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MEDCEL
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, associada à hiperresponsividade das vias aéreas, e que
tem algumas características peculiares, como obstrução ao fluxo aéreo intrapulmonar generalizada e VARIAVEL,
reversível espontaneamente ou com tratamento.
EPIDEMIOLOGIA E IMPACTO
FISIOPATOGENIA
Há um ciclo continuo de agressão e reparo, alterações estruturais irreversíveis podem acontecer. Por isso que fala
“quanto mais asma, mais asma, quanto menos asma, menos asma”, isso porque se faz o tratamento de manutenção
no dia-a-dia e o paciente responde bem, o numero de crise diminui, a intensidade da crise diminui e cada vez menos
frequentes, ao contrário, se você não faz um bom tratamento anti-inflamatório de manutenção, as crises cada vez
mais frequentes, o pulmão sofre lesão e fica cada vez mais sensível aos estímulos.
HISTÓRIA NATURAL
Evoluções variadas
CARACTERÍSTICAS PARA PREVER SE A SIBILÂNCIA RECORRENTE NA CRIANÇA IRÁ PERSISTIR NA VIDA ADULTA
Destaque para diagnóstico de dermatite atópica na criança pequena, existe inclusive, algo chamado como marcha
atópica, a marcha atópica da alergia, a criança no primeiro ano de vida apresentando uma dermatite atópica, já no
pré-escolar fica nítido que ela tem uma rinite alérgica, e depois vem a asma.
DIAGNÓSTICO
Sugerido por
Desencadeamento por irritantes inespecíficos (como fumaças, odores fortes e exercício) ou por
aeroalergenos (ácaros e fungos)
Variabilidade dos sintomas
Piora dos sintomas à noite
Melhora espontânea ou com medicações
Na ausculta pulmonar, a presença de sibilos, sons expiratórios, mostra uma obstrução ao fluxo aéreo, pode não
ocorrer em todos pacientes com asma
ESPIROMETRIA
O grande problema da pediatria é que normalmente só conseguimos fazer espirometria na criança acima de 6 anos,
numa criança menor de 6 anos muito cooperativa pode até que consiga.
Duas medidas importantes para o diagnóstico de limitação ao fluxo de vias aéreas: VEF1 (volume expirado forçado
do primeiro segundo) e CVF (capacidade vital forçada)
Se você tem uma obstrução a saída do ar, o ar pode até sair completamente, você pode ate ter uma capacidade vital
forçada normal, mas a velocidade que o ar sai fica limitada, o fluxo fica limitado, então a quantidade de volume que
você expira no primeiro segundo fica menor, você demora mais para eliminar aquele ar, o VEF1 diminui.
Diagnóstico de limitação ao fluxo aéreo é a redução da relação de VEF1/CVF. Porque o VEF1 vai estar diminuído,
porque há uma obstrução, você pode ate soltar todo o ar, mas inicialmente você não vai ter tanta intensidade.
DIAGNÓSTICO DE ASMA
Limitação de fluxo ar, principalmente reversibilidade (após a inalação de um broncodilatador de curta ação). Se faz
uma espirometria sem o broncodilatador, 20 minutos depois se repete com dilatador e faz a comparação.
Uma espirometria normal NÃO exclui o diagnóstico de asma. Pois posso ter uma espirometria inteiramente normal
quando faço a prova com broncodilatador, ela mostra um resultado de volume ainda maior, o broncodilatador pode
mostrar uma resposta significativa.
Isso vamos fazer através de um aparelho simples, é só expirar que vemos o volume, se encontramos medidas da
variação diurna exagerada do PFE, mostra muita variabilidade, isso acaba sendo uma forma menos acurada de
diagnosticar a limitação ao fluxo aéreo.
Para fazer uso dessa avaliação, fazemos medidas matinais e vespertinas obtidas durante 2 semanas. Variações
diurnas >20% são positivas, que está variando muito, e é indicativo de asma, só que não sabemos se o paciente está
fazendo o exame correto, então o ideal é pedir para cada medida ele faz uma media de 3 vezes, então assopra uma
vez e anota, respira, sopra outra vez e anota, respira, sopra outra vez e anota, com curto período entre elas, e dessa
forma, eu faço uma média entre elas, detalhe é que não pode haver variação entre as três medidas em sequência
superior a 10%.
Desvantagens do PEF: é que avalia apenas as grandes vias aéreas, é esforço-dependente, produz medidas de má
qualidade, valores variam entre os diversos aparelhos.
CASOS DE DÚVIDA
Medidas através da inalação de substâncias broncoconstritoras (metacolina, carbacol e histamina) ou pelo teste de
broncoprovocação por exercício (naqueles pacientes que tem broncoespasmo induzido pelo exercício).
São testes farmacológicos com alta sensibilidade e elevado valor preditivo, ou seja, se nem assim há
broncoconstrição, então não é asma, são importantes para a decisão diagnostica, especialmente nos casos com
espirometria normal.
AVALIAÇÃO DA ATOPIA
Anamnese cuidadosa
Confirmação da sensibilização alérgica
ANAMNESE
Teste cutâneos ou determinação das concentrações séricas de IgE específica. Por exemplo IgE para acaro, IgE para
proteína do leite de vaca.
CONTROLE
É a extensão com a qual as manifestações da asma estão suprimidas (espontaneamente ou pelo tratamento)
Controle das limitações atuais deve ser avaliado em relação às últimas 4 semanas.
sintomas,
necessidade de medicação de alivio
limitação de atividades físicas
intensidade da limitação ao fluxo aéreo
Sintomas diurnos, crianças podem ter sintomas diurnos e ainda assim falar que é uma asma controlada? Pode, mas
muito pouco, no máximo 2 vezes por semana.
Pensando nisso, em necessidade de sintomas de alivio, se para ela estar controlada, ela só pode ter no máximo 2
vezes por semana, ela pode usar a medicação de alivio, no máximo, por duas vezes por semana.
Ela pode ter sintoma noturno? Como pode despertar noturno? Não pode. Ela pode ter limitação das atividades
físicas do dia-a-dia? Não pode.
E a questão de limitação do fluxo aéreo? Não pode ter limitação tem que ter uma espirometria normal.
Asma controlada
Um ou dois parâmetros alterados, como sintomas diurnos por mais três vezes na semana, qualquer limitação de
atividade, qualquer sintoma/despertar noturno, necessidade de medicação de alivio por mais três vezes na
semana ou uma espirometria alterada.
Sintomas diurnos no máximo 1 vez por semana e uso de medicação de alívio no máximo 1 vez por semana.
“Qual é a diferença entre controle e gravidade no que se refere ao paciente com asma?”
O controle é quanto eu fico livre dos sinais e sintomas nas ultimas 4 semanas, e a gravidade é o quanto de remédio
eu preciso para chegar no controle.
Gravidade é uma característica intrínseca da doença, definida pela intensidade do tratamento, e o Controle é
influenciado pela adesão ao tratamento ou pela exposição a fatores desencadeantes.
Asma leve
Para ficar bem controlada necessita de baixa intensidade de tratamento (etapa 2). Obs.: Etapa 1, é aquele paciente
que só precisa de medicação na crise, na etapa 2 eu uso medicação diariamente.
Asma moderada
Asma grave
ETAPA 1-Medicação de resgate para o alívio dos sintomas, eu não preciso de medicação para o dia-a-dia, e até
pode ser usado diariamente um corticoide inalatório como medicação anti-inflamatória, mas não seria obrigatório
na etapa 1. Na etapa 1 como em todas as etapas, será sempre enfatizado a educação do asmático e controle
ambiental, medicação de alivio para sintomas ocasionais (2 vezes ou menos por semana). A medicação de resgate
para o alivio dos sintomas seria o B2-agonista de rápido início de ação (salbutamol, fenoterol ou formoterol), uma
observação no GINA, é associar o corticoide inalatório ao beta agonista no regaste. Esse paciente da etapa 1 não
utilza o corticoide inalatório todos os dias, por isso que o GINA oferece como uma opção essa associação.
ETAPA 2-Medicação de alívio+ um único medicamento de controle, o paciente faz medicação de alivio na crise, mas
usa medicamento no dia-a-dia para controle, para manutenção como anti-inflamatório, e a 1ª escolha é o corticoide
inalatório em doses baixas, podendo ser usado os antileucotrienos como alternativa. O corticoide inalatório não tem
efeito colateral sistêmico, o grande problema é que pode levar a candidíase oral e disfonia podem ser observadas, as
chances de isso acontecer vão ser reduzida com higiene oral após uso.
ETAPA 3- Associação de um corticoide inalatório em doses baixas com um B2-agonista inalatório de ação
prolongada (LABA) ou CI dose média
Beta-agonistas de ação prolongada são usados em associação aos corticoides inalatórios em pacientes > 4 anos, não
devem ser usados como monoterapia.
Corticoide oral virou a ultima opção. Em crianças > 6 anos, usaremos antes do corticoide: omalizumabe (anti-IgE),
tiotropio, mepolizumabe (anti-IL-5/ asma eosinofilica).
TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO
OBSERVAÇÃO
EXERCICIO FÍSICO
Único precipitante natural da asma que induz taquifilaxia, a exposição ao exercício faz o paciente ficar mais
resistente a ele.
PROFILAXIA
Tratamento regular da asma com corticoide inalatório costuma reduzir a magnitude da BIE (broncoespasmo induzido
pelo exercício) em 50%.
TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO
Indicações