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Roteiro da aula

1. Obesidade
2. Índices para avaliar a obesidade
3. Causas da obesidade
4. Tratamento farmacológico da obesidade
1. Catecolaminérgicos
2. Catecolaminérgicos e serotoninérgicos
3. Antagonistas canabinóides
4. Medicamentos que interrompem a absorção de
gordura
Obesidade
“Condição de
acúmulo anormal ou
excessivo de
gordura no tecido
adiposo, numa
extensão em
que a saúde pode ser
prejudicada”.
(GARROW, 1988)
Impacto da obesidade na saúde
Doença Pulmonar Ansiedade e Depressão
Função alterada
Apnéia do sono AVC
Síndrome de hipoventilação

NASH (Nonalcoholic fatty Doença Cardiovascular


liver disease)
Diabetes
esteatose
esteatohepatite Dislipidemia
cirrose Hipertensão

Colelitíase Hérnia de hiato e refluxo gastro-


esofágico
Alterações Ginecológicas
irregularidade menstrual Câncer
infertilidade
Síndrome dos ovários policísticos
mama, endométrio,colon, esôfago,
Risco obstétrico maior pâncreas, bexiga, rim, próstata

Osteoartrite e
Osteoartrose Doença Vascular
Estase venosa, varizes, edema, úlcera,
flebite, erisipela
Gota
Quantos obesos existem no
mundo?
• Em 2015: 2,3 bilhões de sobrepesos e mais de
700 milhões de adultos obesos no mundo.
• Ministério da Saúde 2006-2009:
• Sobrepeso: Subiram de 42,7% para 46,6%
• Obeso: Subiram de 11,4% para 13,9%
Quantos obesos existem no
Brasil?
• 6º lugar no Ranking Mundial da Obesidade
• Transição dos padrões nutricionais:
↓ desnutrição ↑ obesidade
CLASSIFICAÇÃO DA OBESIDADE

CLASSIFICAÇÃO DE ADULTOS DE ACORDO COM O IMC (≥ 18 ANOS)

Classificação IMC Risco de


comorbidades
Baixo peso < 18,50 Baixo
IMC = peso(kg)
Normalidade 18,50 – 24,99 Peso saudável
[altura (m)]2
Sobrepeso 25,00 – 29,99 Aumentado

Obesidade de grau I 30,00 – 34,99 Moderado

Obesidade de grau II 35,00 – 39,99 Severo

Obesidade de grau III ≥ 40,00 Muito severo

Fonte: WORLD HEALTH ORGANIZATION (2000).


COMPORTAMENTO MEDICAMENTOS CIRURGIA

300

250
Curva em J de mortalidade X IMC

200

150

100 Obesidade Obesidade


Peso Pré-obeso Grau I e II Grau III
Normal Risco Risco Muito
50 Poss.
Risco
Elevado Elevado
Elevado
0
0 15 18,5 25 30 35 40

IMC - Índice de masa corporal (Kg/m2)


OUTROS ÍNDICES PARA AVALIAR A
OBESIDADE
 A obesidade também pode ser diagnosticada quanto à distribuição da
gordura corporal
 O IMC é o método mais utilizado, porém ele ignora esta distribuição
 O excesso de gordura pode estar mais concentrado:
◦ Na região abdominal ou no tronco → obesidade tipo andróide, mais freqüente no
sexo masculino
◦ Na região dos quadris → obesidade tipo ginóide, inferior, periférica ou
subcutânea, mais freqüente do sexo feminino
 A obesidade andróide apresenta maior correlação com complicações
cardiovasculares e metabólicas que a obesidade ginóide, que
apresenta como doenças mais associadas complicações vasculares
periféricas e problemas ortopédicos e estéticos
OBESIDADE ANDRÓIDE E
GINÓIDE

Obesidade Obesidade
Andróide Ginóide
OBESIDADE CENTRAL

VALORES DE REFERÊNCIA DA CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA

Valores de Homens Mulheres


referência
Normal até 94 cm Até 80 cm
Aumentada ≥ 94 cm ≥ 80 cm
Muito aumentada ≥ 102 cm ≥ 88 cm
Fonte: WORLD HEALTH ORGANIZATION (2000).

CLASSIFICAÇÃO PARA RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL

RCQ = Cintura (cm) Risco aumentado:


Quadril (cm) Mulheres: > 0,8
Homens: > 0,95
CAUSAS DA OBESIDADE
 Vários fatores estão relacionados com o
surgimento da obesidade, pode ser:
 ENDÓGENOS:
◦ Genética, idade, sexo, raça.
 AMBIENTAIS:
◦ Aqueles que determinam o surgimento do sobrepeso
e obesidade em indivíduos susceptíveis expostos a
eles.
CONTROLE DO CONSUMO DE
ALIMENTOS
 Hipotálamo => centros da fome e da saciedade

Inicio ingestão: centro da fome

Receptores químicos e
térmicos

Término ingestão: centro da saciedade


CONTROLE DO CONSUMO DE
ALIMENTOS
Tratamento da obesidade
 Farmacológico

 Cirúrgico

 Atividade física

 Dietético + Atividade física


INDICAÇÃO CORRETA DA
MEDICAÇÃO
Quem deve usar remédio para emagrecer?
 Obesos (IMC>30)
 Sobrepesos (IMC >25) com alguma co-
morbidade
 Pacientes com transtorno de compulsão
alimentar
INDICAÇÃO CORRETA DA
MEDICAÇÃO
Quem não deve usar?
 IMC menor que 25
 “Só para fechar um pouco a boca”
 Hipertensos descontrolados
 História de doença coronariana ou insuficiência cardíaca
 Diabéticos
 “Por conta própria”
 Outras doenças endócrinas hormonais associadas
(Cushing, hipotireoidismo, hipogonadismo)
Catecolaminérgico

Anfepramona (Hipofagin®, Inibex®, Obesil®)


Fenproporex (Desobesi M®, Inobesin®, Lipomax AP®)
Mazindol
Farmacocinética
 Biotransformação hepática – metabólito ativo
anfetamina (fenproporex)
◦ Derivados anfetaminícos: tempo de meia vida 2-6 h
◦ Mazindol: tempo de meia vida 10 h
 ↑ Lipossolubilidade
Efeitos colaterais
 Boca seca
 Constipação
 Taquicardia
 Hipertensão
 Insônia
 Tremor
 Ansiedade
 Irritabilidade
Interações Medicamentosas
 Crises hipertensivas
◦ IMAO (moclobemida, tranilcipromina, selegilina)
◦ Descongestionantes, antitussígenos e antialérgicos
 Transtorno psicótico e depressão
◦ Drogas ilícitas e álcool
 Aumenta a excreção (↓ o efeito)
◦ Vitamina C
 Alteração da biodisponibilidade do fármaco
◦ Fármacos metabolizados pelo citocromo P450
Contra-indicação
 Glaucoma
 Hipertireoidismo,
 Hipertensão arterial,
 Ateriosclerose
 Historia de abuso de drogas ou álcool
 Estado de agitação
 Gravidez,
 Lactação,
 Crianças, jovens menores de 18 anos e idosos maiores de
65 anos.
Catecolaminérgico e
serotoninérgico

Sibutramina (Reductil®, Plenty®)


Farmacocinética
 Absorvido rapidamente pelo TGI
 Biotransformação hepática – 2 metabólitos
ativos
 ↑ ligação a proteínas plasmáticas
 Tempo de meia vida: 1,1 hora para sibutramina
e de 14-16 horas para os metabólitos
 Excreção renal
SIBUTRAMINA
(Sibus, biomag, reductil, plenty)
 Atua em neurotransmissores cerebrais (serotonina
e dopamina), aumentado a sensação de saciedade.
Além disso, acarreta um aumento do gasto
calórico, por aumentar levemente a pressão arterial
e o batimento cardíaco.

 Útil em indivíduos compulsivos para doces e


hidratos de carbono complexos (pães e massas).
Efeitos colaterais
 Boca seca
 Constipação
 Taquicardia
 Hipertensão
 Vômitos
 Sudorese
 Insônia
 Tremor
 Ansiedade
 Irritabilidade
 Contrações musculares
 Disfunção hepática
Interações medicamentosas
 IMAOs, agentes serotoninérgicos, agentes
antienxaqueca
◦ Síndrome serotoninérgica
 Descongestionante nasal, antitussígeno,
antialérgico
◦ ↑ PA e ↑ FC
 Fármacos que inibem o citocromo P450
◦ Risco de toxicidade
Contra-indicação
 Pacientes em tratamento com IMAOs,
 Glaucoma,
 Hipotireoidismo não tratado,
 Convulsão,
 Hipertensão arterial,
 Doença coronariana, ICC, arritmia, infarto,
 Gravidez,
 Lactação,
 Hipertensão Pulmonar,
 Crianças, jovens menores de 18 anos e idosos maiores de 65
anos.
Antagonista Canabinóide

Rimonabant (Acomplia®)
Efeitos colaterais
 Depressão
 Ansiedade
 Perda de memória
 Síndrome do pânico
 Desordem emocional
 Tendinite e espasmos musculares
 Aumento da transpiração
Interação Medicamentosa

 Inibidores de CYP3A4 (cetoconazol)


◦ ↑ concentração plasmática do rimonabant
 Indutores de CYP3A4 (rifampicina, fenitoína)
◦ ↓ concentração plasmática do rimonabant
Contra-Indicação
 Histórico de problemas renais
 Histórico de problemas psiquiátricos sérios
como depressão profunda
 Histórico de problemas cardiovascular (infarto
do miocárdio, AVC, etc.) em menos de 6 meses
 Lactação
 Gravidez
Medicamentos que
afetam a absorção
Orlistat (Xenical®)
Farmacocinética
 Absorção sistêmica insignificante
 Biotransformado no TGI – 2 metabólitos
 Eliminado pelas fezes
Efeitos colaterais
 Esteatorreia
 Incontinência fecal
 Cólicas
Interações medicamentosas
 Pravastatina
◦ Aumenta a concentração plasmática

 Vitaminas lipossolúveis
◦ Reduz a absorção
Contra-indicação
 Gravidez
 Lactação
 Síndrome de má absorção
 Indivíduos menores de 12 anos

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