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COSMÉTICO

O Movimento Bidirecional do Músculo Frontal:

Apresentando a Linha de Convergência e sua
Potencial Relevância Clínica
Sebastião Cotofana, MD,
Fundo:O tratamento cosmético da testa usando neuromoduladores é um desafio.
Ph.D.
Para evitar eventos adversos, a anatomia subjacente deve ser compreendida e
David L. Freytag
cuidadosamente direcionada. Observações clínicas indicam que a ptose da
Konstantin Frank, MD sobrancelha pode ser evitada se neuromoduladores forem injetados na parte
Sonja Sattler, MD superior da testa, apesar do músculo frontal ser o elevador primário.
Marina Landau, MD Métodos:Vinte e sete voluntários saudáveis (11 homens e 16 mulheres) com idade
Tatjana Pavicic, MD
Transferido de http://journals.lww.com/plasreconsurg por BhDMf5ePHKbH4TTImqenVL8/J7OdHJl5nUa8RK/kn/HpZw5yOqGFbAGrzZ5rI+4tBNfNMNaW0ek= em 27/04/2020

média de 37,5 ± 13,7 anos (variação de 22 a 73 anos) e de etnia diversa (14

Sabrina Fabi, MD
Nirusha Lachman, Ph.D.
Claudia A. Hernandez, MD
Jeremy B. Green, MD
Albany, NY; Munique e Darmstadt,
Alemanha; Holon, Israel; São Diego,
Califórnia; Rochester, Minnesota; Medellín,
Colômbia; e Coral Gables, Flórida.
caucasianos, quatro afro-americanos, três asiáticos e seis descendentes do Oriente
Médio ) foram inscritos. As análises do vetor de deslocamento da pele foram
realizadas na contração máxima do músculo frontal para calcular a magnitude e a
direção do movimento da pele da testa.
Resultados:Em 100 por cento dos voluntários investigados, observou-se um
movimento bidirecional da pele da testa: a pele da testa inferior moveu-se
cranialmente, enquanto a pele da testa superior moveu-se caudalmente. Ambos os
movimentos convergiram para uma linha horizontal da testa denominada linha de
convergência, ou linha C. A posição da linha C em relação à altura total da testa foi de
60,9 ± 10,2 por cento nos homens e 60,6 ± 9,6 por cento nas mulheres (p=0,941).
Independente do sexo, a linha C localizava-se na segunda linha horizontal da testa na
contagem de superior para inferior (homens,n=2; mulheres,n=2). Nenhuma diferença
entre as etnias foi detectada.
Conclusões:A identificação da linha C pode potencialmente orientar os profissionais para
resultados mais previsíveis para injeções de neuromoduladores na testa. Injeções acima da
linha C podem mitigar o risco de ptose da sobrancelha induzida por neuromoduladores. (
Plástico. Reconstr. Surg.145: 1155, 2020.)

T
A recuperação dos sinais do envelhecimento facial
tornou-se amplamente aceita na sociedade atual.
Além das injeções de preenchimento de tecidos
moles, a administração de neuromoduladores faciais (ou
seja, vários tipos de toxina botulínica) para tratar rugas
faciais aumentou em demanda (aumento de 845% entre os
anos de 2000 e 2018, de acordo com a Sociedade
Americana de Cirurgiões Plásticos).1Apesar de
Da Divisão de Anatomia, Departamento de Educação Médica,
Albany Medical College; a Divisão de Cirurgia Plástica,
Departamento de Cirurgia, Albany Medical Centre; o
Departamento de Mão, Cirurgia Plástica e Estética da
Universidade Ludwig Maximilian de Munique; Clínica Rosenpark;
Wolfson Medical Center, Dermatologia; prática privada;
Dermatologia Cosmética a Laser; Faculdade de Medicina e
Ciências da Clínica Mayo, Clínica Mayo; e Skin Associates do Sul
da Flórida. Dr. Sattler, para a Sociedade Internacional de Cirurgia
Dermatológica. Recebido para publicação em 15 de julho de
2019; aceito em 14 de novembro de 2019.
Copyright © 2020 pela Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos
DOI:10.1097/PRS.0000000000006756
a redução da frequência e gravidade dos eventos
adversos ao tratar a face superior com
neuromoduladores, a ocorrência de ptose de
sobrancelha e ptose de pálpebra superior é indesejada
e pode resultar em insatisfação do paciente.2
A posição da sobrancelha precisa ser respeitada,
além da forma e da nitidez das linhas horizontais da
testa (tudo isso dependendo da anatomia muscular
subjacente). A posição da sobrancelha está em um
delicado equilíbrio entre depressores e elevadores.
Enquanto o músculo frontal é o único elevador, um
grupo de músculos atua como depressores: orbicular
do olho, depressor do supercílio, corrugador do
supercílio e
Divulgação:Nenhum dos autores possui associações
comerciais ou divulgações financeiras que possam representar
ou criar conflito de interesse com os métodos aplicados ou
com os resultados apresentados neste artigo. Este estudo não
recebeu apoio financeiro ou financiamento.

www.PRSJournal.com 1155
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músculos próceros. Além disso, a morfologia do músculo
frontal e seu ângulo do fascículo muscular influenciam a
forma das linhas horizontais da testa: um ângulo maior do
fascículo muscular que é orientado lateralmente resulta em
linhas horizontais onduladas da testa, enquanto um ângulo
menor e orientado verticalmente do fascículo muscular
resulta em linhas retas. linhas horizontais da testa. Embora
seja um guia útil para injetores menos experientes, os
mapas de grade de injeção de neuromoduladores que
fornecem uma “receita” para o tratamento de todos os
pacientes devem ser evitados.3–8Em vez disso, devem ser
usados tratamentos personalizados respeitando a
variação anatômica individual.
O músculo frontal é considerado um elevador da
sobrancelha, e a aplicação de neuromoduladores para
tratar as linhas horizontais da testa geralmente deve
levar à ptose da sobrancelha. No entanto, isso é
inconsistentemente observado. Recomenda-se que as
neurotoxinas sejam aplicadas na testa superior em vez
da testa inferior para diminuir o risco de ptose da
sobrancelha durante o tratamento.2Até o momento,
esse fenômeno clínico é pouco compreendido.
O escopo da presente análise foi investigar os
padrões de movimento da pele da testa em voluntários
saudáveis durante o franzir da testa para entender por
que a aplicação de neuromoduladores na testa
geralmente não leva à ptose da sobrancelha. Espera-se
que os padrões de movimento da pele possam ser
identificados usando análises de deslocamento vetorial,
o que poderia explicar por que as injeções de toxina na
testa inferior carregam um risco maior de ptose da
sobrancelha em comparação com a testa superior.
PACIENTES E MÉTODOS
Amostra de estudo
A amostra investigada na presente análise é uma
subamostra de uma população de estudo descrita
anteriormente por Frank et al.9A amostra atual inclui
27 voluntários saudáveis (11 homens e 16 mulheres)
com idade média de 37,5 ± 13,7 anos (variação de 22
a 73 anos) e com a seguinte distribuição étnica: 14
caucasianos, quatro afro-americanos, três asiáticos e
seis de descendência do Oriente Médio. Os
voluntários foram excluídos da análise se
tratamentos prévios, operações ou traumas afetaram
a forma e/ou a função do músculo frontal. Além
disso, os voluntários foram excluídos do estudo se
nenhuma linha fina distinta estivesse presente para
determinar o limite superior da testa. Os
participantes foram informados sobre os objetivos e
procedimentos do estudo. Cada participante
forneceu consentimento informado por escrito para
o uso de seus dados e imagens associadas.
1156
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Cirurgia Plástica e Reconstrutiva• Maio de 2020
O estudo foi aprovado pelo Conselho de Revisão
Institucional da Universidade Ludwig Maximilian
de Munique (protocolo número 266-13). Este
estudo foi realizado de acordo com as leis
regionais (da Alemanha) e boas práticas clínicas.
Imagem
Imagens tridimensionais dos rostos completos dos
voluntários foram obtidas usando um sistema de
câmera Vectra H1 (Canfield Scientific, Inc., Fairfield, NJ).
As imagens de linha de base e de acompanhamento
foram obtidas em repouso e na testa máxima franzida.
A imagem de acompanhamento de cada participante foi
automaticamente alinhada à sua respectiva imagem de
linha de base. Diferenças na posição da pele ( franzir a
testa máxima versus em repouso) foram computadas
usando a análise de deslocamento vetorial da pele por
meio do algoritmo automatizado do Vectra Software
Suite (Figs. 1 Através dos3).9Um desvio de superfície
médio máximo de 0,1 mm foi tolerado. Todas as
medições foram realizadas pelo mesmo investigador
(DLF) para garantir a consistência ao longo das análises.
Análise estatística
A orientação e a magnitude do deslocamento da pele
da testa foram registradas e analisadas. Os valores de
compressão da pele (ou seja, redução do comprimento em
porcentagem) e deslocamento da pele (ou seja, mudança
na posição da pele na contração em milímetros) foram
calculados com base no movimento da pele. A distribuição
normal da amostra de dados para comprimento da testa,
distância da linha C do rebordo orbitário superior (absoluta
e em porcentagem), compressão da pele e deslocamento
da pele foram testados pelo teste de Shapiro-Wilk e
confirmados por meio de gráficos de normalidade e
histogramas. As diferenças nos valores para sexos foram
calculadas usando amostra independentettestes, e os
resultados foram verificados quanto à consistência usando
o Mann-Whitneyvocêteste e o método bootstrapping10,11
devido ao pequeno tamanho da amostra. As diferenças nos
valores para os subgrupos étnicos foram calculadas usando
o teste de análise de variância, e os resultados foram
verificados quanto à consistência usando o teste de
Kruskal-Wallis e o método de bootstrapping. Testes não
paramétricos foram utilizados para cálculos em linhas
horizontais da testa com apresentação do valor mediano e
da respectiva faixa de dados (ou seja, menor e maior
valores). As diferenças na compressão da pele e
deslocamento da pele entre a região acima versus abaixo
da linha C foram calculadas usandottestados e verificados
por meio do Mann-Whitneyvocêteste e o método de
bootstrapping. Todas as análises estatísticas foram
realizadas usando o IBM SPSS Versão 23 (IBM
 Volume 145, Número 5 • Movimento Bidirecional do Músculo Frontal

Corp., Armonk, NY) e os resultados foram considerados Não foi identificada diferença estatisticamente
estatisticamente significativos a um nível dep≤0,05 para significativa no comprimento médio da testa entre os
orientar as conclusões. quatro grupos étnicos analisados (não estratificado
por sexo): caucasiano, 57,9 ± 10,3 mm; Afro-
americano, 58,0 ± 5,1 mm; asiático, 65,7 ± 5,6 mm; e
RESULTADOS
Oriente Médio, 55,0 ± 14,6 mm (p=0,565).
Comprimento da testa

O comprimento médio da testa (ou seja, a Linhas horizontais da testa

distância entre a margem superior das sobrancelhas O número médio de linhas horizontais observadas
e a linha do cabelo) foi de 65,0 ± 8,1 mm em homens na testa (independentemente da aparência ondulada ou
e 53,4 ± 9,2 mm em mulheres (p=0,002). reta) foi quatro (variação de dois a seis), o que

Figura 1.Varredura tridimensional processada representando os dois estados diferentes (deixei, testa em repouso;Centro, testa
contraída máxima) da testa avaliada neste estudo e sua diferença no deslocamento da pele representada por meio de vetores (
certo) em uma voluntária afro-americana.

Figura 2.Varredura tridimensional processada representando os dois estados diferentes (deixei, testa em repouso;Centro, testa contraída
máxima) da testa avaliada neste estudo e sua diferença no deslocamento da pele representada por meio de vetores (certo) em um voluntário
asiático do sexo masculino.

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Fig. 3.Varredura tridimensional processada representando os dois estados diferentes (deixei, testa em repouso;Centro, testa contraída máxima)
da testa avaliada neste estudo e sua diferença no deslocamento da pele representada por meio de vetores (certo) em um voluntário masculino
caucasiano.
era independente do sexo (p=0,451) ou etnia (p=
0,148). Não houve correlação estatisticamente
significativa entre o número de linhas
horizontais da testa e o comprimento médio da
testa (r=0,247;
p
p=0,214).
Linha de convergência
Em todos os voluntários investigados (100 por
cento), foi observado um movimento bimodal da pele
da testa, onde a pele da testa inferior moveu-se
cranialmente e a pele da testa superior moveu-se
simultaneamente caudalmente. Esse movimento
bimodal resultou em uma elevação das sobrancelhas
e uma depressão da linha do cabelo, e uma linha
horizontal imóvel da testa onde os dois movimentos
convergiam. Essa linha horizontal estável da testa é
chamada de linha de convergência (ou seja, linha C).
A linha C estava localizada acima da margem
superior das sobrancelhas a uma distância média de
39,6 ± 7,7 mm nos homens e 34,3 ± 7,3 mm nas
mulheres, sem diferença estatisticamente
significativa entre os sexos (p=0,083). Da mesma
forma, não foi observada diferença significativa na
localização da linha C entre as etnias (não
estratificada por sexo): caucasiana, 37,4 ± 7,9 mm;
afro-americana, 35,4 ± 7,8 mm; asiático, 41,7 ± 11,4
mm; e Oriente Médio, 32,4 ± 5,3 mm (p=0,370).
A localização mediana da linha C foi na segunda
linha horizontal da testa ao contar a partir da linha do
cabelo (superior para inferior), independentemente do
sexo [homens,n=2,0 (intervalo, 2,0 a 3,0);
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Cirurgia Plástica e Reconstrutiva• Maio de 2020
mulheres,n=2,0 (intervalo, 1,0 a 3,0);p=1,0]. Isso foi
consistente em todas as etnias (não estratificado
por sexo): caucasiano,n=2,0; Afro-americano,n=
2,0; asiático,n=2,0; e Oriente Médio,n=2,0 (p=
0,731). O número médio de linhas horizontais da
testa abaixo da linha C foi de 2,0 (variação, 0,0 a
4,0) em homens e 2,0 (variação, 1,0 a 3,0) em
mulheres (p = 0,394) e entre os grupos étnicos:
caucasiano,n=1,0; Afro-americano,n=1,0; asiático,
n=2,0; e Oriente Médio,n=2,0 (p=0,130).
A posição da linha C em relação à altura total da
testa foi de 60,9 ± 10,2 por cento nos homens e 60,6 ±
9,6 por cento nas mulheres (p=0,941) (Fig. 4). A
localização da linha C em todas as etnias foi (não
estratificada para sexo) da seguinte forma: caucasiana,
62,8 ± 8,5 por cento; Afro-americano, 54,5 ± 10,4 por
cento; asiáticos, 61,8 ± 8,6 por cento; e Oriente Médio,
59,5 ± 12,6 por cento (p=0,507 entre os grupos).
Diferença entre os parâmetros da testa
superior (acima da linha C) e inferior (abaixo
da linha C)
A compressão da pele (ou seja, redução do
comprimento) na testa inferior versus superior
foi de 26,0% versus 22,3% (p=0,089) em homens
e 20,9 por cento contra 13,7 por cento (p=0,001)
em mulheres. A diferença de gênero foi de 5,1
por cento (p=0,039) para a testa inferior e
8,5 por cento (p=0,005) para a testa superior (
Fig. 5).
O deslocamento total da pele (ou seja, mudança
na posição da pele na contração frontal máxima)
 Volume 145, Número 5 • Movimento Bidirecional do Músculo Frontal
Fig. 4.Varredura tridimensional processada mostrando a localização da linha C em 61 por
cento do comprimento médio da testa (de caudal a cranial) (deixei) e na segunda linha
horizontal da testa (certo).
foi de 6,8 mm nos homens para a testa superior
versus 6,1 mm para a testa inferior (p=0,244). Nas
mulheres, foi de 4,8 mm para a testa superior
versus 3,6 mm para a testa inferior (p=0,020). A
diferença de gênero foi de 2,5 mm (p=0,004) para
a testa inferior e 2,0 mm (p=0,001) para a testa
superior (Fig. 6).
DISCUSSÃO
Esta análise de deslocamento da pele realizada em
27 indivíduos etnicamente diversos pela primeira vez
quantifica o movimento bidirecional da pele da testa na
contração máxima do músculo frontal: a pele da testa
inferior move-se cranialmente, resultando em uma
elevação das sobrancelhas; enquanto a pele da testa
superior se move caudalmente, resultando em uma
depressão da linha do cabelo. Esses dois movimentos se
encontram em uma linha orientada horizontalmente
denominada linha de convergência (linha C). A linha C
estava localizada 39,6 ± 7,7 mm acima das sobrancelhas
nos homens e 34,3 ± 7,3 mm nas mulheres, o que
corresponde a 61 por cento do comprimento total da
testa em ambos os sexos e independe da etnia.Fig. 4).
Curiosamente, a linha C estava localizada na segunda
linha horizontal da testa inferior à linha do cabelo,
independentemente do sexo ou etnia.
Um ponto forte do presente estudo é que 11
homens e 16 mulheres com origens étnicas
diversas (caucasianas, afro-americanas, asiáticas e
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Oriental) foram investigados. Esta amostra do estudo
pode representar potencialmente a população
heterogênea de pacientes que procuram intervenção
médica na prática clínica atual. No entanto, o
pequeno tamanho geral da amostra (n=27) e as
pequenas subamostras em cada subgrupo étnico (n=
14 caucasianos,n=4 afro-americanos,n=3 asiáticos, e
n=6 de descendência do Oriente Médio) deve ser
considerada como uma limitação do estudo. Um
tamanho amostral maior com números maiores,
principalmente nas subamostras étnicas, teria sido
favorável para fortalecer a mensagem aqui
apresentada. Estudos futuros com amostras maiores
e/ou estudos realizados em um cenário clínico
precisarão expandir os conceitos descritos.
Outro ponto forte deste estudo é a metodologia
utilizada para medir o deslocamento da pele da testa. A
análise tridimensional do deslocamento do vetor da
pele demonstrou fornecer quantificação objetiva dos
movimentos da pele minuciosos.9Esta avaliação não
invasiva e em tempo real do deslocamento da pele é
baseada no cálculo matemático da diferença na posição
da pele antes e depois de um movimento ou
intervenção. O algoritmo automatizado identifica e
rastreia o movimento de características bidimensionais
proeminentes da pele, como toupeiras ou poros da
pele, e calcula um vetor de deslocamento da pele. Cada
vetor é caracterizado por uma direção e uma magnitude
específica. Esses valores podem ser usados para
calcular local e regionalmente o deslocamento da pele
1159
 Cirurgia Plástica e Reconstrutiva• Maio de 2020

Fig. 5.Gráfico de barras mostrando a compressão média da pele da testa

como porcentagem para a testa superior e inferior em homens e mulheres.
Diferenças significativas podem ser observadas entre os sexos tanto para a
testa superior quanto para a inferior.p=0,005 ep=0,039, respectivamente).

Fig. 6.Gráfico de barras mostrando o deslocamento médio da pele em

milímetros para a testa superior e inferior em homens e mulheres.
Diferenças significativas puderam ser observadas entre os sexos tanto para
a testa superior quanto para a inferior (p=0,004 ep=0,001, respectivamente).

(mudança da posição da pele em milímetros) e compressão da
pele (redução do comprimento em porcentagem).
Na presente análise, o deslocamento do vetor da
pele foi usado para a testa total e para a testa superior
versus inferior separadamente. Constatou-se que a pele
da testa apresenta um movimento bimodal. A pele da
testa inferior moveu-se cranialmente em comparação
com a pele da testa superior, que se moveu
caudalmente. Esse comportamento foi observado em
100 por cento da amostra investigada. Do ponto de vista
anatômico, esse
é plausível, pois o músculo frontal não tem origem
óssea, mas está localizado em sua bainha envolvente
coberta por gordura subcutânea e separada dos
compartimentos frontais profundos12pela fáscia
subfrontal.13Na contração do músculo frontal, as
extremidades caudal e cranial são abordadas,
resultando em um movimento bidirecional: elevação
da sobrancelha e depressão da linha do cabelo.
O uso de neuromoduladores para a redução das
linhas da testa é um desafio. O músculo frontal é o
único elevador da sobrancelha e seu tônus muscular

1160
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 Volume 145, Número 5 • Movimento Bidirecional do Músculo Frontal
deve ser equilibrado contra os músculos depressores da
sobrancelha (ou seja, músculos orbicular dos olhos, depressor
do supercílio, corrugador do supercílio e músculos prócero). A
redução da contratilidade do músculo frontal e especialmente
do segmento de elevação da sobrancelha do músculo pode
resultar em ptose da sobrancelha. Este evento adverso é
transitório e sua incidência publicada varia de 0,6 a 20 por
cento. Portanto, os injetores devem estar preparados e
comunicar abertamente esse risco potencial ao paciente.14–16
Embora o presente estudo não tenha avaliado injeções
de neuromoduladores a priori, os resultados do presente
estudo confirmam as observações clínicas. As injeções na
testa inferior podem causar ptose da sobrancelha,
enquanto as injeções na testa superior podem afetar as
linhas da testa, mas não a posição da sobrancelha.
Conceitos publicados anteriormente17e recomendações do
painel de consenso18mencionam independentemente que
injeções a uma distância de 2,0 a 3,0 cm acima do rebordo
orbitário superior aumentam o risco de ptose da
sobrancelha. Nenhum estudo até o momento forneceu
evidências confiáveis para esta observação clínica e por
que a administração de neuromoduladores na testa inferior
versus superior pode ter efeitos diferentes na posição da
sobrancelha. Nosso estudo, no entanto, fornece pela
primeira vez evidência confiável, pois fomos capazes de
mostrar que o músculo frontal tem um padrão de
contração bimodal. Enquanto a parte inferior do músculo
atua como um elevador da sobrancelha, a parte superior
atua como um abaixador da linha do cabelo. Isso poderia
explicar por que injeções na parte inferior do músculo (ou
seja, segmento de elevação da sobrancelha) podem
resultar em ptose da sobrancelha, enquanto injeções na
parte superior do músculo (ou seja, segmento depressor da
linha do cabelo) não apresentam esse risco. Diminuir o
risco de ptose da sobrancelha pode ser potencialmente
alcançado reduzindo as unidades de neuromoduladores
injetados abaixo da linha C versus acima dela ou
reposicionando os pontos de injeção mais cranialmente e
focando mais na região da linha C e acima. A forma das
linhas horizontais da testa (não tratadas) (linhas retas
versus linhas onduladas)9,19também pode ajudar a
individualizar o tratamento com neuromoduladores e
orientar os locais de dosagem e injeção.
De interesse adicional, a compressão da pele e o
deslocamento da pele aumentaram significativamente nos
homens em comparação com as mulheres. Isso pode ser
entendido como resultado da maior atividade muscular
frontal causada pelo aumento da massa muscular
resultando em maior contratilidade e, portanto, em maior
movimentação da pele.20,21Esse maior deslocamento da
pele atribuível à maior massa muscular é o motivo pelo
qual os homens geralmente exigem uma dosagem de
neuromodulador 50% maior do que as mulheres para obter
um efeito clínico comparável.
Copyright © 2020 Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo.
Investigações futuras poderiam usar a análise de
deslocamento da pele para estudar os efeitos na posição da
sobrancelha de injeções de neuromoduladores colocadas
acima e abaixo da linha C. Seria especialmente interessante
determinar como as injeções acima da linha C com
neuromodulador são bem-sucedidas em suavizar as rítides
da testa sem causar ptose da sobrancelha.
CONCLUSÕES
Neste estudo, observou-se um movimento
bidirecional da pele da testa: a pele da testa inferior
moveu-se cranialmente, enquanto a pele da testa
superior moveu-se caudalmente. Ambos os
movimentos se encontravam em uma linha estática e
imóvel denominada linha de convergência (linha C). A
linha C foi identificada em 61% do comprimento
médio total da testa, o que foi consistente em todos
os sexos e etnias. Clinicamente, a linha C pode ser
identificada na segunda linha horizontal da testa ao
contar de superior para inferior. Colocar injeções de
neuromoduladores acima da linha C pode mitigar o
risco de ptose da sobrancelha.
Sebastian Cotofana, MD, Ph.D.
Departamento de Anatomia Clínica
Faculdade de Medicina e Ciência da Clínica Mayo
clínica Mayo
Edifício Estável 9-38
200 Primeira Rua
Rochester, Minn. 55905
berço ofana.sebastian@mayo.edu
Instagram: professorsebastiancotofana
Facebook: professorsebastiancotofana
CONSENTIMENTO DO PACIENTE
Os pacientes forneceram consentimento por escrito para o uso de suas
imagens.
RECONHECIMENTO
Os autores gostariam de agradecer à Canfield
Scientific, Inc., pelo apoio na aquisição de dados e ao Dr.
Fabio M. Ingallina por sua orientação e experiência na fase
de iniciação do estudo.
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