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Princípios básicos
2
Generalidades
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História dos Aerogeradores
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O primeiro moinho equipado com pás, apareceu no século XII. Apesar de muito
rudimentar, trata-se da primeira pesquisa de um perfil aerodinâmico para as pás. A sua
principal utilização centra-se na bombagem de água e moagem de grãos.
Durante a Renascença, inventores célebres como Leonardo de Vinci, manifestam um
grande interesse por moinhos de vento, o que se traduz em numerosas invenções, muitas
delas sem qualquer futuro. Desde então, multiplica-se o número de moinhos de vento na
Europa.
A Revolução Industrial dá novo impulso aos moinhos de vento, através do surgimento de
novos materiais. Com efeito, a utilização de metais permite redesenhar a estrutura e
aumenta consideravelmente o rendimento destas "eólicas". (Fig.3)
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Aerogerador de Eixo Vertical
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Aerogeradores de eixo vertical(AEVs) tendem a
ser mais seguros, mais fáceis de construir,
podem ser montados mais perto do solo e
lidam muito melhor com condições de
turbulência. Possuem torres baixas, entre 0,1 e
0,5 vezes a altura do próprio rotor, o que
permite a colocação de todo o dispositivo de
conversão de energia (gerador, caixa de
velocidades, etc) na base do aproveitamento, o
que facilita as operações de manutenção. Além
disso, neste tipo de aerogerador não é
necessário o dispositivo de orientação da
turbina face ao vento, tal como acontece nos
aerogeradores de eixo horizontal. Possuem
também uma velocidade de arranque mais
baixa do que a dos aerogeradores de eixo
horizontal, o que lhes dá vantagem em
condições de vento reduzido.
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Por outro lado, eles não são tão eficientes
como os aerogeradores de eixo horizontal. Isso
acontece porque o vento junto ao solo é de
mais fraca intensidade, o que implica um
menor rendimento deste tipo de
aerogeradores e a torre fica sujeita a elevados
esforços mecânicos. Devido a essas razões, os
construtores atualmente privilegiam os
aerogeradores de eixo horizontal.
Este tipo de aerogeradores é especialmente
indicado para meios urbanos porque além de
ser silencioso, aproveita o vento mesmo que a
direção deste não seja constante e haja a
formação de turbilhões, o que acontece
frequentemente em áreas com edifícios,
árvores e outros obstáculos.
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Aerogeradores de eixo vertical são difíceis de
se encontrar à venda. Isso acontece porque
apesar de terem vantagens em algumas
circunstâncias, perdem claramente em
rentabilidade quando as condições de vento
são boas. Por isso nunca veremos um parque
eólico com AEVs, resumindo-se o seu uso a
pequenos projetos e a algumas instalações em
ambiente urbano.
Os rotores de eixo vertical são geralmente
mais baratos que os de eixo horizontal, pois o
gerador não gira seguindo a direção do vento,
apenas o rotor gira enquanto o gerador fica
fixo. Porém, como já foi dito, seu desempenho
é inferior.
Os dois tipos de estruturas de aerogeradores
de eixo vertical mais utilizados baseiam-se no
princípio do accionamento diferencial ou da
variação cíclica de incidência da força.
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Rotor de Savonius:
• O Rotor de Savonius baseia-se no princípio do accionamento diferencial. Os esforços
exercidos pelo vento em cada uma das faces do corpo oco são de intensidades
diferentes, resultando um binário responsável pelo movimento rotativo do conjunto.
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Rotor de Darrieus:
O Rotor de Darrieus baseia-se no princípio da variação cíclica de incidência. Um perfil
colocado ao vento segundo diferentes ângulos fica submetido a forças de intensidade e
direção variáveis; a resultante destas forças gera um binário motor responsável pela
rotação do dispositivo
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Actualmente, as eólicas são quase na sua
totalidade de eixo horizontal, exceptuando os
modelos de eixo vertical como o de rotor de
Savonius e de Darrieus que ainda estão em
uso, mas que tendem a desaparecer.
As últimas inovações tecnológicas, permitem
que as eólicas funcionem a velocidade variável,
isto é, que a velocidade da turbina possa ser
regulada em função da velocidade do vento.
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1. Princípio de funcionamento
Armazenament
o
acumuladores
Cargas
isoladas
(ex : vila
remota)
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A energia de origem eólica é um dos tipos de energia renovável. O aerogerador utiliza
a energia cinética do vento para movimentar o veio do rotor , convertendo-a, assim,
em energia mecânica que, posteriormente, é convertida em energia eléctrica por um
gerador electromagnético acoplado à turbina eólica. Este acoplamento mecânico
pode ser feito directamente se a turbina e o gerador tiverem velocidades
semelhantes, ou por intermédio de uma caixa de velocidades (multiplicador), caso
contrário. A energia eléctrica assim produzida pode ter diversas aplicações: pode ser
armazenada em acumuladores, pode ser distribuída aos consumidores atravé da rede
eléctrica ou pode, ainda, ir alimentar cargas isoladas. Este sistema de conversão de
energia também produz perdas. A título informativo, pode indicar-se um rendimento
de 59 % para o rotor da turbina e 96% para a caixa de velocidades. Há ainda que
contabilizar as perdas do gerador e de outros eventuais sistemas de conversão
existentes (conversores electrónicos de potência).
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2. Particularidades
Nesta secção, propomos a descoberta dos diversos tipos de instalações eólica e das
diferentesorientações axiais dos aerogeradores.
Tipo de instalação
Um aerogerador ocupa uma reduzida superfície de solo, o que constitui uma vantagem
para a sua instalação uma vez que pouco perturba as actividades industriais e agrícolas das
proximidades.
Pode encontrar-se um aerogerador individual instalado num local isolado. O aerogerador
não se encontra ligado à rede de energia eléctrica nem ligado a outros aerogeradores.
Podem também encontrar-se conjuntos de aerogeradores constituindo um parque eólico.
Normalmente estas instalações encontram-se em terra mas, é cada vez mais frequente
instalá-las no mar (offshores) onde a presença do vento é mais regular. Este parques
eólicos "offshore" permitem a redução dos inconvenientes provocados pelo ruído e pela
poluição da paisagem.
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Fotografia de um parque eólico
(Fonte : http://valromeysolidaire.free.fr/index/main.php3 )
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• O rotor de Savonius baseia-se no princípio do accionamento diferencial. Os esforços
exercidos pelo vento em cada uma das faces do corpo oco, são de intensidades
diferentes, resultando um binário responsável pelo movimento rotativo do conjunto.
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Esquema do rotor de Savonius
(Fonte :http://muextension.missouri.edu/explore/agguides/agengin/g01981.htm)
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Existem duas categorias de eólicas de eixo
horizontal:
• Frontais ("upwind") : o vento sopra pela
parte frontal. As pás são rígidas e o rotor é
orientado segundo a direcção do vento através
de um dispositivo motor.
Esquema de uma eólica de eixo horizontal
"upwind"
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• Retaguarda ("downwind") : o vento sopra
pela retaguarda das pás. O rotor é flexível e
auto-orientável.
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A colocação da turbina no topo é a forma mais
utilizada por ser a mais simples e a que conduz
a melhores resultados para grandes potências;
são menores os esforços de manobra e melhor
a estabilidade.
As pás da turbina devem sempre ser
orientadas segundo a direcção do vento, para
o que existem dispositivos mecânicos de
orientação.
Actualmente, as eólicas de eixo horizontal com
um rotor do tipo hélice, representam um
interesse importante para a produção de
electricidade em grande escala.
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3. Componentes clássicos de uma eólica
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4. Enquadramento da energia eólica
Situação actual
As novas exigências relativamente a um desenvolvimento sustentável conduzem a que cada
Estado repense os seus métodos de produção de energia e aumentem a partição da
produção relativa às energias renováveis. Ao assinarem o protocolo de Quioto os países
comprometeram-se a reduzir as suas emissões causadoras do efeito de estufa. Este acordo
contribuiu para o desenvolvimento de políticas nacionais de implementação de
aproveitamentos eólicos e de outras energias renováveis, uma vez que as eólicas não
emitem dióxido de carbono.
São 3 os principais factores que fazem com que as eólicas sejam competitivas :
• os novos conhecimentos e desenvolvimentos da electrónica de potência,
• os melhores desempenhos aerodinâmicos na concepção de turbinas eólicas,
• os financiamentos estatais para a implementação de novos aproveitamentos eólicos.
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Actualmente, é ainda pequena a partição relativa às energias renováveis, na produção
mundial de electricidade. Pode concluir-se que o potencial das energias renováveis está
sub-explorado. Contudo, os progressos tecnológicos favoreceram a instalação de
aproveitamentos eólicos cujo crescimento exponencial nos últimos anos atingiu a taxa
anual de 25% em 2003.
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Os aproveitamentos eólicos tiveram um grande desenvolvimento na Europa que lidera a
partição a nível mundial. A correspondente produção, corresponde ao consumo de
energia eléctrica de 10 milhões de pessoas. Além disso, 90% dos fabricantes de
equipamento eólico para unidades de média e grande potência, são europeus.
29
(Fonte:Wind energy barometer-EuroObserv'ER
2004.)
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A repartição da energia eólica no seio da Europa revela alguma disparidade entre países. A
Alemanha é a líder europeia, apesar de um abrandamento do número de instalações em
2003. A Espanha, que ocupa o segundo lugar, continua a instalação intensiva de parques
eólicos. Em terceiro lugar aparece a Dinamarca, com um forte desenvolvimento de parques
"offshore" e renovação de todas as eólicas com idade superior a 10 anos.
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O custo e a rentabilidade de um projecto eólico toma em consideração o custo de aquisição
dos equipamentos, a respectiva instalação e manutenção bem como o preço de venda do
kWh. Um aproveitamento eólico é um projecto caro; estima-se que o custo de instalação
seja de cerca de 1000 Euros por cada kW. O progresso tecnológico e a crescente produção
destes equipamentos, faz com que este valor diminua regularmente. O período de
amortização do capital investido depende do custo da instalação, da quantidade de energia
produzida e varia de local para local.
Na Alemanha e Dinamarca os investidores são tanto os grandes grupos industriais, como os
particulares e agricultores. A energia eólica revela-se uma alternativa à actividade agrícola.
Na Dinamarca, 100 000 famílias possuem comparticipações nos aproveitamentos eólicos.
Esta indústria permitiu, igualmente, a criação de empregos em sectores como o do fabrico
de componentes para as eólicas, instalação, exploração e manutenção de aproveitamentos
e ainda nos sectores da investigação e desenvolvimento. Podem estimar-se mais de 15 000
empregos na Dinamarca e 30 000 na Alemanha, directa ou indirectamente relacionados
com os aproveitamentos eólicos.
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Perspectivas
A energia eólica é considerada como uma das
opções mais credíveis para o futuro, sendo
imensos os recursos do vento. Estima-se que a
energia eólica actualmente recuperável a nível
mundial, seja de cerca de 53 000 TWh, ou seja,
4 vezes o consumo mundial actual de
electricidade. Na Europa, o potencial existente
é suficiente para satisfazer 20% do consumo de
electricidade até 2020, em particular, tomando
em consideração o novo mercado "offshore".
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5. E o barulho? ?
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Apesar de as eólicas da primeira geração terem provocado alguns
incómodos do ponto de vista sonoro, actualmente, os avanços tecnológicos
permitiram uma considerável redução do ruído provocado por estes
aproveitamentos energéticos. Com efeito, numa escala de ruído, a eólica
situa-se entre o barulho provocado por um vento ligeiro e o do interior de
uma habitação, ou seja, cerca de 45 dB. A evolução do nível sonoro em
função do número de eólicas apresenta um crescimento logarítmico isto é, a
instalação de uma segunda eólica aumenta o nível sonoro de apenas 3 dB,
em vez de o duplicar.
Para diminuir os incómodos sonoros:
- as caixas de velocidade são especificamente concebidas para as eólicas.
Actualmente, privilegiam-se os acoplamentos directos isto é, acoplamentos
sem caixa de velocidades.
- os perfis das pás são objecto de estudos aerodinâmicos, afim de reduzir o
ruído provocado pelo trajecto do vento nas pás ou à emissão de ruído
proveniente do núcleo ou da torre. Os eixos de transmissão são equipados
de amortizadores para limitar as vibrações.
- o isolamento sonoro (acolchoado) do núcleo contribui, igualmente, para a
redução do ruído.
35
As diferentes tecnologias
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Pré-requisitos
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A título indicativo, as máquinas mais utilizadas
nas eólicas são do tipo assíncrono com rotor
em gaiola (cerca de 90% em 1997 e 60% em
2001). No entanto, a sua proporção tende a
diminuir.
Os geradores assíncronos de rotor bobinado
tiveram um considerável desenvolvimento nos
últimos anos ( de 3% das máquinas usadas em
1997, passa-se a cerca de 30% em 2001).
As máquinas síncronas de rotor bobinado
também viram a sua proporção a aumentar;
representam um pouco mais de 5% em 2001.
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1. Aerogeradores de velocidade constante
Funcionamento autónomo
As eólicas que não estão ligadas à rede de energia eléctrica, funcionam em modo autónomo,
alimentado cargas isoladas e tendo, eventualmente, um ou mais grupos geradores de apoio.
Para este tipo de funcionamento, o recurso a um sistema de armazenamento de energia
eléctrica, apresenta um interesse acrescido quando e vento é fraco e no caso de não
existirem grupos geradores de apoio.
As baterias são uma boa solução para o armazenamento de energia eléctrica a médio prazo
desde que seja garantida a sua reciclagem. Uma outra solução é o armazenamento de
energia cinética em volantes de inércia.
O gerador pode ser tanto uma máquina síncrona de ímanes permanentes, quanto uma
máquina assíncrona de rotor em gaiola, munida dos condensadores indispensáveis à sua
excitação.
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Representação esquemática de uma eólica de
velocidade constante em funcionamento
autónomo
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Funcionamento ligado à rede
Estando a eólica ligada à rede de energia
eléctrica, a velocidade de rotação da máquina
permanece praticamente constante e próxima
da velocidade de sincronismo de forma a
funcionar dentro da zona de estabilidade
(escorregamento reduzido). É a frequência da
rede que impõe a velocidade da máquina. Uma
eólica a velocidade constante, directamente
ligada à rede tem, forçosamente, de estar
equipada de uma caixa de velocidades
(multiplicador de velocidade). A turbina roda a
uma dada velocidade, para uma gama restrita
de velocidades do vento; a sua utilização é
limitada.
• Exemplo de uma montagem com caixa de
velocidades e uma MAS de rotor em gaiola
directamente ligada à rede.
• Exemplo de uma montagem com uma MAS
de rotor bobinado.
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1. Aerogeradores de velocidade constante
42
Esquema da ligação directa à rede de uma
eólica com um gerador assíncrono de rotor em
gaiola
43
1. Aerogeradores de velocidade constante
• máquina assíncrona de duplo estator (MADS)
Esta configuração de eólica de velocidade constante permite dois pontos de funcionamento
com duas velocidades diferentes.
O enrolamento do estator é realizado de forma a criar um número de pares de pólos
variável (2 valores) e, portanto, permite duas velocidades de sincronismo.
Por um lado, obtém-se um estator de baixa potência (reduzida velocidade) e elevado
número de pólos, para baixas velocidades de vento, uma vez que a potência mecânica é:
binário electromagnético,
velocidade de sincronismo,
s escorregamento,
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frequência angular da rede e p o número de pares de pólos.
45
Esquema de ligação à rede de uma eólica com
uma máquina de duplo estator
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2.Aerogeradores de velocidade variável
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Os sistemas a velocidade variável funcionam
com o aerogerador ligado à rede e requerem o
uso de conversores de frequência.
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Os conversores de frequência
Em funcionamento a velocidade variável, a
frequência e a amplitude da tensão de saída do
gerador, são variáveis com a velocidade de
rotação. Por forma a poder fazer a ligação à
rede de distribuição eléctrica esta tensão é
convertida através de conversores e filtros de
potência intercalados entre a máquina
(síncrona ou assíncrona) e a rede.
Normalmente, este conjunto de electrónica de
potência é constituído por um rectificador da
tensão de saída do gerador e por um
ondulador cuja tensão de saída apresenta a
amplitude e a frequência da rede. Um
aerogerador assim equipado pode suportar
rajadas de vento e reduzir as solicitações
mecânicas.
A cadeira de conversão de energia é composta
por:
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gerador
conversores de potência:
• Conversor alternado/contínuo ou
rectificador comandado (1)
Utiliza-se um rectificador a díodos para as
máquinas síncronas; o seu funcionamento é
unidireccional.
O rectificador com MLI é utilizado com as
máquinas assíncronas, pois permite o
fornecimento da potência reactiva de
magnetização.
• Conversor contínuo / alternado ou
ondulador (2)
Este conversor estático permite regular a
tensão ou a corrente eficazes e a frequência da
corrente ou da tensão, para se poder fazer o
paralelo à rede (ligação à rede de energia
eléctrica); um ondulador com comando por
MLI permite minimizar a geração de correntes
harmónicas.
50
Normalmente, estes conversores são comandados em tempo real através
de cartas electrónicas de controlo implantadas em computadores. A
gestão da transferência de potência entre o rectificador e o ondulador, é
efectuada através do andar contínuo, constituído por um condensador.
Os sistemas de velocidade variável
Apresentar-se-á, sucessivamente :
•montagem com dois geradores
•gerador com um número de pólos variável
•nos geradores assíncronos, é possível existir uma ligeira variação
da velocidade. São possíveis diversas configurações:
MAS de rotor bobinado com resistências rotóricas
MADA associada a dois conversores MLI MAS de rotor em gaiola
51
• Configuração com dois geradores
Para baixas velocidades de vento, utiliza-se um
gerador de reduzida potência nominal e, para
vento forte, utiliza-se um gerador de elevada
potência nominal.
Esta montagem pode ser efectuada tanto com
máquinas síncronas como assíncronas.
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onde representa a frequência angular da rede (fixa) e p o número de
pares de pólos (que se vai fazer variar).
nos geradores assíncronos, é possível existir uma ligeira variação da velocidade. São
possíveis diversas configurações:
Esta solução explora o facto de o escorregamento g ser uma função d a resistência do rotor,
que se exprime por Rr /g no esquema equivalente de uma máquina assíncrona. A junção de
resistências eléctricas ao circuito do rotor, permite ajustar as condições do escorregamento
às condições do vento. Ao fazer variar a resistência interna do rotor, faz-se variar o
escorregamento g. Com efeito, a velocidade de rotação do rotor, , é dada por:
53
onde representa a velocidade de sincronismo, pelo que:
se g < 0
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• máquina assíncrona com dupla alimentação: máquina assíncrona de rotor bobinado
associada a um duplo conversor de modulação de largura de impulso (MLI) (estrutura de
Scherbius ) com interruptores realizados através de IGBT .
55
O princípio de funcionamento baseia-se na variação da velocidade através da variação
da frequência de alimentação dos enrolamentos do rotor.
A bidireccionalidade do duplo conversor permite modos de funcionamento hipo e hiper
síncronos (abaixo e acima da velocidade de sincronismo), bem como a regulação do
factor de potência visto pela rede.
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Para os geradores síncronos :
• Máquina síncrona + caixa de velocidades + conversor no estator.
Para o caso de uma máquina síncrona, a amplitude a frequência são função da velocidade
de rotação; a ligação à rede necessita de ser feita através de um conversor estático de
frequência, composto por um rectificador e um ondulador.
57
Pode evitar-se o uso da caixa de velocidades, usando um gerador com um elevado
número de pares de pólos. Recorde-se que, para a máquina síncrona:
58
Estudo aplicado de uma eólica
59
1. Potência de um aerogerador
Os aerogeradores são classificados de acordo com a sua potência; com 1 MW, podem
alimentar-se 900 habitações de 3 pessoas, exceptuando o aquecimento eléctrico.
60
directa, ou indirectamente, ligado à rede. O rotor do gerador
roda à velocidade , e fornece o binário electromagnético
, ,g, , , ,
,
factor de potência
Para optimizar a potência eléctrica activa P que é produzida em função da velocidade do
vento, regula-se a velocidade de rotação do aerogerador.
Para um determinado valor de velocidade de vento, o ponto de funcionamento do
aerogerador pode ser determinado a partir da característica da potência P fornecida pelo
aerogerador, em função da velocidade da turbina.
Coeficiente de potência Cp
Contudo, esta energia não pode ser inteiramente recuperada pelo aerogerador, pois há
que evacuar o ar turbinado; introduz-se, assim , o coeficiente Cp no cálculo da potência:
62
S : superfície do círculo correspondente ao ar turbinado pelas pás, em m2
O coeficiente Cp caracteriza o nível de rendimento de uma turbina eólica; pode ser definido
pela razão:
63
Limite de Betz
O coeficiente de potência foi introduzido pela teoria de Betz. O limite de Betz indica que,
mesmo para os melhores aproveitamentos eólicos (turbinas de 2 ou 3 pás de eixo
horizontal), recupera-se apenas um máximo de 59% da energia do vento, o que significa
que Cp máximo (teórico) é, aproximadamente, 0,59. Para uma aplicação real, este
coeficiente é da ordem de 0,3 a 0,4 no máximo.
A teoria de Betz modeliza a passagem do ar antes e após a turbina, por um tubo de
corrente onde:
64
é a velocidade do vento antes das pás da turbina
é a velocidade do vento nas pás da turbina, da ordem de 10 m/s
é a velocidade do vento após ter transferido energia às pás da turbina
Donde:
corresponde à potência absorvida pelo rotor, isto é, à
potência transmitida ao gerador.
65
Relação de velocidade
66
Os parâmetros de uma turbina eólica são:
¨ o rendimento da máquina ¨ a massa volúmica do ar, em
¨ o número de pás ¨ o comprimento daspás,em m ¨ o passo da hélice
¨ a superfície varrida pelas pás, em ¨ o ângulo de inclinação das pás
¨ a altura da torre, em m ¨ a velocidade nominal do vento, em m/s ¨ o rendimento
Ver:
Exercício 1 : Comprimento de uma pá
Exercício 5 : Parâmetros de um aerogerador de 300 kW de velocidade constante
67
4. O multiplicador
O multiplicador de velocidade caracteriza-se pela sua relação de transformação de
velocidades e pelo seu rendimento.
Cálculo da relação de multiplicação
68
5. Especificações da MAS
Balanço de Potências :
MA
S
Pmeca Peléc (Ps)
A potência mecânica Pmeca é fornecida pela turbina eólica. O trânsito de potência faz-se do
rotor para o estator. A máquina roda a uma velocidade superior à de sincronismo, o que
quer dizer que o escorregamento é negativo.
As características do gerador (MAS) são :
¨ o número de pólos ¨ a potência nominal, em kW ¨ a velocidade nominal, em rpm
69
Conhecimentos sobre a MAS
70
Esquema equivalente por fase, da máquina assíncrona
71
6. Especificações da MS
O número de pares de pólos da máquina síncrona, p, relaciona-se com a velocidade de
rotação, V, através de:
Por exemplo :
- Para f=50 Hz, 2 pares de pólos : 1500 rpm
- Para f=60 Hz, 1 par de pólos: 3600 rpm
72
Relativamente à máquina síncrona em funcionamento de gerador:
¨ conhecimento da noção de binário
¨ conhecimento da relação entre velocidade e número de pólos
¨ conhecimento dos ensaios em vazio e com o rotor bloqueado
¨ determinação dos elementos do esquema equivalente
73
7. Especificações do ondulador
Conhecimentos necessários:
75
10. Os filtros
11. Os transformadores
A ligação do aerogerador à rede faz-se através de um transformador.
Conhecimentos necessários :
76
Esquema equivalente monofásico do transformador
com :
77
Exercícios corrigidos
78
Exercício 1: Comprimento de uma pá
Questão 1.1
79
Exercício 2: Velocidade de rotação e potência eléctrica de um aerogerador
Considere-se a seguinte instalação :
A turbina do aerogerador está
acoplada a um gerador assíncrono
(MAS) de rotor em gaiola que, por
sua vez, está ligado à rede de
distribuição.
Os dados do problema são: Densidade do ar:
80
Questão 2.2
Admite-se que a velocidade do vento é constante e igual a 10 m/s. O valor máximo do
coeficiente de potência Cp real é de 0,4. Calcular, para o mesmo escorregamento da
Questão 1, a velocidade específica e a potência eléctrica máxima, Pe, fornecida à rede pelo
aerogerador. Considere que o multiplicador tem um rendimento de 97% e o gerador de
96%.
81
Exercício 3: Estudo do gerador assíncrono de um aerogerador
O objectivo do aerogerador é converter a energia mecânica do vento em energia eléctrica.
Neste exercício, vai estudar-se o gerador assíncrono de um aerogerador instalado no seio de
um parque eólico de 7,5 MW de potência total. Os aerogeradores funcionam a velocidade
constante, o gerador está lidado à rede. Vai determinar-se a potência, a velocidade de
rotação do gerador e o seu esquema equivalente. Os aerogeradores estão equipados com
multiplicadores.
Esquematicamente tem-se:
82
Questão 3.1
Calcular a potência eléctrica à saída do gerador e a velocidade de rotação do
gerador, sabendo que o multiplicador utilizado tem uma relação de 46,48 e um
rendimento de 96% e que as pás da turbina rodam a 32,5 rpm. As perdas associadas
ao gerador sãodesprezáveis.
83
Questão 3.2
Numa segunda fase, pretende determinar-se o esquema equivalente do gerador
assíncrono. Admite-se que a hipótese de Kapp se verifica.
Esquema equivalente por fase da máquina assíncrona
A placa sinalética indica (em
funcionamento motor) : 4 pólos, tensão
nominal entre fases: 660 V, corrente
nominal: 760 A, ligação: estrela, frequência
nominal: 50 Hz, potência : 790 kW (já
tendo em conta as perdas eléctricas),
: 0,91,
velocidade : 1509 rpm.
-Ensaio em vazio como motor:
Tensão 660,3 V
Corrente 209,4 A
Potência absorvida 11,17 kW
84
-Ensaio com o rotor bloqueado
Tensão 120,1 V
Corrente 980 A
Potência absorvida 25,6 kW
-Ensaio em corrente contínua
A resistência dos enrolamentos do estator entre dois terminais é de 5,63 m Ω.
Admite-se:
Perdas mecânicas :
- Através do ensaio em vazio: Determinar as perdas de Joule do estator e do rotor
bem como as perdas no ferro . Deduzir o valor da resistência e da reactância
do esquema equivalente.
85
Questão 3.3
Determinar o binário electromagnético no eixo da máquina assíncrona.
Questão 3.4
A máquina assíncrona consome potência reactiva. Para compensar este consumo de
potência reactiva, a solução é instalar uma bateria de condensadores que forneçam: 125
kVAR a uma tensão nominal de 660 V. Calcular a capacidade do condensador equivalente
86
Resolucao Exercício 1: Comprimento de uma pá
Ajuda 1.1
Utiliza-se a fórmula
Com: P = 750.10 3 W
V =13,8 m/s
Cp = 0,2
87
Solucao Exercício 2: Velocidade de rotação e potência eléctrica de um aerogerador
Solucao Questão 2.1
Ajuda
88
Solucao Questão 2.2
Ajuda 2.2
Procurar na exposição teórica a fórmula da velocidade específica e da potência fornecida à
rede.
Resposta 2.2
Cp max = 0,4 atendendo ao limite de Betz, para um aerogerador de potência real.
89
Solucao Exercício 3: Estudo do gerador assíncrono de um aerogerador
O vento passa através das pás da turbina e a potência que pode ser recuperada é:
Esta potência é negativa, uma vez que a máquina assíncrona está a funcionar como
gerador. O que nos interessa é calcular a potência eléctrica obtida à saída do gerador.
Como se admite que as perdas associadas ao gerador são desprezáveis:
90
Deduz-se que:
Ajuda 3.2
Ver a exposição teórica sobre máquinas assíncronas, nomeadamente a que se refere ao ensaio
em vazio no funcionamento como motor.
91
Pelo que se obtém:
Ajuda 3.2.1
Ver a exposição teórica sobre máquinas assíncronas, nomeadamente a do ensaio com o
rotor bloqueado.
A hipótese de Kapp permite admitir que, no caso do ensaio com o rotor bloqueado, a
corrente de magnetização é desprezável.
Resposta 3.2.1: Num ensaio com o rotor bloqueado, tem-se:
pelo que
92
pelo que A potência reactiva
Obtém-se, então:
Ajuda 3.3
Há que utilizar o resultado da Questão 1, relativamente à potência fornecida pelo
aerogerador. A expressão do binário é:
com
em valores absolutos
93
Em funcionamento gerador, a potência eléctrica fornecida, é igual à
, pelo que:
94
Ajuda 3.4 Há que saber a fórmula da potência fornecida por um condensador.
Resposta 3.4 A potência reactiva fornecida por um condensador é:
Pelo que:
95
Exercício 4 : Determinação do limite de Betz
Introdução
A energia eléctrica que o aerogerador vai produzir, depende da potência do vento que se
consegue recuperar. Este exercício, vai permitir compreender que quantidade de
potência a turbina vai poder recuperar.
Questão 4.1
Qual a potência P absorvida pelo rotor?
96
Questão 4.2
Questão 4.3
Que pode deduzir-se sobre a relação entre as velocidades e ?
Questão 4.4
Determinar a velocidade para a qual a potência é máxima.
Questão 4.5
Calcular então, a potência máxima
Questão 4.6
Deduzir o coeficiente de potência máximo para um aerogerador.
97
Exercício 5: Parâmetros de um aerogerador de 300 kW de velocidade constante
Enunciado
Os dados do aerogerador de 300 kW são:
Diâmetro da área varrida pelas pás : 28 m
Área varrida pelas pás : 615 m²
Velocidade nominal do vento : 14 m/s
Velocidade nominal de rotação do rotor : 43 rpm
Relação do multiplicador: 35
Velocidade nominal da MAS : 1515 rpm
A densidade do ar é de 1,225
Questão 5.1
Que percentagem da energia do vento é que se recupera no ponto de funcionamento
nominal do sistema?
Questão 5.2
Trata-se de um aerogerador rápido ou lento?
Questão 5.3
Qual é a velocidade nominal N do rotor do gerador?
98
Exercício 6 : Binário Mecânico
Mostrar que o binário mecânico produzido pela turbina pode exprimir-se por:
99
Solucao Exercício 4 : Determinação do limite de Betz
Resposta 4.1
Resposta 4.2
Resposta 4.3
De : P = obtém-se:
Por simplificação:
E, portanto:
100
Resposta 4.4
Na expressão substitui-se o que conduz a:
o que equivale a …
101
Resposta 4.5
Dos resultados obtidos nas Questões 3 e 4:
Então:
Resposta 4.6
De acordo com o exposto na teoria, a potência recuperável do vento é:
Obtém-se
102
Ajuda 4: Geral
- Para as questões 1 e 2, procurar ajuda na exposição teórica.
103
Solucao Exercício 5: Parâmetros de um aerogerador de 300 kW de velocidade constante
Ajuda 5.1
Ver na exposição teórica a noção de energia recuperável do vento, nomeadamente a
noção de Cp.
Resposta 5.1
Calcula-se o coeficiente de potência de um aerogerador através de:
Ajuda 5.2
Ver na exposição teórica a definição do parâmetro .
Resposta 5.2
Calcula-se a velocidade específica do aerogerador: Com
104
Ajuda 5.3
Utilizar a razão de transformação do multiplicador
Resposta 5.3
Utiliza-se a razão de transformação do multiplicador: 35 e a velocidade nominal de
rotação do rotor: 43 rpm. A velocidade nominal do gerador será então dada por:
N = 35. 43 = 1505 rt/min
105
Simplificando:
A expressão do binário mecânico é Pelo que
com Obtém-se:
106
A Máquina Assíncrona com Dupla Alimentação (MADA)
Esta secção é dedicada ao estudo das eólicas equipadas com uma Máquina Assíncrona
de Dupla Alimentação (MADA).
Este tipo de gerador permite o funcionamento a velocidade variável, ajustando a
velocidade do rotor do gerador em função da velocidade do vento.
O estudo divide-se nas seguintes partes:
Para iniciar, uma exposição teórica sobre o estudo da MADA para compreender o
funcionamento desta máquina.
Propõe-se de seguida, alguns exercícios de forma a melhor concretizar e compreender
o funcionamento. Existem experiências virtuais, mas realizadas a partir de dados reais.
No TP 1, observa-se a evolução do valor do coeficiente de desempenho em função do
ângulo de passo das pás, β.
O TP 2 centra-se nas transferências de energia na MADA. Procura-se compreender
como, para velocidades de vento variáveis, é possível comandar a velocidade
mecânica da MADA, de forma a obter a potência máxima a fornecer à rede.
No TP 3, estudam-se as zonas de funcionamento duma eólica real de 1,5 MW de
potência nominal.
107
Estudo da MADA
Nesta secção, iremos estudar a máquina assíncrona de rotor bobinado (referida neste
documento como Máquina Assíncrona com Dupla Alimentação – MADA).
Convenção escolhida :
Funcionamento como
motor hiposíncrono
108
A apresentação é constituída por:
Constituição da Máquina Assíncrona com Dupla Alimentação (MADA)
Interesse da MADA
Principio de funcionamento
Ligação à rede
pré-requisito: máquina assíncrona
nível : #
duração estimada : 40 minutos
autores : Nicolas Dujardin, Christian Iweins, Benoît Robyns
realização : Fabien Poje
versão portuguesa : Maria José Resende, Jorge Esteves
109
Constituição da MADA
Componentes:
110
Interesse da MADA
111
Princípio de funcionamento
112
Sendo :
ρ = 1.225 kg/m³ a densidade do ar.
R = comprimento das pás ou raio da turbina em m
v = velocidade do vento em m/s
Cp ( λ,β ) = coeficiente de desempenho e
λ = velocidade específica = Ωm.R/v
Ωm = velocidade de rotação mecânica em rad/s
β = ângulo de passo das pás em graus
O coeficiente Cp é adimensional e o seu valor é diferente em função do tipo de eólica a
que se refere. Para uma eólica integrando uma MADA, a sua expressão, obtida de um
modo empírico, corresponde a:
113
Diferentes fases de funcionamento de uma eólica de
velocidade variável:
Uma eólica integrando uma MADA tem quatro fases de
funcionamento:
- Fase de arranque da máquina . A produção eléctrica inicia-se
logo que velocidade de rotação atinge 70% da velocidade de
sincronismo do gerador. A potência eléctrica tem um valor
reduzido.
- Fase de extracção da potência máxima ou fase MPPT
(Maximum Power Point Tracking). Nesta zona, a velocidade
mecânica varia e poderá atingir um valor próximo da potência
nominal. A potência eléctrica aumenta rapidamente.
Nesta fase, o ângulo de passo das pás, b , mantém-se constante
no seu valor mínimo de modo a obter um Cp máximo. A
potência máxima é, assim, obtida para cada valor de velocidade
mecânica e para velocidades médias do vento
(aproximadamente, 7-13 m/s).
- Fase de velocidade mecânica quase-constante . O ângulo de
passo das pás varia de modo a obter a potência máxima para
diferentes valores de vento. É o controlo “pitch”. A potência
eléctrica aumenta muito rapidamente até ao seu valor nominal.
114
- Fase de potência constante. Se a velocidade do vento
aumenta, a variação do ângulo de passo das pás
assegura uma potência constante, no seu valor nominal .
Por razões de segurança, se a velocidade do vento é
excessiva e toma valores que possam pôr em causa a
estrutura da eólica, o ângulo de passo das pás é fixado
em 90º. É a colocação em bandeira que assegura a
paragem da eólica até que a velocidade do vento seja
menor.
Transferts de puissance dans la MADA
Transferencia de potencia de MADA
Através dos conversores estáticos de potência
bi-direccionais no circuito do rotor, a MADA é capaz de
funcionar tanto como gerador como motor, nos modos
hipersíncrono ou hipossíncrono.
Sendo o habitual, utiliza-se o esquema da MADA em
convenção motor hiposíncrono.
115
Esquema da MADA em convenção motor hiposíncrono
116
Pm : Potência mecânica (Pm < 0 se a máquina está a ser accionada)
Ps : Potência activa absorvida pelo estator (Ps < 0 se a MADA está a
funcionar como gerador)
Pr : Potência activa debitada pelo rotor (o seu sinal depende do sinal do
escorregamento)
Prede : Potência activa fornecida pela rede à máquina
(Prede < 0 se a MADA está a funcionar como gerador)
Om : Velocidade de rotação da MADA
Admitindo desprezáveis as perdas nos circuitos do estator e do rotor, as
potências poderão ser relacionadas da seguinte forma:
Pm = Prede
Prede = Ps - Pr
Pr = g Ps
Ps = Prede / (1-g)
Em modo gerador hipersíncrono, Pr é positivo, a potência é transmitida do
rotor para a rede.
Em modo gerador hiposíncrono, Pr é negativo, a potência é transmitida da
rede para o rotor.
Nos dois casos, a potência estatórica, Ps alimenta a rede.
117
Ligação à rede
No parágrafo seguinte irão ser estudados os conversores estáticos de potência que ligam o
rotor da MADA à rede. Os enrolamentos trifásicos do estator são ligados directamente à
rede.
O conversor estático é composto por um rectificador, um andar intermédio de contínua e
um ondulador de tensão. É reversível em corrente já que a potência rotórica, Pr, transita
num sentido, quando em funcionamento hipersíncrono, e no sentido contrário em
funcionamento hiposíncrono. Nessa situação, o ondulador torna-se num rectificador e o
rectificador em ondulador.
Sabendo que Pr = g Ps e que, geralmente, o valor absoluto do escorregamento é muito
inferior à unidade, Pr é somente uma fracção da potência estatórica, Ps. O sinal de Pr muda
com o escorregamento g. Assim, em função do sinal do escorregamento, há dois tipos
possíveis de funcionamento.
118
Sentido 1: Funcionamento em modo hipersíncrono: A máquina assíncrona funciona como
gerador com um valor de velocidade de rotação mecânica superior à velocidade de
sincronismo. Têm-se um escorregamento g < 0 e diz-se que o modo de funcionamento é
hipersíncrono. A potência no rotor da MADA é gerada e enviada para a rede através do
conversor.
119
A passagem pelo andar intermédio em contínua é indispensável para permitir ao ondulador
regular a amplitude e a frequência. A rede é considerada como uma fonte de corrente,
tendo em conta as indutâncias da rede. Do mesmo modo, os enrolamentos do rotor são
vistos como uma fonte de corrente já que correspondem a bobinas. Uma bobina é
considerada como uma fonte de corrente porque a corrente que nela circula nunca pode
sofrer uma descontinuidade. Como a tensão aos terminais de um condensador nunca é
descontínua, trata-se de uma fonte de tensão. Ao utilizar um andar intermédio em contínua
com um condensador, assegura-se a alternância entre fonte de tensão e fonte de corrente.
Sentido 2: Funcionamento em modo hiposíncrono:
A máquina assíncrona funciona como gerador para valores de velocidade de rotação
mecânica inferiores à velocidade de sincronismo. Têm-se um escorregamento g > 0 e
diz-se que o modo de funcionamento é hiposíncrono. A potência no rotor da MADA é
absorvida. É fornecida pela rede através do conversor. O conversor pode fornecer até 25%
da potência nominal da MADA.
120
O conversor 2 funciona como rectificador, transformando o sinal fornecido pela rede num
sinal contínuo.
O conversor 1 funciona como ondulador, regulando a amplitude e a frequência do sinal
enviado para o rotor da MADA, actuando sobre as tensões aos terminais dos circuitos do
rotor e fazendo variar a velocidade da turbina, o que equivale a variar a potência extraída.
O ondulador alimenta a máquina assíncrona em corrente alternada.
Fluxo de energia:
Se Om > Os , g < 0 ,está-se em modo hipersíncrono. A potência é fornecida pelo rotor e, ao
ser convertida para o andar intermédio em contínua, contribui para o aumento do valor da
tensão contínua aos terminais do condensador.
Se Om < Os , g > 0, está-se em modo hiposíncrono. A potência é absorvida pelo rotor e, ao
provir do andar intermédio em contínua, contribui para a redução do valor da tensão
contínua aos terminais do condensador.
O conversor do lado da rede fornece potência na direcção da rede ou absorve a potência
proveniente da rede, de modo a manter a tensão continua constante.
O conversor do lado do rotor fornece a potência rotórica com uma velocidade angular igual à
frequência da rede multiplicada pelo valor absoluto do escorregamento, g, ou seja ?r = |g| .
?s. Este valor permite controlar o valor do binário electromagnético do gerador e, em
consequência, a sua velocidade.
121
Potência reactiva:
Os dois conversores podem gerar ou absorver potência reactiva e controlar o seu valor.
A potência reactiva fornecida à rede pode ser controlada pela potência reactiva fornecida
ou absorvida pelo conversor ligado ao rotor. A potência reactiva é trocada entre o
conversor e a rede, através do gerador. Efectivamente, este absorve potência reactiva
para compensar as indutâncias mútuas e as indutâncias de fugas.
O conversor ligado à rede pode funcionar como compensador de potência reactiva.
122
Influência do ângulo de passo β no desempenho da eólica
Objectivos do TP :
Neste exrecício vamos ver como evolui o
coeficiente de desempenho em função do
ângulo de passo das pás β.
pré-requisito: Coefficient de performance Cp.
nível: #
duração estimada : 20 minutos
autor: Nicolas Dujardin, Christian Iweins
realização: Fabien Poje
versão portuguesa : Maria José Resende
123
Questão 1.1 :
Explique como se processa o arranque de uma eólica. Qual o procedimento quando o
vento se torna demasiado violento?
Se o vento for demasiado baixo, a turbina não está acoplada; as pás estão imóveis. Um
anemómetro mede a velocidade do vento e, assim que atinge um valor mínimo de 4
m/s, o ângulo das pás é fixado no valor que lhe permite retirar o máximo de potência.
Se a velocidade do vento passar a ser demasiado elevada, faz-se variar o ângulo das
pás de forma a reduzir a velocidade da máquina e, assim, limitar a potência para que
não ultrapasse o valor nominal.
Para um vento superior a 25 m/s a eólica é posta fora de serviço; diz-se que está "em
bandeira".
124
Questão 1.2 :
Cálculo da potência mecânica para um dado valor de velocidade do vento.
Dados : Potência aerodinâmico Pa = 0,5.ρ.Cp.π.R².v³
Sendo R = 44m raio das pás
v = 11 m/s velocidade do vento
ρ = 1,224 kg/m³ densidade do ar a 15 °C
Cp = Coeficiente de desempenho, característico de cada eólica. Uma expressão
empírica dá:
125
Utiliza-se a relação: Ta = Pa/ Ωt
3• Calcular o binário associado ao atrito viscoso (proporcional à velocidade), conhecendo o
coeficiente k da caixa de velocidades e o coeficiente de atrito viscoso f representativo das
perdas por atrito.
k = 70 e f = 0,0071
4• Calcular a potência mecânica Pm
126
4• Considera-se que a velocidade do vento é constante, pelo que a
velocidade dos eixos também é constante, o que implica que as
perdas de atrito sejam constantes. Tem-se a relação Pm = Pa -
perdas
As perdas devido ao atrito podem ser representadas pelo produto
de um binário associado a estas perdas, Tv , pela velocidade
mecânica (desprezam-se outros atritos).
Será então Pm = Pa - Tv.Ωm = 1882590 W ou seja 1,88 MW
As perdas são suficientemente baixas para poderem ser
desprezadas.
127
Na animação seguinte pode observar-se a
evolução da curvaCp = f (λ) com a variação do
ângulo β de passo das pás.
Interpretação: Quanto menor é o ângulo β,
maior é a pressão exercida pelo vento nas pás,
mais elevado é o coeficiente de desempenho,
maior será a potência produzida.
Quando β aumenta, o coeficiente de potência
diminui, a potência fornecida pela eólica baixa.
A variação de β permite, assim, controlar o
nível de potência fornecida de forma a não
ultrapassar o valor máximo, em caso de vento
violento.
Para compreender o papel de β na regulação
do fluxo de potência e na procura do ponto
óptimo de funcionamento, ver o TP seguinte .
128
Transferência de energia na MADA
Objectivos du TP :
Compreender como se controla a velocidade mecânica da Máquina Assíncrona de
Dupla Alimentação (MADA) quando a velocidade do vento é variável, de forma a
fornecer a potência máxima à rede. As características da eólica em estudo são:
Potência nominal : 2,0 MW
Número de pás : 3
Altura: 80 m
Velocidade de arranque : 5 m/s
Velocidade de vento nominal : 11,5 m/s
Velocidade de paragem : 25m/s
Raio das pás : R = 44 m
Coeficiente da caixa de velocidades: k = 70
Peso total : 242 t
129
Preparação do TP :
A potência activa fornecida à rede pela eólica depende da
velocidade do vento, mas também da velocidade mecânica da
MADA.
Questão 1 :
Como é que o gerador assíncrono converte a potência mecânica
recebida no veio em potência eléctrica disponível aos seus
terminais?
130
Questão 2 :
O que representa o coeficiente de desempenho Cp, sabendo que o seu valor difere de
eólica para eólica?
131
Questão 3 :
A velocidade de sincronismo, Ωs, de uma máquina assíncrona de p pares de pólos é
imposta pela rede: para p = 2, Ωs = 1500 rpm. Admitindo que o escorregamento g é
sempre inferior a 25%, determine os valores limites da velocidade mecânica Ωm em rad/s.
132
Laboratório virtual :
Vai agora observar-se através de animações, como evolui a potência fornecida à
rede, em função da velocidade mecânica, Ωm, e da velocidade do vento, v.
Experiência 1 :
Considere-se a curva Cp = f(Ωm) para uma
eólica equipada com uma MADA.
As variáveis em jogo são a velocidade du
vento, v, compreendida entre 5 e 25 m/s e a
velocidade de rotação mecânica que varia
entre 117 e 197 rad/s como justificado na
questão 3.
Determinar o valor máximo de Cp para uma
dada velocidade de vento v, fazendo variar o
valor da velocidade mecânica Ωm.
Interpretação : É possível encontar o valor
máximo de Cp fazendo variar Ωm. Por
exemplo, para v = 10 m/s e Ωm = 150 rad/s,
obtém-se um coeficiente máximo de 0,499.
133
Experiência 2 :
Vai-se agora estudar a potência mécanique em
função da velocidade específica λ, e
compará-la com a potência fornecida à rede.
As variáveis em jogo são as mesmas da
experiência anterior.
Atenção: Podem obter-se potências muito
elevadas que não correspondem a valores
realísticos. Neste exemplo desprezam-se as
perdas e não se tem em conta o controle. Num
caso real, obtêm-se potências de valor inferior.
Interpretação: Desprezam-se as perdas da
MADA, pelo que a potência eléctrica à saída é
igual à potência mecânica que entra na MADA.
Assim, tem-se em qualquer momento,
Pmecânica = Prede. Salienta-se que, para
valores de vento superiores a 14 m/s, é
impossível obter o máximo; Este facto é
habitual pois, para ventos fortes, não se
procura obter o máximo da potência, mas sim
limitar esse mesmo valor para que não se
ultrapasse a potência nominal da máquina.
134
Experiência 3 :
Nesta experiência analisam-se as as potências
no estator e no rotor, respectivamente Ps e Pr.
Obtêm-se a partir das equações: Ps = Pm /
(1-g) e Pr = g. Ps
Atenção: As convenções escolhidas para este
TP são simétricas das apresentadas na parte 3
da exposição teórica sobre a MADA.
Interpretação :
Sabendo que a velocidade de sincronismo
imposta pela rede é de 1500 rpm, ou seja
157,08 rad/s , g muda de sinal quando Ωm
passa o valor de 157 rad/s
Se g < 0, Protor < 0, está-se em modo
hipersíncrono. A potência rotórica é fornecida.
Se g > 0, Protor > 0, está-se em modo
hiposíncrono. A potência rotórica é absorvida.
135
Experiência 4 :
Nesta experiência toma-se em consideração as 5 curvas anteriores.
Desta vez, o vento varia entre 0 a 30 m/s. Nesta experiência, oraio das
pás é uma variável sobre a qual se pode, também, actuar.
136
Estudo de uma eólica real
Objectivos do TP :
Observar e compreender o papel do ângulo de
passo β e do controle "pitch", utilizando as
características de uma eólica real. Determinar
as quatro zonas de funcionamento de uma
eólica. Todas as medidas foram efectuadas
numa eólica real cujas características são:
Gerador MADA de potência nominal : 1,5 MW
Número de pás: 3
Medidas efectuadas com velocidade de vento
entre 0,5 m/s e 16 m/s
pré-requisito: Coeficiente de desempenho Cp,
ângulo de passo β.
nível: #
duração estimada : 20 minutos
autor: Nicolas Dujardin, Christian Iweins
realização: Fabien Poje
versão portuguesa : Maria José Resende
137
Preparação do TP :
Questão 1 :
O que é o ângulo de passo β ?
138
Questão 2 :
A fórmula do coeficiente de desempenho Cp é específica de cada eólica. Para a eólica em
estudo, os parâmetros foram aproximados de forma empírica, resultando a expressão:
Determine o valor de β (β é sempre superior ou igual a 2), para o qual Cp será máximo,
sendo λ um dado valor fixo.
Resposta 2 :
139
Questão 3 :
Desprezando as perdas na MADA, determinar a expressão da potência eléctrica fornecida à
rede em função do coeficiente de desempenho e da velocidade do vento.
Resposta 3 :
Desprezando as perdas, a potência eléctrica à saída do gerador é igual à potência
mecânica à entrada:
Pe = Pm = 0.5. Cp . ρ . π . R² . v³
140
Laboratório virtual :
Neste laboratório, são utilizados valores experimentais
obtidos numa eólica real de potência nominal 1,5 MW, o que
permitiu a realização das curvas utilizadas neste laboratório.
Experiência 1
Experiência 2
141
Experiência 1 :
Os gráficos seguintes representam a potência eléctrica Pe e o ângulo de passo β em função
da velocidade mecânica Ωm.
A partir destes dois gráficos, determinar as 4 zonas de funcionamento. Utilizar os cursores
para as delimitar. Fazer deslizar o delimitador vertical, colocá-lo no valor correcto e validar.
Analisar e comentar estas quatro zonas.
142
Resposta :Zona 1 : [1080-1300 rpm]. É a zona de arranque da máquina. Ela inicia-se assim
que a velocidade mecânica atinge cerca de 70% da velocidade de sincronismo do gerador . É
o arranque da turbina. A potência eléctrica é, ainda, muito baixa.
Zona 2 : [1300-1770 rpm]. É a zona de produção da potência máxima ou zona MPPT
(Maximum Power Point Tracking). Nesta zona, a velocidade mecânica atinge, praticamente, o
seu valor máximo. A potência eléctrica aumenta rapidamente.
Constata-se que, nesta zona, β mantém-se constante e igual a 2, o que corresponde ao Cp
máximo
e mostra bem que as pás se colocam de forma a que a potência máxima seja obtida para
cada valor da velocidade mecânica.
Zona 3 : [1760-1775 rpm]. É a zona a velocidade mecânica quase constante. A potência
eléctrica aumenta muito rapidamente até ao seu valor nominal de 1500W. O ângulo de
passo das pás β e o binário electromagnético do gerador são controlados de forma a manter
a velocidade mecânica constante para diferentes valores da velocidade do vento; é o
controle pitch.
Zona 4 : [1775-1830 rpm]. É a zona a potência constante.
A potência eléctrica mantém-se constante no valor nominal por intermédio do sistema de
orientação das pás, fazendo variar β. É o controle pitch.
143
Experiência 2 :
A animação seguinte mostra os gráficos
representativos da potência eléctrica Pe e do
ângulo de passo β em função da velocidade do
vento v :
Mostre que se identificam as mesmas zonas de
funcionamento nestes gráficos. Utilizar os
cursores. Fazer deslizar o delimitador vertical,
colocá-lo no valor correcto e validar. Comentar.
144
Resposta :Obtêm-se as mesmas zonas
identificadas na experiência anterior:
Zona 1 : [2.6-7 m/s]. É a zona de arranque da
máquina, assim que a velocidade do vento é
suficiente.
Zona 2 : [7-13.5 m/s]. É a zona de produção da
potência máxima, a β =2.
Zona 3 : [13.5-15 m/s]. É a zona a velocidade
mecânica quase constante com o controle
pitch.
Zona 4 : [>15m/s]. É a zona a potência
constante. A potência nominal é atingida, o
controle pitch actua de forma a manter a
potência no valor desejado, fazendo variar β.
Através da fórmula Pe= 0.5.Cp.ρ.π.R².v³,
constata-se que a potência varia em função de
v³. A variação de Cp, dependendo de β,
permite manter a potência no valor desejado,
apesar do aumento da velocidade do vento.
145
Conclusão:
Neste conjunto de experiências verificou-se a
importância do controle "pitch" efectuado através
das variações do ângulo de passo β. Este controle
permite obter rapidamente a potência máxima
desejada e, de seguida, manter esse valor apesar
das flutuações na velocidade do vento.
O que não foi verificado neste conjunto de
experiências, e que é um aspecto importante, é que
assim que a velocidade do vento se torna
demasiado elevada (acima de 25 m/s) e que esse
facto pode danificar a eólica, o ângulo de passo das
pás se fixa em 90°. Diz-se que as pás estão "em
bandeira". A eólica pára o seu funcionamento até
que a velocidade do vento se reduza.
146
147