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AMANDA K

Parto distócico
Distocia
Dificuldade ou impedimento que os fetos encontram para serem expulsos do útero, em
decorrência de problemas ligados a mãe, ao feto ou ambos.

• Pode ocorrer em todas as espécies


o Dos grandes animais – ocorre mais em vacas (anatomia da pelve favorece)
o Dos pequenos animais – ocorre mais em cadelas.

DISTOCIAS LIGADAS A MÃE


Alterações nas estruturas que compõe o canal do parto e útero.

• Anomalias
✓ Pélvicas, uterinas, cervicais, vaginais e vulvares.

Bloqueios do canal do parto: cérvix > hímen na vagina > vulva

a) Anomalias pélvicas
o Pelve juvenil (fêmeas gestantes que não tenham a pelve subdesenvolvida)
o Luxações sacroilíacas
o Fraturas
o Osteodistrofia.

Sintomas:
• Depende do tipo de lesão.
• Ex: se for fratura – dor.

Diagnóstico
• Sintomas (parto começa e não tem andamento)
• Palpação retal e vaginal

Tratamento
• Pré-parto
o Descarte
o Abortamento terapêutico
o Histerectomia
• Parto
o Tração forçada sob lubrificação
o Fetotomia
o Cesariana
o OSH – cadelas e gatas
• Pós-parto
o Descarte

b) Anomalias uterinas
o Torções, flexões e desvios
o Histerocele (hérnia com útero gravídico)
o Rupturas
o Atonia (ausência de contrações)
o Hipertonia (contrações de amostra)

➢ ATONIA OU INÉRCIA UTERINA


o Ausência ou debilidade de contração uterina – não permitindo que o parto tenha
andamento
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o Tipos: primária ou secundária
o Fêmeas que apresentam essa alteração com mais frequência: cadelas, porcas e vacas.

• Atonia uterina primária

Etiologia
o Disfunção hormonal – estrógeno, relaxina, ocitocina;
o Obesidade – em cadelas + comum
o Hipocalcemia, hipomagnesemia e hipoglicemia
o Hidropsias dos anexos fetais– dilatam demais a musculatura uterina
o Gestação múltipla ou sobrecarga
o Gestação prolongada → fêmeas multíparas → 1 ou 2 fetos (falta cortisol para
desencadear a cascata do parto)
o Anomalias de desenvolvimento fetal → aplasia ou hipoplasia hipofisária → sem cortisol
o Degeneração miometrial → infecções anteriores
o Ruptura uterina ou do tendão púbico
o Histerocele gravídica
o Retículo pericardite
o Senilidade
o Debilidade
o Hereditariedade (cadelas)

Sintomas
Ausência de contrações uterinas e abdominais com excedências de que a fêmea está no 1º
estágio do parto.

Diagnóstico
o Sintomas – sem sinal de contração
o Palpação vaginal → quando houver dilatação suficiente com presença de bolsa fetal.

Tratamento
o Ruptura manual dos envoltórios e extração rápida do feto
o Administração de Ca e ocitócitos Só administrar ocitocina
o Desde que a cérvix esteja aberta/tenha passagem desde que tenha certeza
o Cesariana que tem passagem.
o OSH
o Fetotomia

• Atonia uterina secundária


Ocorre quando já ouve contrações anteriores e não houve sucesso para expulsão do feto.

Etiologia
Trabalho de parto prolongado → esgotamento da musculatura do útero e da fêmea → ocorre
por causa de distocias fetais, maternas ou ambas.

Sintomas
Parada das contrações ou debilidade de contrações uterinas após período viável de
contrações improdutivas.

Tratamento
o Identificar e se possível eliminar os fatores de impedimento ao parto
o Considerar aplicação de ocitocina e Ca – avaliar se pode ser aplicado
o Cesariana
o OSH
o Fetotomia – feto monstro
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➢ HIPERTONIA UTERINA

Etiologia
o Contrações uterinas e abdominais excessivamente violentas e muitas vezes
improdutivas
o Mais comum em éguas

Tratamento
o Anestesia epidural → quando tem contrações muito fortes
o Tranquilizante (acepromazina) – ter cuidado
o Relaxante uterino (cloridrato de clenbuterol)
o Proteção manual do períneo
o Correção da estática fetal – se necessário

c) Anomalias cervicais

Etiologia
o Dilatações insuficiente
o Torções uterinas
o Formações uterinas
o Formações tumorais
o Retrações cicatriciais
o Duplicidade cervical

Sintomas
Forças de expulsão improdutivas sem insinuação do feto ou anexos.

Diagnóstico
o Sintomas
o Espéculo vaginal
o Palpação

Tratamento
o Dilatação manual → éguas
o Extração forçada sob lubrificação
o Medicamentos
✓ Estrógeno, Ca, ocitocina
o Cesariana
o Descarte

d) Anomalias vaginais

Etiologia
Formações tumorais, cistos de glândula Bartolin, cistos dos ductos de gartner, hematomas,
retrações cicatriciais, prolapsos, edemas, persistência do hímen, etc.

Sintomas
o Forças de expulsão improdutivas → rima vulvar → envoltórios fetais ou outras
estruturas.

o Ovelhas e cabras
o Dilatação insuficiente do canal vaginal
▪ Precocidade etária (fêmeas primíparas muito jovens)
▪ Deficiências nutricionais (falta de vitaminas-dificulta elasticidade) →
dificultando o trabalho de parto
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Diagnóstico
Sintomas e palpação

Tratamento
o Extração forçada sob dilatação
o Cesariana + OSH
o Episietomia
o OSH (cadelas e gatas)
o Cesariana

e) Anomalias vulvares

Etiologia
o Estenoses, retrações cicatriciais
o Dilatação insuficiente (deficiência de fósforo e vit. A → perda da elasticidade)
o Hipoplasias
o Edema
o Formações tumorais (tumor de células escamosas)

Sintomas
Forças expulsivas improdutivas → rima vulvar → apresentação de envoltórios ou parte do feto.

Diagnóstico
Sintomas e palpação

Tratamento
o Extração forçada sob lubrificação
o Duchas quentes – para relaxar o tecido
o Episiotomia
o Casos de vulva pequena
o Incisão na porção latero-superior
o Sutura → mucosa e subcutâneo

DISTOCIAS LIGADAS AO FETO

Etiologia
o Anasarca (hidropsia) – edema congênito fetal, distocia por tamanho fetal excessiva →
síndrome do feto morsa
o Enfisema – morre no útero e forma gás
o Hidrocefalia
o Gigantismo
o Feto monstro (simples e complexos)
o Parto gemelar
o Encurtamento tendíneo
o Estática fetal incorreta

Sintomas
o Parto não evolui
o Forças expulsivas improdutivas → eventual presença de extremidades fetais na rima
vulvar

Diagnóstico
Sintomas e palpação vaginal

Tratamento
o Correção da estática fetal e tração sob lubrificação
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o Fetotomia
o Cesariana
o OSH

DISTOCIAS

Incidência
a) Grandes fêmeas é variável com espécie e raça
a. Leiteiras são mais comum que as de corte
b. Raça Belgian blue – alta ocorrência de cesariana
b) Vacas, ovelhas e éguas → ocorrência de origem fetal + comum
c) Porcas e cadelas → origem materna+ comum
d) Fêmeas uníparas e primíparas
a. Feto macho (maior)
b. Confinamento e superalimentação

➢ Manejo clínico em casos de distocia

• Velocidade de atendimento
o Todos os casos devem ser tratados como emergência em potencial
o Em um caso obstétrico – melhor estra adiantada do que atrasado
• Exame pré-natal
o Não é normal na obstetrícia veterinária
o Mais comum em éguas e cadelas/gatas
• Histórico de casos
o Deve ser feito sempre que possível
• Exame obstétrico
o Contenção da paciente
▪ Segurança do obstetra e auxiliares
▪ Animais agressivos → sedação
• Exame vaginal
o Delicadeza e rigorosa limpeza
o Lavagem → períneo e áreas adjacentes
▪ Desinfetante → unhas curtas e sem anéis
o Vestimentas adequadas e luvas
o Utilizar lubrificantes obstétrico → mãos enluvadas → exame no canal do parto

➢ Causas
Relacionadas a mãe:
o Falhas das forças de expulsão
o Uterina → inércia uterina primária, secundária, lesão uterina e torção uterina
o Abdominal → incapacidade de contrair (por causa da idade, dor, debilidade,
ruptura diafragmática, lesão traqueofaríngea)
o Obstrução do canal do parto, pelve óssea e tecidos moles.

Relacionadas ao feto:
o Deficiência hormonal
o Desproteção feto-pélvica
o Mau posicionamento fetal
o Morte fetal
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➢ Diagnóstico e plano de tratamento

Possíveis tratamento:
Tratamento conservativo
o Não há necessidade de assistência
o Dar tempo à paciente antes de agir

Tratamento cirúrgico
o Cesarianas
o Histerectomia → útero muito lesionado
o Fetotomia

Tratamento de manipulação
o Remoção vaginal auxiliada ap´s correção de qualquer mau posicionamento fetal

Terapia com droga para aumentar a atividade miometral


o Drogas específicas para contração do miométrio (ex. ocitocina) – em atonia
o Terapia com cálcio ou glicose – suspeita de deficiência

Eutanásia
o Condição corporal da mãe muito ruim ou sem valor econômico for muito baixo

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