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INDUSTRIAIS –
ELETROTÉCNICA
AULA 3
Ip
=m (1)
In
Essa relação significa que a corrente de partida, Ip, pode ser m vezes
maior que a corrente nominal do motor, In. Por exemplo, se a corrente nominal
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de um motor for igual a 22,3 A, e m for igual a 6,8, então significa que a corrente
de partida desse motor pode ser de até 151,64 A. Quando há um pico de corrente
muito acentuado em uma instalação, pode haver uma queda de tensão que
venha a danificar outros equipamentos, ou causar mau funcionamento. Por esse
motivo a escolha de outros tipos de partida pode ser conveniente.
No caso de uma partida direta, em que o motor é diretamente energizado
a partir da fonte de alimentação, se ele estiver com carga nominal aplicada ao
eixo, no instante da partida o motor pode absorver o valor integral da corrente de
partida. Além disso, essa corrente poderá durar quanto tempo for necessário, até
que o motor atinja sua velocidade nominal. À medida que o motor vai ganhando
velocidade, a corrente do motor diminui, pois ele a usa para tirar o rotor da inércia
e depois acelerar o motor. Como mencionado anteriormente, não há uma
definição da potência máxima que se pode utilizar essa partida. Por uma questão
de bom senso, grande parte das indústrias opta por utilizar esse tipo de partida
para motores de até 5 CV ou 10 CV no máximo. Sendo assim, entre as
características da chave de partida direta, pode-se citar:
2
T∆ = K ⋅VL (2)
2 2
V V (3)
TY = K ⋅ L = K ⋅ L
3 3
T∆ 3TY T∆
= → TY = (4)
VL
2
VL
2
3
T = K ⋅ (0,65V L ) = K ⋅ 0,42V L
2
(5)
5
• Há limitação do número de partidas devido ao uso do transformador.
• Custo mais elevado e maior volume físico em relação à chave de partida
estrela-triângulo, devido à utilização do transformador.
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Figura 1 – Comparativo entre a corrente de partidas de motores de indução
trifásicos: partida direta (vermelho), estrela triângulo (azul), soft-starter (verde) e
inversor de frequência (roxo)
Crédito: UT.
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2.1 Fusíveis
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Na Figura 2, a é a tampa do fusível, b é o fusível, c é o anel de proteção,
d é o parafuso de ajuste, e é a base, e f é a capa de proteção. Nota-se que a um
grande número de componentes para a instalação do fusível, diferentemente do
fusível NH.
Conforme mostrado na Figura 3, os fusíveis NH são fixados diretamente
na base, e sua retirada é feita com uma saca fusível.
2.3 Disjuntor-motor
2.4 Botoeira
2.5 Contatores
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Figura 7 – Exemplos de contatores
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O acionamento dos contatos de força do contator é feito pela energização
da bobina do contator K1, pelos terminais A1 e A2 no circuito de comando. Ao
acionar a botoeira B1, seu contato aberto 3-4 fecha e a tensão de +24 Vcc é
aplicada à bobina do contator. Perceba que, ao acionar a bobina, o contato
auxiliar aberto de K1, 13-14, fecha, proporcionando assim um caminho para a
passagem de corrente até a bobina do contator, mantendo ele energizado
mesmo após a botoeira B1 deixar de ser pressionada. Esse contato é chamado
de contato de selo, e tem a função de manter o contator energizado.
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O funcionamento da chave de partida direta com reversão é igual ao da
chave de partida direta sem inversão no sentido de rotação. A diferença é que
ao acionar a botoeira B1, o contator K1 será energizado, e além de fechar o
contato de selo 13-14, o contado fechado 21-22 vai abrir. Perceba que, mesmo
pressionando a botoeira B2, o contator K2 não será acionado, pois a corrente
não chegará até a sua bobina. Esse contato, que abre impedindo a energização
de outro contator, é chamado de contato de intertravamento. Isso ocorre também
com o contator K1, que fica impedido de ser energizado se a bobina do contator
K2 estiver energizada, pois o contato de intertravamento de K2, 21-22, vai
impedir a energização da bobina de K1. Esses contatos de intertravamento têm
a função de evitar que dois ou mais contatores sejam energizados
simultaneamente. Analisando o circuito de força da Figura 9 percebe-se que se
os contatos de força de K1 e K2 forem fechados ao mesmo tempo, haverá um
curto-circuito entre a linha L1 e L3, o que faria com que a proteção fosse atuada.
Sendo assim, os contatores K1 e K2 nunca serão energizados
simultaneamente. Portanto, para que seja possível inverter o sentido de giro do
eixo do motor, primeiro deve-se desenergizar o motor por meio da botoeira B0,
e somente depois disso é possível acionar a botoeira que inverte o sentido de
giro do motor.
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Para explicar as etapas de funcionamento dessa partida como um todo é
necessário realizar a análise do circuito de força e comando, conforme mostrado
na Figura 11.
O funcionamento do circuito se inicia com o acionamento da botoeira B1.
Ao ser acionada, seu contato 3-4 se fecha, permitindo que a corrente que passa
pelo fusível F, pelo contato fechado 95-96 do relé de sobrecarga, e pelo contato
1-2 da botoeira B0, passe pela bobina do contator K1, através dos contatos A1
e A2, energizando o contator. Ao energizar o contator, o contato de selo 13-14
do contator K1 fecha, permitindo que a botoeira B1 possa deixar de ser
pressionada. Ao acionar K1, os contatos de força 1-2, 3-4, e 5-6 se fecham,
permitindo que a corrente chegue aos terminais U1, V1 e W1 do motor.
Entretanto, para que o motor seja ligado em estrela, os terminais U2, V2 e W2
devem ser ligados entre si.
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os terminais U2, V2 e W2 do motor, fazendo o fechamento em estrela. Perceba
ainda que o contato auxiliar de K3, 21-22, será aberto, fazendo assim um
intertravamento com o contator K2. Essa situação permanecerá até que passe
todo o tempo ajustado no relé temporizador KT. Após a contagem do tempo, o
contato 15-18 do relé temporizador será aberto, desenergizando a bobina do
contator K3, fazendo com que os seus contatos de força abram e o contato de
intertravamento com K2 volte a fechar. Após ficar aproximadamente 100 ms com
os contatos 15-18 e 25-28 abertos, portanto, com o motor desenergizado, o
contato 25-28 do relé temporizador fecha, energizando a bobina do contator K2.
Ao energizar essa bobina, o contato auxiliar de K2, 21-22 abre, fazendo o
intertravamento com o contator K3. Além disso, os contatos de força de K2
fecham, energizando os terminais U2, V2 e W2 do motor, na sequência de fases
correta para que o motor seja ligado em triângulo. A botoeira B0 interrompe a
corrente do circuito de comando, desenergizando todos os contatores e o relé
temporizador, preparando o circuito para um novo ciclo de funcionamento. Note
que durante o funcionamento, o contator K1 permanece sempre energizado, e o
relé temporizador, uma vez energizado, não pode mais ser desacionado.
Vale ressaltar que o circuito da Figura 11 não é a única forma de
implementar uma chave de partida estrela-triângulo. Há outras possibilidades
que permitem o motor realizar o mesmo procedimento de partida. Além disso,
deve-se deixar claro, também, que adicionando um quarto contator, é possível
realizar uma chave de partida estrela-triângulo com reversão no sentido de
rotação.
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com tensão reduzida, ele é energizado pelos contatores K2 e K3. Após a
passagem do tempo estabelecido, o contato 15-16 do relé temporizador se abre
desenergizando a bobina do contator K3, fazendo com que os contatos de força
abram, e que seus contatos auxiliares voltem a posição original, conforme
mostrado na Figura 12.
Perceba que a partir do instante em que K3 é desenergizado, o contato
21-22 dele se fecha, e como o contator K2 continua energizado, então a corrente
flui pelo contato 13-14 de K2 e pelo contato 21-22 de K3, energizando a bobina
de K1. Ao energizar a bobina de K1, o seu contato 21-22 se abre, fazendo o
intertravamento com K3, assim como o contato 31-32, que faz o intertravamento
com K2, e o contato 13-14 fecha, fazendo a função de selo. Quando o contato
31-32 de K1 se abre a bobina do contator K2 é desenergizada, abrindo os
contatos 13-14 e 43-44. No circuito de força os contatos de força de K2 se abrem
desenergizando o autotransformador, e os contatos de força de K1 fecham,
aplicando a tensão nominal ao motor.
Vale ressaltar que a potência do autotransformador não precisa ser igual
a potência do motor, pois ele deverá alimentar o motor apenas durante a partida,
e não durante todo o seu funcionamento. Note ainda que a tensão de comando
em todos os circuitos é de 24 V em corrente contínua. Essa tensão é definida
por norma, e as tensões de 127 V e 220 V em corrente alternada dificilmente é
utilizada.
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PN
IN = (6)
3 ⋅ V L ⋅ cos ϕ ⋅ η
I K1 = I N (7)
I K1 = I K 2 = I N (8)
I K 3 = 0,33 ⋅ I N (9)
I K 1 = I K 2 = 0,58 ⋅ I N (10)
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K1 fica sujeito a passagem de corrente. Como a tensão de partida depende do
tap do transformador em que o motor está ligado, a corrente dependerá dessa
ligação, com exceção do contator K1. No caso do contator K1, ele ficará sujeito
à corrente nominal do motor, já que ele não participa diretamente da partida do
motor. Sendo assim, a ele deve ser dimensionador para corrente nominal do
motor, ou seja,
I K1 = I N (11)
I K 2 = tap 2 ⋅ I N (12)
( )
I K 3 = tap − tap 2 ⋅ I N (13)
em que tap significa em qual tap o motor está ligado para a partida. Por exemplo,
se o motor estiver ligado no tap 65%, o valor de tap nas equações (12) e (13)
será de 0,65.
Vale ressaltar dois pontos importantes no dimensionamento e nas
especificações de contatores. Primeiro, que todos os contatores devem levar em
consideração a capacidade de corrente para a categoria AC3. Segundo, que no
momento de escolha do modelo do contator de determinado fabricante, deve-se
ficar atento ao número de contatos auxiliares que eles possuem, para que seja
possível implementar circuito de comando, sem o uso de blocos de contatos
auxiliares. Se isso não for possível, então deve ser especificado o bloco de
contatos auxiliares.
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qual a corrente que ele passará a enxergar como sendo corrente de sobrecarga.
Esse valor é o que deverá ser ajustado na regulagem de corrente.
Na chave de partida direta e na partida direta com reversão de rotação, o
relé de sobrecarga está ligado em série com o motor, e em série com os
contatores, sendo assim, a corrente será a mesma dos contatores, portanto:
I RT = I N (14)
I RT = 0,58 ⋅ I N (15)
já que em regime, ele fica em série com o contator K1, e, portanto, ficarão
sujeitos à mesma corrente.
Na partida compensadora, como o relé de sobrecarga fica ligado
diretamente em série com o motor e com o contator K1, a corrente a ser ajustada
será
I RT = I N (16)
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Como exemplo, vamos considerar que um motor de indução trifásico tem
uma corrente nominal de 18 A, e uma relação IP/IN de 5,55, com tempo de partida
estimado em 5 segundos, e será utilizado um fusível do tipo diazed. O primeiro
passo é determinar a corrente de partida do motor pela relação IP/IN
IP I
= 5,55 → P − 5,55 → I P = 100 A (17)
IN 18
• If ≥ 1,2 x IN: Significa que a corrente nominal do fusível deve ser no mínimo
20% acima da corrente nominal do motor.
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• If ≤ IK : Significa que a corrente nominal do fusível não pode ser maior que
a corrente máxima do fusível dimensionado para os contatores.
• If ≤ IRT: Significa que a corrente nominal do fusível não pode ser superior
à corrente máxima do fusível para relé de sobrecarga.
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4.1 Partida suave
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• controle das rampas de aceleração e desaceleração;
• limitação de corrente regulável;
• controle de torque na partida;
• proteção do motor contra sobrecarga;
• proteção do motor contra rotor bloqueado;
• detecção de falta de fase;
• proteção contra inversão no sentido de rotação.
Perceba que nas duas situações da Figura 15 a proteção é feita por meio
de fusíveis. Para proteção de partidas eletrônicas utilizam-se fusíveis do tipo NH
ultrarrápidos. Esses fusíveis têm um tempo de atuação menor do que os fusíveis
para a proteção de partidas eletromecânicas, sendo os mais adequados para a
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proteção de partidas eletrônicas. O valor da corrente nominal desses fusíveis é
especificado diretamente pelo fabricante da soft-starter em seu catálogo,
portanto, não há a necessidade de dimensioná-lo. Note ainda que na segunda
figura dada na Figura 15, existe um contator em paralelo com a soft-starter. Esse
contator está lá para ser acionado em caso de sobre carga da soft-starter. Se a
soft-starter ficar sobrecarregada, o contator K2 é acionado para desviar a
corrente da soft-starter.
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O inversor de frequência utiliza uma tecnologia diferente das partidas
suaves. Sua saída consiste em um inversor trifásico com modulação PWM
senoidal que aplica uma tensão pulsada ao motor com frequência e amplitude
variável, o que faz de acordo com a rampa de aceleração e a frequência que foi
previamente programada. O circuito de potência básico do inversor de
frequência é mostrado na Figura 17.
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• controle de velocidade e acionamento por meio de entradas digitais;
• controle escalar e controle vetorial;
• acionamentos de carga com torque constante.
Vale ressaltar que o número de funções pode variar entre modelos mais
avançados e mais simples de inversores de frequência.
Os inversores de frequência possuem um circuito de acionamento
relativamente simples de ser implementado. De maneira geral, basta ligar a rede
de alimentação à entrada do inversor, e a sua saída alimentando o motor de
indução trifásico.
Assim como as partidas suaves, o inversor de frequência pode utilizar
fusíveis do tipo NH ultrarrápidos para realizar a proteção. A corrente nominal do
fusível pode ser obtida diretamente a partir do catálogo do fabricante do inversor.
Também podem ser protegidos por disjuntor-motor. A Figura 18 mostra a ligação
de um inversor de frequência para o acionamento de um motor de indução.
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TEMA 5 – RELÉS DE PROTEÇÃO INDUSTRIAIS
I1 I 2
FCR = (18)
K
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Na equação (18), I1 e I2 são as correntes medidas do primário e do
secundário, respectivamente, e K refere-se à relação de transformação de placa
do TC.
Os TCs destinados à proteção devem reproduzir o valor da corrente
medida com maior precisão possível, sem que sofra qualquer tipo de saturação.
Diferentemente dos TCs destinados à medição, os TCs de proteção podem
apresentar uma classe de exatidão de 2,5% ou 10%, em relação ao fator de
correção e relação. O máximo erro percentual de relação especificado, também
chamado de exatidão do TC, é dado por:
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padronizado em 115 V, sendo que as tensões primárias vão de valores na faixa
de volts, até centenas de volts, com classe de isolamento nesta mesma faixa. A
caracterização dos TPs segue alguns critérios que serão citados a partir desse
ponto.
• 21 – relé de distância;
• 25 – dispositivo sincronização ou de verificação de sincronismo;
• 27 – relé de subtensão;
• 32 – relé diferencial de potência;
• 40 – relé de campo (sub ou sobre excitação);
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• 50 – relé de sobrecorrente instantâneo;
• 51 – relé de campo (sub ou sobre excitação);
• 55 – relé de fator de potência;
• 59 – relé de sobretensão;
• 67 – relé direcional de sobrecorrente ac;
• 87 – relé de proteção diferencial.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
_____. Automation.: Contactors – CWM Line. Weg, jun. 2019. Disponível em:
<https://static.weg.net/medias/downloadcenter/hb7/hc7/WEG-CWM-contactors-
50070163-en.pdf>. Acesso em: 7 out. 2019.
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