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Assistência de Enfermagem a Pacientes com

Patologias Clínicas Respiratórias II

Conteudista: Profa. Ma. Priscila Vieira Pacheco


Revisão Textual: Maria Cecília Andreo

Contextualização

Material Teórico

Material Complementar

Referências
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Contextualização

 Objetivos da Unidade

Identi car sinais e sintomas e conhecer a assistência de enfermagem dos


seguintes agravos respiratórios:

Asma aguda;

Pneumonia;

Derrame pleural;

Pneumotórax;

Embolia pulmonar.

Conhecer os princípios e cuidados da ventilação mecânica: VMI e VNI.

Ter a competência para atuar nos agravos respiratórios no cenário atual é uma condição
fundamental e desejada pelos serviços de assistência à saúde, pois, desde que a Covid-19
chegou ao Brasil, no dia 26 de fevereiro de 2020, esse agravo é responsável pela morte de
milhares de pessoas nos cinco continentes. A doença caracteriza-se como uma doença
respiratória em que o indivíduo infectado pode apresentar: febre; sintomas respiratórios:
di culdade para respirar, tosse, dor de garganta, congestão nasal; dores no corpo, cansaço,
coriza; e, eventualmente, diarreia. Na evolução para formas mais graves, pode ocorrer maior
di culdade para respirar, cansaço e cianose de extremidades. Assim, dedicar-se a apreender
os conhecimentos aqui trabalhados será o seu diferencial no mercado de trabalho. Dessa
forma, não deixe de visitar os materiais complementares sugeridos, pois cada um foi pensado
como mais uma ferramenta para seu preparo pro ssional.

Bons estudos!
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Material Teórico

Nesta unidade, daremos continuidade às discussões relativas aos agravos respiratórios, uma
vez que as doenças respiratórias representam cerca de 14% das internações no Sistema Único
de Saúde (SUS), além de serem responsáveis pelo alto uso de serviços ambulatoriais,
emergências e hospitalizações. Destacam-se nesse cenário os quadros clínicos envolvendo as
pneumonias, a asma e as infecções causadas pelo in uenza (MAIA et al., 2016).

Asma
A asma é uma doença crônica das vias aéreas inferiores em que ocorre a hiper-reatividade
traqueobrônquica em decorrência de um processo in amatório que poderá ser desencadeado
por exposição a alergênicos, como pelo de animais, mofo, pólen, fumaça de cigarro, cessação
ou redução de medicação, além das infecções pulmonares, tanto as virais como as bacterianas,
que causam o estreitamento da árvore traqueobrônquica.
Figura 1 – Apresentação grá ca do pulmão saudável e do
pulmão com estreitamento em decorrência da presença da
asma

Fonte: saude.gov.br

A agudização da asma é facilmente identi cada pelo paciente e manifesta-se com a presença
de tosse recorrente, dispneia, aumento do trabalho respiratório e presença de sibilos,
principalmente ao amanhecer ou ao anoitecer. Essa sintomatologia ocorre devido à obstrução
extensa e variável do uxo de ar que, na maioria das vezes, é revertida espontaneamente ou
com uso de medicações (VIANA et al., 2020).

Fisiopatologia
O processo in amatório pode estender-se por toda a árvore brônquica, desde as grandes vias
aéreas até os alvéolos. Nesse processo in amatório ocorre ativação dos mastócitos, in ltração
de células in amatórias, edema, desnudação e ruptura do epitélio brônquico, ocorre a
deposição de colágeno abaixo da membrana basal, hiperplasias das células, o que promove a
hipersecreção e o muco e espessamento da musculatura lisa que pode ser visualizada na
imagem a seguir.

Figura 2 – Representação do brônquio asmático


Fonte: MORTON, 2019

A manifestação da asma ocorre na infância, ao contrário do que ocorre com as doenças


pulmonares obstrutivas crônicas (DPOCs). A seguir destacamos as principais diferenças entre
as duas manifestações. 

Quadro 1 – Características diferenciais da asma e da DPOC

ASMA DPOC

Inicia na infância.
Início na meia-idade.

A sintomatologia ocorre com a A sintomatologia instala-se de forma


exposição aos alergênicos e, portanto, lenta e progressiva.
variam de acordo essa exposição.

Está associada a alergias, Está relacionada ao uso do tabaco.


rinite/eczemas.

A sintomatologia ca exacerbada pela A sintomatologia se manifesta na


manhã ou à noite. realização de atividade física.

A limitação do uxo de ar é reversível. Limitação irreversível do uxo de ar.

Presença de antecedentes familiares Presença de comorbidades.


de asma.
ASMA DPOC

Resposta menos efetiva no uso dos


Apresenta boa resposta ao uso dos
broncodilatadores.
broncodilatadores.

Fonte: Adaptado de VIANA et al., 2020

Sinais clínicos de agudização da asma


A agudização da asma deve ser identi cada rapidamente pelos pro ssionais de saúde, uma vez
que se faz necessário a adoção de medidas para evitar a piora clínica do quadro. Nessa
situação, além dos sinais clínicos já apresentados, poderão se manifestar:

dispneia seguida ou não de tosse com ou sem expectoração;

ortopneia; 

insônia e fadiga severa;

utilização de musculatura acessória;

referência de aperto no peito;

FR maior que 30 mrpm;

FC maior que 120 bpm;

sudorese;

agitação;

apreensão;
di culdade de comunicação; incapacidade de completar as frases;

diminuição da PAS em mais de 10 mmHg na inspiração (pulso paradoxal);

queda da saturação abaixo de 90%;

diminuição da PaO2 – menos que 60 mmHg;

aumento da PaCO2 – maior que 42 mmHg.

– Na vigência de uxo abaixo de 50%, indica-se intervenção imediata.

Além disso, é importante que o Enfermeiro esteja atento à presença de crepitações nas regiões
supraclaviculares que podem indicar pneumomediastino e sinais de pneumotórax. Esse
paciente poderá evoluir para uma parada respiratória, assim, que atento à presença de
cianose, que indica agravamento do quadro com necessidade de atendimento imediato,
respiração paradoxal, MV ausentes, bradicardia, sonolência ou agitação (VIANA et al., 2020).

Classi cação da asma


Tendo como base os sintomas e a função pulmonar, o Nathional Asthma Education and
Prevention Program classi cou a asma em quatro categorias, conforme pode ser visualizado a
seguir. 

Tabela 2 – Classi cação da gravidade da asma

SINTOMAS FUNÇÃO
SINTOMAS
NOTURNOS PULMONAR
SINTOMAS FUNÇÃO
SINTOMAS
NOTURNOS PULMONAR

Presente duas ou
menos vezes por Volume
semana. expiratório
Assintomático forçado (VEF) ou
com uxo Fluxo expiratório
expiratório máximo (FEM)
Branda máximo normal Presentes duas igual ou maior
intermitente entre as vezes ou menos que 80% do
agudizações que por mês. esperado.
são breves Variabilidade do
(poucas horas ou uxo expiratório
poucos dias), a máximo menor
intensidade pode ou igual a 20%.
variar.

Apresenta
sintomas mais
VEF ou FEM
de duas vezes
maior de 80% do
por semana, mas
Branda Presente mais de esperado
menos de uma
persistente duas vezes por Variabilidade do
vez por dia. A
mês. FEM de
agudização do
20%-30%.
quadro pode
afetar as
atividades.
SINTOMAS FUNÇÃO
SINTOMAS
NOTURNOS PULMONAR

Apresenta
sintomas
diariamente,
com uso de beta
agonista
VEF ou FEM
inalatório de
maior 60% a
Moderada ação curta. As
Presente mais de menor de 80%
Persistente agudizações
uma vez por do esperado.
afetam a
semana. Variabilidade do
atividade e
FEM maior de
ocorrem mais
30%.
entre duas ou
mais vezes por
semana e podem
persistir por
dias.

Apresenta VEF ou FEM


sintomas menor ou igual a
Grave contínuos, com 60% do
Frequentes.
persistente limitação da esperado.
atividade física e Variabilidade do
exacerbações FEM maior de
frequentes. 30%.

Fonte: MORTON, 2019 

São indicativos de asma: um ou mais dos sintomas dispneia, tosse crônica, sibilância, aperto
no peito ou desconforto torácico, particularmente à noite ou nas primeiras horas da manhã;
melhora espontânea ou pelo uso de medicações especí cas para asma (broncodilatadores,
anti-in amatórios esteroides); três ou mais episódios de sibilância no último ano;
variabilidade sazonal dos sintomas e história familiar positiva para asma ou atopia; e
diagnósticos alternativos excluídos.

Sintomas que não sugerem asma: tosse crônica na ausência de sibilância ou dispneia;
desnutrição; exame físico normal quando sintomático; disfonia; história de tabagismo
moderado a intenso (> 20 anos-maço); diagnóstico diferencial com cardiopatia, DPOC,
bronquiolite e DRGE; espirometria ou PFE normais quando sintomático; ausência de resposta
a broncodilatador.

Exames complementares
Espirometria: estuda a função pulmonar após expiração forçada, cujos valores são
comparados com a média esperada para sexo, altura e peso. É importante para estabelecer o
diagnóstico; documentar a gravidade da obstrução ao uxo aéreo; e monitorar o curso da
doença e as modi cações decorrentes do tratamento.

Pico do uxo expiratório (PFE) ou peak ow: é a medida do uxo expiratório máximo, obtida
com o medidor de PFE e expressa em litros por minuto. Pode ser utilizada para diagnóstico,
avaliação da gravidade da crise e para o acompanhamento do tratamento.

O diagnóstico de asma em crianças até os cinco anos de


idade deve ser baseado principalmente em aspectos clínicos
diante das di culdades de obter medidas objetivas que o
con rmem.

Assistência de Enfermagem
1. Monitorar e avaliar o paciente realizando o exame físico atentando-se para os sinais de
desconforto respiratório que podem progredir rapidamente para insu ciência respiratória
grave e, nesse sentido, o paciente poderá apresentar: letargia, perda de sibilância, cianose e
respiração paradoxal. Diante desse quadro, é necessário rápido manejo das vias aéreas com
intubação endotraqueal. Utilizar cânula de calibre adequado para evitar aumento da resistência
da via aérea.

2. É necessário tentar manter a saturação entre 92%-95% o mais rápido possível. Para tanto,
pode ser prescrito medicação inalatória (β2-agonistas de curta duração) com inalador
dosimetrado com espaçador (4-10 pu s) ou inalação convencional com brometo de
ipratrópio, repetindo a cada 20 minutos na primeira hora + corticosteroides intravenosos em
altas doses + oxigenoterapia. Nas situações graves de broncoconstrição, pode ser usado
sulfato de magnésio e sulfato de terbutalina por via injetável.

3. Monitorar condição hemodinâmica: atentar-se à hipotensão que poderá ser agravada em


decorrência da pressão intratorácica positiva causada pela VM. Além disso, quando o paciente
é sedado para o procedimento, o tônus vascular adrenérgico pode relaxar e aumentar a
vasodilatação e piorar o seu estado hemodinâmico.

4. É necessário avaliar a regressão ou o agravamento dos sintomas.

5. Como alternativa para diminuir a obstrução ao uxo aéreo e diminuir o esforço respiratório,
é utilizada a VNI, que poderá ser utilizada em conjunto com a terapia medicamentosa em crise
asmática moderada e acentuada.

6. A intubação orotraqueal para uso da VMI deve ser a opção utilizada nas situações em que a
resposta à terapia medicamentosa com ou sem VNI for insatisfatória.

7. Para adequado monitoramento das condições respiratórias, instituir as seguintes ações:

Manter avaliação sistemática das condições respiratórias – alívio dos sintomas;

Fazer uso contínuo da oximetria;

Proceder com a coleta gasometria arterial até estabilização;


Será necessário realizar radiogra a de tórax, eletrocardiograma, ultrassonogra a de
tórax e exames laboratoriais para diagnosticar e tratar as possíveis causas, com
antibioticoterapia, se infecciosas.

Para nalizar, vamos aprofundar um pouco mais os conhecimentos.


Acessem o link a seguir:

Asma: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção


Disponível em: 
Acesso em: 22/09/2021.

ACESSO

Pneumonias
A pneumonia é causada pela invasão das vias respiratórias por um agente infeccioso que leva a
in amação no parênquima pulmonar que propicia a retenção de uidos e a diminuição da
capacidade ventilatória. É classi cada como pneumonia comunitária e associada aos serviços
de saúde (nova denominação, a partir das novas diretrizes do Centers for Disease Control and
Prevention – antes conhecida como nosocomial) (PEREIRA; MERGULHÃO, 2016).

Classi cação da pneumonia


Pneumonia comunitária: os sintomas se manifestam fora do ambiente hospitalar ou nas
primeiras 48h da internação, em virtude do período de incubação da doença. Os agentes
etiológicos mais comuns nessa pneumonia são: S. pneumoniae, H. in uenza, Legionella,
Pseudomonas aeruginosa, entre outros bastonetes gram-negativo. 
Pneumonia associada aos serviços de saúde: subdivide-se em: hospitalar, que se desenvolve
após 48h da internação – dentro desse contexto está a PAVM, com um espectro ainda mais
especí co, no qual é necessário que o diagnóstico da doença se dê após 48h da intubação,
associada aos sintomas de pneumonia – e a associada aos cuidados de saúde. Os agentes
etiológicos mais comuns são: Enterobacter, Escherichia coli, Klebsiella, Proteus, Serratia
marcescens, P. aeruginosa e Staphylococcus aureus.

Na pneumonia associada aos cuidados de saúde, o diagnóstico ocorre pelo menos após dois
dias da permanência do paciente sob cuidado domiciliar (home care) ou em instituições de
longa permanência (PEREIRA; MERGULHÃO, 2016).

Na pneumonia bacteriana, sua apresentação depende de variáveis, como o agente causal e a


reação do hospedeiro, de forma que pode ser classi cada de acordo com o agente etiológico
(ex.: pneumonia pneumocócica), com a natureza da resposta do hospedeiro (ex.: pneumonia
supurativa), ou, ainda, de acordo com sua distribuição macroscópica (ex.: broncopneumonia
ou pneumonia lobar).

Broncopneumonia – A consolidação focal é sua característica fundamental e, geralmente,


representa a extensão de um processo de bronquite ou bronquiolite.

Pneumonia lobar – Constitui-se na infecção bacteriana aguda, que compromete todo um lobo
ou grande parte dele. O comprometimento focal (lobular), ou extenso (lobar) do parênquima
pulmonar depende das condições de defesa do hospedeiro, da presença de doenças crônicas,
de ciências imunológicas, uso de agentes imunossupressores, leucopenias e, mais raramente,
da virulência do agente.

Normalmente, as pneumonias podem comprometer, predominantemente, a luz alveolar, as


vias aéreas, os alvéolos e o interstício.

Fisiopatologia da pneumonia
A invasão de patógenos no trato respiratório inferior determinará a ocorrência de pneumonia
e pode ocorrer de quatro maneiras: aspiração, inalação, disseminação hematogênica
procedente de um sítio distante e pelo deslocamento (MORTON; FONTAINE, 2019).

Uma importante porta de acesso às vias respiratórias é a cavidade oral. Cabe lembrar aqui que
é uma região habitada por uma média de 750 milhões de bactérias, distribuídas em cerca de
350 espécies diferentes.

Esses microrganismos formam uma camada invisível denominada bio lme dental, que, no
hospedeiro saudável, convivem em uma relação de simbiose, uma vez que é composto de
bactérias gram-positivas que têm baixo poder de patogenicidade e alto poder de aderência,
graças às suas propriedades de síntese de diferentes compostos químicos. Assim, essas
bactérias compõem um sistema de defesa ativo contra diferentes microrganismos, pois, por
estarem adaptadas à microbiota oral, levam vantagem na competição por nutrientes.

Contudo, nas alterações de equilíbrio orgânico, como diminuição da imunidade, traumas e


presença de dispositivos protéticos, ocorre a substituição das bactérias gram-positivas às
gram-negativas, que são constituídas por cepas mais agressivas e oportunistas e que possuem
rápida disseminação, como as Pseudomonas, Acinetobacter e Enterobacter (PEREIRA;
MERGULHÃO, 2016).

Nas situações em que corre a substituição das bactérias para gram-negativa e o paciente está
submetido à VM, elas acessam os pulmões com grande facilidade, uma vez que o tubo
orotraqueal (TOT) se con gura como superfície xa em que os patógenos se aderem e a qual
colonizam, sendo broncoaspirados. Outro aspecto importante que corrobora com a instalação
do quadro é que o TOT viola mecanismos de defesa naturais, como o re exo de tosse, que age
contra a microaspiração de bactérias, rompendo, dessa maneira, o equilíbrio natural existente
(PEREIRA; MERGULHÃO, 2016).

A partir da invasão dos agentes infecciosos no tecido pulmonar, inicia uma cadeia de reações
em que os leucócitos são atraídos por quimiotaxia para o combate da infecção, levando a uma
resposta in amatória com produção de líquido e edema, o que interfere na difusão gasosa e,
consequentemente, na relação entre ventilação e perfusão e posterior deterioração do estado
clínico do paciente. Dessa forma, a colonização orofaríngea e gástrica, assim como a
broncoaspiração e a defesa pulmonar comprometida, está entre os principais fatores
predisponentes à PAVM (PEREIRA; MERGULHÃO, 2016).
Fatores de Risco
Os fatores de risco aumentam a probabilidade do desenvolvimento de pneumonia, e nas
pneumonias adquiridas no hospital estão agrupadas em três categorias relacionadas ao
hospedeiro, ao tratamento e ao controle de infecção.

Fatores de risco para a pneumonia adquirida na comunidade:

Idade menor de 2 anos e maior de 65 anos;

Abuso do álcool;

Tabagismo;

Morbidades associadas: doença pulmonar, cardiovascular, hepática, renal do SNC e


imunossupressão.

Fatores de risco para a pneumonia adquirida no hospital

Relacionadas ao hospedeiro:

Idade avançada;

Alteração do nível de consciência;

Presença de DPOC;

Doença grave;

Desnutrição;

Choque;

Traumatismo fechado, traumatismo torácico e trauma craniano grave;

Tabagismo;

Placa dentária,

Relacionadas ao tratamento:
Uso de ventilação mecânica;

Autoextubação e reintubação;

Realização de broncoscopia;

Uso de sonda nasogástrica e alimentações enterais;

Presença de monitorização intracraniana;

Uso prévio de antibiótico;

Elevação do pH gástrico;

Uso de bloqueador do receptor de histamina-2;

Uso de antiácido;

Cirurgias de crânio, torácica ou abdominal superior;

Posição de decúbito dorsal.

Relacionada ao controle de infecção

De ciência na higienização das mãos;

Troca do circuito do ventilador com intervalo maior que 48 horas. (MORTON; FONTAINE,
2019)

Manifestações clínicas
A pneumonia, geralmente, manifesta-se por tosse, seca ou produtiva, aumento da frequência
respiratória, dispneia e dor torácica. A febre é manifestação comum, porém pode estar ausente
nos indivíduos idosos, em que o quadro de confusão e taquipneia se apresenta como o
sintoma mais comumente presente nos idosos com pneumonia. Além disso, o idoso pode
apresentar: fraqueza, letargia, queda geral, anorexia, dor abdominal, incontinência, cefaleia,
delírio, desmaio e deterioração inespecí ca (MORTON; FONTAINE, 2019).

Nos achados clínicos, também pode estar presente a diminuição da expansão torácica,
provocando o aumento do frêmito tóracovocal, macicez à percussão, redução do som
vesicular, presença de sopro brônquico (som bronquial), estertores nos, inspiratórios e
aumento da condução da voz (broncofonia/pectorilóquia). No exame físico também estão
presente as manifestações sistêmicas, como: confusão, cefaleia, sudorese, calafrios, mialgias e
temperatura superior a 37,8 °C (MORTON; FONTAINE, 2019)

Figura 3 – Principais sintomas da pneumonia

Fonte: Wikimedia Commons


Em geral, quando a evolução da pneumonia é inferior a dez dias, a causa bacteriana é a mais
provável. Quando a história indica evolução de duração maior que dez dias, os agentes
etiológicos mais prováveis são Micoplasma pneumoniae, vírus, micobactérias e fungos.

Exames diagnósticos
Raio X de tórax: pósteroanterior e lateral, deve ser realizado em todo indivíduo com suspeita
clínica de pneumonia. Por meio da radiogra a, é possível diferenciar condições que se
assemelhem à pneumonia, como as infecções traqueobrônquicas, e evidenciar outras causas.

Exame de secreções (bacterioscopia): para detectar o agente causal da doença, o exame de


escarro é útil.

Hemoculturas de sítios separados: possibilita isolar o patógeno etiológico em cerca de 8% a


20% dos casos.

Coleta de exames laboratoriais: hemograma completo, eletrólitos séricos, função renal e


hepática.

Realização de toracocentese: nos quadros em que o derrame pleural for maior que 10 mm no
Raio X em decúbito lateral, deve ser realizado leucograma diferencial, pesquisa de glicose,
proteína, LDH, pH, coloração Gram e ácido resistente e cultura de bactérias, fungos e
micobactérias. (MORTON; FONTAINE, 2019

Cuidados de enfermagem
Auxiliar o paciente a tossir produtivamente, apoiando seu tórax durante a tosse e
umidi cando o ar para liquefazer as secreções e melhorar a ventilação. Encorajar a ingestão
de líquidos;

Administrar o antibiótico prescrito pelo médico nos intervalos de tempo corretos;

Observar o paciente para náusea, vômito, diarreia, erupções e reações nos tecidos moles;
Fornecer oxigênio, conforme prescrito, para dispneia, distúrbio circulatório, hipoxemia
ou delírio;

Monitorar a resposta do paciente à terapia;

Encorajar o paciente a repousar o máximo possível;

Auxiliar o paciente a assumir uma posição confortável e mudar de posição com


frequência;

Avaliar o nível de consciência antes que sedativos ou tranquilizantes sejam


administrados;

Monitorizar a ingestão e excreção, a pele e os sinais vitais;

Monitorizar o estado respiratório, incluindo frequência e padrão da respiração, sons


respiratórios e sinais e sintomas de angústia respiratória.

Artigo: Assistência de enfermagem na prevenção de pneumonia


associada ventilação mecânica.

UNILUS Ensino e Pesquisa


Direitos autorais 2017 Revista UNILUS Ensino e Pesquisa - RUEP
Periodicidade: Trimestral Primeiro trimestre, jan./mar., limite para publicar a
edição - 31 de maioSegundo trimestre, abr./jun., limite para publicar a edição
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março Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons
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Derrame Pleural
O derrame pleural, geralmente, é secundário a outras doenças, como ICC, tuberculose,
pneumonia, síndrome nefrótica, doença do tecido conjuntivo, embolia pulmonar e tumores
neoplásicos (BRUNNER & SUDDARTH, 2019).

Causas do derrame pleural


É causado por, pelo menos, um dos cinco mecanismos apresentados a seguir: drenagem
linfática do espaço pleural prejudicada, aumento da pressão negativa intrapleural, diminuição
da pressão coloidosmótica do sangue, aumento da permeabilidade capilar, aumento da pressão
nos vasos linfáticos ou nos capilares subpleurais (MORTON; FONTAINE, 2019).

Os pulmões são revestidos pelas pleuras visceral, que reveste o pulmão, parietal, que reveste
internamente a parede torácica, e no espaço que existe entre as duas pleuras há um uxo
contínuo de líquido da pleura parietal para a pleura visceral, que é absorvido pelos vasos
linfáticos pulmonares. O acúmulo de líquido pleural que ocorre devido ao aumento da sua
produção, associado a uma diminuição da sua remoção, ocasiona o derrame pleural (MORTON;
FONTAINE, 2019).

Observe a imagem a seguir:


Figura 4 – Derrame pleural

Fonte: Wikimedia Commons


O líquido do derrame pleural pode ser relativamente transparente (transudato ou exsudato),
sanguinolento ou purulento. 

Tipos de derrame pleural


Derrames pleurais transudativos são formados por um ultra ltrado do plasma, o que indica
que as pleuras não estão comprometidas. Nesses casos, o acúmulo de líquido é decorrente de
fatores sistêmicos que afetam sua formação e absorção. O ICC é a causa mais frequente dos
derrames pleurais, uma vez que o aumento da pressão venosa pulmonar é o grande fator
desencadeante da sua formação. O manejo desse quadro clínico implica diminuição da
hipertensão venosa e a melhora do débito cardíaco.

As atelectasias também podem levar a formação do derrame pleural, uma vez que o líquido
pleural cará acumulado devido à diminuição na pressão pleural. O seu acúmulo persistirá até
que a pressão pleural parietal e intersticial normalizem. Quadros clínicos de cirrose hepática,
síndrome nefrótica e diálise peritoneal podem desencadear sua formação (MORTON;
FONTAINE, 2019).

Derrames pleurais exsudativos são formados pelo extravasamento de líquido com elevado
conteúdo proteico por um leito capilar lesionado para dentro da pleura ou do pulmão
adjacente. Além disso, podem resultar do acúmulo de líquido infectado no mediastino,
retroperitônio ou peritônio, que, devido à baixa pressão da cavidade pleural, conseguem
mover-se. Nesse caso, a pneumonia causada por S. pneumoniae é o quadro clínico mais
comum de formação do derrame pleural exsudativo. É classi cado, ainda, como derrame
pleural exsudativo os empiemas, metástase pulmonar, sendo que 1/3 destes são
sanguinolentos e cerca de 50% dos pacientes vítimas de embolia pulmonar (MORTON;
FONTAINE, 2019).

Exames para diagnóstico do derrame pleural

Exame físico;
Radiogra as lateralizadas do tórax;

Tomogra a computadorizada (TC) do tórax;

Toracocentese;

Análise do líquido pleural (cultura, coloração de Gram, coloração para bacilos ácido
resistentes, contagens de eritrócitos e leucócitos, bioquímica, citologia e pH;

Biopsia pleural. (BRUNNER & SUDDARTH, 2019

Manifestações clínicas
Como vimos, o derrame pleural sempre é secundário a outro agravo de saúde e, nesse sentido,
dos sintomas apresentados, alguns podem ser em decorrência da doença subjacente. Assim, a
extensão do derrame e a velocidade da sua formação associada à doença subjacente
determinarão a gravidade dos sintomas.

De acordo com as características do derrame, alguns sintomas que podem ou não ser
visualizados:

Quadro 3 – Sintomas do derrame pleural

Derrame pequeno a moderado Ausência da dispneia.

Derrame grande Dispneia em decorrência da SARA.

MV diminuídos ou ausentes, frêmito


diminuído, à percussão presença de
macicez ou sumacicez sobre áreas com
Outros achados 
presença de líquido e deslocamento da
traqueal para lado oposto ao
acometido.

Quadro construído pela autora a partir de: BRUNNER & SUDDARTH, 2019
Manejo clínico

Busca-se descobrir a causa subjacente;

Evitar acúmulo de líquido;

Aliviar o desconforto e o comprometimento respiratório;

Institui-se o tratamento de acordo com a causa subjacente.

Ainda no manejo clínico, alguns procedimentos podem ser necessários para a melhora clínica
do paciente:

Remoção do líquido por meio da realização da toracocentese, obtendo melhora da


dispneia e do comprometimento respiratório e possibilitando realizar a análise do líquido
drenado;

Drenagem do derrame por meio da inserção de um dreno de tórax conectado a um


sistema de drenagem em selo d’água conectado ou não a um sistema de aspiração
contínua. Esse procedimento possibilitará a reexpansão do pulmão.

Figura 5 – Sistema de Drenagem torácica e o curativo da


inserção do dreno
Fonte: Wikimedia Commons

Para evitar o acúmulo adicional de água no espaço pleural, é realizada a pleurodese


química, em que se instila medicamentos no espaço pleural com a nalidade de formar
aderências, fechando assim o espaço e evitando o acúmulo de água (BRUNNER &
SUDDARTH, 2019).

Assistência de Enfermagem na punção/drenagem torácica

Por ser um procedimento muito doloroso, é realizada analgesia, conforme prescrição


médica, antes do procedimento;

Paciente deve ser posicionado e é necessário oferecer apoio ao paciente durante todo o
procedimento;

Na realização de toracocentese, o líquido deve ser enviado para análise,

O sistema de drenagem de tórax e o selo d’água devem ser monitorados, assim como o
volume drenado;

Mobilizar o paciente no leito para posições mais confortáveis e que auxiliem no alívio da
dor;

Avaliar o nível de dor e administrar analgesia conforme a prescrição médica.

Pneumotórax
Caracterizado pela presença ou pelo acúmulo de ar na cavidade pleural, como consequência da
solução de continuidade da integridade das pleuras. O espaço pleural, primariamente virtual,
que se situa entre o pulmão e a parede torácica, torna-se real devido à interposição gasosa.
Pode ser classi cado como espontâneo (primário ou secundário) e traumático (MORTON;
FONTAINE, 2019). 
Classi cações

Pneumotórax espontâneo primário ou simples: ocorre em pacientes sem doença


pulmonar subjacente ou evidente.

Pneumotórax espontâneo secundário ou complicado: surge como complicação de doença


pulmonar previamente conhecida. Tanto no primeiro caso como no segundo caso, não
deve existir nenhum fator ou agente causal que esteja diretamente relacionado ao
aparecimento do pneumotórax.

Pneumotórax traumático: aparece como consequência de um trauma de tórax aberto ou


fechado, bem como consequência de procedimentos intervencionistas com nalidade
terapêutica ou diagnóstica, sendo, frequentemente, rotulados como pneumotórax
iatrogênico (MORTON; FONTAINE, 2019).

Pneumotórax aberto: corresponde ao acúmulo progressivo de ar no espaço pleural


proveniente de uma comunicação com o ambiente externo, o qual gera pressão intrapleural
positiva e in uxo de ar entre as pleuras na inspiração. Os ferimentos torácicos grandes e
abertos podem permitir a entrada signi cativa de ar no espaço pleural, colabando os pulmões
e provocando redução acentuada na ventilação. O defeito permite rápido equilíbrio entre as
pressões atmosféricas e intrapleural, interferindo na função mecânica normal, que
normalmente fornece o gradiente de pressão necessário à troca gasosa.

Pneumotórax fechado: conhecido como de tensão ou hipertensivo, ocorre quando há acúmulo


progressivo de ar em virtude de lesão extensa no pulmão, a qual cria válvula de direção única
com uxo de ar para o interior da cavidade pleural. Esse mecanismo permite a entrada de ar
durante a inspiração, mas bloqueia sua saída durante a expiração, impedindo a formação da
pressão negativa intratorácica, aumentando a pressão intrapleural e evitando a expansão
pulmonar. Essa situação provoca uma pressão tão elevada na cavidade pleural que todo o
pulmão sofre um colapso e o coração e outras estruturas do mediastino são empurrados para
o lado oposto do tórax (MORTON; FONTAINE, 2019).
O pneumotórax hipertensivo é uma emergência médica, pois, na
medida em que a elevação da pressão ocasiona a compressão dos vasos
principais e diminuição do retorno venoso e do débito cardíaco, leva
ao desenvolvimento de insu ciência respiratória progressiva, síncope
e morte rápida.

Achados clínicos
O diagnóstico do pneumotórax é baseado em história clínica e exame físico e con rmado com
a análise dos exames radiológicos.

Os principais sintomas são: dor torácica com início agudo de localização ipsilateral; dispneia,
sendo relativa, podendo consistir em uma ligeira falta de fôlego ou então em uma dispneia
grave; tosse; cianose.

No pneumotórax espontâneo ao exame físico, geralmente observa-se: redução do murmúrio


vesicular e do frêmito tóraco-vocal; diminuição da expansibilidade torácica; aumento do
volume do hemitórax envolvido; timpanismo à percussão. Em alguns casos, podemos
encontrar aumento da frequência cardíaca, que, associado à cianose e hipotensão arterial, leva
à hipótese de pneumotórax hipertensivo.

No pneumotórax secundário e em portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica, os


achados no exame físico não são e cazes para o diagnóstico, uma vez que já estão presentes
usualmente. A possibilidade de pneumotórax em pacientes com DPOC deve ser considerada
nos casos de dor torácica súbita, agravamento da dispneia e descompensação respiratória
(MORTON; FONTAINE, 2019).

Exames complementares:

Raio X do tórax;
Tomogra a computadorizada de tórax: pode ser útil em situações clínicas especiais,
quando é necessária uma avaliação mais cuidadosa da cavidade pleural, pois fornece
informações precisas a respeito da presença ou não de bolhas apicais subpleurais, suas
dimensões, disposição anatômica e da existência ou não de doença contralateral
(MORTON; FONTAINE, 2019).

Vamos conhecer um pouco mais sobre o Pneumotórax Hipertensivo?


Assista ao vídeo Pneumotórax hipertensivo.

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Pneumotórax hipertensivo

Pneumotórax hipertensivo
Pneumotórax hipertensivo
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Tratamento
O tratamento de pacientes com pneumotórax é muito variável e depende de vários fatores.
Podem ser tomadas diversas condutas, como:

repouso e observação;

oxigenioterapia suplementar – administrada em todo paciente com pneumotórax, pois


acelera a reabsorção do ar no espaço pleural;

aspiração simples;

drenagem pleural;

toracotomia com ressecção pulmonar;

pleurectomia.

Os principais objetivos do tratamento são: livrar o espaço pleural do ar contido,


restabelecendo a função pulmonar, e diminuir a probabilidade de recorrência – para tanto, a
drenagem pleural também pode ser realizada. A drenagem torácica tem como objetivo a
manutenção ou o restabelecimento da pressão negativa do espaço pleural. Ela é responsável
pela remoção de ar, líquidos e sólidos do espaço pleural ou mediastino, que podem ser
resultantes de processos infecciosos, trauma, procedimentos cirúrgicos entre outros
(MORTON; FONTAINE, 2019).

Cuidados de Enfermagem em pacientes com dreno de tórax

Preencher o selo d´água com 300 mL de soro siológico 0,9%, ou 500 mL da


mesma solução, seguindo o protocolo institucional;

Após a instalação do dreno, a mensuração dos débitos dos drenos deverá ser feita
a cada 6 horas ou em intervalos menores, caso haja registros de débitos
superiores a 100 mL/hora;

A mensuração deve ser feita colocando uma ta adesiva ao lado da graduação do


frasco, em que o técnico de enfermagem deverá marcar com uma caneta o volume
drenado, marcando também a hora da conferência;
A troca do selo d´água deve ser feita a cada 12 horas;

Clampear o dreno para que não haja entrada de ar para a cavidade torácica e, após
a troca, atentar-se quanto a desclampear o dreno após o procedimento;

Os curativos na inserção dos drenos devem ser trocados diariamente, utilizando


os produtos preconizados pelo Serviço de Infecção Hospitalar de cada instituição;

Colocar frasco de drenagem dentro de suporte, próximo ao leito do paciente, ou na


parte inferior do leito, evitando desconexões acidentais ou queda do frasco;

Massagear a tubulação na direção do frasco coletor de drenagem, de 2 em 2 horas,


ou conforme protocolo da instituição;

Nunca elevar frasco de drenagem acima do tórax sem ser clampeado (PERRY;
POTTER, 2021).

Assista ao vídeo sobre a troca do selo d’água do dreno torácico. O tema


é abordado de maneira clara e objetiva, trazendo o passo a passo para
o procedimento.

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Troca do selo d'água do dreno torácico | Sua Saúde na Rede


Troca do selo d'água do dreno torácico | Sua
Saúde na Rede
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Embolia Pulmonar
É a obstrução da artéria pulmonar com um trombo que se desprendeu de seu sítio de origem e
migrou para a vasculatura pulmonar, conhecida, também, como tromboembolia venosa.
Assim, a embolia pulmonar resulta da trombose venosa profunda (TVP), que é a formação do
coágulo dentro de uma veia (MORTON; FONTAINE, 2019).

Os pacientes de maior risco para tromboembolia venosa são os cirúrgicos. Cerca de 50% dos
pacientes submetidos à substituição do quadril e 70% dos que realizam a substituição do
joelho apresentam tromboembolia venosa. Além disso, cerca de 12% dos pacientes críticos de
UTI clínica e cirúrgica desenvolvem a trombose venosa e, nesse cenário, o uso da pro laxia
chega a 92% (MORTON; FONTAINE, 2019).

Fatores de risco para tromboembolismo


Portadores de trombo lia hereditária:

De ciência de proteica C e S;

De ciência de antitrombina III;


Mutação do fator V de Leiden;

Variação 20210 G- A da protrombina;

Hiper-homocisteinenmia.

Predisposição clínica adquirida:

Tromboembolia venosa prévia;

Idade maior que 40 anos;

ICC;

AVC;

Neoplasia maligna;

Síndrome nefrótica;

Terapia com estrogênio;

Gravidez e período pós-parto;

Obesidade;

Imobilização prolongada;

Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo;

Anticoagulante lúpico;

Doença intestinal in amatória.

Predisposição cirúrgica adquirida:

Procedimento cirúrgico abdominal ou torácico com anestesia geral com tempo maior do
que 30 minutos;

Artroplastia do quadril e joelho;

Artroscopia de joelho;

Fratura de quadril;

Trauma importante;

Prostatectomia aberta;
Lesão raquimedular;

Neurocirurgias. (MORTON; FONTAINE, 2019)

Fisiopatologia
Na siopatologia da tromboembolia venosa, a tríade de Virchow foi há muito tempo
reconhecida e se constitui por:

estase venosa;

hepercoagulabilidade;

lesão da parede venosa.

Nesse cenário, a estase venosa mostra-se como um importante fator na formação da TVP,
uma vez que esse quadro clínico possibilita que eritrócitos, plaquetas, leucócitos e brina
possam se aderir principalmente nas válvulas venosas, gerando, assim, a formação de um
trombo.

Já a hipercoagulabilidade pode ser decorrente de traumas ou procedimentos cirúrgicos, e as


lesões de parede venosa desencadeiam a ativação da cascata de coagulação e a aderência de
plaquetas.

Na maioria das vezes, a formação de um trombo é assintomática e ocorre de forma bilateral na


região das panturrilhas, contudo, cerca de 80% a 90% dos êmbolos pulmonares são oriundos
de trombos venosos que se estendem para as veias poplítea e iliofemural dos membros
inferiores.

Manifestações clínicas
Quando um êmbolo oclui uma artéria pulmonar, ocorrem alterações pulmonares e
hemodinâmicas. Nas alterações pulmonares, é possível observar que há ventilação dos
alvéolos, porém, não há perfusão, o que gera desequilíbrio entre a ventilação e perfusão, o que
aumenta o espaço morto. Assim, os alvéolos bem ventilados são hipoperfundidos,
comprometendo a hematose. A falta do dióxido de carbono presente no sangue arterial
pulmonar provoca uma vasoconstrição pulmonar e desloca a ventilação dos alvéolos
hipoperfundidos, o que gera:

ventilação por minuto aumentada;

capacidade vital diminuída;

resistência da via aérea aumentada;

capacidade de difusão diminuída. (MORTON; FONTAINE, 2019)

Figura 6 – Sítios de embolia pulmonar

Fonte: MORTON, 2019


Já as alterações hemodinâmicas na embolia pulmonar dependem do tamanho do êmbolo e do
grau de obstrução, bem como do estado preexistente do sistema cardiopulmonar, como
veremos a seguir.

Quadro 4 – Diferenças da repercussão hemodinâmica da embolia pulmonar em paciente sem


ou com doenças cardiopulmonares

Sem doença cardiopulmonar Com doença cardiopulmonar


Sem doença cardiopulmonar Com doença cardiopulmonar

Nas obstruções com menos de 20% do


leito vascular pulmonar, os eventos
compensatórios são de agrados e,
dessa forma, minimizam as alterações
hemodinâmicas por meio dos
seguintes eventos: 

DC é mantido, pois ocorre o


aumento do volume sistólico
ventricular direito e da FC. 
O grau de hipertensão pulmonar é
Ocorre o recrutamento e a desproporcional ao grau de
distensão dos vasos pulmonares, o obstrução embólica.
que causa pressão na artéria
pulmonar e resistência vascular  Pode ocorrer o desenvolvimento
pulmonar normal ou quase dentro de hipertensão pulmonar grave a
da normalidade.  partir de pequena redução do
uxo sanguíneo pulmonar. 
Quando o grau de obstrução for
entre 30% e 40%, a pressão
arterial pulmonar aumenta,
causando discreto aumento da
pressão atrial direita. 

Nas obstruções entre 50% e 60%,


os mecanismos de compensação
não são e cazes, ocorrendo
diminuição do débito cardíaco com
importante aumento na pressão
atrial direita.

Quadro construído pela autora a parir de: MORTON; FONTAINE, 2019.

As manifestações clínicas indicativas da embolia pulmonar dependerão do tamanho do


êmbolo:
Êmbolo pequeno a moderado: poderão se manifestar quadro de dispneia, taquipneia,
taquicardia, dor torácica, hipoxemia, febre branda, apreensão, tosse, diaforese, MV diminuído
na área afetada, estertores e sibilos.
Êmbolo maciço: ocorre o agravamento dos sinais e de sintomas anteriormente descritos e
aparecem os seguintes sinais e sintomas: cianose, inquietação, ansiedade, confusão,
hipotensão, pele fria e pegajosa, débito urinário diminuído, dor torácica pleurítica e hemoptise
associada ao infarto pulmonar.

No paciente internado em terapia intensiva, os seguintes sinais e sintomas podem ser


indicativos de embolia pulmonar:

No paciente sob suporte ventilatório mecânico, pode ocorrer a hipoxemia ou a


hipocapnia;

No paciente sedado em ventilação mecânica, ocorre o agravamento da hipoxemia e da


hipercapnia;

No paciente portador de doença pulmonar crônica com retenção de dióxido de carbono,


pode ocorrer a piora da dispneia, hipoxemia e redução da PCO2;

Hipertermia inexplicada;

No paciente com monitorização hemodinâmica, pode ser observada a elevação súbita da


pressão da artéria pulmonar ou da pressão venosa central. (MORTON; FONTAINE, 2019). 

Tratamento
As medidas de tratamento para o quadro clínico de embolia pulmonar envolvem:

oferta de oxigênio suplementar na vigência de hipoxemia;

na presença de hipotensão usualmente utiliza-se a solução salina e, caso seja necessário,


serão introduzidos medicamentos inotrópicos;

suporte ventilatório mecânico na embolia pulmonar maciça;

introdução da anticoagulação inicial para a prevenção do próximo êmbolo. Ela não


dissolverá o trombo, mas sim atuará na cascata de coagulação, inibindo a ação da
trombina o que retardará a formação de novos trombos;
após essa fase será instituída a anticoagulação prolongada;

o uso de trombolíticos em quadros de embolia maciça tem sido pauta de discussão,


contudo, são utilizados quando há con rmação do diagnóstico em pacientes que
permaneçam hipotensos e com insu ciência cardíaca direita, respeitando as
contraindicações trombolíticas;

em paciente com TEP que permaneça em choque após terapêutica com trombolíticos ou
que não possa fazer uso dela a embolectomia, poderá ser um procedimento, contudo, é
obrigatório ter a arteriogra a con rmando o diagnóstico. (PIRES; STARLIN, 2017).

Assistência de Enfermagem
A assistência de enfermagem tem como foco o monitoramento contínuo para identi cação
precoce de sinais e sintomas que possam indicar quadro de embolia pulmonar ou o seu
agravamento. Nesse sentido, é fundamental a realização do exame físico e monitorar os
seguintes aspectos:

Padrão respiratório, atentando-se para aumento da FR, presença de ruídos adventícios


(presença de estertores, sibilos) e/ou diminuição dos MV;

Manter monitoração contínua de saturação;

Manter o paciente em decúbito de Fowler, para melhora da expansibilidade pulmonar;

Estar atento à elevação da temperatura corporal;

Avaliar queixa de dor torácica;

Manter vigilância quanto à presença de cianose, inquietação, ansiedade e confusão, pois


esses sinais podem indicar agravamento do quadro;

Monitorar níveis pressóricos – atentar para a hipotensão, que pode indicar piora do
quadro;

Monitorar presença de dor torácica pleurítica e hemoptise, que poderão estar presentes
na vigência de infarto pulmonar.

Para nalizarmos, trataremos das questões relativas à ventilação pulmonar, uma vez que, para
vários dos agravos aqui discutidos, o suporte ventilatório mecânico poderá ser necessário.
Ventilação Mecânica
A ventilação mecânica é um método arti cial que possibilita a manutenção da ventilação nos
pacientes impossibilitados de respirar espontaneamente. Para tanto, é realizada a introdução
de um tubo orotraqueal que acessará a via aérea, por meio de ventiladores mecânicos capazes
de ofertar pressão positiva no sistema pulmonar, possibilitando, assim, a sua expansão e a
manutenção da ventilação.
Tem como objetivos manter as trocas gasosas, corrigindo a hipoxemia e a acidose respiratória
associada à hipercapnia, auxiliando no alívio do trabalho da musculatura respiratória,
revertendo ou prevenindo a sua fadiga, possibilitando a diminuição do consumo de oxigênio e
aplicação de terapêuticas especí cas, podendo ser utilizada de forma não invasiva por meio de
uma interface externa, geralmente uma máscara facial, e de forma invasiva, através de um
tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia (SARMENTO et al., 2020).

Objetivos da ventilação mecânica

Reverter a hipoxemia, aumentando a ventilação alveolar, o volume pulmonar e a


oferta de oxigênio; 

Reverter a acidose respiratória aguda; 

Prevenir ou reverter atelectasia; 

Reverter fadiga dos músculos respiratórios;

Permitir sedação, anestesia ou uso de bloqueadores neuromusculares;

Reduzir consumo de oxigênio sistêmico e miocárdico;

Reduzir pressão intracraniana (PIC);


Estabilizar caixa torácica. (SARMENTO et al., 2020)

Ventilação não invasiva


Utiliza uma pressão inspiratória para ventilar o paciente através de interface nasofacial (IPAP e
ou PSV) e uma pressão positiva expiratória para manter as vias aéreas e os alvéolos abertos
para melhorar a oxigenação (EPAP e ou PEEP).

CPAP

A ventilação por pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) é constituída de um único
nível de pressão, que permanece nos pulmões independentemente da fase do ciclo
respiratório do paciente. Nesse tipo de ventilação tem-se apenas um aumento na capacidade
residual funcional, sem aumento signi cativo do volume corrente. Por esse, motivo deve-se
utilizar o CPAP apenas em pacientes que apresentem um prejuízo quanto à oxigenação. A
ventilação do paciente é feita de forma totalmente espontânea.
Figura 7 – Máscara VNI
Fonte: Reprodução

BIPAP

Fornece uma modalidade ventilatória pressórica que permite ajuste de pressão positiva
durante a inspiração e a expiração de forma independente: uma pressão inspiratória positiva
constante (IPAP), que auxilia a ventilação do paciente, e uma pressão positiva expiratória
constante (EPAP), fazendo que o paciente tenha um suporte pressórico variável nas duas fases
do ciclo respiratório. Esse tipo de ventilação pode ser indicado tanto para pacientes com
quadros isolados de hipoxemia (atelectasia ou edema agudo de pulmão) como para aqueles
que apresentem redução da ventilação alveolar minuto.

Tabela – Modalidade de VNI

MODOS DESCRIÇÃO INDICAÇÃO*

Recomendação: no EAP
Pressão constante nas cardiogênico, no PO de
CPAP  vias aéreas Ventilação cirurgia abdominal e na
espontâne  apneia do sono leve /
moderada

Recomendação: nas
hipercapnias agudas,
para descanso da
Dois níveis de pressão
BIPAP musculatura
(IPAP e EPAP) Ciclagem
(BILEVEL) respiratória; no EAP
a uxo 
cardiogênico e nas
infecções de
imunossuprimidos. 

Fonte: Adaptada de BARBAS, 2013 

Ventilação invasiva
O acesso às vias aéreas para a ventilação mecânica invasiva pode ser obtido por Intubação
Orotraqueal (ITO), Intubação Nasotraqueal (INT), cricotireotomia ou traqueostomia. Máscara
laríngea e combitubo esofagotraqueal são dispositivos que podem ser utilizados em pacientes
com acesso difícil às vias aéreas (situação conhecida como "não ventilo não intubo").
Você sabia que o Enfermeiro, desde que habilitado, pode utilizar os
dispositivos de vias aéreas avançadas – combitubo esofagotraqueal,
máscara laríngea? Veja o Parecer Técnico COREN-DF 22/2011.

COREN-DF

Parecer Técnico Coren-DF 22/2011


ASSUNTO: Atuação do enfermeiro quanto à utilização dos dispositivos de vias
aéreas avançadas: combitubo esofagotraqueal (CET), máscara laríngea (ML) e
tubo endotraqueal (ET). I - ANÁLISE Os dispositivos de vias aéreas avançadas
como o Combitubo e a Máscara Laríngea podem ser usados em locais onde a
intubação traqueal não é permitida, ou em comunidades em que os
pro ssionais de Saúde possuem pouca ou nenhuma experiência com a técnica
de intubação traqueal.
LEIA MAIS COREN-DF 

Vamos ver como inserir um tudo combitubo esofagotraqueal?

MANUAIS MSD EDIÇÃO PARA PROFISSIONAIS


Video: Como introduzir um combitubo esôfago-
traqueal - Manuais MSD edição para
pro ssionais
Procedimento demonstrado por Walter Schrading, MD, FACEP. Walter A.
Schrading, MD, FACEP, supervisor de corpo docente. WellSpan York Hospital
Emergency Medicine Residency Program York, Pensilvânia, EUA. Amostras de
cadáver fornecidas por Maryland State Anatomy Board, DHMH. Filmado em:
School of Medicine, Anatomical Services Division, Univ. of Maryland.
LEIA MAIS MANUAIS MSD EDIÇÃO PARA PROFISSIONAIS 

Intubação orotraqueal

A intubação orotraqueal está indicada a pacientes que persistem com hipoxemia e/ou
hipercapnia após as medidas terapêuticas iniciais, ou nos casos de persistência de sinais
clínicos de importante esforço inspiratório. É precedida de sedação e analgesia. A intubação
endotraqueal compreende a passagem de um tubo endotraqueal através da boca ou do nariz
em direção à traqueia, introduzido se o paciente necessitar de ventilação ou proteção das vias
aéreas.
Uma vez inserido, um balão (cu ) presente ao redor do tubo endotraqueal é insu ado para
evitar que o ar extravase em torno da parte externa do tubo, minimizando a possibilidade de
aspiração subsequente e prevenindo o movimento do tubo.

A intubação endotraqueal não deve ser utilizada por mais de duas semanas, respeitando as
características de tempo para cada patologia, considerando a partir desse período a
traqueostomia, com o objetivo de reduzir a irritação e o trauma ao revestimento traqueal.
Quanto às desvantagens do uso do tubo endotraqueal:

1. desconforto;

2. depressão do re exo de tosse em razão de o fechamento da glote estar impedido;

3. as secreções tendem a car mais espessas devido ao desvio do aquecimento e à


umidi cação do trato respiratório superior;

4. os re exos de deglutição estão deprimidos pelo uso prolongado e trauma mecânico do


tubo endotraqueal ou da cânula de traqueostomia, colocando o paciente em risco
crescente de aspiração;

5. ulceração e constrição da laringe ou traqueia podem se desenvolver;

6. incapacidade de falar e comunicar suas necessidades. MURAKAMA; SANTOS, 2017

Traqueostomia

A traqueostomia é a realização de uma abertura cirúrgica na porção cervical da traqueia para


ventilação. É um dos procedimentos realizados com mais frequência nos pacientes sob
ventilação mecânica prolongada ou após di culdade no desmame. A maioria das
traqueostomias é eletiva, restrita a pacientes que necessitam de via aérea alternativa,
prolongada ou permanente, com a nalidade de evitar as complicações da intubação
orotraqueal prolongada. A traqueostomia de urgência está relacionada aos traumas graves da
face ou da laringe, após a inalação de gases, tumores da orofaringe, edema das vias aéreas
causado por infecção ou procedimentos cirúrgicos, paralisia bilateral das cordas vocais,
traqueomalácia localizada e corpo estranho.

Os benefícios obtidos em pacientes submetidos à ventilação mecânica, são:


1. menor incidência de lesões na laringe em relação à intubação translaríngea prolongada;

2. facilitar a limpeza da árvore traqueobrônquica e a higiene oral;

3. diminuir a incidência de estenose subglótica;

4. abreviar e facilitar o desmame do respirador;

5. alimentação por via oral;

6. transferência precoce para a unidade intermediária;

7. propiciar maior conforto, facilitar a mobilização e a comunicação do paciente.


MURAKAM; SANTOS, 2017

Atualmente, são baixas as taxas de complicações da traqueostomia aberta.


Figura 8 – Traqueostomia
Fonte: Getty Images

Cuidados de Enfermagem na ventilação mecânica


Sobre os cuidados de Enfermagem direcionados à prevenção de complicações pelo uso de tubo
orotraqueal ou da traqueostomia, a manutenção da permeabilidade das vias aéreas tem sido o
maior desa o e o principal objetivo na assistência de Enfermagem a pacientes intubados e em
ventilação arti cial.

A atuação da Enfermagem na ventilação mecânica é intensa, extensa e complexa. Na tentativa


de se propor um eixo norteador da prática de Enfermagem na ventilação mecânica, é
importante que a Enfermagem saiba relacionar e executar os cuidados descritos a seguir:

vigilância constante; 

controle de sinais vitais e monitorização cardiovascular; 

monitorização de trocas gasosas e padrão respiratório; 

observação dos sinais neurológicos;

aspiração de secreções pulmonares;

observação dos sinais de hiperinsu ação;

higiene oral;

troca de xação do TOT/TQT;

mobilização do TOT;
controle da pressão do balonete;

monitorização do balanço hidroeletrolítico e peso corporal;

controle nutricional;

umidi cação e aquecimento do gás inalado;

observação do circuito do ventilador;

observação dos alarmes do ventilador;

nível de sedação do paciente e de bloqueio neuromuscular;

observação do sincronismo entre o paciente e a máquina;

orientação de exercícios;

preenchimento dos formulários de controle;

apoio emocional ao paciente;

controle de infecção;

desmame.

A manutenção da permeabilidade das vias aéreas tem sido o maior


desa o e o principal objetivo na assistência de enfermagem a
pacientes intubados e em ventilação arti cial. Entre as medidas de
enfermagem que asseguram essa permeabilidade, a aspiração de vias
aéreas é considerada um procedimento necessário e rotineiro.

Para que possam relembrar o procedimento, disponibilizamos um


vídeo desta técnica.

YOUTUBE

Aspiração de vias aéreas superiores | Sua Saúde na Rede

Aspiração de vias aéreas superiores | Sua Saúde


na Rede
Referência: Posso, M.B.S, Semiologia e Semiótica de Enfermagem, São Paulo,
Ed. Atheneu, 2004.#suasaudenarede #BoasPraticasProcedimentosdeEnfergem
#Aspiracaod...
VEJA EM YOUTUBE 
Você sabia que a aspiração endotraqueal é ação privativa do
Enfermeiro?

COFEN - CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM

RESOLUÇÃO COFEN Nº 557/2017

RESOLUÇÃO COFEN Nº 557/2017


O Conselho Federal de Enfermagem - Cofen, no uso das atribuições que lhe
são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 julho de 1973, e pelo Regimento Interno
da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen nº 421, de 15 de fevereiro de
2012, e CONSIDERANDO a prerrogativa estabelecida ao Cofen no art.
LEIA MAIS COFEN - CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM 

Sabemos que a sistematização da assistência de Enfermagem é a ferramenta de trabalho do


Enfermeiro e que a sua adequada utilização lhe possibilitará planejar o cuidado de
Enfermagem, tendo embasamento cientí co e conduta baseada em evidências clínicas, assim
nalizaremos esta unidade destacando alguns Diagnósticos de Enfermagem que poderão ser
utilizados nos agravos respiratórios de acordo com as evidências (sinais e sintomas)
identi cadas na sua avaliação clínica.

Observe a seguir os dados disponíveis na Taxonomia NANDA para cada um dos diagnósticos
aqui elencados. Contudo, lembre-se de que é a sua capacidade de coletar os dados, realizar a
análise e fazer o raciocínio clínico que lhe possibilitarão trazer as evidências para a
identi cação dos diagnósticos presentes no seu cliente, bem como os dados que evidenciam a
sua presença, o que será fundamental para a sua tomada de decisão.
Quadro 5 – Diagnósticos de Enfermagem para uso nos agravos
respiratórios

Diagnóstico de
Domínio Classe
Enfermagem

Volume de líquido
excessivo associado a
mecanismo regulador
comprometido
relacionado à entrada
excessiva de líquido
2. Nutrição  5. Hidratação caracterizado por
alteração da PAP,
aumento da PVC,
Congestão pulmonar,
Dispneia, Ruídos
adventícios
respiratórios.

Troca de gases
prejudicada associada a
alterações na membrana
alvéolo capilar e
desequilíbrio na
ventilação, perfusão
3. Eliminação e troca 4. Função respiratória  caracterizado por
dispneia, diaforese,
gasometria arterial
anormal, hipercapnia,
hipoxemia, inquietação,
padrão respiratório
anormal, taquicardia. 
Diagnóstico de
Domínio Classe
Enfermagem

Desobstrução ine caz


das vias aéreas
associada a DPOC,
exsudato nos alvéolos,
hiperplasia na parede
dos brônquios, infecção,
presença de via aérea
arti cial relacionada a
corpo estranho na via
aérea, exposição a
11. Segurança e proteção fumaça, fumo passivo,
2. Lesão física muco excessivo,
secreções retidas,
tabagismo caracterizado
por alteração na FR e no
padrão respiratório,
cianose, dispneia,
di culdade para falar,
escarro em excesso,
inquietação, ortopneia,
ruídos adventícios
respiratórios, MV
diminuídos, tosse
ine caz.
Diagnóstico de
Domínio Classe
Enfermagem

Risco de
tromboembolismo
venoso associado a AVC,
cirurgia e tempo
anestésico maior de 90
minutos, comorbidade
médica signi cativa,
diagnóstico atual de
câncer, PO de cirurgia
ortopédica, trauma
abaixo da cintura,
trauma na extremidade
superior, trombo lia,
veias varicosas,
2. Lesão física
11. Segurança e proteção reposição hormonal, uso
de hormônio com
estrogênio, população
de risco ser fumante
atual, admitido em UTI,
história anterior de
tromboembolismo
venoso, história de AVC,
idade maior de 60 anos,
evidenciado pelos
fatores de risco
desidratação,
mobilidade prejudicada
e obesidade.

Quadro construído pela autora a partir de: NANDA, 2018. 

Considerações da Unidade
Chegamos ao nal da unidade e desta disciplina. Nesta unidade, abordamos os conhecimentos
necessários para desenvolver as competências necessárias à execução dos procedimentos no
paciente com agravos no sistema respiratório, exigindo do pro ssional uma visão crítica e
ampliada quanto aos sinais e sintomas.

No dreno de tórax, o Enfermeiro deve manter intensa monitorização do paciente, atentando-


se quanto à troca do selo d’água, preconizado na literatura a cada 12 horas, porém sempre
seguindo orientação institucional.

Ainda sobre os cuidados com o dreno, o enfermeiro deve sempre observar o aspecto da
secreção, bem como quantidade, atentando-se para os sinais de alarme.

O Enfermeiro deve estar atento aos padrões e tipos dos aparelhos ventilatórios, independendo
da marca, deve ter domínio sobre os modelos de ventilação mecânica invasiva e não invasiva.
Bem como as ciclagens de cada aparelho, de acordo com a necessidade do paciente.

Também é de extrema importância entender sobre a intubação orotraqueal, para apoiar a


equipe médica nesse procedimento, bem como atentar-se aos cuidados de Enfermagem
quanto ao posicionamento e xação da cânula, cuidado com o cu . Pois grandes causas de
extubação dos pacientes, que ocorre após os cuidados prestados pela equipe de enfermagem.

Nos pacientes em ventilação mecânica prolongada, faz-se necessário a traqueostomia, e o


Enfermeiro deve ter domínio nos cuidados de higienização e aspiração de secreções.

Falando sobre a aspiração endotraqueal, a equipe de Enfermagem deve estar atenta quanto ao
risco de infecções cruzadas, adotando medidas assépticas, sendo fundamental a higienização
das mãos. Independentemente do sistema a ser usado (aberto ou fechado), a lavagem das
mãos e o protocolo para evitar infecções devem ser seguidos.

Nos pacientes críticos, o Enfermeiro tem o papel fundamental quanto a oferecer medidas de
conforto visando à estabilização hemodinâmica. Por estar em contato direto com os pacientes,
também é o principal responsável por prestar um cuidado com maior segurança livre de riscos
de contaminação.
Acessem os materiais complementares, pois ajudarão na apreensão dos conteúdos abordados
nesta unidade.

Bons estudos!
3/4

Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados


nesta Unidade:

Vídeos

Vamos conhecer um pouco mais sobre a Ventilação Mecânica?

Ventilação Mecânica Invasiva

Vamos conhecer um pouco mais sobre o desenvolvimento da Pneumonia? Acesse o vídeo da


Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia que trata sobre a Pneumonia. 
YOUTUBE

SBPT - Pneumonia

SBPT - Pneumonia
Vídeo descrito sobre a DPOC: cuidados, seus sintomas e causas.
VEJA EM YOUTUBE 

Vamos conhecer uma pouco mais sobre a Ventilação não invasiva?

YOUTUBE

Ventilação Mecânica (Parte 01) - Ventilação mecânica não…


Ventilação Mecânica (Parte 01) - Ventilação
mecânica não invasiva (VNI) - Aula MR
Ventilação Mecânica (Parte 01) - Ventilação mecânica não invasiva (VNI) -
Aula MRBuscando a melhor experiência digital na medicina? Con ra:
www.mrplus.appNã...
VEJA EM YOUTUBE 

Leitura

BARP, M., et al. Cuidados de Enfermagem na prevenção do tromboembolismo venoso: revisão


integrativa. Rev. Eletr. Enf., v. 20, 2018.

Page 1 of 14

Artigo de
Revisão
Cuidados de Enfermagem na prevenção do tromboembolismo venoso:
revisão integrativa

Milara
Barp1 ,
Viviane Santos Mendes
,
Carneiro2
Kelle Vanessa Alvares
Amaral3 Valéria ,
,
Suelen Pagotto4
Gomes
Malaquias5

RESUMO
Este estudo buscou identificar na literatura científica quais os cuidados de enfermagem na
prevenção do
Tromboembolismo Venoso (TEV) em pacientes hospitalizados. Trata-se de uma revisão
integrativa da literatura Page 1 / 14
realizada nas bases de dados Public/Publish Medline (PUBMED) e Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS). Incluíram-se
estudos em inglês, espanhol e português, publicados entre 2006-2016, que apresentassem
4/4

Referências

BRUNNER & SUDDARTH: Manual de enfermagem médico-cirúrgica.


Revisão técnica de Sonia Regina de Souza. 14. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2019. 

MAIA, L. F. S., et al. Assistência de enfermagem ao adulto com agravos


respiratórios. Revista Recien, São Paulo, v. 6, n. 18, p. 85-91, 2016. 

MORTON, P. G.; FONTAINE, D. K. Cuidados críticos de enfermagem:


uma abordagem holística. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 

MURAKAMI, B. M.; SANTOS, E. R. Enfermagem em terapia intensiva. 2.


ed. Barueri: Manole, 2017. 

NANDA. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA – I: de nições e


classi cações 2018-2020.11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. 

PEREIRA, L. C.; MERGULHÃO, B. Cuidados Críticos em Enfermagem. 1.


ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 

PERRY, A. G.; POTTER, P. A. Guia completo de procedimentos e


competências de enfermagem. 9. ed. Rio de Janeiro: GEN, 2021. 
PIRES, M. T. B.; STARLING, S. V. ERAZO Manual de urgência em Pronto-
Socorro. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 

SARMENTO, G. J. V.; CARR, A. M.; SCATIMBURGO, M. M. Princípios e


práticas da ventilação mecânica em adultos. 1. ed. Barueri: Manole, 2020. 

VIANA, R. A. P. P.; WHITAKER, I. Y.; ZANEI, S. S. V. Enfermagem em


terapia intensiva: práticas e vivências [recurso eletrônico]. 2. ed. –
Porto Alegre: Artmed, 2020.

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