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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

Física Experimental II
Prof. André Luiz Alves

EXPERIMENTO - Lei de Faraday, Transformadores e Campo Magnético da Terra

DAYANA FREITAS SANTOS


HILQUIAS TAVEIRA GOMES
MILLENA RODRIGUES ALBORGHETTI
REBEKA PESSANHA RITTER AZEVEDO
VIVIAN BRAGA DE OLIVEIRA

SÃO MATEUS
ABRIL 2023
1. Dados experimentais
Tabela 1 - Número de espiras no secundário e tensões no primário e secundário do
transformador

Espiras no
600 900 1200 1500 1800 2100
secundário

Us (V) 48,3 70,4 97,5 117,6 146 168,5

Up (V) 25,5

2. RESULTADOS E DISCUSSÕES

2.1 Detalhamento experimental

Na primeira etapa, conectou-se a bobina de 600 voltas ao voltímetro do


multímetro, a fim de se observar o comportamento da corrente elétrica gerada.
Usando uma bússola, localizou-se os polos norte e sul do ímã. Em seguida,
aproximou-se e afastou-se lentamente o polo norte do bastão no interior da
bobina, observando-se os valores da corrente gerada pela força eletromotriz
induzida (ℇ) no multímetro. Depois disso, aumentou-se a velocidade de
aproximação e afastamento do ímã no interior da bobina e novamente foram
registrados os valores pelo multímetro. Repetiu-se todo o procedimento com o
polo sul magnético do bastão.

Segundo a Lei de Lenz, o sentido da corrente induzida é tal que o campo


magnético por ela criado é oposto à variação do fluxo magnético que lhe deu
origem, isto é dizer que o sinal negativo da corrente medida está associado
com o sentido da força motriz. No experimento, o que causa a força
eletromotriz é o movimento do íman. Quando o polo magnético está se
aproximando, o fluxo do campo também está aumentando, e, pela lei de Lenz
também é produzido um campo que se opõe. Durante a aproximação do polo
norte do ímã no interior da espira, uma corrente no sentido horário foi gerada
na mesma. Ao se afastar, a corrente induzida na espira passou a ter o sentido
anti-horário. Essas direções foram determinadas ao observar o sinal da
corrente no multímetro. Durante a aproximação do ímã, a corrente registrada
era positiva, confirmando que estava no mesmo sentido da corrente induzida.
Quando o ímã era afastado, a corrente se tornava negativa, indicando que
estava no sentido oposto à corrente induzida na espira.

A fim de determinar o sentido do fluxo magnético, é utilizada a regra da mão


direita, que consiste em curvar a mão direita no sentido da corrente elétrica e,
nesse caso, o polegar aponta na direção do fluxo magnético induzido. Ao
realizar esse procedimento, o polegar apontou para fora do interior das
espiras, indicando que o fluxo magnético tinha uma direção oposta àquela
criada pela variação do fluxo, ou seja, a lei de Lenz foi confirmada. Isso
significa que a força eletromotriz induzida criou um campo magnético com
sentido oposto à variação do fluxo magnético.

Construção do gráfico
Tabela 1 - Dados experimentais

i (A) 0,15 0,37 0,45 0,57 0,89 1,36

tg Φ (ο) 0,28 0,57 0,67 0,83 1,20 1,73

A partir dos pontos, foi construído o gráfico, traçados os pontos P e Q e com


isso o coeficiente angular foi calculado.
△𝑦
𝑚= △𝑥
= 1, 28/1, 648

𝑚 = 0, 77

Com o coeficiente angular em mãos foi possível calcular o campo magnético


terrestre a partir das informações:
Tabela 2 - Valores medidos para o raio da bobina

R1(cm) R2(cm) R3 (cm) R4 (cm) R5 (cm) Rmédio (cm)

7,7 7,8 7,9 7,9 7,8 7,82


A partir da lei de Bio Savart, o campo magnético externo pode ser definido por:

𝐵𝑒𝑥𝑡 = µ0/2𝑅 * 𝑁𝑖

Rearranjando:
𝑚𝑁µ0
𝐵𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 = 2𝑅

−7 −2
𝐵𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 = 0, 77 * 2 * 4π * 10 /2 * 7, 82 * 10
−5
𝐵𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 = 1, 24 * 10 𝑇

𝐵𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 = 0, 124 𝑔𝑎𝑢𝑠𝑠

Os valores para o campo magnético encontrado na literatura é de 0,25 a 0,65


gauss, encontrando um valor de 0,124 gauss está bem próximo. Vale ressaltar
que durante a execução do experimentos, a coleta de informações e
construção dos gráficos podem auxiliar em erros e contribuir para que o valor
não fique exatamente na faixa encontrada na literatura.

3. QUESTÕES

1. Um transformador funciona com corrente contínua? Explique porque sim ou


porque não.

O transformador não funciona com corrente contínua, pois a variação do fluxo


magnético só ocorre a partir de uma corrente alternada.

2. O que é um transformador ideal? Deduza a relação de transformação de


tensões para o transformador ideal.

Um transformador ideal é aquele cujas bobinas estão perfeitamente acopladas, ou


seja, não há dispersão de fluxo.

A relação de transformação de tensões para o transformador ideal:


𝑈1 𝑁1 𝐼1
𝑟= 𝑈2
= 𝑁2
= 𝐼2

3. Para que servem os núcleos magnéticos utilizados nos transformadores?


Qual a propriedade física importante que esses núcleos possuem?

Os núcleos magnéticos, são considerados a peça principal de um transformador,


tendo em vista que é lá que tudo acontece, é lá que circula o fluxo magnético que
interage com as bobinas do transformador; em outras palavras ele concentra o fluxo
para que se feche o circuito magnético fazendo que seja possível a transferência de
energia, fazendo com que as tensões sejam transformadas.

A propriedade física importante que esses núcleos possuem é a propriedade


magnética, tendo em vista que o núcleo é constituído por placas laminadas e
dopadas de materiais de alta resistência elétrica, que quando unidas têm o objetivo
de minimizar as perdas por correntes parasitas, diminuindo a dissipação do campo
magnético, fazendo dessa forma com que o maior número de linhas
magnéticas chegue então à bobina secundária.

4. O que são correntes de Foucault e qual o seu papel no funcionamento dos


transformadores?

As correntes de Foucault também podem ser chamadas de correntes parasitas, e isso


se dá porque elas podem ter um papel maléfico dependendo da utilização. Elas
podem ser definidas como redemoinhos de resistência gerada quando dois campos
eletromagnéticos se cruzam. Ele circula em uma direção que se opõe à corrente
original; também podemos dizer que são laços fechados de corrente induzida que
circulam em planos perpendiculares ao fluxo magnético. Elas se concentram próximo
da superfície adjacente a uma bobina de excitação, e conforme a distância aumenta,
a sua resistência diminui.

Num transformador as correntes de foucault podem se tornar nocivas tendo em vista


que a resistência resultante da colisão dos dois campos efetivamente converte parte
da energia elétrica presente em calor, que é um subproduto indesejado e que pode
causar problemas, a solução é construir o transformador de forma a garantir que uma
corrente de Foucault não impeça a força elétrica primária; isso pode ser feito através
da laminação do aço do núcleo e da inserção de silício.

4. Conclusões

Na segunda parte do experimento, para avaliarmos se o tranformador se comportou


como um transformador ideal, é necessário visualizar se a relação entre o número de
espiras dos enrolamentos dos transformadores e a tensão em cada enrolamento é
diretamente proporcional. Ou seja, se o número de espiras for duplicado, a tensão na
espira secundária também será duplicada, e assim por diante. Apesar dos valores
não serem exatos devido a perdas no cobre, através do experimento, podemos
observar que à medida que o número de espiras secundárias aumenta, a tensão na
espira secundária também aumenta proporcionalmente, de acordo com a relação de
transformação para um transformador ideal.

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