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pneumologia

Asma grave
Hisbello S. Campos
Médico do Instituto Fernandes Figueira, FIOCRUZ, MS.

Resumo Summary
Heterogeneidade é um traço marcante Heterogeneity is a striking feature of
da asma. Síndrome complexa, resulta da asthma. Asthma is a complex syndrome,
interligação de uma rede genética com fatores in which a link between a genetic network
ambientais, o que gera um comportamento and environmental factors generates altered
alterado das células estruturais e funcionais behavior of structural and functional cells of
do trato respiratório que desemboca em the respiratory tract that ends in different
diferentes processos inflamatórios. Como inflammatory processes. The result is a
resultado final, distingue-se uma ampla wide range of clinical presentations and
gama de apresentações clínicas e desfechos therapeutic outcomes. It is estimated that
terapêuticos. Estima-se que 5%-10% 5%-10% of those with asthma suffer from
dos asmáticos sejam portadores de uma a severe form characterized by insufficient
forma grave, caracterizada pelo controle control of the dysfunction, despite the use
insuficiente da disfunção, apesar do uso de of high doses of multiple drugs. Those with
doses elevadas de múltiplos medicamentos. severe asthma have higher rates of visits to
Asmáticos graves têm taxas mais elevadas the emergency services, hospitalizations,
de idas a serviços de emergência, absenteeism and mortality. Despite those
hospitalizações, absenteísmo e letalidade. with severe asthma representing only a small
Mesmo comprometendo uma parcela menor percentage of the total, this group accounts
de pessoas, essa categoria responde pela for most of the expense associated with
maior parte dos gastos envolvidos com a asthma. With the progressive identification of
asma. Com a identificação progressiva de new therapeutic targets and the consequent
novos alvos terapêuticos e consequente development of new drugs, it is possible
desenvolvimento de novos medicamentos, that in the near future, we can provide more
é possível que, num futuro próximo, effective treatment and improved quality of
possamos oferecer tratamento efetivo e life for those with the more severe disease.
maior qualidade de vida a essa parcela mais
comprometida dos asmáticos.

Introdução ou alternar-se. Como resultado, é possível Unitermos: Asma


Numa definição matemática, asma seria distinguir-se uma gama de apresentações grave; tratamento.
o resultado de uma equação composta de clínicas e, consequentemente, de respostas
três elementos: rede genética, comporta- terapêuticas. Keywords: Severe
mento celular alterado e exposição a fato- Com a evolução do conhecimento sobre asthma; treatment.
res ambientais e/ou biológico-físicos. Como sua patogenia, a asma deixou de ser vista
cada um dos elementos dessa equação com- como uma doença das vias aéreas para ser
porta diferentes fatores, a asma é heterogê- encarada como uma síndrome que envolve
nea. Dependendo dos genes envolvidos, das todo o trato respiratório. É possível que o
inúmeras citocinas e quimiocinas liberadas e crescente esclarecimento sobre os imbrica-
dos diferentes tipos e momentos de expo- dos e complexos processos inflamatórios en-
sições, os diversos processos inflamatórios volvidos faça com que, num futuro próximo,
resultantes nas vias aéreas podem somar-se o que é rotulado como asma passe a ser di-

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vidido em um conjunto de agravos distintos velocidade de crescimento nos seis primeiros


que têm a inflamação pulmonar como traço meses (gerando uma diferença média de 1cm
comum. na altura), mas que desaparece após um ano
Clinicamente, a asma pode apresentar- de seguimento (1, 2).
-se de diferentes formas. Pode ser um pro- O médico assistente deve deixar claro
blema leve, caracterizado por sintomas oca- que, entre os medicamentos atualmente dis-
sionais, de pouca gravidade, na maior parte poníveis para o tratamento da asma, o cor-
das vezes associados a condições climáticas, ticosteroide inalável (CSi) é o mais valioso.
infecções virais do trato respiratório ou a ex- Agente potente no controle da inflamação
posição alergênica. Nos intervalos entre os das vias aéreas, reduz os sintomas e as exa-
episódios sintomáticos, o asmático pode não cerbações, possibilitando controle adequado
apresentar qualquer disfunção. Entretanto, da maior parte dos asmáticos. É importante
também pode haver sintomas perenes e pro- que o asmático e/ou seus responsáveis com-
gressivos, pontuados por episódios de piora preendam que a escolha de não usar o CSi
respiratória, sendo quase indistinguível da de forma regular nas doses adequadas é que
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) está associada a desfechos desfavoráveis.
avançada. Entre esses dois extremos há todo Particularmente entre pais de crianças asmá-
um espectro de formas clínicas com diferen- ticas, a corticosteroidofobia é mais presente.
tes graus de resposta terapêutica e desfe- Como consequência, parcela das crianças
chos variados. desenvolverá disfunções permanentes que
Nesse artigo são apresentados os aspec- poderiam ter sido evitadas com a corticote-
tos que diferenciam a asma grave da asma rapia inalatória (CI). Para a prevenção desses
de controle difícil, seus critérios diagnósticos problemas é importante que os pais e outros
e apontadas as recomendações terapêuticas responsáveis sejam convencidos da seguran-
para esse grupo particular de asmáticos. ça e dos benefícios do CSi.
Para reduzir o risco de efeitos potencial-
Asma grave, asma de controle mente indesejáveis, todos os pacientes de-
difícil e asma resistente aos vem ser orientados a lavar a boca após cada
esteroides inalação. Dessa forma, a absorção oral do
Se tratada de forma errada, a asma pode medicamento é reduzida, havendo menor
ser indevidamente classificada como grave. risco de efeitos indesejáveis.
Em algumas situações, a abordagem terapêu- Na prática clínica, a classificação de um
tica inadequada ou problemas na adesão ao paciente como portador de asma grave cos-
tratamento prescrito são responsáveis pela tuma ser modulada por subjetividade. Para
falta de controle da asma, não indicando gra- alguns, o paciente que apresenta exacer-
vidade da disfunção. Dentre as diversas ra- bações frequentes e sérias é um asmático
Pontos-chave: zões envolvidas, pode-se incluir o tratamento grave. Exacerbações ou “crises de asma”
errado, a negação da doença e o medo dos são episódios agudos de deterioração pro-
> Se tratada de forma errada, a gressiva dos sintomas associados à piora
efeitos indesejáveis da medicação. É compre-
asma pode ser indevidamente da função pulmonar. Podem ocorrer em
ensível que parte dos pacientes não sigam a
classificada como grave; portadores de qualquer forma de asma, in-
prescrição médica por causa do medo dos
> A abordagem terapêutica efeitos indesejáveis potencialmente perigo- dependentemente da gravidade. Apesar de
inadequada ou problemas na sos associados à corticoterapia prolongada. representarem causas importantes de idas
adesão ao tratamento prescrito Por isso, para superar essa possibilidade, é a prontos-socorros e hospitalizações, a taxa
são responsáveis pela falta de fundamental que o médico esclareça seus pa- de letalidade não é alta. Na maior parte das
controle da asma; cientes e respectivos responsáveis sobre a se- vezes é consequência de infecções do trato
gurança da corticoterapia inalatória. Estudos respiratório superior, exposições a alérgenos
> Dentre as diversas razões bem conduzidos, incluindo apenas crianças e ou a poluentes atmosféricos. Há diferentes
envolvidas, pode-se incluir adolescentes asmáticos que usavam diferen- mecanismos fisiopatológicos envolvidos, de-
o tratamento errado, a tes corticosteroides inaláveis regularmente, pendendo dos fenótipos ou endótipos de-
negação da doença e o medo comparados com controles sem asma ou com terminantes. O controle adequado da asma
dos efeitos indesejáveis da curvas de crescimento nacionalmente aceitas, inclui a redução de exacerbações e a redução
medicação. demonstraram que pode haver redução na dos riscos futuros inerentes à condição.

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Outro fator que pode causar dificuldade 1. Controle inadequado dos sintomas:
na caracterização da asma grave diz respeito questionário de controle da asma (ACQ) Na literatura
aos efeitos causados por diferentes medica- (6) consistentemente > 1,5; teste de con- especializada estima-se
mentos eventualmente usados por conta de trole da asma (ACT) (7) < 20; ou “não que 5%-10% dos
outros problemas de saúde. Por exemplo, o bem controlada” de acordo com as dire- asmáticos tenham a forma
emprego de anti-inflamatórios não hormonais trizes do NAEPP/GINA (8). grave. As diferentes
(aspirina e outros) e betabloqueadores pode 2. Exacerbações graves e frequentes: dois conceituações de asma
ser a causa da dificuldade no controle da ou mais ciclos de corticoterapia sistêmica grave usadas no cotidiano
asma, independentemente da sua gravidade. (> 3 dias cada) no ano anterior. médico dificultam a
Na literatura especializada estima-se que 3. Crises graves: pelo menos uma hospitali- determinação precisa da
5%-10% dos asmáticos tenham a forma gra- zação, internação em terapia intensiva ou sua prevalência. Por essa
ve (3). As diferentes conceituações de asma necessidade de ventilação mecânica no razão, vem-se buscando
grave usadas no cotidiano médico dificultam ano anterior. definições rigorosas do
4. Limitação ao fluxo aéreo: volume expira- problema.
a determinação precisa da sua prevalência.
Por essa razão, vem-se buscando definições tório forçado no primeiro segundo (VEF1)
rigorosas do problema. Com esse intuito, < 80% do predito após inalação de dose
as diretrizes para diagnóstico, avaliação e adequada de broncodilatador. VEF1/CVF
abaixo do limite inferior da normalidade.
tratamento da asma grave elaboradas pelas
5. Asma controlada que piora quando a
Sociedades Europeia e Norte-Americana de
dose alta de CSi ou de glicocorticoste-
Pneumologia (Guidelines on Severe Asthma-
roide (GC) oral (ou biológico adicional) é
ERS/ATS) (4) definem asma grave em pacien-
reduzida.
tes com idade igual ou superior a seis anos
como “asma que requer os medicamentos No Quadro 1 são apresentadas doses
sugeridos pelo GINA nas etapas 4-5 (5) [dose consideradas altas de CSi de acordo com a
alta de CSi e beta 2 agonista de ação prolon- faixa etária.
gada (LABA) ou antagonista de receptor de Na Pediatria, a asma grave é caracteriza-
leucotrieno (ARLT)/teofilina] durante o ano da pela manutenção dos sintomas apesar de
anterior ou corticoterapia sistêmica por mais doses altas de CSi ou de corticoterapia oral.
que 50% do ano anterior para prevenir que Crianças asmáticas nessas condições podem
se torne fora de controle ou que permaneça ser classificadas em duas categorias:
fora de controle apesar desse tratamento”. A
presença de qualquer dos itens a seguir defi- 1. Asma de tratamento difícil: controle ina-
ne a asma como “fora de controle”: dequado devido ao diagnóstico incorre-

QUADRO 1: Dose alta de corticosteroide inalatório com relação à faixa etária.


ERS/ATS (4)
Corticosteroide inalatório Limite de dose (em mg) considerada alta

Idade 6-12 anos Idade > 12 anos

≥ 800 (MDI ou DPI CFC) ≥ 2.000 (MDI ou DPI CFC)


Dipropionato de beclometasona
≥ 320 (MDI HFA) ≥ 1.000 (MDI HFA)

Budesonida ≥ 800 (MDI ou DPI) ≥ 1.600 (MDI ou DPI)

Ciclesonida ≥ 160 (MDI HFA) ≥ 320 (MDI HFA)

Propionato de fluticasona ≥ 500 (MDI ou DPI HFA) ≥ 1.000 (MDI ou DPI HFA)

Furoato de mometasona ≥ 500 (DPI) ≥ 800 (DPI)

Triancinolona ≥ 1.200 ≥ 2.000

MDI: inalador de dose-medida; DPI: inalador de pó; CFC: clorofluorcarbono; HFA: hidro-fluor-alcano.

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to ou a comorbidades, ou problemas na estruturais e funcionais do trato respiratório,


adesão por fatores psicológicos adversos determinando a variação da estrutura brôn-
ou ambientais. quica e do perfil celular observada na asma
2. Asma resistente ao tratamento: controle grave, também modulam a sensibilidade aos
inadequado apesar do manejo dos fato- GCs.
res citados acima (9). A participação do sistema imune inato
na definição da asma grave também é ob-
Há grande variação dos processos in- jeto de estudo. A potencialização de alguns
flamatórios subjacentes entre os diversos processos particulares desse sistema em pa-
graus de gravidade da asma. Enquanto nas ralelo com a obstrução de outros pode estar
formas leves há predomínio de um processo ligada a essa forma particular de asma. O pa-
autolimitado direcionado pelo linfócito Th2, pel das diferentes subclasses de linfócitos T
na asma grave o mecanismo inflamatório é (LT) direcionando os processos inflamatórios
mais intenso e persistente, mediado, predo- e suas consequências estruturais e funcionais
minantemente, pelo linfócito Th1 (10). Uma no trato respiratório dos asmáticos ainda não
estratégia usada para definir a gravidade da está esclarecido. Provavelmente, as altera-
asma empregava a celularidade do escarro ções imunes iniciam-se nas células dendríti-
como marcador da inflamação das vias aé- cas (CDs) no pulmão, cuja principal função
reas. Por esse método, a inflamação era carac- é apresentar os antígenos inalados e induzir
terizada como eosinofílica, neutrofílica, mista uma resposta imune primária nas células T.
ou paucigranulocítica (11). Tradicionalmente, A partir desse ponto, as CDs direcionam a
a concomitância de eosinófilos e neutrófi- diferenciação nas diferentes subclasses de
los era considerada um marcador de asma células T helper (Th) de acordo com a expres-
grave. Entretanto, quando analisados os são de moléculas coestimulatórias e citoci-
escarros de asmáticos que preenchiam os nas. Outras células constitutivas e funcionais
critérios rigorosos de classificação de asma das vias aéreas participam desse processo
grave, observou-se que os níveis de eosinó- de indução da diferenciação das células Th
filos e de neutrófilos variavam enormemente, (15). A expressão clínica da asma depende
de ausentes a muito altos, além da variação não apenas dos mecanismos inflamatórios
ao longo do tempo, apesar do emprego de predominantes, como da efetividade dos
doses elevadas de GC (12). A ausência de mecanismos responsáveis pela resolução da
infiltrados eosinofílico ou neutrofílico nas inflamação do trato respiratório. Nesse últi-
vias aéreas de asmáticos graves indica que mo aspecto é possível supor que pelo menos
a ativação concomitante de células estru- parte das alterações patológicas observadas
turais das vias aéreas também promove as seja produto, também, de falhas nos proces-
alterações anatomopatológicas observadas sos de controle da inflamação. Como exem-
na asma grave. As anormalidades estruturais plo pode-se citar que asmáticos graves têm
são moduladas pelas células epiteliais, mus- menor concentração de lipoxinas (moléculas
Pontos-chave: culares lisas e fibroblastos, que contribuem anti-inflamatórias) que asmáticos leves (16).
para o processo inflamatório através da libe- Considerando a multiplicidade de fato-
> Considerando a
ração de citocinas, quimiocinas, fatores de res envolvidos, certamente, a asma grave
multiplicidade de fatores
crescimento e elementos da matriz extrace- não é uma condição única. A diversidade
envolvidos, certamente, a asma
lular. Portadores de asma grave têm resposta de apresentações clínicas, as características
grave não é uma condição
menor à corticoterapia e maior número de fi- fisiopatológicas e os desfechos terapêuticos
única;
brócitos circulantes, com maior diferenciação revelam sua heterogeneidade. O termo asma
> A diversidade de miofibroblástica, o que gera maior proporção grave conjuga diferentes fenótipos (caracte-
apresentações clínicas, as de remodelamento da via aérea (13). O fator rísticas resultantes da interação de uma base
características fisiopatológicas transformador de crescimento b (TGF-b) é um genética com influências ambientais, relativa-
e os desfechos terapêuticos dos principais mediadores nas respostas in- mente estáveis, mas não invariáveis ao longo
revelam sua heterogeneidade; flamatórias e no processo de remodelamento do tempo). A fenotipagem integra caracterís-
da via aérea (14). Certamente, os mecanis- ticas clínicas, moleculares, celulares, morfo-
> O termo asma grave conjuga mos complexos e variados, geneticamente lógicas e funcionais visando definir um perfil
diferentes fenótipos. determinados, que comprometem as células que oriente a terapêutica. Recentemente,

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outra classificação vem sendo desenvolvida, piora da asma, aumentando a necessidade


baseada no endótipo. Nela procura-se asso- de GC. Por essa razão, o diagnóstico clínico Dada a importância da
ciar as características citadas anteriormente a de ARE passa pela investigação desses fato- classificação adequada
um mecanismo determinístico único. Dessa res, que incluem diagnóstico equivocado de para a definição da
forma, o alvo terapêutico pode ser definido asma, dose insuficiente de GC atingindo a conduta terapêutica, é
com maior precisão. A heterogeneidade da mucosa brônquica, exposição continuada a importante diferenciar
asma grave é um obstáculo importante na fatores desencadeantes de sintomas (alérge- asma grave de asma de
definição da sua história natural e dos fato- nos, poluentes ambientais, medicamentos, controle difícil. Essa
res de risco. Aparentemente, os diferentes p. ex.), uso excessivo de beta 2 agonistas última, também chamada
fenótipos estão relacionados a fatores gené- inalatórios (b2i), falha na adesão ao tratamen- de refratária, instável,
ticos, idade de início dos sintomas, duração to, comorbidades e fatores agravantes não lábil, potencialmente letal,
do agravo, exacerbações, doenças dos seios identificados. A heterogeneidade de fenóti- corticoide-resistente,
da face e características inflamatórias das pos e de processos moleculares presentes na corticoide-dependente,
vias aéreas (17). Quando iniciada na infância, ARE faz supor que haja diferentes mecanis- entre outras
costuma estar fortemente associada à histó- mos envolvidos na insensibilidade aos GCs. denominações, é definida
ria familiar e pode estar ou não relacionada à Dentre os já identificados, pode-se citar: como “asma
atopia (18). Quando iniciada na idade adulta, inadequadamente
costuma estar associada ao sexo feminino, à 1. Número menor de receptor de glicocorti- controlada apesar do
função pulmonar reduzida (19) e à exposição coide (RG) e menor afinidade do RG pelo tratamento apropriado
ocupacional (20). Outros fatores, como o ta- fármaco (23). indicado por médico e
bagismo e a obesidade, tanto estão associa- 2. Problema na translocação nuclear do RG, empregado por pelo
dos a fenótipos de asma grave como estão interferindo com os mecanismos de inte- menos seis meses, e
ligados à insensibilidade aos glicocorticoste- ração entre o GC e o elemento de res- ajustado à gravidade
roides (21). posta ao GC no DNA (24). clínica.
Dada a importância da classificação ade- 3. Predomínio do RG-b, que não se ligando
quada para a definição da conduta terapêu- ao GC funciona como antagonista funcio-
tica, é importante diferenciar asma grave nal (25).
(AG) de asma de controle difícil (ACD). Essa 4. Alteração no processo de acetilação/dea-
última, também chamada de refratária, ins- cetilação de histonas, levando ao aumen-
tável, lábil, potencialmente letal, corticoide- to da expressão de fatores de transcrição
-resistente, corticoide-dependente, entre ou- pró-inflamatórios (AP-1 e NFkB, p. ex.)
tras denominações, é definida como “asma (26).
inadequadamente controlada apesar do 5. Estresse oxidativo alterando os processos
tratamento apropriado indicado por médico de acetilação da histona e contribuindo
e empregado por pelo menos seis meses, para a insensibilidade ao GC (27).
e ajustado à gravidade clínica (nível 4 ou 6. Alterações enzimáticas envolvendo pro-
superior de acordo com o GINA) (5, 22). A teinoquinases, proteína ativada por mi-
principal diferença entre ACD e AG é que, tógeno quinase fosfatase-1 (MKP-1) e
na segunda, o controle depende de doses fosfoinositol-3-quinase, entre outras,
elevadas de GC associado a outro fármaco comprometendo a ativação de linfócitos
controlador e na ACD, o GC pode ser inútil. T (28).
A asma resistente aos esteroides (ARE), 7. Alteração metabólica na membrana fos-
definida pela presença de sintomas asmáti- folipídica do macrófago alveolar (29).
cos com pouco ou nenhuma resposta a do-
ses altas de CSi ou sistêmico, costuma estar Uma importante linha de pesquisa na
associada à ACD. Nessa forma particular de ARE visa identificar biomarcadores preditivos
asma, enquanto alguns pacientes respon- do grau de resposta aos GCs. Dessa forma
dem minimamente a doses plenas de GC, pode-se prever a necessidade de doses ele-
outros precisam de doses tão elevadas para vadas de GC ou de alternativas terapêuticas
controlar os sintomas que os efeitos indese- para o controle desse grupo particular de as-
jáveis desses fármacos passam a representar máticos. Até o momento foram identificados
problema grave. Em parte das vezes, fatores polimorfismos nos receptores de interleucina
independentes podem estar envolvidos na NFkB e em outros fatores de transcrição (30).

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Um autor identificou relação direta positiva Tratamento da asma grave


entre o grau de inflamação eosinofílica no Por definição, o diagnóstico de AG dei-
escarro e a resposta ao GC (31). Outro su- xa implícita a insensibilidade aos GCs, dada
gere que o nível de peróxido de hidrogênio a resposta discreta à corticoterapia, mesmo
no condensado do ar expirado possa ser um com doses elevadas, nesse grupo. A defini-
biomarcador da resposta terapêutica (32). ção inclui, também, a necessidade de em-
prego de outros fármacos controladores: b2
Diagnóstico de asma grave de longa duração (LABA), antagonistas de
As diretrizes ERS/ATS4 deixam claro que receptores de leucotrienos (ARLTs) e teofilina
(TEO) para alcançar ou manter o controle da
o diagnóstico de asma grave supõe a exclu-
asma. Entretanto, a eficácia desses coadju-
são de pacientes com ACD. Nesses, o diag-
vantes na asma grave ainda é objeto de dis-
nóstico e o tratamento adequado dos fatores
cussão, como veremos a seguir:
de confundimento costumam facilitar o con-
trole da asma. Assim, o passo inicial consiste
Beta 2 agonistas de longa duração (LABAs) —
em confirmar o diagnóstico de asma, investi-
Além de sua ação broncodilatadora, relaxan-
gando criteriosamente os principais sintomas
do a musculatura lisa do brônquio, os LABAs
(dispneia, tosse, sibilos, opressão torácica
possuem discreta ação anti-inflamatória. In
e despertar noturno), os agentes desenca- vitro: 1. estabilizam mastócitos; 2. inibem a
deantes de sintomas agudos (“gatilhos”), a liberação de mediadores pelos eosinófilos,
contribuição de fatores ambientais e ocupa- macrófagos, neutrófilos e células epiteliais;
cionais e a função pulmonar. Diversas morbi- 3. antagonizam a liberação de neuropeptí-
dades podem confundir ou estar associadas dios pelos nervos sensoriais; e 4. reduzem a
ao diagnóstico de asma (Quadro 2) e devem exsudação de plasma na via aérea. Mais ain-
ser avaliadas, assim como a adesão ao tra- da, atuando sobre o RGC citoplasmático, au-
tamento. mentam a captação do GC, potencializando
Tanto a AG como a ACD podem estar as- seu efeito anti-inflamatório (33).
sociadas a outras condições/comorbidades
corresponsáveis pela dificuldade no controle Antagonistas de receptores de leucotrienos
da asma (Quadro 3). É importante lembrar (ARLTs) — Leucotrienos (LTs) são potentes
que problemas na adesão ao tratamento mediadores inflamatórios que desempenham
e/ou falhas na técnica de inalação dos medica- papel importante na fisiopatologia da asma.
mentos podem ser as causas do descontrole, Através da sua interação com receptores es-
e não necessariamente a gravidade da asma. pecíficos, ligados à proteína G na superfície

QUADRO 2: Doenças que podem se apresentar como asma grave (4)


Crianças
Disfunção de corda vocal Malformações congênitas, incluindo anel vascular
Bronquiolite Traqueobroncomalácia
Pontos-chave: Microaspiração recorrente, refluxo
Fibrose cística
Tumor carcinoide ou outro
Massa mediastinal/linfonodo aumentado
Imunodeficiência congênita ou adquirida Doença cardíaca congênita
> O diagnóstico de asma grave Discinesia ciliar primária Doença intersticial pulmonar
deixa implícita a insensibilidade Obstrução/compressão de via aérea central Doença do tecido conjuntivo
Corpo estranho
aos glicocorticosteroides.
Adultos
> A definição inclui, também, Disfunção de corda vocal Síndrome hipereosinofílica
a necessidade de emprego de Doença pulmonar obstrutiva crônica Embolia pulmonar
Hiperventilação em crise de pânico Traqueobronquite herpética
outros fármacos controladores; Bronquiolite obliterante Lesão/corpo estranho endobrônquico
Insuficiência cardíaca congestiva Aspergilose broncopulmonar alérgica
> A eficácia desses Reação adversa a fármaco (inibidor da IECA, p. ex.) Traqueobroncomalácia adquirida
coadjuvantes na asma grave Bronquiectasias/fibrose cística Síndrome de Churg-Strauss
Pneumonite de hipersensibilidade
ainda é objeto de discussão.

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QUADRO 3: Comorbidades e fatores contribuintes (4)


Embora o
Rinossinusite/polipose nasal Síndrome de hiperventilação glicocorticosteroide seja o
Fatores psicológicos: personalidade, percepção de Influências hormonais: pré-menstrual, menarca,
sintomas, ansiedade, depressão menopausa, doenças da tireoide grande pilar terapêutico
Disfunção de corda vocal Doença do refluxo gastresofagiano (sintomático) da asma, seu efeito é
Tabagismo/doença associada ao fumo Fármacos: aspirina, anti-inflamatórios não esteroidais, reduzido na AG. Isso faz
Apneia obstrutiva do sono betabloqueadores, IECA
com que muitos
asmáticos graves sejam
inadequadamente
celular, mediam diversas respostas inflamató- que a TEO em dose baixa melhore a sensi-
rotulados como
rias presentes na asma. Os ARLTs agem blo- bilidade ao GC em parte dos pacientes (42).
resistentes ao
queando a ligação do LT ao seu receptor. O Um dos principais obstáculos ao seu uso re-
glicocorticosteroide
valor real da adição de um ARLT no esquema gular é representado pela proximidade entre
terapêutico da asma grave ainda não está as doses terapêutica e tóxica. Como diversas
totalmente esclarecido. A maior parte das condições clínicas, hábitos dietéticos, taba-
disfunções ventilatórias observadas na asma gismo e emprego simultâneo de outros me-
são consequência do comprometimento das dicamentos interferem com o nível sérico da
pequenas vias aéreas (calibre < 2mm). Meta- TEO, e os efeitos tóxicos são potencialmente
análise procurando verificar o valor dos ARLTs perigosos, seu uso deve ser monitorado com
nessa região pulmonar concluiu que os ARLTs cuidado (43).
não eram superiores ao CSi na melhora dos Embora o GC seja o grande pilar te-
parâmetros funcionais (34). Estudo procuran- rapêutico da asma, seu efeito é reduzido
do avaliar se há vantagem na sua associação na AG. Isso faz com que muitos asmáticos
ao CSi em crianças e adolescentes asmáticos graves sejam inadequadamente rotulados
permanentemente sintomáticos não eviden- como resistentes ao GC. No entanto, há al-
ciou benefício, se medido pela necessidade gum grau de resposta ao GC na maior par-
de GC oral para resgate nas exacerbações e te das crianças asmáticas graves (89%) (44)
pela taxa de hospitalizações (35). De forma e, em cerca de 30% dos asmáticos graves
semelhante, não há evidência de ação be- adultos, a corticoterapia oral regular conse-
néfica no tratamento das exacerbações (36, gue manter algum grau de controle (36, 45),
37). Segundo meta-análise, em adultos com demonstrando que o termo insensibilidade
dificuldade no controle da asma, a associa- ao GC é mais adequado que resistência. Na
ção de LABA ao CSi é superior à de ARLT. AG, além de o grau de resposta aos GCs ser
A comparação em crianças não foi possível, variável, está associado a diferentes fatores,
em função do número reduzido de estudos como tabagismo (46), obesidade (47), níveis
(38). Por outro lado, segundo um estudo de baixos de vitamina D (48) e inflamação não
coorte em crianças asmáticas graves, é pos- eosinofílica em adultos (49). Em outras for-
sível que a inclusão do ARLT seja benéfica, mas de asma, a inflamação eosinofílica está
em subgrupos da população de asmáticos associada a boa resposta ao GC mas, na AG,
graves (39). ela persiste mesmo com doses elevadas de
CSi ou sistêmica (50).
Teofilina (TEO) — Conjuga ação broncodi- Mesmo num cenário onde a efetividade
latadora e anti-inflamatória, ambas úteis no do GC é reduzida, o eixo principal do tra-
tratamento da asma. Inibidora não seletiva tamento ainda é baseado no CSi. Como as
das fosfodiesterases, a TEO mantém os ní- doses empregadas regularmente são eleva-
veis intracelulares de AMC cíclico relaxando das (Quadro 1), é importante monitorar os
o músculo liso (40). Outros efeitos úteis in- efeitos sistêmicos dos GCs (peso, pressão ar-
cluem a amplificação dos efeitos dos GCs e terial, glicemia, catarata e densidade óssea,
sua ação sobre a musculatura respiratória fa- principalmente). Em crianças, doses elevadas
tigada melhorando a endurance e reduzindo de CSi estão associadas a risco de supressão
a dispneia (41). Nas formas leves a modera- da adrenal e de retardo do crescimento (51).
das da asma, a associação da TEO com o CSi Uma estratégia comprovadamente efetiva
melhora o controle da asma e há indícios de para amplificar o efeito dos CSis é associá-

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-los aos beta 2 agonistas (b2) de longa dura- da medicação prescrita (38, 59), usam doses
ção (LABAs) ou à teofilina. Embora ainda haja repetidas do BD. Nesse caso é recomendável
debate sobre a segurança do uso regular de associar diferentes BDs para reduzir as doses
LABAs no tratamento da asma (52, 53), está individuais. Particularmente naqueles pa-
demonstrado que associar um LABA ao CSi cientes com maior suscetibilidade aos efeitos
é melhor que aumentar a dose do GC para colaterais dos b2, e considerando os indícios
atingir o controle da asma (54). Sua ação de que o AC de longa duração (LAMA) traga
conjunta permite usar dose menor de ambos vantagens no tratamento da asma grave (60),
para o mesmo grau de efeito. associar um AC ao esquema broncodilatador
O valor inegável do broncodilatador (BD) pode ser útil.
no alívio da dispneia num portador de AG, A inalação de b2 é fundamental no tra-
em quem esse sintoma é persistente e, por tamento das crises de asma. Como a hipo-
vezes, invalidante e aterrorizante, faz com xemia acentuada está diretamente ligada à
que ele use doses elevadas de BD. São três redução da permeabilidade das pequenas
as classes de BDs usados na asma: beta 2 vias aéreas periféricas e a crise de asma tem
agonistas (b2), anticolinérgicos (ACs) e teo- maior potencial de letalidade na asma gra-
filina (TEO). Os b2 e os ACs inalatórios são ve, a abordagem terapêutica deve ter po-
divididos em três grupos, de acordo com o tência broncodilatadora máxima e alcançar
tempo de ação: ação curta (4-6 horas), ação a periferia do pulmão. Nesse cenário, onde
prolongada (12 horas) e ultra (24 horas). Nas a penetração do broncodilatador inalado nas
diretrizes nacionais e internacionais sobre es- pequenas vias aéreas (< 2mm de diâmetro)
tratégias para controle da asma (5, 8, 55), o pode ser dificultada pelo edema e redução
uso de b2 de ação rápida é indicado apenas do calibre nessa região pulmonar, pode-se
para o alívio de sintomas, não sendo reco- supor que a administração intravenosa de
mendado seu uso regular (56). Deve-se ter broncodilatadores possa assegurar resposta
em mente que o emprego isolado de bron- mais precoce. Partindo desse raciocínio, uma
codilatadores no tratamento da asma está meta-análise comparando o emprego intra-
relacionado à piora do controle e, segundo venoso (IV) de b2 com aminofilina concluiu
alguns autores, a maior risco de morte (57). não haver qualquer evidência de superio-
Entretanto, dado o início de ação do formo- ridade de um esquema sobre o outro (61).
terol, que é um LABA, ser tão rápido quanto Outra meta-análise, avaliando o benefício da
o dos b2 de ação curta, e seu efeito se pro- adição de b2 IV ao inalável no tratamento da
longar por cerca de 12 horas, passou a ser crise de asma em serviços de emergência,
importante avaliar sua efetividade e seguran- indicou vantagem discreta em crianças e ne-
ça como medicação de alívio na asma, parti- nhuma em adultos. Entretanto, ressaltou que
cularmente nos pacientes nos quais a disp- o número de estudos conduzidos adequada-
neia é um sintoma persistente. Meta-análise mente sobre o tema era pequeno, reduzindo
Pontos-chave: com esse objetivo concluiu que seu valor a robustez da conclusão (62). O sulfato de
como medicação de alívio era comparável magnésio costuma ser usado no tratamento
> A inalação de b2 é
aos b2 de ação curta, em adultos. Observou, de crises graves de asma, apesar da ausência
fundamental no tratamento das
também, que seu emprego nessa situação de evidências sobre a efetividade do seu uso
crises de asma;
levava a menor uso de GCs orais. No entan- intravenoso ou inalatório substituindo ou as-
> A abordagem terapêutica to, ressaltou que só devia ser empregado em sociado ao b2. Alguns estudos, no entanto,
deve ter potência pacientes que estivessem usando CSi regu- indicam que ele pode melhorar a função pul-
broncodilatadora máxima e larmente. Finalmente, não havia informações monar nas exacerbações graves (VEF1 < 50%
alcançar a periferia do pulmão; suficientes para concluir sobre sua efetivida- do predito) (63).
de e segurança em crianças (58). Infelizmente, os medicamentos atual-
> Nesse cenário É importante esclarecer ao paciente as- mente disponíveis não são suficientes para
pode-se supor que a mático que doses elevadas de b2 podem o controle adequado de parte dos asmáti-
administração intravenosa acarretar efeitos tóxicos cardiovasculares po- cos graves. Esse fato vem impulsionando a
de broncodilatadores possa tencialmente perigosos. Como parte dos as- indústria farmacêutica a desenvolver novos
assegurar resposta mais máticos graves mantém obstrução persisten- fármacos com outros mecanismos de ação
precoce. te do fluxo aéreo apesar do emprego regular em alvos moleculares específicos, como tam-

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Asma grave

bém agentes que aumentem a sensibilidade tividade, estão associados a efeitos indese-
aos GCs. Linhas de estudo visando identificar jáveis importantes. Certamente, em breve o
agentes capazes de reverter a insensibilidade arsenal medicamentoso contra a asma grave
aos GCs vêm identificando medicamentos irá contar com broncodilatadores com maior
potenciais, como inibidores da p38 proteína tempo de ação, anticorpos monoclonais, blo-
ativada por mitógeno quinase (p38MAKP) e
queadores de mediadores específicos, novos
recrutadores da histona deacetilase-2 (64),
anti-inflamatórios, fármacos que potenciali-
além da TEO. O valor do emprego de imu-
zem o efeito dos GCs, e biológicos. Em pa-
nossupressores, como metotrexato (65),
ciclosporina A (66), sais de ouro (67) e imu- ralelo, o aumento do conhecimento sobre a
noglobulina G intravenosa (68), com o intuito patogenia da asma grave permitirá a identi-
de reduzir a dose oral do GC de manutenção, ficação de endótipos e alvos terapêuticos, o
aumentando a sensibilidade aos GCs, ainda é que levará à identificação de biomarcadores
objeto de debate. Além de incertezas na efe- indicativos da melhor opção terapêutica.

Referências 7. Disponível em http://www.asthma.com/assets/pdf/as-


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5. Global Strategy for Asthma Management and
Prevention. 2014 (revision). Disponível em www.ginas- 22220-001
thma.org. Rio de Janeiro-RJ
6. LEITE, M.; PONTE, E.V. et al. — Avaliação do questio-
nário de controle da asma validado para uso no Brasil. Obs.: As 58 referências restantes que compõem este artigo
hisbello@globo.com
J. Bras. Pneumol., 34(10): 756-63, 2008. se encontram na Redação, à disposição dos interessados.

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