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Cuiabá
2018
GABRIELA BERNARDES FERREIRA LIMA
Cuiabá
2018
GABRIELA BERNARDES FERREIRA LIMA
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
ABSTRACT
It is known that the autistic is not only characterized by a neurological disorder, it also
involves immunological imbalance, metabolic abnormalities with problems with
detoxification, intestinal inflammation and gastrointestinal symptoms. The aim of this
work is to understand how nutrition interferes with the health of children with autism
spectrum disorders. A descriptive analysis of the data obtained by the literature
review using virtual databases, books and publications of pertinent organs, published
between 1990 and 2017. Studies have shown the importance of intestinal maturity for
the cognitive development of the child, since a system impaired digestive system can
trigger several problems such as toxicities, and this can be one of the main causes of
neural diseases. Other studies have pointed out that autistic individuals present
deficiencies in the production of enzymes that participate in the metabolism of gluten
and casein, causing an imbalance in the intestinal flora, making the intestinal
membrane permeable, which allows the entry of these peptides into the bloodstream.
Due to the neurological disorder present in the autistic during meals, it presents
selectivity, refusal and indiscipline feeding. Further studies are needed for a
conclusion on the subject, but it can be observed that nutritional intervention in
patients with autism spectrum disorder improves their condition.
5HT Serotonina
BB Barreira hematoencefálica
BVS Biblioteca Virtual em Saúde
CD Células dendríticas
ECC Células enterocromafins
EIC Eixo microbiota-intestino-cérebro
GFCF Gluten Free Casein Free
GI Gastrointestinal
IAG Trans-indolil-3-acriloilglicina
IEC Células epiteliais do intestino
LPS Lipossacarídeo
MC Mastócitos
PTF Centro de Tratamento Pfeiffer
TEA Transtorno do Espectro Austista
TGD Transtorno Global do Desenvolvimento
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................9
REFERÊNCIAS..........................................................................................................28
9
1 INTRODUÇÃO
Para a elaboração deste trabalho foi realizada uma revisão da literatura sobre
o tema proposto: como a nutrição influencia na saúde de crianças com transtorno do
espectro autista. A base de dados: BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), Google
Acadêmico, Pubmed Central, Scielo (Scientific Eletronic Library OnLine), livros e
publicações de órgãos pertinentes serviram como instrumento para levantamento de
dados. Foram inclusos apenas as publicações que correspondem ao estudo,
publicadas no período de 1990 a 2017, todos os tipos de delineamentos
metodológicos foram aceitos. A busca foi feita por termos livres, com o uso de
vocabulário controlado (descritores): nutrição, autismo, TEA, maturidade intestinal do
autista, comportamento do autista, alimentação, dieta GFCF, alterações metabólicas
do autista, autism, nutrition and autism, gut, autism spectrum disorders, food
selectivity. Para a compreensão do tema, foi realizado uma análise descritiva dos
dados obtidos pela revisão da literatura para a elaboração da pesquisa e seu
referencial teórico.
11
SMITH, 2004).
A literatura científica tem nos mostrado que, com relação à alimentação,
especialmente na hora da refeição, três aspectos mais marcantes são registrados:
seletividade, que limita a variedade de alimentos, podendo levar a carências
nutricionais; recusa, mesmo ocorrendo a seletividade é frequente a não aceitação do
alimento selecionado o que pode levar a um quadro de desnutrição calórico-proteica
e a indisciplina alimentar que também contribui para a inadequação alimentar.
Portanto, deve-se ter cautela ao deixar as crianças autistas ingerir alimentos que
não sejam saudáveis, devendo ser evitados (CARVALHO, 2012).
Um estudo mostrou que a seletividade alimentar pode estar relacionada com
a sensibilidade sensorial ou também descrita como defensividade tátil, que pode
estar presente em algumas crianças com falhas de aprendizagem e de
comportamento. Define-se a sensibilidade sensorial como uma reação exagerada a
determinadas experiências de toque, que muitas vezes resulta em uma resposta
comportamental negativa, podendo contribuir na dificuldade da aceitação de texturas
de alimentos diversificados em crianças com TEA (CERMAK; CURTIN; BANDINI,
2010).
Uma pesquisa atual descreve que há alta prevalência desses distúrbios em
indivíduos portadores de TEA, e está presente em várias idades e em ambos os
gêneros, cerca de 90% manifestam essas dificuldades sensoriais, podendo ocorrer
em vários domínios como os domínios do tato e do olfato. Sendo assim essas
alterações são extremamente comuns e são consideradas como um dos critérios
para o diagnóstico da doença (CERMAK; CURTIN; BANDINI, 2010).
De acordo com um estudo, os distúrbios sensoriais podem contribuir
negativamente no consumo de certos tipos de alimentos, estando relacionado com a
textura e o cheiro do mesmo, o que traz certa repreensão às crianças com TEA, e o
momento do consumo desses alimentos torna-se algo intragável e intolerável e
muitas vezes a refeição é associada a algo ruim e desagradável, dificultando a
nutrição adequada (ATTWOOD, 2006). Outro aspecto bem conhecido em pacientes
com espectro autista são as alterações no hábito alimentar, sendo descritos desde
aversão, seletividade até a recusa total de determinados alimentos e
comportamentos obsessivos disfuncionais, além de efeitos adversos de alguns
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um padrão alimentar diferente das crianças controles (não autistas), isso faz com
que seu crescimento corporal e estado nutricional sejam comprometidos, tornando-
se assim, prejudicial a saúde (ZUCHETTO, 2011).
Crianças com TEA expressam a necessidade de não misturar os alimentos e
cheirá-los antes da ingestão, quando comparadas à crianças que constituíam o
grupo controle. Em ambos os estudos os pesquisadores defendem o argumento de
que a constipação e a seletividade de alimentos devem ser atribuídas às
características comportamentais de crianças com TEA (IBRAHIM, 2009).
Um estudo realizado com 36 crianças autistas, em uma dieta livre ou limitada,
apresentou que há uma deficiência considerável de alguns aminoácidos essenciais,
acarretando na baixa ingestão de Vitamina D, Ferro e Cálcio, o quais acometem o
desenvolvimento ósseo e distúrbios do sono (WINTER; BLUE, 2009).
Kerwin, Eicher e Gelsinger (2005) identificaram, em uma amostra comunitária
de crianças com transtorno do espectro do autismo sem outra especificação, a
presence de dor abdominal, constipação e diarreia, associadas também à presença
de problemas alimentares. Ibrahim (2009) concluiu que a constipação e a
seletividade alimentar são características comportamentais de crianças com TEA,
como tendências ritualísticas, necessidade de rotina e insistência na repetição, ao
invés de ser indicativo de uma patologia gastrointestinal. Isso corrobora a proposta
de Chen, Rodgers e McConachie (2009), segundo a qual a intensidade e a
frequência de comportamentos restritos e repetitivos estão associadas com
alterações da resposta sensorial. Chaidez, Hansen e Hertz-Picciotto. (2014)
identificaram que tanto a seletividade quanto as alterações gastrointestinais
apresentaram uma chance maior de ocorrer nas crianças com TEA, e consideraram
como plausível a existência de alguns fatores que agiriam, direta ou indiretamente,
para a presença de seletividade nessa população – o sabor, a textura, ou a
temperatura –, ou seja, alterações na resposta sensorial.
Mesmo ainda havendo disparidades entre alguns estudos, quanto à
resultados, conceitos da relação de problemas comportamentais e seletividade
alimentar, existe a possibilidade de que as alterações da resposta sensorial em
crianças com TEA contribuam para a presença da seletividade alimentar em alguns
fenótipos da síndrome (BANDINI, 2010, HUBBARD, 2014; MARÍ-BAUSET, 2014).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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