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OBESIDADE E Clínica Cirúrgica

CIRURGIA BARIÁTRICA 8º Semestre


CASO 6
Sra Amanda, 38 anos, casada, professora, comparece ao consultório, encaminhada do endocrinologista para avaliação.
Sra Amanda é hipertensa em uso de captopril; diabética em uso de metformina, glibenclamida e isulina NPH(50 UI por
dia) e insulina regular conforme controle com glicosimetro. Queixa –se ainda de refluxo gastroesofágico , apnéia do
sono e dor nos joelhos.
Relata ser “gordinha” desde a infância tentando controlar com alimentação e exercícios físicos, porem depois das
duas gestações apresentou grande ganho de peso(mais de 30 kg) e não conseguiu mais emagrecer, apesar de varias
dietas e tratamento com medicações prescritas pelo endocrinologista nos últimos 5 anos; após esse ganho de peso
começou a diabetes e hipertensão.
Teve duas gestações com partos normais, ultimo há 8 anos.
O exame físico mostra: paciente em bom estado geral, eupneica, afebril, corada;
Peso 95 kg Altura – 1,57 m IMC – 38,5
Ausculta pulmonar e cardíaca sem alterações; FC: 110 bpm; PA : 130x90 mmHg;
Abdome globoso, flácido, indolor a palpação, sem viceromegalias;
Sra Amanda pergunta ao Dr Marcelo – Porque a endocrinologista me encaminhou para o cirurgião? Alguma cirurgia
pode curar minha diabetes e hipertensão?
INTRODUÇÃO
A OBESIDADE
• Condição complexa:
Social Biológica Psicológica

• Diversas condições podem ser precipitadas ou mesmo agravadas pela obesidade, como
diabetes mellitus, esteato-hepatite não alcoólica e distúrbios cardiovasculares;
• Existe uma maior incidência de algumas neoplasias malignas em obesos: cânceres
colorretal, de próstata, de estômago, de mama e de endométrio;

Pode ser primária (90-95%) ou secundária (5%).


Exemplos de causa secundária:

- Endócrinas: Cushing, Hipotireoidismo;


- Ginecológicas: Ovários Policisticos
- Genéticas;
- Psiquiátricas: Bulimia e depressão.
GANHO DE PESO E
OBESIDADE:
ETIOLOGIA
Resultando da interação de ambiente e estilos de vida, genes e fatores emocionais;
AMBIENTE GENÉTICA EMOCIONAL
• Diminuição da atv. Física; • Descrita em 24 doenças • Não é transtorno psiquiátrico;
• Aumento da ingestão calórica; mendelianas e em 9 monogênicas • Estudos: preconceito com a
• Maior grau de pobreza e menor não-mendelianas (precoce); obesidade na infância/estigma;
nível educacional • Obesidade comum: poligênica; • Sentimento de inferioridade e
(palatabilidade/insegurança • Diferenças entre ganho de peso isolamento social;
alimentar); em indivíduos expostos à dietas • Associação à ansiedade,
• Consumo de alimentos com alta hipercalóricas; nervosismo e depressão, estresse,
densidade calórica, baixo poder • Estudos (8%-50%-80%); compulsão alimentar;
sacietógeno, fácil poder de • Causa e consequência, gerando
digestão; um looping de aumento de peso;
• Refeições em casa x fast foods; • Iatrogenia farmacêutica:
• Estilo de vida moderno (tempo/ CARÁTER antidepressivos, antipsicóticos,
lazer/ sistema de prazer e MULTIFATORIAL etc; (instruir e apoiar);
recompensa);
• Tabagismo x ganho de peso;
• Casamento e vida profissional;

Ademais: redução do sono (hiperfagia), disruptores endócrinos, ambiente


termoneutro, aumento da idade das grávidas, origem infecciosa, poluição;
EPIDEMIOLOGIA
• Afeta indivíduos de todas as idades, condições sociais, em todas as regiões do planeta;
• Condição epidêmica!
• Na população americana, por exemplo, estes números são mais alarmantes ainda: dois em cada
três americanos são obesos. Responsável por 300.000 mortes/ano;
• Depois do tabagismo, a obesidade é a segunda principal causa de morte evitável nos Estados
Unidos
• Um homem de 25 anos de idade com obesidade mórbida tem uma redução de 22% na
expectativa de vida, ou perda de 12 anos de vida, quando comparado a um homem não obeso.
• Cirurgia Bariátrica (2018) SBCBM
Aumento de 46%
72 mil 2012 para 105.642 em 2017 (SIH e Datasus)
Pelo SUS 215% (2008 a 2017)
Elegiveis 4,9mi
EPIDEMIOLOGIA
FISIOLOGIA DA FOME E
SACIEDADE
SURGIMENTO E
MANUTENÇÃO DA
OBESIDADE
Balanço energético negativo =
ingestão de macronutrientes + gasto
energético + termogênese dos
alimentos

Fatores neurais + fatores


endócrinos + fatores adipocitários
+ fatores intestinais
CONTROLE DO EQUILÍBRIO
ENERGÉTICO
REGULAÇÃO DE CURTO
PRAZO
 Enchimento gastrointestinal

 Fatores hormonais gastrointestinais : CCK


PYY
Grelina

 Fatores orais : Mastigação


Salivação
Deglutição
Paladar
REGULAÇÃO INTERMEDIÁRIA
E DE LONGO PRAZO
• Concentração sanguínea de glicose,
aminoácidos e lipídios.
- Glicose : Insulina inibe hipotálamo,
diminui ingesta de alimentos
Obesos – Resistência à insulina
• Feedback do tecido adiposo
- Leptina: Diminui a ingesta de alimentos
Obesos – Resistencia à leptina
• Regulação da temperatura
DIAGNÓSTICO
OBESIDADE
A corpulência não é apenas uma enfermidade em si,
mas o prenúncio de outras. A morte súbita é mais comum
naqueles que são naturalmente gordos do que nos magros.
Hipócrates (460 a.C.-370 a.C.)
OBESIDADE

- IMC

$
-TC
-Medidas
Pesagem dentro da água -RNM
antropométricas
-DEXA
-Bioimpedância
IMC
Calculado através da divisão do peso em kg pela altura em metros elevada ao quadrado kg/m²

35
IMC 70% dos homens e 61% das
mulheres com hipertensão são
Vantagens obesos, ou seja, têm um índice de
massa corporal superior a 30
Prático, rápido e barato kg/m². Ministério da Saúde

Desvantagens
Massa magra X Massa gordurosa
Distribuição gordura corporal (sexo e idade)
Não é indicador do mesmo grau de gordura em populações diversas
CINTURA/QUADRIL

A medida da cintura corresponde ao ponto médio entre


o rebordo costal inferior e a crista ilíaca, já o quadril é
obtida pelo seu maior diâmetro, com a fita métrica,
passando sobre os trocânteres maiores.
I Diretriz Brasileira de diagnóstico e tratamento de síndrome metabólica
INDICAÇÕES E
CONTRAINDICAÇÕES
BARIÁTRICAS
Avaliação de equipe multidisciplinar composta por
endocrinologista, nutricionista, cardiologista,
INDICAÇÕES pneumologista, psicólogos, psiquiatras, anestesistas e
cirurgiões

• 2 anos de acompanhamento e ate mesmo tratamento com farmacoterapia


sem sucesso do protocolo clinico
• 16 a 18 anos devem apresentar o escore-z maior que +4 na análise do
IMC por idade, e ter o fechamento da epífise
• >65 anos avaliar risco e beneficio com a perda de peso e expectativa de
vida
• compromisso consciente do paciente em participar de todas as etapas do
tratamento, programação e acompanhamento
INDICAÇÕES
• Indivíduos que apresentem IMC≥50 Kg/m2 ;

• Indivíduos que apresentem IMC≥40 Kg/m², com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento
clínico longitudinal , por dois anos seguido protocolos clínicos;

• IMC>35 kg/m2 e com comorbidades, como diabetes mellitus e/ou hipertensão arterial sistêmica de difícil
controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas, sem sucesso no tratamento clínico
longitudinal realizado por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos.
CONTRAINDICAÇÕES
• Paciente não concordante com a cirurgia (principalmente no pré operatório

• Limitação intelectual significativa em pacientes sem suporte familiar adequado;

• Quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso de álcool ou drogas ilícitas; no entanto, quadros
psiquiátricos graves sob controle não são contraindicações obrigatórias à cirurgia;

• Doença cardiopulmonar grave e descompensada que influenciem a relação risco-benefício

• Hipertensão portal, com varizes esofagogástricas; doenças imunológicas ou inflamatórias do trato digestivo
superior que venham a predispor o indivíduo a sangramento digestivo ou outras condições de risco

• Síndrome de Cushing decorrente de hiperplasia na suprarrenal não tratada e tumores endócrinos


TÉCNICAS CIRÚRGICAS
TÉCNICAS
CIRURGICAS
RESTRITIVAS
GASTROPLASTIA VERTICAL
COM BANDAGEM
É pouco utilizada atualmente por
apresentar resultados insatisfatórios
quanto à perda de peso.
Capacidade gástrica de 20 – 40 ml.
Septação do estômago em uma bolsa
proximal superior rente a pequena
curvatura por intermédio da abertura
de um orifício por grampeamento,
formando uma câmara proximal com 5
cm de comprimento e 1,5 cm de
diâmetro. A bolsa é envolvida por uma
banda inelástica.
BANDA GÁSTRICA
Uma banda inflável é colocada envolta da porção superior do
estômago, criando um pequeno estômago acima da banda.
O procedimento:
 Reduz a quantidade de alimento ingerida a qual irá satisfazer a fome e
sensação de saciedade precoce.
 A saciedade depende da abertura entre a bolsa superior e o resto do
estômago, a qual pode se ajustada por um dispositivo por baixo da pele,
injetando solução salina.

Desvantagem
 Aderência do dispositivo
 Dilatação do esôfago
GASTRECTOMIA VERTICAL -
SLEEVE
Remoção de aproximadamente 80% do estômago
O procedimento:
 O estômago é reduzido a um volume pequeno, reduzindo a quantidade de
alimento que pode ser consumido. (50 a 200 ml)
 Essa restrição com a remoção de 70 a 80% do estômago proximal ao
antro age como mecanismo hormonal por meio da redução da secreção
de grelina pela retirada do fundo gástrico.
 Induz a uma rápida e significativa perda de peso, similar a Y de Roux
 PO de 2 dias
Desvantagens:
 Não é um procedimento reversível
 Fístulas e sangramentos
 A longo prazo leva a deficiência vitamínicas
• É utilizado como um procedimento de
“ponte cirúrgica” em pacientes de alto
risco proibitivos para um duodenal
switch completo com obesidade grave.
BALÃO INTRAGÁSTRICO
Uma forma de preencher parcialmente
o estômago – 500 a 700 ml.
Visa saciedade precoce, diminuindo o
volume de alimentos ingeridos.
Complicações: obstrução pilórica e
intestinal decorrentes de sua migração.
Utilizado desde pré-operatório de super
obesos (ponte ate a bariátrica ) até nos
obesos leves (IMC >28).
Pode permanecer 6-12meses.
Completamente reversível.
Via endoscópica. Necessita anestesia
geral (risco especialmente na retirada)
TÉCNICAS
CIRÚRGICAS
DISABSORTIVAS
TÉCINAS DISABSORTIVAS
• São cirurgias que teoricamente alteram pouco o tamanho e a capacidade do
estômago em receber alimentos.
• Alteram drasticamente a absorção dos alimentos a nível de intestino delgado,
conhecidas como cirurgias de by-pass intestinal ou cirurgias de desvio intestinal.
• São cirurgias que por causarem um grande desvio intestinal e reduzirem o tempo do
alimento no transito pelo intestino delgado, reduzem a capacidade de absorção do
mesmo, com isso, por diminuição de absorção acabam induzindo ao emagrecimento.
DERIVAÇÃO
BILIOPANCREÁTICA
SCOPINARO
• Gastrectomia horizontal e formação de uma
gastroileostomia, com produção de um canal comum
de 50cm e redução da absorção de alimentos.
DERIVAÇÃO
BILIOPANCREÁTICA
SCOPINARO
• Aumento da taxa de desnutrição proteico-calórica, ulceração gástrica e síndrome de
Dumping.
DERIVAÇÃO
BILIOPANCREÁTICA
DUODENAL SWITCH
• É a associação entre gastrectomia vertical e desvio
intestinal.
• 60% do estômago é retirado, porém a anatomia básica do
órgão e sua fisiologia de esvaziamento são mantidas.
• O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes,
levando ao emagrecimento.
• Criada em 1978, a técnica corresponde a 5% dos
procedimentos e leva à perda de 75% a 85% do excesso de
peso inicial.
DERIVAÇÃO
BILIOPANCREÁTICA
DUODENAL SWITCH
1. Gastrectomia vertical com ressecção da
grande curvatura do estômago e
preservação do antro, piloro e primeira
parte do duodeno (estômago de 150ml);
2. Anastomose do íleo distal à primeira
parte do duodeno (contribuição duodenal
no membro alimentar);
3. Membro bileopancreático é
anastomosado aos 100cm do íleo distal.
DERIVAÇÃO
BILIOPANCREÁTICA
DUODENAL SWITCH
Indicado em pacientes de alto risco com IMC muito alto, pois pode ser realizado em
dois tempos:
1. Gastrectomia vertical isolada

Após um período de perda de peso de 6 a 12 meses:


2. Duodenal switch
TÉCNICA CIRÚRGICA
MISTA
TÉCNICA MISTA
RESTRITIVA DISABSORTIVA
(restrição na capacidade de receber (desvio curto do intestino com
o alimento pelo estômago) discreta má absorção de alimentos)

• Consideradas cirurgias de ouro.


• Elevados índices de satisfação, excelente controle das doenças associadas, excelente
manutenção do peso perdido a longo prazo.
• São as cirurgias mais realizadas no Brasil e no mundo.
DERIVAÇÃO GASTROJEJUNAL
EM Y DE ROUX
1. Criação do membro de Roux e jejuno-jejunostomia;
2. Criaçao de bolsa gástrica;
3. Formação da gastro-jejunostomia.
Bolsa gástrica proximal de 15 a 20ml

≃ 40 = 80 a 120cm
Tamanho da alça
depende do IMC
> 50 = 150cm
MORTALIDADE
Hemorragia
gastrointestinal;
Tromboemcolismo
LAPAROSCOPIA venoso; LAPAROTOMIA
0 A 0.9% Obstrução intestinal; 0.4 A 1.5%
Estenose anastomótica;
Úlceras marginais;
Deficiência nutricional
QUAL ESCOLHER?
DM 2 Superobesos
Síndrome Metabólica
DRGE
EFICÁCIA

Essas cirurgias só funcionam para reduzir o peso quando combinadas com a


reeducação do paciente em termos de dieta, necessidade de exercícios
regulares e acompanhamento bariátrico meticuloso.
COMPLICAÇÕES DA
CIRURGIA BARIÁTRICA
COMPLICAÇÕES
Cada técnica operatória apresenta complicações próprias e diferentes taxas de
ocorrência de algumas complicações comuns também vistas após qualquer operação
abdominal.
Complicação mais temida: Deiscência de anastomose  Peritonite e Sepse
Cirurgia Laparoscópica: menos associada a complicações na ferida operatória,
respiratória e complicações trombóticas
BANDA GÁSTRICA
AJUSTÁVEL
Não possui risco de deiscência
Deslizamento da banda (4%):
• Inicio súbito de intolerância alimentar e, ocasionalmente, refluxo gastroesofágico
• Diagnóstico: Rx simples de abdome
• Esvaziamento da banda, pode ser necessária exploração cirúrgica para reposicionamento ou retirada
BANDA GÁSTRICA
AJUSTÁVEL
Erosão da banda para o lúmen do estômago (1%):
• Banda muito apertada ou plicadura do estômago muito próxima ao
fecho da banda
• Dor abdominal ou infecção no local do reservatório
• Exige reoperação. Raramente fatal

Problemas no local do porte:


• São os mais numerosos entre as complicações que acontecem com a BGA
• Extravasamento pelo tudo de insuflação (11%), angulação do tudo e infecção no local do porte
• Maioria dos casos é resolvida por procedimento feito sob anestesia local que não envolve a cavidade
abdominal
GASTRECTOMIA EM MANGA
LAPAROSCÓPICA
Deiscência da linha de grampeamento:
• Principal, pouco mais frequente que no BGYR, terço proximal do estômago
• TC de abdome com contraste
• QC: Febre, taquicardia, taquipneia e leucocitose
• CD: Drenagem, dieta zero, nutrição parenteral total, ATB, stent

Refluxo gastroesofágico:
• Por aumento da pressão no tubo gástrico
DERIVAÇÃO EM Y DE ROUX
Causas de mortalidade: TEP, deiscência anastomótica, eventos cardíacos, abscesso
intra-abdominal e falência múltipla dos órgãos
Deiscência de anastomose (1-2%):
• + comum na anastomose gastrojejunal
• Anastomose jejunojejunal: secreção biliar

Estenose da anastomose gastrojejunal (2-4%):


• Grampeamento circular, 4-6 sem PO
• QC: Intolerância progressiva aos sólidos que evolui para líquidos
• CD: Dilatação endoscópica ou fluoroscópica por balão
DERIVAÇÃO EM Y DE ROUX
Obstrução intestinal:
• Mais prevalente na VLP
• Potencial para formação de hérnias internas com protrusão e
estrangulamento de alça intestinal, criação de espaços virtuais
• TC de abdome com contraste
• Conduta cirúrgica

Úlceras marginais(2-10%):
• Incidência  com tratamento pré-operatório para o H. pylori

Sangramentos intestinais
DERIVAÇÃO EM Y DE ROUX
Síndrome de Dumping
• Até 50% das gastrectomias parciais, mais comum das síndromes que sucedem a gastrectomia
• Conjunto de sintomas vasomotores e gastrointestinais, associados ao esvaziamento gástrico rápido ou
à exposição súbita do intestino delgado aos nutrientes

Presença súbita do
conteúdo gástrico

Liberaçãode
bradicinina, Sintomas tardios
serotonina e (90 min-3h)
enteroglucagon

Alta secreção de
Sintomas iniciais insulina
(30 min) provocando a
hipoglicemia
DERIVAÇÃO EM Y DE ROUX
• Diagnóstico: Score de Sigstad  7 após a ingestão de glicose é +. Score de Arts avalia gravidade dos
sintomas

• Tratamento: retardar o esvaziamento gástrico. Menores refeições, com mais frequência; evitar
líquidos durante as refeições ou nas primeiras 2h após e evitar açúcares de absorção rápida e lactose.
Em casos refratários podem ser usados análogos da somastotatina
DESVIO BILIOPANCREÁTICO
Úlceras marginais: problema que foi resolvido com a modificação SD, preservando
o piloro.
ASPECTOS
NUTRICIONAIS
TERAPÊUTICA NUTRICIONAL EM
PACIENTES CANDIDATOS
À CIRURGIA BARIÁTRICA

Terapêutica Nutricional Pré-operatória:


• A terapia nutricional deve ser iniciada antes de o paciente passar pela cirurgia
bariátrica.
•Realizar uma série de exames, como: endoscopia digestiva, ultrassom abdominal e
exames laboratoriais, além de passar em consulta com os profissionais obrigatórios:
cirurgião, cardiologista, psiquiatra, psicólogo e nutricionista.
•Esclarecer ao paciente como será a evolução de sua dieta na período pós-operatório.
•Abordar características individuais: apetite, nível de saciedade, sintomas
gastrintestinais, uso de álcool, drogas, medicamentos, suplementações....
•Nutricionista e Terapeuta comportamental
Terapêutica Nutricional Pré-operatória:
• Devido a baixa capacidade gástrica os pacientes são submetidos a dietas hipocalóricas nos primeiros dias, iniciando
com dieta liquida sem resíduos nas primeiras 24/48h. Favorece o esvaziamento gástrico rápido, além de não ocorrer a
fermentação das bactérias, diminuindo a distensão.
• Necessidade de suplementação de vitaminas e minerais o mais breve possível, se possível em pó.
• Evitar lactose.
• Dieta Líquida: 15 dias após a cirurgia.

-50ml por refeição a cada 30min.

-Objetivos: Repouso gástrico, adaptação aos pequenos volumes e hidratação.

-Consequência: Perda de até 10% do peso em 30 dias.

 Dieta Pastosa: 7-10 dias após a líquida.

- Inclusão de alimentos em consistência de purê e cremes, consumo de líquidos entre as refeições.

- Objetivos: Repouso gástrico, iniciar transição para dieta branda e treinamento exaustivo de mastigação.
Alimentos que devem ser evitados na dieta líquida restrita e
dieta líquida:
•Alimentos ricos em açúcar, como doces, achocolatados, bolachas, bolos e sorvete
•Temperos prontos e molhos industrializados
•Bebidas gaseificadas, como refrigerante e água com gás
•Bebida alcoólica
•Sucos industrializados que contenham açúcar
•Chá mate / preto, café, bebidas à base de cola ou xarope de guaraná
•Pimentas (pó, grão, secas ou in natura) e hortelã
Alimentos que devem ser evitados – dieta pastosa
•Alimentos na forma integral, como pães, macarrão, arroz e biscoitos
•Legumes e verduras cruas
•Frutas duras cozidas e macias, na consistência de papa
•Alimentos ricos em açúcar
•Temperos prontos e molhos industrializados
•Bebidas gaseificadas
•Bebida alcoólica
•Sucos industrializados
•Oleaginosas como nozes, castanhas, amêndoas e amendoim (in natura, cremes ou
pastas)
•Frituras
Relação dos alimentos Permitidos na primeira semana da
cirurgia bariátrica:
•Água mineral ou água filtrada;
•Chás claros (ex.: erva-cidreira, camomila, maçã, etc. – devem ser evitados os chás
mate e preto);
•Água de coco verde (pode ser de caixinha);
•Suco de laranja lima coado;
•Caldos coados (água do cozimento)
 Dieta Branda: 15 dias após a pastosa.

- Alimentos cozidos, etapa de muita mastigação

- Seleção de alimentos é fundamental (teinamento)


- Pequena quantidade e nutritivos
Carnes, peixes e frangos – cozidos sem pele e sem gordura
Legumes –cozidos, ou no vapor, que estejam com uma textura macia, sem casca e sem semente
Verduras – refogadas (com talos mais duros descartados)
Frutas macias, sem casca e sem semente

 Dieta Geral, Novos Hábitos:

- Geralmente 1 mês após cirurgia

- Alimentos nutritivos e que tragam maior satisfação/prazer

- Evolução lenta e progressiva

 ** PACIENTES ANSIOSOS – dificuldade na etapa da mastigação.


DEFICIÊNCIAS
NUTRICIONAIS
Restrição da ingestão alimentar + Má absorção de nutrientes
Alterações anatomicas Alterações fisiológicas

Deficiência Nutricionais
Técnica cirúrgica do by-pass gástrico em Y-de-Roux e suas principais alterações metabólicas.
DEFICIÊNCIAS DAS
VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
B12
•Mais frequentes após p BGYR
•Redução de HCL diminuição de pepsina, necessária para liberação b12 presentes
em alimentos proteicos.
• Diminuição de FI.
• Percebida após 1 ano.
B1
•Ocorrência de deficiência de tiamina no pós-cirúrgico, especialmente na presença de
náuseas e vómitos.
•Baixa ingestão + má absorção
•Presença de Beriberi pode afetar inúmeros órgãos: coração, TGI e SN
•Seu diagnóstico prévio pode ajudar a evitar consequências graves a saúde como
lesões neuromusculares irreversíveis e defeitos permanentes de memória recente.
•Mais frequente: BGYR, banda gástrica vertical e derivação biliopancreática.
•Pouco armazenamento.
•Síndrome de Wernicke Korsakoff: alteração de memoria recente, neuropatia
periférica, oftalmoplegia, ataxia e confusão mental.
Ácido Fólico ( Vitamina M)
•Pode esgotar em poucos meses de pós-operatório na ausência da suplementação ou
ingestão inadequada (hortaliças verde-escuras, frutas, vísceras, fígados e cereais).
•47% após 6 meses de BGYR, 41% após um ano.
•Níveis elevados de homocisteína  fator de risco.
• Esquecimento, irritabilidade, hostilidade e comportamentos paranoicos.
•Maioria assintomáticos e sintomas subclínicos.
FERRO
• 2/3 dos pacientes possuem anemia por deficiência de ferro.
• BGYR  20 a 49% possuem deficiência.
•Principais Fatores: hipocloridria gástrica, impossibilitando a absorção de ferro dos
alimentos (não ocorre a redução de fe 3+ em fe 2+), má absorção devio a exclusão
dos principais locais (duodeno e jejuno proximal), intolerância alimentar a carne
vermelha ou ainda perdas sanguíneas peri-operatória, menstruação, etc.
DEFICIÊNCIA DE VITAMINAS
LIPOSSOLÚVEIS
A digestão de lipídios após by-pass gástrico ocorre de forma mais lenta devido à
ausência de contato das gorduras com o duodeno o que prejudica a atuação da CCK,
hormônio intestinal necessário para a liberação de lipases biliares e pancreáticas.

Cálcio e Vitamina D
• O cálcio é absorbido no duodeno e jejuno proximal, e sua absorção é facilitada pela
vitamina D em um ambiente ácido.
•A presença de deficiência de vitamina D e cálcio após DBO é considerada elevada.
•Maior risco de doença óssea (osteomalácia, osteoporose e o hiperparatiroidismos
secundários) tem sido relatado após cirurgia bariátrica.
DEFICIÊNCIA DE
MACRONUTRIENTE
Deficiência de proteínas
•É a mais comumente relatada entre os macronutrientes
•Após as técnicas disabsortivas ou mistas (DBP/DS e BGYR)
•Associada à outros componentes: anorexia, vômitos persistentes, diarreia,
intolerância alimentar e etilismo.
• Desnutrição protéica representa uma grave complicação metabólica observada
principalmente nos pós-operatório. Caracterizada: hipoalbuminemia, anemia, edema,
astenia e alopecia.
•Relacionada a negligência do paciente em relação às recomendações: 0,8 a 1,2g/Kg
ASPECTOS PSICOLÓGICOS
PARA O SUCESSO
TERAPÊUTICO
• Terapia Cognitivo-Comportamental: modificações de hábitos prejuduciais; não
isolada, mas adicional;
• Automonitoramento/Controle de estímulos/Resolução de problemas/Reestruturação
cognitiva/Entrevista motivacional/Apoio Social = mantém as mudanças de estilo de
vida e diminuem os riscos de depressão;
• Manejo do estresse e atenção plena;
Durante o Pré-operatório: Durante o Pós-operatório:
Mudança no estilo de vida  Comprometimento a longo prazo as
O estabelecimento de objetivos mudanças
realistas/alcançáveis de perda de peso  Autorreconhecimento e construção
Estimular a perda de peso para a de sua imagem
realização da cirurgia
 Recaídas a após a diminuição da
Acompanhamento psicológico e
velocidade de perda de peso
psiquiátrico
 Evitar a transferência da compulsão
alimentar
 Acompanhamento psicológico e
psiquiátrico

***Importância da equipe Multidisciplinar nos cuidados do paciente obeso.


Cirurgião, Nutricionista, Anestesiologista, Enfermeiros, Psiquiatra/psicólogo, Médico clínico assistente,
Especialistas para as condições cardíacas, pulmonares, gastrointestinais, endócrinas, musculoesqueléticas e
neurológicas, quando indicado.
Ana Laura Golfeto
Bianca Cardoso

OBRIGADO! Gabriela Zornoff


Lucas Parreira
Isabela Dariva
Paola Romani
Talles Braga

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