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Acionamentos elétricos:

partida indireta de MIT,


estrela-triângulo
PROFESSOR THIAGO NOGUEIRA
THIAGO.ARANTES.N@GMAIL.COM
Avisos
Lab 3: divisão normal das turmas
◦ 06/11: nomes iniciados de A a K + Leandro
◦ 13/11: nomes iniciados de L a Z

2º TDE: entrega até 29/09


Orientações para a prova
TDEs atrasados
O que é a partida em estrela-triângulo?
Método indireto de partida
Consiste em dar a partida no motor
inicialmente conectado em estrela
Em um determinado instante, altera-se a
conexão do motor para triângulo
Requisitos:
◦ Motor com ao menos 6 terminais
◦ Tensão da rede deve ser equivalente à tensão de
operação do motor em triângulo
Tensões e correntes em estrela e triângulo
Para um motor com possibilidade de conexão
em Y e ∆:
𝑉𝑌
𝑉∆ =
3
Nestas condições de tensão, as correntes são
dadas por:
𝐼∆ = 𝐼𝑌 • 3

Para V = 220 V Para V = 380 V


Tensões e correntes em estrela e triângulo
Entretanto, na partida estrela-triângulo, a
tensão de alimentação será sempre
equivalente à 𝑉∆ (neste caso, 220 V)
Se:
𝑉𝑌 = 𝑍 • 𝐼𝑌
Então:
𝑉𝑌 𝐼𝑌
=𝑍•
3 3
E portanto:
𝐼𝑌380
𝐼𝑌220 =
3
Tensões e correntes em estrela e triângulo
Como:
𝐼∆220
𝐼𝑌380 =
3
E:
𝐼𝑌380
𝐼𝑌220 =
3
Então:
𝐼∆220
3 𝐼∆220
𝐼𝑌220 = =
3 3
A corrente de partida do motor, em uma
partida estrela triângulo, é reduzida a 1/3 da
corrente de partida direta em ∆
Conjugado do motor
Sendo VN a tensão nominal de cada fase Quando os enrolamentos são conectados
do enrolamento do motor conectado em em estrela, na mesma alimentação:
triângulo:
2
𝑉𝐿
𝐶∆ = 𝐾 • 𝑉𝑁2 𝐶𝑌 = 𝐾 •
3
◦ Sendo:
◦ 𝐶∆ : conjugado desenvolvido em triângulo ∆
◦ K: constante do motor 𝐶∆
◦ VN: tensão nominal de cada fase (rede)
𝐶𝑌 =
3
◦ Neste caso, em ∆, equivale à tensão de linha VL

Como a partida é dada em estrela, o


conjugado de partida é reduzido a 1/3 do
conjugado de partida em ∆!
Partida estrela-
triângulo

Corrente
É uma forma de suavizar os efeitos da partida de
um MIT
Entretanto, o conjugado de partida é reduzido
Instante ideal de chaveamento
◦ velocidade em que o conjugado RESISTENTE se
iguala ao conjugado do MOTOR em Y
Mesmo motor, conjugados resistentes
(Cr) diferentes

Instante ideal de chaveamento


(Cac = 0, CY = Cr)
Ponto de Ponto de operação nominal
operação (C∆ = Cr)
nominal
CY (C∆ = Cr) CC
Y

Cr
Cr
Vantagens e desvantagens da partida Y-∆
VANTAGENS DESVANTAGENS

Custo reduzido comparado com outros Aplicáveis apenas a motores com dupla tensão
métodos de partida indireta nominal com pelo menos seis terminais
acessíveis
Permite elevado número de manobras (se
corretamente dimensionado) Conjugado de partida reduzido a 1/3 do
nominal
Corrente de partida reduzida a 1/3 da nominal
Risco de picos elevados de corrente em caso
Baixas quedas de tensão durante a partida de comutação antecipada
Dimensões relativamente reduzidas se A depender do conjugado resistente, deve-se
comparado a outros métodos considerar uma partida a vazio
Diagramas de potência
e comando
Partida
estrela-
triângulo com
chaveamento
manual
Laboratório: relé temporizador Y-∆
Relé desenvolvido especialmente para partida
Y-∆
Possui dois circuitos temporizadores
separados
Comuta-se a ligação em Y imediatamente na
energização da bobina
Passado o tempo T1 definido para a partida em
Y, o circuito é fechado em ∆ após um tempo T2
fixo (geralmente 50 ms ou 100 ms)
O circuito permanece ligado em delta até a
desenergização da bobina
Laboratório: relé temporizador Y-∆
Dimensionamento dos elementos
(sem considerar FS)
Contatores fechados na ligação Y:
◦ K1 e K3

Contatores fechados na ligação ∆ :


◦ K1 e K2 F
Contator K3: fechado somente durante a
conexão em Y
𝐼∆220 K1
𝐼𝑌220 =
3 F0 K2 K3
Logo, o contator K3 deve ser dimensionado
para 1/3 da corrente nominal do motor em ∆
𝐼𝑁∆
𝐼𝐾3 = = 0,33 • 𝐼𝑁∆
3
Dimensionamento dos elementos
(sem considerar FS)
A corrente que passa pelos contatores K1 e K2
durante a ligação em ∆: corrente de fase

𝐼𝐾1 = 𝐼𝐾2 = 𝐼ø∆ F

𝐼𝑁∆
𝐼𝐾1 = 𝐼𝐾2 = = 0,58 • 𝐼𝑁∆ K1
3
Consequentemente, o Relé Térmico (F0) deve F0 K2 K3
ser dimensionado para a mesma corrente de
K1
𝐼𝑅𝑇 = 𝐼𝐾1 = 0,58 • 𝐼𝑁∆
Dimensionamento dos elementos:
resumo (considerando o FS do motor)
Contatores:
◦ 𝐼𝐾1 = 0,58 • 𝐼𝑁∆ • 𝐹𝑆
◦ 𝐼𝐾2 = 0,58 • 𝐼𝑁∆ • 𝐹𝑆
◦ 𝐼𝐾3 = 0,33 • 𝐼𝑁∆ • 𝐹𝑆
F
Relé térmico
◦ 𝐼𝑅 = 0,58 • 𝐼𝑁∆ • 1,15 A escolha é sempre pelo
◦ Para motores com FS < 1,15
modelo comercial com K1
valor imediatamente
◦ 𝐼𝑅 = 0,58 • 𝐼𝑁∆ • 1,25
superior ao calculado F0 K2 K3
◦ Para motores com FS ≥ 1,15

Disjuntor:
◦ 𝐼𝐷 = 𝐼𝑁∆ • 𝐹𝑆

Fusível:
◦ 𝐼𝐹 = 𝐼𝑁∆ • 𝐹𝑆
Dimensionamento dos elementos
A partida Y-∆ reduz a corrente de partida a 1/3
da corrente de partida em ∆
Em um sistema de acionamento bem
dimensionado, a escolha da corrente do fusível
(IF) levará em conta apenas a operação nominal

𝐼𝐹 = 𝐼𝑁∆ • 𝐹𝑆
Dimensionamento do fusível
Exemplo Lab 1:
◦ Partida direta
◦ IN = 4,4 A
◦ IP / IN: 7,0
◦ IP = 30,8 A
◦ TP = 5 s
◦ Fusível escolhido: 10 A
Dimensionamento do fusível
Para partida Y-∆:
◦ IP = 30,8 / 3 = 10,3 A
◦ TP = ?

Operação nominal:
◦ IN = 4,4 A
◦ FS: 1,15
◦ IF = 4,4 • 1,15 = 5,06 A
◦ Fusível escolhido: 6 A

Atuação ocorreria em 4000 segundos


Segundo TDE: entrega até 29/09
Além dos relés térmicos e temporizadores, existem ainda diversos outros relés auxiliares utilizados nos sistemas de acionamentos elétricos. Estes
relés monitoram diferentes variáveis do sistema (desde a tensão de alimentação até a temperatura de alguns elementos), e complementam os
sistemas de proteção de MIT vistos até então.

Existe ainda, disponível no mercado, um tipo de relé denominado “Relé Inteligente”. Estes relés concentram diversas funções de proteção em um
único elemento, o que aumenta a proteção do sistema, porém com um aumento de custo associado. Familiarize-se com estes equipamentos através
da análise do catálogo de qualquer modelo comercial de relé inteligente (por exemplo o modelo UMC100.3, da ABB, ou o modelo SRW01, da WEG)

Descreva o princípio de funcionamento e a aplicação em MIT de 5 funções:

• Relé de falta de fase

• Relé de proteção PTC (Positive Temperature Coeficient)

• Relés de sequência de fase

• Relés de mínima e máxima tensão

• Uma quinta função à sua escolha, disponível no catálogo de algum modelo de Relé Inteligente
Referências
FRANCHI, Claiton Moro; ACIONAMENTOS ELÉTRICOS, Editora Érica Ltda, São Paulo, SP, 2008
LENZ, Maikon Lucian; FUSER, Ruahn; MARRAUI, Fauzi; BALDNER, Felipe de Oliveira;
ACIONAMENTOS ELÉTRICOS, SAGAH EDUCAÇÃO S. A., Porto Alegre, 2019
FILHO, Guilherme Filippo, Motor de Indução, Editora Érica Ltda, 2ª Edição.

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