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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

F 328 - Física III

Projeto 3

Diego Xavier Machado - RA: 250258


Lucca Ewertom Ryuichi Hirakawa - RA:250431
Raphael Rocha de Morais - RA:248464
Tabata Paola do Prado Rodrigues - RA:250524
Vinícius Garcia Balbino - RA:250559

Campinas
2021
Questão 1

i)
O argumento 2 está incorreto, pois o torque no anel é diferente de zero, devido à
corrente induzida pelo solenóide. Logo, o momento angular também é diferente de zero.
O argumento 1 está correto, pois com a variação do campo magnético B dentro do
anel devido a interrupção da corrente do solenóide, isso induz um campo elétrico tangencial
ao anel por toda sua circunferência e uma corrente. Esse campo elétrico induz uma força
elétrica em cada partícula positivamente carregada em movimento, isso resulta em um
torque resultante no anel feito de material isolante, fazendo com que o anel entre em uma
rotação.

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ii)
Considerando a resposta do item anterior, a qual diz que o anel gira, deduz-se então
que há torque no anel. Consoante, sabendo que há variação do fluxo magnético quando a
corrente do solenóide é interrompida, por consequência, sabe-se também que é gerado um
campo elétrico induzido. Dessa forma, temos a seguinte situação:

Portanto, pela Lei de Faraday, obtemos que:

−𝑑(∫𝐵.𝑑𝐴) 𝑑𝐵𝑠𝑜𝑙𝑒𝑛ó𝑖𝑑𝑒
𝑑ϕ
ε = − 𝑑𝑡
⇒ ∮ 𝐸𝑖𝑛𝑑. 𝑑𝑙 = 𝑑𝑡
⇔ 𝐸𝑖𝑛𝑑 * 2π𝑟 = −𝐴 * 𝑑𝑡

Obs.: 𝐴 é a área onde o campo magnético atua. Segundo o enunciado, é um valor


constante e que, além disso, não precisa ser calculado. Ademais, 𝐵𝑠𝑜𝑙𝑒𝑛ó𝑖𝑑𝑒 é o campo
magnético gerado pelo solenóide, no qual, ao interromper a corrente que passa por ele,
𝐵𝑠𝑜𝑙𝑒𝑛ó𝑖𝑑𝑒 varia. Entretanto, 𝐵𝑒𝑥𝑡 é o campo magnético inicial gerado pela corrente que corre
pelo solenóide.

Logo:

𝐴 𝑑𝐵𝑠𝑜𝑙𝑒𝑛ó𝑖𝑑𝑒
𝐸𝑖𝑛𝑑 = − 2π𝑟
* 𝑑𝑡

Em seguida, multiplicando a carga pelo campo, obtemos a força elétrica. Porém,


note que 𝑑𝑞 = λ * 𝑑𝑙 ⇒ 𝑞 = λ * 2π𝑟. Então:

𝑑𝐵𝑠𝑜𝑙𝑒𝑛ó𝑖𝑑𝑒
𝑑𝐹 = 𝑑𝑞 * 𝐸𝑖𝑛𝑑 ⇔ 𝐹 = λ * 2π𝑟 * 𝐸𝑖𝑛𝑑 ⇔ 𝐹 = −𝐴* λ * 𝑑𝑡

Agora, multiplicando a força pela distância dela em relação ao centro, ou seja, 𝑟,


obtemos o torque:

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𝑑𝐵𝑠𝑜𝑙𝑒𝑛ó𝑖𝑑𝑒
𝑇 = 𝐹*𝑟 ⇔ 𝑇 = −𝐴*𝑟* λ * 𝑑𝑡

Contudo, sabe-se que o torque, nesse caso, também pode ser descrito pelo produto
entre o momento de inércia e a aceleração angular, ou seja:

𝑇 = 𝐼 * α, onde 𝐼 é o momento de inércia e α a aceleração angular. Sendo assim:

𝑑𝐵𝑠𝑜𝑙𝑒𝑛ó𝑖𝑑𝑒
𝐼* α = −𝐴*𝑟* λ * 𝑑𝑡
⇔ 𝐼 * α * 𝑑𝑡 = − 𝐴 * 𝑟 * λ * 𝑑𝐵𝑠𝑜𝑙𝑒𝑛ó𝑖𝑑𝑒

Integrando em ambos os lados, uma vez que 𝐼, 𝐴, 𝑟 e λ são constantes, temos:

ω𝑓 0
𝐼 * ∫ α * 𝑑𝑡 = − 𝐴 * 𝑟 * λ * ∫ 𝑑𝐵𝑠𝑜𝑙𝑒𝑛ó𝑖𝑑𝑒
0 𝐵𝑒𝑥𝑡

ω𝑓

Contudo, note que a seguinte integral ∫ α * 𝑑𝑡 é justamente a velocidade angular


0
final ω𝑓. Já o campo magnético externo, gerado apenas pela solenóide, vai de 𝐵𝑒𝑥𝑡 até 0,
quando a corrente elétrica é interrompida. Portanto:

𝐼 * ω𝑓 = − 𝐴 * 𝑟 * λ * (− 𝐵𝑒𝑥𝑡)
𝐴 * 𝑟* λ* 𝐵𝑒𝑥𝑡
ω𝑓 = 𝐼

Já em relação ao momento angular, como temos o anel girando em torno de um eixo


fixo, podemos calcular o momento angular como o produto do momento de inércia com a
velocidade angular.
𝐿 = 𝐼ω
𝐴 * 𝑟* λ* 𝐵𝑒𝑥𝑡
𝐿=𝐼* 𝐼
𝐿 = 𝐴 * 𝑟 * λ * 𝐵𝑒𝑥𝑡

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iii)

Solenoide é um eletroímã, pois como é um material condutor, corrente passa por ele,
logo campos magnéticos são criados, e resultando em um campo magnético similar ao de
um ímã.

Ao cortar a corrente que passa por este solenóide, haverá uma diminuição de fluxo
magnético, logo irá aparecer um campo elétrico induzido não paralelo ao campo magnético
e tangente ao anel. Esse campo elétrico induzido irá interagir com as cargas do anel,
exercendo uma força sobre elas, como o anel é isolante, ele como um todo irá se mover
pelo torque exercido da força elétrica sobre as partículas carregadas.

O momento angular inicial vem dos campos eletromagnéticos, que conseguem


carregá-lo. Ao cortar a corrente, parte do momento angular deles se transforma em
momento angular mecânico nas cargas, fazendo o anel girar.

● Análise Quantitativa:

Inicialmente no solenóide passa uma corrente constante, vamos então calcular o


momento angular mecânico de um elétron. Isso pode ser feito considerando que essa
grandeza é proporcional à massa, velocidade e ao raio da órbita:

𝐿 = 𝑚 * 𝑣𝑒 * 𝑟

além disso, multiplicaremos também pela quantidade de elétrons (ne) presente no solenóide:

𝐿 = 𝑚 * 𝑣𝑒 * 𝑟 * 𝑛𝑒

Comparando com o item anterior, infere-se que o momento angular mecânico inicial
e final são diferentes, dessa forma, pode-se ter uma prova física de que campos, nesse
caso o magnético, carrega momento consigo, e é isso que causa essa variação. Ademais,
como as explicações em relação a isso envolvem conceitos de mecânica quântica, nos
apoiaremos somente na simplificação de que campos são formados de fótons e esses têm
momento.

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Bibliografia

1. Momento angular de los campos electromagnéticos. La paradoja de Feynman.


Ángel Franco García, 2010. Acesso em: 17, nov. de 2021. Disponível em:
<http://www.sc.ehu.es/sbweb/fisica/elecmagnet/induccion/mAngular/mAngular.htm>
2. R.P. Feynman, R.B. Leighton and M. Sands, The Feynman's Lectures on Physics,
v. 3 (Addison-Wesley, Reading, 1965).
3. Campo Elétrico Induzido. Fisicadu, 2020. Acesso em: 16, nov. de 2021. Disponível
em <https://www.youtube.com/watch?v=wf_7-TLCLCQ>
4. Notas de aula 08 - Capítulo 29, Principles & Practice of Physics, Eric Mazur.
Disponível em: Moodle Unicamp

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