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Livro de Pintura Industrial

Curso Invista Formação Profissional

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Curso de Pintura Industrial

Processo de Certificação de Pintores

Treinamento e qualificação de Pintores

Descritiva do Curso

 Distância e presencial:
O curso é dividido em 2 módulos, conforme veremos a seguir. Modulo 1 de
60 horas presenciais ara pessoas que já tem experiência mínima de 01 ano
no setor de pintura; Modulo 1 para pessoas que não tem experiência no
setor de pintura onde curso e dividido em Presencial e a Distancia com
duração de 200 horas.

 Entrega material
O material do curso e disponibilizado no ato da matricula, para matriculas
presenciais, para alunos a distancia, o material didático será disponibilizado
em arquivo divitas, PDF, e aulas e vídeo aulas via acesso exclusivo pelo site
da prestadora de serviço.

DOCUMENTO DE REFERÊNCIA
Norma ABNT NBR 16378- 2015- Critérios para Qualificação e Certificação de pintores
Industriais, Jatista e Hidrojatista.

DEFINIÇÕES

• Candidato: pessoa que preenche os pré-requisitos estabelecidos no item 4 da norma


ABNT NBR16378-2015.

• Processo de certificação: todas as atividades pelas quais um organismo de


certificação estabelece que uma pessoa atende aos requisitos de competência
especificados, incluindo solicitação, avaliação, decisão sobre certificação, supervisão,
recertificação e uso de certificados e logotipos/marcas.

• Examinador: pessoa com qualificações pessoais e técnica pertinentes, competentes


para conduzir e /ou dar nota em um exame.

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Exame de Qualificação
Procedimento teórico e prático com 01 prova em cada modulo: Teórico; Prático.

Média de Aproveitamento para Aprovação


Média de 70% de aproveitamento para aprovação exame teórico
Média de 80% de aproveitamento para aprovação exame prático

Reexame
No caso de reprovação em qualquer dos módulos (teórico ou prático) o candidato poderá
solicitar até 02 provas em qualquer dos módulos, sem necessidade de refazer o modulo
aprovado, no caso de solicitar a terceira prova, precisará refazer as 02 provas
novamente, refazer o processo de qualificação.

Tempo Total do processo de qualificação:


O candidato poderá fazer todo processo de qualificação em até 12 meses, a partir de
iniciar o processo. Caso expire esse prazo precisará refazer todo procedimento

Prazo de Validade da qualificação:


60 meses a partir do processo de qualificação findado.

Cancelamento de Certificação
Em caso de fraude em qualquer dos procedimentos ou documentação será cancelada o
procedimento de certificação do mesmo.

Curso de Pintura Industrial Segundo normas de qualificação de pintores industriais


ABNT NBR 16.378-2015
Pintores Nível 1

Pintores Nível 2

Órgão Certificador Senai

Contando com corpo técnico bem sólido e estruturado, ajudando a melhorar a qualidade
de serviços e na formação de prestadores de serviço em todo segmento nacional.

Norma de Pintura Industrial ABNT 16.378 – 2015

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Níveis de qualificação.

 Nível 1
 Nível 2

Exigências para Processo de qualificação de Pintores Industriais

Nível 1:
Experiência de 01 ano comprovada em carteira de trabalho no setor Industrial como
pintor, ajudante de pintor ou pintor hidrojatista.
Ter concluído a 5ª serie do ensino fundamental, e comprovar por histórico ou certificado.
Ter feito curso de Pintura Industrial com carga horária de 60 horas, em uma unidade
aprovada pelo órgão qualificador.
Para pessoas sem experiência comprovada em carteira curso de pintores industriais será
de 200 horas sendo divididas em 140 horas EAD (ensino a distância) e 60 horas dentro
de uma unidade Invista.

Nível 2:
Experiência de 01 ano comprovada em carteira de trabalho no setor Industrial comopintor,
ajudante de pintor ou pintor hidrojatista.
Ter concluído a 5ª serie do ensino fundamental, e comprovar por histórico ou certificado.
Ter feito curso de Pintura Industrial com carga horária de 80 horas, em uma unidade
aprovada pelo órgão qualificador.
Ter certificação de pintor industrial nível 1 reconhecido pela norma ABNT 16.378-2015

Processo de Certificação:

Avaliação de Conhecimento Teórico

Será realizado um teste de avaliação teórica com 20 perguntas de múltipla escolha


referente ao respectivo programa de treinamento para os níveis 1.

Avaliação de conhecimentos Práticos

Nível 1 − Preparação de superfície com uso de ferramentas mecânicas/manuais ao


padrão especificado;

– Identificação de tinta. Reconhecimento de diferentes tipos de recipientes e


componentes de uma tinta, prazos de validade;

– Mistura e homogeneização de tintas nas proporções indicadas, tempo de indução,


diluição, tempo de vida útil;
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– Aplicação de um sistema de pintura com uma demão de tinta de fundo na espessura
recomendada, aplicação de pintura de reforço (Stripe coat) nas regiões das soldas,
quinas em perfil soldado, reparo e retoques na demão aplicada e aplicação da uma
demão de acabamento na espessura recomendada. Baseado na norma ABNT NBR 16
378, serão usados apenas métodos de aplicação a rolo e trincha.

Cronograma de Aulas

Pintores Industriais Nível 1

Matemática Aplicada à Pintura


Percentagem
Quatro operações (adição, subtração, multiplicação e divisão)
Unidade de volumes (litro, mililitro); Unidade de peso (gramas, quilogramas).

Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança do trabalho (QSMS)


Identificação e uso de EPI’s; Importância da utilização de EPI
Descarte de produtos; Cuidados com os produtos e manuseio

Corrosão
Fundamentos básicos de corrosão
Tipos de corrosão

Fundamentos da Pintura Industrial


Tipos de pintura e seus objetivos (Identificação, proteção anticorrosiva, sinalização)

Competência do Profissional
Orientação para organização e a limpeza no local de trabalho.
Utilização correta dos equipamentos; Clareza de comunicação; Assiduidade;
Comprometimento com prazo e resultado final do Trabalho em equipe

MODULO II

Tintas

Noções básicas de tintas (componentes básicos pigmentos, solventes, resinas, aditivos);


Orientação para organização das tintas e solventes nos paióis, observando o nome da
tinta, cor, data de validade

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Cores de acabamentos

Películas
Processo de formação da película
Método de secagem ao toque, livre de pegajosidade e total; Cores

Esquemas de Pintura
Os principais tipos de esquemas de pintura (Epóxi, Alquídico, Acrílico)

Inspeção Visual da Superfície Antes e Após o seu Preparo da Superfície


Preparação das superfícies antes de serem tratadas, presença de contaminações,
respingos de solda, cantos vivos e outras irregularidades
Conhecimento dos padrões dos graus de intemperismo
Conhecimento dos padrões de tratamentos de superfície por métodos mecânicos e por
jateamento.

Preparação de Superfície (limpeza química, manual e mecânica)


Limpeza química utilizando solventes adequados, desengraxante
Tratamento manual e mecânico de superfície, utilizando as técnicas de manuseio das
ferramentas (escova rotativa, agulheiro), lixas, escovas
Conhecimento dos padrões de tratamento de superfície por tratamento manual e
mecânico.

MODULO III

3.0 - Condições Climáticas para Pintura Industrial


Noções básicas das medições de condições climáticas (umidade relativa do ar,
temperatura ambiente, temperatura da superfície, ponto de orvalho)
Tabela de ponto de orvalho.

3.1 - Normas Técnicas para Pintura Industrial

Preparação das Tintas


Preparação de tinta conforme estabelecido nos boletins técnicos do fabricante.
Técnica de mistura dos componentes que compõem as tintas (componentes A e B) e
homogeneização das mesmas antes da aplicação, utilizando misturadores elétricos e
pneumáticos.
Homogeneização, tempo de indução, diluição, tempo de vida útil, validade, intervalo entre
demãos, reativação da película seca.
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Noções sobre limpeza e manutenção de equipamentos de aplicação de tinta e afins.

Aplicação do Esquema de Pintura


Número de demão, espessura por demão; Intervalo de repintura

Aplicação de Tinta pelo Método de Rolo e Trincha


Pintura de recortes (STRIPE COAT) em regiões de soldas, quinas, escalopes, utilizando
a trincha e o rolo
Técnica de utilização de rolos e trinchas observando o tamanho, qualidade para melhor
adequação para a atividade.

Medição da Espessura da Película Úmida


Utilização do equipamento de medição de película úmida
Controle das medições em função do tempo secagem das tintas aplicadas

Retoque no Esquema de Pintura


Ferramentas utilizadas para preparo de superfície da área de reparo
Cuidados com o degrau entre área pintada e a área reparada

MODULO IV

Controle de qualidade da aplicação do esquema de pintura (pontos de retenção)


Atividade executada pelo CQ
Inspeção visual da área a ser tratada e pintada
Preparo de superfície (tratamento, perfil de rugosidade, padrão do tratamento, sais
solúveis)
Medidas de espessura seca por demão
Inspeção visual durante a aplicação e após a aplicação da pintura
Teste de aderência; Teste de descontinuidade.

Falhas e Defeitos na Aplicação com Rolo e Trincha


Identificação das falhas, ações preventivas e correções.

Pintores Industriais N2

Características, instalação, manutenção E manuseio de equipamentos de pintura


por pistola convencional e airless
Compressores, maquinas de jato, mangueiras, engates, tanques de pressão, agitadores.

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Preparação e seleção de bicos, regulagem e ajustes da pistola convencional e
airless

Qualidade do ar comprimido (pressão, umidade e contaminação de óleo)


Técnica de adequação dos equipamentos de pintura pistolas (convencional, airless), tipos
de bico, pressão.

Conhecimento de boletim técnico e demais especificações técnicas


Conteúdo técnico dos boletins e de especificações

Aplicação de tintas com pistola convencional e airless


Pressão da bomba; Tamanho de bicos
Distância entre a pistola e a área a ser pintada
Diluição das tintas em função da pistola

Falha e defeitos na aplicação de tinta com pistola convencional e airless


Identificação das falhas e suas correções

Normas técnicas relacionadas a pintura com pistola convencional e airless


Assuntos complementares (informativos)

Noções de inibidores de corrosão


Noções do teste de aderência da película e do teste de descontinuidade no
esquema de pintura
Aparelhos utilizados nos testes ;Mecanismo de funcionamento
Analise das falhas; Ações preventivas para evitar ocorrências de falhas.

Aplicação/Preparo da Tinta
A aplicação e o preparo da tinta devem seguir os requisitos na N 13.

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INTRODUÇÃO

Hoje o curso invista tem o grande prazer de paralelizá-lo por estar ingressando no
curso que prioriza em qualidade e formação de cidadãos e futuros profissionais. Pois,
nossa grande missão é formar grandes profissionais e mão de obra extremamente
qualificada.
No livro a seguir você estará observando e participando no que há de mais atual
dentro do mercado da pintura industrial, desta forma destacamos um
material atualizado e completo com intuito de agregar ao máximo no seu conhecimento e
formação profissional.
Sempre consulte este material, ainda que esteja dentro do mercado de
trabalho, continue consultando e estudando, pois através deste esforço, estará se
aprimorando e aperfeiçoando o grande profissional que há em você, e que temos o
grande prazer de moldarmos.
Esse livro tem a finalidade de fornecer o melhor material didático para formação
de profissionais de pintura industrial, n processo de qualificação de pintores industriais
nível 1 e 2. Pelo Processo de qualificação pela norma vigente ABNR NBR 16.378.

Parabéns por fazer parte desta grande equipe.

1.0 - MODULO I

1.1 - Matemática aplicada à pintura

Quatro operações (adição, subtração, multiplicação e divisão)

Adição: É uma das operações básicas da aritmética. Na sua forma mais simples, a
adição combina dois números em um único número, denominado soma, total ou
resultado. Adicionar mais números corresponde a repetir a operação. Por extensão, a
adição de zero, um ou uma quantidade infinita de números pode ser definida.

Pode também ser uma operação geométrica: a partir de dois segmentos de reta dados é
possível determinar um terceiro segmento cujo comprimento seja igual à soma dos dois
iniciais

Ex: 2 + 2 = 4

Subtração é uma operação matemática que indica quanto é um valor numérico


(minuendo) se dele for removido outro valor numérico (subtraendo).

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Uma subtração é representada por: 4 – 2 = 2

Multiplicação: Em matemática, a 'multiplicação é uma forma simples de se adicionar


uma quantidade finita de números iguais. O resultado da multiplicação de dois números é
chamado produto. Ao lado da adição, da divisão e da subtração, a multiplicação é uma
das quatro operações fundamentais da aritmética. Os números sendo multiplicados são
chamados de coeficientes ou operandos, e individualmente de multiplicando e
multiplicador.

Ex: 2 x 2 = 4

Divisão é a operação matemática inversa da multiplicação. O ato de dividir por algum


elemento de um conjunto só faz sentido quando a multiplicação por aquele elemento for
uma função bijetora. Simplificando, um numero pode ser dividido por outro numero,
sendo o resultado final um numero inteiro ou fracionado:
Ex: 10: 2 = 5 (divisão com resultado inteiro)
Ex: 11: 2 = 2.2 (divisão com resultado fracionado)

Na Pintura Industrial o cálculo sempre vem vinculado a proporção de área a ser pintura, a
proporção de tinta a ser utilizada, a proporção de solvente a ser utilizada na dissolução
de tintas e vernizes.

Como veremos a seguir:

Sólidos por volume


Quando o solvente e os compostos voláteis da tinta evaporam, o que resta na superfície
pintada é sólido, ou seja, o material não volátil que faz parte da tinta. Como a tinta é
comprada em volume (litros ou galões de 3,6) o que interessa é a quantidade em volume
de material sólido que fica após a evaporação dos voláteis. Por isso, o sólido por volume
é tão importante para se verificar o rendimento e o custo de uma tinta.

Composição das tintas


Os Sólidos por Volume estão relacionados diretamente com o rendimento da tinta.

Rendimento
Há 3 tipos de rendimento: O Rendimento Teórico, o Rendimento Prático e o Rendimento
Real.

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Rendimento teórico
É como o próprio nome indica, teórico, ou seja, ideal e não inclui no seu cálculo as
perdas devidas ao método, às condições de aplicação e ao treinamento do pintor. Há
uma fórmula prática que leva em consideração o volume de sólidos e a espessura da
película seca:

Onde:
Rt = SV x 10 EPS
Rt = Rendimento teórico (em m2/^)
SV = Sólidos por volume (em %)
EPS = Espessura da película seca (em um)
10 = Constante de fórmula para que o resultado seja expresso em m2/^

Importante destacar que, na prática, muitos pintores resultam em ocasionar distorções


nos valores finais de espessura. Por exemplo, em tintas de secagem muito rápida, é
difícil medir a espessura de película de tinta líquida. De uma forma geral, o cálculo e o
conhecimento da EPL a ser aplicada é importante para que o pintor trabalhe dentro de
uma faixa de espessura mais próxima daquela que proporcionará a EPS desejada.Um
outro aspecto importante a destacar é que, se a tinta sofrer alguma diluição, a quantidade
de diluente adicionada à mesma tem que ser considerada no cálculo da EPL a ser
aplicada.

Rendimento prático

É o valor calculado estimando as perdas em função do método de aplicação.

RP = RT x Fa

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Onde:
RP = Rendimento prático (em m2/^)
RT= Rendimento teórico (em m2/^)
Fa = Fator de aproveitamento (função do método de aplicação)
Fa = 100 - Perdas 100

Método Perdas médias Fator de aproveitamento

Pincel 10 a 20% 0.8 a 0.9


Rolo 10 a 30% 0,7 a 0,9
Pistola Convencional 30 a 50% 0,5 a 0,7
Pistola Air Less 10 a 30% 0,7 a 0,9

Nesta Tabela acima podemos observar o método aplicado durante a pintura, assim como
porcentagem de perda média e dentro desta média seu fator de aproveitamento.

Condições de fatores de perdas de tintas durante a aplicação dependem:

• Do método de aplicação;
• Das condições de aplicação como: altura em relação ao solo; velocidade dos ventos; se
a pintura está sendo aplicada sobre andaimes ou no carrinho;
• Da geometria das peças; ( se são mais adequadas ou não ao processo escolhido)
• Do estado de corrosão da superfície;
• Do preparo da superfície (rugosidade);
• Da uniformidade da película (espessura);
• Do treinamento e conscientização do pintor;
• Do tipo de tinta (mono ou bicomponente).

Os fatores de aproveitamento da tabela acima levam em consideração todas estas


perdas e outras não abordadas e conduzem a resultados satisfatórios. Logicamente se
alguma perda for exagerada por acidente, o fator fica menor e as estimativas falham. Mas
em geral os fatores são razoáveis e servem como balizamento para as primeiras
compras. Depois, cada empresa pode e deve fazer suas próprias estimativas estabelecer
seus próprios fatores, tentando sempre diminuir o consumo de tinta e os respectivos
gastos financeiros.

Importante: é melhor sobrar um pouco de tinta no final da pintura do que faltar, por que
sempre há oportunidade de usar a tinta que sobrou em outra estrutura ou equipamento. A
falta acarreta problemas maiores por: atraso na entrega da obra, ociosidade da mão de
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obra até o recebimento da quantidade que faltou, dificuldade de conseguir pequenas
quantidades para complemento de obra, tonalidade diferente do restante, atraso no
recebimento do pagamento, etc.

Exemplo de cálculo utilizando a tabela acima:

Se a tinta será aplicada à pistola convencional e o SV = 47% e a espessura seca da


película é de 25 um, o rendimento prático será:

RT = 47 x 10 / 25 = 18,8 m2^
Pistola convencional: estimam-se as perdas médias em torno de 40%, o fator fica 100 -
40 / 100 = 0,6
Portanto multiplicando-se o rendimento teórico (18,8) por 0,6 teremos o rendimento
prático = 11,28 m2/ l , que é um valor razoável.

Rendimento real
O rendimento real é aquele que é constatado no final da pintura, quando se
mede a área pintada e verifica-se o consumo total de tinta efetivamente realizado.
Cálculo da quantidade de tinta a ser comprada
Para a compra de tintas o cálculo é elaborado levando em conta: área a ser
pintada; o volume de sólidos da tinta; a espessura da película seca especificada;
o método de aplicação e o número de demãos.

QT = Área = m2 Rp m2

Exemplo:
Área a ser pintada: 2.000 m2
Tinta: sólidos por volume: 47 % (dado obtido na respectiva ficha técnica da tinta)
Espessura da película seca por demão: 25 [im (dado obtido na respectiva ficha
técnica da tinta)
Método de aplicação: pistola convencional
Número de demãos: 2 (dado obtido nas tabelas de sistemas de pintura)

Cálculo:
Rt = 47 x 10 / 25 = 18,8 m2tf
Rp = 18,8 x 0,6 = 11,28 m2/*
Qt = 2.000 / 11,28 = 177,3t : . 177,3 x 2 = 354,6i : . 354,6 / 3,6 = 98,5 galões

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Portanto, para pintar os 2.000 m2 à pistola em duas demãos com uma tinta com sólidos
por volume de 47% e espessura da película seca de 25um, serão necessários 354,6 litros
da tinta ou 98,5 galões.

Cálculo da quantidade de diluente a ser comprado

É muito comum a compra somente da tinta e o esquecimento do diluente. Quando se


calcula a quantidade de tinta, automaticamente já está calculada a quantidade de
diluente, pois as fichas técnicas trazem a informação do tipo de diluente indicado e a sua
proporção em volume. No exemplo acima, se a ficha técnica da tinta informasse que a
proporção de diluição é 15 %, haveria necessidade de adquirir 14,8 galões ou 53,28 litros
do diluente indicado. Arredondando, seriam 50 litros de diluente. Neste cálculo já estão
incluídas as quantidades necessárias para diluir a tinta e para a limpeza dos
equipamentos de pintura. A grande vantagem das tintas à base de água é que não
necessitam de diluentes. Para diluir estas tintas, é só utilizar a água da rede.
Logicamente que se não houver água tratada por perto da obra, neste caso, é necessário
adquirir água limpa, para não contaminar as tintas. Custo por
metro quadrado na compra de tintas de corrosão, nem de coloridos, sendo, portanto de
menor custo. Deve ter a mesma qualidade das demais tintas do esquema.Tinta de
acabamento ou esmalte

Um exemplo de como a compra de tinta apenas levando em conta o preço por litro ou por
galão pode ser enganosa e resultar em prejuízos.

Preço por litro


Sólidos por volume (SV)
Espessura por demão (EPS) Rendimento teórico

CUSTO por um Rendimento teórico m2Ur


Tinta A Tinta B
R$ 60,00 R$ 64,00
30% 40%
25um 25um
12m² 16m²
R$ 6,00 m² R$ 4,00m²

Tabela comparativa de custo da pintura em função do preço da tinta líquida e do


rendimento teórico

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Portanto é necessário determinar o custo da pintura em termos de custo por metro
quadrado, pois no exemplo acima, a tinta A parecia ser mais barata, porém, quando
calculamos o preço por área pintada (R$/m2) constatamos que é mais cara.

Estudando porcentagens:

Porcentagem é a proporção de uma divisão em uma medida total.

Ex: Uma maça foi dividida em 5 partes, cada parte tem 20% de um total da maçã.

Utilizando na aplicação de Pintura industrial.

Um galão de 3,6 litros, onde precisamos para dissolver, 20% de adição de solvente do
total da medida existente dentro do galão, desta forma precisamos adicionar? 720ml de
solvente para obtermos a quantidade necessária para aplicação de pintura proposto pelo
esquema de pintura.

Ex; 3,6 litros


20% de 3.6 litros = 720ml

Estudando Frações.

Aprenda a utilizar a fração.

Fração é a representação da parte de um todo (de um ou mais inteiros), assim, podemos


considerá-la como sendo mais uma representação de quantidade, ou seja, uma
representação numérica, com ela podemos efetuar todas as operações como: adição,
subtração, multiplicação, divisão, potenciação, radiciação.

Dessa forma, toda fração pode ser representada em uma reta numerada, por exemplo, 1/2
(um meio) significa que de um inteiro foi considerada apenas a sua metade, portanto,
podemos dizer que em uma reta numerada a fração 1/2 estará entre os números inteiros 0 e
1.

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Por ser uma forma diferente de representação numérica, a fração irá possui uma
nomenclatura específica e poderá ser escrita em forma de porcentagem, números decimais
(números com vírgula) e números mistos.

Assim, podemos concluir que o surgimento do número fracionário veio da necessidade de


representar quantidades menores que inteiros, por exemplo, 1 bolo é um inteiro, mas se
comermos um pedaço, qual seria a representação numérica que esse pedaço e o resto do
bolo representaria? Foi a necessidade de criar uma representação numérica para as partes
de um inteiro que proporcionou o surgimento dos números fracionários que iremos estudar
nesta seção.
Unidades de Volume

Múltiplos e Submúltiplos

Na tabela acima vemos os múltiplos de Litro e Grama, unidade de medidas.

Aprenderemos a seguir como converter sua unidade de medida.

Transformação de unidades de medida em Mililitro, ou ML.

Na transformação de unidades de capacidade, no sistema métrico decimal, devemos


lembrar que cada unidade de capacidade é 10 vezes maior que a unidade
imediatamente inferior.

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Observe a seguinte transformação:

 transformar 3,19 l para ml.

kl hl dal l dl cl ml

Para transformar l para ml (três posições à direita) devemos multiplicar por 1.000
(10x10x10).

3,19 x 1.000 = 3.190 ml


Agora estudaremos a Conversão em Gramas ou Kilos

A Grama muitas vezes é identificada em massa.

Cada unidade de massa é 10 vezes maior que a unidade imediatamente inferior.

Observe as seguintes transformações:

 Transforme 4,627 kg em dag.


 Para transformar kg em dag (duas posições à direita) devemos multiplicar por
100 (10 x 10).
 4,627 x 100 = 462,7
 Ou seja:

Transformação de unidades

Cada unidade de massa é 10 vezes maior que a unidade imediatamente inferior.

Observe as seguintes transformações:

 Transforme 4,627 kg em dag.

kg hg dag g dg cg mg

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Para transformar kg em dag (duas posições à direita) devemos multiplicar por 100 (10
x 10).

4,627 x 100 = 462,7

Ou seja:

4,627 kg = 462,7 dag


Observação: em algumas situações você pode encontrar os termos "peso bruto" e "peso
líquido", que significam:

Peso bruto: peso do produto com a embalagem.


Peso líquido: peso somente do produto.

1.2 - Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança do trabalho (QSMS)

EPI: Equipamento de Proteção Individual

EPC: Equipamento de Proteção Coletivo

Certificação de EPI.

CA
Certificado de Provação, aprovado pelo Inmetro e pelo Ministério do Trabalho.

CE
Alguns EPI tem CE que significa Certificação Europeia, emitido por autoridades
Europeias para sua comercialização e aprovação por Ester órgãos.

Inmetro
Alguns EPI’s são como cinto paraquedista fita abs e trava-quedas são certificados pelo
Inmetro, instituto de metrologia,

Porque o uso de EPI é importante


O EPI é importante para proteger os profissionais individualmente, reduzindo qualquer
tipo de ameaça ou risco para o trabalhador. É obrigação dos supervisores e da empresa
garantir que os profissionais façam o uso adequado dos equipamentos de proteção
individual.

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A utilização dos Equipamentos de Proteção Individual é estabelecida pela (Norma
Regulamentadora) NR6 e deve ser seguida com critério para garantir a segurança de
todos os trabalhadores da Indústria que estejam sujeitos a riscos, além de preservar a
empresa contra multas. Por isso mesmo, a utilização de EPIs é uma das principais
estratégias para redução de acidentes de trabalho.

Neste artigo, você vai entender melhor quais são os EPIs indispensáveis para a Indústria
e receber dicas para escolher os ideais para as suas necessidades.

As vestimentas NR10 são destinadas a profissionais que lidam com risco de incêndio e
descargas elétricas. Ideais para eletricistas, elas abrangem um leque amplo de itens,
como calças, macacão e camisas. Como muitas vezes utilizado junto a equipamentos
alimentados por eletricidade, como compressores e bombas airless elétricos.

O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é toda ferramenta ou produto, que tem por
finalidade garantir a saúde e proteção do trabalhador, evitando assim consequências
graves caso este sofra algum tipo de acidente em seu posto de trabalho. Estes
equipamentos podem ser óculos, jalecos, luvas, sapatos de proteção, capacetes etc.

São diversas profissões que necessitam do uso do EPI, como mecânicos, ferramenteiros,
eletricistas, serralheiros, soldador, trabalhadores de laboratório, marceneiros, forneiros,
entre outros. Para que uma empresa possa oferecer os melhores equipamentos para
seus funcionários, é de extrema importância que seja elaborado um estudo de risco
ocupacional. Como explicam Nádia da Silva e Paulo Antonio da Silva, ambos diretores
comerciais da EPI Express, existem diversas outras situações em que o uso do EPI é
necessário. “Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra riscos, ou doenças causadas pela profissão”, explicam eles.

A pessoa responsável por regulamentar e orientar a empresa junto com seus


funcionários, sobre o uso dos equipamentos de proteção é o técnico de segurança no
trabalho. É ele que detém o conhecimento sobre normas técnicas e procedimentos de
segurança e questões envolvendo a saúde ocupacional. “Ele é um profissional
especialista na segurança do trabalho, e é regulamentado pela portaria nº3214 do
ministério do

Trabalho, de 08 de junho de 1978. É ele quem faz todo o controle de uso e compra de
EPIs, além de todos os outros procedimentos de segurança como liberação de trabalhos
de risco como os feitos em altura, ou com produtos químicos”, conta Antonio da Silva,
que também é técnico em segurança do trabalho.

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Caso haja a danificação ou perda de um EPI, é de responsabilidade da empresa substituí-
lo imediatamente. Porém, é de responsabilidade do empregado zelar pelo bom estado do
equipamento, utilizando-o somente para o fim a que foi destinado, além de ser de sua
responsabilidade comunicar qualquer alteração em sua estrutura que o torne impróprio
para o uso.

Todo Equipamento de Proteção Individual de fabricação nacional ou importado, antes de


sua comercialização, deve passar por uma série de testes para garantir sua qualidade
que é indicado pelo Certificado de Aprovação (CA). Entretanto, todo equipamento possui
uma vida útil, que gira em torno de cinco anos, dependendo do estado em que é
armazenado, sem que nunca tenha sido feito seu uso.

Conhecendo EPI utilizado por pintores industriais:

Proteção auditiva – Protetores auriculares - Abafadores


O Ministério do Trabalho estipula que 85 decibéis é o limite de exposição a que o
trabalhador pode ser submetido em uma expediente de oito horas. Contudo, o ruído
exposto a quem trabalha na Indústria pode ultrapassar muito essa marca. Por isso,
a proteção auditiva é indispensável.

Proteção respiratória
A proteção respiratória é importante em diversos cenários. A escolha do modelo ideal
precisa considerar as seguintes questões: Conforto, Proteção alcançada, Mobilidade,
Riscos de atmosfera utilizada.

Tipos de proteção alcançada em mascaras descartáveis

As máscaras descartáveis também são conhecidas como Peças Faciais Filtrantes, PFF,
e são divididas entre:

 PFF1 (contra poeiras e névoas não tóxicas);


 PFF2 (contra partículas finas e névoas tóxicas);
 PFF3 (partículas finíssimas e radio-nuclídeos).

No caso dos respiradores semifaciais, observam-se os filtros e cartuchos específicos


para cada tipo de exposição.

Vestimenta
A proteção corporal precisa ser considerada em todas as etapas e processos da
Indústria. Esse cuidado precisa ser levado a sério desde a escolha dos uniformes à
proteção contra agentes químicos e físicos em trabalhos mais delicados.

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Vestimentas para proteção química
Disponíveis em modelos de macacão de tecido ou taivek ou ainda avental, esse tipo de
vestimenta protege contra diferentes materiais. Contudo, é preciso examinar a
especificação de cada item para identificar a quais agentes ele é resistente, além do

tempo de exposição que pode suportar. Um exemplo é o avental de proteção


modelo Barbeiro da Dupont, que protege contra 42 ameaças químicas por até 30
minutos.

Vestimentas em raspa
Esse tipo de vestimenta é elementar para o trabalho com solda.O trabalhador precisa
utilizar diversos artigos,como blusão ou avental, mangotes, perneiras, touca árabe, entre
outros. Mas algumas vezes pode ser adotado quando utilizado junto ao uso de esmeril
manual ou de bancada.

Calçados de segurança
A inclusão ou não de biqueira depende do risco do trabalho para os pés em cenários com
possibilidade de queda de objetos pesados, por exemplo, ela é primordial. Com
numeração de CA.

Luvas de segurança
As luvas são proteção fundamental contra diversos fatores químicos e físicos e atuam,
especialmente, como proteção térmica e química. Luvas de malha pigmentada, Luvas de
raspa, Luvas de Malha coberta por material plástico, Luvas de couro ou com proteção de
aço para trabalhos próximos a jateamento.

Proteção para a cabeça


Os capacetes, em especial, reservam uma série de particularidades. Uma das mais
importantes é a classificação: eles podem pertencer à classe A (proibidos para trabalhos
que envolvam energia elétrica) e classe B (com isolamento elétrico). Modelos de proteção
para cabeça, capacetes com ou sem abas, dependendo do segmento utilizado, touca de
proteção.

Proteção em altura
A proteção em altura não diz respeito somente à manutenção em prédios. Ela é
obrigatória para qualquer atividade executada acima de dois metros de altura com risco
de queda. Na Indústria, situações como essa são comuns, como durante a manutenção
de maquinário, e exigem proteção completa. Como uso de talabartes, sistema de
restrição de quedas e Trava-quedas anexado ao cinto de proteção em altura, como
modelo de 5 pontos, modelo paraquedista.

21
Proteção ocular e facial
Proteção ocular e facial é necessária em diversos ambientes e em várias funções. Ela é
obrigatória para trabalhadores que estejam expostos a partículas volantes, radiação —
ultravioleta ou infravermelha —, excesso de luminosidade e respingos químicos.

Confira alguns detalhes em que é preciso estar atento:

 Ao tipo de lente dos óculos de segurança: a transparente é para situações com


luminosidade normal, a amarelada é para ambientes com pouca luminosidade e a
escurecida — cinza ou verde — é para alta luminosidade;
 É possível utilizar o equipamento sobre óculos graduados: os óculos de
sobreposição são ideais para pessoas que precisam utilizar óculos de grau no dia
a dia;
 A combinação com máscaras facial de acrílico: utilizadas em combinação com os
óculos, elas trazem acréscimo de proteção para rosto, pescoço e orelhas do
trabalhador.

Em áreas de difícil acesso deve se utilizar EPI específico para cada grau de risco
existente em seu ambiente original, como em especo confinado ou com Trabalho em
altura sem uso de escadas ou andaimes, com utilização de Técnicas de IRATA, onde a
utilização do EPI é especifico a sua finalidade e aprovação por sua área.

1.3 - Corrosão

Dentre as medidas protetivas utilizadas contra corrosão a aplicação de revestimento de


tinta sobre a superfície é a medida mais eficaz, isolando desta forma a superfície do meio
corrosivo. Dentre diferentes tipos de trabalho a pintura industrial tem sua importância
prima, pois impedi que sejam trocados equipamentos com frequência maior que o
determinado assim como protege de forma ampla ambientes e estruturas do meio
ambiente agressivo a estes equipamentos, como o intempérie.

Desta forma a manutenção de pintura tem seu destaque muito acentuado, assim como a
inspeção de pintura determinado seu resultado final aceitável ou não.

Conceitos básicos
Corrosão pode ser definida como sendo a deterioração que ocorre quando um material
(normalmente um metal) reage com seu ambiente, levando à perda de suas
propriedades.
O processo de corrosão pode ser visto como sendo o inverso da metalurgia extrativa. No
processo siderúrgico, muita energia é gasta para transformar óxido de ferro em um
22
produto final. O minério de ferro entra no alto-forno tanto na forma sinterizada quanto
bitolada, e em conjunto com o coque metalúrgico, fundentes e ar insuflado, forma uma
liga impura conhecida como ferro-gusa. O ferro-gusa é processado, em seguida, na
aciaria, onde os teores de certos elementos químicos são reduzidos (como carbono, o
silício, o fósforo e o enxofre) e outros elementos são adicionados, para conferir certas
propriedades ao aço. A liga é, em seguida, conformada em chapas, perfis, etc. A
corrosão é o processo inverso ao da siderurgia, ou seja, o ferro retorna de forma
espontânea aos óxidos que lhe deram origem. Reações: Siderurgia

Corrosão
O processo de corrosão por outro lado, leva o metal à sua forma oxidada:
Fe + 3 02 + 2 H20 -> 2 Fe203 . H20 (ferrugem)

Como se observa na reação de corrosão, é imprescindível a presença de oxigênio e


água. O oxigênio está no ar atmosférico (constituído, aproximadamente, por oxigênio
(20%), nitrogênio (79%) e quantidades ligeiramente variáveis de vapor d'água, dióxido de
carbono, argônio e outros gases nobres) e a água pode estar na forma líquida ou de
vapor. A simples umidade relativa do ar fornece a água necessária para que a reação se
realize. Pode-se dizer que os alimentos básicos da corrosão são: o oxigênio e a água.

“Corrosão” é um termo químico bastante empregado no cotidiano para se referir ao


processo de destruição total, parcial, superficial ou estrutural de determinado
material causado pela ação do meio.

Geralmente, quando se fala nesse assunto a primeira coisa que vem à nossa mente é a
corrosão de metais, principalmente a do ferro, gerando a ferrugem. No entanto, outros
materiais podem sofrer corrosão, tais como os polímeros e as estruturas feitas de
concreto armado.

Realmente, a corrosão está muito presente em nossa sociedade e representa grandes


perdas econômicas, pois todo tipo de corrosão está relacionada à diminuição do tempo
de vida de um material.

Existem três formas do meio agir sobre o material, degradando-o; por isso, a corrosão é
classificada em: eletroquímica, química e eletrolítica.

23
 Corrosão eletroquímica:

Esse é o tipo de corrosão mais comum, pois é a que ocorre com os metais, geralmente
na presença de água. Ela pode se dar de duas formas principais:

Quando o metal está em contato com um eletrólito (solução condutora ou condutor


iônico que envolve áreas anódicas e catódicas ao mesmo tempo), formando uma
pilha de corrosão.

Exemplo: A formação da ferrugem é um exemplo de corrosão eletroquímica. O ferro se


oxida facilmente quando exposto ao ar úmido (oxigênio (O2) e água (H2O)). Essa
oxidação resulta no cátion Fe2+, formando o polo negativo (que perde elétrons) da pilha:

Ânodo: Fe(s) → Fe2+ + 2e-

Entre os vários processos de redução que podem ocorrer a mais significativa é a da


água:

Cátodo: 2H2O + 2e– → H2 + 2OH–

Enquanto os cátions Fe2+ migram para o polo negativo (cátodo), os ânions OH- migram
para o polo positivo (Ânodo) e ocorre a formação do hidróxido ferroso (Fe(OH)2).

Na presença de oxigênio, esse composto é oxidado a hidróxido de ferro III (Fe(OH) 3), que
depois perde água e se transforma no óxido de ferro (III) mono-
hidratado (Fe2O3 . H2O), que é um composto que possui
coloração castanho-avermelhada, isto é, a ferrugem que
conhecemos:

 Corrosão Química:

É o ataque de algum agente químico diretamente sobre


determinado material, que pode ou não ser um metal. Ela não
precisa da presença de água e não há transferência de elétrons
como na corrosão eletroquímica.

Exemplos:

* Solventes ou agentes oxidantes podem quebrar as macromoléculas de polímeros


(plásticos e borrachas), degradando-os;

24
* O ácido sulfúrico corrói o zinco metálico;

* Concreto armado de construções pode sofrer corrosão com o passar do tempo por
agentes poluentes. Em sua constituição há silicatos, aluminatos de cálcio e óxido de ferro
que são decompostos por ácidos, como mostrado na reação a seguir:

 Corrosão eletrolítica:

É um processo eletroquímico que ocorre com a aplicação externa de uma corrente


elétrica. Esse processo não é espontâneo, ao contrário dos outros tipos de corrosão
mencionados acima. Quando não há isolamento ou aterramento, ou estes estão com
alguma deficiência, formam-se correntes de fuga, e quando elas escapam para o solo
formam-se pequenos furos nas instalações.

Exemplos: Isso acontece em tubulações de água e de petróleo, em canos telefônicos e


de postos de gasolina

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Identificando Corrosão

Corrosão generalizada

Corrosão uniforme
Corrosão uniforme é aquela que ocorre quando o aço está exposto ao
ar atmosférico e sofre a ação da umidade e do oxigênio. A corrosão
desta maneira acontece em toda a extensão da superfície com perda
uniforme da espessura com formação de escamas de ferrugem. Pode
ser chamada também de corrosão generalizada, mas segundo o Prof.
Vicente Gentil este termo não é corretamente aplicado pois pode-se ter
também corrosão por pites ou alveolar de maneira generalizada por toda a superfície
metálica.

Corrosão localizada (Corrosão por placas)


Corrosão por placas é aquela em que a ocorrência
se manifesta em regiões da superfície metálica e
não em toda a sua extensão, formando placas com
escavações. Corrosão por placas Corrosão
alveolar A corrosão alveolar ocorre produzindo
sulcos ou escavações semelhantes à alvéolos,
apresentando fundo arredondado e profundidade
geralmente menor do que o seu diâmetro.

Corrosão alveolar (Corrosão por pites ou puntiformes)


A corrosão por pites ou também chamada de puntiforme ocorre em pontos ou em
pequenas áreas localizadas na superfície metálica produzindo cavidades que apresentam
profundidade geralmente maior do que seu diâmetro. Estas cavidades são chamadas em
inglês de "pitting" e
traduzidas para o
português ficaram
pites. O problema
maior deste tipo de
corrosão é que
dependendo da
espessura da
chapa, podem apresentar perfurações que atravessam a espessura.

26
Corrosão em frestas
Se há uma fresta na junção de duas peças de aço e o
eletrólito e o oxigênio conseguem penetrar, forma-se uma
célula de oxigenação diferenciada. A diferença de
concentração de oxigênio produz corrosão. Justamente
onde a quantidade de oxigênio é menor, isto é, no interior
da fresta, por causa da dificuldade de acesso para o
oxigênio, a área é anódica e o ferro passa para a solução
na forma de íons. Na área externa, há maior concentração de oxigênio e água e por isso
esta parte se comporta como catodo e não sofre corrosão. Já na área intermediária, entre
o anodo e o catodo há a formação da ferrugem.

Corrosão em Pites

Em torno da solda

Acima estão as formas de corrosão mais encontradas em


meio ambiente industrial, mas abaixo teremos algumas
citação de outros tipos de corrosão encontradas em meio
ambiente cotidiano.

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Influenciam diretas sobre o meio ambiente e aceleradores ou retardadores de
Corrosão

Temperatura
A temperatura influi na corrosividade, porque há menor possibilidade de condensação da
umidade do ar quando a temperatura ambiente é alta. Quando a temperatura é baixa há
maior possibilidade de condensação e de adsorção de gases ácidos e corrosivos. Sendo
desta forma cria-se uma película úmida sobre a superfície que interage diretamente na
estrutura, criando o que nós conhecemos como oxido ferroso. Que é o princípio da
ferrugem que avança e cria uma corrosão, dependendo do nível de comprometimento da
superfície.

Atmosferas agressivas
Vamos considerar atmosferas agressivas, as que contém poluentes e névoas salinas.
Como poluentes, podemos citar os vapores, os gases e as poeiras não naturais. Os
agentes agressivos mais importantes em cada ambiente são: Sol, chuva, umidade e
poeiras do solo são agentes naturais e mesmo em ambiente rural eles sempre estarão
presentes.
A fuligem é uma poeira originada na queima de combustíveis (um pó preto). Sua ação
corrosiva é devida à higroscopicidade das partículas e ao caráter ácido da poeira, que é
resultante da queima de compostos contendo enxofre. Na fuligem produzida pela queima
de óleo diesel e óleo combustível, é encontrado resíduo de ácido sulfúrico.
O SO2 (Dióxido de enxofre ou anidrido sulfuroso) é um gás produzido na
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queima de compostos de enxofre contido nos combustíveis como o diesel e o
óleo BPF.

O SO2, em presença de oxigênio do ar atmosférico e de alguns metais como o Vanádio,


que está na composição do aço, se transforma em SO3, que dissolvido em água gera
ácido sulfúrico. Por isso em meios industriais e centros de cidades com tráfego intenso de
ônibus e de caminhões e muitas caldeiras de indústrias, de hotéis, e de hospitais, há a
chamada chuva ácida.

Meio Agentes Agressivos


Rural Sol, Chuva, Umidade e Poeira do solo (baixos teores de
poluentes)
Urbano Sol, Chuva, Umidade, Fuligem e SO2 (depende da intensidade
do tráfego)
Industrial Sol, Chuva, Umidade, Fuligem, Poeira de produtos químicos e
gases (SO2, CO2 e H2S)
Marítimo Sol, Chuva, Umidade, Poeira de areia e Névoa salina
(predomina o Cloreto de sódio - NaCl)

1.4 - FUNDAMENTOS DA PINTURA INDUSTRIAL

RAMOS DA PINTURA

O termo genérico pintura pode ser estendido a três ramos da atividade humana;

A. Pintura artística
B. Pintura arquitetônica
C. Pintura industrial.

A pintura artística é aquela em que o uso das tintas e das cores tem a finalidade de
expressar uma arte. Esta pintura é, portanto, exercida pelos artistas, que usam na
execução de quadros, painéis, murais, etc.

A pintura arquitetônica é aquela em que o uso das tintas e das cores tem a finalidade de
tornar agradáveis os ambientes. É usada na construção civil, e não obstante possa ter
também finalidade protetora, visa fundamentalmente o embelezamento das superfícies
revestidas.

A pintura industrial é aquela cuja finalidade principal é a proteção anticorrosiva.


Apresenta porem, outras finalidades complementares, tais como;

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1. Estética: torna a apresentação agradável;
2. Auxilio na segurança industrial;
3. Impermeabilização;
4. Diminuição da rugosidade;
5. Facilitar a identificação de fluidos em tubulações ou reservatórios;
6. Impedir a aderência de vida marinha no casco das embarcações e boias;
7. Permitir mais ou menos absorção de calor;
8. Identificação promocional.

Tipos de Pintura Industrial

Pintura industrial de fabricação em serie: É aquela cuja aplicação das tintas é feita por
meio de instalações fixas, tais como cabines de jateamento abrasivo ou banhos de
soluções químicas, para limpeza e condicionamento de superfície, cabines de aplicação e
estufas.

Pintura industrial de campo: É aquela cuja aplicação das tintas é feita por meio de
instalações moveis, tais como maquinas para jateamento abrasivo, pistolas ou outros
equipamentos para a aplicação das tintas.

Dentre as técnicas de proteção anticorrosiva existentes, a aplicação de revestimentos por


pintura é, sem dúvida alguma, uma das mais utilizadas e difundidas, principalmente na
proteção do aço. Isto não quer dizer que ela seja a melhor ou a mais eficiente. O que se
procura fazer na prática é selecionar a técnica mais adequada de proteção, em função
das condições de exposição e de trabalho dos equipamentos e das estruturas em geral.
Ainda assim, em algumas situações, há necessidade de se utilizar uma combinação de
diferentes técnicas, como por exemplo, proteção catódica + pintura e revestimentos
metálicos (ex.: aço zincado por imersão a quente) + pintura, com o objetivo de
proporcionar melhor proteção anticorrosiva ao substrato e diminuir os custos de
manutenção. Todos visualizarão diversos modelos a frente ainda mais amplos. Como
técnica de proteção anticorrosiva, a pintura possui uma série de características
importantes, tais como facilidade de aplicação e de manutenção, relação custo/benefício
atraente e ainda pode proporcionar ainda maior utilização e longa vida útil do material ou
maquinário.
É muito comum definir-se o termo pintura como sendo o processo de revestimento de
uma superfície por meio de tintas. Ele pode ser estendido a três ramos da atividade
humana, a saber:

Pintura artística: É aquela em que a utilização das tintas tem a finalidade


de expressar uma arte e consiste, principalmente, na criação de quadros e murais;

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Pintura arquitetônica: É utilizada na construção civil para fins estéticos e
para tornar o ambiente agradável. Ninguém se sentiria feliz trabalhando num
ambiente em que as paredes fossem pintadas, por exemplo, nas cores preta
ou vermelha. Na construção civil, a pintura, além dos efeitos estéticos/ decorativos,
também exerce efeitos de proteção ao melhorar a resistência
do concreto à permeação de íons agressivos, o que reduz a possibilidade de
ocorrência de corrosão nas armaduras de aço.

Pintura industrial: Neste caso, uma das propriedades mais importantes da pintura é a
proteção anticorrosiva, Obviamente que, além do aspecto de proteção, a pintura;: pode
proporcionar outras propriedades em paralelo, como aquelas citadas no item anterior
(sinalização, estética. impermeabilização,etc.)
Como técnica de proteção anticorrosiva, a pintura possui uma série de características
importantes, tais como facilidade de aplicação e de manutenção, relação custo/benefício
atraente e ainda pode proporcionar, outras propriedades adicionais, como por exemplo:
Neste caso o objetivo é tornar o ambiente agradável; A sinalização de estruturas ou de

equipamentos; A identificação de fluidos em tanques ou tubulações; A auxílio na


segurança industrial.

Algumas finalidades utilizadas na área de Pintura Industrial


Forma de impedir a incrustação de microrganismos nos cascos das embarcações:
A aplicação das chamadas tintas anti-encrustantes ou "antifoiling" nos cascos das
embarcações evita a incrustação de micro-organismos marinhos nos mesmos, o que
contribui para evitar o consumo excessivo de combustível e aumentar a durabilidade da
proteção anticorrosiva; Permitir maior ou menor absorção de calor: através do uso correto
das cores das tintas pode-se, por exemplo, reduzir as perdas por evaporação em tanques
de combustível. A cor branca é a mais indicada para esta finalidade. Já a cor preta é
recomendada para os casos em que há necessidade de uma maior absorção de calor;
Impermeabilização: na construção civil, por exemplo, a pintura pode ser utilizada não só
para fins estéticos mas também para auxiliar na impermeabilização do concreto, a fim de
evitar a permeação de íons agressivos para o interior do mesmo, reduzindo assim a
possibilidade de corrosão das armaduras de aço; Diminuição da rugosidade superficial:
A pintura pode ajudar a diminuir a rugosidade superficial, para facilitar o escoamento de
fluidos; Identificação de falhas em isolamento térmico de equipamentos: através da
utilização de tintas indicadoras de temperatura pode-se detectar a presença de falhas no
isolamento térmico de equipamentos, uma vez, que nos locais dc falhas do mesmo, a
pintura muda de cor.

31
Propriedades fundamentais dos revestimentos por pintura:
Neste item serão apresentadas, de forma resumida, algumas propriedades físico-
químicas importantes para a durabilidade dos revestimentos por pintura, principalmente
no que diz respeito ao aspecto da proteção anticorrosiva.

Aderência
Esta é uma das propriedades mais importantes para que um revestimento por
pintura apresente o desempenho esperado. Vale, contudo, ressaltar que a aderência não
é um ensaio de desempenho e sim uma propriedade desejável para os revestimentos por
pintura. O fato de um revestimento por pintura apresentar um valor inicial de aderência
alto não quer dizer que ele vai conferir uma boa proteção anticorrosiva ao substrato.
Existem outros fatores que interferem diretamente na durabilidade dos revestimentos.
Contudo, se a aderência inicial for baixa ou insatisfatória, uma série de problemas
poderão ocorrer1. Por exemplo, sobre condições de imersão ou de exposição à alta
umidade poderá ocorrer empolamento (aparecimento de bolhas) no revestimento. Se
este for exposto ao intemperismo natural, à ação da radiação solar e sujeito aos

processos naturais de dilatação e contração, o descascamento do mesmo poderá


ocorrer. Um dos fatores mais importantes para obter uma boa aderência dos
revestimentos por pintura aos substratos, sem dúvida alguma, é a preparação da
superfície. Trata-se de uma etapa que visa remover os contaminantes da superfície (ex.:
óleos, graxas, sais, produtos de corrosão e pintura envelhecida), que são extremamente
prejudiciais ao desempenho dos revestimentos, principalmente em relação à proteção
anticorrosiva, e criar condições adequadas para a aderência dos mesmos aos substratos.
Vale ainda ressaltar que as propriedades físico-químicas das tintas também podem
influenciar na aderência destas aos substratos. Por exemplo, é sabido que as resinas
com maior número de grupamentos polares tendem a melhorar a aderência das tintas
nos substratos metálicos. Existem, basicamente, três mecanismos pelos quais os
revestimentos por pintura podem aderir aos substratos metálicos, a saber:

Aderência Química: Ocorre quando a tinta reage quimicamente com "substrato


metálico”. Um exemplo típico é a aderência que ocorre quando se aplica o "wash-primer"
(tinta condicionadora de aderência que contém em sua composição, dentre outros
constituintes, ácido fosfórico, cromato de zinco) sobre superfícies de aço galvanizado. A
reação química do ácido fosfórico com o revestimento de zinco, de forma conjunta com o
cromato de zinco e com a resina, conduz à conversão superficial do metal fazendo com
que uma fina camada de tinta fique aderida quimicamente ao substrato. O mecanismo
básico da reação de conversão do revestimento de zinco, pela aplicação do "wash-
primer". É bastante complexo e por esta razão não será aqui discutido.
32
Aderência Polar: neste caso, a aderência ocorre devido à atração entre grupos polares
das moléculas da resina com grupos polares, de carga oposta, do substrato. Por isso, a
tendência é que quanto maior for o número de grupos polares na resina melhor será a
aderência polar dos revestimentos aos substratos metálicos. Por exemplo, as resinas
epoxídicas possuem excelente aderência aos substratos de aço carbono. Um dos fatores
que contribui para isso é a presença de grupos hidroxila (OH) na estrutura da resina
epóxi. É importante destacar que somente a aderência polar pode não ser suficiente,
em muitos casos, para garantir uma boa durabilidade aos revestimentos por pintura, pois
as forças envolvidas são fracas e com isso as ligações podem ser destruídas com maior
ou menor grau de dificuldade, em função das condições de exposição dos revestimentos.

Aderência Mecânica: este tipo de aderência está baseado na rugosidade superficial do


substrato. Neste sentido, a limpeza das superfícies metálicas por meio de jateamento
abrasivo é uma das formas mais eficientes para se obter boa aderência mecânica dos
revestimentos aos substratos, principalmente metálicos. Além de propiciar excelentes
condições para a aderência mecânica, a limpeza por meio de jateamento abrasivo
contribui para aumentar a área superficial do substrato, o que aumenta o número de
locais para o estabelecimento de ligações polares. Portanto, a associação destes dois
tipos de aderência é extremamente benéfica à durabilidade dos revestimentos por pintura.

A pintura industrial na identificação de áreas de segurança hoje é fundamental, pois


podemos saber qual tipo de maquinário esta sendo utilizado pela coloração de
tubulações ou mesmo saber qual tipo de fluido ou gases esta dentro de tal tubulação
pelas cores existentes no tubo. Hoje a norma Petrobras exige que seja identificado por
cores cada área dentro do setor industrial.

Cores de Tubulação/ Canalização: ABNT NBR 6493/ 1994


Cores de Sinalização de Segurança ABNT NBR 7195/ 1995
Modelos Usados na Aplicação de tinta no mercado Industrial NR 26

(Vermelho) Água e substâncias para combate a incêndio.

(Azul) Ar comprimido.

(Verde) Água, exceto destinada a combater incêndio.


33
(Preto) Inflamável e combustíveis de alta viscosidade (óleo
combustível, óleo lubrificante, asfalto, alcatrão, piche, etc.).

(Amarelo)Gases não liquefeitos.

(Laranja) Produtos químicos não gasosos.

(Marrom) Materiais fragmentados (minérios).

(Alumínio) Gases liquefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa


viscosidade (gasolina, querosene, solventes, etc.).

(Cinza platina) Vácuo

(Cinza médio) Eletrodutos

(Branco) Vapor

(Branco) Assinala localização de coletores de resíduos, bebedouros, áreas


em torno de equipamentos de emergência.

(Amarelo) “Cuidado!” Usado em corrimão, parapeitos, diferenças de nível,


faixas de circulação, equipamentos de transporte e movimentação de
materiais (empilhadeiras, pontes rolantes, tratores, guindastes, etc.),
cavaletes, partes salientes, avisos e letreiros.

(Preto) Identifica coletores de resíduos.

(Vermelho) Distingue e indica locais, equipamentos e aparelhos de proteção para


combate a incêndio. Portas e saídas de emergências.
(Laranja) Indica “Perigo”. Identifica partes móveis e perigosas de máquinas e
equipamentos.

(Verde) “Segurança”. Identifica porta de atendimento de urgência, caixas de


primeiros socorros, faixas de delimitações de áreas de vivência de fumante, etc.

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(Azul) Indica ação obrigatória como, por exemplo, determinar o uso de EPI
(Equipamento de Proteção Individual), ou impedir a movimentação ou energização de
equipamentos (“não acione”).

Pintura Industrial em Proteção Anticorrosiva

A pintura industrial é uma das técnicas anticorrosivas mais utilizadas e difundidas,


principalmente na proteção do aço. A maioria dos revestimentos por pintura são
orgânicos e compostos por um esquema que envolve três camadas de tintas: tinta de
fundo, tinta intermediária e tinta de acabamento. Esse esquema é desenvolvido em
função das condições de exposição e de trabalho dos equipamentos e das estruturas.

A pintura industrial é o método de proteção anticorrosiva de maior utilização na vida


moderna. Por sua simplicidade, a proteção por pintura tem sido muito utilizada
a pelo homem nas construções e em objetos confeccionados em aço.
O aço é nos tempos atuais, e foi durante todo o século, o principal material de construção
industrial, porém, devido à corrosão, só é possível o sucesso de sua utilização com o
emprego de revestimentos eficazes, destacando-se, neste caso,
o revestimento por tintas, que é um revestimento anticorrosivo normalmente orgânico,
aplicado sobre a superfície que se quer proteger, com espessuras menores que 1 mm.
As primeiras utilizações de tintas datam de 40.000 anos atrás quando os primeiros
homens pintaram nas paredes das cavernas utilizando pigmentos de ocre, hematita,
óxido de magnésio e carvão vegetal. Os indígenas brasileiros obtinham tintas da flora
nativa para ornamentar o corpo para festas, guerras e funerais ou para proteção contra
insetos: O branco da tabatinga, o encarnado do araribá, do pau-brasil e do urucu, o preto
do jenipapo e o amarelo da tatajuba. Muito se evoluiu no fim do século passado e no
início deste século, quanto à formulação das tintas, em especial a partir do
desenvolvimento dos polímeros, que se constituem em toda a base das tintas modernas.
Em todo o mundo tem-se hoje milhares de formulações de tintas diferentes, fabricadas
com uma diversidade de Matérias-primas. O bom resultado da pintura industrial
dependerá, entretanto, da observância de fatores básicos, sem os quais não haverá
proteção adequada, por longo período, a custo compatível com o valor e o tempo de vida
esperados para a estrutura . Assim, a pintura industrial necessita de criterioso estudo
para escolha do esquema de pintura mais adequado para as instalações ou
equipamentos a serem protegidos.

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Finalidade da pintura

A pintura possui uma série de características importantes para a proteção anticorrosiva,


como facilidade de aplicação e de manutenção, relação custo/benefício atraente além de
outras finalidades, tais como:

Finalidade estética: torna a apresentação agradável;


Sinalização de estruturas ou equipamentos;
Identificação de fluidos em tanques ou tubulações;
Auxílio na segurança industrial;

Impermeabilização: Pode ser utilizado para evitar a migração de íons agressivos para o
interior do concreto, pela construção civil, por exemplo;

Diminuição de rugosidade superficial: Para facilitar o escoamento de fluidos; Impedir a


aderência de vida marinha ao casco de navios e boias: Aplicação de tintas conhecidas
como anti-incrustantes, contribuindo para evitar o consumo excessivo de combustível e
aumentar a durabilidade da proteção anticorrosiva;

Permitir maior ou menor absorção de calor: através da seleção correta da cor da tinta,
como por exemplo, a cor branca é utilizada para reduzir a perda por evaporação em
tanque e a cor preta é utilizada para casos de necessidade de maior absorção de calor;

Identificação de falhas em isolamento térmico de equipamentos: Pode ser utilizada

A B C

intas indicadoras de temperatura, e onde houver falha no isolamento, a tinta mudará de


cor.

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Campos de aplicação da pintura.
A) pintura anti-incrustante em casco de navio; B) pintura em chaminé
para sinalização aérea; C) proteção anticorrosiva e identificação de
Linhas de fluidos; D) proteção anticorrosiva e finalidade estética.

Competência do profissional

Todos os empregados têm suas tarefas para fazer no dia-a-dia de trabalho, e arrumação,
limpeza e organização do local de trabalho é uma delas. A ordem, arrumação e limpeza
são fatores indispensáveis para a prevenção de acidentes e manutenção da saúde nos
locais de trabalho.

Por isso uma boa arrumação poderá prevenir vários acontecimentos indesejáveis com o
trabalhador. E mesmo significa ter livre acesso quando numa emergência de primeiros
socorros e a equipamentos de combate a incêndio venha a ocorrer, por isso as
passagens, corredores, plataformas e outros locais de saída devem estar sempre livres
de materiais que possam provocar tropeção e quedas. Para que esta arrumação
aconteça é necessário que todos se proponham a colaborar mantendo limpo e em ordem
o seu local de trabalho.

Todos os empregados podem ajudar no esforço de arrumação, fazendo o seguinte:

 Manter pisos, corredores e áreas de trabalho razoavelmente livre de itens


desnecessários, delimitando os locais com faixas, inclusive corredores;
 Determinar lugares apropriados para armazenagem de materiais, chapas, peças
que não serão utilizadas, retalhos, etc.
 Empilhando o material corretamente, máquinas de pequeno porte guardadas nos
seus devidos lugares, chaves e ferramentas acomodadas nos lugares certos e
limpos.
 Deixar livre área de extintores, ou de mangueiras de incêndio.
 Limpeza de todos os equipamentos após utilização, colocação de material
utilizado em pintura de molho em solvente, para evitar desperdício de material.
 Lacrar as latas utilizadas, vazias ou mesmo com material restante.
 Fazer descarte de material em local apropriado para tal uso.
 Recolocar EPI em local apropriado para reutilização no dia seguinte.
 Limpeza de todos os equipamentos que foram utilizados, para evitar quebra de
material por falta de limpeza.
 Desligamento de disjuntores de material que foram desligados, evitando curto
circuito após expediente de trabalho.
 Repassar para encarregado possíveis erros ocorridos no decorrer do dia, para
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serem recondicionados maquinários ou equipamentos.

O bom resultado da arrumação, organização e limpeza, não são obtidos por mutirões de
limpeza, ela é o resultado de um esforço diário. Se cada empregado arrumasse pelo
menos uma coisa todos os dias, os resultados seriam surpreendentes.

Utilização Correta dos Equipamentos

Como Todos sabem é muito importante saber operar um equipamento antes de utilizar do
mesmo, por isso é imprescindível saber como manusear e operar um equipamento, como
exemplo:Imagine um operador de equipamento Airless, com potência de 110V sendo
instalado em uma tomada de 220V, causaria um prejuízo de queima e muitas vezes
atraso em andamento de trabalho.
Poderia citar diversos problemas causados por mau manuseio de operador, como usar a
pistola sem filtro ou usar o tanque de pressão sem um recipiente de tinta do mesmo.

Então antes de operar um equipamento leia o manual de instruções, assim como siga
todas as recomendações do fabricante, e caso ainda tenha duvida comunique ao seu
encarregado para que o mesmo possa prover treinamento adequado para manuseio do
mesmo.

Clareza na Comunicação da Equipe


Sempre é Importante termos muito clareza na comunicação da equipe, desde passando
na comunicação da chefia ao encarregado e do encarregado ao corpo operacional.

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Pois desta forma saberemos como operar de forma plena organizada e otimizada,
diminuindo o prazo na execução dos trabalhos, assim como de forma segura na
execução de todas as tarefas passadas.
A clareza na comunicação de uma equipe deve ser inicia por um Briefing antes do inicio
de todos os trabalhos diários, comunicando na liberação da PT (permissão de trabalho)
nas condições climáticas atuais do ambiente de trabalho, nas condições de segurança no
ambiente de trabalho, e nas funções repassadas a cada membro do corpo operacional.
Caso tenha necessidade, podemos recorrer à sinalização complementar, para auxiliar a
distribuição da equipe e de tarefas.
Essa sinalização pode ser desde onde se encontrará em caso de crise ou de acidente, ou
mesmo onde serão divididos os trabalhos ainda poderá sinalizar rotas de saída em caso
de emergência.

Comunicação da equipe, comprometimento com prazo de entrega de trabalhos.


Todos sabemos que uma empresa depende diretamente de todos os colaboradores
envolvidos, e desta forma precisamos ter u=o Maximo de comprometimento com prazos,
segurança, e competência na realização dos trabalhos. Pois para uma empresa ser
competitiva depende de uma equipe coesa com boa comunicação que trabalha com o
mesmo intuito de trabalho e com mesmo prazo, pois não adiantaria se uma equipe de
limpeza de equipamento terminasse o trabalho e a equipe de pintura não iniciasse a
pintura de todos material já limpo, pois o mesmo se demorasse, entraria em oxidação de
novo e teria que ser limpa novamente pela mesma equipe que já tinha feito o trabalho
anteriormente, desta forma trazendo prejuízo a empresa e tornando seu produto final
mais caro, devido ao gasto excessivo entre os processos de fabricação e pintura, com
prejuízo uma empresa perde competitividade e por sua vez pode ser que mande
colaboradores embora, diminuindo seu quadro, para compensar perdas no processo.
Acredito que umas equipes, bem lideradas, com ótima comunicação respeitando os
prazos de entrega, serão muito bem aproveitadas dentro de uma empresa que almeja
competitividade no mercado.

39
MODULO II

2.0 - Tintas

Definições de tinta e de verniz, segundo a norma ISO 4618: Tinta é um produto líquido ou
em pó que quando aplicado sobre um substrato, forma uma película opaca, com
características protetoras decorativas ou técnicas particulares. Verniz é um produto que
quando aplicado sobre um substrato, forma uma película sólida transparente com
características protetoras, decorativas ou técnicas particulares.
Uma outra definição clássica de tintas é: Tinta é uma composição líquida que depois de
aplicada sobre uma superfície, passa por um processo de secagem ou cura e se
transforma em um filme sólido, fino, aderente, impermeável e flexível. Para o aço, a tinta
é um produto que tem tanto a função protética como a decorativa.

Composição das tintas


As tintas são compostas por 4 grupos de matérias primas: Solventes, Resinas,
Pigmentos e Aditivos.

Tintas em pó: são tintas completamente isentas de solventes e que ganharam


popularidade e aceitação devido às suas excepcionais características de aplicação e ao
excelente desempenho frente à maioria das condições de exposição e de trabalho. O
processo de aplicação eletrostática e a formação da película por meio de fusão térmica
são alguns dos fatores importantes que contribuem para a obtenção de películas com
excelentes propriedades físico-químicas, principalmente no que diz respeito à proteção
anticorrosiva; tintas de alto teor de sólidos. Estas tintas possuem em sua composição
baixos teores de solventes orgânicos voláteis, portanto alto teor de sólidos em volume.
Podem ser aplicadas pelos métodos tradicionais, em alguns casos sem diluição e em
outros utilizando uma diluição bastante pequena para atingir a viscosidade correta de
aplicação. Em geral, possuem teor de sólidos por volume superior a 70%. O fato de
possuírem baixo teor de solventes também contribui, de forma significativa, na formação
de películas com melhores propriedades de proteção anticorrosiva.

Tintas que curam através de radiação: neste caso a secagem e cura das películas de
tinta ocorrem por meio de radiação ultravioleta (UV) e, em alguns casos, por feixe de
elétrons. Os foto-iniciador, presentes na tinta, ao receberem a incidência de radiação UV
geram radicais livres em quantidade suficiente para iniciar a cura dos oligômeros e
monômeros do sistema, fazendo com que, em questão de segundos, todo o filme esteja

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reticulado. As principais vantagens das tintas que curam por radiação, em comparação
com as convencionais, são:
• Baixa emissão de solventes; Baixo consumo de energia;
• Secagem rápida e elevada velocidade de produção e películas com melhores
propriedades técnicas.

Uma das limitações destas tintas reside no fato de sua aplicação ser restrita a
revestimentos aplicados sobre superfícies planas e, além disso, depende também da
geometria do material a ser revestido. O avanço tecnológico da pintura industrial, de uma
forma geral, não foi decorrente somente do desenvolvimento de novos tipos de tinta. No
campo da proteção anticorrosiva, novos equipamentos e métodos de preparação de
superfície foram desenvolvidos. O surgimento de equipamentos para limpeza de
superfícies metálicas por meio de hidrojateamento a hiperalta pressão [> 170 MPA (>
25000 PSI)] é um exemplo típico neste sentido. No que diz respeito aos processos de
aplicação, a cletrodeposição de tintas (utilizada no setor automotivo) e a pintura
eletrostática são também exemplos de desenvolvimentos marcantes nesta área. Soma-se
a tudo isto a automação dos processos envolvidos na aplicação da pintura, a qual não só
Contribui para melhorar a qualidade dos revestimentos como também para aumentar a
velocidade de produção.

Solventes
Os solventes utilizados nas diversas tintas para aplicação em aço são de diferentes
naturezas químicas: hidrocarbonetos alifáticos (aguarrás e naftas leves), hidrocarbonetos
aromáticos (xileno e tolueno), glicóis (etilglicol, butilglicol, acetato de etilglicol, acetato de
butilglicol, acetatos (acetato de etila, acetato de butila, acetato de isopropila), cetonas
(metiletil cetona-MEK, metilsobutil cetona-MIBK e ciclohexanona) e álcool (álcool
isopropílico e álcool butílico).
Todos são compostos orgânicos 100% voláteis, que têm a função de dissolver a resina.
São produzidos pela indústria química ou petroquímica mas a origem é o petróleo. Numa
tinta são utilizadas composições de solventes, onde são misturados solventes leves,
médios e pesados em proporções que permitam a evaporação rápida dos mais leves
para que a tinta fique mais viscosa e evite escorrimentos em superfície vertical e os mais
pesados deixem a película posteriormente para que a tinta possa ter melhor penetração
na superfície e melhor alastramento. O solvente tem a função de diminuir a viscosidade
das tintas para facilitar a aplicação, de homogeneizar a película, de melhorar a aderência
e atuar sobre a secagem.
Como características, os solventes apresentam além da volatilidade e do poder de
solvência, a inflamabilidade e a toxicidade. O cheiro também é uma característica dos

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solventes, embora tenham sido lançadas recentemente algumas tintas com solventes de
baixo odor (à base de hidrocarbonetos alifáticos desodorizados). O solvente, aguarrás de
baixo odor é um exemplo, que além de causar menor desconforto para quem pinta e para
as pessoas próximas à pintura, é mais seguro pois o ser humano tem maior tolerância a
este tipo de solvente.

Resinas
Das resinas dependem as propriedades de resistência das tintas e o comportamento
frente ao meio agressivo e as condições de uso. As resinas são conhecidas também
como ligante ou veículo fixo e são os componentes mais importantes das tintas, pois são
responsáveis pelas propriedades de aderência, impermeabilidade e flexibilidade. As
resinas hoje em dia são todas orgânicas, de natureza polimérica, exceto o silicato
inorgânico de zinco que se trata de um veículo inorgânico à base de silicatos de: sódio,
potássio ou de lítio. As resinas mais importantes das tintas para pintura de aço são:
Alquídicas, acrílicas, Epoxídicas, Poliuretânicas, Etil Silicato de Zinco e Silicone.
indústria de tintas, que não era natural, mas sintetizada em reatores. Para a obtenção de
uma resina com propriedades interessantes para tintas, foi necessário adicionar o óleo
vegetal na reação. No comércio existem tintas feitas com esta resina e são conhecidas
como esmalte e primer sintéticos. São as mais comuns, as mais permeáveis e as menos
resistentes do mercado. De acordo com o tipo de resina, o químico formulador deve
selecionar o solvente apropriado para dissolver a resina. Na tabela abaixo, são
apresentados alguns tipos de resinas e seus solventes mais comuns:

Tipo de resina Tipo de solvente mais usado

Alquidica Aguarrás ou xileno ou misturas destes


Acrilica Misturas de acetatos, xileno, cetonas e álcoois cíclicos
Epoxi Misturas de MEK e MIBK com xileno e álcool butílico
Poliuretano Acetato de etila, acetato de butila e misturas de MEK
Etil Silicato de Zinco Álcool isopropílico e álcool butilico
Silicone Xileno e tolueno

Resina alquídica
As resinas alquídicas são obtidas pela reação de um polialcool com um poliácido
modificadas com óleos vegetais e outras resinas. Esta reação resulta em um poliéster
modificado. A palavra alquídica não existe no dicionário. Foi adaptada da palavra ALKYD
em inglês, união do prefixo AL de álcool + o sufixo YD, derivado de acid. A reação de um
poliálcool com um poliácido produz um poliéster, um polímero muito duro e quebradiço.

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A introdução de uma resina fenólica na reação de produção desta resina aumenta a sua
im-permeabilidade e com isto a sua resistência à umidade, porém seu desempenho ainda
assim é limitado. Estas resinas são chamadas de alquídicas fenoladas, são superiores as
alquídicas comuns, mas mesmo assim não suportam situações de extrema umidade,
imersão e exposição em ambientes químicos corrosivos.
A secagem das alquídicas se processa ao ar e é responsabilidade dos óleos que as
compõe. Podem ser de secagem lenta ou rápida, dependendo do tipo de álcool ou do
ácido empregado. Depende também do comprimento (teor de óleo) e do tipo de óleo. As
resinas alquídicas de secagem lenta são fabricadas com teores altos de óleo e as
alquídicas de secagem rápida são produzidas com resinas curtas ou médias em óleo.
Modernamente as resinas alquídicas são produzidas também à base de água. São
praticamente as mesmas resinas dissolvidas em solventes, porém emulsionadas em
água e sem solventes. Aditivos especiais foram desenvolvidos para possibilitar a emulsão
e para dispersar os pigmentos em água. A secagem destas resinas ocorre pelo mesmo
mecanismo daquelas à base de solventes e se inicia após a evaporação da água.

Resina acrílica
São resinas obtidas da reação de polimerização de monômeros acrílicos como o
metacrilato de metila e acrilato de butila. O metacrilato de metila é duro e quebradiço e o
acrilato de butila é mole e elástico. A combinação de ambos resulta em cor.

Tintas e vernizes
Polímeros com propriedades intermediárias, que são interessantes às tintas. Podem ser
produzidas ou dissolvidas com solventes orgânicos ou dispersadas em água (resina em
emulsão). São chamadas de termoplásticas por que amolecem com o calor e também
porque são dissolvidas com solventes. Ambas são muito resistentes ao intemperismo e
não amarelecem como as alquídicas.

Resina epoxídica
Estas resinas constituídas de Éter de Glicidil de Bisfenol A (EDGBA) são catalisadas com
poliaminas, poliamidas e com isocianato alifático.

Resina epóxi
A resina epóxi é obtida a partir da salmoura e do petróleo:
Os grupos C-C-O das extremidades são os grupos epóxi que dão nome à resina.

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Tintas líquidas isentas de solventes
Em função do grande avanço tecnológico observado no desenvolvimento de novos tipos
de resina, já existem no mercado tintas líquidas isentas de solventes, ou seja, com 100%
de sólidos. Em geral, no campo dos revestimentos por pintura, estas tintas são
produzidas a partir de resinas epoxídicas.

A resina epóxi (EDGBA)


Sozinha não tem propriedades interessantes para tintas. É necessário reagi-la com outra
resina chamada de catalisador, agente de cura ou endurecedor e dependendo da sua
natureza química teremos propriedades diferentes e específicas.
Três resinas são as mais usadas:

Poliamina
Estas resinas produzem polímeros com excelente dureza, aderência, resistência química
e física e resistência a solventes, combustíveis e lubrificantes.

Poliamida
Estas resinas produzem polímeros com excelente dureza, flexibilidade, aderência e
excelente resistência à água e à umidade.

Isocianato
Estas resinas produzem polímeros com excelente aderência sobre metais não ferrosos.
O isocianato que propicia melhor resultado para tintas promotoras de aderência é o
alifático.
As resinas epoxídicas emulsionadas permitem a produção de tintas à base de água, para
alvenaria e para metais.

Resinas poliuretânicas
Estas resinas podem ser compostas por resinas de poliéster ou acrílicas polihidroxiladas
e são catalisadas com resinas isocianato alifático ou aromático.

Isocianato alifático
É o que oferece maior resistência ao intemperismo. O hexametileno disocianato é o
isocianato alifático mais usado.

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Isocianato aromático
Tem boas propriedades de aderência, de secagem rápida porém é usado apenas em
tintas poliuretânicas para interiores pois não resistem ao intemperismo. O tolueno
disocianato é o isocianato aromático mais usado.
O termo aromático é por que o composto possui grupos aromáticos (anel benzênico do
tolueno). No Brasil a resina poliuretânica à base de água não é utilizada em larga escala
por causa do alto preço que ela confere à tinta.

Resinas de silicone (Resina etilsilicato de zinco)


Estas resinas são à base de silicato de etila e reagem com zinco em pó, produzindo
silicato de zinco que é um produto inorgânico e que pode resistir até 500 ° C.

Resinas de silicato inorgânico de zinco


Estas resinas, que na verdade não são orgânicas trata-se de silicato de sódio,
de potássio ou de lítio. Como no caso da resina de silicato de etila, os silicatos de sódio,
potássio ou de lítio formam silicato de zinco, ligando o pigmento à matriz inorgânica da
tinta e ao metal base, no caso o ferro do aço. As resinas à base de silicones resistem a
temperaturas até 600 °C. Estas resinas necessitam de pré-cura entre 150 e 230 °C. As
tintas formuladas com estas resinas apresentam somente as cores: preta e alumínio.

Pigmentos anticorrosivos
Nenhuma resina é totalmente impermeável. Por isso, quando o vapor de água
e os gases corrosivos, permeiam as camadas de tintas, os pigmentos anticorrosivos
produzem modificações no agente agressivo atenuando a sua agressividade. Como os
gases do meio industrial, na sua maioria, são ácidos, alguns pigmentos anticorrosivos
promovem uma neutralização e em alguns casos chegam até a alcalinizá-los. Em meio
alcalino o aço é apassivado e praticamente não há corrosão.
Outros pigmentos se dissolvem (se hidrolisam) e formam uma camada protetora que isola
o substrato metálico do meio agressivo que permeou.
Pigmentos anticorrosivos mais usados para superfícies de aço carbono:
É um pigmento amarelo que, por ser parcialmente solúvel em água, se dissolve
formando uma camada de íons cromato os quais isolam o aço do meio corrosivo. É tóxico
por que contém Cromo, um metal pesado.

Zarcão
Este é um dos mais antigos pigmentos usados na proteção do aço. É composto
de óxido de chumbo. O zarcão é alcalino, por isso neutraliza o meio agressivo

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ácido e tem capacidade de transformar íons solúveis, como o ferroso, em íons insolúveis
como o férrico. Quando o óxido ferroso passa para óxido férrico, ele forma uma camada
protetora quase impermeável sobre o aço, isolando-o do meio corrosivo. O zarcão tem
mais um mecanismo de proteção anticorrosiva, que só funciona se a resina for à base
óleos vegetais secativos, ou alquídicas modificadas com óleos. É a capacidade de formar
com estes óleos um sabão de chumbo, que também isola o aço do meio agressivo. O
zarcão é tóxico por que contém Chumbo, um metal pesado.

Fosfato de zinco
É um pigmento branco, não tóxico. Ao ser permeado pelo vapor de água, se dissolve
parcialmente formando na superfície do aço uma camada de fosfato, que isola este metal
do meio corrosivo. Por ter baixa cobertura (deixa ver o fundo), é usado em conjunto com
outros pigmentos, como por exemplo, o óxido de ferro (vermelho) que também não é
tóxico, para facilitar a visualização da uniformidade e o controle de espessura da camada.
Este foi o primeiro pigmento anticorrosivo usado em substituição ao zarcão.

Silicato de cálcio
Este pigmento ao ser permeado pelos agentes agressivos captura o Íon hidrogênio e
libera o íon cálcio, que se precipita sobre a interface metal/tinta, formando uma camada
impermeável e protetora, minimizando os problemas de corrosão. É um pigmento não
tóxico por que não contém metais pesados.

Zinco metálico
O pigmento de zinco é constituído de zinco metálico com alta pureza. As partículas de
zinco metálico têm uma cor cinza claro fosco. As resinas que funcionam bem com os
pigmentos de zinco são as epoxídicas e as de etil silicato de zinco. As tintas de zinco são
chamadas de "galvanização a frio" ou de "tintas ricas em zinco", por que para
funcionarem como uma galvanização, o teor de zinco na película seca deve ser alto.

Óxido de ferro
Óxido de ferro é um pigmento vermelho que ao contrário do que muitos pensam, não tem
nenhum mecanismo de proteção anticorrosiva. Ele atua como uma barreira dificultando a
passagem do meio agressivo. Suas partículas, embora minúsculas, não são
atravessadas, por serem sólidas e maciças. Para chegar ao aço, o vapor de água,
permeia a resina que será tanto mais difícil de ser atravessada quanto mais impermeável
for. É uma tradição no Brasil que a tinta de fundo (primer) seja vermelha, mas poderia ser
de outra cor, pois o que importa é o princípio ativo do pigmento. As funções do pigmento
de óxido de ferro podem ser exercidas por qualquer pigmento cujas partículas são

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insolúveis. As grandes características deste pigmento são: não ser tóxico, ter bom poder
de tingimento, boa cobertura e ter preço médio.

Pigmentos lamelares
O alumínio e outros pigmentos lamelares como mica, talco, óxido de ferro micáceo e
alguns caulins, funcionam pelo mecanismo de formação de uma camada com folhas
microscópicas superpostas, como se fossem chicanas, constituindo uma barreira que
dificulta a permeação do meio agressivo. Quanto melhor for a barreira, mais durável será
a tinta. Por isso, é necessário escolher resinas mais impermeáveis para compor com
pigmentos lamelares uma ótima barreira contra a penetração do meio agressivo.
Enquanto o eletrólito não atinge o metal, não há corrosão.

Óxido de ferro micáceo


Excelente na formação de barreira. Tintas feitas com este pigmento propiciam melhor
retenção nas bordas e arestas vivas. O Óxido de Ferro Micáceo tem uma coloração cinza
escuro e é um minério natural conhecido também como hematita lamelar. A estrutura
lamelar é a sua diferença marcante para o óxido de ferro comum, amorfo, de cor
avermelhada. Sua fórmula química é semelhante a da hematita, ou seja, que é o Óxido
de Ferro comum, vermelho.
‘’O nome micáceo" é usado para indicar sua similaridade com a mica em sua forma
cristalina. Entretanto, a mica não tem nada a ver com este pigmento. O Óxido de Ferro
Micáceo é mais inerte quimicamente do que o Óxido de Ferro amorfo. Ele não é afetado
por produtos alcalinos e é pouco solúvel em ácidos diluídos, exceto o ácido clorídrico. É
um pigmento não tóxico, que não sangra, não provoca calcinação (giz amento) e tem
resistência a luz (não desbota).

Pigmentos inertes (cargas)


São pigmentos que não têm cor, não são opacos nem têm mecanismos de
proteção anticorrosiva, mas são muito importantes nas tintas para proporcionarem
propriedades específicas. Alguns dos mais importantes são: mica, talco, caulim, óxido de
ferro micáceo, sílicas, quartzo e óxido de alumínio.

Mica: Pigmento de formato lamelar, com partículas de diâmetro maior do que


espessura, que ajudam na formação de barreira contra a corrosão.
Talco: Pigmento de formato lamelar é usado para melhorar a estabilidade da tinta
na estocagem e melhorar a lixabilidade da tinta, por ser a carga de menor dureza entre
os minerais. É Silicato de Magnésio Hidratado.

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Caulim: Pigmento muito parecido com o talco que também ajuda na formação de
barreira contra a corrosão. Um outro tipo de caulim é o agalmatolito que usado dentro de
certas proporções diminui o custo da tinta. É Silicato de Alumínio Hidratado.
Sílicas (Secantes): São usadas como agente fosqueante e para melhorar a
resistência ao desgaste. O tipo Sílica Piro gênica é usada como agente reológico, ou
espessante para aumentar a espessura por demão de tintas, em superfícies verticais sem
escorrimentos ou descaimentos.
Quartzo: É um tipo de sílica e também é usado para melhorar a resistência ao
desgaste.
Óxido de alumínio: É o pigmento de maior dureza usado em tintas e obviamente
é usado em tintas para máxima resistência à abrasão e ao desgaste.

Aditivos
São compostos adicionados em pequenas quantidades, da ordem de 0,1 a 1,0%, que são
utilizados para melhorar o processo de fabricação, de estocagem e de aplicação das
tintas. Existem vários tipos de aditivos, mas os principais são: Dispersantes ou
tensoativos ou umectantes.
Facilitam a introdução dos pigmentos durante a fabricação, ajudam a estabilidade da
suspensão de pigmentos durante a estocagem e melhoram a aplicação e a umectação da
superfície e consequentemente aumentam a aderência das tintas enquanto elas estão
líquidas. Depois de secas a responsabilidade é das resinas.

Espessantes: Propiciam maior estabilidade à tinta na estocagem e possibilitam maiores


espessuras por demão nas aplicações em superfícies verticais. Em tintas de menor
qualidade são usados compostos celulósicos e em tintas de maior desempenho são
usadas as sílicas piro gênicas. Os secantes são catalisadores metálicos, que aceleram a
secagem de tintas alquídicas agindo nos óleos vegetais que as compõe fazendo com que
o oxigênio reaja mais rápido.

Antibolhas: São compostos à base de silicone, que não impedem a formação de bolhas
de ar, mas possibilitam a eliminação rápida destas que são introduzidas nas tintas
durante a agitação e principalmente durante a aplicação à rolo.

Antinata: São compostos voláteis que são adicionados às tintas durante a sua
fabricação e que impedem a reação do oxigênio do ar com os óleos das tintas
alquídicas, enquanto elas estão fechadas na embalagem. Tão logo as tintas são
aplicadas, os compostos deixam a película e liberam as resinas para reagirem com o
oxigênio da atmosfera e serem curadas.

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Espessura de películas recomendadas: Para que a película de tinta cumpra a sua
finalidade de proteção anticorrosiva, deve apresentar uma espessura mínima. Esta
espessura é função da natureza das tintas usadas e da agressividade do meio corrosivo,
e pressupõe a seleção adequada do esquema de pintura para o meio considerado.
Como primeira orientação, as espessuras usuais recomendáveis para os diversos
ambientes corrosivos são:
• Atmosfera altamente agressiva - 250 um
• Imersão permanente (imersão em água salgada) - 300 um
• Superfícies quentes - 75 a 120 um
• Atmosfera medianamente agressiva - 160 um
• Atmosfera pouco agressiva - 120 um

Posição da tinta no sistema de pintura


De acordo com a posição da tinta no sistema de pintura a tinta pode ser de fundo, ou
primer, intermediária e acabamento ou esmalte.

Tinta de fundo ou primer


Tinta que é aplicada em primeiro lugar, tem contato direto e afinidade com o substrato
metálico (o aço). Por este motivo deve conter pigmentos anticorrosivos, e ser compatível
com a intermediária e/ou o acabamento.

Tintas de fundo ou primárias ('Primers"): são aquelas que são aplicadas diretamente
ao substrato. Portanto, estão em contato direto com o mesmo e possuem as seguintes
características:
• São as que contêm na composição os pigmentos ditos anticorrosivos, pois estes para
exercerem o seu mecanismo de proteção química ou eletroquímica necessitam de estar
em contato direto com o substrato;
• Em geral, são foscas ou semifoscas, devido a serem formuladas com uma maior
concentração volumétrica de pigmento (CVP), em relação às tintas de acabamento
brilhantes. Isto de certa forma, torna a película mais rugosa, o que contribui, para
melhorar a aderência da demão de tinta subsequente.
• São as tintas responsáveis pela aderência dos esquemas de pintura aos substratos,
pois são elas que estão em contato direto com os aços e que criam a proteção de
superfície primaria

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Tinta intermediária
Tem a finalidade de aumentar a espessura do esquema. Não necessita de pigmentos
inibidores Tinta que dá acabamento ao sistema. Deve resistir ao meio ambiente e ser
compatível com as demais tintas do sistema.

Tintas intermediarias: São mantas protetoras nos esquemas de pintura com a função de
aumentar a espessura do revestimento, com um menor número de demãos, com o
objetivo de melhorar as características de proteção por barreira do mesmo. Para tal,
estas tintas são formuladas com alto teor de sólidos a fim de poderem proporcionar altas
espessuras por demão.
É importante ressaltar que existem tintas que atuam como intermediárias e não
necessariamente são de alta espessura, como é o caso das chamadas tintas seladoras.
Elas são utilizadas para selar uma película de tinta porosa, antes da aplicação da tinta de
acabamento. E o caso, por exemplo, dos esquemas de pintura com tintas de fundo ricas
em zinco a base de silicatos. Antes da aplicação da tinta de acabamento, é aconselhável
aplicar uma demão de tinta intermediária ("fie coar") epóxi sobre a tinta de fundo rica em
zinco para selar a superfície, com o objetivo de evitar a formação dê bolhas e o
descascamento do revestimento.

Tintas de acabamento: são as tintas que têm a função de conferir a resistência química
ao revestimento, pois são elas que estão em contato direto com o meio corrosivo. Além
disso, são as tintas que conferem a cor final aos revestimentos por pintura.

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Sistema simples, com primer e acabamento para ambientes
de pouca agressividade .

Sistema com primer intermediária e acabamento para ambientes


agressivos

Sistema com tinta epoximastic dupla função e demão única


A tinta epoximastic tem características de primer e acabamento, isto é, trata-
-se de tinta com dupla função. Funciona bem como anticorrosiva, por que é uma tinta de
alta espessura (120 a 200 um), alta impermeabilidade por ser epóxi e conter pigmentos
lamelares, de alta aderência por causa da resina e de aditivos, alta flexibilidade por causa
da resina e do catalisador e que contém pigmentos anticorrosivos modernos sem metais
pesados e por conter pigmentos coloridos pode ser usada como acabamento.
Os pigmentos lamelares aumentam em muito a impermeabilidade.

Vapor da água + oxigênio

Sequência de aplicação correta de massa epóxi


A sequência de aplicação deve ser Primer, Massa e Acabamento. É muito comum a
inversão com a aplicação da massa diretamente sobre o aço.
É errado por que a massa não tem as mesmas propriedades da tinta de fundo, como
aderência e proteção anticorrosiva.

Acabamento Primer
Massa (Aplicação errada)

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O correto é a aplicação em primeiro lugar do primer, se necessário à aplicação da massa
sobre o primer e finalmente a aplicação do acabamento.

Correta aplicação, sendo iniciado com prime posteriormente vir as demais mãos.

Tipos de tintas, propriedades e seus usos:

As tintas, devido à evolução da tecnologia, podem ser classificadas pelo seu conteúdo de
solventes nos seguintes tipos: Alto VOC e Baixo VOC. A palavra VOC é uma sigla em
Inglês que quer dizer: Conteúdo de Compostos Orgânicos Voláteis - Volatile Organic
Compounds. VOC significa: Quantidade em massa de solventes orgânicos presentes em
um volume de tinta ou resina, expresso em g/£ ou Lb/galão. VOC é definido pela EPA
(Environmental Protection Agency), um órgão do governo Americano, como todos os
compostos orgânicos produzidos pelo homem, com exceção do metano, que são
capazes de produzir oxidantes fotoquímicos por reação com óxidos de nitrogênio na
presença da luz do sol. As resinas normalmente possuem alta viscosidade e para serem
afinadas, ou seja, para diminuir a sua viscosidade são adicionados os solventes que tem
poder de solvência sobre a resina. Outra forma de afinar estas tintas é previamente
emulsionando-as em água. A água não é um solvente da resina, mas um meio de
dispersão. Quanto mais água é adicionada menos viscosa a tinta fica. As novas
tecnologias possibilitaram a fabricação de tintas com menor quantidade de solventes,
mas que podem ser aplicadas como tintas convencionais, que possuem altos teores de
solventes. São as tintas de altos sólidos (HS) e de baixo (low) VOC. Paralelamente, as
tintas à base de água (WB water based) também foram desenvolvidas e conquistaram o
mercado.
Hoje temos tintas WB, tão boas e em alguns casos até melhores do que as à base de
solventes, com inúmeras vantagens. São tintas com VOC baixíssimos. A tendência é a
produção de tintas com VOC zero chamadas de "No VOC".
As resinas à base de água são muito parecidas com as à base de solventes, porém, a
tecnologia para emulsionar ou dispersar estas resinas em água exigiu pesquisa e
desenvolvimento em aditivos e técnicas de fabricação. Não é uma substituição simples
de solventes orgânicos por água. É um novo conceito de matérias primas empregadas
para que as tintas pudessem conter menos solventes, ou até não conter solventes.

52
As vantagens destas tintas, consideradas ecologicamente corretas, são enormes, a
começar pelo pintor, que fica menos exposto aos efeitos dos solventes, à empresa que
corre menos risco de explosões e incêndio e ao meio ambiente, que é menos
contaminado.

Tintas líquidas convencionais: veículo fixo ou veículo não volátil (constituinte que
contém a(s) resina(s), plastificantes,etc.), pigmento(s), solvente(s) e aditivo(s).

Tintas em pó e as isentas de solventes: neste caso elas não contêm solvente(s).


Portanto, possuem o veículo fixo com pigmento(s) e aditivo(s).

Vernizes: estas composições não possuem a presença de pigmentos. Logo, são


formadas pelo veículo fixo, solventes(s) e aditivo(s).

A seleção adequada das matérias primas, bem como a quantidade e qualidade das
mesmas, e o balanço estequiométrico de cada um dos constituintes, dentro da
composição das tintas, são fatores determinantes na qualidade e resistência de
pigmentos escolhidos.

Veículo Fixo ou Veículo Não Volátil: É o constituinte ligante ou aglomerante das


partículas de pigmento é o responsável pela continuidade e formação da película de tinta.
É nele que está presente a(s) resina(s) da tinta. Logo, a maioria das propriedades físico-
químicas das tintas é função do(s) tipo(s) de resina presente(s), em suas respectivas
composições. As resinas utilizadas na fabricação de tintas são, em sua maioria, tem
natureza orgânica. Um outro aspecto a ser destacado é que, invariavelmente, o nome da
tinta está associado ao da resina, como alguns exemplos mostrados a seguir. Alquídica,
Acrílica, Epóxi. Outra forma de classificar as tintas é pelo tipo de resina que elas usam.

Tintas alquídicas
Conhecidas como Esmaltes ou Primers sintéticos, são monocomponentes, ou seja,
apresentadas em uma única embalagem, de secagem ao ar. São usados em interiores
secos e abrigados, ou em exteriores normais, sem poluição. Na pintura predial
(construção civil), são usadas em portas, esquadrias, janelas de madeira ou de aço. As
características marcantes das resinas alquídicas em geral são:

• Baixas resistências a umidade elevada; imersão em água; meios alcalinos;


solventes fortes; produtos químicos.

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• Baixo custo inicial. Propiciam desempenho suficiente, desde que não fiquem expostas
à umidade intensa ou em um ambiente industrial corrosivo. Não resistem à imersão em
água, por serem muito permeáveis. Se destacam de concreto ou reboco novos que
sofram molhamentos, por serem saponificáveis. Também não são recomendadas para
pintura de galvanizados, pelo mesmo motivo. A saponificação ocorre por reação dos
ácidos graxos livres presentes na resina, com o hidróxido de cálcio presente no cimento e
na cal e o hidróxido de zinco presente nos produtos de corrosão do zinco. Há tintas
alquídicas modernas com baixo teor de solventes orgânicos, livres de pigmentos tóxicos,
de alta espessura (75 a 100 um), com alta resistência à corrosão e que podem ser
aplicadas sobre superfície metálica tratada com ferramentas mecânicas. Esta nova tinta é
um primer "universal" e funciona como barreira sobre tintas convencionais que
normalmente seriam atacadas pelos solventes fortes de epóxi e poliuretanos.

Alquídicos à base de água (WB Water Based)


Esmalte ou primer sintéticos à base de água para aplicação sobre metais. Podem ser
aplicadas em locais fechados sem necessidade de interdição da área ou de parada da
produção por terem baixo odor. São adequadas para ambientes rurais, urbanos ou
marítimos abrigados.

Tintas acrílicas
São tintas monocomponentes, a base de solventes orgânicos ou de água.

Acrílicas à base de solvente


As tintas acrílicas a base de solventes orgânicos são pouco usadas, apesar de
apresentarem 30% de boas propriedades, pois possuem um teor de solvente muito alto,
em torno de 60%.
• São de secagem rápida;
• Têm boa resistência ao intemperismo;
• São usadas na pintura externa de tanque e armazenamento de derivados de petróleo
ou de esferas de gases em plantas petroquímicas ou de refinaria de petróleo;
• São usadas na pintura externa de tubulações e de equipamentos de segurança;
• Estas tintas não são recomendadas para exposição a solventes nem para serviços de
imersão em água;
• São de baixa espessura por demão (30 um).

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Acrílicas à base de água
Antigamente este tipo de tinta servia apenas para paredes de alvenaria (os
famosos látex acrílicos). Hoje já existem acrílicas à base de água para superfícies de aço
carbono e são excelentes, pois resistem à corrosão e ao intemperismo. Por serem à base
de água, possibilitam o uso das tintas em locais onde a evaporação dos
solventes poderia ser um inconveniente por contaminar os processos em
indústrias de alimentos, bebidas, laticínios, produtos farmacêuticos e em
hospitais.
São de baixo odor e têm ótimo desempenho na pintura de estruturas,
equipamentos, bombas, tubulações e exteriores de tanques.
São tintas 100% acrílicas, hidrossolúveis e são indicadas para ambientes
de média agressividade e industrial moderado. Desenvolvidas para superfícies
metálicas, de madeira ou de concreto em obras novas ou para manutenção.
Podem ser aplicadas na espessura seca de 60 a 100 um.

Tintas Epoxídicas
São bicomponentes de secagem ao ar. Os componentes são chamados de parte A e
parte B. A cura se realiza por reação química entre as resinas dos dois componentes. O
componente A geralmente é à base de resina epóxi e o B, agente de cura, pode ser à
base de poliamida, poliamina ou isocianato alifático.

COMPONENTE A (Base pigmentada)

Componente A: é à base de resina epóxi


Componente B: é o agente catalisador (agente de cura)
COMPONENTE B "(catalisador)"
Componente B
(agente de cura): pode ser à base de poliamida, poliamina ou isocianato alifático.

Tintas epóxis

Tintas epóxi curadas com poliamidas


• São tintas de ótima resistência à umidade, imersão em água doce ou salgada,
flexibilidade e aderência em aço carbono ou concreto, conferidas pelo agente
de cura à base de resina poliamida. Entre muitas aplicações, a mais notável
é a conveniência para a pintura interna de reservatórios de água potável em
temperaturas até 55 °C.

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Tintas epóxi curadas com poliaminas
• São tintas de excelente resistência à imersão em soluções ou vapores de produtos
químicos. São encomendadas para a pintura interna de tanques, tubulações,
equipamentos e estruturas sujeitas à imersões, derrames ou respingos de produtos
químicos e/ou de solventes. Apesar de serem muito resistentes a diversos produtos
químicos e a solventes industriais, há necessidade de consultar o Departamento de
Assistência Técnica. Em casos específicos de pintura interna de tanques pois a
resistência depende muito do tipo de produto a ser armazenado, da sua concentração, da
temperatura e das condições de trabalho do tanque.

Tintas epóxi modificadas


• São tintas de tecnologia moderna, com características das poliaminas, porém muito
próximas das poliamidas. Por isto são utilizadas em substituição aos dois tipos de tintas.
Os epoximastiques, tintas epoxídicas de altos sólidos e de altas espessuras que
pertencem a esta família. Quando formuladas com pigmentos lamelares, inibidores de
corrosão e aditivos tensoativos, conferem proteção anticorrosiva a superfícies que não
podem receber jateamento abrasivo. Por isso são chamadas de tintas "tolerantes", ou
seja, que toleram tratamento por limpeza mecânica.

Anti-sedimentantes: reduzem a tendência de sedimentação dos pigmentos, impedindo


que se forme um sedimento duro e compacto no fundo do recipiente durante o período de
estocagem da tinta;

Umectantes: melhoram as características de dispersão e moagem dos pigmentos;


Antinata ou antipele: são aditivos que evitam, durante a estocagem, a formação de pele
na superfície das tintas

Óleo-resinoso: (ex:alquídicas) que formam a película através de reação química com


oxigênio(02) do ar; Nivelantes: conferem às tintas melhores propriedades de aplicação,
fazendo com que as películas possuam melhor nivelamento;
Antiespumantes: evitam a formação de espuma, tanto na fase de fabricação como na de
aplicação das tintas; Agentes tixotrópicos: são utilizados nas composições das tintas com
o objetivo de lhes conferir uma consistência adequada, de tal modo que possam ser
aplicadas em superfícies verticais, sem que ocorra escorrimento, na espessura desejada;

Antifungos: são empregados, em geral, nas tintas de base aquosa, para prevenir a
deterioração das mesmas por fungos e/ou bactérias

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Absorvedores de ultravioleta: melhoram a resistência da película à radiação solar, em
especial aos raios ultravioleta: Com isso, tem-se películas com melhores propriedades de
retenção de cor e de brilho quando expostas ao intemperismo natural.

Tintas epóxi curadas com isocianatos


• São tintas utilizadas como primer de aderência sobre superfícies de aço galvanizado,
alumínio, aço inoxidável ou outros metais não ferrosos e sobre poliéster reforçado com
fibras de vidro (fiber-glass).

Tintas epóxi hidrossolúveis


• São as chamadas tintas WB (water based ou water borne). As características destas
tintas são: facilidade de diluição (deve-se utilizar água limpa), limpeza dos equipamentos,
baixo nível de odor e emissão de solventes próximo de zero.
• São recomendadas para superfícies de concreto, ou de aço carbono em ambientes de
baixa e média agressividade. São utilizadas na pintura das paredes de indústrias
alimentícias, de laboratórios farmacêuticos, de hospitais, etc., quando há restrição à
evaporação de solventes. Apesar de todo o desenvolvimento tecnológico conseguido,
essas tintas, não são recomendadas para trabalhos de imersão.

Massas epóxi
• As massas epóxi são composições com alto teor de sólidos em volume, que devem ser
utilizadas apropriadamente para o nivelamento de superfícies pintadas ou a serem
pintadas com tintas epóxi ou poliuretanos.
• São recomendadas para o nivelamento de superfícies, para a proteção de porcas e
parafusos e no preenchimento de juntas em pisos de cerâmica antiácida ou no
preenchimento de frestas, em sobreposição de chapas ou vigas de aço carbono. Não
devem ser aplicadas em camadas maiores do que 50 mm. Devem ser aplicadas em
camadas únicas.
• Compõem com as poliuretânicas, esquemas de alto desempenho, sendo usadas como
primer e/ou como intermediárias.
Tintas epóxi betuminosas
• Betuminosas epoxídicas, alcatrão de hulha epóxi, (coal tar epoxy) são terminologias
diferentes para um mesmo produto, que são tintas fornecidas em duas embalagens, uma
contendo resina poliamida ou poliamina mais alcatrão de hulha, e a outra contendo resina
epóxi. São tintas que possuem a associação da alta inércia química do alcatrão de hulha
com a impermeabilidade da resina epóxi.
• Têm excelente resistência à diversos ambientes corrosivos, boa flexibilidade, boa
aderência e boa resistência à impactos. Quando formuladas com cargas de alta dureza,

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têm altíssima resistência à abrasão. Podem ser aplicadas com espessuras de 125 a 400
micrometros em uma única demão, dependendo do tipo.
• São recomendadas para a pintura de reservatórios de água industrial, bases de
equipamentos e estruturas, peças imersas, submersas ou enterradas e para a pintura
interna de tubulações e tanques das estações de tratamento de efluentes, em diversos
tipos de indústrias.
• Não são recomendadas para a pintura interna de reservatórios de água potável.
• Estas tintas podem ser apresentadas apenas nas cores marrom ou preta, sendo esta a
impossibilidade de ser formulada em cores, uma limitação. Como são em geral,
recomendadas para serviços de imersão em três demãos, é conveniente que a primeira
seja preta, a segunda marrom e a terceira preta, para melhor controle da aplicação por
parte do pintor e do inspetor da qualidade da pintura.

Tintas poliuretânicas
São bicomponentes de secagem ao ar e por enquanto no Brasil são encontradas apenas
na versão à base de solventes orgânicos. Os dois componentes são:
SOLVENTE + RESINA PIGMENTO / SOLVENTE + AGENTE DE CURA

COMPONENTE A (Base pigmentada) Pode ser à base de resina de poliéster ou de


resina acrílica polihidroxilada

COMPONENTE B (catalisador)(agente de cura): Pode ser à base de isocianato


alifático ou isocianato aromático.

Poliuretanos poliésteres alifáticos (Tintas de poliuretanos)


• São tintas de acabamento, cujo componente A é poliéster e o componente B o
isocianato alifático. São normalmente utilizadas em esquemas de pintura com primers
epóxi, com as quais são perfeitamente compatíveis.
• Além de boa resistência química, têm resistência aos raios ultravioleta muito superior à
das tintas epóxi e se caracterizam pela boa retenção de cor. São de excelente resistência
ao intemperismo isto é, resistência a ação danosa da radiação ultravioleta da luz solar e
ao molhamento por águas de chuvas. As duas ações combinadas e mais a variação de
temperatura durante dias e noites, inverno e verão, provocam a degradação da maioria
dos polímeros que constituem as resinas das tintas de acabamento.
O poliéster confere melhor resistência à fluido hidráulico (por isto são usadas em
aeronaves) e podem ser limpas com solventes orgânicos do tipo do xileno quando
"grafitadas" ou pichadas. São as famosas tintas resistentes à pichação.
• Pertencem a esta família os acabamentos poliuretânicos resistentes a "pichação".

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Este tipo de tinta pode ser limpo com solventes orgânicos do tipo do xilol sem sofrer
danos. Com isto é possível remover marcas de grafitagem ou pichações.

Poliuretanos acrílicos alifáticos


• Os poliuretanos acrílicos alifáticos são tintas de acabamento cujo componente
A é acrílico polihidroxilado e o componente B o isocianato alifático. São também
utilizadas em conjunto com primers epóxi e têm resistência aos raios ultravioleta, ainda
superior à dos poliuretanos alifáticos a base de poliéster.
• Podem ser formuladas com alto teor de sólidos e apresentadas na versão brilhante e
semibrilhante. Podem também ser de alta espessura (cerca de 125 micrometros por
demão) ou espessura convencional (de 30 a 40 micrometros).

Poliuretanos aromáticos
• As tintas poliuretânicas formadas por poliés-ter com isocianato aromático apresentam
boas propriedades de resistência química, rápida secagem e facilidade de lixamento. No
entanto fracassam em exposições ao intemperismo.
Por isso são usadas apenas em tintas para equipamento ou estruturas para interiores ou
em "primers". Têm alto teor de sólidos e excelente propriedade niveladora. É usada
principalmente em superfície de poliéster reforçado com fibra de vidro (fiberglass) ou
sobre aço carbono. É indicado como acabamento para superfícies que não ficam
expostas ao intemperismo.

Etil silicato de zinco


Há dois tipos de tintas silicato inorgânico de zinco: a de etil silicato de zinco, base
solventes orgânicos (álcool) e hidrossolúveis, base água. São tintas bicomponentes de
secagem ao ar para serem aplicadas somente sobre aço carbono. Os dois componentes
são: o A, que pode conter o hidrofilizado de silicato de etila ou o Silicato inorgânico de
Sódio, Lítio ou Potássio e o B, o pó de zinco. O teor de zinco metálico na película seca
para a tinta à base de solventes orgânicos é de 81% e para o base de água é de 84%.
Ambas são aplicadas na espessura seca de 75 um. A Hidrossolúvel pode ser aplicada
em locais fechados, pois o solvente é água.

Características e propriedades de ambas:


• Dão proteção catódica ao aço carbono, pelo mesmo mecanismo da galvanização e por
isso são substitutos econômicos para galvanizações;
• Evitam a progressão da corrosão sob a película, em casos de danos no sistema de
pintura;
• Têm ótima resistência a solventes em geral, por isso são ideais para a pintura

59
interna de tanques de solventes;
• Para a proteção anticorrosiva de aço carbono jateado;
• Primer de alto desempenho em ambientes de alta agressividade e em ambientes
marítimos;
• Ideal para dutos, e superfícies aquecidas e que trabalhem em altas temperaturas;
• A cor cinza do aço jateado pode ser confundida com a cor natural do zinco, por isso elas
podem ser pigmentadas na cor avermelhada ou cinza esverdeada permitindo melhor
visualização durante a aplicação, minimizando as falhas.

Precauções:
• Para receber tintas epóxi de alta espessura é necessário a aplicação de um
"mist-coat" (camada fina aplicada com a tinta intermediária ou a de acabamento, mais
diluída);
• Acabamentos poliuretanos necessitam de um "tie coat" epóxi;
• Não devem ser aplicados com umidade relativa do ar abaixo de 50 % (a cura não é
adequada e o filme resulta mal formado e por vezes fica esfarelando);
• A película é muito porosa e quebradiça. A espessura é limitada (75 um);
• Demão única (não aceita retoque com a mesma tinta. Para retoque, deve-se usar uma
tinta epóxi rica em zinco);
• Ultrapassado o prazo para repintura deve ser lavada com água limpa e escova de nylon
(não deve ser lixada);
• Não podem receber, diretamente, produtos à base de resinas saponificáveis, tais como
tintas à base de óleo ou alquídicas. Não recomendados para exposição direta a ácidos ou
álcalis, sem acabamento.

Tintas para altas temperaturas


As tintas resistentes a temperaturas elevadas, até 550 °C, logicamente devem ser
elaboradas com materiais resistentes a esta faixa de temperaturas. Tecnicamente as
únicas que suportam temperaturas de até 550 °C são as de silicato e as de silicone. São
tintas mono ou bicomponentes.
• As resinas podem ser silicone ou silicatos
• Para temperaturas de até 230 °C, estas tintas podem oferecer diversas cores. Para
temperatura acima de 230 °C, até 550 °C, somente são disponíveis tintas nas cores
alumínio e pretas.

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Tintas de silicone
• São tintas indicadas para substratos sujeitos a temperaturas superiores a 180 °C. Por
este motivo são utilizadas na pintura de chaminés, caldeiras, tubulações quentes ou
outras superfícies que trabalhem com temperatura entre 180 e 550 °C.
• Para se obter bom desempenho de pinturas que trabalham com altas temperaturas, é
necessário o jateamento da superfície e a aplicação de um primer à base de etil silicato
de zinco.
• Para temperaturas na faixa da ambiente até 240 °C, estas tintas não necessitam de pré
cura.

Tintas de silicato
• São tintas para alta temperatura que não necessitam de pré-cura a 150 - 180 °C
• Podem ser pigmentadas com alumínio ou alumínio e zinco.

PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS DOS REVESTIMENTOS POR PINTURA

Há diversas propriedades físico-químicas importantes para a durabilidade do


revestimento por pintura. Os mais importantes para a proteção anticorrosiva são:
aderência, flexibilidade, resistência à abrasão e impacto, resistência à água e às
condições de exposição atmosférica

Aderência
O revestimento por pintura com baixa aderência acarreta em uma série de problemas,
entre eles: se o mesmo estiver imerso ou exposto a alta umidade, pode ocorrer o
aparecimento de bolhas (empolamento) no revestimento; se ficar exposto ao
intemperismo natural, sob ação de raios solares e sujeito aos processos naturais de
dilatação e contração, poderá ocorrer o descascamento.
Para se obter boa aderência dos revestimentos por pintura aos substratos, a preparação
de superfície deve ser bem executada. A preparação de superfície é a etapa anterior à
aplicação das tintas, onde há a remoção dos contaminantes da superfície (óleos, graxas,
sais, produtos de corrosão e pintura envelhecida, por exemplo) e criação de condições
adequadas para essa aderência ao substrato.

Há três mecanismos principais para a aderência do revestimento ao substrato:


 Aderência química: ocorre quando a tinta reage quimicamente com o substrato;
 Aderência polar: ocorre pela atração entre grupos polares das moléculas da
resina com os grupos polares, de carga oposta, do substrato. Esse tipo de aderência,

61
muitas vezes, não é suficiente para garantir uma boa durabilidade aos revestimentos
por pintura, pois são forças fracas;
 Aderência mecânica: ocorre baseada na rugosidade da superfície do substrato e
por isso a preparação prévia é importante.

As falhas de aderência podem ser de natureza adesiva (o revestimento se desprende


diretamente do substrato ou entre as demãos de tinta do esquema de pintura) ou coesiva
(o revestimento não é destacado do substrato nem da outra demão, com o rompimento
ocorrendo dentro da própria camada de tinta).

Ao se executar o teste de aderência, por métodos que utilize esforço por tração, o ideal é
que o rompimento seja na própria camada, pois esse resultado mostra apenas
(dependendo do valor obtido) que as forças de adesão são superiores às forças de
coesão. Caso o rompimento se dê entre demãos ou diretamente do substrato, este
resultado significa que o revestimento está comprometido em relação a durabilidade

Flexibilidade
O revestimento deve ter flexibilidade adequada para que não ocorra fissuras na película
devido a sua dilatação e contração, gerada pelas variações térmicas do meio.

Resistência à abrasão e impacto


Duas propriedades importantes, dependendo das condições de trabalho e exposição das
estruturas ou equipamentos, para não afetar a proteção anticorrosiva.

Resistência à água
Propriedade importante independente do meio que o equipamento ou estrutura esteja, já
que estarão em contato com água de qualquer forma, seja sob condições de imersão ou
de exposição à umidade atmosférica.

Resistência às condições de exposição atmosférica


Os revestimentos ficam sujeitos à ação de diversos agentes que contribuem para sua
degradação, como radiação solar, umidade, sais, ventos, etc. Portanto, há a necessidade
dos esquemas de pintura possuírem resistência adequada às condições de exposição.

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Armazenamento de Tintas/ Solventes e Equipamentos

Armazenamento de tintas
Com exceção das tintas à base de água, a maioria das tintas utilizadas na indústria
contém solventes orgânicos inflamáveis. Defeitos na embalagem, danificações sofridas
durante o transporte, manuseio incorreto na estocagem ou ainda, aquecimento
excessivo, podem causar vazamentos de solventes e acúmulo de seus vapores no
ambiente. Se houver uma faísca elétrica ou uma chama aberta, poderá ocorrer um
acidente. A utilização de locais improvisados para o armazenamento de embalagens
contendo tintas ou diluentes, pode resultar em perdas na qualidade e na quantidade dos
materiais.

Local de armazenamento

Características Construtivas: Almoxarifados, depósito, ou salas de armazenamento


situados dentro de prédios devem ser construídos com paredes, pisos e tetos de material
não combustível. A sala deve ter pelo menos uma parede externa com porta. Aberturas
ou passagens para outras salas devem ser providas de soleira ou rampas à prova de
passagem de líquidos, feitas de material não combustível com no mínimo 15 cm de
altura. No lugar das soleiras podem ser utilizadas valetas cobertas com grades de ferro
com escoamento para local seguro. As portas devem ser do tipo corta-fogo. O ideal é que
o local de armazenamento fique em prédio separado, pelo menos 15 metros de distância
dos prédios principais.

Piso: O piso do local deve ser preferencialmente de concreto ou de cerâmica, para que
não haja saturação do ambiente por umidade emanada do solo. A umidade provoca o
enferrujamento das embalagens metálicas que com o tempo podem apresentar
perfurações.

Prateleiras: As prateleiras e estantes devem ser firmes e construídas preferivelmente em


aço e devem suportar o peso das latas armazenadas.
Circulação em torno das prateleiras: Deve ser deixado espaço suficiente em torno das
prateleiras, para facilitar a colocação e retirada das embalagens. As vias de circulação
devem permanecer livres para evitar que a movimentação cause danos às embalagens e
que latas caiam no vão formado entre as prateleiras e a parede.

Acesso: O local de armazenamento deve, de preferência, ser situado em andar térreo,


de fácil acesso e com as vias mantidas sempre livres e desimpedidas. O local deve se

63
comunicar com o exterior por meio de uma porta de emergência, que possibilite a fuga
em caso de incêndio. Vizinhança com salas aquecidas: O local de armazenamento de
tintas e diluentes não deve ter paredes comuns com áreas aquecidas, como salas de
fornos ou estufas, a menos que haja perfeito isolamento térmico.

Local Apropriado: Tintas e diluentes não devem ser armazenados sobre escadas ou
nas proximidades de áreas usadas para a saída ou passagem de pessoas, para evitar
confinamento em caso de incêndio. Devem ser evitados, nestes locais, aparelhos ou
equipamentos com escovas ou carvões que produzam faíscas ao funcionarem. Também
devem ser evitados os que trabalham aquecidos, para não aumentarem a temperatura do
ambiente.

Local Exclusivo: As tintas e diluentes não devem ser armazenados juntos com outros
tipos de materiais, principalmente os sólidos. As caixas de papelão devem ser retiradas,
ficando estocadas somente as latas. Estopas, caixas de madeira, papéis ou roupas
devem ser removidos do local de armazenamento.
Extintores de incêndio: A área deverá ser sinalizada intensivamente com cartazes ou
sinais bem visíveis de: “É PROIBIDO FUMAR” O fogo em tintas e diluentes é classificado
como CLASSE B. O extintor mais apropriado é o de pó químico seco, que é eficiente
tanto em locais fechados quanto em locais abertos. Já os extintores com carga de CO2
são eficientes apenas em locais fechados. É importante que existam extintores também
do lado de fora do local, para que no caso de incêndio no estoque, possam ser utilizados
os extintores externos por pessoas que venham a ajudar na sua extinção.

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Hidrantes: O combate a incêndios em tintas e diluentes por meio de jatos de água não é
aconselhável por causa do transbordamento e espalhamento do líquido inflamado. No
início de incêndios, é recomendável a utilização de extintores portáteis de pó químico
seco, porém se o fogo já está avançado, é necessário ter disponíveis hidrantes nas
imediações, pois a água é indispensável para o resfriamento do local para permitir o
acesso do pessoal de combate ao incêndio. A água deve ser aspergida na forma de
neblina sobre o material incendiado, evitando-se jatos que poderiam espalhar o fogo. Os
sistemas de hidrantes devem possuir reservatórios apropriados e bem dimensionados,
bombas de recalque potentes e mangueiras permanentemente revisadas e conservadas.
Treinamento da brigada de incêndio: O pessoal da brigada de incêndio que é treinado
para o primeiro combate ao foco de incêndio deve receber noções sobre o que é tinta,
diluente e como combater incêndios nestes materiais. Sistema elétrico: As tomadas e
interruptores devem ser blindados e à prova de explosão. Os fios devem ser instalados
dentro de conduítes apropriados e corretamente dimensionados.

Iluminação: O local deve ser provido de boa iluminação, se possível natural,


através de janelas com vidros aramados. No caso de iluminação artificial, as luminárias
devem ser blindadas, pois o "estouro" de uma lâmpada pode incendiar os vapores de
solventes se estes estiverem acumulados no ambiente. Ventilação: O local deve ser
coberto, porém bem ventilado, sendo necessário que as paredes sejam construídas em
parte ou totalmente com elementos vazados, ou com telas, ou com grades. É preferível
ventilação natural. No caso de ventilação forçada, ou mecânica, os motores utilizados nos
exaustores devem ser blindados e à prova de explosão.

Para-raios: O local de armazenamento deve estar protegido por para-raios do tipo


Franklin ou gaiola de Faraday. As ligações e o isolamento do cabo de aterramento devem
ser verificados e estar em ordem. Temperatura do local de armazenamento: A
temperatura ambiente não deverá exceder a 40 °C.

Cuidados no Armazenamento
PETROBRAS N 1288 - Inspeção de Recebimento de Recipientes Fechados.

Recipientes fechados: As embalagens de tintas e diluentes devem ficar fechadas


enquanto não forem utilizadas. Ao abrir uma lata de tinta, deve-se tomar cuidado para
não danificar a tampa e não derramar tinta nas suas bordas, que poderá impedir uma
perfeita vedação ao fechar a lata para uso posterior. É conveniente que se coloque o

65
conteúdo de embalagens de tintas consumidas parcialmente em outras embalagens
menores, de maneira que elas fiquem armazenadas cheias. A presença de ar e umidade
no interior das embalagens prejudica especialmente os primers e esmaltes sintéticos e
alguns poliuretanos por causa da formação de nata irreversível na superfície da tinta. Não
adianta bater vigorosamente a tinta, pois não há possibilidade dela ser redissolvida e
pedaços poderão entupir pistolas e prejudicar a pintura.
Rotatividade na prateleira: O armazenamento deve ser feito de tal forma que possibilite a
retirada em primeiro lugar das latas de lotes mais antigos. Este procedimento evita que
tintas recebidas mais recentemente sejam colocadas na frente e as mais antigas
permaneçam no fundo da prateleira, ultrapassando o prazo de validade do lote.

Inversão de embalagens: É conveniente que as latas de 1 galão ou menores do que 1


galão, sejam colocadas inicialmente com a tampa para baixo nas prateleiras e a cada três
meses sejam invertidas.
A inversão traz duas vantagens: melhor vedação da tampa pelo lado interno e
diminuição de sedimentos duros e compactos no fundo da embalagem. Com isto
prolonga-se a vida útil de prateleira (shelf life) das tintas.
Empilhamento: Empilhamento de embalagens em número superior ao recomendado
poderá danificar as embalagens de baixo. Com o amassamento das embalagens poderão
ocorrer vazamentos, principalmente se as tintas possuírem massa específica alta, como
as com pigmentos de zinco ou de zarcão.
O empilhamento máximo das embalagens no local de armazenamento deve ser o
seguinte:

Tipo de Embalagem Capacidade Empilhamento Maximo


Galão 3.6L 10
Balde 18L 05
Tambor 200L 03

Tintas Bicomponentes: O armazenamento de tintas bicomponentes deve ser feito aos


pares, ou seja, juntando lado a lado os componentes A e B de uma determinada tinta.
Esta providência simples evita desperdícios de material e prejuízos. As embalagens
devem ser retiradas das caixas de papelão, logo após a chegada dos materiais ao
almoxarifado e unidas aos pares com uma fita adesiva ou um arame, o que evita erros de
mistura de componentes.

66
2.1 - Película

Processo de Formação de Película

TIPOS DE TINTA OS PRINCIPAIS MECANISMOS DE FORMAÇÃO DE PELICULA DAS


TINTAS SÃO:
SECAGEM FÍSICA (EVAPORAÇÃO DE SOLVENTES)
OXIDAÇÃO POLIMERIZAÇÃO (QUIMICAMENTE CURADAS)

SECAGEM FÍSICA Neste tipo de mecanismo podem ser inseridos dois tipos de tintas, as
baseadas em solventes orgânicos e as de base aquosa. Esses tipos de tinta não
requerem reação química para formação do filme, apenas a evaporação de solventes é
necessária. Tem por base resinas prontas para uso que consistem principalmente de
grandes moléculas (polímeros) formadas em cadeias. As moléculas das resinas são tão
grandes que a atração entre elas é suficiente para formar um filme forte sem reação
química posterior. Normalmente, grandes quantidades de solvente são necessárias para
manter as moléculas de polímero líquidas e produzir tinta com viscosidade adequada
para aplicação. Quando uma tinta desse tipo é aplicada, o solvente começa a evaporar
imediatamente. As moléculas de resina começam a se agrupar, juntando-se de tal forma
que se tornam imóveis. Um produto sólido é, então, obtido. Com exceção das tintas de
base aquosa, a tinta pode ser dissolvida no seu solvente original, o que torna o processo
reversível, acarretando certas vantagens, principalmente para repintura.

Secagem física nas tintas dispersas em água, como por exemplo as vinílicas (PVA) e
alguns tipos de acrílicas, esse mecanismo é particularmente conhecido como
COALESCÊNCIA. Algumas resinas que formam película por cura química como os
epóxis e poliuretanos também podem ser dispersas em água havendo, por conseguinte,
para a formação de película, uma combinação desses mecanismos. Em virtude do
crescimento da conscientização para problemas de proteção ambiental, redução de
solventes nas tintas, é crescente a utilização das tintas de base aquosa. A industria
automobilística vem substituindo gradativamente as tintas a base de solventes orgânicos.
Na área industrial, muitos estudos tem sido conduzidos no sentido de se obter tintas de
base aquosa com desempenhos semelhantes às de base solvente tradicionalmente
usadas.

SECAGEM FÍSICA EVAPORAÇÃO DE SOLVENTES


SECAGEM FÍSICA – COALESCÊNCIA

67
OXIDAÇÃO Esse mecanismo representa o mais antigo tipo de tinta que se tem notícia.
Resinas de óleos naturais como por exemplo o óleo de linhaça, são constituídas de
moléculas de tamanho médio com pontos reativos representados por duplas ligações (C
= C). Quando em contato com o oxigênio do ar, uma reação química acontece nestes
pontos, unindo as moléculas de óleo. Um grande número de ligações ocorre aumentando
o tamanho da molécula de modo a formar um filme forte e duro. Esse processo de
secagem é, normalmente, bastante lento. O óleo natural é então modificado com
produtos químicos, resultando em produtos de moléculas maiores, as resinas
modificadas com óleos. As resinas ALQUÍDICAS são os exemplos mais conhecidos óleos
quimicamente modificados.

O Oxigênio é a primeira substância a entrar em contato com o filme de tinta. Se alguma


tinta que tenha esse tipo de mecanismo é aplicada com espessura muito alta, uma pele
se formará na superfície da tinta com parte dela permanecendo líquida no interior do
filme. Esta pele reduz a movimentação de oxigênio nas camadas inferiores acarretando
secagem lenta ou incompleta. É muito importante nestas tintas o controle da espessura
durante a aplicação. Controlando-se a qualidade e as quantidades relativas de óleo e
modificantes químicos é possível produzir resinas alquídicas com diferentes
características para diversas finalidades. Exemplos de tintas que formam película por
este mecanismo são as alquídicas, ésteres de epóxi e óleo-uretânicas.

POLIMERIZAÇÃO Mecanismo pelo qual a película de tinta é formada através de reação


química à temperatura ambiente ou por meio de ativação térmica. Este processo é
comumente conhecido como CURA. As tintas que curam à temperatura são normalmente
fornecidas em dois componentes, a resina ou base e o agente de cura ou endurecedor,
que são misturados na relação fornecida pelo fabricante (em peso ou em volume) por
ocasião da aplicação da tinta. Pot-Life ou Tempo de Vida Útil da Mistura É o tempo
máximo após a mistura dos componentes, que a tinta permanece em boas condições de
aplicabilidade sem perda das propriedades da película. Tempo de Indução Também
chamado de tempo de pré-reação. É o tempo mínimo que se deve esperar, após a
mistura dos componentes, para se iniciar a aplicação das tintas.

Polimerização para se obter melhores propriedades a partir da reação química, é muito


importante que os componentes sejam bem misturados na proporção de mistura correta
antes da aplicação. As tintas de dois componentes podem se tornar muito duras e
extremamente resistentes. Uma cadeia tridimensional é formada durante a cura, e uma
força física muito forte é necessária para quebrar essa estrutura. Ao contrário das de
secagem física, essa estrutura é impossível de se dissolver com solventes o que pode se

68
tornar uma vantagem ou desvantagem. Quando uma tinta desse tipo é repintada após a
cura completa, os solventes da nova tinta não podem penetrar e dissolver a anterior
resultando em falha de aderência entre demãos. A temperatura influencia a reação de
cura, geralmente exotérmica. Um aumento de temperatura acelera a reação diminuindo o
potlife, ao passo que, temperaturas muito baixas podem acarretar problemas de cura.

POLIMERIZAÇÃO CURA POR REAÇÃO QUÍMICA

MECANISMOS DE SECAGEM/CURA DOS DIVERSOS TIPOS DE TINTAS

ANÁLISE DE ESQUEMA DE PINTURA Muitas vezes nos deparamos com casos onde
nenhuma informação ou documentação sobre o esquema de pintura aplicado está
disponível, ou seja, desconhece-se o número de demãos, espessura de cada demão e
o(s) tipo(s) de tinta utilizado(s). A identificação do tipo de tinta genérico já pode ser
bastante útil. Evidentemente que isso pode ser feito com métodos sofisticados de
laboratório porém, do ponto de vista prático um simples teste com solventes pode
fornecer boas informações sobre o sistema. Basta colocar um chumaço de algodão
embebido em um solvente forte sobre a superfície pintada e observar o comportamento
do revestimento. Se a tinta dissolve no solvente, ela forma película por secagem física.
Caso não haja uma dissolução direta, mas um amolecimento significativo ou
empolamento, presume-se que a tinta age pelo mecanismo de oxidação Não havendo
qualquer anomalia é uma indicação de tinta quimicamente curada.

Intervalo entre as demãos

Uma das perguntas mais frequentes que o pintor faz: Qual é o intervalo entre as
demãos? ou Qual é o tempo para a aplicação da demão subsequente? ou ainda, Qual é
o tempo para repintura desta tinta?
Esta informação é importante para estes profissionais, por que depois de aplicada a
primeira demão, o solvente da tinta começa a evaporar e há um tempo certo para aplicar
a próxima demão. As fichas técnicas informam qual é esse tempo e também a
temperatura, já que o tempo de secagem depende diretamente da temperatura do
ambiente. Para o projetista a informação permite calcular o tempo para liberar a obra. O
pintor não deve aplicar outra demão fora do prazo, pois poderá haver problema.

Por exemplo, na ficha técnica há a seguinte informação sobre o tempo entre as demãos:
A 25 °C mínimo 4 h e máximo 48 h

69
Antes do intervalo: Nunca deve ser aplicada antes do intervalo mínimo especificado,
pois o solvente da demão anterior não evaporou totalmente ainda e aplicando outra
demão, a tinta fica como se estivesse com espessura exagerada. Poderá haver
escorrimentos em superfícies verticais, demora para secar, enrugamento ou até fissuras
ou trincas durante a secagem da tinta.
Durante o intervalo: Haverá tempo suficiente para a evaporação do solvente da demão
anterior e a secagem será adequada. A aderência será máxima, pois ocorre a
interpenetração das camadas (uma demão se funde com a outra).

Aplicado no Prazo recomendado


(Aderência Perfeita)

Após o intervalo: Nem sempre é possível evitar a aplicação fora do prazo, mas se isto
ocorrer, e nenhuma providencia for tomada, a fusão das camadas pode não ocorrer.
Neste caso, a aderência é prejudicada e poderá haver destacamentos entre as demãos.
Após o intervalo, mas com lixamento: O lixamento superficial da camada é suficiente para
produzir sulcos cuja rugosidade, possibilita maior superfície de contato entre as demãos.
O pintor chama este lixamento de "quebra de brilho". Há necessidade de remover o pó do
lixamento com um pano seco ou embebido em diluente para que a aderência seja
satisfatória.

Aderência prejudicada por que nenhuma providência foi


tomada

Somente as tintas que secam por evaporação dos solventes, as lacas, podem ser
aplicadas sem o lixamento, pois o solvente da nova demão dissolve superficialmente a
demão anterior ou a mais antiga. Mesmo assim, há necessidade de limpar a superfície
removendo poeiras e oleosidades.

Lixamento entre demãos: aderência melhorada

70
2.3 - Esquemas de Pintura Industrial

A correta especificação do esquema de pintura é, também, um fator importante para se


obter a proteção anticorrosiva desejada com uma relação usto/benefício atraente.
Dentre os fatores básicos que norteiam a especificação de um esquema de pintura,
destaca-se:
Tipo de substrato a ser revestido (aço carbono, aço galvanizado, alumínio, etc.);

Otipo de pintura a ser feita (nova, de manutenção, repintura total, etc.).


também deve ser especificado, se além da proteção anticorrosiva, a pintura
apresentará outra finalidade;

As condições prévias do substrato e a complexidade geométrica das estruturas ou dos


equipamentos;
As condições possíveis de preparação de superfície;
As condições de exposição e de trabalho dos equipamentos e das estruturas metálicas.

ESQUEMAS DE PINTURA

As tintas de manutenção são formuladas para permitirem que as estruturas e


equipamentos permaneçam por grandes períodos sem corrosão, e periodicamente
sofram uma manutenção que pode ser desde um simples retoque até substituição de
toda tinta velha por outra nova. As pinturas podem ter um desempenho que em
condições favoráveis, chega a uma vida útil de 5 anos ou mais.
Em condições adversas, a mesma pintura poderia durar cerca de 1 ou 2 anos.
Tudo vai depender do meio ambiente e do esquema de pintura empregado.
Num esquema de pintura podem ser classificadas da seguinte forma;

Num esquema de pintura podem ser classificadas da seguinte forma;

Tinta de fundo: responsáveis pela adesão do esquema as substrato, podem ou não


conter pigmentos inibidores de corrosão. Fundo ou fundo acabamento (dupla função)

Acabamento epóxi

Tintas intermediárias: oferecem espessura ao sistema. São produtos mais baratos

71
comparados com a tinta de fundo. Auxilia na proteção. Conhecida como TIE COAT.
Acabamento
Intermediária
Primer
Aço

Tintas de acabamento: são responsáveis por proteger o sistema contra o meio


ambiente e dar a cor desejada.
Acabamento
Primer
Aço

O esquema de pintura se refere a um conjunto de considerações que devem ser observar


para que a proteção anticorrosiva tenha uma vida longa e efetiva.
Os fatores que devem ser levados em consideração são:

Tipo de superfície: aço carbono, aço inoxidável, alumínio, concreto, etc;

Meio ambiente exposto: urbano, marítimo, industrial, etc;

 Sol: Radiação ultravioleta e variação de temperatura

 Chuva: água e ventos

 Umidade: vapor dágua

Poeiras: pó de areia e argila levada pelos ventos


Névoa salina: pulverização no ar de névoa de água salgada

 Industrias: dióxido de carbono, anidrido sulfuroso, ácido sulfúrico

 Urbano: fuligem da queima de combustíveis de automóveis

 Área internas ou externas a ser tratadas;

Temperatura de trabalho: quente ou frio, ou altas temperaturas como chaminés,


tubulações, etc;

72
Tipo de limpeza superficial possível: St2, St3, Sa 2 ½ ou Sa 3, etc;

Aplicação possíveis com: pincel, rolos, pistola, pistola Airless, etc;

Entre outras considerações possíveis.

Após a análise dos fatores acima que fundamentam a definição das tintas, estabelece o
esquema de pintura que deve incluir:

Preparo da superfície, grau de limpeza e perfil de rugosidade;

Número de demãos da tinta de fundo, intermediária e acabamento e as espessuras de


cada demão;

Intervalo de tempo, mínimos e máximos, entre cada demão;

Tempo da cura final para colocar o equipamento em operação.


Considerar também que quanto melhor o grau de limpeza da superfície e maior a
espessura maior será a duração da proteção que o esquema de pintura
proporcionará. E certamente a relação de custo e benefício reflete a situação em que a
duração da pintura será maior porém a um custo maior.

Industrial Peças
Ambiente Rural Urbano Imersão
/Marítimo Enterradas
Preparo de
superfície SA 2 1/2 SA 2 1/2 SA 2 1/2 SA 2 1/2 AS 3
mínimo
Faixa de
espessura de
80 a 125 100 a 200 240 a 300 400 a 500 375 a 500
(μm)

Tabela de preparo de superfície e espessuras de película recomendadas para jateamento


abrasivo

73
Industrial Peças
Ambiente Rural Urbano Imersão
/Marítimo Enterradas
Preparo de
superfície ST 3 ST 3 ST 3 - -
mínimo
Faixa de -
espessura de
125 a 175 150 a 250 350 a 275 -
(μm)

Tabela de preparo de superfície e espessuras de película recomendadas para jateamento


abrasivo

Um estudo do SSPC, realizado com tinta epóxi, fundo e acabamento, em três ambientes
industriais com diferentes agressividades, variando apenas o grau de preparação de
superfície, limpeza mecânica St 3 versus jato comercial Sa 2, mostrada na tabela abaixo,
evidencia a necessidade de melhores preparos de superfície para ambientes agressivos,
e que quanto melhor é o preparo, em quaisquer situação, maior será a durabilidade da
pintura.

Ambiente Industrial (vida Util)


Leve Alta
Total de Preparo Media
Esquema Nº deMão Agressivida Agressivid
Espessura Superficie Agressividade
de ade
1 de Prime ST 3
4 3 2
75 um
Epoxi 1 de 150 um
Acabamen AS 2 7 6 5
to 75 um

74
Tinta a ser utilizada

Segue abaixo alguns esquemas de pintura supostos, para pintura sobre aço
carbono para ambientes: urbanos, industriais e marítimos.

Para Ambientes Urbanos:



Observações

Por/demão (µm)
D

Total (µm)
Esquema

e
Tinta

EPS

EPS
Tipo

m
ão
s
Fundo Primer alquídico 2 40 Esquema baixo custo
Tip

01

160
o

Acabamento Esmalte alquídico 2 40 por galão


Esquema médio
Fundo/Acabto Epoximastic cores custo por
Tipo 02

galão
1 120 120
(com
calcinação)

Para Ambientes Industriais:



Obs:
Por/demão (µm)

D
Total (µm)
Esquema

e
Tinta

EPS

EPS
Tipo

m
ão
s
Esquema médio
Epoximastic
Fundo/A
Tipo 01

cabto

2 125 250 custo por galão


cores

Fundo Primer epóxi 1 125 Esquema alto custo


Tipo 02

Esmalte 2 275 por galão (sem


Acabamento 75
poliuretano calcinação)

75
Para Ambientes Marítimos:
N
Obs:
º

Por/demão (µm)
D

Total (µm)
Esquema

EPS

EPS
Tipo

Tinta m
ã
o
s

Esquema alto
Fundo Etil silicato de zinco 1 75
custo por galão
Intermediário Epóxi poliamida 1 40
(sem calcinação).
Tipo 01

Acabamento
Excelente
265 resistência ao
Esmalte poliuretano 2 75
ambiente
marítimo

Considerações gerais sobre os esquemas de pinturas

A escolha de cada esquema de pintura depende da disponibilidade de recursos


financeiros, das necessidade de cuidados com o meio ambiente. A durabilidade
depende não só do tipo de tinta, mas também do fabricante, pois para um mesmo tipo
pode haver desempenhos diferenciados.

A durabilidade da pintura são maiores quando a manutenção preventiva é


realizada pelo menos uma vez por ano. Entende-se retoques feitos com o pincel em
cortes, riscos, escoriações, ocorridas durante o transporte e a montagem, ou falhas de
aplicação como bolhas, furos, fissuras, trincas ou espessuras mais baixas, ocorridas
durante a pintura ou logo após a pintura.

A durabilidade depende do preparo correto da superfície, das técnicas de


aplicação das tintas e do controle das espessuras e das condições climáticas no
momento da aplicação e durante a cura das tintas.

Na escolha dos produtos para compor o esquema de pintura, deve-se observar as


espessuras das tintas individuais, que podem variar, mas a espessura total deve ficar
dentro da faixa apresentada na tabela de preparo e espessura. A calcinação não afeta
significativamente a proteção anticorrosiva. O problema é apenas estético com a perda
de cor e brilho.

76
2.3 - Inspeção visual da superfície antes e após o seu preparo da superfície

ABNT NBR 15185- Inspeção de Superfícies para Pintura Industrial;

Executar inspeção visual de acordo com a ABNT NBR 15185 com a finalidade de se
averiguar a existência de óleo, graxa, gordura, tintas ou argamassa, em 100 % da área a
ser jateada ou Hidrojateada.

A inspeção visual tem a finalidade de identificação e demarcação de áreas a serem tratadas e


posteriormente pintadas, desta forma identificaremos o melhor método a ser abordado de pintura, a
cor e lote a serem utilizados, isolamento de área d segurança, montagem preliminar de todo
equipamento que será utilizado e funções dentro da equipe a ser definida.

 Identificação de cordões de solda a serem tratados e pintados


 Identificação de áreas de segurança
 Identificação de cores a serem utilizadas
 Identificação de Método a ser adotado para tratamento, para saber se pode ser equipamento
mecânica, que gere fagulhas ou somente ferramentas manuais.

Deverá ser efetuada inspeção visual em 100% das peças e em 100% da superfície a
serem pintada s antes e após cada etapa do processo a fim de detectar qualquer tipo de
contaminante, o qual devera ser identificado, marcado e removido totalmente.
Deverá também ser verificada a presença de cantos vivos antes do jateamento
Abrasivo.

A superfície deve estar isenta de fragmentos de metal fundido aderido na forma de


respingos de solda os quais deverão ser detectados também antes do jateamento
abrasivo.
Antes e após do jateamento abrasivo Inspeção: Verificar inicialmente o estado de
oxidação do material em 100% da superfície de acordo com a norma ISO 8501 e se está
isento de óleo ou graxa para evitar a contaminação da área jateada.
Na inspeção pós jateamento deve se verificar a presença de contaminantes como óleo ou
graxa ou qualquer substância estranha e marca-las para a sua remoção

Essa etapa é a mais importante para que um esquema de pintura apresente o


desempenho esperado. Visa remover os contaminantes da superfície (carepa de
laminação, produtos de corrosão, sais, óleos, graxas, tintas velhas, etc.) e criar condições
que proporcionem aderência satisfatória aos esquemas de pintura. O desempenho de um

77
revestimento anticorrosivo está diretamente ligado a escolha adequada do tipo de tinta e
do adequado preparo de superfície. Uma superfície limpa, seca, isenta de contaminantes
e ferrugem, é uma base perfeita para um bom desempenho de um sistema de pintura.

Os serviços de preparação de superfície de aço são realizados para atender aos


requisitos técnicos estabelecidos em normas que tratam desse tema.
As normas SIS 055900-1967, ISO 8501, ISO 8504 e SSPC são as mais utilizadas
mundialmente.
Os graus de limpezas estabelecidos nessas normas são equivalentes entre si, diferindo
apenas, em alguns casos, na nomenclatura.

Graus de Intemperismo

É importante, também, descrever os graus de intemperismo inicial que uma superfície


ferrosa pode apresentar antes da limpeza. Assim, de acordo com as normas citadas, o
aço não revestido pode se encontrar em quatro graus de intemperismo que serão
descritos a seguir:

grau A: superfície de aço com a carepa de laminação praticamente


intacta em toda a superfície e sem corrosão. Representa a superfície
de aço recentemente laminada;

grau B: superfície de aço com princípio de corrosão, quando a


carepa de laminação começa a desprender-se;

grau C: superfície de aço onde a carepa de laminação foi eliminada pela


corrosão ou poderá ser removida por raspagem ou jateamento, desde
que não tenha formado ainda cavidades muito visíveis (pites) em grande
escala;

grau D: superfície de aço onde a carepa de laminação foi eliminada


pela corrosão com formação de cavidades visíveis em grande escala.

Graus de intemperismos de Aço Pintado

Graus de intemperismo de superfícies pintadas

78
Grau 8 - pintura existente quase intacta, em área com corrosão menor que 0,1% da superfície;

Grau 6 - pintura de acabamento “calcinada”, podendo apresentar tinta de fundo exposta; é admissível
leve manchamento ou empolamento após o tratamento das manchas, menos de 1 % da área pode se
encontrar afetada por corrosão, esfolheamento ou tinta solta;

Grau 4 - pintura totalmente “calcinada”, empolada ou com manchas de oxidação, podendo ter até 10
% de sua superfície com corrosão, bolhas de oxidação, tinta solta e pequena incidência
de pites (corrosão puntiforme);

Grau 2 - pintura totalmente “calcinada”, empolada ou com manchas de oxidação, podendo ter até 33
% de sua superfície com corrosão, bolhas, tinta solta e pequena incidência de pites (corrosão
puntiforme);

Grau 0 - presença intensa de corrosão, tinta sem aderência e formação severa de corrosão por pites
e alvéolos.

2.4 - Preparação de superfície (limpeza química, manual e mecânica)

O preparo de superfície deve ser feito de acordo com o conjunto de normas Petrobrás
N5, N6, N7, N9 e N11 e conforme as exigências contidas na presente especificação.

Preparações de superfície do aço


Um dos fatores de maior importância para o bom desempenho da pintura é o preparo da
superfície.
As tintas aderem aos metais por ligações físicas, químicas ou mecânicas. As duas
primeiras ocorrem através de grupos de moléculas presentes nas resinas das tintas que
interagem com grupos existentes nos metais. A ligação mecânica se dá sempre
associada a uma das outras duas e implica na necessidade de uma certa rugosidade na
superfície.
Preparar a superfície do aço significa executar operações que permitam obter limpeza e
rugosidade. A limpeza elimina os materiais estranhos, como contaminantes, oxidações e
tintas mal aderidas, que poderiam prejudicar a aderência da nova tinta. A rugosidade
aumenta a superfície de contato e também ajuda a melhorar esta aderência.
O grau de preparação de superfície depende de restrições operacionais, do custo de
preparação, do tempo e dos métodos disponíveis, do tipo de superfície e da seleção do
esquema de tintas em função da agressividade do meio ambiente.

79
Contaminantes
O aço é uma liga ferro-carbono contendo outros elementos tais como Manganês, Silício,
Fósforo e Enxofre, seja porque estes integravam as matérias primas (minérios e coque)
com que foram fabricados, seja porque lhes foram deliberadamente adicionados, para
lhes conferirem determinadas propriedades.
Qualquer material diferente destes, mesmo se tratando de óxidos ou sais do Ferro sobre
a superfície do aço é considerado um contaminante.

Os contaminantes são classificados de acordo com a sua natureza, em:

Óleos ou graxas - Óleos de usinagem, óleos de prensagem ou óleos protetivos


temporários, lubrificantes ou combustíveis espalhados ou derramados sobre a superfície
ou levados pelas mãos de operadores de máquinas. Qualquer gordura, oleosidade ou
material estranho à superfície prejudica a aderência das tintas.

Suor - Líquido produzido pelas glândulas sudoríparas, com pH entre 4,5 e 7,5 eliminado
através dos poros da pele. Contém água, gorduras, ácidos e sais. O ser humano chega a
perder alguns litros por hora de suor visível e até 3 g por hora de Cloreto de Sódio (NaCl)
em condições de exercícios físicos intensos e sob calor. As gorduras e oleosidades são
produzidas pelas glândulas sebáceas.

O toque das mãos em superfícies a serem pintadas produz manchas que causam bolhas
nas tintas e aceleram a corrosão. O manuseio das peças prontas para serem pintadas
deve ser feito sempre com as mãos protegidas por luvas limpas.
Mesmo quando as peças já estiverem pintadas, aguardando aplicações de demãos
subseqüentes, não se deve tocá-las com as mãos desprotegidas, por que há o risco de
contaminação entre as de-mãos.

Detergentes – Os detergentes são erroneamente utilizados em limpezas de superfícies a


serem pintadas, mas devem ser totalmente retiradas desta superfície antes da aplicação
da tinta, pois sua composição química proporcionará uma diluição de solventes, vernizes.
Com grande tendência a osmoses.
Orgânicas – Este composto é abundantemente encontrado em locais de pintura sem
cobertura ou proteção, pois: É facilmente encontrado na forma de fezes de animais,
foligens, etc...

OSMOSE E ELETROSMOSE

80
Osmose consiste na passagem de umidade através da película de tinta, considerada uma
membrana semipermeável. A migração da umidade se dá sob o efeito de uma pressão
osmótica que força a passagem de água da região menos concentrada em sais, para a
interface da película com o metal, onde exista uma concentração maior. A quantidade de
líquido que atravessa a película está diretamente relacionada com a permeabilidade e
adesão, podendo ser fortemente acelerada pela presença de sais na interface
película/metal

O modelo abaixo demonstra uma osmose:

Carepa de laminação

A carepa de laminação é um contaminante muito especial, pois o aço já sai da


siderúrgica com uma camada de óxidos de ferro formada na superfície do metal no
processo de laminação a quente. A carepa se forma em perfis, tubos, vergalhões e
chapas, na faixa de temperatura entre 1250 °C e 450 °C. Basta aquecer qualquer peça
de aço em temperaturas dentro desta faixa que o oxigênio reage com o ferro e forma-se a
carepa. Na laminação o aço é aquecido para torná-lo mais dúctil e para que seja possível
passar as chapas entre os cilindros laminadores. Durante o resfriamento a chapa se
recobre de uma camada cinza azulada. Este tipo de superfície é encontrado na área de
produção do aço, muito encontrado em metalugircas durante o processo de resfriamento,
na verdade ela é vista como uma proteção temporária, pois ela cria uma camada grossa
sobre a superfície do aço, em mídia de 200 mi.
• Pode apresentar espessuras de 15 até vários milhares de micrometros
(a espessura depende do tempo que o aço fica exposto a temperaturas da faixa)
Esta é a razão do porque chapas grossas têm carepas mais espessas: quanto maior
a massa, mais tempo demora a esfriar.
Uma análise rápida das características da carepa poderia levar a conclusão de que se
trata de um ótimo revestimento anticorrosivo. Se comparássemos uma camada de carepa
com uma camada de tinta, no mesmo ambiente pelo mesmo tempo, a pintura
apresentaria um desempenho superior. A explicação é que a tinta apresenta flexibilidade
suficiente para acompanhar os movimentos da base sem se trincar ou fissurar. A carepa

81
não possui flexibilidade e não acompanha os movimentos do aço sobre a qual foi
formada. Por possuir coeficiente de dilatação diferente do aço e com os movimentos
diários de dilatação por causa do calor do sol e com a contração devido a temperaturas
serem mais frias durante as noites, a carepa acaba se trincando e se destacando levando
a tinta junto consigo.

Esquema de produção de carepa de laminação:

Ação Química da Formação da Carepa de Lamição.

Preparação Química

Preparação por meio de limpeza com solventes

Geralmente é apenas uma das etapas do processo de preparação da superfície, para


posterior aplicação dos revestimentos por pintura. Essa etapa visa remover
contaminantes oleosos, sais, terras, etc.
Solventes orgânicos, detergentes, soluções alcalinas, vapor e água doce podem ser
utilizados nessa etapa. A escolha do produto é função do tipo e grau de contaminação
da superfície, das dimensões da superfície, da complexidade geométrica, das condições
de acesso e da viabilidade operacional de execução.

82
LIMPEZA POR FERRAMENTAS MANUAIS

Lixamento manual

Deve ser feito com lixas à prova de água (que não se desmancham quando molhadas).
Os movimentos de lixamento devem ser circulares, cobrir toda a superfície a ser limpa e
a lixa trocada assim que se perceber que foi desgastada na operação. As folhas de lixas
são normalmente de tamanho 27,5 cm por 22,5 cm e trazem impresso no verso o tipo de
lixa e a grana (o número que define a granulometria do abrasivo usado para fabricar a
lixa). As lixas mais usadas na pintura industrial são as de número 40, 60, 80, 100, 120,
180, 220 e 400. As de número mais baixo, como as 40 e 60, são lixas grossas e servem
para arrancar ferrugem e remover carepas desde que o abrasivo seja de carbureto de
silício ou de óxido de alumínio. As de número mais altos, como 120 ou 180 servem para
dar uma boa limpeza

e produzem uma rugosidade ideal para a aderência das tintas. Já as de número 180 ou
220 são usadas depois das 100 ou 120, para conseguir um acabamento perfeito, em que
as marcas de lixa não aparecem. As de número 400 servem para possibilitar a aderência
entre as demãos das tintas.

Escovamento manual

PETROBRAS N 6 - Tratamento de Superfícies de Aço com ferramentas Manuais Há no


mercado escovas de madeira com cerdas de aço. São ferramentas rústicas que servem
para retirar ferrugem e carepas soltas e não proporcionam uma limpeza muito rigorosa.

Sequência das lixas:

Para um bom acabamento em aço lixado, deve ser seguida uma sequência ideal de uso
de cada número de lixa. A grana seguinte não deve exceder mais que 50% do grão

83
usado anteriormente. Se você iniciou o trabalho usando uma determinada grana, a
próxima lixa deverá ter 50% a mais do que a inicial, para que o grão mais fino possa
minimizar os riscos deixados pelo grão mais grosso.

Ex: Usou-se a grana 80, a próxima grana deverá ser a 100. "Pulamos" a próxima e
teremos então a grana 120, como sequência ótima de acabamento. Exemplos de
sequencias de lixamento ideais:
(mais grossa) 80 + 120 + 180 + 240 (mais fina) ou (mais grossa) 60 + 100 + 150+ 220
(mais fina).

Manta não tecida


Atualmente as lixas e até escovas têm sido substituídas em alguns casos pelas mantas
não tecidas de fibras sintéticas impregnadas com grãos abrasivos do Tipo Scotch-brite.
São apresentadas em diversos formatos, como folhas de lixas, tiras, correias ou discos.

As letras A ou S indicam o material abrasivo que compõe a manta. Assim, A significa


Óxido de alumínio e S significa Carbureto ou Carbeto de Silício. As mantas de cor
vermelha são de Óxido de alumínio e as de cor cinza são de Carbeto e Silício.

A granulometria destes abrasivos são: Grosso, Médio, Fino e Super fino.

Este material tem poder abrasivo, porém mais brando que as lixas tradicionais.
São resistentes aos solventes e a água e podem ser empregados em atividades onde
não se deseja poeira no ambiente. Dão um acabamento mais fino, não apresentando
marcas típicas de lixas. São mais duráveis do que as lixas.

Letra Granulometria Cor Tipo Abrasivo


A Grosso Vermelho Oxido de Alumino
A Médio Vermelho Oxido de Alumino
A Fino Vermelho Oxido de Alumino
S Super Fino Cinza Carbureto de Silico

Existem diversos tipos de Lixas utilizadas no tratamento de superfície, a composição


desta lixa é o mais importante, pois através da granalha e sua granulometria (G12; G14;
G16; G18; G25; G40; G50; G80) podemos ter diversos graus de espessura na superfície

desta lixa determinados a partir da numeração encontrada na lixa, e existem uma gama
diversa na formações desta granalha, podendo ser de: Aço; Alumínio; Areia; Vidro e etc..

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Limpeza por ferramentas mecânicas (elétricas ou a ar comprimido)

PETROBRAS N 7 - Tratamento de Superfícies de Aço com ferramentas mecânicas.


As ferramentas mecânicas são equipamentos movidos a energia elétrica ou a ar
comprimido (pneumáticas), que por terem mais força, proporcionam melhor rendimento e
melhor qualidade na limpeza do que as manuais.

Preparação por meio de jateamento abrasivo


Consiste na remoção da camada de óxidos e outras substâncias depositadas sobre a
superfície, por meio de aplicação de um jato abrasivo com granalha de aço, bauxita
sinterizada, escória de cobre, dentre outros. Esse jato é obtido através da projeção. Sobre a
superfície, de partículas de abrasivo, impulsionadas por um fluido, geralmente o ar
comprimido.

Escovas rotativas
São utilizadas, sobre aço novo ou enferrujado ao grau C da norma sueca.
Não são recomendadas para aço com carepa intacta, pois a carepa é mais dura dos que
as cerdas de aço das escovas.

Lixadeiras rotativas
Promovem uma limpeza de superfície razoável e conseguem remover carepa, porém
este processo, é antieconômico e inviável porque o seu rendimento é muito baixo. No
entanto, para a remoção de ferrugem e tintas velhas e criar uma rugosidade razoável, a
lixa pode ser empregada e deve ser mantida em um ângulo de 15° sobre a peça a ser
trabalhada, pressionando ligeiramente. Uma pressão excessiva provocará um rendimento
baixo, além de desgastar rapidamente o disco de lixa.

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Tratamento Pontual (cordão de solda e cantos)

Preparação por meio de jateamento abrasivo


Dentre os diversos métodos de limpeza de superfície por ação mecânica, o jateamento
abrasivo é, sem dúvida alguma, um dos mais eficientes, tanto na remoção de
contaminantes como na formação de um perfil de ancoragem adequado para a aderência
dos esquemas de pintura ao substrato metálico. Apesar de sua grande eficiência, a
limpeza prévia da superfície por meio de solventes é necessária antes da execução do
jateamento abrasivo, a qual tem como objetivo evitar a contaminação do abrasivo e da
superfície.
O processo de jateamento consiste, basicamente, em se fazer colidir, com a superfície a
ser limpa as partículas de abrasivo a alta velocidade. A projeção pode ser feita através de
ar comprimido ou por meio de força centrífuga. Na maioria dos serviços de pintura, a
projeção através de ar comprimido é a forma mais utilizada. Dentre os abrasivos
utilizados nos processos de jateamento pode-se citar a granalha de aço, a escória de
cobre, o oxido de alumínio e a bauxita sinterizada.

A seleção do abrasivo vai depender de uma série de fatores, como: tipo e local do serviço
a ser executado, condições operacionais, tipo do equipamento de jateamento, grau de
limpeza a ser obtido e legislação ambiental. Dos abrasivos citados, é importante destacar
que o jateamento com areia seca tem sofrido, em nível mundial, severas restrições,
sendo inclusive proibido em muitos países.

Fatores que Determinam a Qualidade no Jateamento

Qualidade do ar comprimido: o ar comprimido deve ser limpo e seco (isento de


umidade e de óleo). A presença destes contaminantes na superfície pode ocasionar
problemas sérios de aderência da pintura, empolamento do revestimento, corrosão do
substrato, etc;

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Qualidade e características técnicas dos abrasivos: a qualidade dos abrasivos é um
fator extremamente importante para se obter o grau de limpeza e o perfil de rugosidade
desejados.
Salinidade: os abrasivos devem estar isentos de sais ou em níveis que atendam às
normas vigentes. A presença de sais no abrasivo contaminará a superfície, o que
reduzirá substancialmente a vida útil dos revestimentos por pintura, bem como contribuirá
para o aparecimento prematuro de corrosão do substrato;

PH: abrasivos com pH ácido ou alcalino devem ser rejeitados, pois contaminarão
a superfície metálica e contribuirão para a degradação do revestimento por pintura.

Dureza: formato das partículas e pureza dos abrasivos: são propriedades técnicas que
influenciam diretamente no grau de limpeza e na altura do perfil de rugosidade da
superfície.

Tipos de Granalhas Utilizadas

Granalha de aço: é usada, quase'sempre, em circuitos fechados, a fim de se ter o


máximo reaproveitamento. A rugosidade obtida é normalmente grande e mais irregular,
apresentando, no entanto, maior reaproveitamento e maior rapidez na limpeza. Só é
economicamente viável quando o jateamento é feito em ambiente onde o abrasivo pode
ser recuperado e reaproveitado;

Escória de cobre: tem sido usada no campo, particularmente em substituição à areia,


confere uma rugosidade na faixa de 40 a 70 um; pois a areia esta proibida em setores
industriais.

Bauxita sinterizada: tem sido utilizada em cabines, onde haja possibilidade de


reaproveitamento, confere também uma rugosidade na faixa de 40 a 70 um;

Granalhas sintéticas: são usadas granalhas de materiais duros como carbonetos,


escórias e até mesmo materiais plásticos. Estes abrasivos são ainda de
pouca aplicação no Brasil;

Esferas de aço, ferro fundido ou vidro: usados apenas para pequenos trabalhos
de limpeza e para tratamento mecânico de endurecimento superficial, sendo, portanto,
pouco comum na pintura industrial, de modo geral;

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Granalhas de aço
Existem sistemas de recuperação automáticos das granalhas, com piso gradeado,
elevadores de canecas e sistema de purificação das granalhas. O sistema
mais simples, de recuperação manual, é muito penoso para o operador, pois uma
pá de granalhas pesa quase 15 kg. As granalhas são feitas com um tipo especial
de aço, de alta dureza e são apresentadas em dois formatos, esféricas.
(shot) e angulares (grit).
As shot tem dureza Rockwell C de 40 a 50 e as grit de 55 a 60.

Perfil Arredondado

Sinterball
Obtido da bauxita sinterizada, não contém sílica (mais de 80 % de óxido de alumínio). É
um material duro, leve e não enferruja. É apresentado nas formas esférica e angular.
Pode ser usada com pressões mais baixas (60 a 70 lb/pol2). Produz pó preto quando
usada com pressões altas. Pequena porção do material fica encrustada no aço o que
torna a coloração da superfície pouco mais escura do que em uma jateada com areia ou
granalha. No entanto este material encrustado não prejudica a aderência das tintas nem
causa problemas de corrosão por que não é metálico e por isso não causa corrosão
galvânica.

Perfil de rugosidade
No impacto das partículas do abrasivo contra a superfície, a carepa de laminação é
arrancada e parte do metal também. Este impacto provoca uma aspereza na superfície.
Quando se executa o processo completo de jateamento da superfície (incluindo a
lavagem inicial com água e detergente), consegue-se limpeza e rugosidade. A
rugosidade provocada pelo abrasivo na superfície pode ser medida e é chamada de perfil
de rugosidade ou perfil de ancoragem.O perfil deve ser controlado, porque se for muito
alto podem ficar picos fora da camada de tinta e por este motivo, a corrosão se iniciará a
partir destas áreas e se for muito baixo a tinta pode não aderir satisfatoriamente.

Perfil de Rugosidade Excessivo

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Normas Tecnicas e Niveis de Tratamento de Superficie

Tipos d SIS VIS 1 SSPC NACE 0170 NBR ISO 8501- BS 4232 PETROBRAS
Preparação 055900
Ferramenta
mecanica
Limpeza ST 2 SP 2 7346 ST 2 N6
manual
Limpeza ST 3 SP3 7347 ST3 N7
Motorizada
Jato Abrasivo N9
Jato Brush SA 1 SP 7 NACE 4 7348 SA1 BRUSH OF SA 1
Comercial SA 2 SP 06 NACE 3 7348 SA 2 3 rd quality SA 2
Metal Quase SA 2 ½ SP 10 NACE 2 7348 SA 2 ½ 2nd quality SA 2 1/2
Branco
Metal Branco SA 3 SP 05 NACE 1 7348 SA 3 1nd quality SA 3
Outro Tipos
Limpaza co SP 1 N5
Solventes
Limpeza a SP 4
Fogo
Decapagem SP 8
Quimica
Intemperismo SP 9 N11
Jato Abrasivo

O Jateamento é o tipo de limpeza mais adequado e recomendado para aplicação de pintura,


pois possui grande rendimento de execução, proporciona limpeza adequada, além de deixar
a superfície com rugosidade excelente para boa ancoragem da película de tinta. Há quatro
graus de limpeza por jateamento abrasivo, que devem ser realizados em superfícies de aço
cujos estados iniciais de oxidação são os citados anteriormente. Esse graus são avaliados
com base nos padrões das normas técnicas que tratam desse tema como, por exemplo, a
SIS 055900-1967, ISO 8501 e SSPC. O Quadro 3 apresenta a equivalência dos padrões de
limpeza dessas normas, e em seguida, a descrição destas

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Nomenclatura
Descrição
SIS 055900-1967 ISO 8501 SSPC
Jateamento ligeiro Sa 1 Sa 1 SP-7
Jateamento comercial Sa 2 Sa 2 SP-6
Jateamento ao metal quase branco Sa 2 ½ Sa 2 ½ SP-10
Jateamento ao metal branco Sa 3 Sa 3 SP-5
Padrões de limpeza de superfície de aço preparadas por jateamento abrasivo

Jato ligeiro: prevê a remoção de carepa de laminação solta, ou não aderente, óxidos e
possíveis partículas estranhas não aderentes. A retirada do produto de corrosão situa-se
em torno de 5 % e corresponde ao padrão Sa 1. Este padrão não se aplica às superfícies
com grau de oxidação inicial A. Para os demais graus de intemperismo os padrões de
limpeza são B Sa 1, C Sa 1 e D Sa 1;

Jato comercial: prevê a remoção de, praticamente, toda a carepa de laminação, óxidos e
partículas estranhas, em cerca de 50 % da superfície a ser pintada e corresponde ao
padrão Sa 2. Após o tratamento a superfície deverá apresentar uma coloração
acinzentada. Este padrão não se aplica às superfícies de grau A. Para os demais graus de
intemperismo os padrões de limpeza são B Sa 2, C Sa 2 e D Sa 2;

Jato ao metal quase branco: o jato é mantido por tempo suficiente para assegurar a
remoção da laminação, ferrugem e partículas estranhas, de tal modo que apenas possam
aparecer leves sombras, listras ou descoloração na superfície. Os resíduos são removidos
com aspirador de pó, ar comprimido seco e limpo ou escova limpa. Ao final da limpeza 95
% de uma polegada quadrada de área deverão estar livres de resíduos e a superfície
deverá apresentar uma tonalidade cinza clara. Para os diversos graus de intemperismo os
padrões de limpeza são A Sa 2 ½, B Sa 2 ½, C Sa 2 ½ e D Sa 2 ½;

Jato ao metal branco: é o jateamento abrasivo perfeito, com remoção total de laminação,
óxidos e partículas estranhas. Finalmente se faz a remoção dos resíduos com aspirador de
pó, ar comprimido seco e limpo ou escova limpa. Após a limpeza a superfície deverá
apresentar uma cor cinza de tonalidade muito clara e uniforme, sem listras ou sombras.
Para os diversos graus de intemperismo os padrões de limpeza são A Sa 3, B Sa 3, C Sa 3
e D Sa 3.

OBS: A cor do abrasivo influencia na coloração final da superfície. Assim, para um mesmo
grau de limpeza, a superfície pode apresentar diferenças na coloração final, em função do

90
abrasivo escolhido. Por esse motivo, é recomendado que se use, na avaliação do grau de
limpeza, sempre que possível, os padrões referentes ao abrasivo em questão.

Os padrões de grau de corrosão são definidos através de fotografias do estado de


intemperismo em que a superfície de aço carbono laminado a quente, se encontra para a
pintura, antes da limpeza. Os padrões visuais fotográficos são 4:

A - Superfície com carepa de laminação intacta.

Sa 1 - Jato ligeiro "brush-off" - executado de forma rápida, quase uma "escovada"com o jato.
O rendimento aproximado desta operação, considerando o grau C de corrosão é entre 30 a
45 m2/h por bico;

Sa 2 - Jato comercial - executado de forma um pouco mais minuciosa do que no Jato ligeiro.
Cerca de 65% das carepas e ferrugem são eliminadas. O rendimento aproximado é de 15 a
20 m2/h por bico;

Sa 21/2 - Jato ao metal quase branco - mais minucioso que o anterior, sendo 95% de carepas
e ferrugens removidas. A coloração da superfície é cinza clara, sendo toleradas pequenas
manchas. O rendimento aproximado é de 10 a 15 m2/h por bico;

Sa 3 - Jato ao metal branco - 100% das carepas e ferrugens removidas. É o grau máximo de
limpeza. A coloração da superfície é cinza clara e uniforme. O rendimento aproximado é de
6 a 12 m2/h por bico. Determinado o estado inicial da superfície (A, B, C ou D), definido o
tipo de limpeza (designada pelas letras: St ou Sa) e o grau de limpeza (designado por
números) é então estabelecida a notação alfanumérica que define a especificação da
limpeza de superfície, por exemplo: B Sa 2 1/2. Obs.: É possível obter o grau St 2 de
limpeza com ferramentas mecânicas
basta para isto gastar menos tempo na operação e também é possível obter St 3 com
ferramentas manuais. Logicamente este último grau é mais difícil, de se conseguir por
envolver maior tempo do operador na limpeza, mas é possível.

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Pressão Utilizada no Processo de hidrojateamento

Processo em que a limpeza da superfície é obtida por meio de água a altas pressões. De
acordo com a Norma SSPC-SP12 / NACE No 5.

Hidrojateamento é classificado em:

hidrojateamento a alta pressão: a pressão varia de 34 Mpa a 170 Mpa (10000 psi a
25000 psi);
hidrojateamento a hiperalta pressão: usada para pressões acima de 170 Mpa (25000
psi). Atualmente, existe equipamentos capazes de operar com pressões ate 276 Mpa
(40000 psi).

St 3: raspagem e escovamento com escovas de aço, de modo cuidadoso. Após a


limpeza, deverá a superfície apresentar pronunciado brilho metálico. Para os graus de
intemperismo, os padrões de limpeza são B St 3, C St 3 e D St 3.

92
Modulo III

3.0 - Condições climáticas para pintura industrial

Na aplicação de tintas anticorrosiva é de vital importância seguirmos alguns parâmetros


de condições ambientais para obtermos um filme de tinta com qualidade assegurada.
Pois as condições climáticas são fatores determinantes para se ter qualidade necessária
para trabalho, secagem e cura. Assim como são fatores determinantes na ancoragem da
tinta e de possíveis defeitos no processo de secagem da mesma, neste capitulo
estudaremos toso os aspectos ligados ao fator de tempo e intemperismo.

Os parâmetros mais importantes estão listados a seguir:

• Não deve ser feita nenhuma aplicação de tinta quando a temperatura ambiente for
inferior a 5 °C, exceto quando se tratar de tinta cujo mecanismo de formação de película
seja por evaporação do solvente. Tais tintas podem ser aplicadas desde que a
temperatura ambiente seja igual ou superior a 2°C.

• Nenhuma tinta deve ser aplicada, se houver a expectativa de que a temperatura


ambiente possa cair até 0 °C, antes de a tinta ter secado.

• Não deve ser aplicada tinta a superfícies metálicas cuja temperatura seja inferior à
temperatura de ponto de orvalho + 3, ou em superfícies com temperatura superior a 52
°C. No caso de tintas a base de silicatos inorgânicos ricos em zinco, a temperatura da
superfície metálica não deve exceder a 40 °C.

• Não deve ser feita nenhuma aplicação de tinta em tempo de chuva, nevoeiro ou bruma,
ou quando a umidade relativa for superior a 85 %, nem quando haja expectativa deste
valor de umidade ser alcançado.

• Não deve ser feita nenhuma aplicação de tinta em tempo de chuva, nevoeiro ou bruma
ou quando a umidade relativa do ar for superior a 85 %, nem quando haja expectativa
deste valor ser alcançado.

• As tintas formuladas especificamente para aplicação sobre superfícies com


condensação de umidade, com umidade residual ou úmida, não estão sujeitas às
restrições do ponto de orvalho e de umidade relativa.

Condições de aplicação das tintas

93
As condições que podem influir no desempenho das tintas e, por tanto devem ser
respeitadas pelo pintor são:

Temperatura da tinta
A temperatura da tinta, medida na lata, se for monocomponente ou na mistura se for
bicomponente, deverá estar entre 16 e 30 °C. Lembrar que na mistura de A com B das
tintas bicomponentes, a temperatura aumenta.
A temperatura da tinta pode ser medida com um termômetro comum.

Temperatura do ambiente
A temperatura do ar no ambiente onde a pintura será executada deverá estar entre 16
°C e 30 °C. Em temperaturas abaixo de 16 °C, até no mínimo 10 °C e acima de 30 °C,
até no máximo 40 °C, poderão ser necessárias técnicas especiais de diluição e de
aplicação.
A temperatura do ambiente poderá ser medida com um termômetro comum.

Temperatura da superfície
A temperatura da superfície a ser pintada deverá estar entre 16 °C e 30 °C.
Em temperaturas abaixo de 16 °C até no mínimo 10 °C e acima de 30, até no máximo 55
°C, poderão ser necessárias técnicas especiais de diluição e aplicação.
A temperatura da superfície pode ser medida com um termômetro de contato.

Umidade relativa do ar (UR)


A água quando se evapora fica no ar na forma de vapor.
Esta água, mesmo não sendo notada, está no ar atmosférico e é chamada de umidade
relativa do ar. Quando colocamos água gelada em um copo, em poucos minutos suas
paredes começam a "suar". Aquelas gotas que escorrem é a umidade do ar que estava
no ambiente e se condensou. Quanto mais umidade houver no ar e quanto mais baixa for
a temperatura da superfície, maior será a condensação. Quando um líquido se evapora,
ele provoca um abaixamento da temperatura da superfície. Exemplo disto é a moringa de
barro, que por ser porosa fica sempre úmida. A água se evapora do lado de fora, abaixa
a temperatura da superfície e por isso a água do interior fica "fresquinha". Da mesma
maneira, quando o solvente da tinta se evapora, abaixa a temperatura da superfície e é
possível que a umidade do ar se condense prejudicando o desempenho da tinta. Por
isso, os limites normais para a umidade do ar (UR) é de 30% a 60 %, para evitar a
condensação. Deve-se evitar a preparação de superfície e a aplicação de tintas quando a
umidade relativa do ar estiver maior do que 85%.

94
A umidade do ar pode ser medida com um higrômetro ou com um psicrômetro
(termômetros de bulbos seco e úmido)

Ponto de orvalho
É a temperatura na qual a umidade do ar que está na forma de vapor de água, se
condensa, passando para o estado líquido.
De manhã são notadas gotas, chamadas de orvalho, nas plantas. O que aconteceu na
madrugada foi a condensação do vapor de água da atmosfera (umidade relativa do ar -
UR) na superfície das folhas. Durante a madrugada, a umidade do ar costuma ser mais
alta do que em outros períodos do dia e como as folhas perdem calor mais rapidamente
do que o ar e ficam com temperatura abaixo da do ambiente, ocorre a condensação.

Podemos determinar o ponto de orvalho usando a tabela a seguir:


Exemplo: para UR de 70 % e temperatura ambiente 25 °C, o ponto de orvalho é 18,6 °C.

Ponto de orvalho + 3°

Aplicação de tintas
UR % Temperatura Ambiente ºC
10 15 20 25 30 35 40
90 8,2 3,3 8,3 23,2 28,0 33,0 38,2
85 7,3 2,5 7,4 22,1 27,0 32,0 37,1
80 6,5 1,6 6,5 21,0 25,9 31,0 36,2
75 5,6 0,4 5,4 19,9 24,7 29,6 35,0
70 4,5 9,1 4,2 18,6 23,3 28,1 33,5
65 3,3 8,0 3,0 17,4 22,0 26,8 32,0
60 2,3 6,7 1,9 16,2 20,6 25,3 30,5
55 1,0 5,6 0,4 14,8 19,1 23,9 28,9
50 - 0,3 4,1 8,6 13,3 17,5 22,2 27,1
45 - 1,5 2,6 7,0 11,7 16,0 20,2 25,2
40 - 3,1 0,9 5,4 9,5 14,0 18,2 23,0
35 - 4,7 - 0,8 3,4 7,4 12,0 16,1 20,6
30 - 6,9 - 2,9 1,3 5,2 9,2 13,7 18,0

As técnicas de boa pintura recomendam que as tintas não devem ser aplicadas se a
temperatura da superfície não estiver no mínimo 3 °C acima do ponto de orvalho.

95
No exemplo acima, se a temperatura da superfície não estiver acima de 21,6 °C (18,6 °C
+ 3 °C), a pintura não deverá ser executada. Estes 3,0 °C são considerados margem de
segurança, pois os solventes ao se evaporarem resfriam a superfície da tinta e poderá
haver condensação da umidade do ar ambiente. Se for possível aquecer a superfície a
ser pintada, dentro dos limites normais de aplicação, esta regra (ponto de orvalho + 3),
prevalece sobre outras, inclusive sobre a restrição de no máximo 85 % para a umidade
relativa do ar.

3.1 - Normas técnicas para pintura industrial


PINTURA ANTICORROSIVA RECOMENDAÇÕES PARAPREPARO DE SUPERFÍCIE E
APLICAÇÃO DE TINTASCONTROLE DO PROCESSO E INSPEÇÃO

Esta recomendação prática por objetivo principal apresentar as recomendações


básicas para preparo de superfície e aplicação de tinta, bem como para o controle
de processo e para as ações de inspeção Este é apenas um documento de
referência. Para a execução de qualquer procedimento ou recomendação de
preparo de superfície e aplicação de tintas, é indispensável que sejam
respeitados todos os itens de contrato firmado entre as partes, ou seja, a
contratante, a prestadora do serviço ou obra e os diversos fornecedores,
indicando e referenciando procedimentos e critérios por meio de normas, para sua
adequada execução e controle.
(será disponibilizado via download para alunos pelo site)

3.2 - Preparação de Tintas

RECOMENDAÇÕES SOBRE O PREPARO DE SUPERFÍCIE E APLICAÇÃO DAS


TINTAS

Inspeção e Limpeza de Superfície, toda a superfície a ser pintada deve ser inspecionada
e limpa com solvente ou outros produtos adequados, de acordo com a necessidade e
em conformidade com a ABNT NBR 15158.
A preparação de superfícies deve ser executada de acordo com a ABNT NBR 7348 para
tintas líquidas e de acordo com as recomendações do Fabricante para tintas em pó.
De acordo com a exigência das tintas, o preparo da superfície pode ser realizado por
meio de tratamento manual ou mecânico, utilizando as normas ABNT NBR 15239 ou
SSPC-SP 11.

96
As superfícies a serem pintadas devem estar livres de poeira, umidade óleo, graxa ou
gordura e também contaminantes não visíveis, conforme descrito na ABNT NBR 7348.

Situações Específicas de Preparo de Superfície


As superfícies usinadas de flanges e conexões devem ser protegidas do jateamento
abrasivo por meio de um tampo de madeira ou pelo envolvimento com uma lona plástica.
Os cordões de solda devem ser tratados de forma a remover qualquer resíduo decorrente
do processo (escória, respingos de solda, etc.).
Após a montagem, as regiões soldadas poderão receber tratamento por meio de
jateamento abrasivo padrão Sa 2 ½ da ISO 8501-1. Na impossibilidade do uso do jato
abrasivo, a preparação da superfície poderá ser realizada por ferramentas mecânico-
rotativas conforme a SSPC-SP 11.
Conforme descrito na norma ABNT NBR 7348, os trabalhos de preparação de superfície
por meio de jateamento abrasivo ou hidrojateamento devem ser feitos de modo a não
causar danos às etapas de trabalho já executadas. O reinício do s serviços de jateamento
só deve ser feito quando a tinta aplicada nas áreas adjacentes estiver no estágio mínimo
de secagem e livre de pegajosidade

Aplicação das Tintas


Recomendações sobre o Sistema de Pintura O sistema de pintura deve ser sempre
aplicado com tintas de um mesmo fabricante, inclusive na pintura temporária
(promocional, de fábrica ou “shop primer”). Em pintura temporária, promocional ou de
fábrica (“shop primer”) porventura aplicada, o fabricante deverá ser consultado quanto à
necessidade ou não de sua remoção, antes da aplicação dos esquemas de pintura
especificados. O fabricante deverá assegurar a integridade e o desempenho do esquema
de pintura , aplicado nessa situação.
Para tintas em pó devem ser consideradas as recomendações do fabricante das tintas.
É permitida a aplicação do sistema de pintura (preparo da superfície e da pintura, total ou
parcial), nas instalações do fabricante ou no canteiro de obras (instalações terrestres ou
marítimas), desde que acompanhado por um inspetor de pintura certificado e aceito em
comum acordo entre as partes.

Recomendações sobre o Preparo das Tintas (Homogeneização, Mistura e Diluição)

A mistura e homogeneização de uma tinta devem atender às recomendações do


fabricante, em todas as etapas.
A operação de mistura em recipientes abertos deve ser feita em local bem ventilado e
distante de centelhas ou chamas.

97
Na abertura do recipiente da tinta, esta deve apresentar-se homogênea, sem nata, sem
grumos e sem espessamento.
Quanto à preparação das tintas a serem aplicadas, elas deverão ser homogeneizadas
antes e durante a aplicação, a fim de manter o pigmento em suspensão. Nas tintas de
dois ou mais componentes estes devem ser homogeneizados separadamente antes de
se fazer a mistura.
Após a mistura, não devem ser observados veios ou faixas de cores diferentes e a
aparência deve ser uniforme. A homogeneização deve processar-se no recipiente
original, não devendo a tinta ser retirada do recipiente enquanto todo o pigmento
sedimentado não for incorporado ao veículo. Entretanto, admite-se que uma fração não
sedimentada da tinta possa ser retirada temporariamente para facilitar o processo de
homogeneização. Caso haja dificuldade na dispersão do pigmento sedimentado, a tinta
não deve ser utilizada O misturador mecânico deve ser utilizado no processo de mistura e
homogeneização de tintas, exceto para as tintas pigmentadas com alumínio. É vedado o
fluxo de ar nesse processo.
As tintas a serem pulverizadas podem requerer diluição quando não for possível, por
meio de ajustagem ou regulagem do equipamento de pulverização e de pressão de ar, se
obter uma aplicação satisfatória.
Quando houver real necessidade de diluição das tintas, deve ser usado o diluente
especificado pelo fabricante da tinta e realizado sob a orientação do mesmo.

Recomendações Específicas para Algumas Tintas


Nas tintas de dois ou mais componentes de cura química, deve ser respeitado o tempo
de indução e o tempo de vida útil da mistura(“potlife”).
Nas tintas ricas em zinco e nas tintas que utilizam pigmento alumínio, as recomendações
de mistura e homogeneização devem ser estritamente respeitadas conforme cada
fabricante especificar.
Para tintas ricas em zinco, a pulverização deverá ser realizada com a utilização de
equipamentos de pintura que disponham de agitação mecânica durante toda a aplicação.
Recomendações sobre as Superfícies a Pintar Em equipamentos, estruturas ou
tubulações a serem soldadas durante a montagem, deve ser deixada uma faixa sem
pintura na região a ser soldada. Essa faixa,conforme recomendado pelo contratante, só
deverá receber preparo de superfície e pintura após a soldagem, testes e consequente
liberação para proceder à aplicação do esquema de pintura.

As regiões soldadas após a montagem devem receber o esquema de pintura


especificado. Frestas, cantos e depressões devem ser vedados por meio de solda,
quando aplicável, massa epóxi ou material compatível com o sistema de pintura. A

98
vedação com solda deve ser antes da pintura. Quando for necessário, a superfície, antes
da aplicação de cada demão de tinta, deve passar porum processo de limpeza a ser
definido em função das condições específicas de cada trabalho.

Recomendações sobre as Condições Atmosféricas


Não deve ser feita nenhuma aplicação de tinta quando a temperatura ambiente for inferior
a 5°C, exceto quando se tratar de tintas cujo mecanismo da formação de película seja
exclusivamente por evaporação de solventes. Tais tintas podem ser aplicadas desde que
a temperatura ambiente seja igual ou superior a 2°C.
Não deve ser aplicada tinta em superfícies metálicas cuja temperatura seja inferior à
temperatura de ponto de orvalho + 3°C ou em superfícies com temperatura superior a
52°C. No caso de tintas a base de etil-silicato de zinco a temperatura da superfície
metálica não deve excedera 40°C. Para tintas tolerantes à umidade não há restrição com
relação ao ponto de orvalho e umidade relativa do ar. Também nãodevem ser aplicadas
se a temperatura da superfície for inferior a 10°C, acima de 52ºC ou quando houver
expectativa disso ocorrer antes de atingir o tempo mínimo de secagem para repintura.
Não deve ser feita nenhuma aplicação de tinta em tempo de chuva, nevoeiro ou bruma
ou quando a umidade relativa do ar for superior a 85%, nem quando haja expectativa
deste valor ser alcançado. No caso de tintas à base de etil-silicato de zinco, a umidade
relativa do ar deve estar entre 60% e 85%.
Nenhuma tinta deve ser aplicada se houver a expectativa de que a temperatura ambiente
possa cair até 0°C antes da tinta atingir o tempo mínimo de secagem para repintura.

Recomendações sobre os Métodos de Aplicação

As tintas devem ser aplicadas por meio de trinchas, rolos, pistolas (convencional, airless,
pistola eletrostática, etc.) ou combinação de métodos a depender da tinta, do tipo de
superfície, geometria da área e/ou equipamento e das condições ambientais.
O contratante, o aplicador e o fabricante da tinta deverão acordar os métodos mais
adequados, informando no procedimento de execução.

A pintura de reforço (Stripe coat), em áreas críticas, tais como regiões Soldadas , cantos
vivos, cavidades e fendas, alvéolos e pites , deve ser executada preferencialmente com
trincha em todas as demão salpicadas, exceto para tintas à base de etil-silicato de zinco.

99
Recomendações Específicas para Aplicação
As superfícies usinadas e outras que não devem ser pintadas, mas que exijam proteção,
devem ser recobertas com uma camada de verniz destacável , ou outro revestimento que
seja de fácil remoção.
Durante o processo de aplicação e secagem da demão, deve-se evitar qualquer
contaminação da película (Ex: sal, poeira, etc.).
O fabricante da tinta deve informar os intervalos de tempo (máximo e mínimo) entre
demãos para cada tinta utilizada no esquema de pintura.
Para aplicação de demãos de tinta do tipo sem solvente, quando for operacionalmente
viável e devidamente autorizado pelo fabricante, aplicar a demão subsequente quando a
anterior estiver seca ao toque. Se isso ocorrer, não é necessário medir a espessura de
película da demão anterior. Caso não ocorra, devem ser respeitados os intervalos
recomendados (mínimo e máximo), para aplicação de cada demão.Caso os intervalos
para aplicação da demão subsequente ou repintura tenham sido ultrapassados, o
fabricante da tinta deverá recomendar o procedimento a ser executado quando isso
ocorrer.

Recomendações de Manuseio em materiais e equipamentos

Os equipamentos, estruturas metálicas e tubulações pintadas antes da montagem, não


devem ser manuseadas sem ter sido alcançado o tempo mínimo de secagem para
repintura.
O manuseio após o tempo de secagem deve ser efetuado de forma a minimizar danos à
pintura, utilizando-se cabos de aço com proteção ou cintas de couro para pequenas
peças.
Estruturas metálicas, tubulações e equipamentos pintados e ainda não montados, devem
ser posicionados de modo a minimizar danos, contaminações e/ou deterioração da
película da tinta.
Quando isso ocorrer, as superfícies devem ser limpas e/ou retocadas com o sistema de
pintura original, sempre que for necessário à manutenção da integridade da película.
Para as tintas à base de etil-silicato danificadas, o fabricante deverá orientar quanto ao
procedimento de retoque.
Os equipamentos ou tubulações recém pintados não devem ser postos em operação
antes da cura total das tintas utilizadas.

100
Recomendações para Pintura de Manutenção e Retoques

Quando não for determinada a repintura total, em face de uma análise técnico-
econômica, a pintura de manutenção deve ser executada somente nos locais onde se
identifiquem defeitos, falhas ou apresentem aderência não satisfatória.
Nas áreas adjacentes ao retoque, todas as bordas devem ser chanfradasou desbastadas
por meio de lixamento, para recomposição uniforme do sistema de pintura especificado.
A repintura parcial deve ser feita de modo a minimizar qualquer dano à parte da pintura
que se encontre em boas condições. As tintas utilizadas devem ser aquelas
especificadas ou compatíveis com o esquema original.

Homogeneização de Tintas

A homogeneização das tintas antes do seu uso é fundamental, pois as tintas são
constituídas de produtos em suspensão e que pela força da gravidade se sedimentam
formando duas fases distintas. Uma parte líquida superior com o veículo (solvente +
resina + aditivos líquidos) e a outra inferior, a sedimentação, (pigmento sedimentado +
cargas e aditivos sólidos). Os pigmentos das tintas são partículas muito pequenas, da
ordem de 0,1 a 1,0 micrometros, mas possuem massa e acabam se depositando no
fundo da lata. Por isso, é necessário mexer bem a tinta, com cuidado para que todo o
pigmento seja redisperso. A homogeneização é fundamental para que a tinta fique em
condições de aplicação aceitáveis e de resistência e aderências favoráveis.

Quando a tinta está no estoque por muito tempo e os pigmentos estão sedimentados no
fundo da lata e há uma certa dificuldade de dispersá-los, o procedimento é o seguinte:
Abrir a lata (1) e verificar com uma espátula se há presença de sedimentação Caso
positivo, transferir a parte líquida para uma segunda lata limpa (2).

Mexer a sedimentação com espátula na lata (1) e retornar lentamente a parte líquida que
está separada na outra lata (2) Continuar mexendo a sedimentação na lata (1) até que
toda a parte líquida que estava na outra lata (2) seja reincorporada e bem
homogeneizada.

101
A homogeneização da tinta é muito importante para que todos os seus componentes
fiquem uniformes e em condições de uso. Deve ser feita em seu recipiente original,
admitindo-se que parte pode ser retirada temporariamente para facilitar a
homogeneização.
No caso de tintas a base de pigmentação alumínio, a homogeneização tem que ser feita
com cuidado, em velocidade baixa para não amassar as partículas do pigmento e não
deixar a tinta ficar com uma aparência mais escura (chumbada).
A sedimentação ocorre devido a tintas serem constituídas de compostos em suspensão
(Pigmentos) e que pela força da gravidade se sedimentam formando uma pasta no fundo
das embalagens.
Não devem ser usadas tintas cujo tempo de estocagem (shelf life) tenha sido
ultrapassado. O tempo de estocagem varia para cada tipo de tinta.
O tempo de estocagem deve ser informado pelo fabricante da tinta. A depender das
condições de armazenamento, uma tinta pode ter seu tempo de estocagem vencido sem
que, entretanto, tenha se degradado.
A realização de alguns testes de laboratório é a forma ideal de analisar se a tinta está em
condições de uso ou não, particularmente a viscosidade e os tempos de secagem.
Inspeções visuais de campo também podem indicar a degradação ou não da tinta.
Por exemplo, as tintas a base de silicato de etila formam nódulos gomosos (grumos).
As tintas a óleo ou óleo modificadas oxidam–se superficialmente, formando uma nata ou
mesmo endurecendo. Algumas pigmentadas com pigmentos pesados, tintas de fundo,
formam sedimentações duras impossíveis de serem dispersos mesmo por diluição. Para
as tintas de base epóxi, o aumento dos tempos de secagem é uma indicação evidente de
sua degradação. Esta dispersão deve ser feita preferencialmente por meio de agitadores
pneumáticos (exceto para tintas pigmentadas com alumínio, que podem ter as partículas
de pigmento quebradas)
ou alternativamente por meio de ferramentas manuais.
Em algumas situações, a depender das características da tinta e do processo de
aplicação, torna-se necessário efetuar uma diluição da tinta imediatamente antes da
aplicação, para efeito de ajustar sua viscosidade e, consequentemente, aperfeiçoar a
aplicação.

Quando a tinta estiver em estoque por muito tempo:


1) Abrir a lata e verificar se há sedimentação no fundo da embalagem com uma
espátula (plástico ou madeira)

102
2) Se houver sedimento, mexer a sedimentação com a espátula buscando a sua
dispersão.
3) Caso não consiga uma boa homogeneização e a tinta estiver dentro do seu prazo
de validade, informar ao fabricante.

No que diz respeito às tintas fornecidas em dois ou mais componentes

são válidas as mesmas observações quanto à diluição requeridas para as tintas mono
componentes. Entretanto, requerem cuidados especiais em termos de proporção de
mistura.

Sequência de mistura para tintas bicomponente:


Homogeneizar bem o componente A;
Homogeneizar bem o componente B;
Adicionar o componente B ao componente A, respeitando a relação de mistura;
Homogeneizar bem a mistura com agitação vigorosa;
Se necessário efetuar a diluição na proporção recomendada

Nota:
Pode ser usado agitador pneumático ou elétrico.

Os erros mais comuns são: utilização da base de uma tinta com "catalisador" de outra,
ou esquecimento de que a tinta é bicomponente e aplicação somente da base. De um
jeito ou de outro, a tinta não irá curar satisfatoriamente e terá que ser totalmente
removida da superfície.

Rótulos das tintas: As embalagens das tintas normalmente são litografadas, isto é, a
impressão é feita na própria lata, com dados que são comuns a todos os produtos de
uma linha e com as precauções de manuseio das tintas. O que é diferenciado para cada

103
tinta é o rótulo ou também conhecido como etiqueta ou "Peel-off". Estes trazem as
informações específicas de cada produto.

O rótulo contém muitas informações úteis para o pintor, como o nome do produto, o
código do produto, o número do lote, a data de fabricação e o prazo de validade, a
proporção de mistura e o diluente a ser utilizado. Toda vez que o pintor for retirar a tinta
da lata deve entornar a embalagem no lado contrário ao do rótulo, para evitar que se
houver escorrimento, a tinta suje
ou impeça a leitura dos rótulos.

homogeneização deve ser feita com agitadores mecânicos, como por exemplo, furadeiras
elétricas adaptadas, com motor blindado à prova de explosão. Durante a agitação a
tampa deve ficar fechada. Para isto pode-se confeccionar uma tampa de madeira com
uma abertura para a haste de agitação entrar. A proporção em peso também é fornecida
pelos fabricantes e facilita a preparação das tintas, por que pode ser usada uma balança.
Uma lata vazia é pesada. Coloca-se o componente A e anota-se a massa. Calcula-se a
quantidade de componente B que deve ser adicionada em função da proporção de
mistura em peso e com uma colher coloca-se o componente B sobre o A, até atingir o
peso calculado. A mistura em peso é mais prática e mais precisa, no entanto exige uma
balança eletrônica. Quando o pintor vai utilizar a tinta toda, não deve se preocupar com a
proporção de mistura, pois o fabricante já coloca a quantidade exata nas duas
embalagens e assim a mistura já estará na proporção correta. Porém, quando vai usar
apenas pequenas quantidades de tinta, é necessário seguir a proporção de mistura
indicada na ficha técnica ou no rótulo das embalagens.
A mistura fora da proporção ou a aplicação de somente um dos componentes acarreta
prejuízos, pois a película pode ficar mole e grudenta ou endurecer demais e ficar toda
rachada e quebradiça. Uma vez que foi aplicada errada não há como recuperar uma tinta

104
fora de proporção. Só resta remover toda a tinta e aplicar novamente, só que desta vez
na proporção correta.

Vida útil da mistura

PETROBRAS N 1363 - Determinação de Vida Útil da Mistura, (“Pot-Life”) de


Tintas e Vernizes.

Vida útil da mistura ou "pot-life" é o tempo que o pintor tem para usar a tinta
bicomponente depois que as duas partes, A e B foram misturadas. Feita a mistura, as
resinas dos dois componentes começam a reagir e após este tempo à tinta gelatiniza ou
endurece e não é mais possível a sua utilização.

As tintas epoxídicas e as poliuretânicas são exemplos de tintas bicomponentes, nas quais


os componentes A e B reagem entre si. Por isso, é necessário observar o tempo de vida
útil que as fichas técnicas destas tintas indicam, para não ter prejuízo. O pintor deve
verificar a área a ser pintada, para não preparar quantidade de tinta a mais do que é
capaz de aplicar dentro do período de vida útil da mistura. Deve verificar também, se a
área já está limpa e pronta para receber a tinta e se todo o equipamento a ser utilizado
está em ordem.

A temperatura influi no tempo de vida útil da mistura. Assim, quando a temperatura do


ambiente é mais alta, o tempo de vida útil diminui e quando a temperatura é mais baixa, o
tempo que o pintor tem para usá-la aumenta. Se o pintor colocar a mistura na geladeira, o
tempo será aumentado, mas isto não é aconselhado, pois a tinta muito fria no momento
da aplicação provocará a condensação da umidade e prejudicará o seu desempenho. A
quantidade de tinta misturada também influi na vida útil. Quantidade maior têm vida útil
menor. Por exemplo, a vida útil da mistura do conteúdo de dois baldes de 18 t é menor do
que a de duas latas de 1 galão (3,6).

A adição do diluente, se necessária, deve ser feita após a mistura dos dois componentes.
No caso de tintas com proporção 1:1, é necessário providenciar uma terceira lata com
capacidade maior.

Tempo de indução ou espera

Após a mistura, e diluição, o pintor deve fechar a lata onde a mistura foi feita e aguardar
de 10 a 15 minutos. Este tempo chama-se indução ou espera, e serve para que as

105
resinas comecem a reagir e quando forem aplicadas estejam mais homogêneas e
prontas para aderirem à superfície.

Junção dos componentes

Diluição

As tintas em geral são fornecidas mais grossas (alta viscosidade) e devem ser diluídas ou
afinadas no momento do uso. A viscosidade mais alta serve para manter os pigmentos
em suspensão. Quando a tinta é muito rala (diluída), os pigmentos se sedimentam
rapidamente formando um bolo duro e compacto no fundo da lata. Para a dispersão desta
sedimentação é necessário um agitador mecânico, nem sempre disponível na obra ou na
oficina. A ficha técnica indica a proporção de diluição em volume e informa qual é o
diluente que deve ser usado para afinar a tinta. A proporção de diluição depende das
condições e do tipo de aplicação. Muitas tintas podem ser aplicadas a pincel ou a rolo
sem necessidade de diluição. Já a pistola não consegue pulverizar a tinta se ela estiver
muito grossa. A diluição afina a tinta permitindo que o ar comprimido transforme o líquido
em micro gotas (spray) que são jogadas contra a superfície.

O diluente é encontrado com outros nomes, como redutor, tíner (thinner), dissolvente, etc.
Os nomes são diferentes, mas a finalidade é a mesma, pois o diluente serve para diluir a
tinta, ou seja, afinar; o redutor serve para reduzir a viscosidade da tinta, ou seja, afinar a
tinta e o thinner, como o nome indica em inglês, quer dizer afinador, ou seja, serve para
afinar.
O uso de diluente diferente do recomendado na ficha técnica pode causar defeitos na
tinta e na pintura. É conveniente que o diluente seja o indicado e fornecido pelo mesmo
fabricante da tinta, para evitar incompatibilidades com os solventes da tinta ou com a sua
resina. Podem ocorrer os seguintes problemas":

106
Se o diluente contiver solventes muito leves: Fervura (aparecem bolhas como se a tinta
estivesse fervendo. Algumas não chegam a se romper e outras se transformam em
crateras ou furos);

Casca de laranja (não dá tempo da tinta alastrar e se uniformizar, ficando a superfície


como se fosse a casca de uma laranja); Empoamento (over spray) ou pulverização seca
(a tinta perde parte do solvente no meio do caminho entre a pistola e o objeto, por ser
muito volátil e chega quase seca como se fosse um pó, tirando o brilho da superfície).

Solventes
Os solventes utilizados nas diversas tintas para aplicação em aço são de diferentes
naturezas químicas: hidrocarbonetos alifáticos (aguarrás e naftas leves), hidrocarbonetos
aromáticos (xileno e tolueno), glicóis (etilglicol, butilglicol, acetato de etilglicol, acetato de
butilglicol, acetatos (acetato de etila, acetato de butila, acetato de isopropila), cetonas
(metiletil cetona-MEK, metilsobutil cetona-MIBK e ciclohexanona) e álcool (álcool
isopropílico e álcool butílico).
Todos são compostos orgânicos 100% voláteis, que têm a função de dissolver a resina.
São produzidos pela indústria química ou petroquímica mas a origem é o petróleo. Numa
tinta são utilizadas composições de solventes, onde são misturados solventes leves,
médios e pesados em proporções que permitam a evaporação rápida dos mais leves
para que a tinta fique mais viscosa e evite escorrimentos em superfície vertical e os mais
pesados deixem a película posteriormente para que a tinta possa ter melhor penetração
na superfície e melhor alastramento. O solvente tem a função de diminuir a viscosidade
das tintas para facilitar a aplicação, de homogeneizar a película, de melhorar a aderência
e atuar sobre a secagem.
Como características, os solventes apresentam além da volatilidade e do poder de
solvência, a inflamabilidade e a toxicidade. O cheiro também é uma característica dos
solventes, embora tenham sido lançadas recentemente algumas tintas com solventes de
baixo odor (à base de hidrocarbonetos alifáticos desodorizados). O solvente, aguarrás de
baixo odor é um exemplo, que além de causar menor desconforto para quem pinta e para
as pessoas próximas à pintura, é mais seguro pois o ser humano tem maior tolerância a
este tipo de solvente.

107
Se o diluente contiver solventes pesados:

Demora a secar: Escorrimento em superfícies verticais.


Se o diluente contiver solventes com baixo poder de solvência: Coagulação (há
separação entre o solvente e o restante da tinta); Falta de alastramento (há dificuldade de
espalhamento e nivelamento da tinta).

Se o diluente contiver solventes com alto poder de solvência: Sedimentação


excessiva (os pigmentos rapidamente descem para o fundo da embalagem e há
necessidade constante de manter a tinta sob agitação).

Para a diluição na proporção correta, o pintor deve usar sempre um copo graduado, que
pode ser de plástico resistente a solventes (por exemplo, de polipropileno).

Na tabela abaixo podem ser encontradas as quantidades de diluente que devem ser
adicionadas às quantidades de tinta nas proporções de diluição de 10, 15, 20 e 25 % em
volume.

Quantidade
Tinta Diluente (ml)
gl (i) 10% 15% 20% 25%
1/32 0,112 11 17 22 28
1/16 0,225 22 34 45 56
1/8 0,375 38 56 75 94
¼ 0,900 90 135 180 225
1 3,600 360 540 700 900
5 8.000 800 2.700 3,600 4500

3.3 – Aplicação de Esquema de Pintura

Considerações gerais sobre os esquemas de pinturas

ESQUEMAS DE PINTURA
As tintas de manutenção são formuladas para permitirem que as estruturas e
equipamentos permaneçam por grandes períodos sem corrosão, e periodicamente
sofram uma manutenção que pode ser desde um simples retoque até substituição de
toda tinta velha por outra nova. As pinturas podem ter um desempenho que em
condições favoráveis, chega a uma vida útil de 5 anos ou mais.
Em condições adversas, a mesma pintura poderia durar cerca de 1 ou 2 anos.
Tudo vai depender do meio ambiente e do esquema de pintura empregado.

108
Num esquema de pintura podem ser classificadas da seguinte forma;

Num esquema de pintura podem ser classificadas da seguinte forma;

Tinta de fundo: responsáveis pela adesão do esquema as substrato, podem ou não


conter pigmentos inibidores de corrosão. Fundo ou fundo acabamento (dupla função)
Acabamento epóxi
Aço

Tintas intermediárias: oferecem espessura ao sistema. São produtos mais baratos


comparados com a tinta de fundo. Auxilia na proteção. Conhecida como TIE COAT.
Acabamento
Intermediária
Primer
Aço

Tintas de acabamento: são responsáveis por proteger o sistema contra o meio


ambiente e dar a cor desejada.
Acabamento
Primer
Aço

O esquema de pintura se refere a um conjunto de considerações que devem ser


observador para que a proteção anticorrosiva tenha uma vida longa e efetiva.
Os fatores que devem ser levados em consideração são:

Tipo de superfície: aço carbono, aço inoxidável, alumínio, concreto, etc;

Meio ambiente exposto: urbano, marítimo, industrial, etc;

Sol: Radiação ultravioleta e variação de temperatura

Chuva: água e ventos

Umidade: vapor dágua

Poeiras: pó de areia e argila levada pelos ventos


Névoa salina: pulverização no ar de névoa de água salgada

Industrias: dióxido de carbono, anidrido sulfuroso, ácido sulfúrico

Urbano: fuligem da queima de combustíveis de automóveis

Área internas ou externas a ser tratadas;

Temperatura de trabalho: quente ou frio, ou altas temperaturas como chaminés,


tubulações, etc;

Tipo de limpeza superficial possível: St2, St3, Sa 2 ½ ou Sa 3, etc;

109
Aplicação possíveis com: pincel, rolos, pistola, pistola Airless, etc;

Entre outras considerações possíveis.

Após a análise dos fatores acima que fundamentam a definição das tintas, estabelece o
esquema de pintura que deve incluir:

Preparo da superfície, grau de limpeza e perfil de rugosidade;

Número de demãos da tinta de fundo, intermediária e acabamento e as espessuras de


cada demão;

Intervalo de tempo, mínimos e máximos, entre cada demão;

Tempo da cura final para colocar o equipamento em operação.


Considerar também que quanto melhor o grau de limpeza da superfície e maior a
espessura maior será a duração da proteção que o esquema de pintura
proporcionará. E certamente a relação de custo e benefício reflete a situação em que a
duração da pintura será maior porém a um custo maior.

Ambiente Rural Urbano Industrial Peças Imersão


/Marítimo Enterradas
Preparo de SA 2 1/2 SA 2 1/2 SA 2 1/2 SA 2 1/2 AS 3
superfície
mínimo
Faixa de 80 a 125 100 a 200 240 a 300 400 a 500 375 a 500
espessura de
(μm)

Tabela de preparo de superfície e espessuras de película recomendadas para jateamento


abrasivo

Ambiente Rural Urbano Industrial Peças Imersão


/Marítimo Enterradas
Preparo de ST 3 ST 3 ST 3 - -
superfície
mínimo
Faixa de 125 a 175 150 a 250 350 a 275 - -
espessura de
(μm)

Tabela de preparo de superfície e espessuras de película recomendadas para jateamento


abrasivo

Um estudo do SSPC, realizado com tinta epóxi, fundo e acabamento, em três ambientes
industriais com diferentes agressividades, variando apenas o grau de preparação de

110
superfície, limpeza mecânica St 3 versus jato comercial Sa 2, mostrada na tabela abaixo,
evidencia a necessidade de melhores preparos de superfície para ambientes agressivos,
e que quanto melhor é o preparo, em quaisquer situação, maior será a durabilidade da
pintura.

Ambiente Industrial (vida Util)


Esquema Nº deMão Total de Preparo Leve Media Alta
Espessura Superficie Agressivida Agressividade Agressivid
de ade
Epoxi 1 de Prime 150 um ST 3 4 3 2
75 um
1 de AS 2 7 6 5
Acabamen
to 75 um

Tinta a ser utilizada

Segue abaixo alguns esquemas de pintura supostos, para pintura sobre aço
carbono para ambientes: urbanos, industriais e marítimos.

Para Ambientes Urbanos:


Nº EPS EPS
Esque Tip Tint Observações
Demã Por/demão Total
ma o a
os (µm) (µm)
Fundo Primer alquídico 2 40 Esquema baixo custo
Tipo 01 160
Acabamento Esmalte alquídico 2 40 por galão
Esquema médio
Tipo 02 Fundo/Acabt Epoximastic 1 120 120 custo por
o cores galão
(com
calcinação)

Para Ambientes Industriais:


Nº EPS EPS
Esque Tip Tint Observações
Demã Por/demão Total
ma o a
os (µm) (µm)
Esquema médio
Tipo 01 Fundo/Acabt Epoximastic cores 2 125 250
custo por galão
o
Fundo Primer epóxi 1 125 Esquema alto custo
Tipo 02 275
Acabamento Esmalte poliuretano 2 75 por galão (sem
calcinação)

111
Para Ambientes Marítimos:
Nº EPS EPS
Esquem Tip Tint Observações
Demã Por/demão Total
a o a
os (µm) (µm)

Fundo Etil silicato de zinco 1 75 Esquema alto custo


por galão (sem
Tipo 01 Intermediári Epóxi poliamida 1 40 265
calcinação).
o Excelente
Acabamento Esmalte poliuretano 2 75 resistência ao
ambiente marítimo

Considerações gerais sobre os esquemas de pinturas

A escolha de cada esquema de pintura depende da disponibilidade de recursos


financeiros, das necessidade de cuidados com o meio ambiente. A durabilidade
depende não só do tipo de tinta, mas também do fabricante, pois para um mesmo tipo
pode haver desempenhos diferenciados.

A durabilidade da pintura são maiores quando a manutenção preventiva é


realizada pelo menos uma vez por ano. Entende-se retoques feitos com o pincel em
cortes, riscos, escoriações, ocorridas durante o transporte e a montagem, ou falhas de
aplicação como bolhas, furos, fissuras, trincas ou espessuras mais baixas, ocorridas
durante a pintura ou logo após a pintura.

A durabilidade depende do preparo correto da superfície, das técnicas de


aplicação das tintas e do controle das espessuras e das condições climáticas no
momento da aplicação e durante a cura das tintas.

Na escolha dos produtos para compor o esquema de pintura, deve-se observar as


espessuras das tintas individuais, que podem variar, mas a espessura total deve ficar
dentro da faixa apresentada na tabela de preparo e espessura.
A calcinação não afeta significativamente a proteção anticorrosiva. O problema é
apenas estético com a perda de cor e brilho.

3.4 - Aplicação de Pintura Método Rolo e Trincha

Pintura a Pincel ou Trincha

Um dos métodos mais antigos e difundidos de aplicação de tintas. É uma ferramenta


simples e, consequentemente, de custo baixo, e não requer grande capacitação do
aplicador.
Os melhores pincéis para a pintura industrial com tintas anticorrosivas são feitos
geralmente com pêlos de porco ou de orelha de boi. Os de pelos sintéticos como os de
polipropileno e nylon são indicados para tintas à base de água. A escolha do tipo de
pincel depende do trabalho a ser executado.

112
Tipo de Pincel Tipo de Trabalho Observações
Trincha 75mm a 100mm Superficie Grandes e Carrega mais
(3 a 4 polegadas) Planas tinta e rende
mais
Trincha 25mm a 50mm Superficie Pequenas e Evita desperdício
(1 a 2 Polegadas) Planas de tinta
Pincel redondo ou Parafuso, Porcas, Para bater a tinta
Trincha 25mm a 38mm Cordões de Solda, e fazer penetrar
(1 a ¼ de polegadas) Frestas, Arestas nas frestas e
saliências

Escolha do pincel em função do tipo de trabalho camada de pelos

Técnicas de aplicação a pincel (Trincha dupla)

Mergulhar cerca de 2/3 do comprimento dos pelos na tinta e levar o pincel à superfície,
virado para baixo, meio inclinado. As pinceladas iniciais devem ser curtas, procurando
espalhar uma quantidade uniforme de tinta, esfregando os pelos na superfície para cobrir
todas as irregularidades. O nivelamento e o alisamento das camadas se fazem com
longas pinceladas cruzadas sobre as iniciais, sem apertar muito para evitar marcas
profundas. As pinceladas devem ser dadas com uma pequena inclinação no pincel, para
facilitar o deslizamento. A
inclinação deve ser ao contrário na volta. Ao terminar o trabalho diário, o pintor deve lavar
o pincel com solvente e em seguida com água e sabão. Esta simples providência faz com
que os pincéis durem
mais.

113
O grande uso dos pincéis na pintura de estruturas metálicas
é para reforçar cordões de solda, arestas vivas, quinas,
cantos e frestas. No entanto, o reforço nestas áreas deve ser
feito com a tinta diluída. A diluição é necessária para
possibilitar a penetração da tinta e evitar camadas muito
espessas, que acabam sofrendo retração e destacamento. É
importante fazer o reforço nestas áreas que são consideradas críticas e isto deve ser feito
antes de cada demão normal.

O ideal é optar por trinchas com cerdas bem agrupadas, em maior volume e fios com
comprimentos longos, uniformes e proporcionais.

Outro ponto que deve ser levado em consideração é a maciez das cerdas, fundamentais
para que o acabamento e a qualidade da pintura estejam asseguradas. Um produto cujas
cerdas são “duras”, por exemplo, pode dificultar, atrasar e prejudicar o resultado final da
obra.

Muito Importante que as Trinchas sejam:


 Firmes e não soltem.
 Que não soltem tinta nem componentes químicos
 Que não se desalinhem durante utilização
 Seja Macio e espesso

Seguem algumas características do método de aplicação de


tintas por meio de trincha:

 Baixa produtividade, mas eficiente para pintura de estruturas delgadas ou


tubulações de pequeno diâmetro em locais sujeitos a muito vento;
 Mais indicado para primeira demão de tinta em cordões de solda, reentrâncias,
cantos vivos, bordas, arestas e demais acidentes, pois outros métodos podem
deixar falha devido à dificuldade de penetração ou à deposição da tinta. As cerdas
da trincha permitem que a tinta seja levada às cavidades e regiões de difícil
acesso;
 Pode ser realizada sem diluição da tinta, o que proporciona elevadas espessuras
de película seca;
 Independente do pintor, em gral, as películas não apresentam uniformidade em
relação a espessura;

114
 Perda de tinta menor que outros métodos;
 Não ocasiona overspray;
 Para não ocorrer o defeito sangramento, deve-se evitar o repasse excessivo da
trincha para aplicação de tintas que secam e formam película somente pelo
processo de evaporação de solventes;
 Não indicado para tintas ricas em zinco a base de silicatos;
 Utiliza-se trinchas de até 125 mm de largura para pintura de grandes áreas. As
cerdas são, normalmente, de pelos de animais, fibras sintéticas ou vegetais.

Rolo
É um método tradicional e bastante utilizado para proteção anticorrosiva e possui as
seguintes características:

 Boa produtividade, podendo ser utilizado em grandes áreas;


 Em geral, não conduz à formação de películas com espessuras uniformes e nem
se obtém espessuras elevadas, sendo necessária a aplicação de demão adicional
para atingir a espessura desejada;
 Para não ocorrer o defeito sangramento, deve-se evitar o repasse excessivo da
trincha para aplicação de tintas que secam e formam película somente pelo
processo de evaporação de solventes;
 Não indicado para tintas ricas em zinco a base de silicatos;
 Deve ser realizada de forma bastante criteriosa para evitar a formação de espuma
ou de bolhas que são prejudiciais à película;
 Os mais apropriados são recobertos com lã de carneiro, pois resistem aos
solventes orgânicos. A altura da lã pode ser variada e é essa altura, a responsável
pelo acúmulo de mais ou menos tintas no rolo. Alturas maiores promovem maior
espessura e deixam marcas mais pronunciadas na película, além de aumentarem
a chance de se ter bolhas na mesma.

Pintura a rolo

Os rolos podem ser fabricados com pele de carneiro ou lã sintética (acrílica) para tintas a
base de água ou de solventes e de espuma de poliuretano somente para tintas a base de
água (incham e se desmancham quando usados com tintas à base de solventes
orgânicos).
Os rolos são fornecidos com comprimento de pelos de 6 mm até 23 mm. Os de pelos
longos carregam mais tinta e são adequados para superfícies irregulares, porém deixam

115
marcas em relevo como casca de laranja. Os de pelos curtos evitam formação de
espuma e dão acabamento mais liso e uniforme, porém a espessura da camada de tinta
fica mais baixa. Se não for possível comprar rolos com pelos mais curtos, pode-se
queimar "sapecando-os" em uma chama. O miolo dos rolos pode ser um tubo de resina
fenólica ou de polipropileno, ambos resistentes aos solventes. As larguras dos rolos
variam de 75 mm até 230 mm. Para pintura
cantoneiras e perfis estreitos, são usados os de 100 mm.

Rolo de Lã

Rolo de Espuma

Noções de Limpeza de material e Equipamentos após utilização

É comum que, depois de realizar um serviço, os profissionais queiram reutilizar o


material de pintura para trabalhos futuros. Essa é uma ideia muito válida, afinal, os
produtos de qualidade podem e devem ser reutilizados, desde que sejam dispensados a
eles os cuidados de conservação necessários. Principalmente os pincéis e rolos, que são
compostos de pelos, precisam de cuidados especiais de lavagem, secagem e
armazenamento para que permaneçam inteiros e prontos para um novo uso.

Pinceis e Trinchas

Assim que terminar o uso, o material de pintura


como pincel e trincha deve ter o excesso de tinta
retirado com o auxílio de um jornal. Em seguida,
se a tinta for à base d’água, mergulhe o material
em água e, caso seja uma tinta à base de

116
solventes, mergulhe em aguarrás ou no diluente presente na composição da tinta, até
que os pelos descolem uns dos outros. Caso seja necessário, escove os pelos do pincel
com uma escova de arame, a fim de eliminar os restos de tinta endurecidos. Em seguida,
lave com um pouco de água morna e detergente com pH neutro. Em seguida, esprema e
alise os pelos e deixe secar à sombra. Guarde os pincéis em posição horizontal e nunca
deixe nenhum peso sobre os pelos

Rolos de pintura

Utilize uma espátula para tirar o restante de tinta que esteja em abundância sobre esse
material de pintura. Após esse processo, passe o rolo sobre um jornal para retirar o
restante da tinta. Retire o cilindro de suporte e, assim como os pincéis, mergulhe em
água ou aguarrás, dependendo da composição da tinta utilizada. Esfregue os pelos com
um detergente de pH neutro e água quente e, em seguida, seque-o com ajuda de um
pano limpo e volte a colocá-lo no suporte. Deixe que seque completamente à sombra
para, em seguida, guardá-lo pendurado pelo cabo

Latas de tinta e baldes

Caso ainda haja restos de tintas que podem ser utilizados posteriormente, guarde as
latas em local arejado, seco e longe do alcance das crianças e animais de estimação. A
lata deve ser hermeticamente fechada, para que a tinta seja apta para uso e não forme
uma película. Assim, quando a lata é reaberta, haverá apenas uma fina camada
endurecida por cima, que poderá ser retirada e a tinta permanecerá fresca por baixo.

O material de pintura que recebeu a tinta, como baldes e tabuleiros, devem ser lavados
com água ou diluente, de acordo com a composição da tinta utilizada e, depois da
lavagem, pode ser seco com um pano que não solte pêlos ou papel absorvente, para que
possam ser utilizados novamente.

Pistola de pintura

A pistola de pintura é uma das ferramentas de precisão que permite obter ótimos
resultados gastando menos tempo. Mas para garantir que você tenha seu equipamento
funcionando por muito mais tempo ele precisa passar por manutenção, e ser limpo após
o uso, ao final de cada dia de trabalho.

Tanto para tintas à base de água ou solvente o procedimento de limpeza será o mesmo,
a única diferença será o uso de solvente, em vez de água e detergente, de acordo com a

117
composição da tinta. Procure sempre utilizar solventes não inflamáveis, pois sua
segurança deve estar sempre em primeiro lugar.

Para fazer a limpeza da pistola de pintura serão necessários panos, pinceis, água ou
solvente, recipiente para descartar os produtos utilizados, e em alguns casos, chave para
desmontagem. Não utilize objetos ásperos, pontiagudos ou afiados, eles poderão
danificar a pistola de pintura. Tenha todas as ferramentas necessárias à mão, se
necessário faça um check list antes de começar o trabalho, isso evita que você perca
tempo e tenha que parar a higienização da pistola para pegar algum instrumento que
esteja faltando.

Retire o recipiente para tinta e o esvazie completamente. Limpe esse reservatório e o


tubo de alimentação com o auxílio de um pincel e água ou solvente. Coloque o líquido
para limpeza dentro do recipiente destinado à tinta e esguiche até o líquido sair limpo.
Limpe também resíduos no bico pulverizador, regulador de tintas e toda a parte externa.
Verifique no manual de instruções se há alguma outra peça que deva ser removida para
limpeza, caso haja necessidade, faça isso com ajuda de chave(s) apropriada(s).

Ao final do processo de higienização enxugue bem todas as partes da pistola, de forma a


evitar a corrosão das partes metálicas. Os componentes articulados devem ser
lubrificados com produto especifico, prefira, por exemplo, os que não contenham
substâncias ácidas. A lubrificação garantirá o a proteção e bom funcionamento da pistola.

E lembre-se, sempre use os EPIs adequados antes de realizar a limpeza ou manutenção.

Limpeza do equipamento:

No final do dia e no caso de mudança de tinta, a caneca ou a mangueira de tinta devem


ser limpas. Para a caneca, usar pano ou papel absorvente que não soltem fiapos,
embebidos no diluente para limpeza. Para limpar a mangueira, colocar uma lata de % de
galão de diluente no tanque, fechar a tampa, o parafuso de ajuste do ar na pistola e
acionar o gatilho, apontando para uma lata limpa. O diluente sob pressão no tanque
empurra a tinta para a pistola e esta poderá servir para algum retoque. A quantidade de

118
tinta que resta na mangueira de 8 mm (5/16") de diâmetro por 3 metros de comprimento,
chega a 150 cm3 . 01 litro de solvente é suficiente para limpar até 3 metros de
mangueira.

Cuidado: Ao término da aplicação de tintas bicomponentes, o pintor deverá lavar


imediatamente a mangueira, pois a tinta endurecida no seu interior irá inutiliza-a. Ao
terminar o trabalho diário, o pintor deve desmontar a pistola, colocando o bico e a capa
em um copo com solvente para amolecer ou dissolver a tinta. Se após a imersão ainda
houver tingido aderida nestas partes, esfregar uma escova apropriada embebida no
solvente para removê-la. O solvente amolece o resíduo que pode ser retirado dos
orifícios da capa e do bico com um palito de madeira ou de cobre. Não usar arame, broca
ou outro objeto de metal para limpar os orifícios. Como estas peças são feitas de aço ou
de bronze niquelado, outros metais podem danificar o contorno dos orifícios impedindo-os
de produzirem um leque adequado.

O corpo da pistola nunca deve ser mergulhado no diluente, pois este retira a lubrificação
e pode ressecar as guarnições. Além disto, o solvente sujo pode entupir as passagens de
ar no interior da pistola.

3.5 - Medição de Espessura Película Úmida

Medidas de espessura úmida da tinta

A medida de espessura úmida permite que o pintor já saiba no momento da aplicação


qual será a espessura seca que será obtida. Isto é importante para o controle de
qualidade da pintura. Os solventes, imediatamente após a aplicação das tintas começam
a se evaporar. Com isso, a espessura da camada diminui, dependendo do teor de
solventes, ou seja, de acordo com o volume de sólidos. A medida é feita imediatamente
após a aplicação, com um pente de aço inox que tem dois pés com o mesmo
comprimento e outros com comprimentos variáveis, em forma de escada.

119
Pente
Medidor de espessura úmida (pente)

O pintor apoia o pente sobre a superfície pintada e verifica qual foi o dente de maior valor
que molhou e o primeiro após que não molhou.
No exemplo acima, 20 um foi o maior valor que molhou e 30 um foi o primeiro que não
molhou. O valor da espessura é: (20+30) / 2 = 25 um. Na prática, o pintor lê o valor do
maior dente molhado, (20 um).

Como a espessura seca (EPS) é especificada, os sólidos por volume (SV) são dados na
ficha técnica e a % de diluição (% Dil) efetivamente realizada, é anotada, podemos
calcular a espessura úmida usando a seguinte fórmula:

EPU = EPS x (100 + % Dil) SV

Exemplo: Se a espessura seca especificada é de 120 um, o teor de sólidos é de 75 % e a


diluição feita na preparação da tinta foi de 20%, que EPU será obtida?

EPU = 120 x (100 + 20) = 192 75

Por outro lado, tendo a espessura úmida, o pintor pode calcular a espessura seca que
será obtida usando a seguinte fórmula: EPS = EPU x SV.

Medição de Espessura de Tinta Seca

Medidas de espessura seca da tinta

A evaporação dos solventes e da cura das tintas, a película seca, já endurecida, pode ser
medida com diversos tipos de aparelhos. Os magnéticos são os mais comuns, e os mais
usados destes medidores são: o Magnético (jacaré, pica-pau ou Mikrotest) e o Eletrônico.

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Desenho esquemático do aparelho magnético

Desenho do Aparelho Digital

3.6 - Retoque no Esquema de Pintura

RETOQUES EM ESQUEMAS DE PINTURA INDUSTRIAL E DE MANUTENÇÃO

Já vimos como é complexo o fenômeno de aderência. Como para obter-se aderência de


nada podemos negligenciar. O retocar é uma ciência dentro da ciência.

Dá-se pouca importância, pois, numa pintura nova, a


média de retoques é de 2 a 4% de uma área pintada.
Área considerada pequena em função do todo de
manutenção realizado.

121
Mas, este pequeno percentual é o suficiente para a "delaminação" ou o início de um
desastre.

Obviamente, muitos casos que temos de tratar são áreas maiores que as citadas. Toda a
tinta ou componente deve ser homogeneizado em seus recipientes antes e durante a
mistura, e na aplicação deve ser agitado frequentemente. A mistura e homogeneização
devem ser feitas por misturadores mecânicos; admite-se a mistura manual para
recipientes de até 3,6L, sendo que as tintas pigmentadas com alumínio, devem ser
misturadas manualmente.

No caso das tintas ricas em zinco (PETROBRAS N-1277, N-1661, N1841 e N-2231)
a mistura deve ser sempre mecânica.

A operação de mistura deve ser feita em locais ventilados e distante de centelhas ou


chamas. A mistura, homogeneização e diluição devem ser feitas por ocasião da
aplicação. Não deve ser utilizado fluxo de ar na mistura das tintas. Os pintores não
devem adicionar diluente a tinta após ela ter sido diluída na proporção correta.
As superfícies usinadas, placas de identificação, fios de rosca e outras áreas que não
devem ser pintadas tem que ser isoladas.
As peças pintadas antes da montagem não devem ser manuseadas sem ter sido
alcançado o tempo de secagem para repintura.
Os serviços de preparo de superfície, próximo a áreas recém pintadas, só devem ser
iniciados quando a tinta estiver seca ao toque.

REGRAS GERAIS DE RETOQUES

 Dê preferência à trincha para retoques, promove aderência mecânica;


 Sempre observe que não haja poeira solta;
 O retoque será realizado na área preparada e deve estender-se numa área
adjacente de5cm;
 Chanfrar as bordas da tinta existente.

4.0 - CONTROLE DE QUALIDADE DA APLICAÇÃO DO ESQUEMA DE PINTURA,

EXECUÇAO E APARELHAGEM

 A superfície deverá receber inspeção visual antes


do preparo da superfície;

122
 Marcar locais onde exista vestígios de óleo, graxa, gordura, cimento, pontos de
corrosão ou outros materiais;
 Anotar o grau de corrosão em que se encontra a superfÍcie : (A,B,C e D,
conforme ISO- 8501-1), assim como os defeitos de pintura no caso de películas
de tinta antiga;
 Após a preparação da superfície e imediatamente antes de iniciar a pintura
procede-se a

Inspeção que objetiva verificar se foi alcançado o grau mínimo de limpeza recomendado
ou especificado. No caso de limpeza por jato abrasivo, deve-se medir o perfil de
rugosidade alcançado.
Avalia-se o grau usando normas que padronizam procedimentos e aspecto da superfície.
É muito importante que esta inspeção seja realizada imediatamente antes da pintura, pois
a superfície limpa fica ativada e rapidamente começa a enferrujar. Usa-se padrões
fotográficos da norma 8501-1.
Muitas vezes toma-se difícil definir exatamente o grau de limpeza comparado com estas
normas, por várias razões de ordem prática, como sombreamento causado pelo abrasivo,
tipo de contaminante existente antes da limpeza, além de fatores próprios de cada obra.

Muito importante é também verificar a ausência de pó aderido, restos de abrasivos,


deposição de contaminantes, etc. Para eliminá-los, deve-se aplicar jatos de ar sobre a
superfície.

O perfil de ancoragem resultante do jateamento abrasivo deve


ser medido. Existem vários métodos, mas os mais práticos são
dois: por comparação com padrões ou com um
medidor mecânico (rugosímetro).

Obs: Em todo esquema de retoque é necessário a demarcação


de áreas que sofrerão o retoque e qual problema foi encontrado
no mesmo, tomando cuidado para se utilizado o mesmo lote de tinta assim como não
haver diferença gritante entre cores presentes. Claro que caso seja em local de
intemperismo grade com grande exposição de sol poderá haver certo degrau de
coloração, onde será necessário ser discutido a repintura de toda área se for necessário.

123
Controle de Qualidade Antes e Depois da Aplicação

O controle de qualidade, para se prevenir defeitos, é de fundamental importância na


aplicação de tintas. Esse controle deve ser realizado antes, durante e após a aplicação
da tinta.

A seguir, serão destacadas algumas ações para prevenção de defeitos, que devem ser
implementadas antes da aplicação de um esquema de pintura a fim de evitar o
aparecimento de defeitos durante o controle da qualidade ao final da
aplicação.explicitação do esquema de pintura;
 Qualidade das tintas utilizadas
 Treinamento de capacitação do pessoal
 Elaboração de procedimentos de aplicação
 Atenção em quais serão os padrões de inspeção
 Atenção na qualidade da pintura, pois poderão passar por testes de qualidade

Ações de prevenção de defeitos durante a aplicação

Tem por objetivo avaliar a eventual presença de substâncias contaminantes da


superfície, que possam prejudicar suas condições de limpeza ou prejudicar a adesão do
esquema de pintura.
A seguir alguns cuidade que deveremos sempre tomar em possiveis defeitos durante
aplicação.

Avaliação das condições atmosféricas;

Inspeção de recebimento de abrasivos e água; Inspeção de recebimento de tintas;


Avaliação do grau de limpeza da superfície; Medição do perfil de rugosidade;
Acompanhamento da mistura, homogeneização e diluição das tintas; Avaliação do
método de Aplicação e das espessuras úmidas das tintas.

Ações de detecção de defeitos

Por mais abrangentes e cuidadosas que sejam as ações de prevenção de defeitos, as


ações de detecção de defeitos não podem ser dispensadas. O ideal é maximizar as
ações de prevenção para que se possa minimizar as ações de detecção de defeitos.

124
A seguir, será mostrada uma sequência de ações de controle de qualidade que deve
nortear a aplicação de um esquema de pintura.

 Avaliação de eventuais falhas das películas de tinta;


 Medição das espessuras das películas de tinta;
 Teste de adesão das películas de tinta;

 Determinação das descontinuidades em películas de tinta.

4.1 - Falhas e defeitos com rolo e trincha

FALHAS E DEFEITOS

O reconhecimento do tipo de defeito encontrado na pintura industrial, a compreensão de


sua causa e como corrigi-lo reduzem o custo da manutenção e permitem manter a
aparência estética.

A seguir são apresentadas as falhas que ocorrem com mais frequência, de acordo com
Qualificação

Escorrimento ou descaimento

Descrição: excessiva fluidez da tinta em superfícies verticais, ocorrendo sob a forma de


ondas ou gotas.
Causas: excesso de espessura; diluição excessiva da tinta;
tixotropia insuficiente.

Correções: antes da secagem, é necessária a remoção do


excesso de tinta com trincha ou boneca de pano e modificação
das condições de aplicação à pistola. Deve-se usar trincha macia
e reformular a tinta. Após a secagem, deve-se lixar e aplicar outra demão.

Observações: o controle da espessura molhada é um dos melhores métodos para evitar


esse defeito.

125
Espessura irregular (falta ou excesso)

Descrição: falta de uniformidade do filme, fora das tolerâncias médias. As áreas em


escassez apresentam pouca cobertura, podendo favorecer
a corrosão.

Causas: falta de habilidade do pintor; trincha ou rolo


inadequado; pintura a pistola com vento; tinta muito viscosa
ou com pouco alastramento; diluição incorreta; falta de
controle da espessura molhada; pistola com pulverização
espasmódica; superfícies difíceis de pintar.

Correções: antes da secagem, é necessária a remoção do excesso de tinta, com trincha


macia, das áreas com excesso e nas áreas em escassez, aplicar outra demão. Após a
secagem, deve-se lixar e procurar uniformizar com outra demão. Deve-se modificar as
condições de aplicação com pistola.

Observações: no caso de primer de zinco, em pequenas áreas, convém remover o


excesso com lixamento manual controlado para evitar fendilhamento ou descolamento do
primer e/ou sistema.

Manchas ou manchamento

Descrição: O filme apresenta-se manchado.


Causas: contaminação da superfície, dos equipamentos de aplicação
ou da área de trabalho; tinta mal misturada; tinta defeituosa;
respingos de solvente sobre a tinta fresca ou seca.

Correções: antes da secagem, é necessária a remoção com pano


embebido em solvente, aguardar que a área de trabalho fique sem
contaminantes, inspecionar os equipamentos de aplicação e homogeneizar a tinta. Após a
secagem, aplicar outra demão, caso o problema tenha sido falta de agitação, para os
outros casos, remover a pintura.

126
Over spray (pulverização deficiente) ou atomização seca

Descrição: superfície sem brilho, áspera, porém o pó da


tinta não sai ao contato com os dedos.

Causas: As partículas da tinta quase secas atingem a


superfície devido a evaporação muito rápida do solvente;
pistola muito distante da superfície; forte calor ambiente;
vento; pressão de pulverização muito alta.

Correções: antes da secagem, é necessária a aplicação de um pano com solvente. Após


a secagem, lixar e aplicar outra demão, corrigindo eventuais ajustes na pistola e/ou
diluição usando solvente mais lento.

Observações: mais comum em tintas de secagem rápida. Também pode ser a causa da
porosidade (defeito que será descrito posteriormente).

Porosidade ou poros

Descrição: A pintura apresenta diminutas descontinuidades em


forma de orifícios, invisíveis a olho nu, somente detectável com
aparelho.

Causas: oclusão de ar ou solvente no filme; superfície contaminada;


atomização deficiente, muito grossa; espessura insuficiente; perfil de
ancoragem: rugosidade muito alta; temperatura da superfície muito
quente; falta de habilidade do pintor; falta de controle do filme úmido;
over spray.

Correções: antes da secagem, deve-se corrigir a atomização. Após a secagem,


dependendo da extensão, deve-se lixar ou remover a pintura.

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Sangramento ou ressolubilização

Descrição: a pintura apresenta mancha grande, de cor diferente.

Causas: ressolubilização de pintura existente do tipo termoplástica


pelo solvente da demão subsequente, independentemente do método
de aplicação, quando a demão existente é tinta betuminosa ou
derivada que migra para a demão superior; ocorre com aplicação a
trincha ou rolo de outro termoplástico, por exemplo, acabamento
branco de borracha clorada aplicada à trincha sobre primer de
borracha clorada vermelho. Devido ao método de aplicação, a
ressolubilização causará manchas róseo-avermelhadas no
acabamento.

Correções: após a secagem, no caso das betuminosas, remover a pintura, inclusive a


betuminosa; no caso de tintas do mesmo tipo, aplicar com pistola em vez de rolo ou
trincha.

Cratera ou craterização

Descrição: Defeito semelhante a pequenas e uniformes crateras que


ocorre no filme de tinta e que são formadas de bolhas que após
romperem não mais se nivelam.

Causas: oclusão de solvente ou ar durante a aplicação; água no ar de


atomização da pistola; superfícies quentes; excessiva atomização:
pressão alta; respingo d’água sobre a tinta fresca.

Correções: lixar e aplicar outra demão.

128
Impregnação de abrasivos e/ou materiais estranhos ou lixa

Descrição: a superfície fica áspera, arenosa como uma lixa.

Causas: pintura sobre superfícies contaminadas com poeira e/ou


grãos de abrasivo; contaminação da superfícies da tinta ainda úmida
pelo abrasivo que cai sobre ela; tinta, rolo ou trincha contaminada por
areia, terra, abrasivo, etc; poeira levada pelo vento sobre a tinta fresca.

Correções: antes da secagem, é necessária a aplicação de um pano


com solvente para remover a pintura contaminada. Após a secagem,
dependendo da intensidade, lixar ou remover toda a pintura e aplicar
outra demão; limpar o equipamento contaminado; filtrar a tinta
contaminada; limpar a superfície antes de pintar; melhorar as condições do canteiro,
protegendo a área de pintura contra contaminação.

Inclusão de pelos

Descrição: a pintura fica impregnada por pelos ou fiapos que podem aflorar, tornando-se
visíveis ou ocluídos no seio da pintura, marcando a superfície.

Causas: contaminação da superfície a ser pintada ou ainda com tinta fresca por pelos
(fios, fiapos, cabelos, etc.), originados de trinchas, rolos, trapos, panos, etc; pelos levados
pelo vento que caem sobre a tinta fresca; tinta contaminada por estes tipos de impurezas.

Correções: antes da secagem, remover as impurezas e retocar. Após a secagem, lixar e


retocar as áreas contaminadas; descartar trinchas e rolos defeituosos; limpar os
equipamentos contaminados; filtrar a tinta contaminada; limpar as superfícies antes de
pintar; evitar uso de estopa; melhorar as condições do canteiro, protegendo a área de
pintura contra contaminação.

Empolamento ou bolhas

Descrição: a pintura apresenta protuberâncias semiesféricas que variam de


tamanho e intensidade.

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Causas: empolamento seco, ocorre em condições secas; oclusão de solvente ou ar no
filme; tintas incompatíveis; superfícies muito quentes. Empolamento com líquido no interior,
ocorre em condições de imersão; incompatibilidade com proteção catódica ou excesso de
proteção catódica; pintura sobre sal solúvel.

Correções: antes da secagem, remover a pintura com pano e solvente. Após a secagem,
dependendo da intensidade, lixar ou remover toda a pintura e aplicar outra demão; drenar
e limpar os equipamentos e a superfície contaminados com água; não aplicar tintas
incompatíveis entre si nem as que sejam inadequadas para proteção catódica; evitar pintar
sobre superfícies muito quentes.

Efeito Casca de Laranja

Caracteristicas: Superfície irregular, semelhante a uma casca de laranja.

Causas: Utilização de diluentes não recomendados; Regulagem errada da


pistola; Clima quente durante aplicação; Falta de habilidade do aplicador;
Rapidez na aplicação, distância entre a pistola, superfície incorreta; Não
respeitar intervalos entre demãos; Tinta com viscosidade alta.

Soluções:
Conferir distância entre a pistola e manter na média de 25 cm;Utilizar
diluentes recomendados e utilizar tintas segundo boletim técnico;Depois
da tinta seca deve-se lixar a superfície e retirar as imperfeições
nivelando;A superfície e depois repintar conforma especificação
técnica;Treinamento ao aplicador;Se necessário remover totalmente a tinta aplicada.
6) Respeitar intervalos de tempo e secagem conforme boletim técnico; Acertar a
viscosidade da tinta a ser aplicada.

Enrrugamento
Causas: Utilização de tintas epóxis ou PU sobre tintas sintéticas; Não
respeitar os intervalos entre demãos; Secagem superficial muito rápida
;Utilizar diluentes não recomendados ;Aplicações de películas muito
espessas

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Soluções:Não aplicar tintas epóxis e PU sobre tintas sintéticas;Utilizar o diluente
recomendado conforme boletim técnico;Remover toda película;Aplicar espessura
recomendada conforme boletim técnico;Fazer a diluição corretamente;Depois da tinta
seca, deve-se lixar removendo as imperfeições, nivelando a superfície. Após respingar
conforma especificação técnica. Pequenas rugas na superfície ou encolhimento da
pelicula aplicada.

Fervura
Aparecimento de uma grande quantidade de pequenas bolhas em toda
superfície ou parte dela.

Causas:
Temperatura do ambiente alta;Utilização de diluentes não
recomendados;Tinta não recomendada para aplicação; Aplicação em
superfícies quentes; Espessura muito alta na aplicação; Solvente com
rápida evaporação; Necessidade de Flash Off (espera ao ar livre antes de
colocar na estufa).

Soluções:
Depois da tinta seca, deve-se lixar as partes afetadas fazendo uma melhor preparação de
superfície. Após repintar conforme especificação; Utilização de diluentes não
recomendados, conforme boletim técnico; Conferir com o departamento técnico se a tinta
é recomendada para aplicação; Controle a temperatura da superfície: Etil-Silicato:
temperatura máxima de 40ºC.
Todas tintas: temperatura máxima de 52ºC; Aplicar espessura recomendada conforme
boletim técnico;Elevar o tempo de cura em estufa;

Descascamento
Falta de aderência entre a película da tinta e o substrato. Ocorre o
descascamento da tinta em uma pequena parte ou na totalidade da
superfície.

Causas:
Superfície contaminada com óleos, graxas, cal ou partículas sólidas;
Substrato com alto índice de umidade; Pintura sobre superfície quente;

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Reação da tinta com o substrato em compostos solúveis em água; Superfície
contaminada após a limpeza; Baixa rugosidade; Incompatibilidade entre tintas; Não
respeitar os intervalos entre demãos; Resíduos de sujeira na superfície entre as demãos;
Indicação de tintas inadequadas para determinados tipos de substratos (ferro, alumínio,
etc.)

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