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aparente, o gabarito foi novamente instalado, e com um be- do o isolamento do mesmo. Acima desta camada foi aplica-
dame foram traçadas as linhas de 45º para posicionamento da outra de cera e acima desta uma fita especial de proteção
dos extensômetros. com propriedade de autofusão para o isolamento do exten-
sômetro com o meio externo.
B. Colagem
Logo após a traçagem foi iniciada a limpeza do material E. Ligação do circuito ao sistema de telemetria
exposto e preparação do mesmo para receber o adesivo de O circuito foi então soldado ao sistema de telemetria ga-
aporte. A limpeza e tratamento da superfície requerem paci- rantindo assim que não haveria erro por mau contato entre
ência e calma, pois um erro nesta etapa pode mascarar os os terminais.
resultados devido à má aderência do extensômetro ou à for-
mação de bolhas de ar na camada de adesivo. F. Realização do ensaio
Foram então posicionados os extensômetros e colados, u-
tilizando adesivo bi-composto de secagem rápida próprio Com a turbina hidráulica parada e o gerador sem carga,
para as condições de ensaio. Próximos aos sensores de ten- foi iniciada a aquisição. Após alguns minutos a turbina en-
são foram também coladas ancoragens para a fixação da trou em funcionamento. Este teste era necessário para que
fiação usada na alimentação e retirada de sinal dos transdu- fosse possível se ter uma noção da sensibilidade alcançada,
tores, evitando assim esforços mecânicos desnecessários pois seria possível notar a deformação causada no eixo pela
(Figura 03). inércia do mesmo. Depois de alcançado o regime de rotação
da turbina, foi aplicada uma carga gradual no gerador fa-
zendo então com que se medisse a potência transmitida pelo
eixo.
C. Montagem do circuito
Após a cura da cola foi montada a ponte de Wheatstone,
soldando os terminais aos cabos de alimentação e de sinal Figura 3. Extensômetros instalados e preparados para a conexão com o
equipamento de telemetria.
de maneira a formar o menor caminho possível, fazendo
com que assim se consiga um circuito muito próximo ao
teórico. Todos os cabos do circuito foram fixados à peça de G. Materiais e equipamentos
ensaio através de abraçadeiras evitando assim que o circuito Os principais materiais empregados no ensaio foram:
se abra pela influencia da força centrífuga gerada. • Extensômetro de resistência elétrica semicondutor mar-
ca Kyowa modelo KSP-2-120-E3;
D. Proteção dos extensômetros
• Cola marca HBM modelo X-60;
Todos os extensômetros foram protegidos por uma cama- • Sistema de telemetria e tratamento de sinais marca
da de esmalte com alta constante dielétrica depois de checa- KMT modelo RTSE 600;
4
IV. RESULTADOS 15
carga(MPa)
Potên A→ C→
189,4 rpm. Efetuou-se, então, uma filtragem do sinal com 5
cia
filtro Butterworth de sexta ordem, com o sinal filtrado apre- (MW) 0
sentado na Figura 05.
-5
A potência média alcançada pela turbina hidráulica é de
aproximadamente 17 MW, enquanto que o gerador fornecia -10
20
Pode-se visualizar na Figura 06 os três estágios princi-
15 pais:
• No estagio A pode-se identificar o surgimento de esfor-
potencia medida (MW)
Potên 10
ços provenientes da inércia do rotor ao entrar em mo-
cia
5 vimento. Neste ponto nota-se a sensibilidade dos exten-
(MW)
sômetros instalados ao eixo, pois devido às proporções
0
dimensionais da peca têm-se pequenas deformações pe-
-5 riféricas, especialmente na partida da turbina, quanto
não existe carga no gerador;
-10
• No estagio B nota-se o patamar de carga a aprtir do
-15 qual se obteve a potência fornecida ao gerador pela tur-
0 0.5 1 1.5 2 2.5
Medida
aquisicoes
x 10
5 bina hidráulica; este patamar representa 100% de carga
Figura 4. Resultado bruto do ensaio. nominal do gerador;
• Em C nota-se a rejeição de carga e vêem-se claramente
20
os esforços de pico de tração e posteriormente compres-
são aos quais o eixo foi submetido (durante a parada
15
por frenagem o eixo é submetido a um contra-torque
que gera deformações em sentido contrário, com valor
Potên
potencia medida (MW)
10
negativo portanto).
cia
(MW) 5
0
V. INCERTEZA DE MEDIÇÃO
Em toda e qualquer medição existem erros intrínsecos aos
-5 próprios transdutores ou instrumentos utilizados. Em um
sistema de medição onde existem diversas partes tais como
-10
0 0.5 1 1.5 2 2.5 transdutores, amplificadores e filtros, este erro se combina e
aquisicoes 5
x 10 se propagara (somando-se) desde a medição da grandeza
Medida
física até a leitura final dos valores. Então para que se avalie
Figura 5. Sinal filtrado. se a medição traduz o valor medido com a precisão desejada
devere-se ter em mãos a incerteza propagada pelo sistema.
Devido ao histórico já conhecido sobre geradores elétri-
O erro em um sistema é dado pela equação (6):
cos, é sabido que este rendimento se encontra abaixo do
2
esperado para uma maquina daquele porte, e que portando n ⎡ ⎛∂f ⎞⎤
deve haver erros na medição e outras influências, como, por Erro = ∑ ⎢∆i j
j =1 ⎢
⋅⎜
⎜ ∂i
⎟⎥
⎟⎥
(6)
exemplo, do campo eletromagnético devido ao gerador. ⎣ ⎝ j ⎠⎦
No entanto, podem-se notar os estágios de carga que a- onde:
conteceram durante o ensaio, na Figura 04: n = número de variáveis;
ij = variável 'j';
∆ ij = incerteza da variável 'j';
f = função matemática do sistema;
∂f = derivada parcial da função f em relação à variável i
j.
∂i j
5
−
(
π ⋅ C 2 4 − C1 4 ⎤ rpm
⎥⋅ ⋅ 2π
) (12) externas.
∂ C2 ⎝ g ⋅ a k ⎠ ⎣⎢ 1 + ν 2 C 2 ⋅ (1 + ν ) ⎦⎥ 60 No entanto o ensaio é considerado de grande valia, pois
2
cido no eixo da turbina através de um binário (Figura 08) [9] Computer Aided Pressure-timne Method, Velensek, B., Pisljar, M.,
Yugoslavia;
cuja força será monitorada por células de carga rastreadas [10] Levesque, J.M., Tran, C., “The Importance of Prototype Efficiency
(Figura 09). A calibração permitirá o melhor conhecimento Testing”, 16th Sysposium of the IAHR, Brasil, 1992;
da efetividade da aplicação dos extensômetros no eixo e, [11] Melli, A., “Misure Portata nelle Condotte Forzate: Il Metodo Gibson’,
L´Energia Elettrica, 1928;
também, permitirá que se avalie em campo as incertezas
[12] Mollicone, S., “Latest Developments of the Pressure-time Method”,
estabelecidas para os diversos parâmetros que compõem o American Power Conference, Chicago, 1983;
valor da potência entregue pela turbina. Não é o objetivo do [13] Guia para a Expressão da Incerteza de Medição, INMETRO, 1998;
projeto a necessidade de calibração de cada estrutura de [14] Filippin, C.G., Horbatiuk, B.W.D., “Medição de torque no eixo da
Turbina da Unidade #2 da Usina de Foz do Chopim”, Relatório
medição a ser implantada para a medição de rendimento em LACTEC, 2002.
cada planta. Esta calibração pode se tornar inviável particu-
larmente para equipamentos de grande porte, onde os valo-
res de torque nominais são elevados.