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Máquinas Assíncronas
1. Introdução
✓ As máquinas assíncronas são também conhecidas como máquinas de
indução, podendo ser monofásicas ou trifásicas.
✓ Seu funcionamento se dá em corrente alternada – CA por meio de
aplicação de tensão CA diretamente no estator.
✓ A(s) corrente(s) alternada no estator produz fluxo magnético variante no
tempo que por sua vez é capaz de produzir fem no rotor.
✓ Nas máquinas trifásicas (motor de indução trifásico – MIT), os
enrolamentos do estator são distribuídos da mesma forma que em uma
máquina síncrona trifásica.
Conversão Eletromecânica de Energia
2. Objetivos
✓ Compreender as diferenças fundamentais entre um motor síncrono e um
motor de indução;
✓ Compreender o conceito de escorregamento de rotor e sua relação com a
frequência do rotor.
✓ Compreender e ser capaz de utilizar o modelo equivalente de um motor de
indução;
✓ Compreender os fluxos de potência e o diagrama de fluxo de potência de
um motor de indução;
✓ Ser capaz de usar a equação da curva característica de conjugado versus
velocidade.
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3. Aplicações
Industriais
➢ Acionamento em velocidade constante – bombas, esteiras transportadoras,
ventiladores, sistemas de ventilação, sistemas de refrigeração, ar
condicionado, prensas.
Domésticas
➢ Aparelhos de ar condicionado, máquinas de lavar, geladeiras, ventiladores.
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4. Aspectos construtivos
Motor de indução trifásico – MIT de rotor em gaiola:
Conversão Eletromecânica de Energia
Conversão Eletromecânica de Energia
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5. Princípio de Funcionamento
Máquina de 2 polos – Análise de estator
𝑁∙𝑖
− −𝜋≤ 𝜃𝑚 < −𝜋2
2
𝑁∙𝑖 𝜋
𝐹 𝜃𝑚 = + −2≤ 𝜃𝑚 < 𝜋2
2
𝑁∙𝑖 𝜋
− 2 ≤ 𝜃𝑚 < 𝜋
2
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𝑁∙𝑖
− −𝜋≤ 𝜃𝑚 < −𝜋2
2
𝑁∙𝑖 𝜋
𝐹 𝜃𝑚 = + −2≤ 𝜃𝑚 < 𝜋2
2
𝑁∙𝑖 𝜋
− 2
≤ 𝜃𝑚 < 𝜋
2
• Explicitamente:
4 𝑁𝑖 1 1
𝐹 𝜃𝑚 = ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝜃𝑚 − 𝑐𝑜𝑠 3𝜃𝑚 + 𝑐𝑜𝑠 5𝜃𝑚 − ⋯
𝜋 2 3 5
4 𝑁𝑖
• Fundamental: 𝐹1 𝜃𝑚 = ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝜃𝑚
𝜋 2
(linha pontilhada)
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4 𝑘𝑎 𝑁𝑎
𝐹1 𝜃𝑚 = ∙ ∙ 𝑖 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝜃𝑚
𝜋 2
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4 𝑘𝑎 ∙ 𝑁𝑎
• Uma camada 𝐹1 (𝜃𝑚 ) = ∙ ∙ 𝑖𝑎 ∙ cos(𝑝 ∙ 𝜃𝑚 )
𝜋 2∙𝑝
4 𝑘𝑎 ∙ 𝑁𝑎
• Duas camadas 𝐹1 (𝜃𝑚 ) = ∙ ∙ 𝑖𝑎 ∙ cos(𝑝 ∙ 𝜃𝑚 )
𝜋 𝑝
2p número de polos;
Na número de espiras série
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4 ∙ 2 𝑘𝑎 ∙ 𝑁𝑎 ∙ 𝐼𝑒𝑓
𝐹1 =
𝜋 𝑝
Fase A
Fase B
Fase C
6 ∙ 2 𝑘𝑎 ∙ 𝑁𝑎 1 camada (A·esp)
𝐼
𝜋 2 ∙ 𝑝 𝑒𝑓
𝐹𝑒 =
6 ∙ 2 𝑘𝑎 ∙ 𝑁𝑎
𝐼
𝜋 2 ∙ 𝑝 𝑒𝑓 2 camadas (A·esp)
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𝜔𝑠 2∙𝜋∙𝑓𝑒 60∙𝑓𝑒
𝜔𝑠 = = (rad/s) 𝜔𝑠 = (rpm)
𝑝 𝑝 𝑝
• Exemplos:
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𝜔𝑠− 𝜔𝑟
S=
𝜔𝑠
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𝑠 ∙ 𝑛𝑠 + 𝑛 = 𝑠 ∙ 𝑛𝑠 + 1 − 𝑠 = 𝑛𝑠
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Produção de torque
𝜋 𝑝𝑜𝑙𝑜𝑠 2
T =− ∙ ∙ 𝛷𝑠𝑟 ∙ 𝐹𝑟 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛿𝑟 (máquina síncrona)
2 2
Correntes de rotor
r 90 r 90
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T =−𝐾 ∙ 𝐼𝑟 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛿𝑟
𝛿𝑟 = 90𝑜 + ∅2
𝑋𝑅 = 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑓2 ∙ 𝐿𝑙2 = 𝑠 ∙ 𝜔𝑒 ∙ 𝐿𝑙2 = 𝑠 ∙ 𝑋2
Rotor:
2
𝑉
= 𝑅2 + 𝑗 ∙ 𝑠𝑋2
𝐼መ2
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➢ E2s e I2s devem se relacionar com as grandezas de estator E2 e I2, visto que
estas grandezas estão em frequências diferentes.
➢ E2s está numa frequência determinada pela velocidade relativa entre o fluxo
(campo girante) e os enrolamentos de rotor.
𝐸2𝑠 𝑠∙𝐸2𝑠
= = 𝑅2 + 𝑗 ∙ 𝑠𝑋2
𝐼መ2𝑠 𝐼መ2
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𝐸2𝑠 𝑠∙𝐸2𝑠 1 1
= ∙ = (𝑅2 + 𝑗 ∙ 𝑠𝑋2 ) ∙
𝐼መ2𝑠 𝐼መ2 𝑠 𝑠
𝐸2 𝑅2
= + 𝑗 ∙ 𝑋2
𝐼መ2 𝑠
➢ O circuito elétrico equivalente do motor de indução por fase pode então ser
representado conforme segue:
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Ponto 1 Ponto 2
𝑃𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑜𝑟 = 3 ∙ 𝑅1 ∙ 𝐼12
Desprezando-se as perdas em Rc, tem-se que as perdas no estator podem
ser determinadas por:
𝑃𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑜𝑟 = 𝑃𝑒𝑛𝑡 − 𝑃𝑔
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𝑃𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = 3 ∙ 𝑅2 ∙ 𝐼22
𝑅2 2
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑃𝑔 − 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 =3∙ ∙ 𝐼2 − 3 ∙ 𝑅2 ∙ 𝐼22
𝑠
1
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 3 ∙ 𝑅2 ∙ − 1 ∙ 𝐼22
𝑠
Portanto:
𝑃𝑚𝑒𝑐 = (1 − s) ∙ 𝑃𝑔 e 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = s ∙ 𝑃𝑔
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𝑅2
A resistência pode ser desmembrada de forma que:
𝑠
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Pestator
Protor
Pmec
Pg
𝑃𝑚𝑒𝑐
𝑇𝑚𝑒𝑐 =
𝜔𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟
Mas:
𝜔𝑠 − 𝜔𝑟
𝑠= ⇒ 𝜔𝑟 = (1 − 𝑠) ∙ 𝜔𝑠
𝜔𝑠
E:
𝑃𝑚𝑒𝑐 = (1 − 𝑠) ∙ 𝑃𝑔
Então:
(1 − 𝑠) ∙ 𝑃𝑔 𝑃𝑔
𝑇𝑚𝑒𝑐 = ⇒ 𝑇𝑚𝑒𝑐 =
(1 − 𝑠) ∙ 𝜔𝑠 𝜔𝑠
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Observa-se que um MIT de dois polos, 60 Hz, está operando com uma velocidade
de 3502 rpm absorvendo uma potência de entrada de 15,7 kW com uma corrente
de 22,6A. Sua resistência de enrolamento de estator é de 0,2 Ω/fase. Determinar a
potência dissipada em seu rotor.
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X1 = 1,12 Ω; X2 = 1,91 Ω
Admitindo perdas totais por atrito, ventilação e perdas no núcleo somam 320W e
podem ser consideras constantes. Para um escorregamento de 1,6%, determinar i)
velocidade, ii) conjugado e potência de saída e iii) rendimento.
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O circuito à esquerda dos terminais “a” e “b” pode ser substituído por seu
equivalente de Thévenin (Fitzgerald)
𝐼መ2
𝑉𝑇𝐻
𝐼መ2
𝑉𝑇𝐻
𝑉𝑇𝐻
𝐼መ2 =
𝑅
𝑍𝑇𝐻 + 2 + 𝑗𝑋2
𝑠
OU
𝑉𝑇𝐻 𝑉𝑇𝐻
𝐼መ2 = 𝐼2 =
𝑅2
𝑅𝑇𝐻 + + 𝑗(𝑋2 + 𝑋𝑇𝐻 ) 𝑅 2
𝑠 𝑅𝑇𝐻 + 2 + 𝑋2 + 𝑋𝑇𝐻 2
𝑠
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E também que:
𝑃𝑔 𝑅2 2
𝑇𝑚𝑒𝑐 = e 𝑃𝑔 = 3 ∙ ∙ 𝐼2
𝜔𝑠 𝑠
Então:
1 3 ∙ 𝑅2 2
𝑇𝑚𝑒𝑐 = ∙ ∙ 𝐼2
𝜔𝑠 𝑠
2
1 3 ∙ 𝑅2 𝑉𝑇𝐻
𝑇𝑚𝑒𝑐 = ∙ ∙ 2
𝜔𝑠 𝑠 𝑅
𝑅𝑇𝐻 + 2 + (𝑋𝑇𝐻 + 𝑋2 )2
𝑠
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𝐼መ2
𝑉𝑇𝐻
𝑅2
= 𝑅𝑇𝐻 + 𝑗(𝑋𝑇𝐻 + 𝑋2 )
𝑠
𝑅2
𝑠𝑚𝑎𝑥 =
2
𝑅𝑇𝐻 + (𝑋𝑇𝐻 + 𝑋2 )2
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Pg 1 3V 2
Tmec = =Tmax = TH
ws s=sT max 2ws RTH + RTH
2
+( XT
sTmax é proporcional a R2 e
Observações:
Tmax independe de R2
2
3 ∙ 𝑉𝑇𝐻
𝑇𝑚𝑎𝑥 =
2
2 ∙ 𝜔𝑠 ∙ 𝑅𝑇𝐻 + 𝑅𝑇𝐻 + (𝑋𝑇𝐻 + 𝑋2 )2
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Exemplo 1.
X1 = 0,503 W; X2 = 0,209 W
Solução:
Modelo equivalente
𝐼መ2
𝑉𝑇𝐻
𝑉𝑇𝐻
𝐼መ2 =
𝑅2
𝑅𝑇𝐻 + + 𝑗(𝑋2 + 𝑋𝑇𝐻 )
𝑠
Na partida, s = 1
Para, s = smax
0,144
𝑠𝑚𝑎𝑥 = = 0,192
0,2732 + 0,6992
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122,38≮0,6𝑜
𝐼መ2 𝑠𝑚𝑎𝑥 = 0,144 = 98,77 ≮ −33,74𝑜 A
0,273+0,192+𝑗0,699)
Com s = 0 I2(s=0) = 0 A
2
3 ∙ 𝑉𝑇𝐻
𝑇𝑚𝑎𝑥 =
2
2 ∙ 𝜔𝑠 ∙ 𝑅𝑇𝐻 + 𝑅𝑇𝐻 + (𝑋𝑇𝐻 + 𝑋2 )2
120 ∙ 60
𝜔𝑠 = = 1200 𝑟𝑝𝑚 = 125,66 rad/s
6
3 ∙ 122,382
𝑇𝑚𝑎𝑥 = = 174,7 N ∙ m
2 ∙ 125,66 ∙ 0,273 + 0,2732 + 0,6992
Conversão Eletromecânica de Energia
2
1 3 ∙ 𝑅2 𝑉𝑇𝐻
𝑇𝑚𝑒𝑐 = ∙ ∙ 2
𝜔𝑠 𝑠 𝑅
𝑅𝑇𝐻 + 2 + (𝑋𝑇𝐻 + 𝑋2 )2
𝑠
Na partida, s = 1
1 3 ∙ 0,144 122,382
𝑇𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑑𝑎 = ∙ ∙ 2
125,66 1 0,144
0,273 + + 0,6992
1
Ponto de Operação
➢ Ponto de operação:
(ω0;T0)
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Exemplo 2.
Um motor de indução trifásico de 500 HP, 2300 V, quatro polos, 60 Hz, ligado em Y
tem os seguintes parâmetros por fase, referidos ao estator:
X1 = 1,206 W; X2 = 1,206 W
(i) Esboce as curvas de corrente de carga de estator e de torque versus velocidade. (ii)
Determine o ponto de operação, quando o motor aciona uma carga, cujo valor (N·m)
depende da velocidade (rpm) na forma
Solução:
Conversão Eletromecânica de Energia
Conversão Eletromecânica de Energia
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• Outros ensaios para caracterização mais precisa são prescritos pela norma
brasileira NBR 17094-3:2018 — Motores de indução trifásicos — Métodos de
ensaio.
𝐼መ𝑣𝑧
𝐼መ1 𝐼መ2
𝑉1 s 0 𝑉𝑣𝑧
3
𝑃𝑣𝑧
Calcula-se: 𝑅𝑣𝑧 = Ω
3∙𝐼𝑣𝑧
𝐼መ𝑣𝑧
𝑉𝑣𝑧
𝑉𝑣𝑧 2 2
3 𝑋𝑣𝑧 = − 𝑅𝑣𝑧 Ω
3∙𝐼𝑣𝑧
𝑃𝑣𝑧
3
𝑅𝑣𝑧 = 𝑅1 + 𝑅𝑚
Observa-se o circuito:
𝑋𝑣𝑧 ≈ 𝑋1 + 𝑋𝑚
2
𝑃𝑅𝑂𝑇 ≈ 𝑃𝑣𝑧 + 3 ∙ 𝑅1 ∙ 𝐼𝑣𝑧
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Alimentamos o motor com uma fonte trifásica e travamos o rotor. O teste é realizado
em tensão reduzida e com corrente nominal ou uma fração desta. As leituras devem
ser feitas em um tempo que não provoque o aquecimento excessivo do motor.
𝐼መ𝑏𝑙
𝐼መ1 𝐼መ2 𝑉𝑏𝑙
𝑉1 s =1
3
𝑃𝑏𝑙
𝐼መ𝑏𝑙 Calcula-se: 𝑅𝑏𝑙 = 2 Ω
3∙𝐼𝑏𝑙
𝑉𝑏𝑙
3 𝑉𝑏𝑙 2 2
𝑋𝑏𝑙 = − 𝑅𝑏𝑙 Ω
3∙𝐼𝑏𝑙
𝑅𝑏𝑙 = 𝑅1 + 𝑅2′
Observa-se o circuito:
𝑋𝑏𝑙 ≈ 𝑋1 + 𝑋2′
𝑋2 +𝑋𝑚 2
𝑅2 = 𝑅𝑏𝑙 − 𝑅1 ∙ Ω
𝑋𝑚