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Contextualização
Material Teórico
Material Complementar
Referências
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Contextualização
Objetivos da Unidade
Asma aguda;
Pneumonia;
Derrame pleural;
Pneumotórax;
Embolia pulmonar.
Ter a competência para atuar nos agravos respiratórios no cenário atual é uma condição
fundamental e desejada pelos serviços de assistência à saúde, pois, desde que a Covid-19
chegou ao Brasil, no dia 26 de fevereiro de 2020, esse agravo é responsável pela morte de
milhares de pessoas nos cinco continentes. A doença caracteriza-se como uma doença
respiratória em que o indivíduo infectado pode apresentar: febre; sintomas respiratórios:
di culdade para respirar, tosse, dor de garganta, congestão nasal; dores no corpo, cansaço,
coriza; e, eventualmente, diarreia. Na evolução para formas mais graves, pode ocorrer maior
di culdade para respirar, cansaço e cianose de extremidades. Assim, dedicar-se a apreender
os conhecimentos aqui trabalhados será o seu diferencial no mercado de trabalho. Dessa
forma, não deixe de visitar os materiais complementares sugeridos, pois cada um foi pensado
como mais uma ferramenta para seu preparo pro ssional.
Bons estudos!
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Material Teórico
Nesta unidade, daremos continuidade às discussões relativas aos agravos respiratórios, uma
vez que as doenças respiratórias representam cerca de 14% das internações no Sistema Único
de Saúde (SUS), além de serem responsáveis pelo alto uso de serviços ambulatoriais,
emergências e hospitalizações. Destacam-se nesse cenário os quadros clínicos envolvendo as
pneumonias, a asma e as infecções causadas pelo in uenza (MAIA et al., 2016).
Asma
A asma é uma doença crônica das vias aéreas inferiores em que ocorre a hiper-reatividade
traqueobrônquica em decorrência de um processo in amatório que poderá ser desencadeado
por exposição a alergênicos, como pelo de animais, mofo, pólen, fumaça de cigarro, cessação
ou redução de medicação, além das infecções pulmonares, tanto as virais como as bacterianas,
que causam o estreitamento da árvore traqueobrônquica.
Figura 1 – Apresentação grá ca do pulmão saudável e do
pulmão com estreitamento em decorrência da presença da
asma
Fonte: saude.gov.br
A agudização da asma é facilmente identi cada pelo paciente e manifesta-se com a presença
de tosse recorrente, dispneia, aumento do trabalho respiratório e presença de sibilos,
principalmente ao amanhecer ou ao anoitecer. Essa sintomatologia ocorre devido à obstrução
extensa e variável do uxo de ar que, na maioria das vezes, é revertida espontaneamente ou
com uso de medicações (VIANA et al., 2020).
Fisiopatologia
O processo in amatório pode estender-se por toda a árvore brônquica, desde as grandes vias
aéreas até os alvéolos. Nesse processo in amatório ocorre ativação dos mastócitos, in ltração
de células in amatórias, edema, desnudação e ruptura do epitélio brônquico, ocorre a
deposição de colágeno abaixo da membrana basal, hiperplasias das células, o que promove a
hipersecreção e o muco e espessamento da musculatura lisa que pode ser visualizada na
imagem a seguir.
ASMA DPOC
Inicia na infância.
Início na meia-idade.
ortopneia;
sudorese;
agitação;
apreensão;
di culdade de comunicação; incapacidade de completar as frases;
Além disso, é importante que o Enfermeiro esteja atento à presença de crepitações nas regiões
supraclaviculares que podem indicar pneumomediastino e sinais de pneumotórax. Esse
paciente poderá evoluir para uma parada respiratória, assim, que atento à presença de
cianose, que indica agravamento do quadro com necessidade de atendimento imediato,
respiração paradoxal, MV ausentes, bradicardia, sonolência ou agitação (VIANA et al., 2020).
SINTOMAS FUNÇÃO
SINTOMAS
NOTURNOS PULMONAR
SINTOMAS FUNÇÃO
SINTOMAS
NOTURNOS PULMONAR
Presente duas ou
menos vezes por Volume
semana. expiratório
Assintomático forçado (VEF) ou
com uxo Fluxo expiratório
expiratório máximo (FEM)
Branda máximo normal Presentes duas igual ou maior
intermitente entre as vezes ou menos que 80% do
agudizações que por mês. esperado.
são breves Variabilidade do
(poucas horas ou uxo expiratório
poucos dias), a máximo menor
intensidade pode ou igual a 20%.
variar.
Apresenta
sintomas mais
VEF ou FEM
de duas vezes
maior de 80% do
por semana, mas
Branda Presente mais de esperado
menos de uma
persistente duas vezes por Variabilidade do
vez por dia. A
mês. FEM de
agudização do
20%-30%.
quadro pode
afetar as
atividades.
SINTOMAS FUNÇÃO
SINTOMAS
NOTURNOS PULMONAR
Apresenta
sintomas
diariamente,
com uso de beta
agonista
VEF ou FEM
inalatório de
maior 60% a
Moderada ação curta. As
Presente mais de menor de 80%
Persistente agudizações
uma vez por do esperado.
afetam a
semana. Variabilidade do
atividade e
FEM maior de
ocorrem mais
30%.
entre duas ou
mais vezes por
semana e podem
persistir por
dias.
São indicativos de asma: um ou mais dos sintomas dispneia, tosse crônica, sibilância, aperto
no peito ou desconforto torácico, particularmente à noite ou nas primeiras horas da manhã;
melhora espontânea ou pelo uso de medicações especí cas para asma (broncodilatadores,
anti-in amatórios esteroides); três ou mais episódios de sibilância no último ano;
variabilidade sazonal dos sintomas e história familiar positiva para asma ou atopia; e
diagnósticos alternativos excluídos.
Sintomas que não sugerem asma: tosse crônica na ausência de sibilância ou dispneia;
desnutrição; exame físico normal quando sintomático; disfonia; história de tabagismo
moderado a intenso (> 20 anos-maço); diagnóstico diferencial com cardiopatia, DPOC,
bronquiolite e DRGE; espirometria ou PFE normais quando sintomático; ausência de resposta
a broncodilatador.
Exames complementares
Espirometria: estuda a função pulmonar após expiração forçada, cujos valores são
comparados com a média esperada para sexo, altura e peso. É importante para estabelecer o
diagnóstico; documentar a gravidade da obstrução ao uxo aéreo; e monitorar o curso da
doença e as modi cações decorrentes do tratamento.
Pico do uxo expiratório (PFE) ou peak ow: é a medida do uxo expiratório máximo, obtida
com o medidor de PFE e expressa em litros por minuto. Pode ser utilizada para diagnóstico,
avaliação da gravidade da crise e para o acompanhamento do tratamento.
Assistência de Enfermagem
1. Monitorar e avaliar o paciente realizando o exame físico atentando-se para os sinais de
desconforto respiratório que podem progredir rapidamente para insu ciência respiratória
grave e, nesse sentido, o paciente poderá apresentar: letargia, perda de sibilância, cianose e
respiração paradoxal. Diante desse quadro, é necessário rápido manejo das vias aéreas com
intubação endotraqueal. Utilizar cânula de calibre adequado para evitar aumento da resistência
da via aérea.
2. É necessário tentar manter a saturação entre 92%-95% o mais rápido possível. Para tanto,
pode ser prescrito medicação inalatória (β2-agonistas de curta duração) com inalador
dosimetrado com espaçador (4-10 pu s) ou inalação convencional com brometo de
ipratrópio, repetindo a cada 20 minutos na primeira hora + corticosteroides intravenosos em
altas doses + oxigenoterapia. Nas situações graves de broncoconstrição, pode ser usado
sulfato de magnésio e sulfato de terbutalina por via injetável.
5. Como alternativa para diminuir a obstrução ao uxo aéreo e diminuir o esforço respiratório,
é utilizada a VNI, que poderá ser utilizada em conjunto com a terapia medicamentosa em crise
asmática moderada e acentuada.
6. A intubação orotraqueal para uso da VMI deve ser a opção utilizada nas situações em que a
resposta à terapia medicamentosa com ou sem VNI for insatisfatória.
ACESSO
Pneumonias
A pneumonia é causada pela invasão das vias respiratórias por um agente infeccioso que leva a
in amação no parênquima pulmonar que propicia a retenção de uidos e a diminuição da
capacidade ventilatória. É classi cada como pneumonia comunitária e associada aos serviços
de saúde (nova denominação, a partir das novas diretrizes do Centers for Disease Control and
Prevention – antes conhecida como nosocomial) (PEREIRA; MERGULHÃO, 2016).
Na pneumonia associada aos cuidados de saúde, o diagnóstico ocorre pelo menos após dois
dias da permanência do paciente sob cuidado domiciliar (home care) ou em instituições de
longa permanência (PEREIRA; MERGULHÃO, 2016).
Pneumonia lobar – Constitui-se na infecção bacteriana aguda, que compromete todo um lobo
ou grande parte dele. O comprometimento focal (lobular), ou extenso (lobar) do parênquima
pulmonar depende das condições de defesa do hospedeiro, da presença de doenças crônicas,
de ciências imunológicas, uso de agentes imunossupressores, leucopenias e, mais raramente,
da virulência do agente.
Fisiopatologia da pneumonia
A invasão de patógenos no trato respiratório inferior determinará a ocorrência de pneumonia
e pode ocorrer de quatro maneiras: aspiração, inalação, disseminação hematogênica
procedente de um sítio distante e pelo deslocamento (MORTON; FONTAINE, 2019).
Uma importante porta de acesso às vias respiratórias é a cavidade oral. Cabe lembrar aqui que
é uma região habitada por uma média de 750 milhões de bactérias, distribuídas em cerca de
350 espécies diferentes.
Esses microrganismos formam uma camada invisível denominada bio lme dental, que, no
hospedeiro saudável, convivem em uma relação de simbiose, uma vez que é composto de
bactérias gram-positivas que têm baixo poder de patogenicidade e alto poder de aderência,
graças às suas propriedades de síntese de diferentes compostos químicos. Assim, essas
bactérias compõem um sistema de defesa ativo contra diferentes microrganismos, pois, por
estarem adaptadas à microbiota oral, levam vantagem na competição por nutrientes.
Nas situações em que corre a substituição das bactérias para gram-negativa e o paciente está
submetido à VM, elas acessam os pulmões com grande facilidade, uma vez que o tubo
orotraqueal (TOT) se con gura como superfície xa em que os patógenos se aderem e a qual
colonizam, sendo broncoaspirados. Outro aspecto importante que corrobora com a instalação
do quadro é que o TOT viola mecanismos de defesa naturais, como o re exo de tosse, que age
contra a microaspiração de bactérias, rompendo, dessa maneira, o equilíbrio natural existente
(PEREIRA; MERGULHÃO, 2016).
A partir da invasão dos agentes infecciosos no tecido pulmonar, inicia uma cadeia de reações
em que os leucócitos são atraídos por quimiotaxia para o combate da infecção, levando a uma
resposta in amatória com produção de líquido e edema, o que interfere na difusão gasosa e,
consequentemente, na relação entre ventilação e perfusão e posterior deterioração do estado
clínico do paciente. Dessa forma, a colonização orofaríngea e gástrica, assim como a
broncoaspiração e a defesa pulmonar comprometida, está entre os principais fatores
predisponentes à PAVM (PEREIRA; MERGULHÃO, 2016).
Fatores de Risco
Os fatores de risco aumentam a probabilidade do desenvolvimento de pneumonia, e nas
pneumonias adquiridas no hospital estão agrupadas em três categorias relacionadas ao
hospedeiro, ao tratamento e ao controle de infecção.
Abuso do álcool;
Tabagismo;
Relacionadas ao hospedeiro:
Idade avançada;
Presença de DPOC;
Doença grave;
Desnutrição;
Choque;
Tabagismo;
Placa dentária,
Relacionadas ao tratamento:
Uso de ventilação mecânica;
Autoextubação e reintubação;
Realização de broncoscopia;
Elevação do pH gástrico;
Uso de antiácido;
Troca do circuito do ventilador com intervalo maior que 48 horas. (MORTON; FONTAINE,
2019)
Manifestações clínicas
A pneumonia, geralmente, manifesta-se por tosse, seca ou produtiva, aumento da frequência
respiratória, dispneia e dor torácica. A febre é manifestação comum, porém pode estar ausente
nos indivíduos idosos, em que o quadro de confusão e taquipneia se apresenta como o
sintoma mais comumente presente nos idosos com pneumonia. Além disso, o idoso pode
apresentar: fraqueza, letargia, queda geral, anorexia, dor abdominal, incontinência, cefaleia,
delírio, desmaio e deterioração inespecí ca (MORTON; FONTAINE, 2019).
Nos achados clínicos, também pode estar presente a diminuição da expansão torácica,
provocando o aumento do frêmito tóracovocal, macicez à percussão, redução do som
vesicular, presença de sopro brônquico (som bronquial), estertores nos, inspiratórios e
aumento da condução da voz (broncofonia/pectorilóquia). No exame físico também estão
presente as manifestações sistêmicas, como: confusão, cefaleia, sudorese, calafrios, mialgias e
temperatura superior a 37,8 °C (MORTON; FONTAINE, 2019)
Exames diagnósticos
Raio X de tórax: pósteroanterior e lateral, deve ser realizado em todo indivíduo com suspeita
clínica de pneumonia. Por meio da radiogra a, é possível diferenciar condições que se
assemelhem à pneumonia, como as infecções traqueobrônquicas, e evidenciar outras causas.
Realização de toracocentese: nos quadros em que o derrame pleural for maior que 10 mm no
Raio X em decúbito lateral, deve ser realizado leucograma diferencial, pesquisa de glicose,
proteína, LDH, pH, coloração Gram e ácido resistente e cultura de bactérias, fungos e
micobactérias. (MORTON; FONTAINE, 2019
Cuidados de enfermagem
Auxiliar o paciente a tossir produtivamente, apoiando seu tórax durante a tosse e
umidi cando o ar para liquefazer as secreções e melhorar a ventilação. Encorajar a ingestão
de líquidos;
Observar o paciente para náusea, vômito, diarreia, erupções e reações nos tecidos moles;
Fornecer oxigênio, conforme prescrito, para dispneia, distúrbio circulatório, hipoxemia
ou delírio;
Derrame Pleural
O derrame pleural, geralmente, é secundário a outras doenças, como ICC, tuberculose,
pneumonia, síndrome nefrótica, doença do tecido conjuntivo, embolia pulmonar e tumores
neoplásicos (BRUNNER & SUDDARTH, 2019).
Os pulmões são revestidos pelas pleuras visceral, que reveste o pulmão, parietal, que reveste
internamente a parede torácica, e no espaço que existe entre as duas pleuras há um uxo
contínuo de líquido da pleura parietal para a pleura visceral, que é absorvido pelos vasos
linfáticos pulmonares. O acúmulo de líquido pleural que ocorre devido ao aumento da sua
produção, associado a uma diminuição da sua remoção, ocasiona o derrame pleural (MORTON;
FONTAINE, 2019).
As atelectasias também podem levar a formação do derrame pleural, uma vez que o líquido
pleural cará acumulado devido à diminuição na pressão pleural. O seu acúmulo persistirá até
que a pressão pleural parietal e intersticial normalizem. Quadros clínicos de cirrose hepática,
síndrome nefrótica e diálise peritoneal podem desencadear sua formação (MORTON;
FONTAINE, 2019).
Derrames pleurais exsudativos são formados pelo extravasamento de líquido com elevado
conteúdo proteico por um leito capilar lesionado para dentro da pleura ou do pulmão
adjacente. Além disso, podem resultar do acúmulo de líquido infectado no mediastino,
retroperitônio ou peritônio, que, devido à baixa pressão da cavidade pleural, conseguem
mover-se. Nesse caso, a pneumonia causada por S. pneumoniae é o quadro clínico mais
comum de formação do derrame pleural exsudativo. É classi cado, ainda, como derrame
pleural exsudativo os empiemas, metástase pulmonar, sendo que 1/3 destes são
sanguinolentos e cerca de 50% dos pacientes vítimas de embolia pulmonar (MORTON;
FONTAINE, 2019).
Exame físico;
Radiogra as lateralizadas do tórax;
Toracocentese;
Análise do líquido pleural (cultura, coloração de Gram, coloração para bacilos ácido
resistentes, contagens de eritrócitos e leucócitos, bioquímica, citologia e pH;
Manifestações clínicas
Como vimos, o derrame pleural sempre é secundário a outro agravo de saúde e, nesse sentido,
dos sintomas apresentados, alguns podem ser em decorrência da doença subjacente. Assim, a
extensão do derrame e a velocidade da sua formação associada à doença subjacente
determinarão a gravidade dos sintomas.
De acordo com as características do derrame, alguns sintomas que podem ou não ser
visualizados:
Quadro construído pela autora a partir de: BRUNNER & SUDDARTH, 2019
Manejo clínico
Ainda no manejo clínico, alguns procedimentos podem ser necessários para a melhora clínica
do paciente:
Paciente deve ser posicionado e é necessário oferecer apoio ao paciente durante todo o
procedimento;
O sistema de drenagem de tórax e o selo d’água devem ser monitorados, assim como o
volume drenado;
Mobilizar o paciente no leito para posições mais confortáveis e que auxiliem no alívio da
dor;
Pneumotórax
Caracterizado pela presença ou pelo acúmulo de ar na cavidade pleural, como consequência da
solução de continuidade da integridade das pleuras. O espaço pleural, primariamente virtual,
que se situa entre o pulmão e a parede torácica, torna-se real devido à interposição gasosa.
Pode ser classi cado como espontâneo (primário ou secundário) e traumático (MORTON;
FONTAINE, 2019).
Classi cações
Achados clínicos
O diagnóstico do pneumotórax é baseado em história clínica e exame físico e con rmado com
a análise dos exames radiológicos.
Os principais sintomas são: dor torácica com início agudo de localização ipsilateral; dispneia,
sendo relativa, podendo consistir em uma ligeira falta de fôlego ou então em uma dispneia
grave; tosse; cianose.
Exames complementares:
Raio X do tórax;
Tomogra a computadorizada de tórax: pode ser útil em situações clínicas especiais,
quando é necessária uma avaliação mais cuidadosa da cavidade pleural, pois fornece
informações precisas a respeito da presença ou não de bolhas apicais subpleurais, suas
dimensões, disposição anatômica e da existência ou não de doença contralateral
(MORTON; FONTAINE, 2019).
YOUTUBE
Pneumotórax hipertensivo
Pneumotórax hipertensivo
Pneumotórax hipertensivo
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Tratamento
O tratamento de pacientes com pneumotórax é muito variável e depende de vários fatores.
Podem ser tomadas diversas condutas, como:
repouso e observação;
aspiração simples;
drenagem pleural;
pleurectomia.
Após a instalação do dreno, a mensuração dos débitos dos drenos deverá ser feita
a cada 6 horas ou em intervalos menores, caso haja registros de débitos
superiores a 100 mL/hora;
Clampear o dreno para que não haja entrada de ar para a cavidade torácica e, após
a troca, atentar-se quanto a desclampear o dreno após o procedimento;
Nunca elevar frasco de drenagem acima do tórax sem ser clampeado (PERRY;
POTTER, 2021).
YOUTUBE
Embolia Pulmonar
É a obstrução da artéria pulmonar com um trombo que se desprendeu de seu sítio de origem e
migrou para a vasculatura pulmonar, conhecida, também, como tromboembolia venosa.
Assim, a embolia pulmonar resulta da trombose venosa profunda (TVP), que é a formação do
coágulo dentro de uma veia (MORTON; FONTAINE, 2019).
Os pacientes de maior risco para tromboembolia venosa são os cirúrgicos. Cerca de 50% dos
pacientes submetidos à substituição do quadril e 70% dos que realizam a substituição do
joelho apresentam tromboembolia venosa. Além disso, cerca de 12% dos pacientes críticos de
UTI clínica e cirúrgica desenvolvem a trombose venosa e, nesse cenário, o uso da pro laxia
chega a 92% (MORTON; FONTAINE, 2019).
De ciência de proteica C e S;
Hiper-homocisteinenmia.
ICC;
AVC;
Neoplasia maligna;
Síndrome nefrótica;
Obesidade;
Imobilização prolongada;
Anticoagulante lúpico;
Procedimento cirúrgico abdominal ou torácico com anestesia geral com tempo maior do
que 30 minutos;
Artroscopia de joelho;
Fratura de quadril;
Trauma importante;
Prostatectomia aberta;
Lesão raquimedular;
Fisiopatologia
Na siopatologia da tromboembolia venosa, a tríade de Virchow foi há muito tempo
reconhecida e se constitui por:
estase venosa;
hepercoagulabilidade;
Nesse cenário, a estase venosa mostra-se como um importante fator na formação da TVP,
uma vez que esse quadro clínico possibilita que eritrócitos, plaquetas, leucócitos e brina
possam se aderir principalmente nas válvulas venosas, gerando, assim, a formação de um
trombo.
Manifestações clínicas
Quando um êmbolo oclui uma artéria pulmonar, ocorrem alterações pulmonares e
hemodinâmicas. Nas alterações pulmonares, é possível observar que há ventilação dos
alvéolos, porém, não há perfusão, o que gera desequilíbrio entre a ventilação e perfusão, o que
aumenta o espaço morto. Assim, os alvéolos bem ventilados são hipoperfundidos,
comprometendo a hematose. A falta do dióxido de carbono presente no sangue arterial
pulmonar provoca uma vasoconstrição pulmonar e desloca a ventilação dos alvéolos
hipoperfundidos, o que gera:
Hipertermia inexplicada;
Tratamento
As medidas de tratamento para o quadro clínico de embolia pulmonar envolvem:
em paciente com TEP que permaneça em choque após terapêutica com trombolíticos ou
que não possa fazer uso dela a embolectomia, poderá ser um procedimento, contudo, é
obrigatório ter a arteriogra a con rmando o diagnóstico. (PIRES; STARLIN, 2017).
Assistência de Enfermagem
A assistência de enfermagem tem como foco o monitoramento contínuo para identi cação
precoce de sinais e sintomas que possam indicar quadro de embolia pulmonar ou o seu
agravamento. Nesse sentido, é fundamental a realização do exame físico e monitorar os
seguintes aspectos:
Monitorar níveis pressóricos – atentar para a hipotensão, que pode indicar piora do
quadro;
Monitorar presença de dor torácica pleurítica e hemoptise, que poderão estar presentes
na vigência de infarto pulmonar.
Para nalizarmos, trataremos das questões relativas à ventilação pulmonar, uma vez que, para
vários dos agravos aqui discutidos, o suporte ventilatório mecânico poderá ser necessário.
Ventilação Mecânica
A ventilação mecânica é um método arti cial que possibilita a manutenção da ventilação nos
pacientes impossibilitados de respirar espontaneamente. Para tanto, é realizada a introdução
de um tubo orotraqueal que acessará a via aérea, por meio de ventiladores mecânicos capazes
de ofertar pressão positiva no sistema pulmonar, possibilitando, assim, a sua expansão e a
manutenção da ventilação.
Tem como objetivos manter as trocas gasosas, corrigindo a hipoxemia e a acidose respiratória
associada à hipercapnia, auxiliando no alívio do trabalho da musculatura respiratória,
revertendo ou prevenindo a sua fadiga, possibilitando a diminuição do consumo de oxigênio e
aplicação de terapêuticas especí cas, podendo ser utilizada de forma não invasiva por meio de
uma interface externa, geralmente uma máscara facial, e de forma invasiva, através de um
tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia (SARMENTO et al., 2020).
CPAP
A ventilação por pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) é constituída de um único
nível de pressão, que permanece nos pulmões independentemente da fase do ciclo
respiratório do paciente. Nesse tipo de ventilação tem-se apenas um aumento na capacidade
residual funcional, sem aumento signi cativo do volume corrente. Por esse, motivo deve-se
utilizar o CPAP apenas em pacientes que apresentem um prejuízo quanto à oxigenação. A
ventilação do paciente é feita de forma totalmente espontânea.
Figura 7 – Máscara VNI
Fonte: Reprodução
BIPAP
Fornece uma modalidade ventilatória pressórica que permite ajuste de pressão positiva
durante a inspiração e a expiração de forma independente: uma pressão inspiratória positiva
constante (IPAP), que auxilia a ventilação do paciente, e uma pressão positiva expiratória
constante (EPAP), fazendo que o paciente tenha um suporte pressórico variável nas duas fases
do ciclo respiratório. Esse tipo de ventilação pode ser indicado tanto para pacientes com
quadros isolados de hipoxemia (atelectasia ou edema agudo de pulmão) como para aqueles
que apresentem redução da ventilação alveolar minuto.
Recomendação: no EAP
Pressão constante nas cardiogênico, no PO de
CPAP vias aéreas Ventilação cirurgia abdominal e na
espontâne apneia do sono leve /
moderada
Recomendação: nas
hipercapnias agudas,
para descanso da
Dois níveis de pressão
BIPAP musculatura
(IPAP e EPAP) Ciclagem
(BILEVEL) respiratória; no EAP
a uxo
cardiogênico e nas
infecções de
imunossuprimidos.
Ventilação invasiva
O acesso às vias aéreas para a ventilação mecânica invasiva pode ser obtido por Intubação
Orotraqueal (ITO), Intubação Nasotraqueal (INT), cricotireotomia ou traqueostomia. Máscara
laríngea e combitubo esofagotraqueal são dispositivos que podem ser utilizados em pacientes
com acesso difícil às vias aéreas (situação conhecida como "não ventilo não intubo").
Você sabia que o Enfermeiro, desde que habilitado, pode utilizar os
dispositivos de vias aéreas avançadas – combitubo esofagotraqueal,
máscara laríngea? Veja o Parecer Técnico COREN-DF 22/2011.
COREN-DF
Intubação orotraqueal
A intubação orotraqueal está indicada a pacientes que persistem com hipoxemia e/ou
hipercapnia após as medidas terapêuticas iniciais, ou nos casos de persistência de sinais
clínicos de importante esforço inspiratório. É precedida de sedação e analgesia. A intubação
endotraqueal compreende a passagem de um tubo endotraqueal através da boca ou do nariz
em direção à traqueia, introduzido se o paciente necessitar de ventilação ou proteção das vias
aéreas.
Uma vez inserido, um balão (cu ) presente ao redor do tubo endotraqueal é insu ado para
evitar que o ar extravase em torno da parte externa do tubo, minimizando a possibilidade de
aspiração subsequente e prevenindo o movimento do tubo.
A intubação endotraqueal não deve ser utilizada por mais de duas semanas, respeitando as
características de tempo para cada patologia, considerando a partir desse período a
traqueostomia, com o objetivo de reduzir a irritação e o trauma ao revestimento traqueal.
Quanto às desvantagens do uso do tubo endotraqueal:
1. desconforto;
Traqueostomia
vigilância constante;
higiene oral;
mobilização do TOT;
controle da pressão do balonete;
controle nutricional;
orientação de exercícios;
controle de infecção;
desmame.
YOUTUBE
Observe a seguir os dados disponíveis na Taxonomia NANDA para cada um dos diagnósticos
aqui elencados. Contudo, lembre-se de que é a sua capacidade de coletar os dados, realizar a
análise e fazer o raciocínio clínico que lhe possibilitarão trazer as evidências para a
identi cação dos diagnósticos presentes no seu cliente, bem como os dados que evidenciam a
sua presença, o que será fundamental para a sua tomada de decisão.
Quadro 5 – Diagnósticos de Enfermagem para uso nos agravos
respiratórios
Diagnóstico de
Domínio Classe
Enfermagem
Volume de líquido
excessivo associado a
mecanismo regulador
comprometido
relacionado à entrada
excessiva de líquido
2. Nutrição 5. Hidratação caracterizado por
alteração da PAP,
aumento da PVC,
Congestão pulmonar,
Dispneia, Ruídos
adventícios
respiratórios.
Troca de gases
prejudicada associada a
alterações na membrana
alvéolo capilar e
desequilíbrio na
ventilação, perfusão
3. Eliminação e troca 4. Função respiratória caracterizado por
dispneia, diaforese,
gasometria arterial
anormal, hipercapnia,
hipoxemia, inquietação,
padrão respiratório
anormal, taquicardia.
Diagnóstico de
Domínio Classe
Enfermagem
Risco de
tromboembolismo
venoso associado a AVC,
cirurgia e tempo
anestésico maior de 90
minutos, comorbidade
médica signi cativa,
diagnóstico atual de
câncer, PO de cirurgia
ortopédica, trauma
abaixo da cintura,
trauma na extremidade
superior, trombo lia,
veias varicosas,
2. Lesão física
11. Segurança e proteção reposição hormonal, uso
de hormônio com
estrogênio, população
de risco ser fumante
atual, admitido em UTI,
história anterior de
tromboembolismo
venoso, história de AVC,
idade maior de 60 anos,
evidenciado pelos
fatores de risco
desidratação,
mobilidade prejudicada
e obesidade.
Considerações da Unidade
Chegamos ao nal da unidade e desta disciplina. Nesta unidade, abordamos os conhecimentos
necessários para desenvolver as competências necessárias à execução dos procedimentos no
paciente com agravos no sistema respiratório, exigindo do pro ssional uma visão crítica e
ampliada quanto aos sinais e sintomas.
Ainda sobre os cuidados com o dreno, o enfermeiro deve sempre observar o aspecto da
secreção, bem como quantidade, atentando-se para os sinais de alarme.
O Enfermeiro deve estar atento aos padrões e tipos dos aparelhos ventilatórios, independendo
da marca, deve ter domínio sobre os modelos de ventilação mecânica invasiva e não invasiva.
Bem como as ciclagens de cada aparelho, de acordo com a necessidade do paciente.
Falando sobre a aspiração endotraqueal, a equipe de Enfermagem deve estar atenta quanto ao
risco de infecções cruzadas, adotando medidas assépticas, sendo fundamental a higienização
das mãos. Independentemente do sistema a ser usado (aberto ou fechado), a lavagem das
mãos e o protocolo para evitar infecções devem ser seguidos.
Nos pacientes críticos, o Enfermeiro tem o papel fundamental quanto a oferecer medidas de
conforto visando à estabilização hemodinâmica. Por estar em contato direto com os pacientes,
também é o principal responsável por prestar um cuidado com maior segurança livre de riscos
de contaminação.
Acessem os materiais complementares, pois ajudarão na apreensão dos conteúdos abordados
nesta unidade.
Bons estudos!
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Material Complementar
Vídeos
SBPT - Pneumonia
SBPT - Pneumonia
Vídeo descrito sobre a DPOC: cuidados, seus sintomas e causas.
VEJA EM YOUTUBE
YOUTUBE
Leitura
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Artigo de
Revisão
Cuidados de Enfermagem na prevenção do tromboembolismo venoso:
revisão integrativa
Milara
Barp1 ,
Viviane Santos Mendes
,
Carneiro2
Kelle Vanessa Alvares
Amaral3 Valéria ,
,
Suelen Pagotto4
Gomes
Malaquias5
RESUMO
Este estudo buscou identificar na literatura científica quais os cuidados de enfermagem na
prevenção do
Tromboembolismo Venoso (TEV) em pacientes hospitalizados. Trata-se de uma revisão
integrativa da literatura Page 1 / 14
realizada nas bases de dados Public/Publish Medline (PUBMED) e Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS). Incluíram-se
estudos em inglês, espanhol e português, publicados entre 2006-2016, que apresentassem
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Referências