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19/08/2023, 01:35 SEI/CADE - 1268589 - Parecer

Ministério da Justiça e Segurança Pública - MJSP


Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE
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Telefone: (61) 3221-8438 - www.gov.br/cade
  

PARECER Nº 302/2023/CGAA5/SGA1/SG

PROCESSO Nº 08700.005296/2023-74

REQUERENTES: WEG EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS S.A. E 2W INVESTMENT LLC

Ementa:  Ato de Concentração. Lei nº 12.529/2011.


Procedimento Sumário. Requerentes:  WEG Equipamentos
Elétricos S.A. e 2W Investment LLC. Natureza da operação:
  aquisição de participação societária. Mercados  afetados:
geração de energia elétrica eólica e comercialização de
aerogeradores (turbinas eólicas). Art. 8º, inciso  IV,
Resolução CADE nº 33/22. Aprovação sem restrições.

VERSÃO DE ACESSO PÚBLICO

 
I.                       REQUERENTES
I.1.                    WEG Equipamentos Elétricos S.A. ("WEG Equipamentos" ou "Compradora")
1. A WEG Equipamentos e a WEG Linhares (“WEG Linhares”) são sociedades por ações, de capital fechado, que
assim como as demais entidades do Grupo WEG são, em última instância, controladas direta e/ou indiretamente pela WEG
S.A. 
2. O Grupo WEG está presente em mais de 100 países e possui operações fabris no Brasil, Argentina, Colômbia,
EUA, Espanha, México, Alemanha, Áustria, Portugal, Itália, África do Sul, Índia, Turquia, Argélia e China.
3. O Grupo WEG auferiu, no Brasil, no ano anterior à operação, faturamento acima de R$ 750 milhões (superior
aos dois patamares de notificação obrigatória fixados no art. 88 da Lei 12.529/11, posteriormente alterado pela Portaria
Interministerial MF/MJ nº 994/12).
 
I.2.                    2W Investment LLC. ("2W" ou "Vendedora")
4. A 2W Investment LLC. é controlada, em última instância, pela 2W Ecobank S.A., (“2W Ecobank”), uma
plataforma de negócios voltada para a aquisição de energia renovável, oferecendo serviços financeiros ligados à
sustentabilidade e à redução da emissão de carbono pelas empresas, segundo as Requerentes.
5. A atuação da 2W Ecobank concentra-se na comercialização exclusiva de energia para o mercado livre. A 2W
Ecobank controla o Grupo 2W Energia, que oferece, além da comercialização de energia renovável, consultoria de
sustentabilidade e finanças verdes a seus clientes.
6. O Grupo 2W Energia auferiu, no Brasil, no ano anterior à operação, faturamento acima de R$ 750 milhões
(superior aos dois patamares de notificação obrigatória fixados no art. 88 da Lei 12.529/11, posteriormente alterado pela
Portaria Interministerial MF/MJ nº 994/12).
 
II.                       ASPECTOS FORMAIS DA OPERAÇÃO
 
Quadro 1 - Aspectos formais da operação

Ato de Concentração de
Sim
notificação obrigatória?

Taxa processual foi Sim, conforme Despacho Ordinatório


recolhida? SECONT (SEI 1263307)

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Data da notificação 20/07/2023

O Edital nº 349, que deu publicidade à


Data da publicação do
operação em análise, foi publicado no dia
edital
02/08/2023 (SEI 1266300)

 
III.                     DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO 
7. A operação consiste numa proposta de investimento, pela WEG, para exploração conjunta com a 2W de três
usinas eólicas localizadas em Currais Novos, no estado do Rio Grande do Norte.
8. De acordo com as Requerentes, a Operação será implementada por meio da subscrição de ações, pela WEG
Equipamentos e WEG Linhares, representativas de [ACESSO RESTRITO] respectivamente, do total de ações ordinárias
emitidas pela Anemus e de [ACESSO RESTRITO] do valor do capital social total da Anemus, uma holding atualmente detida
integralmente pela 2W.
9. A Anemus, por sua vez, é detentora de 100% do capital social das SPEs, cada uma constituída exclusivamente
por projetos de geração de energia elétrica na matriz eólica, quais sejam:
I- [ACESSO RESTRITO];
II - [ACESSO RESTRITO];
III - [ACESSO RESTRITO].
10. A tabela abaixo apresenta todos os parques eólicos das SPEs, contendo a localidade, matriz energética e
potência outorgada:
Figura 1 – Usinas do Projeto Anemus [ACESSO RESTRITO]
Fonte: Requerentes
 

11. De acordo com as Requerentes, [ACESSO RESTRITO].


12. Além disso, [ACESSO RESTRITO].
13. Segue abaixo a estrutura societária das empresas afetadas antes e depois da Operação:
Figura 2 – Antes e depois da Operação [ACESSO RESTRITO]
Fonte: Requerentes[1].
 

14. De acordo com as Requerentes, o valor da Operação é de [ACESSO RESTRITO]. 


15. Como justificativa para a realização da Operação, as Requerentes explicam que, para o Grupo WEG, a
Operação representa uma oportunidade para suprir parte de sua demanda  de energia elétrica sob o regime
de  autoprodução de energia por equiparação, utilizando-se da experiência do Grupo 2W.  Já para o Grupo 2W Energia, a
Operação representa uma oportunidade de capitalização, garantindo  uma receita estável e previsível pelos
próximos [ACESSO RESTRITO], o que proporcionará maior segurança financeira para seus investimentos em infraestrutura de
geração eólica.
16. As Requerentes informaram que a Operação também encontra-se sujeita à aprovação da Agência Nacional de
Energia Elétrica - ANEEL e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE.
 
IV.                     ENQUADRAMENTO LEGAL (ART. 8º, RES. CADE Nº 33/2022)
17. IV – Baixa participação de mercado com integração vertical.
 
V.                       PRINCIPAIS INFORMAÇÕES SOBRE A OPERAÇÃO
 
Quadro 2 - Efeitos da operação

Sobreposição
Não
horizontal

Integração vertical Sim

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Mercado de (i)  produção/fabricação de turbinas


eólicas (a montante) e (ii) mercado geração de
Setores em que há energia elétrica de fonte eólica (a jusante)
integração vertical Mercado de (i) geração de energia elétrica (a
montante) e mercado de (ii) comercialização de
energia elétrica (a jusante)

Participações de
Reduzidas 
mercado

 
VI.                     CONSIDERAÇÕES SOBRE A OPERAÇÃO
VI.1.                  Considerações Iniciais
18. A  atuação do Grupo WEG pode ser dividida em cinco segmentos: a) motores elétricos; b) automação; c)
energia; d) transmissão e distribuição; e e) tintas e vernizes. 
a) Transmissão e distribuição: o Grupo WEG fabrica, comercializa e presta serviços de manutenção e
repotenciação para transformadores de potência, transformadores de instrumentação e subestações;
b) Motores elétricos: a WEG fabrica e comercializa motores monofásicos (utilizados para a fabricação de
bens de consumo durável), motores elétricos de baixa e alta/média tensão (utilizados na fabricação de
compressores, bombas e ventiladores, entre outros), motores síncronos, motores de anéis e motores de
corrente contínua. Por meio da joint venture WEG-Cestari (controladora da Geremia Redutores), o Grupo
WEG também oferta motorredutores e redutores;
c) Automação: o Grupo WEG fabrica e comercializa equipamentos e serviços de automação industrial,
painéis de controle e serviços de integração de sistemas e serviços de manutenção (drives & controls);
d) Energia: o Grupo WEG fabrica e comercializa geradores elétricos para usinas hidráulicas e térmicas
(biomassa), turbinas hidráulicas (PCH’s), turbinas a vapor e aerogeradores (turbinas eólicas);
e) Tintas e vernizes: o Grupo WEG fabrica e comercializa tintas líquidas, tintas em pó, tintas para repintura
de automóveis, vernizes eletroisolantes (para isolamento elétrico) e diluentes. Esses produtos podem ser
aplicados na construção naval até na fabricação de produtos da linha branca.
19. As linhas de negócios para as quais o Grupo WEG fabrica e comercializa bens de capital podem ser ilustradas
por meio da imagem abaixo:
Figura 3 - Destinação dos produtos e serviços do Grupo WEG

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Fonte: Requerentes.
 

20. Além disso, as Requerentes informam que o Grupo WEG também produz internamente vários bens e serviços
que são consumidos de forma cativa pelas empresas do grupo e, por conseguinte, não disponibilizados no mercado[2]. 
21. Como mencionado anteriormente, a Operação concerne  à proposta de investimento das Compradoras nas
SPEs (Projeto Anemus) para exploração conjunta com a 2W das atividades de um parque com três usinas eólicas localizadas
em Currais Novos/RN, [3] [ACESSO RESTRITO].
22. Tendo em vista que o  Grupo WEG atua, dentre outras atividades, na produção de aerogeradores (turbinas
eólicas) e as SPEs atuam (ou atuarão quando sua construção for finalizada) na geração e na distribuição de energia elétrica
de matriz eólica, a Operação ensejará integração vertical entre:
I- a produção de aerogeradores pela WEG e (ii) a geração de energia pelas SPEs; e 
II - a geração de energia elétrica pelo Projeto Anemus e (ii) o consumo de energia pelo Grupo WEG.
23. As Requerentes informaram que não haveria sobreposição horizontal decorrente da Operação.
 
VI.2.                  Dos mercados afetados pela Operação
24. O setor de energia elétrica é essencialmente composto por usinas de geração de energia, espalhadas por todo
o país, e por linhas de transmissão e distribuição, as quais conjuntamente produzem, transportam e distribuem eletricidade,
um produto intangível usado indiretamente para iluminar, mover, aquecer ou transformar qualquer outra forma de energia.
25. Segundo a jurisprudência do CADE[4], a cadeia de fornecimento do setor de eletricidade é a seguinte:  (i)
geração de energia elétrica; (ii) distribuição de energia elétrica; (iii) transmissão de energia elétrica; e (iv) comercialização de
energia elétrica.
26. O mercado de geração de energia elétrica tem sido analisado por este Conselho[5] na dimensão produto tanto
(i) sob uma perspectiva  mais ampla, considerando o mercado de geração de energia como um todo, quanto (ii) sob uma
perspectiva mais conservadora, segmentado de acordo com a matriz energética produtora de energia (hidrelétrica, térmica,
eólica ou solar).
27. Quanto à dimensão geográfica, pode-se analisar  o cenário (i) nacional, contemplando  todos os subsistemas
regionais que compõem o SIN; ou (ii) em um cenário mais restritivo e conservador, por subsistemas, segundo a classificação
adotada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS): (a) Subsistema Sudeste/Centro-Oeste; (b) Subsistema Sul; (c)
Subsistema Nordeste; e (d) Subsistema Norte.

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28. As Requerentes informam que, no mercado à jusante dos fabricantes de equipamentos originais (OEMs), os


usuários finais das turbinas eólicas são tipicamente empresas públicas, geradoras independentes de energia elétrica (como é
o caso das SPEs) ou investidores financeiros. No caso de turbinas onshore, os clientes também incluem comunidades
(municípios) ou pequenos proprietários de terras, como os fazendeiros. Em alguns casos, as turbinas eólicas são vendidas a
um desenvolvedor de projetos, que seleciona o modelo de turbina eólica, constrói o parque eólico e depois vende o parque
eólico aos clientes finais.
29. No que concerne ao mercado de fabricação de produtos para projetos de geração de energia elétrica eólica, as
Requerentes explicam que as turbinas eólicas[6]  convertem a energia do vento em eletricidade para fornecer energia
diretamente ou para comercialização mediante a rede elétrica. Elas podem ser instaladas onshore ou offshore e, no Brasil, a
maioria das turbinas eólicas estão em instalações onshore[7]. As turbinas eólicas são constituídas por diversos componentes,
que incluem uma torre, pás, cubos rotores hubs e a nacele (a caixa que abriga diversos componentes, tais como o rotor da
turbina principal, a caixa de câmbio, o gerador, o conversor e o sistema de controle).
30. Em precedentes, a  jurisprudência do CADE considerou  como um único mercado relevante todos os
equipamentos destinados a geração de energia a partir de uma matriz energética específica[8], com possíveis segmentações
relacionadas ao tamanho da turbina eólica, potência e aplicação.
31. Em 2015, ao analisar a aquisição de certos negócios da ALSTOM pela GE[9], incluindo o negócio de turbinas
eólicas, o CADE considerou o mercado de aerogeradores como "turbinas eólicas utilizadas em instalações onshore".
Posteriormente em outros precedentes[10] e, mais recentemente no Ato de Concentração nº 08700.002453/2019-11 (Wind
Power/Sowitec), o CADE reafirmou esse entendimento, não segmentando o mercado. No tocante à dimensão geográfica,
na mesma ocasião, o CADE considerou o mercado como sendo nacional.
 
VI.3.                  Das integrações verticais 
32. As Partes entendem que a integração entre o mercado de aerogeradores (pela WEG) e o mercado de geração
de energia elétrica (pelas SPEs) seria pré-existente, porquanto a WEG celebrou com a 2W um contrato comercial anterior à
Operação, fornecendo  aerogeradores e demais produtos e serviços para o Projeto Anemus. Ademais, reiteram as Partes,
[ACESSO RESTRITO]. 
33. De toda forma, passa-se à análise das participações de mercado informadas pelas Requerentes nos mercados
relevantes nos quais foram observadas as integrações verticais.
Tabela 1 – Participação no mercado de turbinas eólicas no Brasil [ACESSO RESTRITO]

Fonte: Requerentes, com base em ePowerBay.


 

34. Consoante dados de participação verificados na tabela 1,  o market share do Grupo WEG no mercado de
fabricação de turbinas eólicas, considerando a capacidade instalada acumulada conectada ao  grid  entre 2018 e 2022
(últimos 5 anos), é [ACESSO RESTRITO], reforçando a conclusão de que referida integração vertical não resulta em qualquer
preocupação concorrencial de fechamento de mercado.
35. No que diz respeito ao mercado de geração de energia elétrica, as 3 (três) usinas eólicas que compõem o
Projeto Anemus atingem [ACESSO RESTRITO] de potência outorgada (kW) em geração de energia elétrica de matriz eólica,
consoante observado nas tabelas abaixo:
Tabela 2 – Participação no mercado de geração de energia elétrica - Nacional (2023)
[ACESSO RESTRITO]

Fonte: Requerentes, com base no Sistema de Informação de Geração da Aneel – SIGA.


 

Tabela 3 – Participação no mercado de geração de energia elétrica de matriz eólica - Nacional (2023)
[ACESSO RESTRITO]
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Fonte: Requerentes, com base no Sistema de Informação de Geração da Aneel – SIGA.


 

Tabela 4 – Participação no mercado de geração de energia elétrica - Subsistema NE (2023)


[ACESSO RESTRITO]

Fonte: Requerentes, com base no Sistema de Informação de Geração da Aneel – SIGA.


 

Tabela 5 – Participação no mercado de geração de energia elétrica de matriz eólica - Subsistema NE (2023)
[ACESSO RESTRITO]

Fonte: Requerentes, com base no Sistema de Informação de Geração da Aneel – SIGA.


 

36. Observa-se que a participação de mercado das UFVs na geração de energia elétrica é, em qualquer
cenário,  inferior a  (0-10%) [ACESSO RESTRITO][11].  Da mesma forma, conforme dados de participação do Grupo WEG no
mercado a montante, também é baixa a participação da WEG no segmento de turbinas eólicas: (0-10%) [ACESSO RESTRITO].
37. Logo, pode-se concluir que as participações das Requerentes nos mercados em que há integração vertical são
inferiores ao percentual de 30% estabelecidos na Resolução nº 33/2022 do CADE como parâmetro mínimo  para que haja
possibilidade de adoção de condutas verticais de fechamento de mercado, seja no mercado à jusante de geração de energia
elétrica, seja no segmento à montante de fabricação de turbinas eólicas para geração de energia elétrica.
38. No que diz respeito à relação de consumo de energia, o  Grupo WEG consumiu [ACESSO RESTRITO] MW
médios, sendo [ACESSO RESTRITO] MW médios no ACR e [ACESSO RESTRITO] MW médios no ACL. Logo, o consumo de
energia do Grupo WEG representou [ACESSO RESTRITO] do total do consumo no ACR[12] e [ACESSO RESTRITO] do total do
consumo no ACL[13],  respectivamente;  indicando que a capacidade de oferta do  empreendimento para o consumo de
energia pelo Grupo  WEG não é significante frente a oferta total de energia.
39. Desse modo, entende-se que a implementação do Projeto Anemus representa a entrada do Grupo WEG nos
mercados de geração e comercialização de energia elétrica. Levando em conta que o propósito específico da implementação
do projeto  é suprir parte da demanda de energia elétrica do Grupo WEG, a Operação  não se afigura preocupante,
considerando a participação  inferior a 10% em qualquer cenário considerado. Ademais, as Partes declaram que qualquer
excedente proveniente da geração de energia das UFVs será comercializado - promovendo um incremento na oferta de
energia elétrica neste mercado.
40. Portanto, a integração vertical resultante da Operação não resulta em qualquer preocupação concorrencial de
fechamento de mercado, porquanto as participações nos segmentos de geração e comercialização de energia elétrica
situam-se abaixo do patamar de 10%.
 
VI.4.                  Considerações finais 
41. Por fim, poder-se-ia aventar uma potencial  integração vertical entre o fornecimento de transformadores e
subestações (que o Grupo WEG fabrica) e a infraestrutura utilizada na construção das centrais geradoras eólicas. No entanto,
as Requerentes declaram que tais produtos, embora possam ser utilizados na infraestrutura de centrais geradoras eólicas,
não foram e não serão fornecidos pelo Grupo WEG para o Projeto Anemus. Assim, depreende-se  que não há qualquer
relação de fornecimento ou integração vertical entre o Grupo WEG e o Projeto Anemus no que se refere a transformadores e
subestações.
42. De toda forma, ainda que se considerasse essa potencial integração vertical, as Requerentes esclarecem que
tal relação seria incapaz de levantar quaisquer preocupações concorrenciais, porquanto: (i) a representatividade das SPEs na
geração de energia é inferior a (0-10%) [ACESSO RESTRITO] em qualquer cenário de mercado relevante e (ii) o CADE analisou
as participações do Grupo WEG nesses segmentos recentemente[14] e concluiu que a participação da WEG nos mercados de
transformadores e subestações ficaria abaixo de 30%[15], afastando a hipótese de fechamento de mercado.

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43. Considerando todo o exposto, esta SG conclui que a presente operação não levanta maiores preocupações em
termos concorrenciais, em função das baixas participações de mercado detidas pelas Requerentes nos mercados
verticalmente relacionados. Assim, o ato de concentração pode ser aprovado sob o rito sumário, enquadrando-se no art. 8º,
inciso IV, da Resolução 33/2022 do CADE.
 
VII.                   CLÁUSULA DE NÃO-CONCORRÊNCIA 
44. Segundo as Requerentes, o contrato que formaliza a Operação não contempla cláusulas de não concorrência.
 
VIII.                  CONCLUSÃO
45. Aprovação sem restrições.
____________________________
 
[1] Segundo as Requerentes, [ACESSO RESTRITO].
[2] De acordo com as Requerentes, tais bens e serviços são compostos por: (i) central de chapas de aço: produção de rotores e estatores utilizados nos
motores elétricos, de rotores e estatores utilizados nos geradores e núcleos de transformadores, incluindo os processos de corte, estampagem e
tratamento térmico do aço; (ii) central de fundição: fornecimento de carcaças e tampas em ferro fundido para os motores elétricos e geradores; (iii)
central de usinagem: operações de corte, furação e preparação final das carcaças, tampas e eixos de motores elétricos e geradores, bem como pela
produção dos eixos dos motores e geradores; e (iv) fábrica de fios: produção de diversos tipos de fios de cobre e de alumínio, utilizados nos motores,
geradores e transformadores fabricados pelo Grupo WEG.
[3] As Requerentes pontuam que a autoprodução se distingue da geração distribuída de energia, modalidade que foi analisada em precedentes
recentes do CADE como um mercado relevante específico e distinto da geração centralizada de energia elétrica. Embora as duas sejam modalidades de
geração própria de energia elétrica, elas se destinam a consumidores que se encontram em diferentes ambientes de contratação. A autoprodução se
vincula ao autoprodutor enquanto consumidor de energia que está no ACL, conhecido como mercado livre de energia. De outro lado, a geração
distribuída é uma modalidade que se aplica aos consumidores que estão no ACR.
[4] Vide ACs nº 08700.004268/2020-97; nº 08700.005174/2018-11; nº 08700.005393/2018-08; nº 08700.005391/2018-19 e nº 08700.004251/2018-
15.
[5] Vide ACs nº 08700.004268/2020-97; nº 08700.007182/2018-00; nº 08700.006337/2018-82 e nº 08700.005174/2018-11.
[6] As Requerentes informam que existem diferentes níveis de complexidade na terceirização da produção de componentes para turbinas eólicas: (i)
quando o fabricante OEM projeta o componente e o componente é fabricado por um outro fornecedor; (ii) quando o fornecedor OEM define o
conceito e o fornecedor projeta e fabrica o componente com base no conceito definido pelo fornecedor OEM; ou (iii) quando o fornecedor terceirizado
possui componentes de reposição que são adquiridos pelos fabricantes OEM.
[7] Vide AC nº 08700.002453/2019-11 (Wind Power/Sowitec).
[8] Vide AC nº 08012.011131/2004-27. Requerentes: Siemens AG e VA Technologies AG.
[9] Vide AC nº 08700.011935/2014-40. Requerentes: General Electric Company e Alstom Holdings
[10] Vide ACs nº 08700.000792/2014-40; nº 08700.006538/2016-18; e nº Ato de Concentração nº 08700.007629/2016-71.
[11] As Partes declaram que, [ACESSO RESTRITO].
[12] As Requerentes informam que o consumo total no ACR no Brasil foi de 42.449 MW médios, em dezembro de 2022. Fonte: Dados de consumo CCEE
nos últimos 12 meses, disponíveis em: https://www.ccee.org.br/dados-e-analises/consumo. Acesso em 10 de abril de 2023.
[13] O consumo total no ACL no Brasil foi de 23.707 MW médios, em dezembro de 2022. Fonte: Dados de consumo CCEE nos últimos 12 meses,
disponíveis em: https://www.ccee.org.br/dados-e-analises/consumo. Acesso em 10 de abril de 2023.
[14] Vide AC nº 08700.005599/2021-25. Requerentes: WEG Equipamentos Elétricos S.A. e Balteau Group Participações S.A.
[15] Para fins de completude, as Requerentes esclarecem que, [ACESSO RESTRITO].

Documento assinado eletronicamente por Alexandre Barreto de Souza, Superintendente-Geral, em 07/08/2023, às


18:43, conforme horário oficial de Brasília e Resolução Cade nº 11, de 02 de dezembro de 2014.

Documento assinado eletronicamente por Ednei Nascimento da Silva, Coordenador-Geral, em 07/08/2023, às 18:49,
conforme horário oficial de Brasília e Resolução Cade nº 11, de 02 de dezembro de 2014.

Documento assinado eletronicamente por Vinicius Fonseca Barcelos, Economista, em 07/08/2023, às 19:14, conforme
horário oficial de Brasília e Resolução Cade nº 11, de 02 de dezembro de 2014.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site sei.cade.gov.br/autentica, informando o código verificador
1268589 e o código CRC F0C5FDEC.

Referência: Processo nº 08700.005296/2023-74 SEI nº 1268589

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