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piratório costuma ser normal. Na maioria dos alterações podem também estar presentes em
pacientes, independente da gravidade da asma, crianças com asma grave, mesmo com poucos
poderão estar presentes os sinais característicos anos de doença.
ou estigmas das doenças atópicas, como pregas Durante a crise de broncoespasmo, e de-
palpebrais, “olheira alérgica”, eczemátides e hi- pendendo da sua gravidade, pode-se encontrar
perceratose pilosa, descritos no capítulo sobre tosse seca ou com expectoração mucoide e
rinite alérgica. viscosa (muitas vezes comparada à clara de ovo
Os pacientes com asma grave e de longa pelo paciente), dispneia com prolongamento do
duração podem apresentar alterações seme- tempo expiratório, uso de musculatura acessó-
lhantes à doença pulmonar obstrutiva crônica, ria da respiração, sibilos geralmente bilaterais
como deformidade torácica pela hiperinsuflação e simétricos, roncos esparsos ou difusos. Nos
pulmonar crônica, aumento do diâmetro ante- casos mais graves pode haver cianose e agitação
ro-posterior, diminuição da expansibilidade, psicomotora secundária a hipoxemia, redução
hipertimpanismo na percussão e redução do dos sibilos até “silêncio respiratório”, torpor e
murmúrio vesicular na ausculta do tórax. Estas coma, resultante da fadiga respiratória e conse-
Despertares
Raros Mensais Semanais Quase Diários
Noturnos
Necessidade
Rara Eventual Diário Diário
de β2 alívio
Variação do
< 20 % <20-30% > 30 % >30%
VEF1 ou PFE
*Classificar o paciente sempre pela manifestação de maior gravidade.
** Pacientes com asma intermitente, mas com exacerbações graves devem ser classificados como tendo asma persistente moderada.
Freq. Respirató-
Aumentada Aumentada Normal ou aumentada
ria (irm)**
Pico de fluxo
expiratório
< 30% 30-50% > 50%
(% melhor ou
previsto)
SaO2 (ar am-
< 90% 91-95% > 95%
biente)
PaO2 (ar am-
< 60mmHg Ao redor de 60mmHg Normal
biente
PaCO2 (ar am-
> 45mmHg < 40mmHg < 40mmHg
biente
* A presença de vários parâmetros, mas não necessariamente todos, indica a classificação geral da crise.
** FR em crianças normais < 2 meses < 60/min; 2-11 meses < 50/min; 1-5 anos < 40/min; 6-8 anos < 30/min; > 8 anos = adulto.
Quadro 3. Níveis de controle do paciente com asma (IV Diretrizes para o Manejo da Asma).
PARCIALMENTE
PARÂMETRO CONTROLADO NÃO CONTROLADO
CONTROLADO
Despertares
Nenhuma pelo menos 1
Noturnos
Necessidade de
medicamentos de Nenhuma 2 ou mais por semana 3 ou mais parâmetros
resgate presentes em
qualquer semana
Limitação de Presente em
Nenhuma
atividades qualquer momento
Afeta atividades
Exacerbação Nenhuma Afeta atividades e o sono
e o sono
Uso de Coticoide
Gravidade Alívio Primeira Escolha Alternativa
Oral
Beta2 de curta
Intermitente Sem necessidade de medicamento de manutenção
duração
Corticosteroide Oral
Persistente Beta2 de curta Montelucaste
CI dose baixa nas exacerbações
Leve duração Cromonas *
graves
Cursos de Corti-
CI dose alta Alta dose de CI +
coide Oral a critério
Persistente Beta2 de curta (*) LABA, associado
do médico, na
Grave duração CI dose alta Anti-leucotrieno ou
menor dose para se
+LABA Teofilina
atingir o controle
* Especialmente em crianças menores de 4 - 6 anos (10).
ETAPAS DO TRATAMENTO
EDUCAÇÃO EM ASMA
CONTROLE AMBIENTAL - nos casos de asma atópica
Beta 2 agonista de curta duração sempre que necessário
ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 ETAPA 4 ETAPA 5
Selecione uma das Selecione uma das Adicionar 1 ou mais Adicionar 1 ou mais
opções abaixo opções abaixo em relação à etapa 3 em relação à etapa 4
Maiores
• Altas doses as de corticosteroides inalatórios (CI em mcg/dia)
Adultos: beclometasona > 2000, budesonida > 1600 e fluticasona > 1000
Crianças: beclometasona ou budesonida > 800 e fluticasona > 400
• Corticosteroides orais ≥ 50% dos dias do ano
Menores
• Necessidade de outro medicamento diário além dos CI
LABA, antagonistas dos leucotrienos ou teofilina
• Necessidade diária ou quase diária de Beta 2 agonistas de curta duração
• Obstrução persistente do fluxo aéreo
VEF1 < 80% previsto, variação diurna do pico de fluxo expiratório > 20%
• Uma ou mais exacerbações com necessidade de ida a pronto-socorro por ano
• Três ou mais cursos de corticosteroide oral por ano
• Piora rápida após redução de pelo menos 25% da dose de corticosteroides orais ou CI
• História anterior de exacerbação de asma quase fatal
São necessários pelo menos 1 critério maior e 2 menores, após 6 meses de acompanhamento, com exclusão/controle de fatores
agravantes e otimização do tratamento.
da de decisões. Por exemplo, pode-se orientar o Os CI não são formalmente indicados para
paciente a medicar-se apenas com beta-agonista tratamento da crise de asma no domicílio ou em
inalado se a medida do PFE estiver acima de 50% pronto-socorro. Entretanto, estudos recentes
do teórico, ou do seu melhor valor. Abaixo disso demonstraram que, em pacientes com crise de
o paciente pode iniciar beta-agonista e corticos- asma moderada a grave (VEF1 < 50% do previs-
teroide oral, e fazer contato imediato com seu to), que são internados e tratados com a medica-
médico. Com valores abaixo de 30% (crise muito ção usual conforme descrito anteriormente, os
grave) o paciente deve usar o beta-agonista ina- CI promovem maior resposta broncodilatadora
lado em doses dobradas, o corticosteroide oral aos beta2-agonistas de curta ação, melhoras
e procurar imediatamente o pronto-socorro. mais rápidas dos parâmetros funcionais, menor
É extremamente variável. Cerca de 60% das 4. BOUSQUET J., KHALTAEV N., CRUZ A.A.
et al. Allergic rhinitis and its impact on
crianças que têm sibilância recorrente associada asthma (ARIA): 2008 Update. Allergy, vol.63,
com infecção viral respiratória nos primeiros 3 supplem.86, p.8-160, 2008.
anos de vida, e não são atópicas, evoluem para 5. CARLSEN K. H., ANDERSON S. D., BJERMER
remissão. O restante, geralmente com asma L., et al. Exercise-induced asthma, respiratory
alérgica, pode evoluir para remissão espontânea and allergic disorders in elite athletes:
epidemiology, mechanisms and diagnosis:
no final da infância ou na adolescência, ou para Part I of the report from the Joint Task Force of
asma crônica na idade adulta, com períodos the European Respiratory Society (ERS) and
the European Academy of Allergy and Clinical
alternantes de melhora e piora, necessitando Immunology (EAACI) in cooperation with
controle ambiental e medicamentoso em longo GA2LEN. Allergy, vol.63, p.387-403, 2008.
prazo atingindo sobrevida longa e com qualida- 6. COSTA E, LINS C, ÁVILA C. ET al. Avaliação da
de de vida preservada. adesão de pacientes com alergia respiratória às
medidas de controle ambiental. Rev Bras Alergia
A imunoterapia com alérgenos, quando Imunopatol, vol.25, n.5, p.180 (Abstract), 2002
bem indicada e iniciada precocemente na
7. HAN D.H., KIM S.W., CHO S.H. et al.
asma leve a moderada, contribui para melhor Predictors of bronchial hyperresponsiveness
evolução em longo prazo nos pacientes onde in chronic rhinosinusitis with nasal polyp.