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MÁQUINAS SÍNCRONAS E ESTABILIDADE

Capítulo IX

CURVAS
CARACTERÍSTICAS DAS
MÁQUINAS SÍNCRONAS

Prof. Geraldo Caixeta Guimarães (PhD)


1. INTRODUÇÃO
• Este capítulo tem o objetivo de apresentar as principais curvas características de uma máquina
síncrona conectada a um barramento infinito. Logo, a tensão terminal V será considerada
constante para qualquer situação de carga.

• Assim, serão realizados os desenvolvimentos de modo a obter as denominadas “curvas V” da


operação de motores síncronos.

• Também serão obtidos os conhecidos “diagramas ou mapas de capabilidade” que delimitam a


região de operação de geradores síncronos.

2
2. LUGAR GEOMÉTRICO DA CORRENTE DE ARMADURA DO
MOTOR SÍNCRONO
2.1. Para Potência Constante
• Conforme visto anteriormente, a potência desenvolvida no eixo
de um motor (desprezando as perdas rotacionais) será
aproximadamente dada (em watts/fase) por :
𝑃 = 𝑃𝑜 = 𝑃𝑖 − 𝐼𝑎2 𝑅𝑎 = 𝑉𝐼𝑎 𝑐𝑜𝑠𝜙 − 𝐼𝑎2 𝑅𝑎
• Introduzindo as variáveis "x " e "y ", conforme definidas abaixo,
na equação da potência desenvolvida para um motor, tem se:
𝑃 = 𝑉𝑦 − (𝑥 2 + 𝑦 2 )𝑅𝑎 (01)
• onde:
𝑥 = 𝐼𝑎 𝑠𝑒𝑛𝜙 (02)
𝑦 = 𝐼𝑎 𝑐𝑜𝑠𝜙 (03)
sendo 𝜙 é o ângulo do fator de potência do motor.

3
2. LUGAR GEOMÉTRICO DA CORRENTE DE ARMADURA DO
MOTOR SÍNCRONO
2.1. Para Potência Constante
• Manipulando a expressão (01):
2
𝑉2
𝑃
𝑥 +𝑦 − 𝑦=−
𝑅𝑎 𝑅𝑎
2 2
2
𝑉 𝑉 𝑃
𝑥 + 𝑦−
2𝑅𝑎
=
2𝑅𝑎

𝑅𝑎
(04)

Se a potência 𝑃 for constante, a expressão acima pode ser comparada com a equação de uma
circunferência no plano x-y com centro em 𝐶 𝑥0 , 𝑦0 e raio 𝜌, isto é: 𝑥 − 𝑥0 2 + 𝑦 − 𝑦0 2 = 𝜌2 .
Neste sentido, tem-se:
2
𝑉 𝑃 𝑉
𝜌= − 𝐶 0, (05)
2𝑅𝑎 𝑅𝑎 2𝑅𝑎

• O diagrama circular é mostrado na figura 9.1, onde a tensão 𝑉 foi traçada ao longo do eixo y.
• Para 𝑃 = 0, isto é, na condição a vazio, o raio será dado por 𝑉/2𝑅𝑎 , indicando que o correspondente
círculo tangencia o eixo x.
4
2. LUGAR GEOMÉTRICO DA CORRENTE DE ARMADURA DO
MOTOR SÍNCRONO
2.1. Para Potência Constante
Equação da circunferência:
2 2
2
𝑉 𝑉 𝑃
𝑥 + 𝑦− = −
2𝑅𝑎 2𝑅𝑎 𝑅𝑎
2 2
𝑥 − 𝑥0 + 𝑦 − 𝑦0 = 𝜌2

2
𝑉 𝑃
Raio: 𝜌 = −
2𝑅𝑎 𝑅𝑎

𝑉
Centro: 𝐶 𝑥0 , 𝑦0 = 𝐶 0,
2𝑅𝑎

Figura 9.1 – Lugar geométrico das correntes da armadura para P = constante 5


2. LUGAR GEOMÉTRICO DA CORRENTE DE ARMADURA DO
MOTOR SÍNCRONO
2.1. Para Potência Constante
◼ De (05) constata-se que a medida que a potência P
aumenta, o raio do círculo diminui.
◼ Para  = 0 ter-se-á o máximo valor de potência
(Pmax ), que poderá ser calculado por:
2
𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑉
=
◼ ou 𝑅𝑎 2𝑅𝑎

𝑉2
𝑃𝑚𝑎𝑥 = (06)
4𝑅𝑎

• Conforme será visto oportunamente, o valor da potência máxima encontrado acima não é um
valor prático de operação.
• Conforme ilustra a figura 9.1, o eixo vertical (eixo y) foi também utilizado como coincidente com a
referência para a tensão terminal V. Assim, as correntes (𝐼𝑎ሶ ) deverão ser traçadas a partir da referência
comum situada no ponto "0" → origem do sistema cartesiano considerado.
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2. LUGAR GEOMÉTRICO DA CORRENTE DE ARMADURA DO
MOTOR SÍNCRONO
2.1. Para Potência Constante
• Conforme também indicado, para uma mesma potência existem quatro correntes possíveis:
- duas delas com características de atraso em relação a tensão V,
- duas delas com características de avanço em relação a tensão V.
Cabe aqui observar que apenas as correntes de menor magnitude são encontradas
nas máquinas.

Nota: Se 𝑃 < 0, a máquina estará operando como


gerador. Nesta condição, o raio do círculo que descreve
o lugar geométrico da corrente de armadura será maior
que V/2Ra , enquanto que o valor dessa potência
fornecida no seu eixo será aproximadamente dado por:
𝑃 = 𝑃𝑖 = 𝑉𝐼𝑎 cos 𝜙 + 𝐼𝑎2 𝑅𝑎
𝑃 = 𝑉𝑦 + (𝑥 2 + 𝑦 2 )𝑅𝑎
𝑥 = 𝐼𝑎 𝑠𝑒𝑛𝜙
𝑦 = 𝐼𝑎 𝑐𝑜𝑠𝜙
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2. LUGAR GEOMÉTRICO DA CORRENTE DE ARMADURA DO
MOTOR SÍNCRONO
2.2. Para Excitação Constante
• Conforme visto no capítulo VIII, a
corrente de armadura para um motor
síncrono é dada por:

𝑉ሶ 𝐸ሶ
𝐼𝑎ሶ = −
𝑍ሶ𝑠 𝑍ሶ 𝑠

A figura 9.2 mostra os fasores


acima, onde a corrente é obtida
pela diferença entre os dois termos
da equação anterior. Figura 9.2 – Lugar geométrico da corrente para excitação constante
8
2. LUGAR GEOMÉTRICO DA CORRENTE DE ARMADURA DO
MOTOR SÍNCRONO
2.2. Para Excitação Constante
◼ Com um dado valor fixo de 𝑉
e uma excitação 𝐸 constante,
as magnitudes dos fasores
componentes de 𝐼𝑎ሶ serão
também constantes. Isto
implica que o ponto C’ e a
distância C’D’ serão fixos.
◼ Assim, se o ângulo de potência
𝛿 varia, o lugar geométrico
descrito por D’ será um
círculo, cujo raio será 𝐸/𝑍𝑠 .

Nota: Valores negativos de 𝛿 corresponderiam a situação em que os fasores 𝑉ሶ e 𝐸ሶ estariam como as


posições trocadas, indicando pois a operação como gerador. Esta última observação está
relacionada ao fato de que todo o traçado foi inicialmente feito para a máquina operando
como motor.
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3. CURVAS V PARA OS MOTORES SÍNCRONOS
• Utilizando-se das características geométricas
descritas pela operação da máquina com
potência ( 𝑃 ) constante e excitação ( 𝐸 )
constante é possível obter-se o lugar
geométrico das correntes da armadura
(𝐼𝑎ሶ ) em função da excitação para vários
valores de potência.
• A construção básica é mostrada na figura 9.3.

Figura 9.3 – Construção das curvas V – traçado básico 10


3. CURVAS V PARA OS MOTORES SÍNCRONOS
• Caso se queira obter as correntes de campo
(𝐼𝑒𝑥𝑐 ) propriamente ditas, o método pode ser
facilmente estendido para tal cálculo.
• Na figura 9.3 os círculos de potência (𝑃)
constante e de excitação (𝐸) constante
foram traçados no mesmo diagrama.

• Na figura 9.3 temos as seguintes relações:


➢Para o segmento OC:
𝑂𝐶 = 𝑉/2𝑅𝑎
➢Para o ângulo formado pelos segmentos
OC e OC’:
∢COC ′ = γ = ∢OC ′ C

Figura 9.3 – Construção das curvas V – traçado básico 11


3. CURVAS V PARA OS MOTORES SÍNCRONOS
◼ Através de relações trigonométricas pode-se
verificar que:
𝑂𝐶 ′ = 2𝑂𝐶 cos 𝛾 = 2(𝑉/2𝑅𝑎 )(𝑅𝑎 /𝑍𝑠 ) = 𝑉/𝑍𝑠

◼ Assim, as escalas de potência e excitação são


compatíveis.
◼ Conforme ilustrado na figura 9.3 para cada
valor de potência existe sempre, para uma
dada excitação, duas correntes de
armadura que satisfazem o problema. Estas
correntes são obtidas pela intersecção dos
círculos correspondentes de potência e de
excitação.
◼ Na verdade, na figura 9.3 indica-se, para uma
dada excitação, as duas correntes
possíveis para cada uma das potências P1 e
P2 (observando que P1 < P2 ). Figura 9.3
12
3. CURVAS V PARA OS MOTORES SÍNCRONOS
• Além desta observação pode-se ainda constatar
que para cada círculo de potência haverá
sempre um correspondente círculo de excitação
que proporciona apenas uma solução
correspondente a um máximo e um mínimo
de excitação e isto ocorre quando os dois
lugares geométricos forem representados por
dois círculos que apenas se tangenciam.
• Deste modo um conjunto de características
relacionando corrente da armadura em
função da excitação podem ser traçadas.
• Essas são as denominadas "Curvas V" que são
desenhadas de acordo com a construção gráfica
ilustrada na figura 9.4.

13
3. CURVAS V PARA OS MOTORES SÍNCRONOS
• Na figura 9.4 pode-se
facilmente constatar que:
• Para cada círculo de potência
constante, os máximos e
mínimos de excitação
ocorrem quando as
intersecções entre os círculos
de potência e de excitação se
fazem sobre a linha C’CB.

Figura 9.4 – Construção das


curvas V para o motor
síncrono

14
3. CURVAS V PARA OS MOTORES SÍNCRONOS

• Para um dado circulo de potência constante,


os valores máximos e mínimos da
corrente de armadura ocorrem quando as
intersecções entre os círculos de potência e
de excitação são realizadas ao longo da linha
OCD.

• Quando isto ocorre, como esta linha (OCD)


está na mesma direção que o fasor 𝑉,ሶ então,
as correntes máximas e mínimas ocorrem
com fator de potência unitário. Figura 9.4

15
3. CURVAS V PARA OS MOTORES SÍNCRONOS
• As figuras 9.3 e 9.4 mostram ainda a
limitação de regiões estáveis e instáveis de
operação da máquina.
• Estas delimitações estão relacionadas com a
curva de transferência de potência e o maior
valor admitido para o ângulo de potência
(𝛿𝑚á𝑥 = 𝛾, ver Cap. VIII).
• A linha C’CB separa estas duas regiões (a
estável e a instável).

• Na figura 9.4 pode-se destacar:


• Linha PCR → lugar geométrico das Figura 9.4
correntes de armadura mínimas e
máximas.
• Linha P’CR’ → lugar geométrico das
excitações mínimas e máximas.
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3. CURVAS V PARA OS MOTORES SÍNCRONOS
• Conforme indicado na figura 9.4, as curvas
V formam, de acordo com a construção,
curvas fechadas.
• Naturalmente, devido ao caráter instável de
vários destes pontos das curvas fechadas
obtidas, estes não correspondem a pontos
possíveis de operação da máquina.
• Por exemplo, das duas correntes
representadas por linhas tracejadas na figura,
aquela associada ao ponto X1 é estável e
portanto possível de determinação Figura 9.4
experimental.
• Já a corrente que determina o ponto X2
ocorre na região instável, não sendo
possível a sua obtenção prática.
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3. CURVAS V PARA OS MOTORES SÍNCRONOS

• Como indica a escala horizontal da figura


que fornece as curvas V, a excitação ali
presente não é exatamente a fem 𝐸, mas
sim, a relação 𝐸/𝑍𝑠 .
• Se a corrente de excitação ou corrente
de campo (iexc ) é desejada como escala
de excitação, então, a característica a
vazio da máquina deverá ser utilizada.
Assim, com o auxílio de E = f(iexc),
substitui-se os valores 𝐸/𝑍𝑠 por valores
de iexc .
• Note que o efeito da saturação magnética
fará com que as curvas se aproximem
mais da letra “V”.

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3. CURVAS V PARA OS MOTORES SÍNCRONOS
• Naturalmente, para que esta
transformação possa ser realizada sem
maiores problemas, deve-se admitir
que a impedância síncrona seja
considerada constante, isto é, o
efeito da saturação magnética na
impedância deverá ser ignorado.
• Do modo semelhante ao realizado
para motores, é possível obter
curvas V para os geradores. Para
isto, basta lembrar que 𝑃 < 0 .
Entretanto, a construção não é
utilizada para os geradores devido a
seu pequeno interesse prático.

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4. LUGAR GEOMÉTRICO DA ESTABILIDADE DE REGIME
PERMANENTE NAS CURVAS DE OPERAÇÃO
• Análise do critério de estabilidade será feito
para uma máquina de pólos lisos.
• A figura 9.5 mostra a construção gráfica
utilizada para a obtenção das curvas V de
um motor.
• A linha BCC’ corresponde ao lugar
geométrico para as excitações máximas e
mínimas para cada potência
desenvolvida e assim corresponde a
máxima potência que poderia ser
desenvolvida para cada excitação.

Figura 9.5 – Círculo de potência constante para máquinas


de pólos lisos identificando as regiões estável e instável 20
4. LUGAR GEOMÉTRICO DA ESTABILIDADE DE REGIME
PERMANENTE NAS CURVAS DE OPERAÇÃO
• Na figura 9.5 indica-se ainda as correntes
de armadura para um dado valor de
excitação.
• Para a região à esquerda da linha BCC’,
pode-se concluir que um aumento da
potência mecânica (do círculo maior 𝑃1
para o círculo menor 𝑃2 ) significa um
aumento de 𝐼𝑎 𝑐𝑜𝑠𝜙, isto é, corresponde
a uma potência elétrica maior.
• Naturalmente se isto ocorrer, a máquina
continuará a operar de forma
ESTÁVEL.

Figura 9.5
21
4. LUGAR GEOMÉTRICO DA ESTABILIDADE DE REGIME
PERMANENTE NAS CURVAS DE OPERAÇÃO
• Por outro lado, para a região à direita da
linha BCC’, pode-se facilmente verificar
que para uma dada excitação, um
aumento da potência mecânica (de 𝑃1
para 𝑃2 ) implicará num menor valor para
o termo 𝐼𝑎 𝑐𝑜𝑠𝜙 , ou seja, a potência
elétrica diminuirá.
• Assim sendo, como houve um aumento
da potência solicitada no eixo do motor,
e, não houve um correspondente
aumento da potência elétrica entregue ao
mesmo, a máquina irá desacelerar e perder
o sincronismo, ou seja, será INSTÁVEL.

Figura 9.5
22
4. LUGAR GEOMÉTRICO DA ESTABILIDADE DE REGIME
PERMANENTE NAS CURVAS DE OPERAÇÃO

• A linha que limita as regiões estável e


instável (linha BCC’) corresponde à linha
P’CR’ indicada no traçado das curvas V
da figura 9.4. Portanto, a região das
curvas V acima desta linha corresponde
a pontos instáveis e que não poderiam
ser obtidos através de testes.
• Para o caso de um alternador, uma linha
semelhante divide as curvas V em
regiões estável e instável.

Figura 9.5
23
4. LUGAR GEOMÉTRICO DA ESTABILIDADE DE REGIME
PERMANENTE NAS CURVAS DE OPERAÇÃO
• Com base na linha do limite de
estabilidade (BCC’) é possível obter uma
expressão para a máxima potência que a
máquina pode operar. Para uma dada
excitação constante, tem-se que o
módulo do fasor 𝐸/ ሶ 𝑍ሶ𝑠 será constante, e,
com base na figura 9.5 pode-se escrever:
𝐶𝐶′ = 𝐸/𝑍𝑆 + 𝜌𝑚 (07)
onde:
m = menor raio possível para os círculos de
potência o qual está associado à maior
potência ( 𝑃𝑚𝑎𝑥 ) que poderá ser
desenvolvida.

Figura 9.5 Modificada


24
4. LUGAR GEOMÉTRICO DA ESTABILIDADE DE REGIME
PERMANENTE NAS CURVAS DE OPERAÇÃO
Da expressão (05):
2
𝑉 𝑃𝑚𝑎𝑥
𝜌𝑚 = − (08)
2𝑅𝑎 𝑅𝑎
De (07):
𝐸 𝑉 𝐸
𝜌𝑚 = 𝐶𝐶′ − = − (09)
𝑍𝑠 2𝑅𝑎 𝑍𝑠
Igualando (08) e (09);
𝐸𝑉 𝐸 2
𝑃𝑚𝑎𝑥 = − cos 𝛾 (10)
𝑍𝑠 𝑍𝑠
onde:
𝑅𝑎
cos 𝛾 =
𝑍𝑠
Naturalmente o maior de todos valores
de 𝑃𝑚𝑎𝑥 ocorrerá para m = 0, e, se isto
ocorrer: 𝑉2
𝑃𝑚𝑎𝑥𝑚𝑎𝑥 = (11)
4𝑅𝑎 Figura 9.5 Modificada
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4. LUGAR GEOMÉTRICO DA ESTABILIDADE DE REGIME
PERMANENTE NAS CURVAS DE OPERAÇÃO
Em alguns casos a resistência da
armadura pode ser desprezada para
estudo da operação da máquina.
𝑅𝑎 ≪ 𝑋𝑑 ⇒ 𝑍𝑠 ≅ 𝑋𝑑
Nestes casos os círculos de potência
terão um raio 𝜌 → ∞ e serão pois
representados por linhas retas
perpendiculares a 𝑽.
Além disto, pode-se concluir que
𝑅𝑎 → 0 ⇒ 𝛾 → 90o
Logo, a linha BCC’, que define as
regiões quanto ao aspecto de
estabilidade, é paralela a linha de 𝑽ሶ (ou
DCO) e situada a uma distância
𝑉/𝑍𝑠 = 𝑉/𝑋𝑑 , conforme ilustra a Figura 9.6 – Delimitação das regiões estável e instável para Ra → 0
figura 9.6. 26
4. LUGAR GEOMÉTRICO DA ESTABILIDADE DE REGIME
PERMANENTE NAS CURVAS DE OPERAÇÃO
A figura 9.6 mostra, portanto, as
curvas de potência constante
(retas horizontais) e de excitação
constante (arcos de círculos) que
aparecem superpostas.
Não existe diferença para o caso
motor ou gerador, exceto pela
posição da linha de estabilidade.
Para o caso de um alternador esta
linha de estabilidade aparece do
lado esquerdo de 𝑽,ሶ para o caso
de um motor, do lado direito de
𝑽.ሶ Isto é destacado na próxima
figura.
Figura 9.6 – Delimitação das regiões estável e instável para Ra → 0
27
4. LUGAR GEOMÉTRICO DA ESTABILIDADE DE REGIME
PERMANENTE NAS CURVAS DE OPERAÇÃO

É importante ressalvar que as curvas discutidas até aqui determinam o limite absoluto de
estabilidade. Conforme será visto posteriormente, não é usual funcionar a máquina exatamente até
este limite, sendo então definido (mais tarde) um limite prático de estabilidade.

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5. LIMITES DE OPERAÇÃO DO GERADOR
• Quando da operação de uma máquina síncrona como gerador, é necessário distinguir entre o que se
denomina largamente como “limites de potência” e o que se denomina por “limites de
estabilidade”.
• Um limite de potência, se ultrapassado, a máquina continuará a operar, a não ser que este seja
bastante excedido. Caso um limite de potência seja ultrapassado por um tempo apreciável, isto tenderá
a reduzir a vida útil da máquina, do mesmo tipo que uma sobrecarga normal, já que irá danificar o
isolamento devido ao aumento de temperatura.
• Por outro lado, o limite de estabilidade, se ultrapassado, mesmo que seja por um pequeno
intervalo de tempo, a máquina perderá o sincronismo, e, sob esta condição, haverá grandes surtos
de potência. Se isto ocorrer, os dispositivos de proteção da máquina atuarão, retirando-a de operação
imediatamente.

29
5. LIMITES DE OPERAÇÃO DO GERADOR
• A perda de uma unidade geradora é bastante indesejável por diversas razões. Assim, para uma
operação satisfatória é necessário estar seguro que os limites de estabilidade não serão
ultrapassados em nenhum ponto de funcionamento.
• Qualquer máquina ou sistema é dito estável se operar em equilíbrio e se estiver apta a retornar a
um ponto operacional de equilíbrio após a ocorrência de um distúrbio qualquer. Aplicando
este conceito para uma máquina síncrona isto significa conservá-la em sincronismo.

• Fundamentalmente existem três tipos de estabilidade (descritos em seguida):

(i) Estabilidade de Regime Permanente;


(ii) Estabilidade de Regime Transitório;
(iii) Estabilidade de Regime Dinâmico.

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5. LIMITES DE OPERAÇÃO DO GERADOR
(i) Estabilidade de Regime Permanente: Se a máquina mantém o sincronismo após uma pequena
perturbação, então a mesma é estável em regime permanente. Tais pequenos distúrbios estão
sempre presentes em sistemas de potência através de variações da carga, alterações nos ajustes dos
reguladores, etc.
(ii) Estabilidade de Regime Transitório: Se um distúrbio súbito e de grande intensidade ocorre
e, se a máquina sujeita a este efeito mantém ainda o sincronismo após um pequeno intervalo de
tempo, então ela é estável para condições transitórias. Como fontes destes grandes distúrbios
citam-se: grandes variações de carga, curtos-circuitos, etc.
(iii) Estabilidade de Regime Dinâmico: Este tipo refere-se ao problema de estabilidade quando os
reguladores automáticos são considerados, principalmente o controle automático da excitação.
A diferença entre este último tipo de estabilidade e os dois primeiros é que, devido a ação do
regulador, as estabilidades de regime permanente e transitória podem ser substancialmente
melhoradas.

Nota: Estes três tipos de estabilidade serão abordados com mais detalhes no capítulo X.

31
5. LIMITES DE OPERAÇÃO DO GERADOR
◼ Cada um dos tipos de estabilidade acima apresentados possuirá um correspondente limite, que é
entendido como a máxima potência que a máquina poderá operar. Para cada um destes limites,
ao ocorrer o distúrbio correspondente, a máquina manterá ainda o sincronismo desde que tal limite
não seja violado.

◼ Naturalmente, a menor das três maiores potências de operação (relativas a cada um destes limites de
estabilidade) fixará o ponto máximo de funcionamento de regime permanente.

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6. LIMITES DE POTÊNCIA DO GERADOR
◼ Os limites de potência são principalmente definidos pelos limites de elevação máxima das
temperaturas nas diversas partes da máquina. Estes limites de temperatura são fixados por normas e
os valores dependem diretamente do tipo de isolante empregado.
◼ É evidente que as perdas em calor que podem ser toleradas aumentam pelo emprego de melhores
métodos de refrigeração.

◼ Os limites de potência usualmente considerados para um gerador são:


a) Limite de MW = A máxima potência em MW que pode ser fornecida pelo alternador. Esta
é limitada pela potência nominal de saída do acionamento primário (turbina, motor diesel, etc.).
b) Limite de MVA = A máxima potência em MVA que pode ser extraída da máquina. A
máxima dissipação de calor na armadura, devido principalmente às perdas no cobre dos
enrolamentos, fixa a máxima corrente de armadura suportável em regime permanente. O
produto desta corrente pela tensão terminal constante estabelece esse limite.
c) Limite de excitação = A máxima potência de excitação. A máxima dissipação de calor na
excitação (ou no campo), devido principalmente às perdas no cobre do enrolamento ali localizado,
fixa a maior corrente de campo admissível durante a operação e, portanto, fixa esse limite.
33
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
• Baseando-se nas curvas de operação discutidas anteriormente pode-se traçar diagramas de áreas de
trabalho que resultam em cartas de potências de operação possíveis para as máquinas síncronas.
Estes gráficos utilizam:
➢ um eixo vertical - para potência ativa (P) desenvolvida;
➢ um eixo horizontal - para potência reativa (Q).
• Os diagramas assim obtidos são normalmente conhecidos por MAPAS ou DIAGRAMAS DE
OPERAÇÃO, ou ainda, conforme é mais conhecido, MAPAS ou DIAGRAMAS DE
CAPABILIDADE (“Capability Charts”).
• Estes mapas são bastante úteis, quer na supervisão da operação de máquinas, quer na comparação de
máquinas diferentes.
• Estes diagramas apresentam maior interesse prático para os alternadores, de modo que, mesmo
sendo possíveis de serem obtidos para os motores, dificilmente se encontrará o traçado para os últimos.

34
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
• As funções do mapa de capabilidade podem ser resumidas de acordo com o seguinte:
a) Para indicar os valores da máxima potência que se poderá extrair da máquina para as diversas
condições possíveis de operação.
b) Para indicar os limites térmicos impostos pelas correntes de armadura e de campo.
c) Para delimitar as regiões possíveis de operação sob o ponto de vista de estabilidade.
d) Para fornecer o maior número de informações associadas a um ponto de funcionamento
especificado. Em outras palavras, isto significa que o diagrama deverá fornecer para o ponto
(além das potências ativa e reativa):
➢ a corrente de armadura,
➢ a corrente de campo,
➢ o fator de potência.
• Um diagrama típico para uma máquina síncrona de pólos lisos é ilustrado na figura 9.7.

35
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
P
LIMITE DO ACIONAMENTO
PRIMARIO (MW)

c
d LIMITE MÁXIMO DE
POTÊNCIA (MVA)
LIMITE DE
AQUECIMENTO NO
FINAL DO ESTATOR b
LIMITE PRÁTICO
DE ESTABILIDADE

LIMITE SUPERIOR
DE EXCITAÇÃO

LIMITE INFERIOR
DE EXCITAÇÃO
Q
C' e O a
Figura 9.7 – Mapa de capabilidade típico para uma máquina síncrona de pólos lisos

36
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
• Para a construção do diagrama de capabilidade é interessante observar que:
a) As variações de carga ocorrem de forma gradativa de maneira que não existem oscilações
apreciáveis na passagem de um regime permanente para um outro.
b) A máquina sob consideração estará sempre conectada a um barramento infinito.
c) O efeito de saturação é ignorado.
LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
P
• Tendo em vista o LIMITE DO ACIONAMENTO

diagrama da figura PRIMARIO (MW)

9.7, destacam-se os c
seguintes trechos: d LIMITE MÁXIMO DE
POTÊNCIA (MVA)
LIMITE DE
AQUECIMENTO NO
FINAL DO ESTATOR b
LIMITE PRÁTICO
DE ESTABILIDADE

LIMITE SUPERIOR
DE EXCITAÇÃO

LIMITE INFERIOR
DE EXCITAÇÃO
Q
C' e O a
Figura 9.7 37
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
◼ Trecho "a – b" → define a área limite determinada pela máxima corrente de campo, sendo
representado por um arco do circulo com centro em C’ e raio igual a 𝐸𝑚𝑎𝑥 𝑉 Τ𝑍𝑠 , sendo 𝐸𝑚𝑎𝑥 a
tensão interna gerada correspondente a máxima corrente de campo, 𝑉 a tensão nominal e 𝑍𝑠 a
impedância síncrona .

LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
P
LIMITE DO ACIONAMENTO
PRIMARIO (MW)

c
d LIMITE MÁXIMO DE
POTÊNCIA (MVA)
LIMITE DE
AQUECIMENTO NO
FINAL DO ESTATOR b
LIMITE PRÁTICO
DE ESTABILIDADE

LIMITE SUPERIOR
DE EXCITAÇÃO

LIMITE INFERIOR
DE EXCITAÇÃO
Q
C' e O a 38
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
Trecho "b – c" → define o máximo MVA permitido em função da máxima corrente da armadura,
sendo determinado por um círculo de centro em O e raio Ia,max (normalmente em
p.u), onde Ia,max representa a máxima corrente da armadura.

LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
P
LIMITE DO ACIONAMENTO
PRIMARIO (MW)

c
d LIMITE MÁXIMO DE
POTÊNCIA (MVA)
LIMITE DE
AQUECIMENTO NO
FINAL DO ESTATOR b
LIMITE PRÁTICO
DE ESTABILIDADE

LIMITE SUPERIOR
DE EXCITAÇÃO

LIMITE INFERIOR
DE EXCITAÇÃO
Q
C' e O a 39
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
Trecho "c – d" → determina o limite imposto pela máxima potência (ativa) proveniente do
acionamento primário (ex.: turbina, motor a diesel etc).

LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
P
LIMITE DO ACIONAMENTO
PRIMARIO (MW)

c
d LIMITE MÁXIMO DE
POTÊNCIA (MVA)
LIMITE DE
AQUECIMENTO NO
FINAL DO ESTATOR b
LIMITE PRÁTICO
DE ESTABILIDADE

LIMITE SUPERIOR
DE EXCITAÇÃO

LIMITE INFERIOR
DE EXCITAÇÃO
Q
C' e O a 40
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
Trecho "d – e" → caracteriza o limite prático estabelecido pelo critério de estabilidade. A modificação do
limite teórico de estabilidade para o denominado “limite prático” tem por objetivo
permitir variações discretas da carga.

LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
P
LIMITE DO ACIONAMENTO
PRIMARIO (MW)

c
d LIMITE MÁXIMO DE
POTÊNCIA (MVA)
LIMITE DE
AQUECIMENTO NO
FINAL DO ESTATOR b
LIMITE PRÁTICO
DE ESTABILIDADE

LIMITE SUPERIOR
DE EXCITAÇÃO

LIMITE INFERIOR
DE EXCITAÇÃO
Q
C' e O a 41
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
Trecho "d – e" LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
LIMITE PRÁTICO
A margem ou degrau de variação de carga DE ESTABILIDADE
permitido varia de 0,05 a 0,1 pu (ou de
5% a 10%). Assim, correções devem ser n
introduzidas como mostra a figura 9.8. m
n'
Conforme ilustrado, para o círculo de
excitação n, um valor nn’ é subtraído de
n, e, do ponto assim obtido (que é n’) é
traçada uma horizontal até encontrar o
mesmo círculo em m.
Este ponto define o limite prático de
estabilidade para uma variação degrau
de carga permitida de nn’ = 0,05 pu ou Q
nn’ = 0,10 pu (conforme se tenha C'
estabelecido). Figura 9.8 – Limite prático de estabilidade
42
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
Limite de “aquecimento no final do estator”:
Refere-se a linha tracejada indicada na figura 9.7. O fenômeno ocorre apenas com as máquinas de
pólos lisos operando com fator de potência adiantado (máquina recebendo reativos) e pode ser
explicado como uma sobre-elevação de temperatura que ocorre na terminação do estator que pode ter
uma temperatura maior que no estator como um todo.
Devido a isto, pode-se impor um
limite adicional de potência para
LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
P
a máquina. Este aquecimento é LIMITE DO ACIONAMENTO
PRIMARIO (MW)

provocado pela construção do c


final do estator que é cortado LIMITE DE
d LIMITE MÁXIMO DE
POTÊNCIA (MVA)
pelo fluxo de dispersão da AQUECIMENTO NO
FINAL DO ESTATOR b
terminação do enrolamento. Na LIMITE PRÁTICO

condição de consumidor de DE ESTABILIDADE

reativos o ferro do rotor não se LIMITE SUPERIOR


DE EXCITAÇÃO
encontra saturado devido a baixa
excitação de operação. LIMITE INFERIOR
DE EXCITAÇÃO
Q
C' e O a
43
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
Limite de “aquecimento no final do estator” (continuação):
Nesta condição o fluxo de dispersão pode estabelecer um caminho de menor relutância magnética
através do ferro do rotor, de um pólo do estator para o outro mais próximo. O fluxo de dispersão do
final do enrolamento gira à velocidade síncrona, e, quando ele tem este caminho magnético de baixa
relutância, a fmm cria uma fluxo o suficiente para produzir (através de correntes parasitas induzidas) um
aquecimento adicional naquela parte da máquina.
Para máquinas de pólos salientes
LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
P
(e qualquer fator de potência), ou LIMITE DO ACIONAMENTO
PRIMARIO (MW)

de pólos lisos com o fator de c


potência atrasado (gerador LIMITE DE
d LIMITE MÁXIMO DE
POTÊNCIA (MVA)

fornecendo reativos), o próprio AQUECIMENTO NO


FINAL DO ESTATOR b
estado de saturação em que se LIMITE PRÁTICO
DE ESTABILIDADE
encontra o referido circuito
magnético evitará o efeito LIMITE SUPERIOR
DE EXCITAÇÃO
comentado
LIMITE INFERIOR
DE EXCITAÇÃO
Q
C' e O a
44
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
Limite inferior de excitação:
Quando a máquina opera com fator de potência adiantado (o que pode ocorrer nas horas de pouca
carga quando as linhas de transmissão a vazio representam cargas grandemente capacitivas), pode haver
necessidade de funcionamento com correntes de campo nulas ou mesmo negativas, isto para compensar
o efeito do “grande capacitor” que se encontra na saída do alternador.
LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
P
LIMITE DO ACIONAMENTO
PRIMARIO (MW)

c
d LIMITE MÁXIMO DE
POTÊNCIA (MVA)
LIMITE DE
AQUECIMENTO NO
FINAL DO ESTATOR b
LIMITE PRÁTICO
DE ESTABILIDADE

LIMITE SUPERIOR
DE EXCITAÇÃO

LIMITE INFERIOR
DE EXCITAÇÃO
Q
C' e O a 45
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
Limite inferior de excitação (continuação):
Nos grandes alternadores, o sistema de excitação (excitatriz principal e excitatriz piloto) não prevê o
suprimento de corrente negativa para o campo do rotor. Além disto, geralmente a excitatriz principal não
é capaz de reduzir a tensão (e a corrente de campo) a um valor zero. Desta forma, é usual limitar a
tensão de campo a um valor mínimo de aproximadamente 5% do valor a plena carga e isto origina
o círculo mínimo para indicar o limite inferior de excitação (vide figura).
LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
P
LIMITE DO ACIONAMENTO
PRIMARIO (MW)

c
d LIMITE MÁXIMO DE
POTÊNCIA (MVA)
LIMITE DE
AQUECIMENTO NO
FINAL DO ESTATOR b
LIMITE PRÁTICO
DE ESTABILIDADE

LIMITE SUPERIOR
DE EXCITAÇÃO

LIMITE INFERIOR
DE EXCITAÇÃO
Q
C' e O a 46
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
• Como observações finais sobre a construção do diagrama ilustrado pela figura 9.7, deve-se ressaltar
que:
a) O efeito da resistência de armadura foi ignorado. Esta consideração será tanto mais verdadeira
quanto maior for o porte do alternador.
b) O efeito da saturação também foi desconsiderado, conforme referido anteriormente,.
d) A máquina encontra-se operando ligada a um barramento infinito. Isto é usualmente
verdadeiro, entretanto, quando o barramento infinito não se encontrar diretamente nos terminais da
máquina torna-se necessário levar em conta a impedância entre a máquina e o barramento.
e) As reatâncias empregadas correspondem àquelas de regime permanente de operação (Xd , Xq ,
etc.), pois assume-se que todas as variações de carga ocorrem lentamente.
f) Os efeitos dos reguladores são ignorados. Este fato é de importância quando da operação com
fator de potência adiantado, onde se situa o limite de estabilidade. Através da consideração dos
reguladores de velocidade e de tensão, esta região da carta de capabilidade pode ser
consideravelmente melhorada.

47
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
A figura 9.9 mostra um diagrama de capabilidade completo de um gerador, incluindo o limite
inferior de excitação e indicando a linha de fator de potência nominal o qual facilita a obtenção
dos valores de operação na condição nominal representado pelo ponto “c”.
LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
P
1,0
LIMITE DO
ACIONAMENTO
0,9
PRIMARIO (MW)
d 0,8
c
LIMITE MÁXIMO DE

L
NA
0,7 POTÊNCIA (MVA)

MI
0,6 b

NO
LIMITE PRÁTICO

IA
DE ESTABILIDADE 0,5

NC

0,4

PO
LIMITE SUPERIOR

DE
0,3 DE EXCITAÇÃO

R
TO
0,2
e
FA
LIMITE INFERIOR
DE EXCITAÇÃO 0,1

f a Q
-0,6 -0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
FATOR DE POTÊNCIA ADIANTADO FATOR DE POTÊNCIA ATRASADO
("LEADING") ("LAGGING")

Figura 9.9 – Diagrama de capabilidade completo para um gerador síncrono


48
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
Assim, no ponto “c” da figura 9.9 tem-se: a potência aparente é 1,0 pu, a potência ativa é 0,8 pu,
a potência reativa é 0,6 pu e o fator de potência é 0,8 atrasado ou indutivo (condição de gerador
sobre-excitado e fornecendo reativos).
LIMITE TEÓRICO
DE ESTABILIDADE
P
1,0
LIMITE DO
ACIONAMENTO
0,9
PRIMARIO (MW)
d 0,8
c
LIMITE MÁXIMO DE

L
NA
0,7 POTÊNCIA (MVA)

MI
0,6 b

NO
LIMITE PRÁTICO

IA
DE ESTABILIDADE 0,5

NC

0,4

PO
LIMITE SUPERIOR

DE
0,3 DE EXCITAÇÃO

R
TO
0,2
e
FA
LIMITE INFERIOR
DE EXCITAÇÃO 0,1

f a Q
-0,6 -0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
FATOR DE POTÊNCIA ADIANTADO FATOR DE POTÊNCIA ATRASADO
("LEADING") ("LAGGING")

Figura 9.9 – Diagrama de capabilidade completo para um gerador síncrono


49
7. DIAGRAMAS DE CAPABILIDADE DE GERADORES
A seguir, é mostrado que, se os
módulos dos fasores de tensão 𝐸,
𝑉 e 𝑋𝑑 𝐼 do diagrama fasorial forem
multiplicados por 3𝑉𝑋𝑑 , obtém-se
valores de potência para o
Diagrama de Capabilidade. Com o
compasso centrado em O’ obtém-
se, no limite, a curva de 𝑬𝒎𝒂𝒙 . Com
o compasso centrado em O obtém-
se, no limite, a curva de 𝑺𝒎𝒂𝒙 .

50
Mostrar vários slides do
Acidente que ocorreu na maior
usina hidrelétrica da Rússia em
2009. A usina chama-se
Sayano-Shushenskaya.

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