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Aula 6 Eng. Félix Mateus/Msc

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02/07/2022 Produção de Energia Eléctrica I
Capítulo IV. Centrais Eólicas

28/06/2022 Tecnologia de Energias Renováveis 2


Capítulo IV. Centrais Eólicas
Definição

 É uma central que produz energia eléctrica a partir do


vento e é constituída fundamentalmente por:

 Um rotor;
 Transmissão;
 Sistema de comando e controlo;
 Gerador eléctrico;
 Uma torre;
 Um posto de protecção;
 Rectificador e inversor.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
Definição

Configuração básica duma central eólica


Fonte: Manual de apoio

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
Definição
 O rotor
 Destinado a captar a energia cinética do vento e convertê-
la em energia mecânica no eixo.
 Pode-se ter um rotor de eixo horizontal ou de eixo
vertical.
 A transmissão é o mecanismo que transmite a energia
mecânica do eixo do rotor ao eixo do gerador.
 O gerador
 Tem a finalidade de converter a energia mecânica gerada
no rotor em eléctrica.
 Diversos tipos de geradores podem ser utilizados,
dependendo da aplicação:
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Capítulo IV. Centrais Eólicas
Definição
 O gerador
 Gerador de corrente contí
nua,
 Síncrono e de indução.
 Para aplicações isoladas, costuma-se usar um gerador
síncrono associado a um rectificador, obtendo-se
tensão em corrente contínua. Neste caso, pode-se usar
um sistema de armazenamento em baterias.
 Quando o sistema de geração eólica opera conectado
à rede, os geradores podem ser síncronos ou
assíncronos.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
Definição

 O sistema de controlo

 É constituído por uma série de sensores (sensor de


vento, rotação do rotor, etc.) que irão fornecer os
dados que permitirá o funcionamento harmónico e
seguro de todo o sistema, com o melhor
aproveitamento possível do vento.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
Definição
 O suporte estrutural é constituído, principalmente,
pela torre e pela gávea giratória.
 Para sistemas isolados o sistema de
armazenamento de energia é formado pelas
baterias, cuja finalidade é armazenar energia nas
horas em que a potência disponível for maior que a
necessária, para ser utilizada quando a situação for
inversa.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
Definição

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.1. Classificação dos aerogeradores (turbinas eólicas)
 Classificadas das turbinas eólicas obedece diversos
critérios como:
 Quanto à orientação do eixo
 Eixo na horizontal
 É o tipo mais comum.
 Elas são sempre orientadas na direcção do vento
médio por algum mecanismo automático.
 O mais simples é o aerofólio de cauda, montando a
jusante do rotor.
 A turbina eólica de grande porte não possuem o
aerofólio e seu direccionamento é feito por
servomotores accionados por anemómetros
direccionais.
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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.1. Classificação dos aerogeradores (turbinas eólicas)

 Classificadas das turbinas eólicas obedece diversos


critérios como:
 Quanto à orientação do eixo
 Eixo na vertical
 Estas podem ser de três tipos:
 Darrieus;
 Savonius e Panémones.Turbinas Eolicas.png
 Os três tipos funcionam devido a um mesmo princípio
aerodinâmico, que é a criação de forças tangenciais
desbalanceadas em torno do eixo.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.1. Classificação dos aerogeradores (turbinas eólicas)

 Eixo na Vertical do tipo Darrieus


 São constituí dos por dois ou três aerofólios, formando
arcos, ou rectos.
 Os aerofólios são montados com os bordos de ataque
sempre no mesmo sentido ao redor do eixo, de modo que,
independente da direcção do vento, existe sempre uma
resultante da força de arrasto que faz o rotor girar.
 Eixo na Vertical do tipo Savonius
 Nos rotores Savonius o rotor consiste numa chapa dobrada
em forma de S ou em dois semi-cilindros, presos ao eixo.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.1. Classificação dos aerogeradores (turbinas eólicas)

 Eixo na Vertical do tipo Panémones


 Os rotores Panémones são semelhantes a
anemómetros de concha, com calotas semiesféricas
pressas ao eixo.
 Dentre os três tipos, o mais utilizado actualmente é o
tipo Darrieus, devido à sua construção mais simples.
 Tanto os rotores Savonius quanto os Panémones
apresentam construção mais complexa à medida que seu
tamanho aumenta

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.1. Classificação dos aerogeradores (turbinas eólicas)

 Quanto à posição do rotor


 Rotor a montante
 Nas turbinas eólicas com rotores a montante, o vento
passa pelo rotor antes de passar pelo corpo da
máquina.
 A maior vantagem deste tipo é evitar a sombra causada
pelo corpo sobre o rotor. É o tipo mais comum.
 As desvantagens são que as pás do rotor precisam ser
bastante rígidas e colocadas a alguma distância da
torre e a turbina eólica precisa de um sistema de
orientação, pois seu equilíbrio direccional é instável.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.1. Classificação dos aerogeradores (turbinas eólicas)
 Quanto à posição do rotor
 Rotor a jusante
 As turbinas eólicas de rotor a jusante, têm o vento
passando pelo rotor depois de passar pelo corpo da
máquina.
 Têm a vantagem de não precisar de sistema de orientação,
pois seguem o vento passivamente. Em turbinas eólicas de
grande porte isso pode ser uma vantagem duvidosa, devido
a problemas construtivos.
 A desvantagem é o fato do rotor estar situado na sombra
do corpo e da torre fazendo com que haja turbulência
causada no vento pela torre.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.1. Classificação dos aerogeradores (turbinas eólicas)

 Quanto à posição do rotor


 Rotor a jusante
 A turbulência gera ruídos que dificultam a
autorização e aceitação deste tipo de turbine
principalmente em áreas próximas de cidades.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.1. Classificação dos aerogeradores (turbinas eólicas)
 Quanto ao número de pás
 Podem ser de uma pá, duas, três ou mais pás.
 O número de pás nas turbinas eólicas é geralmente pequeno,
quando a finalidade é a geração de energia eléctrica, variando
entre uma a três pás.
 Os modelos de três pás são os mais comuns. O número de
pás de uma turbina eólica varia em função de sua rotação, da
velocidade do vento e de considerações estruturais.
 As turbinas eólicas de muitas pás (12, 18 ou 24, em geral) são
conhecidas como cata-ventos, e geralmente são utilizados
para realização de trabalho mecânico, como moagem e
bombeamento de água em campos agrícolas.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.2. Principais componentes das turbinas eólicas
 Anemómetro
 Mede a velocidade do vento e transmite para o
controlador;
 Pás
 Mecanismo por onde incide o vento gerando uma força de
sustentação que ira mover o rotor;
 Freio/Frenagem do alternador e do veio
 A frenagem pode ser mecânica, eléctrica ou hidráulica. A
frenagem pode ser aplicada pelo operador ou em
condições adversas de operações;

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.2. Principais componentes das turbinas eólicas
 Controlador
 É utilizado para o arranque ou paragem da turbina através de
monitoramento de todas as partes da turbina;
 Caixa de engrenagens
 Correcto o eixo de baixa velocidade com o de alta velocidade
rotacional de aproximadamente 10-60 rpm para
aproximadamente 1200-1800 rpm velocidade esta que é
requerida para o funcionamento de geradores assíncronos.
 Existem configurações que não utilizam caixas de
engrenagem normalmente quando se utilizam geradores
síncronos que operam a baixas velocidades.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.2. Principais componentes das turbinas eólicas
 Eixo de alta velocidade
 Acciona o gerador assíncrono
 Eixo de baixa velocidade
 É o veio que é accionado solidariamente pelas pás da turbina
e sua velocidade roda entre os 10-60 rpm.
 Caixas das máquinas
 Protegem todos os componentes da turbina, incluí do o
conjugado de accionamento, o gerador/ alternador, os
mancais e os de mais elementos dependendo da
configuração da turbina.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.2. Principais componentes das turbinas eólicas

 Medidor de direcção do vento


 Mede a direcção do vento e comunica com o mecanismo de
orientação direccional;
 Mecanismo de orientação direccional
 Aplica-se nas turbinas up wind, operam com o rotor de
frente para o vento.
 O mecanismo de orientação direccional é usada para
manter o rotor de frente para o vento quando este mudar
de direcção.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3. Cálculos energéticos de uma central eólica
 Com o conhecimento da velocidade média do vento é
possível estimar a energia a ser gerada.
 Esta informação é de extrema importância, porque os
aerogeradores começam a gerar numa determinada
velocidade de vento de partida e param de gerar quando a
velocidade ultrapassa determinado valor, estabelecido por
questões de segurança, sendo, importante registar a
frequência das calmarias e dos ventos fortes.
 Isso também se faz necessário para o correto
dimensionamento do sistema de armazenamento.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.1. Distribuição de Weibull
 Os registos da densidade de probabilidade ganham
importância se puderem ser descritos por expressões analíticas.
 Têm sido sugeridas várias distribuições probabilísticas para
descrever o regime de ventos, mas a distribuição de Weibull é
normalmente considerada como a mais adequada.
 A expressão matemática da função densidade de
probabilidade de Weibull é:
𝒌−𝟏
𝒌 𝒗ഥ ഥ 𝒌
𝒗
ഥ =
𝒇 𝒗

∙𝒆 𝒄 4.1
𝒄 𝒄
Onde: 𝒗ഥ é a velocidade média do vento, c é um parâmetro de
escala, com as dimensões de velocidade, e k é um parâmetro
de forma, sem dimensões.
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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.1. Distribuição de Weibull
A velocidade média anual do vento 𝒗𝒎𝒂 calcula-se através de:

ഥ ∙𝒇 𝒗
𝒗𝒎𝒂 = න 𝒗 ഥ 𝒅ഥ
𝒗 4.2
𝟎
Na prática têm-se distribuições discretas da velocidade média
do vento em classes de 1 m/s, pelo que a velocidade média
anual se calcula, de forma aproximada, por:
ഥ𝒎𝒂𝒙
𝒗

ഥ∙𝒇 𝒗
𝒗𝒎𝒂 = ෍ 𝒗 ഥ 4.3
ഥ=𝟎
𝒗

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.1. Distribuição de Weibull
A função Gamma, Γ, relaciona os parâmetros c e k da distribuição
de weibull com as carracterísticas da velocidade média anual do
vento e variância através das seguintes relações:
𝟏
𝒗𝒎𝒂 = 𝒄 ∙ 𝚪 𝟏 + 4.4
𝒌
𝟐
𝟐 𝟏 4.5
𝝈𝟐 = 𝒄𝟐 𝚪 𝟏+ − 𝚪 𝟏+
𝒌 𝒌
A função probabilidade acumulada para uma distribuição Weibull
é dada por:
ഥ 𝒌
𝒗
ഥ =
𝑭 𝒗

𝒆 𝒄 4.6

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.1. Distribuição de Weibull
A expressão da função probabilidade acumulada pode ser
expressa como uma função linear do tipo:
𝒀 = 𝑨𝑿 + 𝑩 4.7

Em que
ഥ )]
𝒀 = 𝒍𝒏[− 𝒍𝒏( 𝑭 𝒗 𝒆 ഥ
𝑿 = 𝐥𝐧 𝒗

Os parâmetros k e c estão relacionados com A e B, através de:


𝑩
−𝑨
k=Aec=𝒆

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.1. Distribuição de Weibull
Para k=2 a distribuição de weibull reduz-se à distribuição uni-
paramétrica de Rayleigh:

𝝅 𝒗ഥ 𝝅 𝒗 ഥ 𝟐 4.8
−𝟒 𝒗
ഥ = ∙ 𝟐 ∙
𝒇 𝒗 𝒆 𝒎𝒂
𝟐 𝒗𝒎𝒂
E a função probabilidade acumulada de Rayleigh é dada por:

ഥ 𝟐
𝝅 𝒗
− 4.9
ഥ =
𝑭 𝒗 𝒆 𝟒 𝒗𝒎𝒂

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.2. Lei de Prandtl
 O atrito entre a superfície terrestre e o vento tem como
consequência um retardamento do vento. As camadas mais
baixas de ar retardam as que lhe estão por cima, resultando
numa variação da velocidade média do vento com a altura ao
solo.
 O efeito da força de atrito vai-se desvanecendo até
praticamente se anular a uma altura de aproximadamente
2000 metros.
 No solo, a condição fronteira obriga a que a velocidade do
escoamento seja nula.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.2. Lei de Prandtl
 A esta zona da atmosfera caracterizada pela variação da
velocidade do vento com a altura chama-se camada limite
atmosférica; acima desta zona diz-se que a atmosfera é
livre.
 A região da camada limite atmosférica que se estende até
uma altura de cerca de 100 metros (a chamada camada
superficial ou logarítmica) é a zona de interesse para as
turbinas eólicas.
 Nesta zona, a topografia do terreno e a rugosidade do solo
condicionam fortemente o perfil de velocidades do vento,
que pode ser adequadamente representado pela lei
logarítmica de Prandtl:

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.2. Lei de Prandtl
𝒗∗ 𝒛
ഥ 𝒛 =
𝒗 𝐥𝐧 4.10
𝟎. 𝟒 𝒛𝟎
 Onde: 𝒗ഥ 𝒛 é a velocidade média do vento à altura z, 𝒗∗ é a
chamada velocidade de atrito, 0.4 é a constante de Von
Karman, e 𝒛𝟎 é o que se define por comprimento
característico da rugosidade do solo.
 Contudo, a velocidade de atrito (variável com a rugosidade do
solo e com a velocidade do vento) é difícil de calcular, pelo
que são precisas soluções alternativas.
 Usa-se, na prática, a extrapolação para alturas diferentes de
dados medidos a uma altura de referência 𝒛𝑹 pela equação:

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.2. Lei de Prandtl
𝒛
ഥ 𝒛
𝒗 𝒍𝒏
𝒛𝟎 4.11
=
ഥ 𝒛𝑹
𝒗 𝒛
𝒍𝒏 𝑹
𝒛𝟎
 O valor de 𝒛𝟎 pode variar com a direcção do vento e,
também, entre os meses de verão e de inverno; isso deve
ser tomado em consideração quando se analisam as
características de um local.
 De um modo geral, deve ter-se em atenção que a equação
acima se aplica para terrenos planos e homogéneos, não
incluindo o efeito da topografia, de obstáculos e
modificações na rugosidade, pelo que a sua aplicação deve
ser feita de modo criterioso.
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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.2. Lei de Prandtl

Valores típicos para o comprimento característico da rugosidade do solo. Fonte: Manual de apoio

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.3. Intensidade de turbulência
 A intensidade de turbulência é caracterizada por uma série de
turbilhões tridimensionais, de diferentes tamanhos, a serem
transportados ao longo do escoamento médio das massas de
ar.
 Esta componente do vento pode conter energia significativa
em frequências próximas das frequências de oscilação da
estrutura da turbina eólica.
 Assim, há que ter em atenção que os esforços a que a
turbina fica submetida irão reduzir a sua vida útil.
Não sendo possível eliminá-la, dever-se-á considerar a
turbulência como um elemento determinante do projecto das
turbinas eólicas.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.3. Intensidade de turbulência

A intensidade de turbulência é dada por:


𝝈𝒗
𝑰𝒗 = 4.12

𝒗
Sendo 𝝈𝒗 ≈ 𝟐. 𝟓𝒗∗ , tem-se que:
𝟏
𝑰𝒗 𝒛 =
𝒛 4.13
𝒍𝒏
𝒛𝟎

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.4. Potência eólica
 Uma condição necessária para a apropriação da energia
contida no vento é a existência de um fluxo permanente e
razoavelmente forte de vento. As turbinas modernas são
projectadas para atingirem a potência máxima para velocidades
do vento da ordem de 10 a 15 m/s. A energia disponível para
uma turbina eólica é a energia cinética associada a uma coluna
de ar que se desloca a uma velocidade uniforme e constante 𝒗
(m/s).
 Na unidade de tempo, a coluna de ar, ao atravessar a secção
plana transversal A do rotor da turbina, desloca uma
massa 𝝆𝑨𝒗, em que 𝝆 é a massa específica do ar em CNTP e
é igual a 1.225kg/m3.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.4. Potência eólica
𝟏
𝑷𝒅 = ∙ 𝝆 ∙ 𝑨 ∙ 𝒗𝟑 4.14
𝟐
 A potência disponí vel no vento em [Watt] é proporcional ao
cubo da velocidade, 𝒗, do vento.
 Isso significa que pequenas variações de velocidades de
vento podem ocasionar grandes variações de potência.
 De modo geral, a potência eólica aumenta com a altura
acima do nível do terreno, pelo menos até níveis de
interesse prático (cerca de 150 m).

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.5. Coeficiênte de potência (Cp)

 A potência do vento não pode ser integralmente convertida


em potência mecânica, uma vez que o ar, depois de atravessar
o plano das pás, tem de sair com velocidade não nula. A
aplicação de conceitos da mecânica de fluídos permite
demonstrar a existência de um máximo teórico para o
rendimento da conversão eolo-mecânica: o seu valor é 59,3%, e
é conhecido por Limite de Betz.
 O rendimento efectivo da conversão numa turbina eólica
depende da velocidade do vento e é dado por:
𝑷𝒎𝒆𝒄
𝑪𝒑 𝒗 = 4.15
𝑷𝒅

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.5. Coeficiênte de potência (Cp)
 Em que 𝑷𝒎𝒆𝒄 é a potência mecânica disponível no veio da
turbina.
 Embora a definição de Cp seja a dada pela expressão
acima, os fabricantes de aerogeradores têm por hábito
incluir o rendimento do gerador eléctrico no valor de Cp,
pelo que a expressão usada na prática é:
𝑷𝒆
𝑪𝒑 𝒗 = 4.16
𝑷𝒅
Onde: Pe é a potência eléctrica fornecida aos terminais do
gerador.
Geralmente considera – se Cp = 0.3 daíque:

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.5. Coeficiênte de potência (Cp)
𝑷𝒆 = 𝟎. 𝟑 ∙ 𝑷𝒅 4.17
 As turbinas eólicas são projectadas para gerarem a máxima
potência a uma determinada velocidade do vento. Esta potência é
conhecida como potência nominal e a velocidade do vento a que
ela é atingida é designada velocidade nominal do vento. Esta
velocidade é ajustada de acordo com o regime de ventos no local,
sendo habitual encontrar valores entre 12 a 15 m/s.
 Devido à lei de variação cúbica da potência com a velocidade
do vento, para velocidades abaixo de um certo valor (cut–in wind
speed) -normalmente, cerca de 5 m/s, mas depende do local- não
interessa extrair energia.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.5. Coeficiênte de potência (Cp)
𝑷𝒆 = 𝟎. 𝟑 ∙ 𝑷𝒅 4.18
 Pela mesma razão, para valores superiores à velocidade do
vento nominal (rated wind speed) não é económico aumentar a
potência, pois isso obrigaria a robustecer a construção, e, do
correspondente aumento no investimento, para além do facto de
que os ventos com velocidade superior a nominal ocorrem
durante poucas horas no ano. Assim,
 A turbina é regulada para funcionar a potência constante,
provocando-se, artificialmente, uma diminuição no
rendimento da conversão.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.5. Coeficiênte de potência (Cp)

𝑷𝒆 = 𝟎. 𝟑 ∙ 𝑷𝒅
 Quando a velocidade do vento se torna perigosamente elevada,
cut-out wind speed, (superior a cerca de 25 – 30 m/s), a turbina é
desligada por razões de segurança.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.6. Cálculo da energia anual produzida
 Uma vez obtida uma representação do perfil de ventos fiável
numa base de tempo alargada, o valor esperado para a energia
eléctrica produtível anualmente é, no caso geral:
𝒗𝒎𝒂𝒙

ഥ 𝑷𝒆 𝒗
𝑬𝒂 = 𝟖𝟕𝟔𝟎 න 𝒇 𝒗 ഥ 𝒅ഥ
𝒗 4.19
𝒗𝟎
Onde: 𝒇 𝒗 ഥ é a densidade de probabilidade da velocidade
média do vento, 𝑷𝒆 𝒗ഥ é a característica eléctrica do sistema de
conversão de energia eólica, 𝑣0 é a velocidade de cut-in e 𝒗𝒎𝒂𝒙
é a velocidade de cut-out.

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.6. Cálculo da energia anual produzida

 Habitualmente estão disponíveis distribuições discretas, pelo


que a equação acima se transforma em:
𝒗𝒎𝒂𝒙

ഥ 𝑷𝒆 𝒗
𝑬𝒂 = ෍ 𝒇𝒓 𝒗 ഥ 4.20
𝒗𝟎

Onde: 𝑓𝑟 𝑣ҧ em horas (h) é a frequência relativa de ocorrência


da velocidade média do vento: 𝑓𝑟 𝑣ҧ = 8760 𝑓 𝑣ҧ .

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Capítulo IV. Centrais Eólicas
4.3.6. Cálculo da energia anual produzida

 Quando 𝐹 𝑣ҧ é conhecida, uma forma mais elaborada de


calcular a energia consiste precisamente em usar esta função de
probabilidade acumulada para obter a probabilidade de a
velocidade do vento estar compreendida entre dois valores; neste
caso, deve usar-se o valor médio da potência retirado da
característica eléctrica do aerogerador. Assim, a expressão a usar
será:
𝒗𝒎𝒂𝒙
𝑷𝒆 𝒊 + 𝑷𝒆 𝒊 − 𝟏 4.21
𝑬𝒂 = 𝟖𝟕𝟔𝟎 ∙ ෍ 𝑭 𝒊−𝟏 −𝑭 𝒊
𝟐
𝒊=𝒗𝟏

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