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ET720 – Sistemas de Energia Elétrica I

Capı́tulo 4 – Gerador sı́ncrono

Carlos A. Castro

DSE/FEEC/UNICAMP

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 1 / 246


1. Introdução

Gerador sı́ncrono: conversor de potência mecânica em potência


elétrica:

Pm Pe
água Máquina
Turbina Síncrona
vapor (Alternador)

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1. Introdução

Turbogerador com excitatriz

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1. Introdução

No problema de fluxo de carga apresentado no capı́tulo anterior


considerou-se:

Gerador ∼

Pg , Q g
Transformador

Barramento da usina
modelo

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1. Introdução

Há modelos mais completos, a serem aplicados em várias análises de


sistemas elétricos de potência

Exemplo: estudos de estabilidade

Será estudada a operação da máquina sı́ncrona em regime permanente

Fenômenos transitórios serão estudados de maneira simplificada, e


são estudados com detalhe em cursos mais avançados

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1. Introdução

Máquina sı́ncrona funcionando como gerador → barra PV → será


discutida com detalhe

Motor sı́ncrono com carga mecânica acoplada ao eixo → é uma carga


→ é modelado como tal e não será discutido nesse capı́tulo

Motores sı́ncronos conectados à rede sem carga mecânica no eixo →


fornecimento de potência reativa à rede através de ajuste da corrente
de campo → compensador sı́ncrono

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1. Introdução

Exemplo
Lado inversor de um link CC consome muita potência reativa →
conecta-se um compensador sı́ncrono:

CA CC CA

Retificador Inversor Q

Condensador
sı́ncrono

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1. Introdução

Caracterı́sticas operacionais/econômicas:

é mais barato que um banco de capacitores de potência equivalente


devido ao nı́vel de isolação exigido
permite um controle contı́nuo de fornecimento de reativos, enquanto
que os bancos de capacitores têm controle discreto

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1. Introdução

Subestação de Vila do Conde, Pará1 :

150000 kvar
13800 V 900 rpm
6275 A

1
Fotos gentilmente cedidas por Daniel da Conceição Pinheiro
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1. Introdução

Exercı́cio proposto
Verifique a relação entre potência reativa, tensão e corrente de armadura
mostrada nos dados de placa do CS de Vila do Conde, Pará.

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1. Introdução

Descrição básica da máquina sı́ncrona:

eixo fase b eixo rotor

a
rotor (polos salientes)
c′

enrolamento de campo b′
eixo fase a
gap (entreferro)
b
If
c armadura (estator)

a′

eixo fase c

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1. Introdução

Armadura (estator) – parte fixa

→ bobinas ficam acomodadas em ranhuras

Campo (rotor) – parte móvel

→ bobina enrolada no rotor por onde circula corrente contı́nua →


criação de um campo magnético

Entreferro (gap) – espaço entre estator e rotor

→ implica em uma relutância magnética

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1. Introdução

Estator de um hidrogerador

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1. Introdução

Rotor de um hidrogerador

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1. Introdução

Máquina de Itaipu – estator


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1. Introdução

Máquina de Itaipu – rotor


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1. Introdução

Pólos lisos × polos salientes no rotor:

N N

S S

S N

polos lisos (2 polos) polos salientes (4 polos)


turbogerador hidrogerador

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1. Introdução

Pólos salientes Pólos lisos


(rotor cilı́ndrico)

hidrogeradores turbogeradores (vapor)


turbina hidroelétrica: peça eficiência das turbinas a
grande, pesada vapor aumenta a altas
velocidades
grande volume de água
grande número de polos pequeno número de polos

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1. Introdução

Máquinas grandes (≈ 20 metros de diâmetro) e baixa velocidade →


eixo na vertical (em geral hidrogeradores)
Máquinas menores e altas velocidades → eixo na horizontal (em geral
turbogeradores)
Exceção: o aproveitamento hidrelétrico de Belo Monte no rio Xingu
terá duas casas de força

A principal, de 11000 MW, com 18 unidades com turbinas Francis


tradicionais, têm eixo vertical

A casa de força secundária, de 233 MW, terá uma queda baixa, e


serão utilizadas turbinas bulbo (como nas usinas do rio Madeira),
tendo eixo horizontal e baixa inércia

Elas são submersas


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1. Introdução

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1. Introdução

Exemplo
O sistema de geração da usina de Itaipu é composto por conjuntos turbina
Francis/gerador com velocidade de 92,3 rpm a 60 Hz (lado brasileiro) e
90,9 rpm a 50 Hz (lado paraguaio). Determine o número de polos das
máquinas.
A expressão que relaciona o número de polos (p), a velocidade em rpm (n) e a
frequência da tensão gerada em Hertz (f ) é:

120 f
p=
n
Os respectivos números de polos são:
120 · 60
pBr = = 78 polos → lado brasileiro
92,3
120 · 50
pPa = = 66 polos → lado paraguaio
90,9

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1. Introdução

Exercı́cio

Quantos polos tem o condensador sı́ncrono de Vila do Conde mostrado na


página 9?

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1. Introdução

Exercı́cios propostos

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1. Introdução

Excitação de campo:
eixo

Piloto

Gerador CC

Gerador Sı́ncrono
Turbina

campo
campo gcc
GS GS controle GCC campo
GS
GS
manual + reostato

CC
Controle
Controle eletrônico Eletro-mecânico

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1. Introdução

Campo gerado pela própria rede através de um gerador CC


auto-excitado

Piloto → gerador de imã permanente

Controle eletrônico → mais rápido

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos

É possı́vel obter um circuito elétrico equivalente para a máquina


sı́ncrona de polos lisos

O circuito equivalente é obtido através da análise:

do comportamento da máquina em vazio

fonte
c.c.

If

campo

armadura
acionamento
GS
n

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos

do comportamento da máquina sob carga

fonte
c.c.

If
Ia
campo

armadura
acionamento carga
GS
n

Pm Pe

das perdas
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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – em vazio

Considere uma máquina trifásica em que somente o enrolamento da


fase a é representado para facilitar a análise

eixo do estator
θ=0

eixo do rotor
θ = ω t0

rotor

φa
φM
a a′

estator

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – em vazio

A máquina é acionada (pela turbina) com velocidade angular


constante ω

A posição instantânea do rotor é:

θ = ωt

onde o ângulo θ é medido a partir do eixo do estator (referência


angular)

Corrente contı́nua (if ) é aplicada no enrolamento de campo e gera


um campo magnético (H), que depende da intensidade da corrente e
do caminho magnético:
if H

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – em vazio

A indução magnética (B) depende do meio no qual H existe:

H B

O fluxo magnético é proporcional à própria indução e à área onde ela


existe:
B φ

em que φ é máximo sobre o eixo do rotor (φM )

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – em vazio

A máquina é construı́da de forma que o fluxo magnético tenha uma


forma senoidal no espaço
eixo do estator

φ eixo do estator
φM θ=0

φa eixo do rotor
θ = ω t0

rotor

ω t0 θ φa
φM
a a′

estator

eixo do rotor
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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – em vazio

O fluxo sobre o eixo da fase a do estator é:

φa (θ) = φM cos θ

ou, em função do tempo:

φa (t) = φM cos ωt

Pela lei de Faraday a tensão induzida no enrolamento da fase a do


estator é:

d
ef (t) = −N φa (t)
dt

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – em vazio

Na realidade há dispersão de fluxo:

fluxo enlaçado pelas


bobinas do estator

fluxo disperso

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – em vazio

Considerando que φf seja o fluxo enlaçado pelas bobinas do estator:


d
ef (t) = −N φf (t)
dt
= N φ′M ω sen ωt

ef (t) = Vp sen ωt

φf (t) ef (t)

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – em vazio

Tanto o fluxo concatenado como a tensão induzida são senoidais.


Chamando de:

Φf → representação de φf (t) no plano complexo


Ef → fasor associado a ef (t) → Força eletromotriz interna da máquina

tem-se um diagrama de fluxos e tensões no plano complexo em que a


tensão está atrasada de 90◦ em relação ao fluxo:
Φf

Ef
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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – sob carga

Carga conectada ao estator da máquina → correntes de armadura


(fases a, b e c)

Considerando que a carga seja equilibrada, as correntes são:

ia (t) = Ip cos (ωt)


ib (t) = Ip cos (ωt − 120◦ )
ic (t) = Ip cos (ωt + 120◦ )

São criadas três forças magnetomotrizes senoidais com mesmo valor


máximo e defasadas de 120◦ :

Fa (t) = Fp cos (ωt)


Fb (t) = Fp cos (ωt − 120◦ )
Fc (t) = Fp cos (ωt + 120◦ )

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – sob carga

Considere o instante ωt = 0:
a

Fp Fp
Fa = Fp Fb = − Fc = − c′ b′
2 2
Fc Fa

Fra
A força magnetomotriz resultante é: Fb

3 c
Fra = Fp b
2
a′

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – sob carga

A força magnetomotriz total (resultante das três fmm das fases) é:
3
Fra (t) = Fp cos (ωt)
2

Fra é a força magnetomotriz de reação de armadura2 → resultado da


circulação de corrente de armadura

Fra corresponde a um campo girante no entreferro

A velocidade de giro de Fra é igual à velocidade do campo do rotor →


os dois campos são estacionários um em relação ao outro
O campo girante de reação de armadura combinado com o campo de
excitação resultam em um campo total de entreferro, que determinará
a tensão terminal do gerador.
2
Ver apêndice no final do capı́tulo.
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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – diagramas

Considere que um gerador alimenta diretamente uma carga indutiva


→ corrente atrasada em relação à tensão aplicada (tensão terminal
do gerador)

fonte
c.c.

If
Ia
campo

armadura
carga
acionamento
GS indutiva
n

Pm Pe

A sequência de raciocı́nio é a seguinte . . .


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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – diagramas

A corrente de campo pro- Φf


duz um campo Φf

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – diagramas

Φf induz uma tensão Ef Φf


(atrasada de 90◦ )
Ef

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – diagramas

Φra

Φf
A corrente de carga Ia pro-
duz um campo de reação Ef
de armadura Φra (em fase)

Ia

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – diagramas

Φra

Φf
Φra induz uma tensão Era
(atrasada de 90◦ ) Ef
Era

Ia

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – diagramas

Φra

Φf Φt
A soma de Φf e Φra resulta
no campo total de entre- Ef
ferro Φt Era

Ia

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – diagramas

Φra

Φf Φt
A soma de Ef e Era resulta
na tensão terminal do ge- Ef
rador Et Era
Et
Ia

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – perdas

As principais causas de perdas são:


Perdas ôhmicas nos enrolamento → modeladas como uma resistência
ra → resistência de armadura

Dispersão de fluxo de armadura → modelada como uma reatância


indutiva xℓ → reatância de dispersão da armadura
(*) ℓ → leakage

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – perdas

armadura

1 – linhas de campo que


passam pelo entreferro 1 2

2 – linhas de campo que


não passam pelo condutor
entreferro

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – circuito equivalente
Φra

Em termos das tensões pode-se escrever: Φf Φt

Ef
Era
Et = Ef + Era Et
Ia

Verifica-se que:
A corrente de armadura Ia está em fase com o fluxo Φra , logo, está
adiantada de 90◦ em relação à tensão Era
Ou, Ia está atrasada de 90◦ em relação −Era :

−Era

Era Ia

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – circuito equivalente

É como se a tensão −Era fosse aplicada sobre uma reatância e Ia fosse


a corrente por essa reatância
Efeito da reação de armadura modelada como uma reatância de reação
de armadura ou reatância magnetizante

Assim:

Et = Ef − (−Era )
= Ef − j xra Ia

Semelhança com a expressão obtida para uma fonte de tensão real


composta por uma fonte de tensão ideal e uma impedância interna

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – circuito equivalente

Incluindo os efeitos das perdas tem-se o circuito equivalente da


máquina sı́ncrona de polos lisos:

perdas

Ia Ia
ra xℓ xra ra xs

+ xs + + +
∼ Ef Et ∼ Ef Et

− − − −

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – circuito equivalente

O diagrama fasorial e a equação básica são:

Ef
Et = Ef − (ra + j xs ) · Ia
δ
jxs Ia
ϕ Et Vt = Vf ∠δ − (ra + j xs ) · Ia ∠ − ϕ
ra Ia
Ia

Este é o chamado modelo clássico e é adequado para análises de


regime permanente senoidal

Existem modelos mais elaborados para aplicações especı́ficas

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2.1. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos lisos – circuito equivalente

Exercı́cios propostos

(2) , (3)

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2.2. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos salientes – diagrama fasorial

Efeito da saliência dos polos → relutâncias diferentes devido a


variações de entreferro
O modelo da máquina é obtido através da decomposição nos eixos
direto d e quadratura q
eixo direto d

If

eixo de quadratura q

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2.2. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos salientes – diagrama fasorial

O efeito da saliência pode ser representado pela decomposição da


corrente de armadura Ia em duas componentes nos eixos direto (Id ) e
de quadratura (Iq )

Como as relutâncias nos eixos d e q são diferentes → define-se


reatâncias diferentes xd e xq para cada eixo

Relutância do eixo de quadratura > relutância do eixo direto →


xq < xd

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2.2. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos salientes – diagrama fasorial

Equação básica: Ef = Et + ra Ia + j xd Id + j xq Iq

Iq Eq Ef

q
Diagrama
δ
fasorial:
ϕ
jxq Iq
Et
Ed

ra Ia
Id
Ia
jxd Id

Não é possı́vel obter um circuito elétrico equivalente para a máquina


de polos salientes
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2.2. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos salientes – diagrama fasorial

Alguns valores tı́picos de reatâncias:

Local Tipo xd [pu] xq [pu]

Ilha Solteira Hidro 0,88 0,69


Henry Borden Hidro 1,27 0,76 → Cubatão
Santo Ângelo Cond. Sı́ncr. 1,30 0,90 → perto de São Paulo
Santa Cruz Turbo 1,86 1,86 → polos lisos

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2.2. Modelos das máquinas sı́ncronas – MS de polos salientes – diagrama fasorial

Exercı́cios propostos

(4) , (11)

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3.1. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos lisos

Considere novamente o diagrama fasorial da máquina sı́ncrona:

Ef

δ jxs Ia
ϕ Et ra Ia
Ia

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3.1. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos lisos

A tensão terminal Et foi tomada como a referência angular

O ângulo de desfasagem entre Et e Ef é chamado de ângulo de


potência

Da equação da máquina tem-se:

Et = Ef − (ra + jxs ) Ia
= Ef − ra Ia − jxs Ia

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3.1. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos lisos

Escrevendo os fasores de tensão e corrente em termos de seus módulos


e ângulos, sendo a tensão terminal tomada como referência angular:

Vt ∠0 = Vf ∠δ − ra Ia ∠ (−ϕ) − xs Ia ∠ (90◦ − ϕ)
= Vf cos δ + jVf sen δ − ra Ia cos ϕ + jra Ia sen ϕ − (1)
◦ ◦
xs Ia cos (90 − ϕ) − jxs Ia sen (90 − ϕ)

Tomando a parte imaginária de (1) e considerando que ra ≪ xs


(desprezando a resistência):

0 = Vf sen δ − xs Ia sen (90◦ − ϕ)


Vf
Ia cos ϕ = sen δ
xs

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3.1. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos lisos

Multiplicando os dois lados da equação por Vt :

Ia

Vt Vf ∼ Pg , Q g
Vt Ia cos ϕ = P = sen δ
xs
Et

onde P é a potência ativa fornecida pelo gerador ao restante do


circuito

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3.1. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos lisos

A curva [P × δ] (potência-ângulo) mostra que existe um limite para a


potência ativa fornecida pela máquina → limite estático de
estabilidade:

Pmax
Vt Vf
P= sen δ
xs
Vt Vf
Pmax =
xs
δlim = 90◦

(*) Vt , Vf e xs constantes

90◦ δ

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3.1. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos lisos

Exercı́cios propostos

(9) , (10)

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3.1. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos lisos

Tomando agora a parte real de (1) e desprezando a resistência:

Vt = Vf cos δ − xs Ia cos (90◦ − ϕ)


Vf Vt
Ia sen ϕ = cos δ − (×Vt )
xs xs
Vt Vf V2
Vt Ia sen ϕ = cos δ − t
| {z } xs xs
Q

Vt Vf V2 Vt
Q= cos δ − t = (Vf cos δ − Vt )
xs xs xs

Em geral os geradores operam de forma que os ângulos de potência


sejam de no máximo 30◦ (tı́pico)

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3.1. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos lisos

Exemplo
Obtenha as curvas [P × δ] e [Q × δ] de um gerador sı́ncrono para:
Vf = 1,2 pu, Vt = 1,0 pu e xs = 1,0 pu. A resistência de armadura do
gerador é desprezada.

Pmax P

Para essas condições tem-se:


Sobrexcitada ← → Subexcitada
Q

0 90 180
δ [◦ ]

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3.1. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos lisos

Exemplo
A potência ativa máxima (para δ = 90◦ ) é:

Vf Vt
Pmax = = 1,2 pu
xs
A potência reativa é nula para:

Vf cos δ − Vt = 0 δ = 33,6◦
Note que:

(Vf cos δ − Vt ) > 0 Q > 0 – máquina sobreexcitada, fornece potência reativa

(Vf cos δ − Vt ) < 0 Q < 0 – máquina subexcitada, consome potência reativa

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3.1. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos lisos

Exercı́cios propostos

(6) , (16)

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3.2. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos salientes

Considere novamente o diagrama fasorial da máquina de polos


salientes, agora desprezando as perdas ôhmicas (ra ):

Iq Eq Ef

δ
ϕ
jxq Iq
Et
Ed jxd Id

Id
Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 68 / 246


3.2. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos salientes

Agora aparecem também os eixos real (ℜ) e imaginário (ℑ),


considerando a tensão terminal Et como referência angular. Logo:
Et = Vt ∠0◦
Ef = Ef ∠δ
Ia = Ia ∠ − ϕ

Em termos fasoriais:
Ia = Id + Iq
Logo:
ℜ{Ia } = ℜ{Id } + ℜ{Iq }
ou seja, trabalha-se aqui com as projeções das correntes no eixo real.
De acordo com o diagrama:
Ia cos ϕ = Id sen δ + Iq cos δ (2)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 69 / 246


3.2. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos salientes

Desprezando a resistência ra tem-se:

Vt sen δ = xq Iq
Vf − Vt cos δ = xd Id

ou:
Vt
Iq = sen δ
xq
Vf Vt
Id = − cos δ
xd xd

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 70 / 246


3.2. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos salientes

Substituindo as expressões de Id e Iq na equação das projeções das


correntes (2):

Vf Vt Vt
Ia cos ϕ = sen δ − cos δ sen δ + sen δ cos δ (×Vt )
xd xd xq

Vt Vf V2 V2
Vt Ia cos ϕ = sen δ − t cos δ sen δ + t sen δ cos δ
| {z } xd xd xq
P

 
Vt Vf 1 1
P= sen δ + Vt2 − sen δ cos δ
xd xq xd
  
Vt Vf xd − xq 1
= sen δ + Vt2 sen 2δ
xd xd xq 2

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 71 / 246


3.2. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos salientes

Finalmente:

 
Vt Vf V2 xd − xq
P= sen δ + t sen 2δ
x 2 xd xq
| d {z } | {z }
polos lisos saliência

Aparece agora um termo adicional na equação da potência, referente


ao efeito da saliência dos polos

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 72 / 246


3.2. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos salientes

Curva [P × δ] para a máquina de polos salientes:

k1 sen δ + k2 sen 2δ

Pmax

k1 sen δ

δ
limite estático de
estabilidade (< 90◦ )
k2 sen 2δ

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 73 / 246


3.2. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos salientes

Através de processo semelhante chega-se a uma expressão para a


potência reativa:

Ia sen ϕ = Id cos δ − Iq sen δ


Vf Vt Vt
= cos δ − cos2 δ − sen 2 δ (×Vt )
xd xd xq
 
Vt Vf cos2 δ sen 2 δ
V I sen ϕ = cos δ − Vt2 +
| t a{z } xd xd xq
Q

 
Vt Vf cos2 δ sen 2 δ
Q= cos δ − Vt2 +
xd xd xq

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 74 / 246


3.2. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos salientes

Exemplo
Obtenha as curvas [P × δ] e [Q × δ] de um gerador sı́ncrono para:
Vf = 1,2 pu, Vt = 1,0 pu, xd = 1,0 pu e xq = 0,7 pu. A resistência de
armadura do gerador é desprezada.

Pmax P

Para essas condições tem-se:

0 90 180
δ [◦ ]

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 75 / 246


3.2. Caracterı́stica potência-ângulo – MS de polos salientes

Exercı́cios propostos

(12)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 76 / 246


4. Controles das máquinas sı́ncronas

Considere uma situação em que um gerador sı́ncrono faz parte de um


grande sistema de geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica

G
SISTEMA
∼ ELÉTRICO

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 77 / 246


4. Controles das máquinas sı́ncronas

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 78 / 246


4. Controles das máquinas sı́ncronas

A tensão terminal (magnitude, ângulo de fase e frequência) é


determinada pela interação entre G e o restante da rede

Redes de grande porte são compostas por várias unidades geradoras

Cada gerador individualmente é em geral mais fraco que o conjunto


dos demais

No caso de G, a tensão terminal será imposta pelo sistema, que é


mais forte do que ele

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 79 / 246


4. Controles das máquinas sı́ncronas

Se o sistema for suficientemente forte, as ações de controle terão um


impacto muito pequeno (desprezı́vel) sobre a tensão terminal do
gerador, que manterá a mesma magnitude, ângulo de fase e
frequência

Diz-se então que G está conectado a um barramento infinito

barramento
infinito

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 80 / 246


4. Controles das máquinas sı́ncronas

O circuito equivalente de G fica:

xs

+ Ia +
If ∼ Ef Et constante

− −

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 81 / 246


4. Controles das máquinas sı́ncronas

As seguintes ações de controle podem ser realizadas em G:

Abertura ou fechamento da válvula de água (hidro) ou vapor (turbo)


que aciona a turbina

Variação da corrente de campo do gerador

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 82 / 246


4. Controles das máquinas sı́ncronas

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 83 / 246


4. Controles das máquinas sı́ncronas

Dependendo do fator de potência visto pelo gerador pode-se ter:

Ef

jxs Ia
δ carga indutiva

Et
Ia

Ef
jxs Ia
Ia
δ carga capacitiva

Et

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 84 / 246


4. Controles das máquinas sı́ncronas

Para uma máquina de polos lisos as potências entregues são:


Vt Vf Vt Vf V2
PG = sen δ QG = cos δ − t
xs xs xs

Pode-se fazer uma simplificação que facilita as análises posteriores.


As funções seno e cosseno de ângulos pequenos (próximos a zero)
podem ser escritas como (decomposição em série de Taylor):
x3 x2
sen x = x − + ··· ≈ x cos x = 1 − + ··· ≈ 1
6 2

e as expressões das potências ficam:


Vt Vf Vt Vf V2
PG = δ QG = − t
xs xs xs

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 85 / 246


4. Controles das máquinas sı́ncronas

Esta aproximação é tanto melhor quanto menor for o valor de δ:

Pmax

trecho da curva pode ser


representado por uma reta

90◦ δ

δ pequeno

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 86 / 246


4. Controles das máquinas sı́ncronas

Nesta seção a ideia é mostrar que:


o controle de potência ativa está intimamente relacionado com o
controle da frequência
o controle da potência reativa está intimamente relacionado com o
controle de tensão
como a manutenção de nı́veis apropriados de tensão e frequência é
fundamental para a qualidade do fornecimento de energia, o controle
das potências ativa e reativa são vitais para o desempenho adequado
dos sistemas de potência

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 87 / 246


4.1. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de conjugado do eixo

A potência elétrica entregue pelo gerador é o resultado de uma


conversão de potência mecânica fornecida ao seu eixo → conjugado
de eixo

O conjugado de eixo é controlado pela válvula de controle de fluxo da


turbina (água, vapor)

Variação do conjugado de eixo → variação da potência mecânica →


variação da potência elétrica

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 88 / 246


4.1. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de conjugado do eixo

Equações completas

ANTES DEPOIS

Vt Vf Vt Vf 
Pg0 = sen δ 0 Pg = Pg0 + ∆Pg = sen δ 0 + ∆δ
xs xs
| {z }
const.
→ Pg varia → δ varia

Vt Vf V2 Vt Vf  V2
Qg0 = cos δ 0 − t Qg = Qg0 + ∆Qg = cos δ 0 + ∆δ − t
xs xs xs xs
→ Pg varia → δ varia → Qg varia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 89 / 246


4.1. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de conjugado do eixo

Equações simplificadas

ANTES DEPOIS

Vt Vf 0 Vt Vf 0 
Pg0 = δ Pg = Pg0 + ∆Pg = δ + ∆δ
xs xs
→ Pg varia → δ varia

Vt Vf V2 Vt Vf V2
Qg0 = − t Qg = Qg0 + ∆Qg = − t → ∆Qg = 0
xs xs xs xs
→ Pg varia → δ varia → Qg não varia!

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 90 / 246


4.1. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de conjugado do eixo

Conclusão sobre as relações de sensibilidade dos controles e potências:

conjugado / potência ativa → sensibilidade forte

conjugado / potência reativa → sensibilidade fraca

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 91 / 246


4.2. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle da excitação de campo

A potência reativa do gerador é:

Vt Vf V2
Qg = cos δ − t
xs xs
Vt
= · (Vf cos δ − Vt )
xs | {z }
(pode ser > 0 ou < 0)

Equação para o gerador sı́ncrono de polos lisos:

Ef = Et + jxs Ia (ra desprezado)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 92 / 246


4.2. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle da excitação de campo

Para carga indutiva tem-se:


Ef

jxs Ia
δ

ϕ Et
Ia

Vf cos δ → projeção de Ef sobre o eixo de Et


Vf cos δ > Vt → (Vf cos δ − Vt ) > 0 → Qg > 0
→ máquina fornece potência reativa para a rede
Vf grande → If grande → máquina sobreexcitada

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 93 / 246


4.2. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle da excitação de campo

Para carga capacitiva tem-se:

Ef
jxs Ia
Ia
ϕ δ

Et

Vt e Ia mantidos constantes (iguais ao caso anterior)


Vf cos δ < Vt → (Vf cos δ − Vt ) < 0 → Qg < 0
→ máquina consome potência reativa da rede
Vf pequeno → If pequeno → máquina subexcitada

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 94 / 246


4.2. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle da excitação de campo

Para carga resistiva tem-se:

Ef

jxs Ia
δ

Ia Et

Vf cos δ = Vt → (Vf cos δ − Vt ) = 0 → Qg = 0


→ máquina opera com fator de potência unitário

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 95 / 246


4.2. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle da excitação de campo

Controle de excitação de campo: If varia → Vf varia

Equações completas

ANTES DEPOIS

Vt Vf0 Vt Vf0 + ∆Vf 
Pg0 = sen δ 0 Pg0
= sen δ 0 + ∆δ
xs xs
→ como não se alterou o

→ conjugado → Pg constante

→ Vf varia → δ varia → Pg constante

Vt Vf0 V2 Vt Vf0 + ∆Vf



 V2
Qg0 = cos δ 0 − t Qg = Qg0 + ∆Qg = cos δ 0 + ∆δ − t
xs xs xs xs
→ Vf varia → δ varia → Qg varia
Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 96 / 246
4.2. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle da excitação de campo

Conclusão sobre as relações de sensibilidade dos controles e potências:

excitação de campo / potência ativa → sensibilidade nula

excitação de campo / potência reativa → sensibilidade forte

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 97 / 246


4.2. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle da excitação de campo

Exercı́cios propostos

(5) , (7) , (8)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 98 / 246


4.3. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência

A frequência da rede deve permanecer constante

→ equilı́brio entre a geração e a carga a todo instante

A frequência varia quando:


a carga varia
ocorrem eventos não previstos (contingências)

Em um sistema interligado com duas ou mais áreas de controle, além


do controle de frequência, a geração de potência em cada área deve
ser controlada a fim de manter os fluxos de potência de intercâmbio
entre elas

O controle de geração e frequência é normalmente chamado de


controle carga-frequência (load-frequency control – LFC)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 99 / 246


4.3. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência

Ações de controle para manter a frequência constante:


Regulação primária ou controle de velocidade
Reserva instantânea (girante) → disponı́vel de 10 a 20 segundos

Regulação secundária ou controle suplementar (CAG)


Reserva rápida → disponı́vel de 1 a 10 minutos

Regulação terciária
Reserva de prontidão (backup) → disponı́vel de 30 a 60 minutos

Interrupção de carga
Automática (ERAC) ou voluntária (ofertas de redução de demandas)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 100 / 246


4.3.1. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle primário

Fonte: http://www.labspot.ufsc.br/ simoes/


Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 101 / 246
4.3.1. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle primário

O regulador de velocidade é responsável por controlar a potência ativa


fornecida pelo gerador no caso de operação em paralelo com a rede
Há dois principais modos de controle:
Isócrono
Em estatismo (droop)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 102 / 246


4.3.2. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle isócrono

A potência mecânica de saı́da da fonte primária é ajustada através de


um controlador PI de forma a zerar o erro de frequência
Somente pode (deve) ser empregado em geradores operando
isoladamente da rede devido a restrições de estabilidade visto que
pequenas variações da frequência da rede acarretariam grandes
variações de potência mecânica
O regulador isócrono não permite uma divisão adequada de carga
entre máquinas
Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 103 / 246
4.3.3. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle em droop

Utiliza-se um ganho de realimentação (R) que permite que a potência


mecânica de saı́da da fonte primária seja ajustada com uma
caracterı́stica em declive com a variação da frequência

Permite efetiva divisão de geração entre as máquinas

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 104 / 246


4.3.3. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle em droop

Caracterı́stica de regulação:

Caso haja uma redução (aumento) da frequência da rede para f2 (f3 )


indicando déficit (excesso) de potência ativa, a potência fornecida
pelo gerador aumenta (diminui), colaborando com a regulação de
frequência da rede
Com frequência nominal f1 , a potência fornecida pelo gerador é PM1
Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 105 / 246
4.3.3. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle em droop

Para alterar a geração de potência ativa, a reta do estatismo é


elevada (aumento de potência ativa durante operação nominal da
rede) ou abaixada (redução de potência ativa durante operação
nominal da rede)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 106 / 246


4.3.3. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle em droop

Permite efetiva divisão de geração entre as máquinas:

∆P1 R2
=
∆P2 R1
Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 107 / 246
4.3.3. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle em droop

Resposta de velocidade e potência mecânica para uma variação de


carga ∆PL :

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 108 / 246


4.3.4. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle secundário

Fonte: http://www.labspot.ufsc.br/ simoes/


Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 109 / 246
4.3.4. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle secundário

Complementar à regulação primária

Leva a um erro de frequência nulo em regime

Potência de intercâmbio de acordo com valores programados (erro de


intercâmbio nulo em regime)

Atua no deslocamento da referência dos reguladores de velocidade dos


geradores que participam do Controle Automático de Geração (CAG)

Pode atuar sobre vários geradores do sistema

Deve ser um controle centralizado

Cálculo dos erros de controle de área: as ações de controle são


definidas no centro de operação do sistema

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 110 / 246


4.3.4. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle secundário

Fonte: http://www.labspot.ufsc.br/ simoes/


Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 111 / 246
4.3.4. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle secundário

Duas áreas interligadas sem CAG:

000000000000
111111111111
111111111111
000000000000
000000000000
111111111111
000000000000
111111111111
000000000000
111111111111
000000000000
111111111111
000000000000
111111111111
00000000
11111111
000000000000
111111111111
00000000
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00000000
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11111111
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00
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11
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11
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1111111100
11
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0000000000
11
11111111
00000000
11111111
00000000
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00000000
11111111
00000000
111111110000000000000000000000000000000
1111111111111111111111111111111
00000000
111111110000000000000000000000000000000
1111111111111111111111111111111
00000000
11111111
000000000000000000000000000000000000000
1111111111111111111111111111111
11111111
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11111111
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11111111
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11111111
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11111111
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00000000
11111111
00000000
11111111
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11111111
00000000
11111111
00000000
11111111
00000000
11111111
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11111111
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11111111
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11111111
00000000
11111111
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11111111
00000000
11111111
00000000
11111111
00000000
11111111
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111111111111111
000000000000000
11111111
00000000
111111110000000
1111111 000
111
111111111111111
000000000000000 111
000
000
111
0000000
1111111 000
111

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 112 / 246


4.3.4. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de frequência – Controle secundário

Duas áreas interligadas com CAG:

111
000
000
111
000
111
000
111

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 113 / 246


4.4. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de potência reativa

Conforme visto anteriormente, alterações na corrente de campo If


resultam em alterações na fem interna Ef

No entanto, a potência ativa fornecida pela máquina permanece


constante:

P = Vt Ia cos δ = constante
→ Ia cos δ = constante

De outra forma:
Vt Ef
P= sen δ = constante
Xs
→ Ef sen δ = constante

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 114 / 246


4.4. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de potência reativa

Graficamente tem-se:

Ia2 atrasada em relação a Vt – Q > 0 – sobre-excitado

Ia1 em fase com Vt – Q = 0

Ia3 adiantada em relação a Vt – Q < 0 – sub-excitado


Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 115 / 246
4.4. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de potência reativa

Sistema de excitação controlado por tensão:


~T + j Xc ~IT |
X = |V

Xc < 0 – line drop compensation (compensação da queda de tensão)


Xc > 0 – reactive droop compensation (compartilhamento da potência
reativa)

Sistema de excitação controlado por fator de potência (ou potência


reativa):

Fator de potência unitário – maximização da produção de potência


ativa
Fator de potência capacitivo – compensação de instalações industriais
Fator de potência indutivo – compensação do aumento da tensão

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 116 / 246


4.4. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de potência reativa

Reactive droop compensation (compartilhamento da potência


reativa):

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 117 / 246


4.4. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de potência reativa

Reactive droop compensation (compartilhamento da potência


reativa):

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 118 / 246


4.4. Controles das máquinas sı́ncronas – Controle de potência reativa

Além do controle de potência reativa das unidades geradoras, é


comum a utilização de meios adicionais de controle de tensão em
toda a rede, tais como:
Capacitores e reatores shunt
Condensadores sı́ncronos
Static var compensators (SVCs)
Compensadores de reatâncias de linhas
Transformadores reguladores

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 119 / 246


5.1 Curvas de capacidade (capability) – Definição

É o contorno de uma superfı́cie no plano [P × Q] dentro do qual o


carregamento da máquina sı́ncrona pode ser feito de acordo com as
suas limitações de operação em regime contı́nuo

Área de
operação
Curva de capacidade tı́pica: normal

capacitivo indutivo

Área mais escura – pontos de operação permissı́veis


Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 120 / 246
5.1 Curvas de capacidade (capability) – Definição

A curva é composta por diversos trechos – existem diversos fatores


que limitam a operação da máquina
P
S3
S1

S2
S′
S

capacitivo indutivo

S, S ′ – pontos permitidos – máquina não está plenamente utilizada


S1 – ponto permitido – máquina plenamente utilizada
S2 , S3 – pontos não satisfatórios – limites violados
Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 121 / 246
5.1 Curvas de capacidade (capability) – Definição

Tais pontos podem resultar na operação com sobrecarga – em alguns


casos pode-se operar com sobrecarga durante um certo intervalo de
tempo

Alguns desses pontos podem nunca ser atingidos – os limites da


máquina são tais que é impossı́vel atingı́-los

Curvas de capacidade podem ser traçadas para motores e geradores

Atenção será dada aos geradores

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 122 / 246


5.1 Curvas de capacidade (capability) – Definição

Cada gerador possui uma famı́lia de curvas de capacidade, para


diferentes tensões terminais de operação

→ A tensão terminal varia pouco, em torno do valor nominal

→ Tı́pico: três curvas, para 0, 95, 1, 1, 05 pu

(*) M. Dolinar, M. Pantos, D. Dolinar, Voltage security constrained minimization of power losses in an electric power system,

The International Journal for Computation and Mathematics in Electrical and Electronic Engineering, 2009.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 123 / 246


5.2 Curvas de capacidade (capability) – Fatores que limitam a capacidade de um gerador

Fatores gerais:

Perdas de potência no ferro

Perdas de potência no cobre

Fatores especı́ficos:

tensão terminal (Vt )


→ Vt aumenta → fluxo no ferro aumenta → perdas no ferro aumentam
→ Vt é usado como parâmetro → famı́lia de curvas

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 124 / 246


5.2 Curvas de capacidade (capability) – Fatores que limitam a capacidade de um gerador

Fatores especı́ficos (cont.):

corrente de armadura (Ia )

→ Ia aumenta → ra Ia2 aumenta → perdas cobre no estator aumentam


→ há um Iamax → dado indiretamente pela potência aparente máxima

corrente de campo (If )


→ If cria Ef (força eletromotriz induzida)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 125 / 246


5.2 Curvas de capacidade (capability) – Fatores que limitam a capacidade de um gerador

Fatores especı́ficos (cont.):


→ para manter a tensão terminal constante → quanto mais indutiva
for a carga maior deve ser Ef e, portanto, maior o If (para que se
tenha maior fluxo):
xs Ef
Ef′
+ Ia + jxs Ia
If ∼ Ef Et
jxs Ia′
− −
Et
Ia
Ef = Et + jxs Ia Ia′

Ef′ > Ef

→ limitação das perdas no cobre do campo → limitação de If

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 126 / 246


5.2 Curvas de capacidade (capability) – Fatores que limitam a capacidade de um gerador

Fatores especı́ficos (cont.):

→ considere a seguinte situação: Vt fixo, a carga é tal que Ia é o


máximo permitido – Iamax (perdas cobre na armadura máximas)
→ como existe um If máximo, também existe um Ef máximo, Efmax

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 127 / 246


5.2 Curvas de capacidade (capability) – Fatores que limitam a capacidade de um gerador

Fatores especı́ficos (cont.):


→ o ângulo ϕ de defasagem entre Vt e Iamax pode ser no máximo tal
que a queda em xa , jxa Iamax , caia sobre o lugar geométrico de Efmax :

Efmax Ef1
Ef2

Ef3

Iamax
ϕ1 Et
ϕ3ϕ2 Ia1
Ia2
Ia3

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 128 / 246


5.2 Curvas de capacidade (capability) – Fatores que limitam a capacidade de um gerador

Fatores especı́ficos (cont.):

→ nota-se na figura que para ϕ1 , Ef1 cai dentro do lugar geométrico e


para ϕ2 Ef2 cai sobre o lugar geométrico
→ ϕ3 não é um ângulo admissı́vel pois Ef3 cai fora do lugar geométrico
→ conclusão: existe um fator de potência mı́nimo (ϕ máximo) de
operação do gerador, para o qual Ef é máximo → cos ϕ2
→ se o gerador operar abaixo deste valor de fator de potência →
sobreaquecimento do circuito de campo

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 129 / 246


5.2 Curvas de capacidade (capability) – Fatores que limitam a capacidade de um gerador

Fatores especı́ficos (cont.):

limite de estabilidade estática


→ curvas [P × δ] → valores de P maiores que o máximo não podem
ser convertidos → perda de sincronismo

excitação mı́nima permissı́vel


→ carga fortemente capacitiva → Ef muito baixo → δ aumenta para
manter P → pode-se atingir o limite de estabilidade (δ = 90◦ ) e
perde-se o controle da máquina
→ existe uma excitação mı́nima permitida

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 130 / 246


5.2 Curvas de capacidade (capability) – Fatores que limitam a capacidade de um gerador

Fatores especı́ficos (cont.):

limite da máquina primária


→ a potência convertida pelo gerador pode ser limitada pela potência
mecânica máxima que pode ser fornecida pela máquina primária
(turbina hidráulica, a vapor, gás etc.)

Perdas rotacionais (perdas mecânicas nos mancais) → não são


diretamente relacionadas com o carregamento da máquina → não
afetam a curva de capacidade

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 131 / 246


5.2 Curvas de capacidade (capability) – Fatores que limitam a capacidade de um gerador

Levando em consideração todos os fatores obtém-se a curva de


capacidade da máquina para um certo Vt :
P

D C
B

φ
F

G O A Q (ind)

AB – Limitação por If
BC – Limitação por Ia
CD – Limitação pela máquina primária
DE – Limitação por Ia
EF – Limitação por estabilidade
FG – Limitação por excitação mı́nima

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 132 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Para uma máquina de polos lisos tem-se a seguinte relação fasorial:

Ef = Et + jxs Ia
Ef

xs Ia
δ Et
O′ O
ϕ

Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 133 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Considere que:

Et é a tensão normal de trabalho e deve ser mantida constante


Ia está no seu valor máximo (limite de perdas cobre na armadura)
Ef está no seu valor máximo (limite de perdas cobre no campo)

Nestas condições a máquina opera com fator de potência nominal

Mantendo as condições anteriores, a carga pode variar de puramente


indutiva (Ia 90◦ atrasada em relação a Vt ) a puramente capacitiva (Ia
90◦ adiantada em relação a Vt )

→ jxs Ia está 90◦ adiantada em relação a Ia e acompanha a sua


variação

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 134 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

O lugar geométrico da extremidade de jxs Ia é a semi-circunferência


BAC (centro em O):

Ef A

xs Ia
δ Et

O′ C O B
ϕ

Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 135 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Pontos externos a BAC não são permitidos (corresponderiam a


correntes maiores que a máxima)

Pontos sobre BAC (operação limite) e pontos internos a BAC são


permitidos

A extremidade de Ef se encontra com a extremidade de jxs Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 136 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Como Ef também está no seu valor máximo → o lugar geométrico de


sua extremidade está sobre a circunferência DA · · · (centro em O ′ ):

Ef A

xs Ia
δ Et

O′ C O D B
ϕ

Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 137 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

A fim de satisfazer ao mesmo tempo as duas limitações (Ef e Ia –


dois lugares geométricos) → delimita-se a área de operação permitida
pelo contorno DAC :

Ef A

xs Ia
δ Et

O′ C O D B
ϕ

Ia

arco DA – limite de campo


arco AC – limite de armadura

DAC → poderia ser considerada a curva de capacidade da máquina


Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 138 / 246
5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Deve-se agora transformar esta curva em uma curva no plano [P × Q]


e acrescentar outros limites

Retomando a relação fasorial de tensões:

 
Vt
Ef = Et + jxs Ia ×
xs

Vt Ef Vt Et
= + jIa Vt
xs xs

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 139 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Redesenhando o diagrama fasorial tem-se:


P

Vt Vf
A
P xs

Vt Ia
δ

O′ C Vt2 O Q D B Q (ind)
ϕ
xs
Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 140 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

O eixo vertical de P é colocado com origem no ponto O

O segmento OA tem módulo Vt Ia , que corresponde à potência


aparente S fornecida pelo gerador

Vt Ia faz um ângulo ϕ com o eixo vertical. As projeções de Vt Ia nos


eixos vertical e horizontal são:
OP → Vt Ia cos ϕ → potência ativa
OQ → Vt Ia sen ϕ → potência reativa

Agora o contorno DAC representa a curva de capacidade do gerador

Esta curva, em sua forma mais simples, representa somente as


limitações devido ao aquecimento dos enrolamentos de campo (DA) e
armadura (AC )
Deve-se agora incluir outros efeitos
Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 141 / 246
5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Incluindo o limite de estabilidade – o limite teórico de estabilidade


ocorre para δ = 90◦ :
Vt Vf
P max =
xs
em que Ef é perpendicular a Et
P

Vt Vf
, para δ = 90◦
xs

Vt Vf
A
P xs

Vt Ia
δ

O′ C Vt2 O Q D B Q (ind)
ϕ
xs
Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 142 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Linha tracejada vertical partindo de O ′ → lugar geométrico das


potências máximas para diferentes valores de Vf

No caso da máquina exemplo, P max cai fora da região permitida

Neste caso, outros fatores limitantes entram em consideração antes


que o limite de estabilidade seja atingido → o limite de estabilidade
não precisa ser considerado

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 143 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Para um caso geral, ponto O ′ situa-se à direita do ponto C , e este


limite deve ser considerado:
P

A
Vt Vf
Vt Vf xs
, para δ = 90◦
xs

E
Vt Ia
ϕ

δ
C O′ Vt2 O D B Q (ind)
ϕ
xs
Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 144 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Para carregamentos com fator de potência capacitivo (Ia adiantado


em relação a Et ), pode-se atingir o limite de estabilidade

O segmento EO ′ substitui o trecho EC na curva de capacidade →


pontos à esquerda de EO ′ resultam em δ > 90◦

Deve-se trabalhar sempre com uma margem de segurança para evitar


que o limite de estabilidade seja atingido → define-se então o limite
prático de estabilidade

Para cada valor de Vf a nova potência máxima será limitada ao valor


resultante da diferença entre a potência máxima teórica para este
valor de Vf e 10% da potência nominal da máquina

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 145 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

S
0,1Pn S′ P

A
Vt Vf
Vt Vf xs
, para δ = 90◦
xs

E
Vt Ia
ϕ

δ
C O′ Vt2 O D B Q (ind)
ϕ
xs
Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 146 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

A curva de capacidade fica então:


S
0,1Pn S′ P

A
N Vt Vf
Vt Vf xs
, para δ = 90◦
xs

E
Vt Ia
ϕ

δ
C O′ F Vt2 O D B Q (ind)
ϕ
xs
Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 147 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

É possı́vel também considerar o limite prático de estabilidade através


de um ângulo δmax , por exemplo:
δmax = 75◦

Neste caso, a inclusão desse limite no diagrama de capacidade é


trivial e resulta em:
P

A
Vt Vf
Vt Vf xs
, para δ = 90◦ N
xs

E
Vt Ia
δmax
ϕ

δ
C O′ F Vt2 O D B Q (ind)
ϕ
xs
Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 148 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Deve também haver um limite inferior de excitação da máquina → o


controle fica muito difı́cil

Este limite é dado por:

Vt Vfmin
P min =
xs

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 149 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Traça-se um cı́rculo de raio P min com centro em O ′ → determina-se


o trecho FG :
S
0,1Pn S′ P

A
N Vt Vf
Vt Vf xs
, para δ = 90◦
xs

E
Vt Ia
ϕ

F
δ
C O′ G O D B Q (ind)
ϕ Vt2
xs
Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 150 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Finalmente, deve-se levar em conta a limitação da máquina primária


(turbina) → linha horizontal, correspondente à máxima potência
permissı́vel da máquina primária
Forma geral da curva de capacidade:

D C
B

φ
F

G O A Q (ind)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 151 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
Trace o diagrama de capacidade de uma máquina sı́ncrona para as
condições indicadas a seguir.

Potência aparente nominal S 1,11 pu


Tensão terminal Vt 1,0 pu
Tensão de campo máxima Vfmax 2,6 pu
Tensão de campo mı́nima Vfmin 0,3 pu
Reatância sı́ncrona xs 1,67 pu
Potência máxima da máquina primária max
Pprim 1,0 pu

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 152 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
A corrente nominal da máquina é:
S
Ia = = 1,11 pu
Vt
Da equação da máquina sı́ncrona tem-se:
Vt Vt
Ef = Et + jVt Ia
xs xs
1,0 1,0
· 2,6 ∠δ = · 1,0 ∠0◦ + |∠90 ◦
{z } ·1,0 · 1,11 ∠ − ϕ (Et – ref. angular)
1,67 1,67
j

1,5569 ∠δ = 0,5988 ∠0◦ + 1,11 ∠ (90◦ − ϕ)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 153 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
Os três termos da equação anterior formam o triângulo que compõem o
diagrama fasorial do gerador

É possı́vel (mas não necessário) resolver a equação, obtendo:

δ = 33,75◦

ϕ = 38,81◦

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 154 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
Sequência para o traçado do diagrama de capacidade:

1 Traçar 0,5988 ∠0◦ , que corresponde a Vt2 /xs → O ′ O

O′ Vt2 /xs O

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 155 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo

2 Com centro em O ′ , traçar cı́rculo com raio 1,5569, que corresponde a


Vt Vfmax /xs (limitação de campo, lugar geométrico de Vfmax ) → D · · ·

Com centro em O, traçar cı́rculo com raio 1,11, que corresponde a


Vt Ia (limitação de armadura, lugar geométrico de Iamax ) → BAC

C O′ Vt2 /xs O D B

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 156 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
3 Traçar os eixos P e Q
Os cı́rculos traçados no passo 2 correspondem aos lugares
geométricos para Vfmax (perdas ferro) e Iamax (perdas cobre), e já
definem o diagrama de capacidade básico para a máquina DAC
P

Vt Vf /xs
Vt Ia

C O′ Vt2 /xs O D B Q

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 157 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
4 Traçar linha paralela ao eixo P passando por O ′ → linha tracejada
O ′ E corresponde a δ = 90◦ → limite de estabilidade estática →
diagrama de capacidade agora é DAEO ′
P

E
A

Vt Vf /xs
Vt Ia

C O′ Vt2 /xs O D B Q

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 158 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
5 O ângulo ϕ foi obtido anteriormente. Ele também pode ser obtido a
partir do próprio diagrama de capacidade, como sendo o ângulo entre
o eixo P e a linha OA, que corresponde à potência aparente Vt Ia

Desta forma, a potência ativa nominal da máquina é calculada por:

Pn = Vt Ia cos ϕ = S · cos ϕ = 1,11 · cos 38,81◦ = 0,8650 pu

10% deste valor, ou seja, 0,0865 pu deve ser descontado para a


obtenção da curva prática do limite de estabilidade

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 159 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
Para cada valor de Vf , traçar um cı́rculo com centro em O ′ e raio
Vt Vf /xs .

A partir do cruzamento do cı́rculo com a linha O ′ E , desconta


0,1 · Pn = 0,0865 pu → traçar linha horizontal.

A intersecção do cı́rculo com a linha horizontal define o ponto prático


de limite de estabilidade da máquina para o valor escolhido de Vf .

O novo diagrama de capacidade é DASX .

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 160 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
P

E
A

Vt Vf /xs
Vt Ia

C O′ X Vt2 /xs O D B Q

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 161 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
6 Excitação mı́nima:

Vt Vfmin 1,0 · 0,3


P min = = = 0,1796 pu
xs 1,67

Traçar cı́rculo com centro em O ′ e raio 0,1796, correspondente à


excitação mı́nima

O novo diagrama de capacidade é DASFG

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 162 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
P

E
A

Vt Vf /xs
Vt Ia

C O′ X G Vt2 /xs O D B Q

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 163 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
7 Incluir a limitação da máquina primária → linha paralela ao eixo Q
para P = 1,0 pu

O diagrama de capacidade final da máquina é dado pelo contorno


DACHFG
P

H C

O′ G O D Q

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 164 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
Trecho Limite
P

H C DA campo (perdas ferro)


A

AC armadura (perdas cobre)


CH máquina primária (turbina)

F
HF estabilidade
O′ G O D Q
FG excitação mı́nima

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 165 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
A partir do diagrama de capacidade da máquina sı́ncrona do exemplo
anterior, obtenha as grandezas solicitadas a seguir.

1 Obtenha o valor do fator de potência nominal da máquina.

Este valor já foi obtido anteriormente durante o traçado do diagrama


e vale:
fp = cos ϕ = cos 38,81◦ = 0,78
O fator de potência nominal é
obtido diretamente do diagrama P

como o cosseno do ângulo entre o H C

B A

eixo P e a linha OA:


OB ϕ
fp = cos ϕ = = 0,78
OA F

O′ G O D Q

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 166 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
2 Obtenha os limites de potência reativa quando a máquina fornece
0,8 pu de potência ativa.

Traçar linha paralela ao eixo Q H C

para P = 0,8 pu. Os limites são 0,8


A

dados pela intersecção da linha


com o diagrama:
F

O′ G Q min O Q max D Q

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 167 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo

Q min = −0,21 pu
→ limite ativo: estabilidade
→ máquina consome potência reativa

Q max = 0,73 pu
→ limite ativo: perdas ferro
→ máquina fornece potência reativa

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 168 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
3 Determine a faixa de potências ativas geradas para a qual as perdas
cobre são importantes na definição dos limites de potência reativa.

P
perdas cobre
H C
potências
ativas
B A

Da figura tem-se
P ∈ [0,87, 1] pu.

O′ G O D Q
limites de
potência
reativa

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 169 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
4 A máquina deve fornecer 1,0 pu de potência ativa. Determine Vf tal
que δ = 30◦ . Se a operação sob as condições especificadas não for
possı́vel, determinar o mı́nimo valor de δ para que a máquina possa
fornecer a potência ativa especificada.

Como a máquina fornece P

H C M
1,0 pu de potência ativa, P = 1 pu

opera sobre o trecho CH do A


ponto de operação
não permitido
diagrama de capacidade.
Para δ = 30◦ , traçar uma
linha a partir de O ′ formando
30◦ com o eixo Q. F
30◦

O′ G O D Q

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 170 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
A linha O ′ M não intercepta o
P
trecho CH, resultando em um H C
ponto de operação fora da A
região permitida. Portanto, a
operação sob essas condições
não é possı́vel.
O ângulo δ mı́nimo é obtido δ
traçando-se uma linha a F

O′ G O Q max D Q
partir de O ′ que passe por C .

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 171 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exemplo
Neste caso, a máquina operará fornecendo potência ativa de 1,0 pu e
reativa máxima Q max = 0,49 pu. O ângulo δ mı́nimo será igual a:

1,0
δ = tg −1 = 42,8◦
1,08

O trecho O ′ C equivale a 1,47 pu. Logo:

Vt Vf O ′ C · xs 1,47 · 1,67
O ′ C = 1,47 = → Vf = = = 2,45 pu
xs Vt 1,0

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 172 / 246


5.3.1. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos lisos

Exercı́cios propostos

(13) , (14) , (15)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 173 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

O procedimento para a obtenção do diagrama de capacidade de uma


máquina de polos salientes é o mesmo daquele utilizado para o caso
da máquina de polos lisos → o diagrama de capacidade não difere,
em essência daquele já obtido
O diagrama de capacidade obtido anteriormente é um caso particular
de uma máquina de polos salientes para a qual xd = xq
Tem-se agora o conjugado de relutância associado ao termo de
relutância da potência fornecida pela máquina:
 
Vt Vf Vt2 xd − xq
P= sen δ + sen 2δ
xd 2 xd xq
| {z }
relutância
Para a máquina de polos salientes tem-se:
Ef = Et + jxd Id + jxq Iq
Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 174 / 246
5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

Diagrama fasorial:

eixo q
B
Ef
jxq Iq

A
Iq
δ
O′ jxd Id
ϕ Et O

Ia
Id
eixo d

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 175 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

Prolongar a linha de Ia e traçar uma linha perpendicular a ela


passando pelo ponto O. Prolongar AB e obter o ponto de intersecção
S.

S eixo q
B
Ef
jxq Iq

A
Iq α
δ jxd Id
O′
ϕ Et O
α
Ia
Id E
D
eixo d

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 176 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

Triângulos O ′ DE e OAS são semelhantes. Então:

O ′D OA
=
DE AS
Id xd Id
=
Iq xq Iq + BS

BS = (xd − xq ) Iq

AS = AB + BS → AS = xd Iq

OS 2 = OA2 + AS 2 → OS = xd Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 177 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

Observando novamente o diagrama:

S eixo q
B
C
Ef jxq Iq

A
Iq
δ jxd Id
O′
ϕ Et O
Ia
Id
E
D
eixo d

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 178 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

Os triângulos OAS e CBS são semelhantes:

AS BS
=
OS CS
xd Iq (xd − xq ) Iq
=
xd Ia CS

CS = (xd − xq ) Ia

OC = OS − CS → OC = xq Ia

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 179 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

Variando o ângulo do fator de potência de −90◦ a 90◦ (puramente


indutivo a puramente capacitivo), o fasor Ia descreve uma
semi-circunferência em torno de O ′

O trecho OS = xd Ia gira da mesma forma em torno de O, resultando


na semi-circunferência tracejada → lugar geométrico dos pontos de
operação no limite de aquecimento da armadura

Notar que a semi-circunferência não passa pelo ponto B (extremidade


de Ef ) como no caso da máquina de polos lisos

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 180 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

S eixo q
B
C
Ef jxq Iq

A
Iq
δ jxd Id
O′
ϕ Et O
Ia
Id
E
D
eixo d

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 181 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

Transformando a equação de tensões em uma equação de potências:

 
Vt
Ef = Et + jxd Id + jxq Iq ×
xd

Vt Vt xq
Ef = Et + jVt Id + jVt Iq
xd xd xd

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 182 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

O diagrama fica:
P

S eixo q
B
C
Vf Vt /xd
Vt Ia
A
Iq
Vt Id
δ
O′ ϕ Vt2 /xd O Q
Ia
Id
E
D
eixo d

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 183 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

O trecho OS agora é Vt Ia , que corresponde à máxima potência


aparente permissı́vel

Obtenção da curva de aquecimento do campo:

→ lembre que para máquinas de polos lisos esta curva era uma
semi-circunferência de centro em O ′ e raio Vt Ef /xs

→ a partir do ponto S foi traçada uma paralela à direção de O ′ B até


o ponto O ′′

→ a partir de O ′ foi traçado o segmento O ′ C ′ , paralelo a BS

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 184 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

S
eixo q
B
C
Vf Vt /xd Vt Ia
C′ A
Iq
Vt Id
δ
O ′′ O′ ϕ Vt2 /xd O Q
Ia
Id
E
D
eixo d

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 185 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

Relações:
Vf Vt
C ′S = O ′B =
xd
 
xq
O ′ C ′ = BS = Vt Iq 1 −
xd

xq V2
AB = OX = Vt Iq = t sen δ
xd xd
AB O′C ′
sen δ = =
O′ O ′′ O ′
 
O′O · O′C 1 1
O O = ′′ ′
= Vt2 −
AB xq xd

Vt2
O ′′ O = O ′′ O ′ + O ′ O =
xq

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 186 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

→ O trecho C ′ S corresponde à parcela de polos lisos. O trecho O ′′ C ′


corresponde à parcela de polos salientes

→ O ′′ O ′ é o diâmetro de uma circunferência que depende somente da


saliência polar → relacionada com o conjugado de relutância (para
polos lisos o diâmetro será zero)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 187 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

S
eixo q
B
C
Vf Vt /xd Vt Ia
C′
A
Iq
Vt Id
δ
O ′′ O′ ϕ Vt2 /xd O Q
Ia
Id
E
D
eixo d

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 188 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

→ obter outros pontos do tipo S, por exemplo → S ′ → traçar reta a


partir de O ′′ determinando o ponto F

→ o ponto S ′ será tal que FS ′ = C ′ S = O ′ B = Vt Vf /xd , que é


constante

→ a curva final é uma cardióide → curva de aquecimento do campo é


DSS ′ · · ·

→ curva de capacidade é DSE

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 189 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

S′

S
eixo q
B
C
F Vf Vt /xd Vt Ia
C′
A
Iq
Vt Id
δ
O ′′ O′ E ϕ Vt2 /xd O D Q
Ia
Id
E
D
eixo d

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 190 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

Pode-se agora incluir os outros fatores

O lugar geométrico dos limites de estabilidade é uma curva que pode


estar fora ou dentro da curva de capacidade

A curva é obtida, para cada valor de Vf , por:

 2  2
∂ V2 v2
P=0 → Q+ t + Q+ t P2 = 0
∂δ xq xd

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 191 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

O ′′ O′ E O D Q

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 192 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

Para obter o limite prático de estabilidade, dar folga de 0, 1Pn e


construir a curva do limite prático de estabilidade da mesma forma
que foi feito para a máquina de polos lisos, lembrando que as curvas
de aquecimento de campo são cardióides

S
0,1Pn S′

S
D

O ′′ O′ F O D Q

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 193 / 246


5.3.2. Curvas de capacidade (capability) – Traçado da curva – MS de polos salientes

O trecho EF da figura acima refere-se à excitação mı́nima permitida


(5% a 10% da excitação normal), que também é uma cardióide

Deve-se finalmente incluir a limitação proveniente da máquina


primária, da mesma forma que foi feito para a máquina de polos lisos

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 194 / 246


6. Limites do gerador sı́ncrono no problema de fluxo de carga

No problema de fluxo de carga as barras de geração são representadas


como uma injeção de potência ativa P esp no barramento com
magnitude de tensão fixa V esp

Representando essas condições no diagrama de capacidade traçado


para V esp tem-se:
P

P esp

Q min Q max Q (ind)


Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 195 / 246
6. Limites do gerador sı́ncrono no problema de fluxo de carga

Em função das limitações da máquina, existem limites para o


consumo ou fornecimento de potência reativa pela máquina, Q min e
Q max respectivamente

Se algum dos limites de potência reativa for atingido, a máquina


perderá a capacidade de manter a magnitude da tensão no
barramento em V esp

Assim, a tensão passará a variar e o barramento apresentará um


comportamento de barra de carga (tipo PQ)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 196 / 246


6. Limites do gerador sı́ncrono no problema de fluxo de carga

Na resolução do problema de fluxo de carga, deve-se verificar, a cada


iteração, se há geradores (barras PV) com violações de potência
reativa

Se houver, as barras correspondentes devem ser alteradas para barras


PQ

Deve-se também verificar se geradores transformados em barras PQ


em iterações anteriores podem voltar a ser representados por barras
PV

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 197 / 246


6. Limites do gerador sı́ncrono no problema de fluxo de carga

Em análises envolvendo a determinação de ações de controle, por


exemplo, pode-se também especificar limites de geração de potência
ativa, ou seja, Pgmin ≤ Pg ≤ Pgmax :

P max

P min

Q min Q max Q (ind)

Naturalmente, esta simplificação na representação dos limites da


máquina pode não ser aceitável para certas análises

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 198 / 246


6. Limites do gerador sı́ncrono no problema de fluxo de carga

Exercı́cios propostos

(17)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 199 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Capacidade dos geradores sı́ncronos permanecerem em sincronismo


após uma grande perturbação (usualmente curtos-circuitos)

O problema de estabilidade transitória também pode ser analisado de


forma simplificada no espaço (P × δ)

Neste caso, o ponto de equilı́brio instável (δinst ) tem grande


importância

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 200 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

V1 V2
P= sen δ
X

d 1
ω= (Pm − Pe )
dt 2H
d
δ = ∆ω
dt

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 201 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Exemplo de simulação:

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 202 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Durante o curto-circuito, a tensão terminal do gerador (V1 ) diminui,


levando a uma redução da potência elétrica frenante

Portanto, o gerador começa a acelerar e o ângulo de potência começa


a crescer segundo a equação de oscilação da máquina

Quando a falta é eliminada pelo sistema de proteção, a potência


elétrica aumenta e o gerador começa a desacelerar mas o ângulo
continua crescendo devido à inércia do sistema

Para que o sistema seja estável a energia acelerante (adquirida


durante a falta) deve ser dissipada após a eliminação da falta

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 203 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Quanto mais rapidamente a falta for eliminada, menor a variação do


ângulo, resultando em uma maior margem de estabilidade

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 204 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Para um determinado tempo de eliminação da falta, a quantidade de


potência que o gerador pode injetar na rede pode ser limitada

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 205 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 206 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais


Sistema máquina-barra infinitaa e circuito equivalente:

a
Barra infinita: barra em que a tensão é constante (módulo e ângulo), representando o equivalente do sistema.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 207 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


Considerando a segunda lei de Newton aplicada a movimentos rotacionais,
temos:
d
T =J· ω
dt
em que J é o momento de inércia do conjunto de componentes do
sistema. Multiplicando-se ambos os termos da equação por ω02 /2, temos:
 2  2
ω0 ω0 d
T· =J· · ω
2 2 dt

Como a energia cinética rotacional K0 é dada por Jω02 /2, temos:

1 d T ω0
· ω=
ω0 dt 2K0

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 208 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


Como a potência de base do sistema (em função do torque de base) é dada
por Sb = Tb ω0 , é possı́vel manipular a equação anterior da seguinte forma:

1 d T ω0 /Sb T ω0 /Tb ω0 1 d Tpu


· ω= = → · ω=
ω0 dt 2 K0 /Sb 2 K0 /Sb ω0 dt 2H

em que T /Tb é o torque dado em pu e H é a constante de inércia da


máquina dada em segundos (na realidade MW s/MVA – razão entre
energia cinética e potência nominal).
Considerando que a máquina gira próxima à velocidade nominal:

P =T ·ω ≈T ·1 → P ≈T
Logo:
d ω · Ppu
ω=
dt 2H
Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 209 / 246
7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


Portanto, considerando o sistema máquina-barra infinita, temos:
d d ω0 Pa
δ = ∆ω = ω − ω0 ω=
dt dt 2H
2 H d2
· δ = Pa
ω0 dt 2

A equação acima é chamada equação de swing (oscilação eletromecânica),


em que:
δ − ângulo entre a tensão interna e a tensão da barra infinita (em rad)
ω − velocidade do rotor (em rad/s)
ω0 = 2πf0 − velocidade do campo girante do estator, constante e imposta
pelo barramento infinito (em rad/s)
H − constante de inércia do conjunto turbina/gerador (s)
Pa = Pm − Pe − Potência acelerante da máquina (em pu)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 210 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


Por hipótese assuma que a resposta do sistema de controle da turbina
(abertura de válvulas de injeção de vapor/água) é lenta o suficiente para
que a potência mecânica transferida da turbina para o gerador através do
eixo mecânico possa ser considerada constante no tempo de análise.
A potência elétrica por sua vez é dada por:

E ′ E∞
Pe = sen δ
xeq

em que xeq é a reatância equivalente entre a barra interna do gerador


sı́ncrono e a barra infinita. No nosso caso é dada por:

xeq = xd′ + xt + xLT

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 211 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


ω0 d

Multiplicando a equação de swing por H dt δ temos:
   
2H d 2 ω0 d ω0 d
· δ· · δ = Pa · · δ
ω0 dt 2 H dt H dt
d2 d ω 0 Pa d
2 · 2δ · δ = · δ
dt dt H dt
O termo da esquerda pode ser reescrito como (regra da cadeia):
 
d2 d d d
2 · 2δ · δ = δ
dt dt dt dt

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 212 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


Portanto, a equação de swing pode ser expressa por:
 
d d ω 0 Pa d
δ = · δ
dt dt H dt

Integrando a equação de swing no tempo utilizando a variável auxiliar u:


 2
d d ω 0 Pa d ω 0 Pa
u= δ u= → · δ → du = ·δ
dt dt H dt H
Z Z Z  2 Z
ω 0 Pa ω0 d ω0
du = ·δ → u = Pa dδ → δ = Pa dδ
H H dt H

Finalmente:
s Z δ
d ω0
δ = ∆ω = Pa · dδ ∆ω em rad/s
dt H δ0
Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 213 / 246
7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


Para estabilidade, a máquina deve atingir o repouso com respeito à barra
infinita, ou seja:
∆ω = 0
o que implica em:
Z δ Z δ
Pa · dδ = 0 → (Pm − Pe ) · dδ = 0
δ0 δ0

A integral acima pode ser interpretada como a área entre as curvas Pm × δ


e Pe × δ. A primeira destas curvas é representada por uma reta horizontal,
já que a potência mecânica é suposta constante. A segunda é a senoide
dada por Pmax sen δ.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 214 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


A figura a seguir representa as áreas entre as curvas de Pm e Pe :

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 215 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


A área A1 corresponde ao intervalo em que a potência elétrica é menor
que a potência mecânica, enquanto A2 diz respeito à situação inversa.
A área A1 corresponde ao ganho de energia cinética resultante da
aceleração da máquina.
A partir do ângulo δ1 , a máquina começa a sofrer desaceleração, com o
aumento de energia cinética sendo cedido à barra infinita
Quando a área A1 se torna igual à área A2 , a derivada do ângulo torna-se
nula (pelo resultado do slide anterior), o que significa que todo o ganho de
energia cinética inicial foi entregue à barra infinita e que a velocidade da
máquina torna-se momentaneamente igual à sua velocidade original.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 216 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


É possı́vel calcular o ângulo crı́tico e o tempo crı́tico de abertura.
Considere o sistema máquina-barra infinita com circuito de transmissão
simples:

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 217 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


Inicialmente será obtido o ângulo crı́tico δcrit .
Para isto, devemos considerar A1 = A2 :

A1 = Pm · (δcrit − δ0 )

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 218 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)

Z δmax
A2 = [Pmax sen δ − Pm ] · dδ
δcrit
Z π−δ0
= [Pmax sen δ − Pm ] · dδ
δcrit
= Pmax (cos δcrit + cos δ0 ) − Pm · (π − δ0 − δcrit )

Igualando as áreas e considerando:

Pm = Pmax · sen δ0

obtém-se:
δcrit = cos−1 [(π − 2δ0 ) · sen δ0 − cos δ0 ]

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) ET720 – Gerador sı́ncrono 219 / 246


7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


Sabendo-se o valor de δcrit pode-se calcular o tempo crı́tico de abertura da
falta integrando a equação de swing no tempo, em dois passos.
Para este caso a integral pode ser solucionada analiticamente, já que
Pe = 0 durante o defeito.
Primeiro passo

2H d 2
· δ = Pa
ω0 dt 2
 
2H d d
· δ = (Pm − Pe )
ω0 dt dt
 
2H d
δ = Pm · t
ω0 dt
 
d ω 0 Pm · t
δ =
dt 2H
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7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


Segundo passo

d ω 0 Pm · t
δ=
dt 2H
ω 0 Pm
dδ = · t dt
2H
Z δcrit Z tcrit
ω 0 Pm
dδ = · t dt
δ0 0 2H
Z tcrit  2 
ω 0 Pm ω0 Pm t
δcrit − δ0 = · t dt = · crit
2H δ0 2H 2

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7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Comprovação do critério das áreas iguais (cont.)


 2 
ω 0 Pm t
δcrit − δ0 = · crit
2H 2
ω 0 Pm 2
δcrit − δ0 = · tcrit
4H
2 4H
tcrit = (δcrit − δ0 )
ω 0 Pm
r
4H
tcrit = (δcrit − δ0 )
ω P
r 0 m
2H
tcrit = (δcrit − δ0 )
πf0 Pm
s
2H (δcrit − δ0 )
tcrit = → Tempo crı́tico para eliminação da falta
πf0 Pm
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7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Exemplo
Considere o sistema mostrado a seguir.

A tensão interna do gerador é 1,05 pu, a tensão da barra infinita é 1,0 pu,
e a potência entregue pela máquina à barra infinita é 1,0 pu. Além disso,
são conhecidas a reatância transitória da máquina (0,2 pu), do
transformador (0,1 pu) e da linha de transmissão (0,2 pu). A constante de
inércia do gerador é H = 5 s.
Calcule o ângulo crı́tico e o tempo crı́tico de abertura para uma falta
trifásica na linha de transmissão.
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7. Estabilidade transitória – critério das áreas iguais

Exemplo
A potência elétrica máxima é:
E ′ · E∞ 1,05 · 1,0
Pe = = = 2,1 pu
xeq 0,2 + 0,1 + 0,2

O ângulo inicial δ0 é:


2,1 · sen δ0 = 1,0 → δ0 = 0,496 rad (28,44◦ )

Portanto:
δcrit = cos−1 [(π − 2 · 0,496) sen 28,44◦ − cos 28,44◦ ] = 81,7◦ (1,426 rad)

Finalmente:
r
2 · 5,0
tcrit = (1,426 − 0,496) = 0,222 s (≈ 13,3 ciclos)
60 · π · 1,0

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Referências

P.M. Anderson, A.A. Fouad, Power system control and stability, IEEE
Press, 1993

G. Barreto, C.A. Castro, C.A.F. Murari, F. Sato, Circuitos de


Corrente Alternada: Fundamentos e Prática, Oficina de Textos, 2012

A.E. Fitzgerald, C. Kingsley Jr., A. Kusko, Máquinas elétricas,


McGraw-Hill, 1979

J.A.F. Melo, Geradores sı́ncronos: curvas de capacidade, Publicações


técnicas CHESF, n.2, 1977

A.J. Monticelli, A.V. Garcia, Introdução a sistemas de energia


elétrica, Unicamp, 1999

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8. Referências

G. McPherson, R.D. Laramore, An introduction to electrical machines


and transformers, John Wiley, 1990

W. Freitas Filho, Notas de aula ET720, FEEC/UNICAMP, 2018

A.Simões Costa, Notas de aula, UFSC, 2018.

P. Kundur, Power system stability and control, McGraw-Hill, 1994.

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Apêndice – Reação de armadura

Considere uma carga equilibrada conectada a um gerador sı́ncrono


trifásico:

van (t)
ia (t) Z
a

vbn (t)
ib (t) Z
b
n ∼ n

vcn (t)
ic (t) Z
c

Gerador Carga

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Apêndice – Reação de armadura

Tensões senoidais equilibradas (mesmos valores eficazes e defasadas de


120◦ ) são aplicadas às impedâncias e resultam nas correntes:

ia (t) = I cos (ωt)

ib (t) = I cos (ωt − 120◦ )

ic (t) = I cos (ωt + 120◦ )

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Apêndice – Reação de armadura

As correntes também têm os mesmos valores eficazes e são defasadas


de 120◦ umas das outras. Nota-se que é considerada a sequência de fases
abc. A corrente da fase a em função do tempo é dada por:

ia (t)

90 180 270

−90 0 ωt [◦ ]

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Apêndice – Reação de armadura

A corrente ia (t) circula pela bobina da fase a do gerador, criando uma


força magnetomotriz (fmm) também senoidal em relação ao tempo:

Fa (t) = F cos ωt

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Apêndice – Reação de armadura

As linhas de campo são normais à direção da corrente. Considera-se o


eixo da fase a como a referência de ângulo θ, que representa a posição no
espaço em relação ao eixo da fase a:
a
θ=0
θ

a ⊙ ⊗ a′

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Apêndice – Reação de armadura

Como as bobinas das fases são acomodadas em ranhuras distribuı́das


ao longo do estator, a fmm distribui-se senoidalmente no espaço.

No instante t = 0 tem-se:

ωt = 0 e ia (0) = I

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Apêndice – Reação de armadura

A corrente tem seu valor máximo. A fmm induzida apresenta também


o seu valor máximo F ao longo do eixo da fase a e varia senoidalmente
para θ variando:

Fa (θ)

−180 −90 90 180

0 θ [◦ ]

eixo da fase a

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Apêndice – Reação de armadura

Para t = π/3ω tem-se:

ωt = π/3 e ia (π/3ω) = I /2

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Apêndice – Reação de armadura

A fmm apresenta um valor máximo de F/2 ao longo do eixo da fase a


e se distribui senoidalmente:

Fa (θ)

F/2
−180 −90 90 180

0 θ [◦ ]

eixo da fase a

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Apêndice – Reação de armadura

Observando o valor instantâneo da fmm Fa para um certo ângulo θ ∗ ,


verifica-se que esta varia de F cos θ ∗ a −F cos θ ∗ . Por exemplo, ao longo
do eixo da fase a, θ ∗ = 0 e a fmm varia de F a −F. Para θ ∗ = 60◦ , a
fmm varia de F/2 a −F/2. Para θ ∗ = 90◦ , a fmm é sempre igual a 0:
eixo da fase a

θ [◦ ]

0 60 90
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Apêndice – Reação de armadura

Os comportamentos das correntes e das fmm’s das fases b e c são os


mesmos que os da fase a, só que defasados de −120◦ e 120◦ ,
respectivamente.
Para t0 = 0:

 ia (t0 ) = I
ωt0 = 0 e i (t ) = I cos (−120◦ ) = −I /2
 b 0
ic (t0 ) = I cos (120◦ ) = I /2

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Apêndice – Reação de armadura

Os valores de pico das fmm’s são F (fase a), −F/2 (fase b) e −F/2
(fase c) ao longo dos respectivos eixos, distribuindo-se senoidalmente no
espaço:

c a b

fmmb

θ [◦ ]

fmmc
fmma

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Apêndice – Reação de armadura

Para θ0 = 0 tem-se:

Fa (θ0 ) = F
Fb (θ0 ) = F/4
Fc (θ0 ) = F/4

que resulta em uma fmm total de 3F/2. Note que para θ = ±90◦ a fmm
total é nula. Para θ = ±180◦ a fmm total é −3F/2. Conclui-se que, no
espaço, a fmm total distribui-se senoidalmente, e:
3
Fra = F cos θ
2

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Apêndice – Reação de armadura

Pode-se também visualizar a situação da seguinte maneira:

b′ c

Fra
Fa

a a′
Fc Fb

b
c′

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Apêndice – Reação de armadura

Para t1 = π/3ω:


 ia (t1 ) = I cos (60◦ ) = I /2
ωt1 = π/3 (60◦ ) e i (t ) = I cos (−60◦ ) = I /2
 b 1
ic (t1 ) = I cos (180◦ ) = −I

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Apêndice – Reação de armadura

Os valores de pico das fmm’s são F/2 (fase a), F/2 (fase b) e −F
(fase c) ao longo dos respectivos eixos, distribuindo-se senoidalmente no
espaço:

c a b

fmma

θ [◦ ]

fmmb
fmmc

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Apêndice – Reação de armadura

Para θ1 = 60◦ tem-se:

Fa (θ1 ) = F/4
Fb (θ1 ) = F/4
Fc (θ1 ) = F

que também resulta em uma fmm total de 3F/2. Note que para θ = 150◦
e θ = −30◦ (variação de ±90◦ em torno de θ1 ) a fmm total é nula.
Tem-se ainda que a fmm total vale −3F/2 para θ = 240◦ e θ = −120◦
(variação de ±180◦ em torno de θ1 ), indicando que a fmm total
distribui-se senoidalmente no espaço. A diferença agora é que o valor de
pico está deslocado de um ângulo de 60◦ , que corresponde ao valor de ωt1 .

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Apêndice – Reação de armadura

A expressão para Fra levando em conta o tempo e o espaço é então:

3
Fra = F cos (θ − ωt)
2

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Apêndice – Reação de armadura

Pode-se também visualizar a situação da seguinte maneira:

b′ c

Fra

Fa
Fc
a a′
Fb

b
c′

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Apêndice – Reação de armadura

Realizando esta análise para vários ângulos conclui-se que a fmm


apresenta uma distribuição senoidal no espaço e a posição de seu valor de
pico 3F/2 gira no tempo, com velocidade angular ω, configurando assim
um campo girante.

Este campo é chamado de reação de armadura em função de existir a


partir das correntes de armadura.

A fmm de reação de armadura existe no entreferro da máquina


juntamente com o campo de excitação (criado pela corrente de campo). O
campo resultante é que determina o valor da tensão terminal do gerador.

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