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CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO

FEDERAL

SEMINÁRIO
(PROF. MIZAEL)

TEMA: ASMA

Adalberto Braga Junior


Marly Rosa de Paula

São José do Rio Preto- SP

2023
Definição de asma

A asma, também é chamada de bronquite asmática ou alérgica, é uma


doença pulmonar inflamatória crônica caracterizada pela inflamação das vias
aéreas e o estreitamento, principalmente dos brônquios (tubos que levam o ar
para dentro dos pulmões) e bronquíolos (ramificações que levam ar aos
alvéolos pulmonares) dificultando a passagem do ar provocando contrações ou
broncoespasmos.

Quando os bronquíolos inflamam,


segregam mais muco o que aumenta o
problema respiratório. Na asma, expirar
é mais difícil do que inspirar, uma vez
que o ar viciado permanece
nos pulmões provocando sensação de
sufoco.
A asma é usualmente identificada como uma
doença crônica não transmissível, os sintomas mais
comuns são: falta de ar, dificuldade para respirar;
sensação de aperto no peito ou peito pesado, chiado
no peito e tosse. As crises podem ocorrer várias
vezes ao dia, piorando à noite ou de madrugada,
podem desencadear outros quadros, como insônia, fadiga diurna, redução dos
níveis de atividade e absenteísmo escolar e profissional.

A asma acomete pessoas de qualquer idade. A maioria dos casos,


todavia, é diagnosticada na infância e é comum manifestar-se em pessoas de
uma mesma família. Essa comorbidade é dividida em:

Asma leve

A asma pode ser considerada leve quando é utilizada pouca medicação


para o seu controle. Dessa forma, o paciente consegue controlá-la com uso de
corticoides inalados em dose baixa e moderada.

Asma moderada

A asma pode ser considerada moderada quando o paciente necessita de


uma maior quantidade de medicação para controlá-la. São pacientes que já
usam corticoides inalados em média dose com broncodilatadores de longa
duração.

Asma grave

A asma é considerada grave quando o paciente precisa usar altas doses


de corticoides inalados associados aos broncodilatadores. Em muitos casos,
podendo também estar associados a outras classes terapêuticas para que a
doença possa ser controlada da forma adequada.

No dia 21 de junho é a data definida pelo Ministério da Saúde como o Dia


Nacional de Controle da Asma.

Estatísticas

A asma é um dos problemas de saúde


respiratória mais recorrentes no Brasil.
Estima-se que 23,2% da população vive com
a doença, e a incidência varia de 19,8% a
24,9% entre as regiões do País.

A prevalência de sintomas de asma


entre adolescentes no Brasil está entre as mais altas do mundo. Um estudo
internacional mostrou prevalência média de broncoespasmo nessa população
de aproximadamente 20%, semelhante ao reportado em uma publicação da
Organização Mundial da Saúde para adultos de 18 a 45 anos de 70 países que
indicou que 23% dos brasileiros tiveram sintomas de asma. No entanto, apenas
12% da amostra tinha diagnóstico clínico dessa doença.

Em 2012, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), um


estudo transversal realizado pelo Ministério da Saúde com 109.104
adolescentes do 9º ano de escolas públicas e privadas de todos os estados
brasileiros, confirmou taxas de prevalência de sintomas de asma de 23% e de
diagnóstico médico de 12%. Esta discrepância entre as frequências de
sintomas e de asma diagnosticada indica a dimensão do sub diagnóstico de
asma no Brasil.

De 2008 a 2013, o número de óbitos e hospitalizações por asma


diminuiu 10% e 36%, respectivamente. No entanto, a taxa de mortalidade
hospitalar aumentou, aproximadamente, 25%. Conforme dados de 2008 do
DATASUS, a asma foi a 3ª causa de internação hospitalar pelo SUS, com
cerca de 300 mil hospitalizações naquele ano. Em 2013, ocorreram 129.728
internações e 2.047 mortes por asma no Brasil. Já em 2018, o número de
internações por asma no país foi de, aproximadamente, 87 mil.

De uma maneira geral, o nível de controle da asma é baixo e a


morbidade elevada, independentemente do país avaliado. No Brasil, as
hospitalizações e a mortalidade estão diminuindo na maioria das regiões, em
paralelo ao maior acesso aos tratamentos. Contudo, inquérito realizado
recentemente no país mostrou que 12,3% dos asmáticos estão controlados e
apenas 32% aderem ao tratamento prescrito. Além do alto impacto social, o
custo da asma não controlada é muito elevado para as famílias e para o
sistema de saúde. Em casos de asma grave, estima-se que comprometa mais
de um quarto da renda familiar entre usuários do Sistema Único de Saúde
(SUS), mas esse custo pode ser significativamente reduzido com o controle
adequado da doença.
Fatores de risco

A prática de atividades físicas é recomendável no tratamento da asma,


no entanto, deve ser feita após avaliação médica e com orientação adequada
para a execução de forma segura, considerando a capacidade respiratória do
paciente acometido.

A ocorrência de crises e sintomas pode variar ao longo do tempo. Ou


seja, a pessoa pode passar um longo período sem sintomas, mas fatores
desencadeantes podem iniciar crises. Embora não exista cura para a asma, é
possível controlá-la com o tratamento adequado e prevenção de fatores
desencadeantes.

A asma pode ser


detectada ainda na
primeira infância, devido
a fatores genéticos. Mas
também pode aparecer ao
longo da vida, em
decorrência de hábitos e estímulos externos. A utilização do
tabaco, por exemplo, é um fator de risco que pode contribuir
para o desenvolvimento da doença (além de agravar casos já
existentes). Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e
Tisiologia, a fumaça do cigarro é prejudicial mesmo quando a
pessoa não faz uso direto de tabaco, mas convive de maneira
próxima com os cigarros de outras pessoas - é o caso dos
fumantes passivos, que podem ter aumento na inflamação dos
brônquios por conta dessas situações. Além disso, o tabaco
prejudica a saúde pulmonar de forma geral, e pode desenvolver
ou agravar outras doenças pulmonares.

Outro fator de risco para a asma é a obesidade (com


prevalência de 25,9% na população adulta, sendo que o excesso
de peso já atinge mais de 60% dos maiores de 18 anos). Ela
está relacionada ao agravamento de sintomas de asma,
inclusive causando hiper responsividade brônquica, inflamações
sistêmicas e níveis séricos de citocinas pró-inflamatórias
elevados. Dessa forma, indivíduos obesos apresentam respostas
piores ao tratamento e têm mais dificuldade para controlar os
sintomas. Embora a relação de causa e efeito entre os dois
agravos ainda não seja totalmente compreendida, estudos
apontam que o início tardio da asma cresce de maneira
expressiva quando o índice de massa corpórea (IMC) das
pessoas é maior ou igual a 30. Ou seja, o controle saudável do
peso também pode ajudar na prevenção do quadro.
O sedentarismo também tem influência direta sobre

a asma. A inatividade física, associada a mudanças no estilo de


vida atual, está diretamente relacionada ao desenvolvimento e
agravamento de doenças crônicas, inclusive as respiratórias.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pessoas
insuficientemente ativas fisicamente têm maior risco de
mortalidade (são cerca de 3,2 milhões de óbitos em todo o
mundo). Portanto, o combate ao sedentarismo também entra
como uma ação de prevenção e controle da asma.

No caso de quem já tem a doença, cabe ressaltar a


importância do acompanhamento médico para orientações
sobre a capacidade respiratória adequada ao exercício
escolhido de forma segura. Por último, para prevenir
a asma em bebês, a principal recomendação é incentivo ao
aleitamento materno. O leite humano oferece fator protetor para evitar o
desenvolvimento de problemas respiratórios em crianças.

Exame Físico
Paciente com asma
apresentam, frequentemente, exame
físico normal no período entre as
crises. A anormalidade observada com
maior frequência é a presença de
sibilos expiratórios à ausculta
pulmonar. Chiado no peito, tempo expiratório prolongado e tiragem intercostal
são outros sinais indicativos de obstrução de vias aéreas inferiores, observados
em pacientes com asma não controlada, assim como podem ocorrer sinais de
rinite alérgica, com hipertrofia de cornetos e sinais de dermatite atópica.

Tratamento
Os medicamentos de via inalatória utilizados para o tratamento
da asma (conhecidos como “bombinhas”) não viciam. Porém, com a
progressão do quadro inflamatório da asma, eles podem se tornar insuficientes
para fornecer a resposta terapêutica desejada, necessitando ajuste da dose ou
troca da medicação.

Os

medicamentos mais usados são os broncodilatadores, derivados da adrenalina,


têm efeito rápido e relaxam os músculos dos brônquios, permitindo a
passagem do ar, se apresentam em forma de spray ou com nebulização por via
inalatória para relaxar ou "dilatar" as vias aéreas e aliviar a falta de ar. No
entanto, vale lembrar que não se recomenda mais o uso isolado destes
medicamentos.

O objetivo do tratamento preventivo ou de manutenção é prevenir as


crises, melhorando a qualidade de vida e evitar a necessidade de consultas em
emergências/ internações hospitalares. A base do tratamento são os
corticoides inalatórios associados ou não a outras medicações. O uso correto
dos medicamentos de manutenção diminui muito ou até elimina a necessidade
de medicamento de alívio.

Corticosteroides: são anti-inflamatórios hormonais indicados quando a


crise não melhora apenas com os broncodilatadores. Nas crises, podem ser
administradas por injeção, comprimido ou xarope. Por exemplo a Prednisolona.

Corticosteroides inalatórios: as famosas "bombinhas" revolucionaram


o tratamento da asma e têm poucos efeitos colaterais importantes, ao contrário
dos corticoides ingeridos. São administrados em spray ou pó (com inalador)

Imunobiológicos

Os imunobiológicos são
medicamentos modernos, injetáveis
indicados apenas para os casos mais
graves, que não respondem bem ao
tratamento convencional, o que
corresponde a cerca de 5 a 10% dos
pacientes.

Surgiram no final da década de


1990, revolucionando o tratamento de doenças autoimunes, desenvolvidos
através de técnicas de biologia molecular e sistemas biológicos vivos (na
maioria das vezes células cultivadas).

Eles consistem em anticorpos, portanto, possuem uma estrutura


molecular complexa e agem em pontos específicos do sistema imunológico,
levando a mecanismo de ativação ou redução da atividade das próprias células
do sistema imune, combatendo processos inflamatórios autoimunes.

Xolair 150 mg (Omalizumabe)

Xolair 150 mg ampola/ seringa é


usado para tratamento de asma alérgica
persistente de moderada a grave em
adultos e crianças (acima de 6 anos de
idade) cujos sintomas não são
controlados por corticosteroides
inalatórios.

Após a reconstituição, manter


entre 2 e 8 °C por até 24 horas ou a 25°C
por até 2 horas.

Xolair 150 mg é fornecido como um pó branco em um frasco-ampola


com uma ampola contendo 2 ml de água destilada. O pó deve ser dissolvido na
água destilada antes de ser aplicado por via subcutânea.
O Paciente receberá de 1 a 4 injeções por vez dependendo de avaliação
médica, e o intervalo será com injeções a cada 2 ou a cada 4 semanas,
conforme a prescrição médica.

Fasenra 30 mg (Benralizumabe)

É um anticorpo monoclonal,
que é um tipo de proteína que
reconhece e se liga a um alvo
específico no corpo. Ajuda a prevenir
ataques da asma grave
(exacerbações) e pode melhorar a
respiração. Este medicamento reduz
os eosinófilos do sangue e nos
pulmões. Os eosinófilos são um tipo de célula branca do sangue que podem
contribuir para a asma causando inflamação nos pulmões.

FASENRA é usado em associação com outros medicamentos


(corticosteroides inalatórios e outros) para tratar a asma. A aplicação deve ser
por via subcutânea. Deve ser conservado sob refrigeração (2ºC a 8°C). A dose
recomendada é de 30 mg de FASENRA por via subcutânea a cada 4 semanas
nas três primeiras doses(indução) e a partir de então, a cada 8
semanas(manutenção). FASENRA é apresentado como uma solução de 1 ml
em uma seringa preenchida estéril de uso único

Nucala 100 mg (mepolizumabe)

É indicado como tratamento


complementar de manutenção da asma
eosinofílica grave em pacientes adultos e
pediátricos a partir de 6 anos de idade.

Contém a substância ativa


Mepolizumabe, um anticorpo monoclonal, um
tipo de proteína designada para reconhecer
uma substância alvo específica no corpo

Armazenar entre 2ºC e 8ºC. Não


congelar. Proteger da luz. Armazenar na embalagem original até o uso. A dose
recomendada é de 100 mg de Nucala administradas por injeção subcutânea
(SC) uma vez a cada 4 semanas.
Programa farmácia popular

O Programa farmácia popular do Brasil disponibiliza medicamentos


gratuitos para asma em todo território nacional.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito desde


2011 aos asmáticos por meio do Programa Farmácia
Popular. Medicamentos como brometo de ipratrópio, dipropionato de
beclometasona e sulfato de salbutamol podem ser obtidos, gratuitamente, com
a apresentação do CPF e da receita médica.

Exames para diagnóstico: Espirometria

A espirometria mede o volume e


os fluxos aéreos derivados de manobras
inspiratórias e expiratórias máximas
forçadas ou lentas. Vários parâmetros
podem ser verificados. É registrada com
o paciente sentado respirando
calmamente várias vezes.

Existe outros exames que se


mostrem necessários, exemplo, a radiografia simples de tórax deve ser
solicitada à avaliação inicial para diagnóstico diferencial, e o hemograma é útil
para excluir anemia como causa ou fator agravante de dispneia, bem como
para auxiliar na identificação do fenótipo eosinofílico e identificar eventuais
anormalidades da série branca.

Qual o papel do enfermeiro na prevenção e tratamento


da asma?

Em primeiro lugar, o atendimento é feito com uma orientação e avaliação


clínica. Nesse momento o enfermeiro ajuda a verificar o histórico familiar do
paciente, assim como os hábitos de vida e antecedentes médicos. Depois
disso, pode ser necessário avaliar o histórico epidemiológico e fazer a
realização de exames físicos. Orientar também sobre a importância de realizar
as medicações corretamente e orientar sobre os fatores externos
desencadeantes para evitar crises.

Referências

https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/asma/

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/junho/asma-
ministerio-da-saude-esclarece-as-duvidas-mais-frequentes

Pizzichini MMM, Carvalho-Pinto RMd, Cançado JED, et al. 2020


Brazilian Thoracic Association recommendations for the management of
asthma. Jornal Brasileiro de Pneumologia 2020;46.
Asthma GIf. Global strategy for Asthma Prevention and Treatment.
https:www.ginasthma.org2020.

BRASIL, Saúde Md, Secretaria de Ciência T, Inovação e Insumos


Estratégicos em Saúde, Saúde DdGeIdTeIe. Relatório de recomendação n°
499 - Omalizumabe para o tratamento de asma alérgica grave não controlada
apesar do uso de corticoide inalatório associado a um beta-2 agonista de longa
ação.: Ministério da Saúde; 2019.

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/12/25/asma-
tosse-seca-e-falta-de-ar-a-noite-podem-ser-sintomas-da-doenca.htm

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALERGIA E IMUNOLOGIA. Asma atinge 20


milhões de brasileiros: acidentes com asma grave podem ter qualidade de vida
com imunobiológicos Número de internações podem cair de 40% a 70%. [S. l.],
2 out. 2020. Disponível em: https://asbai.org.br/asma-atinge-20-milhoes-de-
brasileiros/#:~:text=Estudos%20epidemiol%C3%B3gicos%20nacionais
%20estimam%20que,duas%20mil%20pessoas%20por%20ano. Acesso em: 20
abr. 2022.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Asma. [S. l.],


2022. Disponível em: https://sbpt.org.br/portal/espaco-saude-respiratoria-
asma/. Acesso em: 20 abr. 2022.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ASMÁTICOS. DIFERENTES TIPOS DE


ASMA: SUA ASMA É LEVE, MODERADA OU GRAVE? SUA ASMA É
EOSINOFILICA? SUA ASMA E ALÉRGICA GRAVE? [S. l.], 26 maio 2021.
Disponível em: http://www.abrasaopaulo.org/novidades.asp?codigo=128.
Acesso em: 20 abr. 2022.

https://reumatologistaguilherme.com.br/o-que-sao-os-imunobiologicos/

https://posenfermagemdevalor.com.br/doencas-respiratorias/

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