúvel que impede a absorção do mesmo.
4. REFERÊNCIAS
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO BANDEIRA DE MELLO
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5. HISTÓRICO DE REVISÃO
Elaboração
Renata Layne Paixão Vieira
Nataly Cézar de Lima Lins
Thaise de Abreu Brasileiro Sarmento Data: 12/05/2020
Itavielly Layany França Feitosa
Maria Aparecida de Freitas Silveira
Ana Flávia Dias Pereira Amorim
Análise
Data: 14/05/2020
Francisca Sanches Tavares Ribeiro – Setor de Vigilância em
Conforme Processo SEI nº 23771.002950/2020-03
Saúde e Segurança do Paciente
Aprovação
Data: 21/05/2020
Eliane De Sousa Leite - Chefe do Setor de Apoio Diagnóstico e
Conforme Processo SEI nº 23771.002950/2020-03
Terapêutico
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