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AEROGERADORES

Ronaldo dos Santos Custódio


AEROGERADORES
• Definição • Movimentos de um aerogerador
• Partes de um aerogerador • Performance de um aerogerador
• Montagem de um aerogerador • Rendimento de um aerogerador
• Controle de frequência de um • Disponibilidade de um aerogerador
aerogerador
• Aerogeradores comerciais
• Aerogerador de velocidade variável
• Classe de um aerogerador
• Aerogerador de velocidade constante
• Tamanho dos aerogeradores
• Geradores eólicos
• Parques eólicos
• Aerogerador com gerador assíncrono
• Produção de energia de um
• Aerogerador com gerador síncrono aerogerador
• Caixa de engrenagens em • Fator de capacidade de um aerogerador
aerogeradores
• Probabilidades da geração de energia
• Aerogerador com multiplicador de um aerogerador
• Aerogerador sem multiplicador
Definição de aerogerador
AEROGERADOR
Máquina desenvolvida para produção de energia elétrica a partir da energia cinética do vento

A turbina é instalada no alto de uma torre, em altura elevada de forma a aproveitar a maior
energia cinética disponível em alturas maiores (ventos com maior velocidade)

O rotor da turbina tem diâmetros grandes, de forma a aumentar a área de ataque da turbina e,
com isso, a potência disponível no vento
AEROGERADOR
Partes de um aerogerador
PRINCIPAIS PARTES

CUBO

NACELE


PARTES DE UM AEROGERADOR
Com multiplicador
PARTES DE UM AEROGERADOR
Com multiplicador
PARTES DE UM AEROGERADOR
Sem multiplicador

Imagem: WEG
PARTES DO AEROGERADOR NA NACELE

Fonte: Nordex

1 Conversor 5 Nacele (carcaça) 9 Acoplamento do gerador


2 Painéis elétricos 6 Rolamento do rotor 10 Transformador
3 Multiplicador 7 Comandos de rotação da turbina (yaw) 11 Gerador
4 Eixo 8 Freio
INTERIOR DE UMA NACELE

1 Cubo (hub)
2 Sistema de comando de passo (pitch system)
3 Rolamentos da pá
4 Eixo de baixa rotação
5 Caixa de engrenagens (gearbox)
6 Painéis elétricos
7 Sistema de comando de direção (yaw system)
8 Eixo de alta rotação
9 Gerador
10 Transformador
11 Sistema de resfriamento
Imagem: Siemens Gamesa 12 Estrutura da Nacele

Pá:
Perfil aerodinâmico responsável pela interação com
o vento, convertendo parte de sua energia cinética
em trabalho mecânico

Fabricada em fibra de vidro, reforçadas com epoxi,


fibra de carbono e/ou madeira

A fixação no cubo é feita pela inserção de raiz em


aço inoxidável

Nas turbinas que usam controle de velocidade por


passo, a pá dispõe de rolamentos em sua base,
possibilitando que gire para alterar o ângulo de
ataque

Fonte: Siemens Gamesa



Foto: Eletrosul

Pás
Cubo
CUBO

É a ponta do eixo da turbina, em forma de


cubo

Peça onde são fixadas as pás, por meio de


flanges

Construído em aço ou liga metálica de alta


resistência
CUBO
CUBO
Eixo
EIXO
Responsável pelo acionamento do gerador, transferindo a energia mecânica da turbina
Em turbinas que usam multiplicador, são dois eixos:
1. de baixa rotação: conecta o rotor da turbina à caixa de engrenagens
2. de alta rotação: conecta a caixa de engrenagens ao gerador
Construído em aço ou liga metálica de alta resistência

EIXO
Nacele
NACELE

NACELE

Foto: Eletrosul
NACELE
Carcaça montada sobre a torre, onde se situam o gerador, a caixa de acoplamento (quando
usada) e os demais dispositivos do aerogerador localizados no alto, junto à turbina

O tamanho e o desenho variam de modelo para modelo, dependendo da disposição dos


componentes, do uso ou não de caixa de engrenagens e do “design” adotado pelo fabricante

NACELE
NACELE

Foto: Gamesa
NACELE

Foto: Eletrosul
Caixa de engrenagens
CAIXA DE ENGRENAGENS
Acoplamento entre a rotação da turbina com a do gerador:
• Turbina: baixa rotação (até 25 rpm)
• Gerador: alta rotação (até 3.600 rpm)

CAIXA DE ENGRENAGENS (MULTIPLICADOR)

Pode ser dispensada: acoplamento direto


(gerador de baixa rotação: polos salientes, em anel)
CAIXA DE ENGRENAGENS

Gerador conectado à caixa de engrenagens


CAIXA DE ENGRENAGENS
Unidade hidráulica:
Lubrificação e refrigeração da caixa de engrenagens

UNIDADE HIDRÁULICA

Sistema hidráulico, com bombas, trocadores de calor e sistemas de


comando, supervisão e controle
Freio
FREIO
Usado para paradas de emergência ou em tempestades

• Construído em aço e, geralmente, em forma de disco


• Alguns fabricantes recomendam que se mantenha o aerogerador freado
quando fora de operação
Unidade de controle
UNIDADE DE CONTROLE
Controle elétrico e supervisão do aerogerador e dos sistemas periféricos

Sistemas e equipamentos normalmente instalados no aerogerador


• Nacele:
– Sensores
– Medidores
– Motores
• Base da torre:
– painel de controle
– sistemas de controle e supervisão
– quadro de alarmes
– sistema de comunicação
UNIDADE DE CONTROLE
• Anemômetro e biruta (WindVane) instalados sobre a Nacele
• Controle e monitoramento do aerogerador
UNIDADE DE CONTROLE

Foto: Ventos do Sul


Sistema de mudança de direção
SISTEMA DE MUDANÇA DE DIREÇÃO
Montado dentro da Nacele
Função: alinhar o rotor da turbina com a direção do vento

Dispõe de um sistema eletrônico que verifica a direção


do vento medida e, se necessário, comanda o giro da
turbina

Um motor elétrico é o responsável pelo movimento da


Nacele, que gira sobre a torre com auxílio do rolamento
principal

Também é composto por engrenagens para ajustar a


velocidade de giro

A mudança de direção é feita a baixa velocidade (< 0,5


°/s), para evitar turbulências e esforços extras à turbina
Movimento Yaw
Gerador
GERADOR

É o equipamento responsável pela produção de energia elétrica

GERADOR
GERADOR

GERADOR
Transformador
TRANSFORMADOR
Equipamento elétrico que eleva a tensão
de geração ao valor da rede elétrica ao
qual o aerogerador será conectado

TRANSFORMADOR
TRANSFORMADOR
Geralmente instalado dentro do
aerogerador, na Nacele ou na base
da torre

TRANSFORMADOR

Imagens: Siemens Gamesa e Nordex


Torre
TORRE
Estrutura com a função de elevar a turbina do solo até uma altura conveniente,
onde o vento tem maior velocidade e o desempenho do aerogerador será maior

No topo, fica o rolamento principal que se conecta com a Nacele

A torre pode ser de dois tipos:


• Tubular cônica
• Treliçada

Torres tubulares, podem ser construídas em:


• Aço
• Concreto
TIPOS DE TORRES

treliçada
cônica
TORRE TUBULAR

Aço Concreto
TORRE TUBULAR EM MONTAGEM

Aço

Concreto
TORRE TUBULAR DE CONCRETO
(parte em transporte)
Base
FUNDAÇÕES (BASE)

Estrutura de concreto armado,


responsável pela sustentação
do aerogerador

Fundação

Fonte: GE
FUNDAÇÕES (BASE)

Fonte: GE
FUNDAÇÕES (BASE)
Estrutura de concreto armado, responsável pela sustentação do aerogerador

Foto: Ventos do Sul


FUNDAÇÕES (BASE)
Estrutura de concreto armado, responsável pela sustentação do aerogerador

Foto: Eletrosul
FUNDAÇÕES (BASE)

Fixação da torre na
fundação

Foto: Eletrosul
ESCAVAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DA BASE

Foto: Eletrosul
MONTAGEM DA ARMAÇÃO DE FERRO DA BASE

Foto: Eletrosul
ARMAÇÃO DE FERRO DA BASE DE UM AEROGERADOR

Foto: Eletrosul
CONCRETAGEM DA BASE DE UM AEROGERADOR

Foto: Eletrosul
BASE DE UM AEROGERADOR

Foto: Eletrosul
Montagem de um aerogerador
MONTAGEM DE UM AEROGERADOR
• Feita no local (site)

• Requer transporte especializado

• Exige grande infraestrutura


– Guindastes grandes
– Guindastes de apoio
– Estradas
– Plataformas de serviço

• É rápida
MONTAGEM DE AEROGERADOR OFFSHORE
MONTAGEM DE AEROGERADOR OFFSHORE

Foto: GWEC
Implantação de um
aerogerador

https://youtu.be/0vE6QkvcV-s
Controle de frequência
de um aerogerador
CONTROLE DE FREQUÊNCIA DE UM AEROGERADOR
Geração de energia elétrica ⇒ frequência constante
mas
Rotação variável no gerador ⇒ frequência variável

entretanto, na eólica:

Rotação do gerador eólico varia com rotação da turbina


e
Rotação da turbina eólica variável com o vento
(vento é variável sem controle)

O controle de frequência é da maior importância num aerogerador


e exige soluções complexas
CONTROLE DE FREQUÊNCIA DE UM AEROGERADOR

Dois tipos:

• Aerogerador com velocidade constante

• Aerogerador com velocidade variável


Aerogerador com
velocidade constante
AEROGERADOR COM VELOCIDADE CONSTANTE

• Maneira mais simples de se operar um aerogerador

• Usado gerador assíncrono conectado diretamente à rede

• Sistema mantém a frequência do gerador e a velocidade do rotor

• O torque da turbina varia com a velocidade do vento

• Escorregamento do gerador varia com o torque, ajustando a


potência
AEROGERADOR COM VELOCIDADE CONSTANTE

Relação da velocidade da ponta λ não pode ser mantida constante


durante a operação

Eficiência aerodinâmica alcança seu ótimo numa única velocidade do


rotor ( velocidade do vento de projeto da pá)
AEROGERADOR COM VELOCIDADE CONSTANTE

Para melhor ar a eficiência é comum geradores de indução de dupla


velocidade

Permite mudar a velocidade do rotor em dois estágios


• baixas velocidades do vento:
o gerador opera com uma rotação baixa
(número de polos maior)
• Altas velocidades de vento :
o gerador opera com alta velocidade rotacional
(número de polos menor)
AEROGERADOR COM VELOCIDADE CONSTANTE
AEROGERADOR COM VELOCIDADE CONSTANTE

Vantagens:
• não é necessário sistema de controle de velocidade do rotor
• regulação da velocidade do rotor simples, através da rede elétrica
• necessária somente a monitoração da velocidade do rotor
• projetos de custo mais baixo

Foi o primeiro sistema de controle de velocidade do rotor realmente confiável

Em combinação com o controle por estol na turbina, possui uma longa e bem
sucedida tradição na energia eólica

Não é mais usado nas grandes máquinas modernas


AEROGERADOR COM VELOCIDADE CONSTANTE
Aerogerador com
velocidade variável
AEROGERADOR COM VELOCIDADE VARIÁVEL

• Turbina eólica com controle de passo

• Sistema de controle de ângulo de passo das pás

• Ampla faixa de adaptações do passo para diferentes condições de


operação

Solução consolidada nos grandes aerogeradores atuais


AEROGERADOR COM VELOCIDADE VARIÁVEL
AEROGERADOR COM VELOCIDADE VARIÁVEL
AEROGERADOR COM VELOCIDADE VARIÁVEL
Vantagens:

• maior extração de energia do vento

• flutuações de potência pequenas com potência nominal

• cargas no rotor menores devido à ação das rajadas

• pequenas taxas de variação de passo

• baixa velocidade do rotor em condições de velocidade do vento


baixa reduz consideravelmente a emissão de ruído

• possibilita a redução adicional da velocidade do rotor para operação


com baixo nível de ruído à noite
Geradores eólicos
GERADORES EÓLICOS

Gerador Conexão
SÍNCRONO DIRETA

Gerador Conexão
ASSÍNCRONO CONVERSOR
GERADORES EÓLICOS
• As usinas elétricas geralmente usam geradores síncronos

• Geradores síncronos têm controle da frequência e das potências ativa e reativa

• Nas usinas convencionais:


turbina tem rotação constante ⇒ gerador tem rotação constante ⇒ frequência
gerada constante ⇒ geradores síncronos são mais adequados

• Aerogerador:
turbina tem rotação variável (função do vento) ⇒ solução tecnológica para a
frequência gerada

• Primeiros aerogeradores:
velocidade constante (quase), com controle por estol ⇒ geradores assíncronos
conectados diretamente à rede

• Grandes aerogeradores atuais:


velocidade variável ⇒ geradores síncronos ganham espaço

• Aerogeradores com geradores síncronos podem ser conectados diretamente à rede


elétrica, ou por meio de conversores estáticos (black-to-end)
Aerogerador com
gerador assíncrono
AEROGERADOR COM GERADOR ASSÍNCRONO

• Construção simples e barata


• Dispensa dispositivos de sincronismo

No entanto,
• Altas correntes de partida
• Demanda por potência reativa
AEROGERADOR COM GERADOR ASSÍNCRONO
Gerador conectado direto na rede:
A frequência da rede determina a rotação do gerador
Multiplicador acopla rotação do gerador (maior) com da turbina (menor)

ng f f n t = rotação da turbina [rpm]

nt = ng = n= ng = rotação do gerador [rpm]


r = relação de transmissão da caixa de engrenagens [adimensional]

r p r. p F = freqüência da rede [Hz]


P = número de pólos do gerador [adimensional]
AEROGERADOR COM GERADOR ASSÍNCRONO
Gerador conectado direto na rede
• Geradores de indução ligados diretamente à rede podem apresentar problemas
na operação em redes com baixo nível de curto-circuito, devido ao elevado
consumo de potência reativa em situações de subtensão

• As altas correntes de partida são suavizadas por um tiristor de controle, ou de


partida, de forma a controlar o instante da energização do gerador

• A demanda por energia reativa, característica do gerador assíncrono, pode ser


suprida pelo uso de autoexcitação

Gerador conectado direto na rede:


• com controle de escorregamento
• com gerador duplamente alimentado
AEROGERADOR COM GERADOR ASSÍNCRONO
Gerador conectado direto na rede, com controle de escorregamento

Controle de escorregamento, feito por meio do controle da resistência do rotor bobinado


O uso de enrolamento rotórico associado a uma resistência variável, em série, permite o
controle da velocidade do gerador pela variação do escorregamento, mantendo a frequência
elétrica do gerador no valor definido pelo sistema elétrico ao qual o aerogerador está
conectado
Esta alternativa permite uma melhoria do desempenho do gerador para diferentes velocidades
da turbina
AEROGERADOR COM GERADOR ASSÍNCRONO
Gerador conectado direto na rede, com gerador duplamente alimentado

Gerador de indução duplamente alimentado:


dois enrolamentos que apresentam velocidades síncronas diferentes
Há controle da frequência rotórica, por meio de um conversor de frequência ligado entre o
rotor e o estator
Aplicação de tensão ao enrolamento do rotor bobinado
Controle das potências ativa e reativa do gerador de indução, por meio de um controle do tipo
vetorial
Pode ser utilizado em aerogeradores de velocidade variável, com controle de passo da turbina
A operação é similar à de um gerador síncrono
AEROGERADOR COM GERADOR ASSÍNCRONO
Gerador conectado via conversora

• Necessidade de autoexcitação do gerador, por capacitores


• Usado em aerogeradores com velocidade variável
(isolamento galvânico com o sistema)
Aerogerador com
gerador síncrono
AEROGERADOR COM GERADOR SÍNCRONO
Conectado diretamente à rede

• A turbina eólica deverá ser de velocidade constante


• Haverá sempre pequenas variações da rotação da turbina em função das mudanças da
velocidade do vento, o que resultará em variações na frequência gerada
• Usada quando conectada a redes elétricas robustas que arrastem o gerador para a frequência
da rede
• Solução pobre tecnicamente, mas aceitável para aerogeradores de porte menor em redes
robustas
AEROGERADOR COM GERADOR SÍNCRONO
Conectado a rede via conversora

Aerogeradores de velocidade variável:


geradores síncronos conectados com conversores de frequência (back-to-end)
AEROGERADOR COM GERADOR SÍNCRONO
Conectado a rede via conversora

Sem caixa de engrenagens


Aerogeradores de velocidade variável:
geradores síncronos conectados com conversores de frequência (back-to-end)
AEROGERADOR COM GERADOR SÍNCRONO
Conectado a rede via conversora

• A conexão ao sistema elétrico é feita por meio de uma conversora de frequência:


– conjunto retificador/inversor
– tensão produzida pelo gerador síncrono , com frequência variável, é retificada
– corrente contínua retificada é invertida
– controle da frequência de saída feita eletronicamente por meio do disparo dos
tiristores da ponte inversora ⇒ frequência constante

• Ideia básica:
– Turbina eólica com velocidade variável
– Gerador eólico com velocidade variável ⇒ frequência variável
– Gerador isolado galvanicamente da rede, pela conversora
– Controle de frequência pela conversora ⇒ frequência constante
AEROGERADOR COM GERADOR SÍNCRONO
Conectado a rede via conversora
Vantagens:
– Controle de frequência
– Melhor controle de tensão
– Redução das flutuações de carga mecânica
– Permite o uso de conexão direta, sem caixa de engrenagens

Desvantagens:
– Altos esforços de construção
– Geração de harmônicos, associados à conversora de frequência
– Custo maior

Solução consolidada nos grandes aerogeradores


Caixa de engrenagens em
aerogeradores
USO DE MULTIPLICADOR EM AEROGERADORES

• Aerogerador com caixa de transmissão mecânica:


adapta a baixa rotação da turbina à mais alta do gerador
• Aerogerador sem multiplicador:
acoplamento direto

Usar ou não multiplicador:


Filosofia do fabricante, baseada em tradição, metas de desenvolvimento
tecnológico e custo total de fabricação e de gestão
Aerogeradores com
multiplicador
AEROGERADOR COM MULTIPLICADOR
AEROGERADOR COM MULTIPLICADOR

GERADOR MULTIPLICADOR
AEROGERADOR COM MULTIPLICADOR
A Nacele é alongada, comprida, de forma a caberem, em série:
• Gerador (o gerador de maior velocidade, com poucos polos, é mais comprido)
• Multiplicador
• Sistema de lubrificação do multiplicador
SISTEMA DE
RESFRIAMENTO

GERADOR

MULTIPLICADOR
AEROGERADOR COM MULTIPLICADOR

NACELE DE AEROGERADOR COM MULTIPLICADOR


Multiplicadores podem apresentar
vazamentos de óleo
Aerogeradores sem
multiplicador
AEROGERADOR SEM MULTIPLICADOR

• sem caixas de engrenagens

• número de peças mecânicas


consideravelmente reduzido

• sem elementos acopladores

• poucos elementos rotativos

• projeto da Nacele mais simples

• inexistência de sistema hidráulico

• menos manutenção

• menor emissão de ruído


AEROGERADOR SEM MULTIPLICADOR

Gerador multipolos (em anel)


AEROGERADOR SEM MULTIPLICADOR
Gerador multipolos (em anel)
AEROGERADOR SEM MULTIPLICADOR
Gerador multipolos (em anel)
AEROGERADOR SEM MULTIPLICADOR

Gerador multipolos
(em anel)
Movimentos do Aerogerador
MOVIMENTOS DO AEROGERADOR
PITCH (movimento das pás)
Objetivo:
• Início da geração (cut-in)
• Máxima potência da turbina até a velocidade nominal
• Manter a potência da turbina em velocidades de vento superiores à nominal, até o
cut-out
MOVIMENTOS DO AEROGERADOR
YAW (movimento da nacele)

Objetivo:
• Direcionar o rotor da turbina para a direção do vento
Performance de um
aerogerador
PERFORMANCE DE UM AEROGERADOR

Fatores que afetam a produção de energia:


• perdas (rendimento)
• indisponibilidades
• variações da velocidade do vento
• eficiência aerodinâmica da turbina
• eficiência do controle de potência do aerogerador
Rendimento de um
aerogerador
RENDIMENTO DE UM AEROGERADOR
Perdas que afetam o rendimento:
• Multiplicador:
Atrito entre as engrenagens
Minimizadas com o uso de óleo para lubrificação e refrigeração
• Gerador:
Perdas mecânicas, elétricas e magnéticas
Perdas mecânicas causadas pelo atrito das partes móveis, como mancais e ventilação
Perdas elétricas: efeito Joule na corrente dos enrolamentos
Perdas magnéticas: fluxos nos núcleo do estator e do rotor, provocam perdas por histerese,
correntes parasitas e saturação magnética
• Transformador:
Perdas eletromagnéticas semelhantes aos geradores
Não apresenta perdas mecânicas
• Sistemas elétricos:
Perdas associadas aos fenômenos eletromagnéticos, tais como: efeitos Joule e Corona,
dependendo do tipo de dispositivo.
Diferentes perdas estão presentes em equipamentos como: disjuntores, chaves, cabos,
tiristores, capacitores, conversoras
Rendimentos superiores a 95%
RENDIMENTO DE UM AEROGERADOR
O rendimento total do aerogerador leva em conta todas as perdas, de cada
componente, incluindo a turbina eólica
A potência elétrica gerada por um aerogerador é dada por:

1
P = C pηρAv 3

2
P = potência do aerogerador [W]
Cp= coeficiente de potência [adimensional]
η = rendimento do aerogerador [adimensional]
ρ = massa específica do ar [kg/m³]
A = área da seção transversal do rotor da turbina eólica [m²]
v = velocidade do vento que incide na turbina eólica [m/s]

A curva de potência apresenta as potências de saída do gerador


⇒ rendimento total do aerogerador
Disponibilidade de um
aerogerador
DISPONIBILIDADE DE UM AEROGERADOR

HD = número de horas disponíveis do aerogerador [h]


HP = número total de horas de existência do aerogerador [h]

A disponibilidade pode ser calculada para qualquer período: dia, mês, ano, etc

Para disponibilidade anual, HP = 8.760 h (8.784 h, para anos bissextos)


DISPONIBILIDADE DE UM PARQUE EÓLICO

Pi = potência do aerogerador i [W]


N = Número de aerogeradores [adimensional]
i = contador do número de aerogeradores [adimensional]
HDi = número de horas disponíveis do aerogerador i [h]
HPi = número total de horas de existência do aerogerador i [h]

A disponibilidade pode ser calculada para qualquer período: dia, mês, ano, etc

Para disponibilidade anual, HP = 8.760 h (8.784 h, para anos bissextos)


DISPONIBILIDADE DE UM AEROGERADOR
Algumas manutenções que provocam paradas (indisponibilidades):
• troca do óleo do sistema hidráulico
• revisão geral no gerador
• nivelamento e balanceamento do gerador
• correção de defeitos no controle das pás da turbina
• correção de defeitos na conversora de frequência
• manutenção corretiva das pás
• troca de pás
• troca de multiplicador
• etc.

O conhecimento do comportamento do vento no local permite que as programações de


parada dos aerogeradores, para manutenção, possam ser feitas em períodos de ventos mais
fracos e, desta forma, a redução na produção de energia pode ser minimizada
DISPONIBILIDADE DE UM AEROGERADOR
Como a produção de energia elétrica é feita em usinas, compostas por um grande
número de aerogeradores, por vezes na ordem de dezenas, as indisponibilidades
individuais das máquinas não trazem maiores transtornos na produção de energia
elétrica, uma vez que as manutenções podem ser programadas de forma escalonada

Os fabricantes de aerogeradores garantem disponibilidade de 97%

Cuidado!

Cálculos apresentados por alguns fabricantes filtram indisponibilidades


⇒ disponibilidade real pode ficar bem abaixo dos 97%
DISPONIBILIDADE DE UM AEROGERADOR

A indisponibilidade de um aerogerador pode representar uma redução


da geração de energia elétrica maior, ou menor, dependendo da
coincidência da indisponibilidade com a condição de vento no período
Aerogeradores
comerciais
AEROGERADORES COMERCIAIS

• Classe de um aerogerador

• Tamanho dos aerogeradores


Classe de um
aerogerador
CLASSE DE UM AEROGERADOR
IEC 61.400-1

Vref = velocidade do vento de referência (média no intevalo de 10 min) [m/s]


Iref = valor esperado médio da intensidade da turbulência, a 15 m/s [%]
A = categoria para características de turbulência mais alta [adimensional]
B = categoria para características de turbulência média [adimensional]
C = categoria para características de turbulência mais baixa [adimensional]
CLASSE DE UM AEROGERADOR
Intensidade de turbulência para as classes de aerogerador

Intensidade de Turbulência

Fonte: IEC 61.400-1


CLASSE DE UM AEROGERADOR
Velocidades extremas do vento para o aerogerador

Ve50 = velocidade extrema do vento, com um período de recorrência de 50 anos [m/s]


Ve1 = velocidade extrema do vento, com um período de recorrência de 1 ano [m/s]
Vref = velocidade do vento de referência (média no intervalo de 10 min) [m/s]
Z = altura [m]
Zhub = altura do cubo do aerogerador [m]

Fonte: IEC 61.400-1


Tamanho dos
aerogeradores
TAMANHOS DOS
AEROGERADORES

Fonte: IRENA
TAMANHOS DOS AEROGERADORES

Fonte: IRENA
TAMANHOS DOS AEROGERADORES
Evolução da capacidade nominal e do diâmetro dos rotores dos aerogeradores

Fonte: IRENA
TAMANHOS DOS AEROGERADORES

OFFSHORE

Fonte: IRENA
TAMANHOS DOS AEROGERADORES

OFFSHORE

Fonte: IRENA
TAMANHOS DOS AEROGERADORES

Foto: IRENA
Parques eólicos
Parque Eólico em planície
Parque Eólico em Coxilhas
Parque Eólico em Dunas
Parque
Eólico
em
serra
Parque Eólico Offshore
Parque Eólico Offshore

Foto: GWEC
Produção de energia de
um aerogerador
PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR
• A produção de energia de um aerogerador é o fator econômico
mais importante

• Incertezas na determinação da velocidade do vento e da curva de


potência do aerogerador contribuem para erros na predição da
energia gerada e levam a um risco financeiro mais elevado

• A estimativa da produção de energia é realizada em base anual,


uma vez que esta depende do comportamento do vento e, este,
apresenta variações sazonais ao longo do ano

• A produção anual de eletricidade é denominada de energia anual


gerada (EAG) ou Produção Anual de Energia (PAE)
PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR

EAG
PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR

EAG = Σ[ f (v).P (v)]⋅ 8760

v = velocidade do vento [m/s]


f(v) = frequência de ocorrência da velocidade do vento v [%]
P(v)= potência produzida pelo aerogerador na velocidade do vento v [kW]
PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR
A partir das medições de vento, fazer uma estatística da velocidade do vento

Histograma da velocidade do vento


a partir da tabela
PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR
Curva de Potência de um aerogerador de 2 MW

Gráfico da Curva de Potência do aerogerador


PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR
Relação entre curvas de potência e distribuição da velocidade do vento
12 2.600
% kW
2.400

2.200
10

2.000

1.800
8
1.600

1.400
6
1.200

1.000

4
800

600

2 400

200

0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Distribuição de Frequência do Vento Curva de Potência V (m/s)


PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR

EAG = Σ[ f (v).P (v)]⋅ 8760

v = velocidade do vento [m/s]


f(v) = frequência de ocorrência da velocidade do vento v [%]
P(v)= potência produzida pelo aerogerador na velocidade do vento v [kW]
Exemplo:
energia gerada num aerogerador
PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR
exemplo

Estatística da velocidade do vento no local


PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR
exemplo

Para:
v = 7 m/s ⇒ f(v) = 13,617

Ou seja:
A velocidade do vento será de 7 m/s
durante 13,617 % do período
PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR
exemplo

Curva de potência do aerogerador


PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR
exemplo
Exemplo

Para
v = 7 m/s ⇒ P(v) = 400 kW

Ou seja,
O aerogerador vai gerar 400 kW
de potência durante 13,617 %
do tempo, no período
PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR
exemplo

EAG
Energia Anual Gerada
PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR
Exemplo

Passos para a determinação da


Energia Anual Gerada (EAG)

f(7).P(7)

f(10).P(10)

Σ f(v).P(v)
PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR
Exemplo
Fazendo o mesmo cálculo para cada v, teremos a energia gerada no período:

EAG = Σ[ f (v).P (v)]⋅ 8760


EAG = 694,6 ⋅ 8760
EAG = 6.084.696 kWh
EAG = 6.085 MWh
EAG = 6,1 GWh
PRODUÇÃO DE ENERGIA DE UM AEROGERADOR
O cálculo da EAG necessita da estatística da velocidade do vento, que
pode ser obtida:
1. A partir de medições de vento no local:
mais preciso
2. Através da função de Weibull no local em estudo:
se obtida a partir das medições de vento no local, apresenta boa
precisão
3. A partir da função da Rayleigh:
aproximação para estudos preliminares

A estimativa da EAG de um parque eólico é realizada pelo somatório das


produções de energia individuais de cada aerogerador que compõe o
parque eólico
Fator de capacidade
de um aerogerador
FATOR DE CAPACIDADE DE UM AEROGERADOR
Relação entre a energia elétrica gerada pelo aerogerador e sua
capacidade de produção

Geralmente calculado no período de um ano

EAG
FC =
8760 ⋅ P
FC = fator de capacidade [adimensional ou %, se multiplicado por 100]
EAG = energia anual gerada [kWh]
P = potência nominal [kW]
FATOR DE CAPACIDADE DE UM AEROGERADOR
FATOR DE CAPACIDADE DE UM AEROGERADOR
Também pode ser expresso em número de horas/ano de plena geração

EAG
FC =
P

FC = fator de capacidade [adimensional ou %, se multiplicado por 100]


EAG = energia anual gerada [kWh]
P = potência nominal [kW]
FATOR DE CAPACIDADE DE UM AEROGERADOR

FATORES DE CAPACIDADE DE UM AEROGERADOR COMERCIAL, EM FUNÇÃO DA VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO NO LOCAL

Velocidade do vento Energia anual gerada1 Fator de capacidade Fator de capacidade


(m/s) (MWh) (%) (h/ano)

4 2.063 13,1 1146


5 3.748 23,8 2082
6 5.500 34,9 3055
7 7.095 45,0 3942
8 8.451 53,6 4695
9 9.553 60,6 5307
10 10.408 66,0 5782
11 11.025 69,9 6125
1
Válida para a distribuição de Rayleigh, para um aerogerador Vestas V100 (1,8 MW)
FATOR DE CAPACIDADE DE UM AEROGERADOR

Fator de Capacidade (%) Fator de Capacidade (h/ano)

25 2.190

30 2.628

35 3.066

40 3.504

45 3.942

50 4.380
Probabilidades da geração de
energia de um aerogerador
PROBABILIDADES DA GERAÇÃO DE ENERGIA
A produção anual de energia representa a estimativa de geração no ano,
com base na distribuição estatística ou na função densidade de
probabilidade da velocidade do vento. Portanto, é a média do período
Assume-se que a geração de energia tem comportamento gaussiano, ou
seja, comporta-se conforme a Distribuição Normal (Distribuição de Gauss)
PROBABILIDADES DA GERAÇÃO DE ENERGIA
P50 é a geração excedente, ou nível de confiança, com 50% de
probabilidade de ocorrência
A média (µ) é o valor de geração que apresenta esse nível de confiança
PROBABILIDADES DA GERAÇÃO DE ENERGIA
P90 é a geração excedente, ou nível de confiança, com 90% de
probabilidade de ocorrência
O desvio da média em 1,2816.σ (desvio padrão) é o valor de geração
que apresenta esse nível de confiança
PROBABILIDADES DA GERAÇÃO DE ENERGIA
Probabilidade Desvio da Média
50% 0 σ = desvio padrão
75% 0,6745 σ µ = média
P90= 90% de probabilidade de ocorrência acima do valor
80% 0,8420 σ
85% 1,0360 σ
90% 1,2816 σ
95% 1,6449 σ

P90
PROBABILIDADES DA GERAÇÃO DE ENERGIA
Regulado no Brasil (EPE) P90ac = P90 certificado
P50ac = P50 certificado
Incerteza padrão = certificada
(calculada conforme normas e procedimentos ABNT/INMETRO)
MUITO OBRIGADO

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