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ASPECTOS NUTRICIONAIS

DA OBESIDADE NA
INFÂNCIA E
ADOLESCÊNCIA
Epidemiologia
 Prevalência de excesso de peso entre crianças e adolescentes
aumentou continuamente nos últimos 34 anos.
 Atualmente, 1 em cada 3 crianças brasileiras de 5 a 9
anos encontra-se com excesso de peso (33,5%).
 Adolescentes (10 a 19 anos): 21,5% com excesso de
peso.
 RISCOS: Obesidade no adulto; DCNT
 Outras complicações: metabólicas (RI e DM); respiratórias (
esforço respiratório, apnéia do sono); cardiovasculares (HAS);
gastrointestinais (esteatose hepática); psicológicas
(discriminação e isolamento).
 Determinantes  mudanças no estilo de vida (brincadeiras,
Tempo TV, computadores, falta de segurança) e nos hábitos
alimentares (apelo comercial; < custo de produtos ricos em
CHO simples, gorduras e calorias;  densidade energética dos
lanches); predisposição genética.
FATORES DETERMINANTES
• Adolescentes   necessidades energéticas e
nutricionais  inadequação da dieta (consumo
excessivo de açúcares simples e gorduras +
ingestão insuficiente de frutas e hortaliças) 
risco nutricional (ganho excessivo de peso e
carências nutricionais).
• Desenvolvimento econômico e urbanização 
modificações no estilo de vida, traduzidas nos
padrões alimentares e de atividade física 
hábitos alimentares ocidentais + sedentarismo.

DIAGNÓSTICO
Curvas de IMC/idade  percentil / escore-z
Obesidade x TV
Prevalência Horas TV/dia

10% <1
25% 3
27% 4
35% 5
 Tempo gasto com outras atividades
 Propagandas  lanches e refrigerantes
 Taxa metabólica (Klesges et al., 1993)
 As crianças brasileiras estão gastando mais tempo em frente à
televisão do que praticando atividade física (Henriques et. al.,
2012).
Propagandas televisivas  influenciam as preferências,
o consumo semanal/diário e as opiniões sobre alimentos
e bebidas.
Propagandas destinadas ao público infantil  estimulam
a preferência por alimentos e bebidas com alto teor
calórico e baixo teor nutritivo.
Estudo conduzido por
Henriques et al. (2012)
avaliou a conformidade de
propagandas televisivas
com a proposta de
Regulamento Técnico da
ANVISA (resolução
408/2008) e observou que
todas infringiam pelo menos
3 artigos.
TRATAMENTO
• As estratégias de tratamento do sobrepeso e da
obesidade infantil são pouco documentadas e envolvem:
– Controle do ganho ponderal e das comorbidades
encontradas;
– Aumento do gasto energético;
– Adequação da ingestão energética + suprimento das
necessidades nutricionais (15% proteínas, 50-55%
CHO, 30% lipídeos);
– Modificação comportamental e envolvimento familiar
no processo de mudança.
– Importante: tratamento em longo prazo.
TRATAMENTO
Abordagem multidisciplinar
Exame Físico (PA também) e Laboratorial (TG; CT e
frações, glicemia).
Avaliar preferências, recusas, consumo habitual,
local das refeições, quem as prepara, atividades
habituais, ingestão de líquidos nas refeições e
fracionamento.
Obesidade x Comportamento
e Hábito Alimentar
Adolescência  consolidação dos hábitos alimentares e do
estilo de vida  manutenção na vida adulta.

↓Frutas e hortaliças
Omissão Café da manhã
↑Guloseimas e refrigerantes
Alimentação em frente à TV
Líquidos calóricos

Identificar:
 realiza café da manhã? ; jantar com 
valor calórico?; excesso de líquidos
calóricos? ; grandes porções?
Estratégia de Intervenção

Sobrepeso
IMC entre
percentis 85 e 95
IMC
Obesidade
> percentil 95

Sem complicação Com complicação Sem complicação Com complicação

2 a 7 anos: 2 a 7 anos:
Manutenção Peso manutenção Peso manutenção Peso Perda de peso
>7 anos: perda gradual >7anos: perda gradual

VITOLO, 2008.
Estratégia de Intervenção
• Alimentos que engordam x alimentos que não engordam
• Estar “de dieta”
• 1ºpasso: Introduzir conceito: alimentos com muitas calorias x
alimentos com poucas calorias.
• Exemplos: maçã = bombom; prato A+ F+ salada + bife =
cheeseburguer.
• 2º passo: Restrição quantitativa estabelecer tarefas para
mudança de comportamento
• 3º passo: Mudança qualitativa  princípios da alimentação
saudável

VITOLO, 2008.
Estratégia de Intervenção
 gradativa da ingestão
PERDA DE PESO CONTROLADA Não repetir porções
MANUTENÇÃO DO PESO Mastigação lenta
CRESC/O E DES/O NORMAIS Refeições à mesa (s/TV)
Respeitar horários
 prep. Hipercalóricas
 líquidos calóricos

Adequação idade e sexo


 Apetite; Manutenção da massa muscular

NÃO adotar dietas rígidas  perda muscular e 


velocidade de crescimento.
Preservar guloseimas, porém com disciplina
NÃO medicamentos  efeitos colaterais e risco de
dependência.
NÃO Edulcorantes e Dietéticos
OBESIDADE X ATIVIDADE FÍSICA

OBESIDADE SEDENTARISMO

Idéias Criativas
 Gasto energético; Alimentos menos calóricos.
Medidas Preventivas

Mello et al. (2004)


Recomendações - Academia Americana de Pediatria
- Identificar risco (histórico familiar, Peso ao nascer,
fatores socioeconômicos, culturais e comportamentais,
alterações IMC);
- Encorajar aleitamento materno;
- Orientar pais e educadores (lanches);
- Estimular AF;
- Limitar TV (2h/dia).

Importante: a escolha do ambiente


escolar para a promoção de hábitos de
vida saudáveis por ser local de convívio
social e onde as crianças realizam pelo
menos 1 refeição ao dia.
Referências Bibliográficas
• Klesges RC, Shelton ML, Klesges LM. Effects of Television on Metabolic Rate: Potential
Implications For Childhood Obesity. Pediatrics.1993.91(2): 281-6.
• Mello ED, Luft VC, Meyer F. Obesidade Infantil: como podemos ser eficazes? J Pediatr.
2004.80(3):173-82.
• Vitolo MR. Obesidade na Infância e na Adolescência. In: Vitolo MR. Nutrição da
Gestação ao Envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio; 2008.
• Enes CC, Slater B. Obesidade na adolescência e seus principais fatores
determinantes. Rev Bras Epidemiol. 2010;13(1):163-71. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v13n1/15.pdf
• Karnik S, Kanekar A. Childhood obesity: a global public health crisis. Int J Prev Med.
2012;3(1):1-7. Disponível em:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3278864/
• Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
Diretrizes Brasileiras de Obesidade. Abeso: RJ, 2009. Disponível em:
http://www.abeso.org.br/pdf/diretrizes_brasileiras_obesidade_2009_2010_1.pdf
• Henriques P, Sally EO, Burlandy L, Beiler RM. Regulamentação da propaganda de
alimentos infantis como estratégia para a promoção da saúde. Ciência & Saúde
Coletiva. 2012;17(2):481-90. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n2/a21v17n2.pdf

• ENES CC, LUCCHINI BG. Tempo excessivo diante da televisão e sua influência sobre o
consumo alimentar de adolescentes. Rev Nutr, 29(3): 391-399, 2016.

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