Você está na página 1de 42

UNIVERSIDADE DE CUIABÁ - UNIC

OBESIDADE
Prof. José Tiago Funabashi

Disciplina de Bioquímica
Obesidade
 Conceito: Excesso de gordura corporal,
resultando no aumento de peso corpóreo,
acima do peso ideal.

 Peso ideal: aquele que maximiza a


expectativa de vida do indivíduo.
Definição
A obesidade não é uma doença
singular, e sim um grupo heterogêneo de
condições com múltiplas causas que, em
última análise, refletem aumento nos
estoques de energia e peso corporal. O
desequilíbrio do balanço energético é
importante contribuidor para o
desenvolvimento desta patologia.
Balanço Energético
Visão Histórica...
 Pré-Industrial

Obesidade = riqueza/saúde

 Sociedade Industrial

Obesidade = doença
Mudando as regras
A obesidade de ontem era definida como uma
atitude indisciplinada, de pouca estima ou falta
de determinação do indivíduo, considerada falha
de caráter.
A obesidade hoje é considerada uma doença
crônica de causas genéticas e ambientais; de
caráter epidêmico e universal, com um custo
social elevado, que requer tratamento a longo
prazo
Superintendência de políticas de Atenção Integral `a Saúde/SDNT-GO
OMS

Código
Internacional de
Doenças (CID)
E 66
Dados Epidemiológicos
 Mundo 1bilhão sobrepeso
300 milhões obesos

 EUA
/3 da população adulta
1

Obesidade
¼ das crianças e adolescentes
causa: 300 mil mortes/ano

 Brasil 40% da pop sobrepeso


causa : 80 mil mortes/ano
Importância social e econômica
70 milhões de brasileiros (40% da população), estão acima
do peso – o número mais que dobrou em trinta anos

17,5 milhões de brasileiros, ou 10% da população são


obesos – ou seja, têm 45 kg ou mais além do peso ideal

Nas últimas três décadas, o índice de sobrepeso e obesidade


entre crianças e adolescentes passou de 4% para 14%
Estimativa dos Custos Atribuídos à Obesidade no Brasil.
Sichieri R, Vianna CM, Coutinho W. 2003
Desnutrição x Obesidade

Fonte: www.abeso.com.br
Determinação da Obesidade
 Determinação do Risco de Vida:
porcentagem de sobrepeso que aumenta a
morbidade e mortalidade.

 Comparação Visual :
definição sem base científica – uma pessoa
parece gorda por determinação estética.
Determinação da Obesidade
 Excesso de peso: até 20% acima do normal

 Obesidade: maior que 20% do normal

 Peso normal: peso corpóreo associado a


menores taxas de morbidade e mortalidade
(comparando altura/peso/idade/sexo)
Métodos mais Utilizados
INDICE DE MASSA CORPORAL

peso (kg)
altura2 (m2)

Classificação IMC (Kg/m2) Risco de co-


morbidades
Normal 18,5 – 24,9 Baixo
Sobrepeso 25,0 a 29,9 Pouco aumentado
Obeso classe I 30,0 a 34,9 Moderado
Obeso classe II 35 a 39,9 Grave
Obeso classe III >= a 40,0 Muito grave
OMS,1998
Antropometria

Circunferência da cintura

Circunferência do
quadril
Antropometria
Circunferência da cintura
Risco associado a complicações metabólicas
Aumentado Muito aumentado
Homens  94 cm  102 cm
Mulheres  80 cm  88 cm
Fonte: World Health Organization (1997)

Relação cintura/quadril

Homens: <1
Mulheres: <0,8
Fonte: Bray (1989)
Causa
 OBESIDADE:
Energia absorvida > Energia despendida

ROMPE HOMEOSTASIA

Não funcionamento dos mecanismos de


regulação
Múltiplas causas

 Hereditárias;
 Genéticas;
 Ambientais;
 Econômicas e sócio culturais;
 Psicológicas;
 Alterações endócrinas;
 Entre outras.
FATORES QUE INDUZEM A
SUPER ALIMENTAÇÃO
Maior disponibilidade de alimentos;

Maior tamanho das porções;

Dietas com alto conteúdo de gorduras;

Baixos níveis de atividade física em


crianças e adultos.
PUBLICIDADE PERIGOSA
Alimentos 27,47

Lojas 15,96
Produtos de Beleza 11,13
Brinquedos 7,7
Produtos de Higiene 5,36
Produtos de Limpeza 4,76
Utensílios Domésticos 4,56
Supermercados 3,68
Propaganda Governamental 3,83
Carros 3,47
Bebidas Alcoólicas 3,37
Remédios 3,3
Vestuário 2,39
Jornais e Revistas 2,37
Alimentos para Animais 0,33

* Entre 3.972 anúncios veiculados em três redes entre agosto de 1998 a março de 2000
Fonte: Revista de Saúde Pública 2002;36(3):353-5
Ficar
PUBLICIDADE PERIGOSA

Obeso!
PIRÂMIDE ALIMENTAR
Co- Morbidades
 Hipertensão arterial;
 Dislipidemias;
 Diabetes Mellitus;
 Doenças cardiovasculares;
 Certos tipos de câncer;
 Aumenta o risco de cirurgias;
 Diminui a qualidade de vida.
Fatores predisponentes á
Síndrome Metabólica
Absorção excessiva de calorias

OBESIDADE

Dislipidemias Hipertensão DM tipo 2 Ateroscleros


e

Resistência á insulina
Hiperinsulinemia

Defeito genético
NEUROPEPTÍDEOS E HORMÔNIOS
HIPOTALÂMICOS
-SINAIS OREXÍGENOS: promovem anabolismo e
aumento da ingesta alimentar pela sensação de fome
-SINAIS ANOREXÍGENOS: promovem
catabolismo e redução da ingesta alimentar pela
sensação de saciedade

AÇÃO NO SNC → HIPOTÁLAMO → SNS


Hormônio Insulina
  SECREÇÃO COM O AUMENTO DO PESO
CORPÓREO, no estado basal e em resposta às
refeições: insulina que chega ao SNC 
limitação de ganho extra de peso pela inibição da
ingesta

OBS: deficiência de insulina não induz obesidade  sem


insulina o excesso calórico contribui para hiperglicemia e
não para aumento de tecido adiposo).
↑ Ingestão Calórica ↑ INSULINA
↑ LIPASE Inibição LIPASE
LIPOPROTÉICA HORMÔNIO
SENSÍVEL

↓ Liberação de
AC. GRAXOS

↑ GLICEROL
TRIACILGLICERÓIS
FOSFATO

↑ PESO CORPÓREO ↑ INSULINA


Inibição por FEEDBACK da ingestão
alimentar
Hormônio Leptina
 Função: manter a HOMEOSTASIA
ENERGÉTICA. Síntese é proporcional à
quantidade absoluta de gordura – informando ao
SNC estoques energéticos.
 Sinal Aferente ao HIPOTÁLAMO → redução da
ingesta e aumento do gasto energético.

 no estado alimentado  em obesos


 no estado de jejum  na perda de peso
Funções da leptina na regulação do
balanço energético
Resistência à leptina no SNC (=dificuldade de acesso
da leptina no SNC).

HIPERFAGIA (mesmo com  níveis de insulina) e


REDUÇÃO DO GASTO ENERGÉTICO

OBESIDADE SEVERA
SINAL OREXÍGENO  INGESTA ALIMENTAR

 TEC. INANIÇÃO
ADIPOSO

 LEPTINA
 INGESTA
ALIMENTAR

+ LIPASE
SÍNTESE DE LIPOPROTEICA 
OREXÍGENOS  LIPOGÊNESE

- SN SIMPÁTICO (T. A.
Marrom TERMOGÊNESE;
ANABOLISMO
T.A..Branco LIPÓLISE
SINAIS ANOREXÍGENOS ANOREXIA

TECIDO
REFEIÇÃO
ADIPOSO

INGESTA
ALIMENTAR
 LEPTINA
 LIPASE
LIPOPROTEICA
SÍNTESE DE
lipogênese
ANOREXÍGENOS

 SN SIMPÁTICO
CATABOLISMO (T.A.MarromTERMOGÊNE-
SE; T.A.BrancoLIPÓLISE
Distribuição do Tecido Adiposo
 ANDRÓIDE (forma de maçã) → gordura
concentrada na região central do abdome
- Hipertensão
- Resistência a insulina → Diabetes tipo 2
- Dislipidemia
- Doenças coronárias

 GINÓIDE (forma de pera) → gordura


concentrada na região glútea e quadris
- Mais comum em mulheres
- Menor impacto metabólico
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO AO LOCAL DE DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA

Ginecóide ( pêra ) : Andróide ( maçã ) :


•gordura centralizada na •gordura centralizada na região
região dos quadris e abdominal,
nádegas, •mais prevalente em homens,
•mais prevalente em
mulheres.
PREVENÇÃO
 Educação alimentar;
 Adequações comportamentais e estilo de vida;
 Apoio psicológico;
 Atividade física regular.

A prevenção requer um conjunto articulado de ações


que, ao mesmo tempo, protejam, promovam e apóiem
estilos de vida saudáveis, com destaque para a
alimentação equilibrada e atividade física regular.
TRATAMENTO
Pratica de atividade física

O que é atividade física?

Qualquer movimento corporal produzido em


conseqüência da contração muscular que
resulte em gasto calórico.
Controla o
Peso Corporal

Diminui a PA Melhora a
mobilidade
articular

Benefícios da
Diminui a atividade Melhora
resistência à Física o perfil
insulina lipídico

Melhora a Melhora a
força Aumenta a resistência
muscular densidade física
óssea
Melhora a
interação
social Diminui o
Incentiva o esporte congestionamento do
trânsito e a poluição

Diminui o
Benefícios
Aumenta a
uso de da atividade produtividade
drogas e Física
álcool

Diminui a violência Diminui custos com a


saúde
Cria espaços físicos e sociais
saudáveis
TRATAMENTO
Dietoterapia:

Consiste no manejo terapêutico dos


alimentos com o
objetivo de produzir balanço
energético negativo para reduzir o
peso e melhorar a composição
corporal.
TRATAMENTO
Cirurgia
BIBLIOGRAFIA
1.NATURE (Nature Insights -Obesity), Vol 404, N° 6778 ( 6
Apr 2000). www.nature.com
2.Wilson, Foster, Kronenberg, Larsen. WILLIAMS
TEXTBOOK OF ENDOCRINOLOGY. 9th Edition, 1998.
Sauders Ed. Pg. 1061- 1083.
3.Champe, Pamela e Harvey, Richard. Lippincott`s Illustrated
Reviews: Biochemistry. 3rd Edition, pag. 347-353.
4. Devlin – Manual da Bioquímica. 4º edição. Editora Edgard
Bleicher
5. Lehninger, Albert L. – Princípios da Bioquímica
BIBLIOGRAFIA
 SITES:
1. www.nature.com
2. www.abeso.com.br
3. www.abcdasaude.com.br
4. www.qmc.ufsc.br

Você também pode gostar