Você está na página 1de 94

Conversão Eletromecânica de Energia

Máquinas Síncronas

1. Introdução
✓ As máquinas síncronas são utilizadas principalmente como geradores.
✓ O circuito do rotor proporciona a excitação do gerador (fluxo principal no
entreferro) enquanto a armadura lida com a potência elétrica produzida.
✓ O rotor gira em sincronismo com o campo magnético gerado no estator
por correntes trifásicas nos enrolamentos da armadura.
✓ A velocidade do rotor é proporcional à frequências das correntes da
armadura em regime permanente.
Conversão Eletromecânica de Energia

2. Objetivos:

✓ Compreender o circuito equivalente de um Gerador Síncrono - GS;


✓ Ser capaz de desenhar (esboçar) diagramas fatorais de GS;
✓ Compreender as equações de potência e conjugado de um GS;
✓ Ser capaz de deduzir as características de uma máquina síncrona a partir
de medidas (CAV e CCC);
✓ Compreender como a tensão terminal varia com a cara em um GS
operando isoladamente sob diversas condições de carga;
✓ Compreender condições necessárias para a colocação em paralelo com
outros geradores ou com a rede elétrica;
Conversão Eletromecânica de Energia

...
✓ Compreender o funcionamento do GS operando em paralelo com um
grande sistema (barramento infinito);
✓ Compreender os limites de estabilidade de GS;
✓ Compreender as correntes transitórias que circulam pelo GS em condições
de falta (curto-circuito).
Conversão Eletromecânica de Energia

3. Aspectos construtivos

Construção do ESTATOR – Carcaça, Enrolamento e Núcleo

Fig. 1. Ilustração do estator de uma máquina síncrona.

Fonte: www.pengky.cn
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Bobina inserida no estator ao longo do entreferro

Fig. 2. Ilustração do enrolamento da armadura de uma máquina síncrona.

Fonte: www.pengky.cn
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Enrolamento de uma camada: bobinas em série concêntricas

Fig. 3. Ilustração do enrolamento de bobinas concêntricas da armadura de


uma máquina síncrona.

Fonte: www.pengky.cn
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Enrolamento de uma camada: bobinas em série imbricadas

Fig. 4. Ilustração do enrolamento de imbricado de uma camada da


armadura de uma máquina síncrona.

Fonte: www.pengky.cn
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Enrolamento de duas camadas: bobinas em série imbricadas

Fig. 5. Ilustração do enrolamento de imbricado de duas camadas da


armadura de uma máquina síncrona.

Fonte: www.pengky.cn
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Enrolamento trifásico alimentado em corrente alternada


➢ Enrolamento distribuído em ranhuras ao longo do entreferro
➢ Enrolamento de estator ↔ induzido ↔ armadura

Fig. 5. Ilustração da construção da armadura de uma máquina síncrona.


Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Rotor de polos salientes

Fig. 6. Ilustração do
rotor de polos salientes
de uma máquina
síncrona.

➢ Rotor de polos lisos ou cilíndrico

Fig. 7. Ilustração do
rotor de polos lisos de
uma máquina síncrona.

Fonte: Chapman, 5ª. Edição


Conversão Eletromecânica de Energia

4. Característica de conjugado
A partir de estudos anteriores:

𝑝𝑜𝑙𝑜𝑠 𝜋∙𝐷∙𝑙
𝑇=− ∙ 𝐵𝑠𝑟 ∙ 𝐹𝑟 ∙ sen(𝛿𝑟 ) (1)
2 2

A partir de algumas adaptações em termos de notação:

𝑇 = 𝐾 ∙ 𝜙𝑅 ∙ 𝐹𝑓 ∙ sen(𝛿𝑅𝐹 ) (2)

Onde:
ϕR = fluxo resultante por polo no entreferro.
Ff = FMM do enrolamento de campo.
δRF = ângulo de fase elétrica entre os eixos magnéticos ϕR e Ff .
Conversão Eletromecânica de Energia

Fig. 8. Curva característica de conjugado de uma máquina síncrona.


Conversão Eletromecânica de Energia

5. Indutâncias e circuito equivalente de um GS

Fig. 9. Esquema de uma máquina síncrona trifásica de rotor


cilíndrico e dois polos.
Conversão Eletromecânica de Energia

Fluxos concatenados

𝜆𝑎 = ℒ𝑎𝑎 𝑖𝑎 + ℒ𝑎𝑏 𝑖𝑏 + ℒ𝑎𝑐 𝑖𝑐 + ℒ𝑎𝑓 𝑖𝑓 (3)

𝜆𝑏 = ℒ𝑏𝑎 𝑖𝑎 + ℒ𝑏𝑏 𝑖𝑏 + ℒ𝑏𝑐 𝑖𝑐 + ℒ𝑏𝑓 𝑖𝑓 (4)

𝜆𝑐 = ℒ𝑐𝑎 𝑖𝑎 + ℒ𝑐𝑏 𝑖𝑏 + ℒ𝑐𝑐 𝑖𝑐 + ℒ𝑐𝑓 𝑖𝑓 (5)

𝜆𝑓 = ℒ𝑓𝑎 𝑖𝑎 + ℒ𝑓𝑏 𝑖𝑏 + ℒ𝑓𝑐 𝑖𝑐 + ℒ𝑓𝑓 𝑖𝑓 (6)

Indutância própria do rotor

ℒ𝑓𝑓 = 𝐿𝑓𝑓 = 𝐿𝑓𝑓0 + 𝐿𝑓𝑙 (7)

ℒ representa indutâncias que podem variar com a posição do rotor.


L representa uma indutância que não depende de θm.
Lff0 corresponde à porção de ℒ𝑓𝑓 que não devido à componente fundamental
espacial de fluxo de entreferro.
Lfl representa fluxo de dispersão do enrolamento de campo.
Conversão Eletromecânica de Energia

Indutância mútuas entre estator e rotor

ℒ𝑎𝑓 = ℒ𝑓𝑎 = 𝐿𝑎𝑓 cos 𝜃𝑚𝑒 (8)

θme ângulo elétrico entre eixo magnético do enrolamento de campo e a fase a.

Com o rotor girando na velocidade síncrona ωs, o ângulo do rotor estará


variando de acordo com:

𝜃𝑚 = 𝜔𝑠 𝑡 + 𝛿0 (9)

δ0 representa o ângulo do rotor no tempo t = 0.


𝑝𝑜𝑙𝑜𝑠
𝜃𝑚𝑒 = 𝜃𝑚 = 𝜔𝑒 𝑡 + 𝛿𝑒0 (10)
2

δe0 representa o ângulo elétrico do rotor no tempo t = 0.


Conversão Eletromecânica de Energia

Indutância de estator e indutância síncrona

Para a máquina de rotor cilíndrico (polos lisos), a geometria do entreferro


independe da posição do rotor (θm) quando os efeitos da ranhura são
desprezados. Serão, portanto, constantes.

ℒ𝑎𝑎 = ℒ𝑏𝑏 = ℒ𝑐𝑐 = 𝐿𝑎𝑎 = 𝐿𝑎𝑎0 + 𝐿𝑎𝑙 (11)

Laa0 - componente de indutância própria devido ao fluxo fundamental


espacial de entreferro;

Lal - componente adicional devido à dispersão de enrolamento de


armadura.
1
ℒ𝑎𝑏 = ℒ𝑏𝑎 = ℒ𝑎𝑐 = ℒ𝑐𝑎 = ℒ𝑏𝑐 = ℒ𝑐𝑏 = 𝐿𝑎𝑎0 (12)
2
Conversão Eletromecânica de Energia

1
𝜆𝑎 = 𝐿𝑎𝑎0 + 𝐿𝑎𝑙 ∙ 𝑖𝑎 − ∙ 𝐿𝑎𝑎0 ∙ (𝑖𝑏 + 𝑖𝑐 ) + ℒ𝑎𝑓 ∙ 𝑖𝑓 (13)
2

𝑖𝑎 + 𝑖𝑏 + 𝑖𝑐 = 0 (14)

Após substituições:

3
𝜆𝑎 = 𝐿𝑎𝑎0 + 𝐿𝑎𝑙 ∙ 𝑖𝑎 +ℒ𝑎𝑓 ∙ 𝑖𝑓 (15)
2

3
𝐿𝑠 = 𝐿 + 𝐿𝑎𝑙 (16)
2 𝑎𝑎0

𝜆𝑎 = 𝐿𝑠 ∙ 𝑖𝑎 +ℒ𝑎𝑓 ∙ 𝑖𝑓 (17)
Conversão Eletromecânica de Energia

Circuito equivalente
𝑑
𝑒𝑎𝑓 = ℒ𝑎𝑓 ∙ 𝐼𝑓 = −𝜔𝑒 ∙ 𝐿𝑎𝑓 ∙ 𝐼𝑓 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑒 𝑡 + 𝛿𝑒0 ) (18)
𝑑𝑡
𝑑𝑖𝑎
𝑣𝑎 = 𝑅𝑎 ∙ 𝑖𝑎 + 𝐿𝑠 (19)
𝑑𝑡

𝜔𝑒 ∙ 𝐿𝑎𝑓 ∙ 𝐼𝑓
𝐸𝑎𝑓 = (20)
2

Fig. 10. Circuitos equivalentes monofásicos da máquina síncrona:


(a) motor e (b) gerador.
Conversão Eletromecânica de Energia

Para a máquina operando como motor:

𝑉෠𝑎 = 𝑅𝑎 ∙ 𝐼መ𝑎 + 𝑗𝑋𝑠 ∙ 𝐼መ𝑎 + 𝐸෠𝑎𝑓 (21)

Para a máquina operando como gerador:

𝑉෠𝑎 = −𝑅𝑎 ∙ 𝐼መ𝑎 − 𝑗𝑋𝑠 ∙ 𝐼መ𝑎 + 𝐸෠𝑎𝑓 (22)

Xs = ωe·Ls - reatância síncrona.

𝑒𝑎𝑓 = 𝑅𝑒 2 ∙ 𝐸෠𝑎𝑓 ∙ 𝑒 𝑗𝜔𝑒𝑡 (23)

𝜔𝑒 ∙ 𝐿𝑎𝑓 ∙ 𝐼𝑓
𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑒 𝑗𝛿𝑒0 (24)
2
Conversão Eletromecânica de Energia

Diagramas fasoriais

Motor Generator

Va Eaf
jXs·Ia
Ia jXs·Ia

Eaf Ra·Ia Va
Ra·Ia
Ia

Fig. 11. Diagramas fasoriais (a) motor e (b) gerador.


Conversão Eletromecânica de Energia

Exemplo 5.1 – Fitzgerald – 7ª Ed.

Um motor síncrono trifásico de 60Hz tem uma tensão terminal de 460V


(linha) e uma corrente terminal de 120A com fator de potência 0,95
atrasado. Nessas condições de operação, a corrente de campo é de 47A. A
reatância síncrona da máquina é igual a 1,68Ω (0,794 por unidade, em uma
base trifásica de 460V e 100kVA). Desprezando a resistência de armadura,
determinar (a) a tensão gerada Eaf, em volts, (b) indutância mútua Laf entre
campo e armadura e (c) potência elétrica de entrada do motor em kW e em
HP.
Conversão Eletromecânica de Energia

Exemplo 5.2 – Fitzgerald – 7ª Ed.

Supondo que a potência de entrada e a tensão de terminal do motor do


Exemplo 5.1 permaneçam constantes, calcule (a) o ângulo de fase δ da
tensão gerada e (b) a corrente de campo necessária para conseguir um fator
de potência unitário nos terminais do motor.
Conversão Eletromecânica de Energia

Problema prático 5.2 – Fitzgerald – 7ª Ed.

Considere o motor síncrono do Exemplo 5.1 operando com uma tensão


terminal de 460V (tensão de linha). Escrever um script de Matlab para plotar
a corrente de campo necessária para manter unitário o fator de potência
quando a potência varia de 50 a 100 kW.

Solução:
Conversão Eletromecânica de Energia

clc figure(2);
clear plot(abs(Ia),I_f,'k','linewidth',1.5);
% Solução da parte (b) grid on;
% Parâmtros do sistema xlabel('Ia (A)');
Va_linha = 460; ylabel('If (A)');
Vaf = Va_linha/sqrt(3); figure(3);
Laf = 22.3e-3; plot(abs(Ia),abs(Ea),'k','linewidth',1.5);
fp = 1.0; grid on;
n = 50:100; xlabel('Corrente de Armadura (A)');
Pout = n.*1000; ylabel('Tensão de fase gerada (V)');
Ia = Pout./((sqrt(3)*460*fp)); figure(4);
XsIa = Ia*1.68*1j; plot(angle(Ea)*180/pi,abs(Ea)*sqrt(3),'k','linew
Ea = Vaf+XsIa; idth',1.5);
I_f = abs(Ea)*sqrt(2)/(Laf*120*pi); grid on;
figure(1); xlabel('Ângulo de carga em graus');
plot(Pout/1000,I_f,'k','linewidth',1.5); ylabel('Tensão gerada (V)');
grid on; % END
xlabel('Pout [kW)');
ylabel('If (A)’);
.
.
.
Conversão Eletromecânica de Energia
Conversão Eletromecânica de Energia
Conversão Eletromecânica de Energia

Exemplo:

Considere a máquina síncrona do Exemplo 5.1, porém, operando como gerador e


tensão terminal constante em 460V (tensão de linha). Para potência terminal variando
de 50kW a 100kW, com cargas de fator de potência unitário, fator de potência 0,8
adiantado e 0,8 atrasado, esboçar:
i) a relação entre potência ativa de saída em kW e corrente de campo em A.
ii) A relação entre corrente de armadura em A e corrente de campo em A.

Solução:
Conversão Eletromecânica de Energia

Fig. 12. Corrente de campo em função Fig. 13. Relação entre a corrente de
da potência de saída para para fp = 1, armadura e de campo para fp = 1, fp =
fp = 0.8 adiantado e fp = 0.8 atrasado. 0.8 adiantado e fp = 0.8 atrasado.
Conversão Eletromecânica de Energia

6. Características a vazio e em curto-circuito

Fig. 12. Característica a vazio de uma máquina síncrona.


Conversão Eletromecânica de Energia

Corrente terminal
em curto-circuito

Fig. 13. Característica de circuito aberto e curto-circuito


de uma máquina síncrona.
Conversão Eletromecânica de Energia

Com a armadura em curto-circuito, Va = 0V.


A partir da Equação 22:

𝐸෠𝑎𝑓 = 𝐼መ𝑎 ∙ (𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑠 ) (25)

Fig. 14. Diagrama fasorial para condição de curto-circuito.


Conversão Eletromecânica de Energia

Fig. 15. Circuito equivalente de uma máquina síncrona destacando as componentes


de entreferro e de dispersão para a reatância síncrona e tensão de entreferro.

Xal = ωe·La1 – Reatância de dispersão da armadura.


3
X𝜑 = ωe· ∙ 𝐿𝑎𝑎0 – Reatância correspondente à componente
2
fundamental espacial do fluxo magnético
girante de entreferro produzido pelas três
correntes de armadura..
Conversão Eletromecânica de Energia

Para o circuito equivalente a Fig. 10 e aqui reapresentada:

Fig. 16. Reapresentação da Fig. 10.

Fig. 16. Características a vazio e de curto-circuito mostrando a linha de


magnetização equivalente em condições saturadas de operação.
Conversão Eletromecânica de Energia

A partir dos testes a vazio e em curto-circuito:

𝐸𝑎𝑓0
𝑋𝑠,𝑛𝑠 = (25)
𝐼𝑎0

𝑉𝑎,𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑋𝑠 = (26)
𝐼𝑎′

Para a condição de tensão terminal diferente da nominal:

𝑉𝑎,𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑋𝑠 = (27)
𝐼𝑎′′
Conversão Eletromecânica de Energia

Em por unidade (pu):


𝐼𝑓
𝐼𝑎,𝑐𝑐 = pu (28)
𝐶𝐶𝐶𝐶

𝐶𝐶𝐴𝑉
𝐼𝑎′ = pu (29)
𝐶𝐶𝐶𝐶

𝑉𝑎,𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝐶𝐶𝐶𝐶
𝑋𝑠 = = pu (30)
𝐼𝑎′ 𝐶𝐶𝐴𝑉

𝑉𝑎,𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝐶𝐶𝐶𝐶
𝑋𝑠,𝑛𝑠 = = pu (31)
𝐼𝑎′ 𝐶𝐶𝐴𝑉𝑔

𝐶𝐶𝐴𝑉
𝑅𝐶𝐶 = (32)
𝐶𝐶𝐶𝐶

𝐼𝑓 = 𝐸𝑎𝑓 ∙ CCAV [A] (33)


Conversão Eletromecânica de Energia

Exemplo 5.4 – Fitzgerald – 7ª Ed.

Os dados a seguir foram obtidos das características a vazio e em curto-


circuito de uma máquina síncrona trifásica ligada em Y de 45 kVA, 220V, 6
polos, 60 Hz:
Da característica a vazio:
Corrente de campo = 2,84A; Tensão de linha: 220V.
Da linha de entreferro:
Corrente de campo = 2,20A; Tensão de linha: 202V .
Da característica de curto-circuito:
Corrente de campo, A 2,20 2,84
Corrente de armadura, A 118 152

Calcular a reatância síncrona não saturada, Xs,ns e saturada, Xs na tensão


nominal, em Ohms e em pu, considerando as especificações nominais da
máquina como base.
Conversão Eletromecânica de Energia

Solução:

Na conexão em Y

𝐼𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 = 𝐼𝑓𝑎𝑠𝑒

𝑉𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 = 3 ∙ 𝑉𝑓𝑎𝑠𝑒

202
𝑉𝑎,𝑔 = = 116,7𝑉
3
Conversão Eletromecânica de Energia

𝑉𝑎,𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 116,7
𝑋𝑠,𝑛𝑠 = = = 0,987 Ω /fase
𝐼𝑎′ 118

𝑉𝑎,𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 127
𝑋𝑠 = = = 0,836 Ω /fase
𝐼𝑎′ 152

𝐶𝐶𝐶𝐶 2,20
𝑋𝑠 = = = 0,775 pu
𝐶𝐶𝐴𝑉 2,84

Extrapolando a linha de entreferro até 220V tem-se que:

127
𝐶𝐶𝐴𝑉𝑔 = 2,2 ∙ = 2,40 A
116,7

𝐶𝐶𝐶𝐶 2,20
𝑋𝑠,𝑛𝑠 = = = 0,917 pu
𝐶𝐶𝐴𝑉𝑔 2,40
Conversão Eletromecânica de Energia

Característica da condição de curto-circuito:

➢ Nível de fluxo da máquina é baixo, portanto, as perdas no núcleo são


desprezíveis nessa condição.
➢ A potência mecânica necessária para acionar a máquina síncrona durante
o teste em curto-circuito é igual à soma das perdas por atrito somadas às
perdas causadas pela corrente de armadura.
➢ As perdas causadas pela corrente de armadura podem ser obtidas
subtraindo-se as perdas por atrito e ventilação da potência do
acionamento.
➢ As perdas causadas pela corrente de armadura em curto-circuito são
conhecidas como perdas de curto-circuito, determinadas por:

𝑃𝑎𝑟𝑚,𝑐𝑐 = 3 ∙ 𝑅𝑐𝑐 ∙ 𝐼𝑎2 (34)


Conversão Eletromecânica de Energia

7. Características de ângulo de carga em regime permanente

Fig. 17. (a) Impedância conectando duas tensões e (b) diagrama fasorial.

𝐸෠1 −𝐸෠2 𝐸1 𝑒 𝑗𝛿 −𝐸2


𝐼መ = = (35)
𝑍 𝑅+𝑗𝑋

𝑃2 = 𝑅𝑒 𝐸෠2 ∙ 𝐼 ∗ (36)

𝐸෠1 ∙𝐸෠2
𝑃1 = 𝑃2 ≅ sen δ (37)
𝑋
Conversão Eletromecânica de Energia

Fig. 18. Representação utilizando um circuito equivalente de uma máquina


síncrona conectada a um sistema externo.
𝐸𝑎𝑓 ∙𝑉𝑒𝑞
𝑃= 𝑠𝑒𝑛 𝛿 (38)
𝑋𝑠 +𝑋𝑒𝑞

Eaf e Veq ... Tensões de linha ou em por unidade.

3∙𝐸𝑎𝑓 ∙𝑉𝑒𝑞
𝑃= 𝑠𝑒𝑛 𝛿 (39)
𝑋𝑠 +𝑋𝑒𝑞

Eaf e Veq ... Tensões de fase.


Conversão Eletromecânica de Energia

Exemplo 5.6 – Fitzgerald – 7ª Ed.

Um gerador trifásico síncrono de 75 MVA e 13,8kV possui reatância


síncrona saturada Xs = 1,35 pu e não saturada Xs,ns = 1,56 pu. Está conectado
a um sistema cuja reatância equivalente é Xeq = 0,23 pu e a cuja tensão
terminal Veq é igual a 1 pu tomando como base o próprio gerador. Ele atinge
tensão nominal quando a corrente de campo é de 297A.

a) Determinar a potência máxima (em MW e pu) quando a tensão interna


do gerador for mantida em 1pu.

b) Plotar a tensão terminal quando a potência de saída varia de 0 a Pmax.


Conversão Eletromecânica de Energia

Solução

a) Dados em pu, então, para potência máxima, δ = 90º, portanto:


𝐸𝑎𝑓 ∙ 𝑉𝑒𝑞
𝑃𝑚𝑎𝑥 =
𝑋𝑠 + 𝑋𝑒𝑞
Para a máquina operando com tensão terminal próxima de seu valor
nominal, Pmax deverá ser expressa em termos de reatância síncrona saturada.
1∙1
𝑃𝑚𝑎𝑥 = = 0,633 pu = 47,5 MW
1,35+0,23

b) Circuito equivalente:
Conversão Eletromecânica de Energia

𝐸෠𝑎𝑓 − 𝑉෠𝑒𝑞 𝐸𝑎𝑓 ∙ 𝑒 𝑗𝛿 − 𝑉𝑒𝑞 ∙ 𝑒 𝑗0


𝐼መ𝑎 = =
𝑗(𝑋𝑠 + 𝑋𝑒𝑞 ) 𝑗(𝑋𝑠 + 𝑋𝑒𝑞 )

𝑉෠𝑎 = 𝑉෠𝑒𝑞 + 𝑗𝑋𝑒𝑞 ∙ 𝐼መ𝑎

𝑃 = Re[𝑉෠𝑎 ∙ 𝐼መ𝑎∗ )
clc P = real(Va.*conj(Ia));
clear all subplot(2,1,1);
% Parametros do sistema plot(P,Va_mag,'linewidth',1.5);
Veq = 1.0; grid on;
Eaf = 1.0; xlabel ('Potência do Gerador (pu)');
Xeq = 0.23; ylabel ('Tensão Terminal (pu)');
Xs = 1.35; subplot(2,1,2);
n = 1:101; plot(P,delta*180/pi,'linewidth',1.5);
delta = pi/2*(n-1)/100; grid on;
Ia = (Eaf*exp(j*delta)-Veq)/(j*(Xs+Xeq)); xlabel ('Potência do Gerador (pu)');
Va = (Veq + j*Xeq*Ia);
Va_mag = abs(Va);
.
.
.
Conversão Eletromecânica de Energia
Conversão Eletromecânica de Energia
Conversão Eletromecânica de Energia

8. Características operação em regime permanente


São descritas pelas interrelações existentes entre:

➢ Tensão terminal;
➢ Corrente de campo;
➢ Corrente de armadura;
➢ Fator de potência e
➢ Rendimento.
Conversão Eletromecânica de Energia

Gerador Conectado a um Barramento Infinito

Fig. 19. Representação de um GS conectado ao sistema elétrico.

➢ Características da conexão do gerador síncrono a um barramento infinito


• O sistema elétrico (barramento infinito) determina a tensão e a frequência de
operação .
• Assim a máquina primária, que atua sobre a velocidade da máquina, passa a
controlar a potência ativa nos terminais do gerador.
• A corrente de excitação, que atua sobre a força eletromotriz, passa a
controlar o fator de potência nos terminais do gerador (potência reativa).
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ A partir do circuito equivalente, determinamos o diagrama fasorial da máquina


síncrona operando como gerador (Ra desprezada).

• Diagrama fasorial simplificado

𝐸𝑎𝑓 ∙𝑉𝑎𝑓
𝑃 =3∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛿 ≅ 3 ∙ 𝑉𝑎 ∙ 𝐼𝑎 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑋𝑠
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Na condição em que o gerador opera com carga constante nos terminais,


verificamos, que as expressões que relacionam tensão gerada Eaf e corrente de
armadura Ia com a potência terminal se tornam:

𝑃∙𝑋𝑠 𝑃
𝐸𝑎𝑓 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝛿 = ≡ 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐼𝑎 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = ≡ 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
3∙𝑉𝑎 3∙𝑉𝑎

➢ Novamente, que efeito tem a corrente de excitação If nas relações acima?


• Primeiro, quando If cresce, Eaf cresce, fazendo com que a máquina tenha
maior disponibilidade de potência nos terminais
𝑉𝑎 ∙𝐸𝑎𝑓
𝑃𝑚𝑎𝑥 = 3 ∙
𝑋𝑠

• Segundo, quando If varia, varia também o fator de potência do gerador


síncrono. Isto acontece exatamente da mesma forma que no caso do motor.
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Novamente, verificamos que a parte real do fasor Ia e a parte imaginária do fasor


Eaf são constantes
𝑃∙𝑋𝑠 𝑃
𝐸𝑎𝑓 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝛿 = ≡ 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐼𝑎 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = ≡ 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
3∙𝑉𝑎 3∙𝑉𝑎

➢ Assim, quando a potência ativa terminal é constante, a corrente de excitação


permite variar o comprimento de Eaf, fazendo com que os fasores Eaf e Ia
caminhem cada um por um “locus” definido por uma reta
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Verifica-se que o gerador também pode operar com fator de potência variável.
➢ Quando j < 0, dizemos que o gerador está sobre-excitado.
➢ Quando j > 0, dizemos que o gerador está subexcitado.
➢ Assim o fator de potência do gerador se ajusta ao fator de potência da carga
(sistema isolado).
➢ Esta é a maneira com que as usinas se adaptam à carga solicitada pelo sistema
elétrico (conexão ao barramento infinito).

• Gerador sobre-excitado • Gerador subexcitado


Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Para uma determinada potência ativa de carga e tensão de terminal, o fator de


potência com a qual o gerador opera e, consequentemente, sua corrente de
armadura, pode ser controlado ajustando-se a excitação do campo da máquina
síncrona.

Fig. 20. Forma característica de curvas V para máquinas síncronas.


Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Verifica-se que o gerador também pode operar com fator de potência variável.
➢ Quando j < 0, dizemos que o gerador está sobre-excitado.
➢ Quando j > 0, dizemos que o gerador está subexcitado.
➢ Assim o fator de potência do gerador se ajusta ao fator de potência da carga
(sistema isolado).
➢ Esta é a maneira com que as usinas se adaptam à carga solicitada pelo sistema
elétrico (conexão ao barramento infinito).

• Gerador sobre-excitado • Gerador subexcitado


Conversão Eletromecânica de Energia

➢ A curva de capacidade de um gerador síncrono estabelece seus limites de


operação.
➢ Na etapa de projeto de uma usina, o projetista tem como determinar estes limites,
tomando como base a potência disponível (máquina primária, kW), a potência a
ser gerada (potência terminal, kVA) e requisitos de excitação (potência no
circuito de campo, kW)
➢ O projetista produz uma especificação em termos de curva de capacidade da
máquina a ser adquirida
➢ Esta curva de projeto é necessária também ao projetista do sistema elétrico, na
etapa de planejamento.
➢ O operador do sistema elétrico deve ter pleno conhecimento da(s) curva(s) de
capacidade do(s) gerador(es) sob sua responsabilidade, visto que destas curvas
dependem a correta distribuição da carga do sistema.
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Basicamente, a curva de capacidade mostra a região de operação recomendada


para o gerador e é determinada fisicamente pelos limites a seguir.
• Limite térmico do circuito da armadura (corrente de armadura)
• Limite térmico do circuito de excitação (corrente de campo)
• Limite da fonte de potência (kW)
• Limite de estabilidade (ângulo de potência)

➢ O limite térmico do circuito da armadura é caracterizado pelo limite de


potência (kVA) que a máquina pode fornecer. Para determinar este limite,
consideramos uma tensão terminal fixa igual à nominal. Utilizando
grandezas pu, tem-se:

𝑆(𝑝𝑢) = 𝑉𝑎 ∙ 𝐼𝑎 = 𝑃2 + 𝑄2 (40)
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Quando o gerador trabalha com uma certa potência de carga e uma certa tensão
terminal, a potência reativa é regulada pela corrente de excitação.

➢ Assim, o limite térmico do circuito de excitação determina o limite de potência


reativa que a máquina síncrona pode fornecer.

➢ Seja a equação (pu):

𝑆 ∗ = 𝑉෠𝑎∗ ∙ 𝐼መ𝑎 = P − jQ (41)

➢ Desprezando a resistência da armadura, escrevemos para o gerador

𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉෠𝑎 + 𝑗𝑋𝑠 ∙ 𝐼መ𝑎 (42)

➢ Isolando Ia em (42) e substituindo em (41) tem-se:

2 𝑉𝑎 ∙𝐸𝑎𝑓 2
𝑉𝑎2
𝑃2 + 𝑄+ ≅ (43)
𝑋𝑠 𝑋𝑠
Conversão Eletromecânica de Energia

As equações (I) e (II) representam dois círculos


que, esboçados no plano complexo de potência
(P; Q), determinam dois limites de operação do
gerador síncrono

𝑃2 + 𝑄2 = 𝑉a 𝐼a 2
(I)

2 2 2
𝑉𝑎 𝑉a 𝐸af
𝑃2 + 𝑄 + = (II)
𝑋𝑠 𝑋𝑠
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ O limite de potência (III) da máquina


primária é estabelecido pela fonte de
energia.
➢ O limite de estabilidade (IV) está
relacionado com o ângulo de potência
δmax, correspondente a um limite
imposto.
Conversão Eletromecânica de Energia

As equações (40) e (43) podem ser escritas considerando as grandezas em


valores no SI. Assim, tem-se:

𝑆 = 3 ∙ 𝑉𝑎 ∙ 𝐼𝑎 = 𝑃2 + 𝑄2 (44)

2 𝑉𝑎 ∙𝐸𝑎𝑓 2
2 𝑉𝑎2
𝑃 + 𝑄+3∙ ≅ 3∙ (45)
𝑋𝑠 𝑋𝑠
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Seja o diagrama fasorial com grandezas pu


do gerador síncrono, conforme a seguir
(desprezando Ra):

𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉෠𝑎 + 𝑗𝑋𝑠 ∙ 𝐼መ𝑎

➢ Multiplicando o módulo de cada fasor de


𝑉𝑎
tensão por , obtemos o diagrama:
𝑋𝑠
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Destacamos um triângulo (linha pontilhada) no diagrama obtido

• Neste diagrama, o produto Va·Ia é a potência aparente (pu).


Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Destacamos um novo triângulo (em vermelho) que é semelhante ao anterior (pontilhado)

• O triângulo em vermelho é o triângulo de potências, pois o ângulo do vértice superior é o


ângulo de fator de potência φ.
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Podemos manipular o diagrama obtido:


Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Assim, colocamos na curva de capacidade da


máquina o ponto de operação conforme o diagrama
ao lado, considerando Va = 1 pu.
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Informações relevantes
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Exemplo de curva do fabricante

• Gerador síncrono:
➢ 1110 kVA
➢ 2300 V (Y)
➢ 60Hz
➢ 8 polos
➢ Xs = 1,64 pu
➢ Xal = 0,10 pu
Conversão Eletromecânica de Energia

9. Efeito dos polos salientes e teoria de eixos direto e em


quadratura

➢ Máquina de polos lisos:


• Em uma máquina síncrona de polos lisos o entreferro é uniforme
(desconsiderando os efeitos das ranhuras).
• O fluxo produzido por uma onda de FMM gerada pelo enrolamento de
campo não depende do alinhamento espacial da onda em relação aos polos
do campo

➢ Máquina de polos salientes:


• A direção preferencial de magnetização é determinada pelos polos com
protuberâncias no campo.
• A relutância ao longo do eixo polar, normalmente referido como Eixo
Direto do rotor, é consideravelmente menor do que aquela ao longo do eixo
interpolar, referido como Eixo em Quadratura.
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Nas discussões seguintes:


• Uma grandeza de Eixo Direto é aquela cujo efeito magnético está alinhado
com os eixos dos polos do campo.
• As FMM de eixo direto produzem fluxos ao longo destes eixos.
• Uma grandeza de Eixo em Quadratura é aquela cujo efeito magnético está
centrado no espaço interpolar.
• A corrente de armadura possuirá agora duas componentes, uma de eixo
direto e outra de eixo em quadratura.

𝐼መ𝑎 = 𝐼መ𝑑 + 𝐼መ𝑞 (46)


Conversão Eletromecânica de Energia

Eixo Direto

➢ Como estudado anteriormente:


▪ O enrolamento de excitação produz a indução no entreferro, que está
associada ao fluxo concatenado λf , que está associado ao fluxo de excitação
ϕf.
▪ O fluxo concatenado de excitação λf está associado à posição espacial da
cabeça polar e está adiantado da tensão gerada Eaf em 90º.
▪ Convencionando o eixo direto adiantado em relação ao eixo em quadratura,
o fasor da tensão gerada Êaf encontra-se sobre o eixo em quadratura.
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Em certa condição de operação,


admitindo que a corrente de
armadura esteja 90º defasada de Eaf,
dizemos que os fluxos de rotor e
estator estão alinhados com o chamado
eixo direto
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Na análise fasorial de máquinas síncronas, uma vez localizado o fasor Êaf , a


localização dos eixos direto d, e em quadratura, q, podem ser facilmente
encontradas.
➢ Nas máquinas de polos salientes, todas as tensões e correntes são
decompostas em suas componentes de eixos d e q.
➢ Diferentemente das máquinas síncronas de polos lisos, nas máquinas de polos
salientes a onda de FMM distribuída senoidalmente produzirá componentes
harmônicas espaciais de fluxo de entreferro além da componente fundamental.
➢ Em muitos casos, as componentes harmônicas espaciais de fluxo são ignoradas
e as máquinas passam a ser analisadas baseando-se apenas na componente
fundamental do fluxo do entreferro.
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Diagrama fasorial para operação como gerador


Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Assim, a corrente de armadura produz fluxo apenas no eixo direto.


➢ Para encontrar a tensão terminal, a reatância Xs está associada ao percurso de
fluxo das cabeças polares.
➢ Renomeamos, neste caso, Xs como Xd, a reatância de eixo direto.
➢ Ia passa a ser a componente de corrente de eixo direto Id.
➢ Para o gerador, escrevemos:

𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉෠𝑎 + 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑠 ∙ 𝐼መ𝑎 = 𝑉෠𝑎 + 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑑 ∙ 𝐼መ𝑑 (46)


Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Para o motor, escrevemos:

𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉෠𝑎 − 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑠 ∙ 𝐼መ𝑎 = 𝑉෠𝑎 − 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑑 ∙ 𝐼መ𝑑 (47)


Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Seja uma nova condição de operação, na


qual a corrente de armadura esteja em
fase com Eaf ,
➢ Neste caso, a corrente de armadura
produz fluxo alinhado com o chamado
eixo em quadratura
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Diagrama fasorial para operação como gerador


Conversão Eletromecânica de Energia

Eixo em Quadratura – Gerador


➢ Neste caso, a corrente de armadura produz fluxo apenas no eixo em quadratura
➢ A reatância síncrona está associada ao percurso de fluxo entre as cabeças polares
➢ Assim, Xs passa a ser Xq, a reatância de eixo em quadratura
➢ Ia passa a ser a componente de corrente de eixo em quadratura Iq
➢ Para o gerador, escrevemos:

𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉෠𝑎 + 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑠 ∙ 𝐼መ𝑎 = 𝑉෠𝑎 + 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑞 ∙ 𝐼መ𝑞 (48)


Conversão Eletromecânica de Energia

Eixo em Quadratura – Motor

➢ Para o motor, escrevemos:

𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉෠𝑎 − 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑠 ∙ 𝐼መ𝑎 = 𝑉෠𝑎 − 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑞 ∙ 𝐼መ𝑞 (49)


Conversão Eletromecânica de Energia

Eixo Direto e Eixo em Quadratura — Gerador

➢ Corrente de armadura apenas com ➢ Corrente de armadura apenas com


componente de eixo direto componente de eixo em
quadratura

𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉෠𝑎 + 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑑 ∙ 𝐼መ𝑑 𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉෠𝑎 + 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑞 ∙ 𝐼መ𝑞


Conversão Eletromecânica de Energia

Eixo Direto e Eixo em Quadratura — Motor

➢ Corrente de armadura apenas com ➢ Corrente de armadura apenas com


componente de eixo direto. componente de eixo em quadratura.

𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉෠𝑎 − 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑑 ∙ 𝐼መ𝑑 𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉෠𝑎 − 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑞 ∙ 𝐼መ𝑞


Conversão Eletromecânica de Energia

Eixo Direto e Eixo em Quadratura


➢ Nesta situação, com a máquina trabalhando como gerador, Ia está defasada da
tensão terminal Va de um ângulo φ. Esta, por sua vez, está defasada da tensão
gerada Eaf do ângulo de potência δ.
➢ Assim, escrevemos (gerador):

𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉෠𝑎 + 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑑 ∙ 𝐼መ𝑑 + 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑞 ∙ 𝐼መ𝑞

= 𝑅𝑎 ∙ (𝐼መ𝑑 + 𝐼መ𝑞 ) + 𝑗𝑋𝑑 ∙ 𝐼መ𝑑 + 𝑗𝑋𝑞 ∙ 𝐼መ𝑞

𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉𝑎 + 𝑅𝑎 ∙ 𝐼መ𝑎 + 𝑗𝑋𝑑 ∙ 𝐼መ𝑑 + 𝑗𝑋𝑞 ∙ 𝐼መ𝑞 (50)


Conversão Eletromecânica de Energia

Diagrama fasorial com Eaf na referência e em fase com o eixo em quadratura.

𝐼መ𝑞 𝐸෠𝑎𝑓 Eixo em


𝛿 quadratura
φ 𝑉෠𝑎 𝑗𝑋𝑑 . 𝐼መ𝑞
δ-φ

𝐼መ𝑑 𝐼መ𝑎 𝑅𝑎 . 𝐼መ𝑎 𝑗𝑋𝑑 . 𝐼መ𝑑

Eixo
direto
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ No caso motor:

𝐸෠𝑎𝑓 = 𝑉෠𝑎 − 𝑅𝑎 ∙ 𝐼መ𝑎 − 𝑗𝑋𝑑 ∙ 𝐼መ𝑑 − 𝑗𝑋𝑞 ∙ 𝐼መ𝑞 (51)

Determinação do Ângulo δ

➢ Normalmente, conhecemos o ângulo de fator de potência φ. Para determinar as


componentes de eixo direto e quadratura de Ia, é necessário encontrar o ângulo
de carga δ, ou seja, é necessário encontrar a posição relativa do fasor da tensão
gerada Eaf .
➢ Para encontrar o ângulo δ, reconhecemos, inicialmente, que Xq < Xd .
➢ No diagrama fasorial, identificamos os triângulos oab e o'a'b’.
Conversão Eletromecânica de Energia

oa ba oa X q I q


=  =  oa = X q I a
oa ba Ia Iq

𝐼𝑑 = 𝐼𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛿 − 𝜑 𝑉𝑑 = 𝐼𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛿
𝐼𝑞 = 𝐼𝑎 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝛿 − 𝜑 𝑉𝑞 = 𝐼𝑎 ∙ cos δ
Conversão Eletromecânica de Energia

𝑜 ′ 𝑎′ = 𝑋𝑞 𝐼𝑎

Assim, para operação como gerador, a soma 𝑉෠𝑎 + 𝑅𝑎 ∙ 𝐼መ𝑎 + 𝑗𝑋𝑞 ∙ 𝐼መ𝑎
fornece a posição angular δ da tensão gerada Eaf .

Para o motor, a expressão é 𝑉෠𝑎 − 𝑅𝑎 ∙ 𝐼መ𝑎 − 𝑗𝑋𝑞 ∙ 𝐼መ𝑎


Conversão Eletromecânica de Energia

Algoritmo para obtenção do fasor tensão interna


da máquina de polos salientes

Passo 1: conhecer o módulo da tensão terminal, Va , e parâmetros da


máquina, Ra, Xd e Xq.
Passo 2: calcular Ia e o ângulo do fator de potência, φ.
෢ e δ:
Passo 3: Calcular o ângulo de carga através de 𝑂𝐵

ෞB = 𝑉𝑎Ƹ + 𝑅𝑎 . 𝐼𝑎Ƹ + 𝑗. 𝑋𝑞 . 𝐼𝑎Ƹ


O
Passo 4: Calcular os módulos das componentes de Ia isto é, Id e Iq .

Ƹ = 𝑉𝑎Ƹ + 𝑅𝑎 . 𝐼𝑎Ƹ + 𝑗. 𝑋𝑑 . 𝐼𝑑Ƹ + 𝑗. 𝑋𝑞 . 𝐼𝑞Ƹ


Passo 5: Calcular Eaf : 𝐸𝑎𝑓
Passo 6: Esboçar o diagrama fasorial.
Conversão Eletromecânica de Energia

Exemplo 5.15 – Fitzgerald – 7ª Edição.

As reatâncias Xd e Xq de um gerador síncrono de polos salientes são,


respectivamente, 1,0 e 0,6 por unidade, e sua resistência de armadura,
desprezível. Determinar a tensão gerada, Eaf, quando o gerador fornece seus
KVAs nominais com fator de potência 0,8 atrasado e tensão terminal, Va,
nominal.
Conversão Eletromecânica de Energia
Conversão Eletromecânica de Energia

Potência Fornecida pela Máquina – pu

➢ Potência por fase associada ao eixo direto (desprezando Ra)

𝑆𝑑 = 𝑉෠𝑎 ∙ 𝐼መ𝑑∗

𝑉෠𝑎 = 𝑉𝑎 ∠0𝑜 = 𝑉𝑎 + 𝑗0

𝐼መ𝑑 = 𝐼𝑑 ∙ (𝑠𝑒𝑛 𝛿 − 𝑗𝑐𝑜𝑠 𝛿)

𝐸𝑎𝑓 − 𝑉𝑎 cos 𝛿
𝑉𝑎 ∙ cos 𝛿 + 𝑋𝑑 ∙ 𝐼𝑑 = 𝐸𝑎𝑓 ⇒ 𝐼𝑑 =
𝑋𝑑

𝑉𝑎 ∙ 𝐸𝑎𝑓 − 𝑉𝑎2 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝛿


𝑆𝑑 = ∙ (𝑠𝑒𝑛 𝛿 − 𝑗𝑐𝑜𝑠 𝛿)
𝑋𝑑
Conversão Eletromecânica de Energia

➢ Potência por fase associada ao eixo em quadratura (desprezando Ra)

𝑆𝑞 = 𝑉෠𝑎 ∙ 𝐼መ𝑞∗

𝑉෠𝑎 = 𝑉𝑎 ∠0𝑜 = 𝑉𝑎 + 𝑗0

𝐼መ𝑞 = 𝐼𝑞 ∙ (𝑐𝑜𝑠 𝛿 + 𝑗𝑠𝑒𝑛 𝛿)

𝑋𝑞 ∙ 𝐼𝑞 𝑉𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛿
𝑠𝑒𝑛 𝛿 = ⇒ 𝐼𝑞 =
𝑉𝑎 𝑋𝑞
𝑉𝑎2
𝑆𝑞 = ∙ (𝑠𝑒𝑛 𝛿 ∙ cos 𝛿 − 𝑗𝑠𝑒𝑛2 𝛿)
𝑋𝑞
Conversão Eletromecânica de Energia

Somando-se as parcelas das potências de eixo direto e eixo em quadratura tem-se


que, em pu:
𝑃 = ℜ𝑒[𝑆𝑑 + 𝑆𝑞 ]

𝑉𝑎 ∙𝐸𝑎𝑓 𝑋𝑑 −𝑋𝑞
𝑃= ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛿 + ∙ 𝑉𝑎2 ∙ 𝑠𝑒𝑛 2 𝛿 (52)
𝑋𝑑 2∙𝑋𝑑 ∙𝑋𝑞

𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝑃

𝐸𝑎𝑓 . 𝑉𝑎
∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛿
𝑋𝑑

𝑉𝑎2 . 𝑋𝑑 − 𝑋𝑞
∙ 𝑠𝑒𝑛 2. 𝛿
2. 𝑋𝑑 . 𝑋𝑞
Conversão Eletromecânica de Energia

Torque em pu:

𝑉𝑎 ∙𝐸𝑎𝑓 𝑋𝑑 −𝑋𝑎
𝑇𝑚 = 𝑃 = ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛿 + ∙ 𝑉𝑎2 ∙ 𝑠𝑒𝑛 2 𝛿 (53)
𝑋𝑑 2∙𝑋𝑑 ∙𝑋𝑞

Potência em Watts:

𝑉𝑎 ∙𝐸𝑎𝑓 𝑋𝑑 −𝑋𝑎
𝑃 =3∙ ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛿 + ∙ 𝑉𝑎2 ∙ 𝑠𝑒𝑛 2 𝛿 (54)
𝑋𝑑 2∙𝑋𝑑 ∙𝑋𝑞

Torque em N·m:

𝑃 3 𝑉𝑎 ∙𝐸𝑎𝑓 𝑋𝑑 −𝑋𝑎
𝑇𝑚 = = ∙ ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛿 + ∙ 𝑉𝑎2 ∙ 𝑠𝑒𝑛 2 𝛿 (55)
𝜔𝑠 𝜔𝑠 𝑋𝑑 2∙𝑋𝑑 ∙𝑋𝑞
Conversão Eletromecânica de Energia

Exemplo 5.17 – Fitzgerald – 7ª Edição.

Um motor síncrono de pólos salientes de 2000 HP, 2300 V, 4 polos tem


reatâncias Xd = 1,95 W/fase e Xq = 1,40 W/fase.

i) Desprezando todas as perdas, calcule a potência mecânica teórica


disponível no eixo em função do ângulo d.

ii) (ii) Calcule a potência máxima e o ângulo de potência correspondente.

Considere que o motor é alimentado em tensão nominal com fator de potência


unitário a partir de um barramento infinito.

Você também pode gostar