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TOXINA

BOTULÍNICA
Vivian Cristina Holanda Lopes
Médica formada pela Universidade Estadual de Londrina – UEL –

2008.

Residência Médica em Dermatologia – UEL – 2012.

Título de Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira

de Dermatologia – 2012.

Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.


PORTA DE ENTRADA DOS
PACIENTES NO
UNIVERSO ESTÉTICO
Não subestime a importância de uma toxina bem feita e a fidelização do
paciente.
HISTÓRIA DE SUA
DESCOBERTA
Toxina Botulínica
• Botulismo - doença descrita pela primeira vez em
1817, causada pela toxina do Clostridium botulinium.
• Década de 1920 - isolamento da toxina botulínica tipo
A (BTX-A) - Universidade de Califórnia - interesse
científico motivado por surtos de botulismo causado
por alimentos enlatados nos EUA.
• 1946 - isolamento da toxina em sua forma pura -
motivada pela necessidade de defesa frente a
possibilidade de armas biológicas (2a Guerra).
• 1949 - comprovado o mecanismo de ação da toxina -
bloqueio do impulso nervoso na junção neuromuscular
- inibição da liberação de acetilcolina.
História
• Final da década de 60 - oftalmologista Alan B. Scott, buscando tratamentos não
cirúrgicos para o estrabismo, consegue amostras de BTX-A para testar em
músculos extraoculares de macacos.
• 1973 - Scott publica trabalho – sucesso.
• Ainda na década de 70 - Scott consegue autorização do FDA para utilização
em humanos - 77-78.
• 1982 - estudo multicêntrico utilizando BTX-A em outras distonias.
• Oftalmologista canadense participante do estudo - Alastair Carruthers - nota
diminuição rugas glabela em pacientes tratados para blefaroespasmo -
juntamente com sua esposa dermatologista Jean Carruters iniciam uso da
toxina para rugas faciais.
• Trabalhos iniciam-se em 1988, publicados em 1992, inicialmente em glabela, e
posteriormente outros trabalhos evidenciando eficácia e segurança em outras
regiões.
✓ Morfopsicologia
Expressão facial
Padrões de beleza
Masculinos e Femininos
Nosso rosto tem grande importância em nossa imagem pessoal e é
responsável por mais de 80% da comunicação não verbal.
Atenção ao seu papel como “embelezador”
• “Que me perdoem as feias, mas beleza é
fundamental” - Vinícius de Moraes.
• Beleza - atratividade, sexualidade, sinal de saúde,
maior chance de sucesso, maiores salários –
estudos científicos.
• Padrões de beleza mudam com o passar do tempo.
• Estigmas do envelhecimento: rugas, manchas,
flacidez.
• Aspecto de bravo, preocupado, masculino.
• Face, movimentos - expressão de emoções e
pensamentos.
• Semblante modula o significado das palavras.
• Procedimentos minimamente invasivos - possibilitam
embelezamento natural e modificam o processo
de envelhecimento.
Objetivos do tratamento
• Arqueamento do supercílios -
sensualidade, atratividade.
• Amenizar rugas – juventude.
• Abertura do olhar – vivacidade.
• Masseter - afinamento da face -
suavidade, feminilidade.

❑ Busca da beleza – desejo de atrair e ser


aceito, ser amado, aumento da autoestima.
❑ Melhora a aparência – maior satisfação
pessoal, profissional, social, interpessoal.
❑ Dentro dos padrões estéticos – aceitação,
admiração, competição.
MECANISMO
DE AÇÃO
Mecanismo de Ação
• Comprovado o mecanismo de ação da toxina - bloqueio do
impulso nervoso na junção neuromuscular - inibição da
liberação de acetilcolina.
• Cadeia pesada - 100kDa - afinidade com a placa motora e
relação com a internalização da toxina - ligação seletiva aos
receptores pré-sinápticos e internalização.
• Cadeia leve - 50kDa - bloqueio da liberação da acetilcolina
cálcio dependente, na junção neuromuscular, inibindo assim a
contração muscular.
• Denervação química da junção neuromuscular.
• Reversível – brotamentos.
• Efeito analgésico descrito pela 1ª vez em 1985.
NOMES
COMERCIAIS
Nabota

• Prabotulinum Toxin A
Equivalência clínica e não química
• Equivalência de resultados clínicos.
• Fator de conversão internacional 1:2,5.
• 1U Toxina Botox : 2,5U Speywood Dysport.
• 200U Botox equivalem a 500U Dysport.
• Dysport 500U – diluir para 2ml.
• Dysport de 300U – diluir para 1,2ml.
Dose x Alvo

• Massa muscular.
• Intensidade da sudorese.
• Dose é mais importante do que diluição.
• Maior dose = área de efeito aumentada.
MATERIAL
NECESSÁRIO
Materiais
• Luvas.
• Gaze.
• Clorexidine degermante ou aquosa - álcool pode desnaturar a toxina.
• Anestésico tópico.
• Toxina.
• Soro fisiológico.
• Seringa 1ml.
• Agulha 26-18G.
• Seringa injeção – 0,3/ 0,5/ 1ml.
• Lápis marcação.
Analgesia
✓ Cremes anestésicos.
✓ Gelo.
✓ Analgesia vibratória.
DILUIÇÃO / PREPARO
Diluição
• Frasco 100U, retira o lacre.
• Soro Fisiológco 10ml.
• Seringa 1ml.
• Agulha 18-26G – conecta.
• Aspirar 1ml SF, retira bolhas.
• Introduz tampa borracha, segura embolo, deixar gotejar, com delicadeza
deixar o líquido percorrer todas as paredes e a tampa girando.

• Dysport 500U – 2ml SF, 300U – 1,2ml SF.


Conservação e estocagem
• Antes da diluição: todas as toxinas são refrigeradas, exceto
Xeomin (pode temperatura ambiente até diluição).
• Após diluição: 2-8ºC – geladeira.
• Controle temperatura 2x/dia.
• Caderno – Vigilância Sanitária.
• Anotar diluição, data e horário na caixa/ frasco para controle
interno.
• Utilizar em até 30 dias.
Considerações Pré Procedimento
✓ Anamnese.
✓ Medicações.
✓ Expectativas.
✓ Duração.
✓ Explicar necessidade de planejamento terapêutico e associação de
procedimentos.
✓ Termo de consentimento.
✓ Fotos estáticas, dinâmicas e filmagem.
Quando começar?
• Prevenção - antes das rugas
estáticas serem notadas.
• Rugas estáticas discretas.
• Procedimentos de
embelezamento, noivas,
formandas, eventos:
➢ Arqueamento de
supercílios,
➢ Sem pés de galinha nas
fotos,
➢ Abertura do olhar,
➢ Melhora do sorriso gengival,
➢ Afinamento face.
Atenção as expectativas!
• Toxina pode amenizar rugas estáticas, mas a remoção completa exige
aplicações periódicas de toxina e procedimentos adicionais, como fios
de PDO, lasers fracionados, peelings químicos, microagulhamento,
skinbooster, tunelização dérmica, preenchimento (atenção a áreas de
risco).
• Reforçar que a toxina é única, e mesmo que o paciente se queixe de
curta duração deve fazer parte dos protocolos de rejuvenescimento
(resurfacing, preenchimento, lifting cirúrgico e cremes não conseguem
mesmo efeito).
• Dar o exemplo do papel amassado.
• Explicar ao paciente que o início de ação não é imediato, começa em
24-72h e atinge seu pico em 10-14 dias.
• A perda também será gradual, em torno de 15% de perda mensal, com
necessidade de nova aplicação entre 3-6 meses.
Atenção as expectativas!
• Não é interruptor!
• Principalmente pacientes que fazem pela primeira vez - costumam
reclamar ao redor do 3º mês.
• Se necessário, faça reavaliação, mostre fotos.
• Se a perda foi além do esperado, precisa avaliar: marca,
diluição, conservação, distância entre os pontos, dose (erro
técnico).
• Avaliar correções para próximas aplicações.
Indicações
• Rugas:
– Glabela.
– Horizontais fronte.
– Orbicular olhos - pés de galinha.
– Porção superior do nariz - bunny lines.
• Assimetria facial dinâmica.
• Ação exagerada depressor angulo oral - cantos labiais “caídos”, linha marionete/
sulco labiomentual acentuado.
• Queixo duplo/ “celulite” de mento/ sulco mentual.
• Bandas platismais - papel importante e preventivo para manutenção do contorno
facial.
Indicações – além da estética
• Rugas periorais verticais - código de • Disfonia - cordas vocais.
barras - cuidado com distúrbio • Paralisia cerebral.
funcional. • Paralisia facial – assimetrias.
• ⅓ Medio e inferior - cuidado!! Pontos • Enxaqueca.
avançados.
• Bruxismo.
• Acalásia (esfincter esofágico).
• Tiques - síndromes neurológicas.
• Vaginismo.
• Tremores: Parkinson, tremor essencial.
• Fissuras anais.
• Neuralgia pós herpética.
• Bexiga - dissinergia esfíncter detrusor.
• Indicações oftalmológicas.
• Distonia cervical.
• Hiperidrose.
• Bolsa escrotal – M. Dartos.
IM x ID
Depende:
• Musculatura – origem x inserção.
• Risco de difusão.
• Alvo: glândula sudorípara – é ID.
Contra indicações
• Uso de antibióticos: aminolicosídeos (risco de potencializar efeito).
• Penicilamina, quinina, relaxantes musculares, ciclosporina, bloqueadores canal Ca - podem potencializar efeito.
• Gestação.
• Lactação – contra indicação relativa.
• Cautela: Mistenia Gravis, Síndrome de Eaton-Lambert, Doença do Neurônio Motor, principalmente quando
necessárias altas doses.
• Distúrbios da coagulação, uso de anticoagulantes.
• Hipersensibilidade - toxina, albumina humana.
• Indivíduo não responsivo.
• Atividade profissional - atores, políticos, advogados, instrumento sopro, movimentos finos das mãos para
lazer ou trabalho (hiperidrose).
• Pálpebra inferior - flacidez, bolsa (pseudo-herniação).
• Fronte - blefarocalase/ blefaroptose.
Imunogenicidade/ Antigenicidade
• Estudos mostram 5-10% risco de anticorpos.
• Para evitar:
– Máximo 300U por aplicação.
– Mínimo 3 meses de intervalo.
– Evitar complementações.
– Menor dose terapêutica eficaz, no maior intervalo de tempo entre as
aplicações = bons resultados, segurança e menor risco de formação de
anticorpos.

• Dose tóxica: 40U/kg peso corporal.


Efeitos colaterais – decorrentes da injeção

• Hematoma, equimose.
• Eritema e edema.
• Dor e sensibilidade nos locais.
• Infecção.
• Cefaléia leve e transitória.
Efeitos colaterais – decorrentes da toxina e técnica de aplicação
• Queda da sobrancelha ou elevação excessiva.
• Queda da glabela.
• Ptose palpebral (colírio apraclonidina e fenilefrina).
• Dificuldade oclusão pálpebras, diplopia.
• Acentuação flacidez pálpebras inferiores.
• Edema periorbital - redundância e flacidez.
• Agravamento/ persistência linhas zigomáticas.
• Ptose lábio superior - zigomático, elevador lábio
superior.
• Encurtamento sorriso – Risório (tto Masseter).
• Dificuldade movimentação lábios.
• Disfagia e dificuldade fletir pescoço.
• Reações alérgicas.
Efeitos colaterais
• Hiperiodrose.
• Palmas - dificuldade movimentos finos.
• Raro - hiperidrose compensatória.
• Resposta subótima - dose baixa, pontos incorretos.
• Curta duração.
• Desenvolvimento resistência - doses >200U, retoques frequentes e intervalos
<1 mês.
• Resistencia primária, ambas - 5%.
• Assimetrias.
• Expectativas irreais.
Cuidados pós procedimento

• Evitar deitar e baixar a cabeça dentro das primeiras 4 horas.


• Evitar muitas expressões faciais nas próximas 2 horas.
• Evitar manipular a região, evitar gelo.
• Evitar atividade física no dia.
• Evitar bebida alcoólica.
• Evitar fontes de calor.
Anatomia

• Origem e inserção dos músculos.

• Rugas que provocam.

• Pontos e quantidade de toxina por ponto.

• IM x ID.
Músculo Frontal
• Origem região órbita, inserção gálea aponeurótica.
• Rugas horizontais da fronte.
• Único músculo elevador do ⅓ superior - tendência de menores doses, ID.
• 2U abrangem um raio de ação de aproximadamente 1,5cm.
• Aplicação depende do padrão muscular, em geral em W, 3-1 U por ponto.
• Se desejar arqueamento do supercílios - evitar lateralmente a linha médio-
pupilar.
• Homens:
– Musculatura mais espessa - mais unidades por ponto, pontos mais
próximos.
– Supercílios mais retificados.
Glabela

• Procerus
– Origem dorso nasal, inserção
em leque na região frontal.
– ruga horizontal da glabela.
– 5-2 U.
• Corrugador.
• Depressor do supercílios.
Rugas periorbitárias
• Orbicular dos olhos.
• Músculo esfincteriano.
• Porção orbital e palpebral.
• Medialmente - origem periósteo rebordo orbital e inserção tendão
canto interno, lateralmente inserção pele.
• Fechamento dos olhos e depressão sobrancelhas.
• Pés de galinha.
• 3-5 pontos - 1-4U, 7-20U total, ID.
Rugas periorbitárias
• Pálpebra inferior - snap test - 1-2U linha médio pupilar, em abaixo borda
ciliar, ID - porção pré-septal orbicular.
• Evitar se blefaroplastia recente, pseudo-herniações de gordura, redundância
de pele.
• Melhora da abertura ocular e linhas finas.
• Risco - ectrópio, se aplicação medial - epífora (lacrimejamento).
• Respeitar aplicação externamente a margem óssea - musculatura extrínseca.
• Zigomático maior e menor - responsáveis pelas linhas inferiores do sorriso,
evitar aplicar pois pode levar a “encurtamento” e assimetrias do sorriso.
Nariz
• Músculo nasal - bunny lines - 2U
por lado.
• Depressor septo nasal - 2 U
intersecção lábio superior e
columela.
• Elevador asa nasal.
• Músculo dilatador nasal/ nasal
inferior - 1U por asa nasal.
Região perioral

• Músculo orbicular boca - esfincteriano, fala, alimentação, sugar,


assobiar.
• Rugas periorais - código barras - paciente reclama escorre batom.
• Lábios - juventude e sensualidade.
• Envelhecimento:
– RPO (contração, dano actínico, tabagismo),
– Diminuição de volume do vermelhão (inversão),
– Aumento da distância entre columela e vermelhão,
– Alongamento horizontal,
– Comissuras voltadas para baixo.
Região perioral
• Cuidado com dose em pacientes - ator, jornalista,
político, advogado/ juiz, instrumento sopro, explicar
bochecho.
• Associar tratamentos: fio PDO, resurfacing laser,
microagulhamento, skinbooster, dermabrasão, peeling.
• 1U por ponto, não exceder dose total de 8U total -
paralisia parcial e menor duração.
Músculos responsáveis pelo movimento dos lábios
• Para cima:
– Zigomático maior.
– Elevador lábio superior.
– Elevador canto da boca.
– Elevador lábio superior e asa nasal.
• Lado:
– Bucinador e risório.
• Baixo:
– Mentoniano.
– Depressor ângulo boca.
– Depressor lábio inferior.
– Platisma.
Mento

• Músculo mentoniano - central,


profundo, origem fossa incisivo,
inserção pele queixo.
• Elevação da pele do mento,
enrugando, celulite, expressão de
desdém, sulco mentoniano.
• 2-3U bilateralmente.
Mento
• Depressores lábio inferior -
lateralmente, profundo, origem linha
oblíqua mandíbula, deprimindo o lábio.
• Depressor ângulo boca - superficial,
mais lateral, origem linha oblíqua
mandíbula.
• Traciona ângulo para baixo e
lateralmente - tristeza, sulco lábio
mentual.
• 2-3U por lado - próximo a mandíbula ou
1cm abaixo e lateral.
• Platisma - mais lateral.
Bandas platismais
• Tratamento preventivo –
manutenção contorno facial.
• Platisma - origem fáscia superficial porção superior do tórax, clavícula e acrômio,
inserção músculos depressores angulo boca, risório e porção lateral do orbicular da
boca.
• Retrai e deprime angulo boca.
• Estigmas envelhecimento cervical - gordura submentoniana, perda definição
mandibular e ângulo pescoço, flacidez cutânea, linhas horizontais, bandas verticais -
atividade hipercinética e perda tônus.
• Paciente ideal: bandas verticais sem flacidez cutânea exagerada nem lipodistrofia
importante.
• 2-5U por ponto, ao redor de 30U total.
X
Técnica de Nefertiti
• Melhora do contorno mandibular e
bandas platismais.
• Rainha egípcia Nefertiti: conhecida há
mais de 3.000 anos por seus traços
perfeitos.
• Médico francês Phillipe Levy criou a
técnica que vem sendo aperfeiçoada
ao longo dos anos.
• Indicação: entre 30 e 50 anos,
pescoço sem excesso de pele ou
gordura.
Masseter

• Hipertrofia - estética, efeito de


afinamento ⅓ inferior.
• Bruxismo.
• 2-3 pontos, 2-5U por ponto,
injeção IM profunda, mais próxima
da borda inferior da mandíbula.
• Muito cuidado para evitar o
risório.
SORRISO GENGIVAL
Sorriso Gengival
• Exposição de mais de 2mm de gengiva ao sorrir.
• Causas - crescimento excessivo maxila, lábio
superior mais curto, erupção anormal dentes
superiores.
• Toxina 2-5U por lado, lateralmente asas nasais (0,5-
1cm) - levantador lábio superior e asa nasal, agulha
perpendicular, injeção profunda.
Paralisia Facial
• Paralisia da musculatura da mímica facial por lesão do Nervo Facial (VII Par craniano).
• Congênita ou adquirida (trauma, infecção, tumor, cirurgia, AVC, idiopática - paralisia de Bell).
• Esclarecer ao paciente que o tratamento consiste em enfraquecer o “lado normal” e não em
recuperar a movimentação do lado afetado.
• Parece óbvio para nós, mas frente a um problema que gera prejuízo emocional/ funcional/
estético, a busca pela cura e altas expectativas são comuns, muita ansiedade.
• Alinhar expectativas, pois algumas vezes não podemos tornar o “lado normal” totalmente
incompetente – perda de função.
• Dose e pontos devem ser individualizados e conhecimento anatômico é fundamental, avaliação
estática e dinâmica, fotos e vídeos pré procedimento.
• Uso de AH para miomodular.
Espasmos
• Hemiespasmo facial.
• Blefaroespasmo essencial benigno - fechamento espasmódico
involuntário bilateral das pálpebras, principalmente >50 anos.
• Isolada ou associado a outras desordens da musculatura
orofacial (Síndrome de Meige) e/ou cervicais (Síndrome de
Brueghel ou Distonia Oromandibular).
• Intermitente ou contínuo.
Espasmos
• Desencadeantes - estresse, fadiga, luz
intensa.
• Pode ser uni ou bilateral.
• Avaliação e dose individualizadas:
✓ Orbicular olhos.
✓ Glabela.
✓ Frontal.
✓ Algumas vezes zigomáticos e
risório.
MICROBOTOX
Microbotox
• Microdoses de toxina botulínica.
• Desenvolvido por Wu em 2000 para proporcionar efeitos mais naturais.
• Múltiplos pontos de TB altamente diluída a cada 0,8-1cm na derme ou na
interface entre a derme e os músculos faciais superficiais.
• ↑ Diluição ↓Dose – menor risco de difusão para músculos mais
profundos.
• Melhora a aparência de linhas finas pela ação nos músculos superficiais
que se inserem na pele.
• Platisma – efeito lifting.
Microbotox
• Evita expressão congelada.
• Diminui sudorese, oleosidade, poros e eritema (opção para
Rosácea) - melhora da aparência e qualidade da pele.
• Diluição de 1:5.
• Aspira 20U (toxina de 100U diluída em 1ml de SF) em uma
seringa de 1ml, completa com 0,8ml de SF.
• 0,4U por “traço” da seringa de 1ml da BD (equivalente a 2U da
toxina não diluída), 2U por 0,1ml.
• Aplicar a cada 0,8- 1,0cm ID ou subdérmico.
ENXAQUECA
Enxaqueca

• Glabela (Procerus e corrugador).


• Frontal.
• Temporal.
• Occipital.
• Cervical paraespinhal.
• Trapézio.
• 155U.
PRÁTICA
FEMININA
PRÁTICA
MASCULINA
Paciente masculino - particularidades

• Musculatura mais espessa.


• Mais unidades por ponto.
• Pontos mais próximos.
• Supercílios mais retificados.
TOXINA PARA
HIPERIDROSE
Anatomia e fisiologia da glândula sudorípara écrina
• Ricamente inervada por fibras simpáticas não mielinizadas pós
ganglionares, classe C.
• Acetilcolina +, atropina -.
• Acetilcolina → elevação nível de cálcio no citoplasma da célula
secretora da glândula, seguido por uma intricada série de
mecanismos de troca de íons de cloreto, sódio e potássio, que
finalmente levam a um movimento de sódio e cloreto para o lúmen
glandular.
• Secreção incolor, inodora, hipotônica, 99% água.
• Função principal: termorregulação.
• Refrigeração resultante da evaporação na
superfície da pele.
Hiperidrose Primária

• Glândulas morfologicamente e fisiologicamente normais.


• Resposta anormal a estímulos nervosos em centros hipotalâmicos de
controle da sudorese.
• Focal, simétrica, mais comum em regiões com alta concentração de
glândulas écrinas:
– 51% axilas.
– 30% plantar.
– 24% palmar.
– 10% facial.
• Mais comum em 2-3ª décadas de vida.
• 30-50% com História familiar +.
Hiperidrose Primária

• Pelo menos 2 critérios:


– Sudorese bilateral.
– Relativamente simétrica.
– Cessa durante o sono.
– Pelo menos 1 episódio por semana.
– Impedimento das atividades diárias.
– Início antes dos 25 anos.
– História familiar +
Hiperidrose Primária - Anamnese
• Investigar situações de sudorese intensa.
• Clima – temperatura.
• Estresse e tensão.
• Tipo de roupas (algodão x sintética - absorção, utiliza apenas roupas
brancas ou pretas para disfarce).
• Prova na escola com toalha nas mãos.
• Não gosta de cumprimentar as pessoas dando as mãos.
• Sapatos - descolam palmilha, escorrega.
Hiperidrose Primária
• Odor - bromidrose - bactérias, diferenciar o que incomoda o paciente.
• Opções de tratamento:
➢ Desodorantes.
➢ Iontoforese.
➢ Anticolinérgicos como a oxibutinina.
➢ Toxina Botulínica.
➢ Lipoaspiração ou curetagem das glândulas.
➢ Simpatectomia.
Hiperidrose Secundária
• Causa neurológica e sua distribuição depende da topografia do
nervo acometido.
• Herpes zoster.
• Síndrome de Ross.
• Sudorese compensatória após simpatectomia.
• Síndrome de Frey - sudorese facial secundária a parotidectomia.
– Sudorese gustatória.
– Regiao pré e infra-auricular durante refeição.
– Neuropatias e distúrbios paratireóides (secção n. Aurículo
temporal pós parotidectomia).
– Sudorese e / ou flush.
– Aplicar da região pré-auricular até borda anterior masseter.
Teste Iodo Amido: Teste de Minor
• Teste iodo-amido, descrito por Minor em 1927.
• Reação do iodo com amido que em contato com suor, provoca precipitado preto-azulado-
arroxeado no local.
• Pele limpa e seca, “pintar” com solução de iodo 1-5% em álcool, aguardar secar e
polvilhar Amido com bola de algodão, pincel barbear ou embalagem com orifícios (tipo
talco).
• Delinear áreas de maior acúmulo antes da limpeza.
• Limpar com álcool - água piora a pigmentação.
• Paciente não deve usar antitranspirante, deve estar hidratado, atenção a temperatura
ambiente.
• Atenção a assimetrias e irregularidades para melhor distribuição da toxina.
HIPERIDROSE AXILA
• Média de 50U (40-80U) por lado.
• 25 pontos - 2U, 1,5cm distância.
• Duração 4-12 meses.
HIPERIDROSE MÃOS
• 50-100U por lado, 1,5-2U por ponto, 1,5cm distância.
• 4-14 meses.
• Atenção a profundidade e enfraquecimento musculatura interóssea.
• Bloqueio dos nervos mediano, ulnar e radial.
HIPERIDROSE PÉS
• 50U por lado, melhora de 73%.
• 25 pontos por lado, aproximadamente 2cm distância, 2U por ponto.
Dicas Práticas
• O que você deseja?

• Você já fez toxina outras vezes?

• Alguma experiência negativa? O que gostou? O que não gostou?

• Alguma recomendação específica?

• Você quer um resultado mais natural ou posso “pesar” um pouco na dose? Nesse
momento explicar que a dose tem relação com a duração.

• Como você gosta do supercílios?

• A dor e experiência do paciente.

• Dose individualizada – mímica.


TOXINA BOTULÍNICA:
ALÉM DA ESTÉTICA
Toxina Botulínica em patologias
• Doença de Hailey Hailey. • Hamartoma angiomatoso écrino.
• Fenômeno de Raynaud. • Hidrocistoma múltiplo.
• Notalgia parestésica. • Hiperidrose.
• Neuralgia pós herpética. • Disidrose.
• Líquen simples crônico. • Hipertrofia do masséter.
• Psoríase invertida. • Bruxismo.
• Hidrocistoma.
• Cicatriz Hipertrófica.
• Rosácea. • Enxaqueca.
• Síndrome de Parry Romberg. • Transtorno depressivo.
• Eritromelalgia.
Referências
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desencadeada pela injeção de toxina botulínica tipo A nas distonias faciais. Rev. Bras.Oftalmol. 71(6),
Dez 2012.
CARVALHO RMLS, GOMI CF, CARVALHO ALS, MATAYOSHI S, MOURA EM. Tratamento do blefaroespasmo
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MAGALHÃES GM, BORGES MFM, DELL´HORTO AG, CARVALHO DB, MENDONÇA MMS, SOUZA JR MA.
Estudo duplocego randomizado com lidocaína creme 4% e veículo na aplicação de toxina botulínica tipo
A: análise da dor durante o procedimento e interferência na eficácia e duração do efeito. Surg Cosmet
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MENDONÇA MCC, LOPES MGA, SIQUEIRA RR, OLIVEIRA FQ, PASCOAL G, GAMONAL ACC. Correção de
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Referências
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Italian consensus report. J Cosmet Dermatol. 2022;21:550–563
Botox
• Onabotulinum Toxin A (BoNTA-ONA).
• Cepa Hall Allergan – seleção constante.
• Allergan, Inc. Irvine, CA - EUA.
• Carga proteica 4,8ng.
• Frascos 50, 100U e 200U.
Dysport

• Abobotulinum Toxin A (BoNTA-ABO).


• Cepa Ipsen strain NCTC 2916 – renovada a cada 3 anos.
• Medicis Aesthetics, Inc.
• Scottsdale, AZ – EUA.
• Carga proteica 12,5ng.
• Frascos de 300 e 500 units Speywood.
Xeomin
• Incobotulinum Toxin A (BoNTA-INCO).
• Cepa Hall (NT-201).
• Merz Aesthetics, Inc.
• San Mateo, CA – EUA.
• 3ª geração.
• Carga proteica 0,48ng.
• Frascos 100UI.
Prosigne

• Sorotipo A.
• Lanzhou (China).
• Frascos de 50 e 100UI.
Nabota

• Prabotulinum Toxin A.
Botulift

• Neu-BoNT/ A.
• Sorotipo A.
• Medytox.
• Coréia do Sul.
• Frascos de 50, 100 e 200UI.

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