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FICHA DE TRABALHO

SAÚDE E SOCORRISMO – 10º Ano FEV. 2006

NOME_____________________________Nº____TURMA H

Assuntos : - Hormonas do crescimento


- Glândulas endócrinas
- Conceito de hormona
- Acção hormonal

Glândulas endócrinas
São órgãos que produzem hormonas, cujo nome vem do grego endon (no interior) e crino (segregar).
Estão espalhadas pelo corpo e são bastante diferentes em tamanho, forma e estrutura. Estas glândulas
não têm canais excretores, sendo as hormonas lançadas directamente no sangue.

B
C

E
F

Fig. 1
1. Faz a legenda das letras da figura 1, utilizando a seguinte lista de glândulas endócrinas :
testículos, ovários, cápsulas supra-renais, hipófise, tiróide, paratiróides, pâncreas.

No quadro seguinte, são apresentadas algumas hormonas produzidas pelas principais


glândulas endócrinas do Homem, bem como o local onde actuam e a acção que exercem sobre o
organismo.

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Hormonas e acção hormonal

As hormonas têm as
seguintes características:
- pertencem a duas classes
de compostos orgânicos, os
esteróides (grupo de lípidos
que não contém nem
glicerol nem ácidos gordos;
um dos mais conhecidos é o
colesterol a partir do qual
derivam as hormonas
esteróides) e as proteínas.
- são moléculas sintetizadas
por glândulas endócrinas.
Fig. 2
- são lançadas no sangue.
- actuam em quantidades muito pequenas.
- têm acção específica sobre células-alvo (figura 2)
- regulam processos celulares, estimulando ou inibindo a actividade das células-alvo.
- têm, em regra, uma acção duradoira.

2. Substitui no diagrama da figura 2, os termos glândula endócrina, hormona e célula-alvo por


um exemplo concreto de acção hormonal (utiliza o quadro anterior sobre as glândulas
endócrinas).

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3. Consulta esse mesmo quadro e refere das hormonas aí mencionadas quais as que têm
influência no crescimento dos indivíduos.

Hormonas do crescimento
As glândulas endócrinas que produzem hormonas responsáveis pelo crescimento são:
- hipófise; ; - tiróide; - paratiróides; - testículos; - ovários

Hipófise
A hipófise é uma glândula endócrina do tamanho de uma ervilha, situada debaixo do cérebro. A
hipófise controla, em grande parte, o funcionamento das outras glândulas endócrinas e é, por sua
vez, controlada pelo hipotálamo, uma região do cérebro que se encontra por cima da hipófise
(figura 3).
A hipófise consta de dois lobos: o posterior
que está ligado ao hipotálamo e do qual
recebe informações e hormonas que
armazena e o anterior que é uma região
produtora de hormonas.

Fig. 3
Uma das hormonas produzidas neste lobo anterior é a hormona dos crescimento ou
somatoestimulina ou STH ou GH (do inglês “Growth Hormone), que, entre outras acções, age
particularmente nas cartilagens de conjugação dos ossos, estimulando o crescimento do esqueleto;
propicia também a deposição de cálcio e fósforo nos ossos.
Anões e gigantes são, normalmente, o resultado de uma deficiência desta hormona. O anão
hipofisário (figura 4) não produz uma quantidade suficiente da hormona do crescimento, sendo o seu
crescimento, durante a infância muito pequeno. O corpo de um anão adulto é proporcionado, a sua
inteligência é normal, mas as glândulas sexuais não atingem a maturidade sendo, por isso, estéreis.
Relativamente à hipersecreção desta hormona, que, por norma, é devida a um tumor da hipófise, ela
pode ocasionar o gigantismo (figura 5), caso ocorra durante a pré-adolescência, ou a acromegalia
(figura 6), se este fenómeno se desenvolver no indivíduo já adulto. No gigantismo, um indivíduo
adulto é proporcionado e não pára de crescer. Na acromegalia, verifica-se um alargamento ósseo da
face, dos pés e das mãos, sofrendo estes doentes de violentas dores de cabeça.
4. O nanismo
hipofisário pode ser
curado na infância e
pré-adolescência, se
for detectado a tempo.
Diz qual seria a terapia
adequada.
5. Depois de adulto, o
nanismo hipofisário é
incurável. Justifica.
6. Diz por que motivo
a acromegalia e o
Fig. 5 gigantismo apresentam
Fig. 6 uma tipologia diferen-
te, sabendo-se que a
Fig. 4 origem é a mesma.
Tiróide

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A tiróide ( figura 7) é uma pequena glândula endócrina formada por dois lobos unidos por uma
região chamada istmo. Mede cerca de 6 cm de largura, a altura dos lobos é de cerca de 6 cm e pesa à
volta de 30 g. Localiza-se à volta da traqueia, por baixo da laringe.
A tiróide segrga várias hormonas, sendo as mais importantes a triiodotironina (T3) e a tiroxina ou
tetraiodotironina (T4). Como se deduz facilmente pelos nomes das hormonas, o iodo é necessário
para a sua formação; obtém-se na alimentação através dos peixes marinhos, marisco, alguns legumes,
etc.
Estas hormonas comandam o ritmo da vida, estimulando o metabolismo dos glícidos, dos lípidos e
dos prótidos na maioria dos tecidos do corpo. Exercem, por isso, funções importantes no crescimento
e desenvolvimento. Intervêm ainda nas metamorfoses dos Anfíbios (rã, por exemplo).
Quando a produção de T3 e T4 diminui, surge o
hipotiroidismo; se a produção é excessiva, surge o
hipertiroidismo.
Se o hipotiroidismo aparece no estado adulto, verifica-se
fadiga, palidez, apatia, aumento de peso, tendência para reter
líquidos no corpo, características de uma doença designada por
mixedema (figura 8); se
esta insuficiência for
congénita, origina o
cretinismo (figura 9)
que se traduz por
alterações no
desenvolvimento físico e
psíquico.
Fig. 7

7. Atendendo às funções das Fig. 8


hormonas T3 e T4 referidas
atrás, justifica o facto dos doentes com hipotiroidismo Fig. 9
apresentarem fadiga e apatia.
8. Formula uma hipótese de actuação para evitar o aparecimento de hipotiroidismo congénito.

O bócio é o nome que se dá a um aumento do volume da tiróide (figura 10),


que resulta da insuficiência de iodo na alimentação; no entanto, verifica-se
também que elevadas concentrações de iodo no plasma sanguíneo inibem a
secreção de hormonas da tiróide e portanto, o aparecimento de bócio.

“O bócio pode ser endémico, como resultado da carência de iodo em determinadas


áreas geográficas. Em algumas zonas do interior do País (v.g. distrito de Castelo
Branco), o solo apresenta-se pobre em iodo e, como consequência, há um grande
número de pessoas com bócio. A prevenção é feita com a adição de iodo ao sal das
cozinhas e com uma alimentação rica em peixe e mariscos.
A carência de iodo no organismo vai impedir a formação de tiroxina e de
triiodotironina. Havendo um nível muito baixo dessas hormonas no sangue, a hor- Fig. 10
mona TSH, segregada pela hipófise, continua a ser produzida, indo estimular a
tiróide. Esta estimulação continuada da tiróide origina uma acumulação de substância colóide nos folículos,
provocando, assim, uma hipertrofia da glândula e, como tal, o aparecimento do bócio.”
De “Noções Básicas de Saúde – Regulação Biológica” de Mário Silva Freire
“Os trabalhos mais concludentes sobre o bócio por falta de iodo foram levados a cabo na Suíça, no século XIX. Neste
país, o bócio vinha quase de geração em geração, mas nem todos os cantões mostravam a mesma incidência de aumento
da tiróide. Em áreas onde a água continha menos de 0,5 microgramas de iodo por litro encontrava-se muito bócio, mas as
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tiróides eram normais se a população dispunha de mais de 2,0 microgramas de iodo por litro de água. Como a Suíça
sempre teve um serviço militar muito bem organizado, era possível examinar os ficheiros médicos do exército e apreciar o
efeito de qualquer medida preventiva. Juntou-se então iodo ao sal de mesa, que foi o meio mais simples para garantir que
todos os habitantes tivessem um suprimento satisfatório de iodo. Durante os anos seguintes, o número de recrutas com
bócio baixou de um modo espectacular, e este velhíssimo problema de saúde pública ficou resolvido. Apareceram depois
confirmações substanciais de outras partes dos Alpes, dos Pirenéus e dos Cárpatos. Mais tarde, relacionou-se as áreas de
bócio em volta dos Grandes Lagos da América com a falta de iodo e a população recebeu doses suplementares deste
elemento.
Usando técnicas modernas, descobriu-se que os bócios encontrados nos Himalaias, Andes, Tailândia e noutros lugares se
deviam também a falta de iodo, e que uma dieta com iodo evitava que a doença aparecesse. Nos casos de povos muito
rudes, que não tomariam nenhuma substância com regularidade, inclusivamente o sal, têm-se utilizado injecções de
compostos de iodo com uma longa duração, usados em radiologia como radiopacos, e que proporcionam depósitos de
iodo eficientes. Este tipo de trabalho, muito do qual é apoiado pela Organização Mundial de Saúde, tem sido a alegria de
muitos endocrinologistas com pretensões frustradas a exploradores. Os chineses há séculos que conheciam a solução do
problema, tratando os bócios com cinzas de esponjas, muito antes de alguém imaginar sequer que as esponjas são muito
ricas em iodo.”
de "As hormonas e a Saúde " de A. Stuart Mason

O hipertiroidismo é o excesso de T3 e T4 no sangue. Traduz-se num aumento do ritmo metabólico,


de modo que o corpo esgota as suas reservas de combustível e começa a emagrecer, aumento dos
batimentos cardíacos, nervosismo, instabilidade emocional. No caso de desenvolvimento dos globos
oculares, ficando com os olhos salientes (exoftalmia) – figura 11, já se trata de uma forma grave de
hipertiroidismo e designa-se por doença de Graves (médico de Dublin que foi o primeiro a publicar
a descrição de um destes casos clínicos) ou doença de Basedow (médico que descreveu esta doença).

Fig. 11

9. Tem em atenção os gráficos da figura 12.

Com base nas


informações dadas
anteriormente sobre
mixedema e doença de
Basedow e na análise da
figura 12, responde:

9.1. Diz por que motivo a


actividade da tiróide está
12 relacionada com a
temperatura rectal.
9.2. Explica a variação
da temperatura corporal
ao longo do dia.
9.3. Um paciente com a doença de Basedow tem tendência a emagrecer.
Interpreta este facto.
9.4. Um paciente com mixedema tem dificuldades em lutar contra o frio.
Justifica este facto.

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Uma outra hormona da tiróide é a calcitonina, que age na regulação do teor de cálcio do sangue. A
secreção desta hormona aumenta quando a taxa sanguínea de cálcio está acima do normal, o que
promove a retirada de cálcio do plasma e o seu armazenamento nos ossos.

Paratiróides

As glândulas paratiróides (figura 13) são dois pares de pequenas estruturas ovóides que pesam cerca
de 140 mg e que se encontram localizadas atrás da tiróide, uma de cada lado dos seus pólos
superiores e inferiores.

Fig. 13

As paratiróides segregam uma hormona, a paratormona, que tem um papel fundamental no


metabolismo do cálcio. Esta hormona aumenta a absorção intestinal do cálcio e diminui a sua
excreção na urina. Deste modo, eleva os níveis de cálcio no sangue. No hiperparatiroidismo, há
excesso de produção de paratormona que provoca grande remoção de cálcio dos ossos, que ficam
porosos e frágeis, sujeitos a fracturas frequentes e grande acumulação de cálcio no sangue que leva ao
aparecimento de cálculos renais.
No hipoparatiroidismo, há uma diminuição de produção da paratormona. Consequentemente, há
grande diminuição dos níveis de cálcio no sangue. Como o cálcio tem um papel importante na
contracção muscular, então poderão surgir perturbações nas contracções das fibras musculares que se
podem manifestar de diversas maneiras: desde arritmias cardíacas até espasmos musculares. Pode-se
dizer que, em geral, existe um aumento da excitabilidade muscular.

Lê os dois textos seguintes com atenção.

Funções do pâncreas
O pâncreas tem uma dupla função. Por um lado, produz um importante suco digestivo que lança
no intestino, por outro produz insulina. Esta é uma substância que, quando é lançada no sangue,
permite ao corpo utilizar os açúcares dos alimentos.
No sangue humano existem apenas, vestígios de glicose. Se a percentagem de glicose aumentar,
há a possibilidade de ocorrerem distúrbios que podem conduzir à morte. Assim, desde cedo houve a
necessidade de perceber como o controlo do nível da glicose no sangue é realizado no organismo.
Em 1889, dois fisiologistas alemães estudaram o funcionamento do pâncreas em cães. Para tal,
retiraram-lhes esse órgão e observaram o comportamento dos animais.
Verificaram que os cães urinavam mais e que a urina atraía grande quantidade de formigas.
Perante isto, fizeram análises químicas à urina, verificando que possuía um alto teor em glicose.
A extracção do pâncreas provocou nos animais uma doença - a diabetes. Esta doença é motivada
pela ausência ou insuficiência de produção de insulina pelo pâncreas. No primeiro caso, o doente pode
ser tratado com injecções de insulina (diabetes tipo I). No segundo caso. o diabético pode ter outro

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tipo de medicação, pois o pâncreas consegue produzir alguma insulina e, como tal, a medicação
tem por objectivo estimular o pâncreas a produzir a insulina (diabetes tipo II).
A carência ou ausência de insulina impossibilita a reserva de açúcar no tecido muscular, assim
como a possibilidade de o utilizar como energia. Deste modo, o doente sente fome, mas não consegue
usar nem armazenar a energia dos alimentos. A excessiva concentração de açúcar no sangue exige
que ele seja eliminado pela urina; logo, uma grande quantidade de água é também eliminada.
Assim, a sensação de sede, o aumento de débito urinário e a fadiga são os principais sintomas da
doença.
São muitas as complicações associadas à diabetes, entre as quais se incluem problemas nos olhos
que podem acabar em cegueira, doenças cardíacas, derrames cerebrais, problemas neurológicos*, etc.
A diabetes é uma doença cujo aparecimento pode ser influenciado por alguns comportamentos
como a má alimentação e o sedentarismo. Assim, há que tomar atitudes para evitar esta doença.
Mason, A. Stuart, in As Hormonas e a Saúde. Editora Ulisseia.

Responde agora às questões que te são propostas.


1. Constrói um diagrama que represente o controlo hormonal do nível de glicose no sangue.
2. Segundo o texto, de que modo se pode detectar o mau funcionamento do pâncreas?
3. O que entendes por diabetes?
3.1. Quais os tipos de diabetes referidos no texto?
3.2. Faz a distinção entre os tipos de diabetes que referiste na questão anterior.
4. Indica duas complicações que podem surgir como consequência da diabetes.
5. Indica duas atitudes que deves ter no teu dia-a-dia, de modo a prevenires esta doença.

Adrenalina - hormona da emergência


As glândulas supra-renais, localizadas uma sobre cada rim, são constituídas por dois tecidos
secretores bastante distintos. Um deles forma a parte externa da glândula, o córtex, enquanto o outro
forma a sua porção mais interna, a medula.
A medula adrenal produz duas hormonas principais: a adrenalina (ou epine-frina) e a
noradrenalina (ou norepinefrina). Estas duas hormonas são quimicamente semelhantes e são
produzidas a partir de modificações bioquímicas no ami-noácido tirosina.
Quando um indivíduo se encontra numa situação de stress (susto, situações de grande emoção, etc.)
o sistema nervoso estimula a medula adrenal a libertar adrenalina no sangue. Sob a acção desta
hormona, os vasos sanguíneos da pele contraem--se e a pessoa fica pálida; o sangue concentra-se nos
músculos e nos órgãos internos, preparando o organismo para uma resposta vigorosa.
A adrenalina também produz taquicardia (aumento do ritmo cardíaco), aumento da pressão arterial
e maior excitabilidade do sistema nervoso. Estas alterações metabólicas permitem que o organismo dê
uma resposta rápida à situação de emergência.
A noradrenalina é libertada em doses mais ou menos constantes pela medula adrenal,
independentemente da libertação de adrenalina. A sua principal função é ajudar a manter a pressão
sanguínea em níveis normais.
In Biologia dos Organismos. Amabis & Marto (adaptado)
PROPOSTA DE EXPLORAÇÃO

1. Indique o papel da adrenalina no organismo humano.


2. Quais as principais alterações resultantes da libertação da adrenalina.

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