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Fundação Educacional da Região dos Lagos

FERLAGOS
Curso: Nutrição
Disciplina: Patologia da Nutrição Dietoterapia II

Fisiopatologia e Dietoterapia nos Distúrbios


Cardiovasculares
(Insuficiência Cardíaca)

Prof. Dr. João Dario Martins de Mattos

Agosto - 2021
Roteiro da Aula

Introdução

Fisiopatologia

Tratamento

Dietoterapia

Recapitulando
Roteiro da Aula

Introdução

Fisiopatologia

Tratamento

Dietoterapia

Recapitulando
O Coração e a circulação
Insuficiência Cardíaca

Doença na qual o coração não é capaz de produzir um fluxo


sanguíneo adequado para o restante do corpo, causando
sintomas de fadiga, falta de ar (dispneia) e retenção de
líquidos
Insuficiência Cardíaca

As doenças cardíacas (valvas, músculo, vasos sanguíneos) e


da vasculatura podem levar à IC
Dados epidemiológicos
O risco de desenvolver IC durante a vida é de 20% com 40 anos de idade ou
mais

Nos EUA, quase 5,1 milhões pessoas apresentam IC

Homens negros correm maior risco de IC, enquanto mulheres tem menos
risco
A IC em homens e mulheres negros não hispânicos tem prevalência de 4,5% e
3,8%, respectivamente, em comparação com 2,7% e 1,8% em homens e
mulheres brancos não hispânicos, respectivamente .
Número de casos aumentou – envelhecimento da população – aumento da
obesidade e hipertensão – pessoas salvas de um IAM
Roteiro da Aula

Introdução

Fisiopatologia

Tratamento

Dietoterapia

Recapitulando
Fisiopatologia
Classificação da IC
✓ Ausência de sintomas indevidos associados a
Classe I atividades normais e ausência de limitação na
atividade física

✓ Limitação leve da atividade física; paciente


Classe II confortável em repouso

✓ Limitação acentuada da atividade física;


Classe III paciente confortável em repouso

✓ Incapacidade de realizar uma atividade física


Classe IV sem desconforto; sintomas de insuficiência
cardíaca ou dor torácica em repouso
Fisiopatologia da Insuficiência Cardíaca
Desenvolve-se de forma assintomática - Silenciosamente

A agressão progressiva altera a função e o formato do ventrículo esquerdo, de


modo que ele sofre hipertrofia na tentativa de sustentar o fluxo sanguíneo, um
processo conhecido como remodelamento cardíaco.
Métodos compensatórios
✓ Métodos compensatórios:

1. Aumentar a força do coração;

2. Aumentar seu tamanho;

3. Bombear com mais frequência;

4. Estimular os rins a conservar mais água e


sódio

✓ Tentativa de mantar a circulação normal;


✓ Pode descompensar – progressão;
✓ Desenvolvimento de sintomas avançados;
✓ Morte súbita
Fisiopatologia da Insuficiência Cardíaca
Alterações musculoesqueléticas na IC
Sintomas
Sintomas aparecem depois de meses ou
anos após o remodelamento cardíaco

fadiga, dispneia e retenção de líquidos

Intolerância ao esforço

Síncope – hipoperfusão cerebral


Fatores de Risco

Hipertensão Arterial DCVAS Hipertrofia Ventricular Esquerda

Diabetes Mellitus Envelhecimento


Prevenção
taxas de sobrevida em longo prazo de indivíduos com IC são baixas - prevenção
é de importância crítica
✓ O tratamento agressivo dos fatores de risco
subjacentes e de doenças como dislipidemia,
hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus é
de importância fundamental para evitar danos
estruturais ao miocárdio e o aparecimento de sintomas
de IC;
✓ Pacientes que sofreram IM – benefícios com terapia
anti-hipertensiva.
✓ Assintomáticos

✓ Evitar disfunções cardíacas adicionais;


✓ Tratamento farmacológico (iECA, BB, ...)
✓ Detecção precoce, correção da disfunção ventricular
esquerda assintomática, e o manejo agressivo dos
fatores de risco – redução de incidência e mortalidade
da IC.
Roteiro da Aula

Introdução

Fisiopatologia

Tratamento

Dietoterapia

Recapitulando
Tratamento Clínico
Tratar hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, doenças da tireoide,
arritmias

Evitar tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, uso de drogas


ilícitas

Propor redução da massa corporal, exercícios, redução da ingestão de sódio,


dieta saudável para o coração

Estágio avançados também inclui dispositivos de assistência ventricular


cirurgicamente implantados, transplante cardíaco e terapia intravenosa
contínua.

curto prazo para o tratamento da IC consistem em aliviar os sintomas, melhorar


a qualidade de vida e reduzir a depressão, quando presente.

Longo prazo é prolongar a vida ao diminuir, interromper ou reverter a disfunção


ventricular esquerda
Tratamento Clínico – Restrição Hídrica
Limitar a 2 litros de água por dia

Pacientes descompensados – 1 a 1,5 L/dia

Dieta – Restrição de Sódio


Tratamento Clínico - Farmacológico
Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina - iECA

Estágios mais avançados - betabloqueador ou um bloqueador dos receptores


de angiotensina, diuréticos, vasodilatadores...

✓ Ação benéfica sobre o coração;

✓ melhoram os sintomas, a qualidade


de vida, a tolerância ao exercício e a
sobrevida.

Esses medicamentos reduzem o excesso de líquido, dilatam os vasos


sanguíneos e diminuem a força de contração do coração.
Roteiro da Aula

Introdução

Fisiopatologia

Tratamento

Dietoterapia

Recapitulando
Dietoterapia
avaliação, diagnóstico nutricional e intervenções (educação, aconselhamento).

Metas - redução da readmissão no hospital, menor número de dias de


hospitalização, melhor adesão à restrição de sódio e líquidos e melhora nos
escores de qualidade de vida.
✓ Primeiro: Determinar Massa Corporal;
Orientação para Idosos:
✓ Desequilíbrio hídrico alterado complica
a avaliação da MC em IC;
✓ Pesar antes de comer e após a micção /
mesma hora do dia / todo dia;
✓ Manter registro diário da MC
✓ Variações de 450g/dia em pacientes
mais graves devem ser relatadas;
✓ 900g para IC intermediário ;
✓ 1,3 a 2,2 em IC leve
✓ Restrição de Sódio e líquido
✓ Restaurar o equilíbrio Hídrico
Dietoterapia
Mais da metade apresenta desnutrição, quase sempre relacionada com a
caquexia cardíaca anteriormente mencionada.
Balanço energético negativo e um balanço nitrogenado também
negativo

✓ Monitorar cuidadosamente a redução


energética para evitar o catabolismo
excessivo e rápido das proteínas do
corpo;

✓ educação nutricional para promover


uma mudança de comportamento é um
componente fundamental da
Dietoterapia.

✓ Os benefícios da dietoterapia devem ser


comunicados aos pacientes.
Dietoterapia
Deve-se levar em consideração os possíveis fatores de risco subjacentes

As alterações dietéticas para modificar esses fatores de risco representam um


importante componente da dietoterapia

✓ baixo teor de AGS, ácidos graxos trans


✓ Dieta DASH;
e colesterol
✓ Baixo teor de sódio;
✓ rica em fibras, grãos integrais, frutas e
✓ Alto teor de Potássio;
vegetais

Gasto energético elevado – Estado catabólicos – Atenção com calorias e PTN


Restrição de Sal

✓ Sódio associado à edema;

✓ Restrição de 2 a 3g de Sal/dia – Sociedade Americana de


Insuficiência Cardíaca;

✓ Não existe consenso em relação à quantidade;

✓ Não ultrapassar os 3g de Sal;

✓ Reduzir ou eliminar o sal de mesa e alimentos com alto


teor de sódio.
Bebidas Alcóolicas
Aumento da ingestão de líquido – Aumento da PA

Evitar o Consumo de bebidas Alcoólicas

Associação entre consumo crônico de


álcool, cardiomiopatias e IC
Quantidade de consumo – fatores genéticos
– relação entre bebida alcoólica e IC
1 dose por dia/ mulheres - 2 doses/dia
Homens
Cafeína

Era considerada prejudicial para pacientes com IC, visto que contribuía para
batimentos cardíacos irregulares

Deve ser recomendada ou não?


O que a mais diz a ciência?
Cafeína

“Consumo de Chá e Café e a morbidade e mortalidade cardiovascular”

“Café, cafeína, e risco de hospitalização por arritmias”

A ingestão moderada de chá ou de café reduz o risco de DCVAS; na verdade, o


chá reduz as mortes por DCVAS.
beber quatro ou mais xícaras de café por dia tiveram um risco 18% menor de
hospitalização para distúrbios do ritmo cardíaco
Aqueles que relataram beber uma a três xícaras por dia tiveram uma redução
de 7% no risco

Os efeitos antioxidantes do café e do chá podem ser benéficos


Cálcio
aumentado de desenvolver osteoporose devido aos baixos graus de atividade,
comprometimento da função renal e prescrição de fármacos que alteram o
metabolismo do cálcio.

✓ Suplementação não recomendada;

✓ Risco de aumento de arritmias


L-Arginina
Redução na capacidade de exercício pode ser causada, em parte, pela redução
do fluxo sanguíneo periférico relacionada com o comprometimento da
vasodilatação dependente do endotélio.

✓ Mais estudos são necessários


Coenzima Q-10
Suplementação - melhora significativa da tolerância ao exercício, diminuição
dos sintomas e melhor qualidade de vida.

evitar o estresse oxidativo e o dano adicional ao miocárdio.

O uso de estatinas pode influenciar na síntese de CoQ10


Energia
As necessidades energéticas de pacientes com IC dependem de sua
massa corporal atual, das restrições de atividade e da gravidade da IC.

✓ Os pacientes com sobrepeso e atividade


limitada devem ser incentivados a manter
uma massa corporal adequada, que não irá
estressar o miocárdio;

✓ o estado nutricional do paciente obeso precisa


ser avaliado de modo a garantir que ele não
esteja com desnutrição;

✓ Em pacientes com IC, as necessidades


energéticas não estão bem definidas;

✓ dois estudos encontraram que as equações


habituais de energia usadas para determinar
as necessidades energéticas subestimaram as
necessidades de pacientes com IC
Lipídeos

diminuir as concentrações elevadas de


triglicerídeos e prevenir a fibrilação
atrial

1 grama

Algumas evidências sugerem que a alimentação rica em


gordura saturada na IC leve a moderada preserva a função contrátil e
impede a passagem dos ácidos graxos para o metabolismo da glicose,
desempenhando, assim, um papel cardioprotetor (Chess et al., 2009;
Christopher et al., 2010).
Ácido Fólico, Vitamina B6, Vitamina B12
Redução do Risco de mortalidade por IC e acidente vascular encefálico

Deficiência rara
Magnésio
Deficiência muito comum na IC – ingestão deficiente e uso da furosemida -
Diurético

Deficiência de Mg - Desbalanço eletrolítico – Na positivo – K negativo

A suplementação com magnésio (800


mg/dia) produz uma pequena melhora na
complacência arterial.

Deficiência está associada ao processo


inflamatório.
Tiamina – B1
Risco de deficiência de tiamina devido à ingestão
alimentar inadequada; ao uso de diuréticos de alça,
que aumentam a excreção; e à idade avançada.

Deficiência de tiamina pode causar diminuição da


energia e contrações cardíacas mais fracas

✓ Função cardíaca, o débito urinário, a perda de massa


corporal e os sinais e sintomas de IC;

✓ suplementação com tiamina (p. ex., 100 mg/dia) pode


melhorar a fração de ejeção
ventricular esquerda (fração de sangue bombeada
para fora dos ventrículos a cada batimento cardíaco) e
os sintomas.
Vitamina D
Os pacientes com polimorfismo do gene do receptor da vitamina D apresentam
taxas mais altas de perda óssea do que os pacientes com IC sem esse genótipo

E o que diz a ciência?


Vitamina D - 2006

“Suplementação de Vit D melhora o perfil de citocinas em pacientes com IC:


Ensaio duplo cego, randomizado e placebo-controlado”

✓ suplementação com vitamina D (50 µg ou 2.000 unidades internacionais de vitamina


D3 por dia) durante nove meses aumentou a concentração de IL-10, uma citocina
anti-inflamatória, e diminuiu os fatores pró--inflamatórios em pacientes com IC.
Estratégias de Alimentação
✓ pacientes com IC toleram melhor refeições pequenas e frequentes do que refeições
maiores e menos frequentes;

✓ visto que estas últimas são de consumo mais cansativo, podem contribuir para a
distensão abdominal e aumentam acentuadamente o consumo de oxigênio;

✓ Todos esses fatores sobrecarregam o coração já estressado;

✓ Os suplementos energéticos podem ajudar a aumentar a ingestão de energia;


todavia, essa intervenção pode não reverter essa forma de desnutrição.
Roteiro da Aula

Introdução

Fisiopatologia

Tratamento

Dietoterapia

Recapitulando
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Obrigado!
joaodariomattos@gmail.com
@dariojoao

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