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ASMA

1 – O que é asma?

Asma é uma doença comum das vias aéreas ou brônquios (tubos que levam o ar para dentro dos pulmões) causada por
inflamação das vias aéreas. A asma causa os seguintes sintomas:

– falta de ar ou dificuldade para respirar


– sensação de aperto no peito ou peito pesado
– chio ou chiado no peito
– tosse

Esses sintomas variam durante o dia, podendo piorar à noite ou de madrugada e com as atividades físicas. Os sintomas
também variam bastante ao longo do tempo. Às vezes desaparecendo sozinhos, mas a asma continua lá, uma vez que não
tem cura.

2 – A asma de todas as pessoas é igual?

A asma varia muito de pessoa para pessoa e num mesmo indivíduo. Tem épocas que pode ser muito leve e os sintomas
desaparecerem e tem momentos em que pode piorar muito, necessitando atendimentos de emergência e até mesmo
internação. As crises de asma também podem variar, umas sendo mais fortes do que as outras.

TIPOS DE ASMA

• Asma alérgica: A asma alérgica (ou induzida por alergia) é um tipo frequente de asma que é desencadeada ou
piorada por fatores alérgicos (poeira, ácaros, pelos de animais, cheiros fortes, pole e mofo
especialmente). Correspondem a 90% dos quadros de asma em crianças e 60% em adultos.

• Asma Brônquica: É um sinônimo para asma. Trata-se da inflamação crônica dos brônquios com inchaço,
estreitamento e dificuldade para a passagem do ar.

• Asma crônica: Outro sinônimo para asma ou asma brônquica. O termo asma crônica significa que a doença é
de longa duração e seus momentos de piora são chamados de crises de asma ou crises de sibilância.

• Asma não alérgica: Mais frequente em adultos, ocorre em resposta a fatores externos como exercícios físicos,
estresse, ansiedade, ar frio ou seco.

• Bronquite asmática: Bronquite e asma são doenças diferentes. A asma, como explicado acima, é um processo
inflamatório das vias aéreas que pode ter origem alérgica ou não, mas que não tem um agente infeccioso
envolvido. A bronquite é uma inflamação das vias aéreas, brônquios, por um processo infeccioso, ou seja viral
e/ou bacteriano.

A confusão se da porque os sinais e sintomas podem ser bem semelhantes e por isso se criou o termo
bronquite asmática, que na verdade é uma bronquite, infecção dos brônquios, com sintomas semelhantes aos
da asma.

3 – O que são gatilhos da asma?

São fatores que quando o asmático é exposto a eles podem piorar muito a asma ou fazer aparecer sintomas. Alguns
gatilhos apenas pioram os sintomas, outros pioram também a inflamação dos brônquios. Os principais gatilhos da asma
são:

– ÁCAROS – organismos microscópicos que se alimentam de descamação da pele humana, de pêlos de animais e também
do mofo. Os ácaros habitam locais onde há acúmulo de poeira como: colchões e travesseiros, carpetes, bichos de pelúcia,
estantes, papéis e até animais de pêlo. Os ácaros e seus excrementos pioram a asma por aumentar a inflamação dos
brônquios.

– FUNGOS – micro-organismos que crescem a uma temperatura acima de 37ºC e umidade acima de 50%. Estes são
encontrados no fim do verão e no outono, estações em que predominam ventos quentes. Casas escuras, úmidas e mal
ventiladas são ideais para o crescimento dos fungos. Dentro das casas os fungos podem crescer no sistema de ar
condicionado, paredes de banheiros, fendas de superfícies. Misturam-se com a poeira dos carpetes, colchas, livros e
refrigeradores. Também pioram a asma por aumentar a inflamação dos brônquios.

– PÓLENS – são gatilhos comuns (flores, gramas, árvores) que predominam fora de casa sendo carregados pelo vento. A
polinização se dá após uma chuva prolongada, seguida de um clima seco sendo comum na primavera. Os pólens também
pioram a asma por aumentar a inflamação dos brônquios.

– ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO – os pêlos de animais podem piorar a asma, mas o grau e a frequência da exposição é que
determinarão os sintomas. Além dos pêlos, a descamação da pele do animal, a saliva, a urina e outros tipos de excreções
podem ser gatilhos da asma e essas podem ficar no ambiente por até seis meses após a retirada do animal. Alguns animais
são considerados capazes de provocar alergias mais do que outros, tais como gatos e cavalos.

– FEZES DE BARATA – exposição a fezes pode provocar sintomas de asma. Piora por aumento da inflamação dos
brônquios.

– INFECÇÕES VIRAIS – algumas infecções virais são capazes de causar sintomas de asma ou de piorará-la e entre eles o
vírus da gripe e do resfriado comum. Alguns asmáticos são mais sensíveis do que outros.

– FUMAÇA DE CIGARRO – a fumaça do cigarro é prejudicial aos asmáticos, mesmo se o doente não fumar. Asmáticos
filhos de pais fumantes estão sujeitos a piora dos sintomas e da própria gravidade da asma. A fumaça do cigarro, além de
aumentar os sintomas também pode aumentar a inflamação dos brônquios.

– POLUIÇÃO AMBIENTAL – a exposição à poluição do ambiente em geral e poluição do ambiente de trabalho também
pode piorar a asma.

– EXPOSIÇÃO AO AR FRIO – Ar muito frio e seco pode desencadear sintomas de asma por irritar os brônquios do
asmático. Contudo, esse ar tem que ser muito frio, como o que ocorre nos invernos.

4 – Como é feito o diagnóstico da asma?

Inicialmente o médico pergunta sobre o que você sente e tenta entender como os seus sintomas podem fazer parte da
doença. Assim, você será perguntado sobre falta de ar, chiados no peito, cansaço, tosse, produção de muco (secreção
tipo clara de ovo), dificuldade para fazer suas tarefas e/ou exercícios habituais.

É importante contar sobre o horário em que estes sintomas ocorrem porque, geralmente, nos asmáticos existe uma piora
durante a madrugada e ao acordar. Também é importante falar se esses desconfortos melhoram usando algum remédio ou
espontaneamente.

Neste momento o médico tem uma boa ideia sobre se você tem ou não asma. Mas ele precisa ter certeza, para lhe ajudar
e não prescrever remédios desnecessários. Para isso, deverá solicitar uma prova de função respiratória ou espirometria:
neste exame, você vai soprar em um computador que transformará a quantidade de ar que sai em números. E são
exatamente estes números que dirão se você tem asma. Algumas vezes, seu médico vai precisar ainda de outros exames
de função pulmonar e deverá sempre lhe explicar o porquê.

O diagnóstico de asma não é feito por radiografia do tórax e nem pelo exame físico do pulmão, embora muitas vezes o
médico possa auscultar os chiados e ver a sua falta de ar. Mas outras doenças podem causar as mesmas coisas. Por isso a
importância da espirometria.

5 - A asma tem cura?

A asma não tem cura. Mesmo se você não tiver nenhum sintoma, a asma está presente. Embora não exista cura, existem
tratamentos que melhoram muito os sintomas da asma e proporcionam o controle da doença. Assim, asmáticos tratados
podem ter uma qualidade de vida igual a de qualquer pessoa saudável.

6 - Como deve ser o tratamento da asma?

Antes de falar sobre tratamento, é importante lembrar que a asma é uma doença variável. A asma varia de asmático para
asmático e varia também ao longo do tempo em um mesmo indivíduo. Por isso, o tratamento da asma deve ser
individualizado, isto é, o que serve para um asmático pode não ser o melhor tratamento para outro. Ou um mesmo
tratamento pode ter sua dose modificada conforme a necessidade. Por isso, o tratamento da asma deve ser orientado
pelo seu médico.

A maioria dos pacientes com asma é tratada com dois tipos de medicação: (1) medicação chamada controladora ou de
manutenção que serve para prevenir o aparecimento dos sintomas e evitar as crises de asma e, (2) medicação de alívio ou
de resgate que serve para aliviar os sintomas quando houver piora da asma.
As medicações controladoras reduzem a inflamação dos brônquios. As principais medicações controladoras são os
corticoides inalados isolados ou em associação com uma droga broncodilatadora de ação prolongada. As medicações
controladoras diminuem o risco de crises de asma e evitam a perda futura da capacidade respiratória. O uso correto da
medicação controladora diminui muito ou até elimina a necessidade da medicação de alívio.

Saiba mais sobre as principais classes de medicamentos abaixo.


Broncodilatadores de ação curta
Considerados pilares para aliviar as crises de asma, remédios como fenoterol e salbutamol fazem efeito rapidamente,
dentro de poucos minutos.
Como o nome sugere, são substâncias que dilatam os brônquios, reduzindo a dificuldade respiratória, opressão no peito,
chiado e demais sintomas da asma.
Só devem ser usados para conter exacerbações.
Antimuscarínicos
Quando há intolerância aos broncodilatadores ou crises severas, o médico pode receitar o ipratrópio.
Esse antimuscarínico complementa o tratamento imediato para a obstrução das vias aéreas inferiores, aliviando o
paciente das exacerbações.
Corticosteroides inalatórios
São remédios usados para combater o quadro inflamatório nos brônquios, revertendo um dos principais mecanismos por
trás das exacerbações da asma.

Por isso, os corticosteroides ou corticoides estão entre os medicamentos mais prescritos para o controle da asma.
Existem diferentes substâncias que fazem esse papel, a exemplo de:
• Mometasona
• Fluticasona
• Beclometasona
• Budesonida.
É comum que os corticoides inalatórios sejam receitados junto a um broncodilatador de longa duração.
Tanto que existem remédios que combinam princípios ativos de ambas as classes.
Broncodilatadores de longa duração
Ao contrário dos corticosteroides, os broncodilatadores de longa duração não devem ser prescritos de maneira isolada,
e, sim, combinados aos corticoides.
Sua ação demora para iniciar, no entanto, tem duração prolongada por até 12 horas, aumentando a passagem do ar pelos
brônquios através do efeito de abertura (dilatação).
Entre as substâncias enquadradas nesta classe, vale citar:
• Salmeterol
• Formoterol
• Indacaterol.
Esses remédios são indicados para casos mais graves de asma, quando o uso de corticoides isolados não faz o efeito
desejado.

Antileucotrienos
Também chamados antagonistas dos leucotrienos, podem servir como reforço ou substituição para os corticosteroides
inalatórios no controle da asma.
Entretanto, seu mecanismo de ação é diferenciado, uma vez que combatem os leucotrienos formados durante reações
alérgicas.
Montelucaste é um dos representantes dessa classe.
Corticosteroides de ação sistêmica
Diante da necessidade de combater a inflamação dos pulmões do asmático, nem sempre basta administrar
corticosteroides inalatórios.
Isso porque a patologia pode se manifestar através de crises severas com impacto generalizado, pedindo o uso de
corticoides de ação sistêmica.
Prednisona e prednisolona são os mais conhecidos, sendo receitados em forma oral (comprimidos) para tratamentos
pontuais por aliviarem os sintomas críticos da asma.
Mas há casos em que o paciente deve se dirigir até uma unidade de saúde para receber metilprednisolona por via
endovenosa.
Omalizumabe
Indicado para asma grave, o omalizumabe foi aprovado recentemente pela Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no Sistema Público de Saúde (Conitec).
Significa que foi liberado seu uso no Sistema Único de Saúde (SUS).
Esse medicamento bloqueia a imunoglobulina (IgE), diminuindo a reação inflamatória do asmático em contato com
alérgenos.
Metilxantinas
Também provocam ação broncodilatadora, mas com base em propriedades anti-inflamatórias.
Segundo estudos, as metilxantinas já foram a classe de remédios mais prescritos para asmáticos em todo o mundo, com
alta popularidade até o século 19.

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