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Código Sanitário de

ESTADO DO CEARÁ

Eusébio
PREFEITURA MUNICIPAL DE EUSÉBIO

Lei Municipal nº _______, de ____ de __________ de 20__.

INSTITUI O CÓDIGO SANITÁRIO DO MUNICÍPIO DE EUSÉBIO

O prefeito municipal de Eusébio, estado do Ceará, faz saber, que a Câmara Municipal
aprovou e eu sanciono a seguinte Lei: Secretaria de Saúde
SEÇÃO 1
Departamento de Vigilância Sanitária
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º. Fica instituído o Código Sanitário do Município de Eusébio, fundamentado nos
princípios expressos na Constituição Federal de 5 de outubro de 1988, na Constituição
do Estado do Ceará, nas Leis Orgânicas da Saúde - Leis Federais nº 8.080, de 19 de
setembro de 1990, e nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, no Código de Defesa do
Consumidor - Lei Federal nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, e na Lei Orgânica do
Município de Eusébio de 16 de junho de 2008, e outras normas que venham substituí-las
ou modificá-las 2

Art. 2º. A organização, a direção e a gestão das ações e serviços de saúde, executados
“Fica instituído o Código Sanitário do Município de Eusébio,
pelo SUS, seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa
fundamentado nos princípios expressos na Constituição Federal de 5 de
privada, serão ordenadas de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de
outubro de 1988, na Constituição do Estado do Ceará, nas Leis Orgânicas
complexidade crescente. Já as atribuições e competências dos entes federativos estão
da Saúde - Leis Federais nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e nº 8.142,
previstas na Lei Federal nº 8.080/1990, Lei nº 8.142/1990, e outras normas que venham
de 28 de dezembro de 1990, no Código de Defesa do Consumidor - Lei
substituí-las ou modificá-las.
Federal nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, e na Lei Orgânica do
Município de Eusébio de 16 de junho de 2008.”
Art. 3º. Seguindo as diretrizes da lei orgânica da saúde, é dever dos municípios
planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde; executar
serviços de vigilância sanitária; formar consórcios administrativos intermunicipais;
controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde, podendo ainda,
suplementar a legislação federal e estadual no tocante à aplicação e execução de ações e
serviços de vigilância sanitária.
VISA EUSÉBIO
Art. 4º. Este código sanitário regulamenta as atividades relacionadas à vigilância em
saúde, 81
Rua Irmã Ambrosina, estabelecendo,
- Centro para todo território municipal, normas técnicas de ordem
pública, de interesse social e de promoção e proteção da saúde da população de
Eusébio-CE CEP:61760-405
(85) 98147 3407
Eusébio promovendo o aprimoramento do controle sanitário, bem como, regulamenta
visaeusebio@gmail,com
todos os assuntos inerentes à fiscalização sanitária municipal, respeitando-se no que
couber, a legislação federal e estadual vigente, e outras normas que venham substituí-
las ou modificá-las.
SEÇÃO 2
CAPÍTULO I
DA ESTRUTURA E DA ORGANIZAÇÃO DA SAÚDE E DO ÓRGÃO SANITÁRIO

Art. 5º. Dentro da estrutura organizacional da secretaria municipal de saúde, a


vigilância sanitária e ambiental, a vigilância epidemiológica e a vigilância a saúde do
trabalhador estão sob a coordenação da diretoria de vigilância à saúde, estando todos
estes entes, hierarquicamente subordinados, ao secretário municipal da saúde.

Art. 6º. Para efeito desta lei e seu regulamento, vigilância sanitária é um conjunto de
ações capazes de prevenir, diminuir ou eliminar riscos à saúde, assistindo-lhe o dever
de atuar no controle de endemias, surtos, bem como, intervir nos problemas sanitários
da poluição do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da produção de
serviços de interesse da saúde, em perfeita consonância com as normas federais e
estaduais e outras normas que venham substituí-las ou modificá-las, abrangendo,
I - O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem
com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao
consumo;
II- Controle da prestação de serviços que se relacionem direta ou indiretamente
com a saúde nos setores público e privado;
III- Controle e avaliação das condições ambientais que possam indicar riscos e
agravos potenciais à saúde.
IV- Normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, 3
armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, produtos,
máquinas e equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;

Art. 7º. Fica referenciado o LACEN-CE (laboratório central de saúde pública do Ceará),
por ser uma instituição pública estratégica para as ações de vigilância em saúde, o
laboratório de escolha para amparar o serviço de vigilância sanitária municipal.

Parágrafo Único: O laboratório realiza análises laboratoriais de excelência, gerando


conhecimento, fortalecendo as ações de vigilância em saúde e a assistência individual
de alta complexidade, com acessibilidade em todo o Estado, promovendo ensino e
pesquisa.

Art. 8º. Para os efeitos deste Código, entende-se por Vigilância em Saúde as ações de
Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância em Saúde Ambiental e
Vigilância em Saúde do Trabalhador, que visam promover e proteger a saúde pública,
prevenir e controlar doenças e agravos e identificar, prevenir, eliminar, controlar ou
minimizar riscos associados à exposição a agentes e substâncias nocivas à saúde, que
compõem um campo integrado e indissociável de práticas, fundado no conhecimento
interdisciplinar e na ação intersetorial, desenvolvidos por meio de equipes
multiprofissionais, com a participação ampla e solidária da sociedade, por intermédio
de suas organizações, entidades e movimentos.
§ 1º. As ações de vigilância epidemiológica abrangem o conjunto de atividades
que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer
mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e
coletiva, com a finalidade de adotar ou recomendar medidas de prevenção e
controle das doenças e agravos à saúde.

§ 2º. As ações de vigilância em saúde ambiental abrangem, no que se relaciona


com o binômio saúde-meio ambiente, o conjunto de medidas de vigilância
sanitária e epidemiológica, incluindo-se as ações específicas de prevenção e
controle das zoonoses e enfermidades transmitidas por vetores, bem como dos
agravos causados pelas diversas formas de poluição do meio ambiente, que
serão exercidas em articulação e integração com outros setores, dentre os quais os de
saneamento básico, planejamento urbano, obras públicas e meio ambiente.

§ 3º. As ações de vigilância em saúde do trabalhador abrangem, no que se


relaciona com o binômio saúde-trabalho, um conjunto de atividades que se
destina, por meio das ações de vigilância sanitária e epidemiológica, à
promoção e proteção da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos
advindos dos ambientes, das condições e dos processos de trabalho, da
manutenção ou incorporação de tecnologias potencialmente nocivas à saúde e,
ainda, das condições de produção, extração, armazenamento, transporte,
distribuição e manuseio de substâncias, produtos, máquinas e equipamentos.

Art. 9º. Autoridade sanitária é aquela declarada competente para o exercício das 4
atribuições de saúde pública, com a prerrogativa da aplicação da legislação sanitária no
nível do poder executivo em sua esfera de governo.

Art. 10. As ações de vigilância sanitária serão exercidas por funcionários da Secretaria
Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Eusébio, nomeados inspetores
sanitários através de portaria.

Art. 11. A equipe de inspetores sanitários deverá estar sempre atualizada e bem
preparada para melhor exercer suas funções, devendo sempre que possível participar
de cursos, seminários ou eventos afins.

Art. 12. A autoridade fiscalizadora competente, no âmbito de suas atribuições nesta lei
constituída do quadro de inspetores sanitários, terá livre acesso a todas as
dependências de estabelecimentos comerciais, industriais e outros, com vistas à
verificação do cumprimento de normas legais, regulamentares e outras que, por
qualquer forma, se destinem à promoção, preservação e recuperação da saúde e onde
houver necessidade de exercer a ação que lhes é atribuída no Município.

§ 1º. Ficam ainda sujeitos à fiscalização sanitária da Secretaria Municipal de


Saúde, todos os produtos de interesse à saúde pública, ou seja, aqueles
produtos, substâncias ou equipamentos que, por seu uso, consumo ou aplicação
possam causar danos à saúde individual ou coletiva da população;
§ 2º. Para cumprir a determinação do disposto neste artigo, a autoridade
sanitária solicitará a proteção policial sempre que se fizer necessária;

Art. 13. Para o exercício do poder de polícia, permite-se a utilização de medidas


repressivas, desde que executadas com a finalidade de ajustar o comportamento
individual à legislação pertinente.

§ 1º. O poder de polícia sanitária do Município de Eusébio tem como finalidade


promover a regulamentação e o controle sanitário por meio de inspeção e
fiscalização sanitária dos seguintes objetos de controle em:
I- Estabelecimentos industriais e comércio que extraem, produzem,
fabricam, transformam, preparam, manipulam, purificam,
fracionam, embalam, reembalam, importam, exportam, armazenam,
expedem, transportam, compram, vendem, dispensam, cedem ou
usam os produtos de interesse da saúde;
II- Condições de higiene da produção, conservação, manipulação,
beneficiamento, fracionamento, acondicionamento, armazenamento,
transporte, distribuição, comercialização, consumo de alimentos em
geral e do uso de aditivos alimentares;
III- Mercados, feiras livres, ambulantes de alimentos e congêneres;
IV- Condições sanitárias dos hotéis, motéis, pensões, pousadas,
instituições de longa permanência para idosos e estabelecimentos afins;
V- Condições sanitárias dos albergues, orfanatos, comunidades 5
terapêuticas e estabelecimentos afins;
VI- Condições sanitárias das barbearias, salões de cabeleireiros,
institutos de beleza, clínicas de tatuagens, estabelecimentos esportivos
(ginástica, natação, academias de artes marciais e outros) e dos
estabelecimentos afins;
VII- Condições sanitárias das casas de banhos, massagens, saunas,
piscinas de uso coletivo e estabelecimentos afins para o uso público;
VIII- Condições sanitárias das lavanderias industriais e para uso público;
IX- Condições de saúde e higiene das pessoas que trabalham em
estabelecimentos sujeitos a alvará sanitário;
X- Condições das águas destinadas aos estabelecimentos públicos e
privados;
XI- Condições sanitárias decorrentes da coleta, transporte e destino de
Lixo e refugos industriais;
XII- Condições sanitárias das clínicas veterinárias e dos abrigos
destinados a animais, localizados no território do Município;
XIII- Laboratórios de análises clínicas e postos de coletas;
XIV-Levantamento epidemiológico e inquérito sanitário;
XV- Agências funerárias e velórios;
XVI- Estabelecimentos que prestam serviços de desratização e
desinsetização de ambientes domiciliares, públicos e coletivos;
XVII- Outros estabelecimentos cuja atividade possa, direta ou
indiretamente, provocar danos ou agravos à saúde individual ou
coletiva.

§ 2º. Os estabelecimentos referidos neste artigo deverão ser mantidos em


perfeitas condições de higiene e limpeza, organizados de modo a não possibilitar
a existência de focos de insalubridade em seu ambiente interno e externo e
deverão ser objeto de desratização, desinsetização e manutenções periódicas.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO II
DA VIGILÂNCIA DOS ALIMENTOS

Art. 14. Todo alimento destinado ao consumo humano, qualquer que seja a sua
origem, estado e procedência, produzido, transportado ou exposto à venda no
município será objeto da ação fiscalizadora da Vigilância Sanitária Municipal, nos
termos desta Lei, bem como na Legislação Estadual e Federal em vigor.
§ 1º - Os produtos, substâncias, insumos ou outros, além de apresentarem
perfeitas condições para o consumo, devem ser oriundos de fontes aprovadas
ou autorizadas pela autoridade sanitária competente.
§ 2º - Os alimentos perecíveis devem ser transportados, armazenados ou
depositados sob condições de temperatura, umidade, ventilação e luminosidade
que se protejam de contaminação e deterioração.
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Art. 15. Os gêneros alimentícios devem, obrigatoriamente, ser protegidos por
invólucros próprios e adequados no armazenamento, transporte, exposição e comércio.
§ 1º - No acondicionamento de alimentos não é permitido o contato direto com
jornais, papéis tingidos, papéis ou filmes plásticos usados com a fase impressa,
de papéis ou filmes impressos, e sacos destinados ao acondicionamento de lixo.
§ 2º - Os gêneros alimentícios, que por força de sua comercialização não
poderem ser completamente protegidos por invólucros, devem ser abrigados
em dispositivos adequados e evitar contaminação e serem manuseados ou
servidos mediante o emprego de utensílios ou outros dispositivos que sirvam
para evitar o contato direto com as mãos.
§ 3º - A embalagem utilizada no acondicionamento da matéria-prima ou de
alimento, deve ser de primeiro uso, sendo proibido o emprego de embalagens
que tenham sido usadas para produtos não comestíveis ou aditivos, e devem
estar armazenadas em locais apropriados, longe de alcance de insetos e
roedores, não sendo permitidos ficar em contato direto com o chão.
§ 4º - Os utensílios e recipientes dos estabelecimentos onde se preparam e/ou
consumam alimentos deverão ser lavados e higienizados adequadamente, ou
serão usados recipientes descartáveis, sendo inutilizados após seu uso.

Art. 16. Os alimentos serão obrigatoriamente, mantidos afastados de saneantes,


desinfetantes, solventes, combustíveis líquidos, produtos de perfumaria, limpeza e
congêneres.
Art. 17. É proibido guardar alimentos que devam ser comercializados em bandejas,
pratos e outros recipientes desprovidos da devida cobertura.

Art. 18. As peças, maquinarias, utensílios, recipientes, equipamentos e outras


embalagens que venham a entrar em contato com alimentos, não devem intervir
nocivamente com os mesmos, alterar o seu valor nutritivo, ou as suas características
organolépticas, devendo ser mantidas limpas e livres de sujeiras, insetos e outras
contaminações.

Art. 19. É proibido:


I - Fornecer ao consumidor sobras ou restos de alimentos que já tenham sido
servidas, bem como, o aproveitamento das referidas sobras ou restos para a
elaboração ou preparação de outros produtos alimentícios;
II- A comercialização de alimentos deteriorados, ou seja, os que hajam sofrido
avaria ou prejuízo em sua pureza, composição ou características organolépticas,
por ação da temperatura, micro-organismos, parasitas, transporte inadequado,
prolongado armazenamento, deficiente conservação, mau acondicionamento,
defeito da fabricação ou consequência de outros agentes;
III- A comercialização e o consumo de alimentos corrompidos, adulterados, ou
falsificados, ou seja:
a) aqueles cujos componentes tenham sido alterados totalmente, em
parte ou substituídos por outros de inferior qualidade;
b) que tenham sido coloridos, revestidos, aromatizados ou adicionados
de substâncias estranhas, com o fim de ocultar qualquer fraude ou 7
alteração, ou lhes atribuir melhor qualidade, que não possui;
c) que se constituírem totalmente ou em parte de produtos animais
degenerados ou decompostos, de vegetais alterados ou deteriorados e
minerais alterados.
IV- A utilização no preparo ou resfriamento do produto e/ou alimento, com
gelo feito com água não potável, proveniente de fonte duvidosa ou em
desrespeito aos padrões de qualidade exigidos;
V- A exposição e comercialização de produtos e alimentos que estejam com
validade vencida.

Art. 20. Os sucos de frutas naturais e os denominados “vitaminas”, obedecerão às


seguintes exigências no seu preparo:
I - Serão elaborados no momento de serem servidos ao consumidor, com todo
rigor de higiene;
II - Serão usadas em sua elaboração frutas frescas, em perfeito estado de
conservação;
III - Quando em sua elaboração entrar leite, que este seja pasteurizado ou
equivalente;
IV - Quando o gelo for usado na composição ou no resfriamento do produto,
deve o mesmo ser potável, respeitar os padrões de qualidade exigidos pelas
normas sanitárias vigentes, bem como o transporte e acondicionamento.
Art. 21. No interesse da saúde pública, poderá a autoridade sanitária proibir, nos
locais que determinar, o ingresso e a venda de gêneros e produtos alimentícios de
determinadas procedências, quando plenamente justificados os motivos.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO III
DOS GÊNEROS ALIMENTÍCIOS

Art. 22. Ficam adotadas nesta lei as definições constantes da legislação “federal e
estadual de alimentos de fantasias, alimento “IN NATURA”, alimento enriquecido,
alimento dietético, alimento de fantasia ou artificial, alimento irradiado, alimento
sucedâneo, aditivo incidental, produtos alimentícios, coadjuvante, padrão de
identidade e qualidade, rótulo, embalagem, análise prévia, órgão competente,
laboratório oficial, autoridade fiscalizadora competente e estabelecimento.

Art. 23. A ação da autoridade sanitária municipal será exercida sobre os alimentos, o
pessoal que lida com os mesmos, sobre os locais e instalações onde se fabrique,
produza, beneficie, manipule, acondicione, conserve, deposite, armazene, transporte,
distribua, venda ou consuma alimentos.
Parágrafo Único - A autoridade sanitária, nas enfermidades transmitidas por alimento,
poderá exigir e executar investigações, inquéritos e levantamentos epidemiológicos,
junto a indivíduos e a grupos populacionais determinados, sempre que julgar
oportuno, visando à proteção da saúde pública.
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Art. 24. Os gêneros alimentícios que sofram processo de acondicionamento ou
industrialização, antes de serem dados ao consumo, ficam sujeitos a registro em órgão
oficial e/ou exame prévio, análise fiscal e análise de controle.

Art. 25. Em todas as fases do processamento, desde as fontes de produção até o


consumidor, o alimento deve estar livre e protegido da contaminação física, química e
biológica, proveniente do homem, dos animais e do meio ambiente.
§ 1º - Os produtos, substâncias, insumos ou outros devem ser oriundos de
fontes aprovadas ou autorizadas pela autoridade sanitária, sendo apresentados
em perfeitas condições de consumo e uso.
§ 2º - Os alimentos perecíveis devem ser transportados, depositados e expostos
à venda, sob condições de temperatura, umidade, ventilação e limpeza.

Art. 26. Só é permitida a produção de gêneros alimentícios, sua guarda, armazenagem,


exposição à venda e ao comércio, quando próprios para o consumo.
§ 1º - Próprios para o consumo serão unicamente os alimentos que se acharem
em perfeito estado de conservação e que, por sua natureza, composição,
fabricação, manipulação, procedência e acondicionamento, estiverem isentos de
nocividade à saúde e de acordo com as normas sanitárias vigentes.
§ 2º - Impróprios para o consumo serão os gêneros alimentícios:
I - danificados por umidade ou fermentação, rançosos, mofados ou
embolorados, de características físicas ou organolépticas anormais;
II - que forem alterados ou deteriorados, ou ainda, contaminados ou
infestados por parasitas;
III - que forem fraudados, adulterados ou falsificados;
IV - que contiverem substâncias tóxicas ou nocivas à saúde;
V - que estiverem fora do prazo de validade;
VI - acondicionados em latas amassadas;
VII - que forem prejudiciais ou imprestáveis à alimentação, por qualquer
motivo;
VIII - que não estiverem de acordo com a legislação em vigor.

Art. 27. Considerar-se-ão contaminados ou deteriorados produtos alimentícios que:


I - contenham parasitas e micro-organismos patogênicos ou saprófitos, capazes
de transmitir doenças ao homem ou aos animais;
II - contenham micro-organismos indicativos de contaminação de origem fecal
ou que produzem deterioração de substâncias alimentícias, tais como:
a) escurecimento;
b) gosto ácido;
c) estufamento do vasilhame pela produção de gases.

Art. 28. Considerar-se-ão alterados os produtos alimentícios que, pela ação de


umidade, luz, temperatura, microrganismos, parasitas, conservação e
acondicionamento inadequado ou por qualquer outra causa, que tenham sofrido
avaria, deterioração e estiverem prejudicadas em sua pureza, composição ou
características organolépticas. 9

Art. 29. Considerar-se-ão adulterados os produtos alimentícios:


I - quando lhes tiverem sido adicionadas ou misturadas substâncias que lhes
modifiquem a qualidade, reduzam o valor nutritivo ou provoquem
deterioração;
II - quando se lhes tiver tirado, embora parcialmente, um dos elementos de sua
constituição normal;
III - quando contiverem substâncias ou ingredientes nocivos à saúde ou
substâncias conservadoras de uso proibido;
IV - quando tiverem sido, no todo ou em parte, substituídos por outros de
qualidade inferior;
V - que tiverem sido coloridos, revestidos, aromatizados ou adicionados de
substâncias estranhas, para efeitos de ocultar qualquer fraude ou alteração ou
de aparentar melhor qualidade do que a real, exceto nos casos expressamente
previstos pela legislação vigente.
Parágrafo Único - As disposições dos incisos I e II não compreendem os produtos
dietéticos nem outros produtos alimentícios legalmente registrados.

Art. 30. Considerar-se-ão fraudados os produtos alimentícios:


I - que tiverem sido, no todo ou em parte, substituídos em relação ao indicado
na embalagem;
II - que, na composição, diversificarem do enunciado nos invólucros ou rótulos,
ou não estiverem de acordo com as especificações exigidas pela legislação em
vigor.

Art. 31. O destino final de qualquer alimento considerado impróprio para o consumo
humano será obrigatoriamente a inutilização pela autoridade sanitária.

Art. 32. A inutilização do alimento será efetuada quando, através de análise de


laboratório oficial ou credenciado, ou ainda de expedição de laudo técnico de inspeção,
ficar constatado ser o mesmo, impróprio para o consumo humano.
§ 1º - O alimento, nas condições previstas neste artigo, poderá, após sua
interdição e apreensão, ser distribuído às instituições públicas ou privadas,
desde que beneficentes, de caridade ou filantrópicas.
§ 2º - O mesmo procedimento será aplicado aos produtos e subprodutos de
animais abatidos e aos demais gêneros alimentícios, quando oriundos de
estabelecimentos não licenciados ou cuja procedência não possa ser
comprovada.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO IV
DOS ESTABELECIMENTOS DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS E CONGÊNERES

Art. 33. Os estabelecimentos onde se fabriquem, produzam, preparem, beneficiem,


acondicionem ou vendam alimentos, ficam sujeitos à regulamentação e normas 10
técnicas expedidas pelo Executivo Municipal, e só poderão funcionar mediante
expedição de Alvará sanitário.
Parágrafo Único – O Alvará sanitário previsto neste artigo, é renovável anualmente e
deverá ser conservado em lugar visível.

Art. 34. Os estabelecimentos de industrialização e comercialização de alimentos devem


estar instalados e equipados para os fins que se destinam, quer em unidade fiscal, quer
em maquinaria e utensílios diversos, em razão de capacidade de produção com que se
propõe a operar.
§ 1º - É proibido elaborar, extrair, fabricar, manipular, armazenar, fracionar,
vender ou servir alimentos em instalações inadequadas à finalidade, a que
possam determinar improbidade dos produtos para o consumo com prejuízos à
saúde.
§ 2º - Todas as máquinas, aparelhos e demais instalações destes
estabelecimentos, deverão ser mantidos em perfeita condições de higiene e
funcionamento.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO V
DA VIGILÂNCIA DOS ESTABELECIMENTOS DE ALIMENTOS

Art. 35. Todo estabelecimento ou local de produção, fabrico, preparo, beneficiamento,


manipulação, acondicionamento, armazenamento, depósito ou venda de alimentos,
bem como todos os demais de interesse da saúde pública municipal aqui
regulamentados e os que vierem a ser regulamentados através de normas técnicas,
deverá possuir:
I- Alvará sanitário;
II- Água corrente potável;
III- Piso lavável com inclinação para escoamento da água de lavagem;
IV- Ventilação e iluminação adequadas;
V- Recipientes com tampa, adequado para lixo;
VI- Câmara, balcões frigoríficos ou geladeiras de capacidade proporcional à
demanda para conservação dos gêneros alimentícios de fácil deterioração, em
perfeito estado de uso e conservação;
VII- Perfeita limpeza, higienização e conservação geral.
Parágrafo Único – O Alvará Sanitário será concedido após inspeção das
instalações pela autoridade sanitária municipal competente e terá validade de
365 dias a contar da data de sua liberação, podendo, no entanto, ser cancelado,
através de processo administrativo sanitário, se neste período o estabelecimento
descumprir os regulamentos sanitários.

Art. 36. Nos locais onde se fabricam, preparam, beneficiam, acondicionam e


comercializam alimentos, é proibido:
I- Manter em depósito substâncias nocivas à saúde ou que possa servir para
alterar, fraudar ou falsificar alimentos;
II- Fumar, no momento em que estiver manipulando, servindo ou em contato;
III- Varrer a seco; 11
IV- Manter no local produto, utensílios ou maquinários alheios as atividades;
V- Uso de copos, pratos, talheres, ou outros utensílios quando quebrados,
rachados, lascados ou com defeitos;
VI- Permanência de quaisquer animais estranhos às atividades dos
estabelecimentos;

Art. 37. Só será permitida a utilização de saneantes, desinfetantes e produtos similares


em estabelecimentos que comercializem ou consumam alimentos, quando estes
possuírem local apropriado e separado para guarda de tais produtos, devidamente
aprovados pela autoridade sanitária competente, e devidamente registrados ou
notificados pela ANVISA.

Art. 38. As instalações físicas como piso, parede e teto devem possuir revestimento liso,
impermeável e lavável. Devem ser mantidos íntegros, conservados, livres de
rachaduras, trincas, goteiras, vazamentos, infiltrações, bolores, descascamentos, dentre
outros e não devem transmitir contaminantes aos alimentos

Art. 39. As cozinhas e/ou salas de manipulação deverão obedecer às seguintes normas:
I -Piso de material eficiente ou cerâmico, com inclinação para escoamento de
água de lavagem;
II -Paredes revestidas com material liso, duro e lavável, até limite do teto;
III- Teto liso, de preferência, pintado de cor clara, que permita uma perfeita
limpeza e higienização;
IV- Aberturas com telas à prova de insetos;
V- Pia com água corrente;
VI- Mesas de manipulação revestidas de material impermeabilizado e mantidas
em perfeitas condições de higiene;
VII- É proibida a utilização de divisórias de madeira nas cozinhas e salões de
consumo de alimentos.

Art. 40. Os prédios, as dependências e demais instalações, quaisquer que sejam, onde
funcionem os estabelecimentos constantes deste regulamento, deverão estar em
perfeito estado de conservação e atender ao fim a que se destinam.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO VI
DAS INSTALAÇÕES SANITÁRIAS DO ESTABELECIMENTOS

Art. 41. As dependências dos estabelecimentos industriais e/ou comerciais de gêneros


alimentícios deverão ter assegurada incomunicabilidade com as instalações sanitárias.

Art. 42. Todas as instalações sanitárias constantes deste regulamento deverão obedecer
às seguintes normas:
I- Piso cerâmico ou de material equivalente, com inclinação suficiente para
escoamento de água de lavagem;
II- Paredes revestidas até 1,50m de altura, com material liso duro e lavável;
III- Teto liso de material adequado; 12
IV- Não ter ligação direta com a cozinha ou sala de manipulação dos alimentos;
V- Vaso sanitário com tampa e/ou mictório, sendo em ambos os casos,
obrigatória e água corrente para descarga.

§ 1º – Os sanitários deverão ser separados por sexo, na proporção prevista em


lei e isolados dos locais de venda, recebendo não só luz natural ou artificial,
como também ventilação.
§ 2º - Será obrigatória a existência de papel higiênico, lavatório com água
corrente, sabonete líquido inodoro antisséptico, toalhas de papel ou secador de
ar quente e recipientes com tampa e pedal para lixo.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO VII
DOS DEPÓSITOS E ARMAZENAGEM DE ALIMENTOS

Art. 43. Os depósitos onde se armazenam matérias primas e os alimentos deverão


possuir:
I- Piso de material resistente, com inclinação suficiente para escoamento das
águas de lavagem;
II- Estrados para colocação de sacarias;
III- Paredes em perfeitas condições de higiene;
IV- Teto liso e pintado;
V- Os depósitos destinados à armazenagem dos alimentos devem ser mantidos
em perfeitas condições de higiene, não sendo permitido ali, a presença de
animais domésticos, tais como gatos, cães, pássaros, etc.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO VIII
TRANSPORTE DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS

Art. 44. Todos os veículos destinados a transportar, produtos alimentícios deverão


obedecer às exigências deste Código e de suas Normas Técnicas Especiais.

Art.45. Os veículos de transporte de gêneros alimentícios deverão ser mantidos


permanentemente higienizados.

Art. 46. É obrigatória a existência de refrigeração ou congelamento nos veículos que


transportem produtos alimentícios perecíveis ou alteráveis.

Art. 47. Transporte e a distribuição dos produtos cárneos deverão obrigatoriamente,


ser realizados em veículos frigoríficos ou isotérmicos.
13
Art. 48. O armazenamento e o transporte do alimento preparado, da distribuição até a
entrega ao consumo, deve ocorrer em condições de tempo e temperatura que não
comprometam sua qualidade higiênico-sanitária. A temperatura do alimento
preparado deve ser monitorada durante essas etapas. Para conservação a quente, os
alimentos devem ser submetidos à temperatura superior a 60°C (sessenta graus
Celsius) por, no máximo, 6 (seis) horas. O prazo máximo de consumo do alimento
preparado e conservado sob refrigeração a temperatura de 4°C (quatro graus Celsius),
ou inferior, deve ser de 5 (cinco) dias.

Art. 49. É proibido transportar, no mesmo compartimento de um veículo, alimentos e


substâncias estranhas que possam contaminá-los ou corrompê-los.

Art. 50. É proibido o transporte de pães, que não estejam devidamente embalados.

Art. 51. Os gêneros alimentícios e bebidas depositadas ou em trânsito nos armazéns


das empresas transportadoras ficarão sujeitos à fiscalização da autoridade sanitária.
Parágrafo Único - As empresas transportadoras serão obrigadas, quando parecer
oportuno à autoridade sanitária, a fornecer esclarecimentos sobre as mercadorias em
trânsito ou depositadas em seus armazéns, a lhe dar vista da guia de expedição ou
importação, faturas, conhecimentos e demais documentos relativos às mercadorias sob
sua guarda, bem como facilitar a inspeção destas e a colheita de amostras.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO IX
DOS AÇOUGUES, FRIGORÍFICOS, PEIXARIAS E CONGÊNERES

Art. 52. Além das demais disposições constantes e aplicáveis deste regulamento, os
estabelecimentos acima citados deverão obedecer às seguintes normas:
I- Possuir no mínimo, uma porta para o logradouro público, assegurando uma
boa ventilação;
II- Utilizar embalagens plásticas transparentes para os gêneros alimentícios;
III- Possuir balcões frigoríficos ou geladeiras para a exposição e conservação
das carnes sob resfriamento, sendo proibida a sua exposição à temperatura
ambiente;
IV- Manter as paredes, o piso e teto em perfeitas condições de higiene, não
sendo permitida a utilização de soluções desinfetantes não registrados pela
ANVISA por normas técnicas específicas para limpeza desses
estabelecimentos;
V- Manter em perfeitas condições de higiene os utensílios, máquinas e
depósitos que estiverem em contato com as carnes.

Art. 53. Os armazéns frigoríficos deverão ter piso impermeável e antiderrapante, sobre
as bases adequadas e as paredes, até a altura da ocupação, impermeabilizadas com
material liso e resistente.

Art. 54. Nos estabelecimentos de que trata esta Seção, as câmaras de refrigeração serão 14
providas de antecâmaras ou cortinas de ar frio e instaladas de modo a assegurar
temperatura e umidade adequadas.

Art. 55. Os gêneros alimentícios não poderão ficar estocados por mais de seis meses,
ressalvadas as condições peculiares à tecnologia de congelamento.
Parágrafo Único - Decorrido o prazo do qual trata este artigo e não tendo sido
entregues a consumo público, os gêneros alimentícios serão apreendidos, podendo a
mercadoria ser doada a instituições de fins filantrópicos a critério da autoridade
sanitária, após análise laboratorial.

Art. 56. Nos estabelecimentos que comercializem carnes, será facultada a venda de
carne fresca moída, sendo feita esta operação, obrigatoriamente, em presença do
comprador, ficando, porém, proibido mantê-la estocada nesse estado.

Art. 57. Os tampos das mesas destinadas ao corte de carne deverão ser de material liso,
sem soluções de continuidade, resistente, impermeável, de cor clara e mantidos em
perfeito estado de higiene e conservação.

Art. 58. Os balcões deverão ser equipados com vitrines frigoríficas, com altura mínima
de um metro e temperatura nunca superior a 7°C (sete graus centígrados), onde serão
expostas, obrigatoriamente, as carnes destinadas à venda.
Art. 59. Somente será permitida a entrega de carnes e vísceras em domicílio, quando
devidamente acondicionadas em veículos providos de caixa fechada, revestido interna
e externamente de aço inoxidável ou vasilhames plásticos capazes de conservar o
produto em temperatura não superior a 7°C (sete graus centígrados), ou conforme
legislação vigente.
Parágrafo Único - Somente será permitida a entrega do pescado em domicílio, quando
devidamente acondicionado em recipiente capaz de conservar o produto à temperatura
não superior a zero grau centígrado, ou conforme legislação vigente.

Art. 60. É proibido manter o pescado fora de conservação frigorífica exceto durante a
fase de limpeza e evisceração.
§ 1º - O pescado fresco ou resfriado pode ser exposto à venda, desde que
conservado sob a ação direta do gelo ou em balcão frigorífico.
§ 2º - O pescado fracionado será exposto, obrigatoriamente, em balcão
frigorífico.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO X
DOS BARES, LANCHONETES, RESTAURANTES, PIZZARIAS E CONGÊNERES

Art. 61. Os bares, lanchonetes, restaurantes, pizzarias e estabelecimentos congêneres


deverão possuir:
I - fogão dotado de coifa ou cúpula equipada com filtro de carvão ou outro
material absorvente: 15
II - cozinhas providas de bancadas com tampos de material liso, sem soluções
de continuidade, lavável, impermeável, resistente e de cor clara, com pias de
aço inoxidável, em número suficiente, água corrente potável, e dispositivos
adequados para guarda dos utensílios e apetrechos de trabalho em condições
higiênicas.
Parágrafo Único - As cozinhas deverão possuir sistema exaustor adequado e suficiente
de modo a evitar o superaquecimento, o viciamento da atmosfera interior e exterior
por fumaça, fuligem ou resíduos gasosos, resultantes da cocção e fritura dos alimentos.

Art. 62. Os bares e estabelecimentos que não produzam, nem sirvam refeições, poderão
ter copas e cozinhas com áreas compatíveis com os equipamentos e as suas finalidades.
Parágrafo Único - É obrigatório, nesses estabelecimentos, o uso de água corrente em
quantidade suficiente à sua atividade.

Art. 63. As despensas e adegas serão instaladas em locais específicos, obedecendo aos
requisitos de higiene.

Art. 64. Os bares, lanchonetes, restaurantes, pizzarias e estabelecimentos congêneres


observam-se o seguinte:
I - os vasilhames e os utensílios utilizados para preparar ou servir alimentos
deverão estar em condições higiênico sanitárias satisfatórias;
II - é expressamente proibido o uso de pratos, copos, talheres e demais
utensílios quando quebrados, lascados, gretados ou defeituosos;
III - os açucareiros, saleiros e similares devem estar dentro dos padrões
higiênico-sanitários e providos de tampa de fechamento eficiente;
IV - as louças, copos, talheres e demais utensílios, depois de convenientemente
lavados ou higienizados por processo aprovado previamente pela autoridade
sanitária, deverão ser protegidos da ação de poeiras, insetos e impurezas;
V - as louças, copos, talheres e guardanapos deverão ser levados para as mesas
limpos e secos;
VI - as substâncias destinadas à preparação dos alimentos deverão ser
depositadas em locais adequados e convenientemente protegidas, sendo que as
carnes, o pescado e os demais alimentos de fácil decomposição serão
conservados em geladeiras ou câmaras frigoríficas;
VII - as toalhas de mesa, a cada uso, deverão ser substituídas por outras limpas;
VIII - nas cozinhas, serão guardados exclusivamente os utensílios e apetrechos
de trabalho, bem como as substâncias e os artigos necessários à produção dos
alimentos e dispostos de forma a assegurar sua higiene e conservação, não
sendo permitido a colocação no piso de qualquer utensílio ou produto que
impeça a correta higienização do mesmo;
IX - uma vez produzidos para consumo imediato, com ou sem cocção, assadura
ou fritura, os alimentos não poderão ser guardados por mais de vinte e quatro
horas após o preparo, nem serem utilizados para a elaboração de quaisquer
pratos;
X - as sobras e os restos de comida que voltam das mesas, por não terem sido
consumidos, deverão ser imediatamente depositados nos recipientes próprios
para a coleta dos resíduos de alimentos; 16
XI - é proibido produzir bebidas alcoólicas no próprio estabelecimento, sendo
permitida a sua manipulação para uso imediato e sempre à vista do
consumidor;
XII - os copos, taças, cálices e demais recipientes para servir bebidas só poderão
ser resfriados pelo uso direto de gelo, quando obtido de água potável;
XIII - o uso de gelo em contato direto com a bebida, somente será permitido
quando obtido de água potável.

Art. 65. As pessoas que manuseiam, confeccionam e servem os alimentos devem estar
saudáveis, com roupas limpas e apropriadas, unhas e cabelos presos e protegidos.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO X
DOS SUSHIBARES, TEMAKERIAS E CONGÊNERES

Art. 66. Esta seção aplica-se a todos os serviços de alimentação do município de


Eusébio que realizam pelo menos uma das seguintes atividades: manipulação,
preparação, armazenamento, distribuição, transporte, exposição à venda e entrega de
sushis e similares preparados ao consumo, tais como cantinas, bufês, restaurantes,
supermercados, delicatéssens, lanchonetes, padarias, temakerias, sushibares, rotisserias
e congêneres.
Art. 67. A sala de preparo e montagem de sushis e similares deve possuir área isolada,
exclusiva e climatizada, de forma a garantir a temperatura recomendada da matéria
prima e dos alimentos pelo fabricante e pela legislação vigente.
Parágrafo Único - É proibido o uso de ventiladores e climatizadores com aspersão de
neblina nas áreas de pré-preparo e preparo de alimentos.

Art. 68. Os hashis devem ser embalados individualmente e descartados após o uso,
quando de material descartável.

Art. 69. As empresas devem dispor de instrumentos de medição necessários para o


controle dos processos produtivos realizados em suas instalações, tais como balanças,
pHmetros e termômetros.
Parágrafo Único - Deve ser realizada manutenção programada e periódica dos
equipamentos e utensílios e calibração dos instrumentos ou equipamentos de medição,
de acordo com a recomendação do fabricante, mantendo registro da realização dessas
operações.

Art. 70. As superfícies das bandejas, barcas, tinas para mistura de temperos, formas
para oniguiri, oshibako, tigelas e tábuas de corte devem ser lisas, impermeáveis,
laváveis e estar isentas de rugosidades, frestas e outras imperfeições que possam
comprometer a higienização das mesmas e serem fontes de contaminação dos
alimentos.
Parágrafo Único - Os materiais utilizados no armazenamento, mistura e exposição de
sushis e similares não devem ser isolantes térmicos, como isopor e bambu.
17

Art. 71. As esteiras de preparo de sushi por serem de difícil higienização devem ser
protegidas com filme de PVC removível, trocado diariamente e sempre que necessário.

Art. 72. O equipamento de exposição dos alimentos na área de consumação deve


dispor de barreiras de proteção que previnam a contaminação do mesmo em
decorrência da proximidade ou da ação do consumidor e de outras fontes.

Art. 73. A área de preparação dos sushis e similares devem ser higienizadas quantas
vezes forem necessárias e imediatamente após o término do trabalho.
§ 1º Devem ser tomadas precauções para impedir a contaminação dos alimentos
causada por produtos saneantes, pela suspensão de partículas e pela formação
de aerossóis.
§ 2º Substâncias odorizantes e ou desodorantes em quaisquer das suas formas
não devem ser utilizadas nas áreas de preparação e armazenamento dos
alimentos.

Art. 74. O procedimento de higienização da máquina de preparo de sushis deve ser


estabelecido e afixado em local acessível.
Parágrafo Único - É proibido realizar a higienização das instalações durante a
manipulação de sushis e similares.
Art. 75. Os ornamentos adicionados aos pratos, tais como vegetais, legumes, saladas,
não devem constituir fonte de contaminação, devendo ser adequadamente
higienizados.

Art. 76. A recepção das matérias-primas, dos ingredientes e das embalagens deve ser
realizada em área protegida e limpa, separada fisicamente das áreas de manipulação.

Art. 77. As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens devem ser submetidos à


inspeção, armazenados em local limpo e organizado, de forma a garantir proteção
contra contaminantes e aprovados na recepção do estabelecimento.
Parágrafo Único - As embalagens primárias das matérias-primas e dos ingredientes
devem estar íntegras.

Art. 78. As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens devem estar


adequadamente acondicionados e identificados, sendo que sua utilização deve
respeitar o prazo de validade.
Parágrafo Único - Para os alimentos dispensados da obrigatoriedade da indicação do
prazo de validade, deve ser registrada a data de entrada dos mesmos.

Art. 79. Quando as matérias-primas e os ingredientes não forem utilizados em sua


totalidade, devem ser adequadamente acondicionados e identificados com, no mínimo,
as seguintes informações: designação do produto, data de fracionamento ou preparo e
prazo de validade após a abertura ou conforme orientação do fabricante.
18
Art. 80. Todo pescado deve ter registro no órgão sanitário competente, exceto pescado
fresco, quando não importado.
Parágrafo Único - Se importado, o pescado fresco deve possuir registro no Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Art. 81. O transporte do pescado deve ser realizado em condições adequadas de


higiene e conservação, em veículos refrigerados que aumentem no máximo 2ºC a
temperatura de acordo com a recomendação do fabricante e legislação vigente.
Parágrafo Único - Os veículos devem ser submetidos à inspeção conforme legislação
específica vigente.

Art. 82. O pescado oriundo de captura em alto mar, destinado ao consumo cru ou
cozido parcialmente, deverá ter sido submetido a processo de congelamento na
indústria, conforme legislação vigente, a fim de eliminar possíveis parasitas.
Parágrafo único - O pescado a que se refere este artigo deverá ser recebido, pelos
serviços de alimentação, na forma congelada, ou seja, em temperatura igual ou inferior
a -18°C ou conforme especificações de sua rotulagem.

Art. 83. O pescado oriundo de cativeiro, peixe de cultivo, o qual possui risco
desprezível para parasitas, destinado ao consumo cru ou cozido parcialmente, poderá
ser recebido e armazenado na forma refrigerada, com temperatura igual ou inferior a
3°C, desde que haja comprovação documental deste tipo de cultivo.
§ 1º Os documentos comprobatórios deverão estar à disposição da autoridade
sanitária, para fins de fiscalização.
§ 2º O pescado recebido resfriado não poderá ser congelado.

Art. 84. O pescado manipulado como matéria prima deve ser mantido em temperatura
máxima de 3°C por no máximo 3 dias, sendo observadas as características
organolépticas.

Art. 85. O pescado submetido ao descongelamento deve ser mantido sob refrigeração
se não for imediatamente utilizado, não devendo ser recongelado.

Art. 86. O arroz cozido quando não temperado deve ser mantido devidamente
protegido em temperatura de refrigeração inferior a 5°C, pelo prazo máximo de 3 dias.

Art. 87. O arroz temperado quando não utilizado imediatamente, deve ser mantido
adequadamente protegido, em temperatura ambiente por no máximo 8 horas, sendo
nesse caso, o seu pH registrado em planilha a cada 2 horas, de forma que seja inferior a
4,5.
§ 1º O arroz temperado não consumido no prazo máximo estabelecido deverá
ser descartado, sendo vedada a sua reutilização.
§ 2º O arroz temperado, quando refrigerado, poderá ser utilizado e consumido
em até 24 horas, mantendo o pH inferior a 4,5.

Art. 88. Os meios de transporte dos sushis e similares devem ser higienizados, sendo 19
adotadas medidas a fim de garantir a ausência de vetores e pragas urbanas.
Parágrafo Único - Os veículos devem ser dotados de caixas térmicas ou baús
refrigerados que garantam a manutenção da temperatura, não devendo transportar
outras cargas ou produtos que comprometam a qualidade higiênico-sanitária, de
acordo com legislação específica vigente.

Art. 89. Os sushis preparados mantidos na área de armazenamento ou aguardando o


transporte devem estar identificados, em temperatura adequada e protegidos contra
contaminantes.
Parágrafo Único - Na identificação deve constar, no mínimo, a designação do produto,
a data de preparo e o prazo de validade de no máximo 4 horas.

Art. 90. Os sushis e similares preparados, armazenados e expostos ao consumo que não
forem consumidos em até 4 horas devem ser descartados, sendo proibida a reutilização
de sobras seja qual for a forma de distribuição ao consumo.

Art. 91. A exposição ao consumo deve ocorrer de acordo com a temperatura


preconizada nesta portaria, devendo haver registros de cada monitoramento,
devidamente datados e rubricados, prevendo ações corretivas quando da ocorrência de
desvios.
§ 1º Para conservação a quente, os alimentos devem ser submetidos à
temperatura superior a 60°C por, no máximo, 6 horas. Para conservação sob
refrigeração, em temperatura inferior a 5°C por até 4 horas.
§ 2º Os parâmetros de tempo e temperatura devem ser observados e os sushis e
similares que não atenderem à legislação devem ser descartados.

Art. 92. Deve ser realizado controle microbiológico semestral de sushis e similares,
comprovado através de laudo laboratorial.

Art. 93. Os manipuladores que desempenham preparo de sushis e similares devem ser
submetidos a exame clínico semestral, acompanhado dos exames laboratoriais,
compatíveis com a função exercida.

Art. 94. Os manipuladores de alimentos devem ser supervisionados e capacitados


periodicamente em higiene pessoal, em manipulação higiênica dos alimentos e em
doenças transmitidas por alimentos. A capacitação deve ser comprovada mediante
documentação.
SEÇÃO 2
CAPÍTULO XI
DOS PRODUTOS CASEIROS, TRAILERS, DO COMÉRCIO AMBULANTE DE
ALIMENTOS E CONGÊNERES

Art. 95. Os produtos caseiros, trailers, comércio ambulante e congêneres estarão


sujeitos às disposições desta regulamentação, no que couber, e especificamente ao
disposto neste capítulo.

Art. 96. A autoridade sanitária municipal ficará responsável pelo processo de registro e 20
controle de todos os produtos alimentícios de origem caseira e/ou ambulante,
comercializado no município.
§ 1º - Todos os produtos caseiros estarão sujeitos à fiscalização da Vigilância
Sanitária e às normas técnicas específicas.
§ 2º - A venda de produtos perecíveis de consumo imediato ou mediato em
feiras ou ambulante deverá ser autorizada pela Vigilância Sanitária, desde que
sejam obedecidas as noções de higienização, as condições locais apropriadas, o
perfeito estado de conservação do produto e outras especificações conforme
normas higiênico-sanitárias vigentes.

Art. 97. O comércio ambulante de alimentos poderá ser exercido mediante o emprego
de:
I - veículos motorizados ou não, estando incluídos os “trailers”, sujeitos à
vistoria e aprovação da autoridade sanitária;
II - bancas e tabuleiros adequados à mercadoria exposta, com as dimensões
máximas de 1m x 0,60m (um metro por sessenta centímetros), salvo em casos
especiais, a critério da autoridade sanitária;
III - cestas, caixas envidraçadas, pequenos recipientes térmicos e outros meios
adequados, dependendo do tipo de alimento a ser comercializado e a critério da
autoridade sanitária.
Parágrafo Único - Os implementos a que se refere este artigo devem ser mantidos em
boas condições de higiene e conservação, propiciando completa proteção contra inseto,
poeiras, intempéries e outros.
Art. 98. A preparação, beneficiamento e confecção ambulante de alimentos, para a
venda imediata, bem como os serviços de lanches rápidos são tolerados, desde que
observados, em especial as seguintes condições:
I- O compartimento do condutor, quando for o caso, ser isolado dos
compartimentos de trabalho, sendo proibidos a utilização do veículo como
dormitório;
II- Os alimentos perecíveis deverão ser guardados em dispositivos frigoríficos
providos de aparelhagem automática de produção de frio suficiente para
mantê-los na temperatura exigida, devendo no caso de serem servidas quentes,
serem mantidos em estufas;
III- Serem os utensílios, recipientes e instrumentos de trabalho mantidos em
perfeitas condições de higiene, mediante frequentes lavagens e desinfecção com
água fervente ou solução desinfetante aprovada.

Art. 99. Os produtos alimentícios e bebidas só poderão ser dados ao consumo, quando
oriundos de estabelecimentos industriais ou comerciais registrados no órgão
competente e acondicionados em invólucro ou recipiente rotulado.

Art. 100. As aves e pequenos animais abatidos, eviscerados, originários de abatedouros


registrados, e com inspeção federal, estadual ou municipal poderão ser vendidas,
desde que acondicionados em veículos frigoríficos com sistema de frio próprio e
contínuo que conserve os produtos à temperatura não superior a 7°C (sete graus
centígrados), e que garantam a proteção contra poeira, insetos e contato direto ou 21
indireto do consumidor.

Art. 101. Somente será permitida a venda de água, sucos, refrescos e sorvetes, quando
originários de estabelecimentos registrados, em recipientes descartáveis ou
consumíveis, sendo proibidos os que não sejam próprios da embalagem original
devidamente lacrada.

Art. 102. É obrigatório o uso de utensílios descartáveis (copos, pratos, talheres e


similares), não sendo permitida a lavagem para a reutilização dos mesmos.

Art. 103. Os carrinhos de cachorro-quente deverão acondicionar as salsichas em água


fervente, em temperatura superior à 60°C (sessenta graus centígrados) ou conforme
Legislação vigente e prepará-las à medida que ocorrer o consumo.
Parágrafo Único - É proibido deixá-las em molho pronto, devendo ser mantidas
geladas as que ainda não tiverem sido cozidas.

Art. 104. As frutas e legumes deverão estar em perfeitas condições de consumo e


expostos à venda em tabuleiros ou outros recipientes adequados.

Art. 105. O local de estacionamento do ambulante, quando permitido, e que poderá


variar a critério da autoridade competente, deverá ser mantido em perfeitas condições
de limpeza e higiene.
Parágrafo Único - É obrigatório ao ambulante dispor de depósito de lixo com tampa.
Art. 106. Os ambulantes devem apresentar-se trajados e calçados, em condições de
asseio, sendo obrigatório o uso de bata, de cor clara e boné ou gorro ou outra proteção
para cabelo.

Art. 107. É proibido ao ambulante:


I - a venda de bebidas alcoólicas, nas praças do município;
II - a venda de carne “in natura”;
III - o uso de fogareiro na via pública, salvo quando indispensável à atividade
licenciada;
IV - o preparo ou manipulação de qualquer tipo de bebida ou alimento na via
pública, com exceção das atividades licenciadas para esse fim;
V - o contato manual direto com os produtos não acondicionados;
VI - a utilização dos veículos, cestas, caixas ou tabuleiros destinados ao
transporte e à venda de alimentos, como depósito de quaisquer mercadorias ou
objetos estranhos à atividade comercial;
VII - embrulhar gêneros alimentícios em jornais, revistas e papéis usados ou
maculados, ou outra forma de embalagem que possa servir de contaminação
para os alimentos.

Art. 108. Os recipientes destinados à fritura serão instalados em locais adequados, fora
do alcance do público.
Parágrafo Único - É obrigatória a substituição da gordura ou do óleo de fritura, assim
que apresentarem sinais de saturação, modificação na sua coloração ou presença de 22
resíduos queimados.

Art. 109. Nos estabelecimentos que vendam caldo de cana, deverá haver local
apropriado para depósito e limpeza da cana com características idênticas às do
depósito de matéria-prima, bem como local apropriado para depósito do bagaço.

Art. 110. As moendas de cana terão instalações apropriadas, devendo o caldo obtido
passar por coadores em condições higiênico-sanitárias satisfatórias.
§ 1º - Só será permitida a utilização de cana raspada e em condições satisfatórias
de consumo.
§ 2º - A estocagem e a raspagem de cana deverão ser realizadas em
dependências com piso e paredes impermeabilizados.
§ 3º - Os resíduos de cana deverão ser mantidos em depósitos fechados, até a
sua remoção.
§ 4º - O uso de gelo em contato direto com a bebida, somente será permitido,
quando obtido de água potável, e oriundo de estabelecimentos que possuam
Alvará Sanitário de Funcionamento.
§ 5º - A cana de açúcar raspada deverá ser armazenada em recipiente que não
permita o contato com insetos, poeira e outros contaminantes.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XII
DAS DISTRIBUIDORAS DE BEBIDAS, DEPÓSITOS DE BEBIDAS E SIMILARES
Art. 111. Além das demais disposições constantes e aplicáveis desta regulamentação, os
estabelecimentos acima deverão possuir paredes revestidas até a altura mínima de
2,00m (dois metros) com material liso, resistente e lavável.
Art. 112. É proibido nos estabelecimentos, acima de tudo:
I- Expor à venda, ou ter depósito de substâncias tóxicas ou corrosivas para
qualquer uso, que se prestam à confusão com bebidas;
II- Venda de bebidas fracionadas.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XIII
DOS DEPÓSITOS DE ALIMENTOS, ATACADISTAS E SIMILARES

Art. 113. Além das demais disposições contidas e aplicáveis desta regulamentação, os
estabelecimentos acima citados ao disposto neste capítulo.

Art. 114. Nos depósitos de alimentos, as paredes (até 2,00m) e o posto serão revestidos
de material liso, resistente e lavável, devendo ser mantido sempre em perfeitas
condições de higiene, inclusive o teto.

Art. 115. É proibido nos estabelecimentos supramencionados:


I- Expor à venda, ou ter em depósito substâncias tóxicas ou corrosivas para qualquer
uso que se prestam à confusão com gêneros alimentícios ou bebidas;
II- O acondicionamento de alimentos em sacos ou qualquer outro recipiente, disposto 23
diretamente em contato com o piso.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XIV
DAS PADARIAS, BOMBONIERES, CONFEITARIAS E CONGÊNERES

Art. 116. Consideram-se panificadoras, para os efeitos deste Código, os


estabelecimentos industriais e/ou comerciais que produzem e/ou vendam pães de
qualquer tipo, além de doces e salgados, estando classificados em:
I - industrial;
II - industrial e comercial.

§ 1º - Considera-se industrial o estabelecimento que, exclusivamente, produza


pães de qualquer tipo, além de doces e salgados.
§ 2º - Considera-se industrial e comercial o estabelecimento que produza e
venda pães de qualquer tipo, doces e salgados além de outros produtos de
panificação.

Art. 117. As panificadoras, confeitarias e congêneres deverão conter dimensionamento


e instalações compatíveis com todas as operações.

Art. 118. A maquinaria, de padrão adequado à sua finalidade, deve ser instalada sobre
bases apropriadas, fixas, de modo a evitar a trepidação e estar afastados das paredes
cinquenta (50) centímetros, no mínimo, com passagem livre de pelo menos um (1)
metro e vinte (20) centímetros entre partes móveis de máquinas, como também estar
em perfeitas condições higiênico-sanitárias, livres de incrustações e ferrugem.

Art. 119. Além das demais disposições constantes deste regulamento, as padarias,
bombonieres, confeitarias e estabelecimentos congêneres, deverão possuir:
I - Fogão apropriado com coifa ou exaustor, a critério da autoridade sanitária;
II - Os fornos alimentados por lenha ou carvão, deverão possuir depósito
específico para a estocagem destes e licença ambiental fornecida pelo órgão
competente.
III - Recipientes com tampa revestidos internamente com material inócuo e
inatacável, ou inox, para a guarda de farinhas, açúcares, fubá, sal e congêneres;
IV - Amassadeiras mecânicas, restringindo-se o mais possível à manipulação no
preparo da massa e demais produtos;
V - Bandejas inox, ou material similar, as quais devem ser mantidas em
perfeitas condições de higiene;

Art. 120. Os fornos ou caldeiras deverão ser instalados em compartimentos especiais,


devendo possuir isolamento térmico e acústico, aprovados pela autoridade sanitária
em consonância com a legislação ambiente vigente.

Art. 121. As massas, os pães e os alimentos, após saírem do forno, deverão ser
acondicionados em prateleiras, nunca em contato direto com o chão.
24
Art. 122. O transporte e a entrega dos pães, biscoitos e similares deverão ser feitos em
recipientes adequados e protegidos e os veículos deverão ser de uso exclusivo para o
fim a que se destinam, a critério da autoridade sanitária.

Art. 123. Os compartimentos destinados à consumação, trabalho, manipulação,


preparo, retalho, cozinhas e copas deverão dispor de pia com água de lavagem, com
sabão líquido e papel toalha.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XV
DOS MERCADOS E SUPERMERCADOS

Art. 124. Os mercados e supermercados serão providos de instalações frigoríficas


adequadas ao tipo de comércio.
Parágrafo Único - A conservação do pescado, carnes, frutas e demais gêneros
alimentícios, nas câmaras frigoríficas desses estabelecimentos, não deverá ultrapassar o
prazo de quinze dias, ressalvadas as condições peculiares à tecnologia de
congelamento.

Art. 125. As bancas para exposição de conservas de origem animal deverão ser de
material liso, impermeável e resistente, com inclinação suficiente para o escoamento de
líquidos.
Art. 126. Os gêneros alimentícios deverão estar separados dos produtos de perfumaria
e de limpeza.

Art. 127. Todos os equipamentos, utensílios e instrumentos utilizados nos


estabelecimentos deverão ser mantidos conservados e limpos.

Art. 128. Os diversos locais de venda deverão obedecer às disposições deste Código,
segundo o gênero de comércio, no que lhes for aplicável, dispensado os requisitos de
área mínima.

Art. 129. É proibido expor à venda, ou manter em depósitos, frutas amolecidas,


esmagadas, bem como verduras e legumes deteriorados ou impróprios para o
consumo.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XVI
FÁBRICA DE GELO, FÁBRICAS DE BEBIDAS

Art. 130. Entende-se por gelo alimentar aquele destinado ao uso doméstico, seja em 25
bebidas ou alimentos que o exijam, devendo enquadrar-se nas seguintes condições:
I - Ser feito com água filtrada e potabilidade atestada em laboratório idôneo,
isenta de qualquer contaminação;
II - Ser preparado em moldes ou formas próprias para aquele fim,
impermeáveis devidamente higiênicos, conservados em abrigo de poeiras e
outras contaminações, inclusive insetos;
III - Ser retirado das respectivas formas por processo higiênico sendo proibido
para esse fim o emprego de água contaminada ou suspeitas de contaminação;
IV - O transporte do gelo deve ser feito de forma adequada, em veículo próprio
para tal fim, evitando-se qualquer tipo de contaminação no gelo.

Art. 131. Esses estabelecimentos deverão possuir pisos e paredes revestidos de material
liso, resistente, impermeável, lavável e de cor clara.

Art. 132. O gelo deverá ser embalado em invólucros de polipropileno, com as seguintes
identificações mínimas:
I - nome e endereço da empresa;
II - composição físico-química média do produto;
III - a expressão destacada GELO POTÁVEL.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XVII
DAS SORVETERIAS, AÇAITERIAS E CONGÊNERES

Art. 133. Além das demais disposições contidas neste regulamento, os estabelecimentos
deverão possuir:
I - Vasilhame de material inócuo, em perfeitas condições para o preparo, uso e
transporte de alimento, devidamente limpo devendo sofrer o processo de
desinfecção obedecendo em princípio as seguintes etapas:
a) renovação dos detritos;
b) lavagem com água morna ou sabão detergente;
c) secagem.
II - Os sorvetes fabricados de forma industrial e/ou artesanal, periodicamente,
deverão sofrer um controle de qualidade do produto pela autoridade sanitária
competente;
III - Os gelados domésticos, elaborados com produtos de laticínio deverão ser
pasteurizados;
IV - A água utilizada na confecção dos gelados comestíveis devem ser de fonte
aprovada, filtrada ou fervida e com potabilidade atestada em laboratório
idôneo;
V - No caso de preparos líquidos, a mistura deverá ser esfriada até a
temperatura máxima de 5°C (cinco graus Celsius) e mantida nessa temperatura
até o momento de ser congelada, o que deverá acontecer antes de passarem 72
(setenta e duas) horas;
VI - Durante o armazenamento, antes da distribuição aos pontos de vendas, os 26
gelados comestíveis deverão ser mantidos a uma temperatura de –18°C (dezoito
graus Celsius negativos). Nos pontos de vendas, a temperatura deverá ser de
no máximo – 5°C (cinco graus Celsius negativos).

Art. 134. É proibido nos estabelecimentos manter abertas as portas dos refrigeradores,
principalmente as portas do depósito de leite.

Art. 135. Guarnições a serem adicionados aos produtos prontos, tais como frutas,
coberturas, bombons, granulados entre outros, devem estar em recipientes fechados
com data de abertura ou exposição e validade. Produtos que necessitem de refrigeração
conforme descritos na embalagem original devem estar refrigerados.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XVIII
DAS FEIRAS LIVRES

Art. 136. Todos os alimentos destinados à venda, nas feiras livres, deverão estar
agrupados de acordo com a sua natureza e protegidos da ação dos raios solares,
chuvas e outras intempéries, sendo proibido tê-los diretamente sobre o solo.
Parágrafo Único - A exposição dos alimentos que a autoridade sanitária especificar,
somente será permitida em bancas ou tabuleiros devidamente protegidos e revestidos
de material resistente e impermeável, sem que venha servir de foco de contaminação
para o alimento.

Art. 137. Nas feiras livres, é permitido vender alimentos “in natura” e produtos
alimentícios de procedência comprovada, de indústria registrada assim especificada:
I - Frutas e hortaliças;
II - Galináceos, quando mantidos em gaiolas de fundo duplo móvel, de ferro
galvanizado, providas de comedouros e bebedouros metálicos;
III - Ovos devidamente inspecionados e classificados, oriundos de
estabelecimentos registrados;
IV - Aves e pequenos animais abatidos, eviscerados, originários de abatedouros
registrados e com Inspeção Federal, Estadual ou Municipal, desde que
acondicionados em veículos frigoríficos com sistema de frio próprio e contínuo
que conserve os produtos à temperatura não superior a 7°C (sete graus
centígrados), e que garantam a proteção contra poeira, insetos e contato direto
ou indireto do consumidor;
V - Massas alimentícias, cereais e produtos enlatados ou de acondicionamento
adequado, com rotulagem indicativa de sua procedência;
VI - Balas, doces ou biscoitos, quando acondicionados por unidade de peso ou
quantidade, em invólucro impermeável, transparente e fechado, devidamente
rotulado;
VII - Biscoitos a granel, acondicionados em recipientes apropriados, que só
serão abertos durante a venda;
VIII - Produtos salgados, defumados e embutidos, com especificações 27
indicativas de sua procedência;
IX - Laticínios regularmente embalados, rotulados e mantidos sob refrigeração.

Art. 138. É expressamente proibido:


I - Vender frutas descascadas, raladas ou fracionadas, bem como hortaliças
cortadas;
II - Vender ovos sujos, gretados, velhos ou anormais;
III - Abater animais de qualquer natureza.

Art. 139. É proibido expor à venda, ou manter em depósitos, frutas amolecidas,


esmagadas, bem como verduras e legumes deteriorados ou impróprios para o
consumo.

Art. 140. Aos feirantes é obrigatório:


I - Trazer em seu poder autorização da Vigilância Sanitária;
II - Usar, durante a jornada de trabalho, vestuário adequado, de cor clara;
III - Manter asseio individual e conservar limpos os tabuleiros, bancas, mesas,
veículos e demais instrumentos de trabalho, bem como a área ao seu redor;
IV - Manter protegidos os gêneros alimentícios que, de acordo com sua
natureza, necessitem de proteção contra insetos, poeiras e outros agentes
nocivos.
SEÇÃO 2
CAPÍTULO XVIII
DOS ESTABELECIMENTOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Art. 141. Para fim deste Código e demais Normas Técnicas, consideram-se
estabelecimentos de assistência à saúde aqueles destinados principalmente a promover
e proteger a saúde da população das doenças e agravos, além de prevenir e limitar os
danos por eles causados e reabilitá-los quando sua capacidade física, psíquica ou social
for afetada.

Art. 142. Os órgãos e entidades públicas e as entidades do setor privado, participantes


ou não do SUS, estão obrigados a fornecer informações à Secretaria Municipal de
Saúde na forma por ela solicitada, para fins de planejamento, de controle e avaliação de
ações e de elaboração de estatísticas de saúde.

Art. 143. Os estabelecimentos deverão possuir condições adequadas para o exercício


das ações de saúde, adotando medidas de segurança que garantam a proteção
individual e coletiva evitando os riscos aos trabalhadores, pacientes, clientes e
circunstantes.

Art. 144. Os estabelecimentos de assistência à saúde deverão possuir: 28


I - piso de material liso, resistente e impermeável;
II - paredes e teto de cor clara, revestidos de material liso, resistente e
impermeável.
Parágrafo Único - Serão aceitos outros tipos de revestimentos nos pisos, tetos e paredes
quando especificados em normas vigentes.

Art. 145. Todos os estabelecimentos de que trata esse Capítulo estarão sujeitos às ações
de fiscalização, de avaliação e controle dos procedimentos, tecnologias e equipamentos
adotados.

Art. 146. Os estabelecimentos de assistência à saúde deverão:


I - Descartar ou submeter à limpeza, desinfecção e/ou esterilização adequadas,
os utensílios, instrumentos, equipamentos, instalações físicas e roupas sujeitos
ao contato com fluido orgânico de usuário;
II - Manter utensílios, instrumentos e roupas em número condizente com o de
pessoas atendidas;
III - Adotar procedimentos adequados na geração, acondicionamento, fluxo,
transporte, armazenamento, destino final e demais questões relacionadas com
resíduos de serviços de saúde;
IV - Manter condições de ventilação e iluminação, níveis de ruído,
condicionamento do ar, acondicionamento e manipulação dos produtos
relacionados à saúde dentro dos padrões fixados em Normas Técnicas;
V - Apresentar anualmente o Plano de Gerenciamento de Resíduos e Serviços
de Saúde (PGRSS).

Art. 147. O órgão competente de vigilância sanitária da Secretaria Municipal de Saúde,


exercerá o controle e a fiscalização sobre:
I- drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos;
II- cosméticos, produtos de higiene, perfume e outros;
III- saneantes domissanitários, compreendendo: inseticidas, raticidas e
desinfetantes;
IV- outros produtos ou substâncias que interessem à saúde pública.
Parágrafo Único – Ficam adotadas as definições constantes da Legislação Federal e
Estadual próprias, bem como as normas técnicas pertinentes aos produtos e
substâncias acima citados.

Art. 148. A autoridade sanitária municipal competente terá livre acesso a qualquer
local onde haja fabrico, manipulação, beneficiamento, acondicionamento, transporte,
distribuição, embalagem, reembalagem, ou vendas dos produtos referidos no art. 147.

Art. 149. No desempenho da ação fiscalizadora, a autoridade sanitária competente


exercerá o controle e a fiscalização dos estabelecimentos em que se produzem,
manipulem e dispensem a final e a qualquer título, os produtos e substâncias citados
no art. 147, podendo colher amostras para análises, realizar apreensão daqueles que
não satisfazerem às exigências regulamentares de segurança, eficácia, qualidade e
iniquidade, ou forem utilizados inadequadamente ou dispensados ilegalmente, como 29
também, poderá interditar e inutilizar aqueles que comprovadamente põem em riscos
à saúde da população.

Art. 150. Os métodos e normas estabelecidos pelo Ministério da Saúde serão


observados pelo Município para efeito da análise fiscal.

Art. 151. Os agentes da vigilância sanitária são competentes para:


I- Colher amostras necessárias à análise fiscal de controle quando haja
delegação do Ministério da Saúde ou da Vigilância Sanitária do Estado,
lavrando o respectivo termo de apreensão;
II- Proceder às inspeções de rotinas, a fim de apurar infrações ou eventos
relacionados com a alteração dos produtos, das quais lavrarão os respectivos
termos;
III- Verificar o atendimento das condições de saúde e higiene pessoal exigidas
aos empregados que participam do processo de fabricação dos produtos;
IV- Verificar a procedência e condições dos produtos quando expostos à venda;
V- Interditar, lavrando o respectivo termo, parcial ou totalmente, os
estabelecimentos industriais ou comerciais em que se desenvolvam atividades
de indústria e comércio dos produtos a que se refere o art. 147, sejam por
observância da legislação federal pertinente ou por força de evento natural ou
sinistro que tenha modificado as condições organolépticas do produto ou as de
sua pureza e eficácia.
VI- Proceder à imediata inutilização da unidade de produto cuja alteração ou
deterioração seja flagrante e a apreensão e interdição do restante do lote para
análise fiscal;
VII- Lavrar auto de infração para início do processo administrativo.
Parágrafo Único – O processo administrativo a ser instaurado pela autoridade
competente municipal, obedecerá ao rito estabelecido na legislação federal respectiva.

Art. 152. O controle e a fiscalização de que trata esta seção, quando couber, atingirá,
inclusive, repartições públicas, entidades autárquicas, paraestatais, fundações e
associações ou instituições privadas de qualquer natureza.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XIX
DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA DAS FARMÁCIAS, DROGARIAS E
ERVANÁRIAS

Art. 153. Os estabelecimentos comerciais farmacêuticos e congêneres não poderão


funcionar em todo território da jurisdição de Eusébio sem prévia licença do órgão de
vigilância sanitária municipal competente.

Art. 154. As farmácias e as drogarias deverão contar com a assistência e


responsabilidade de um técnico legalmente habilitado, com termo de responsabilidade
do Conselho Regional de Farmácia.
§ 1º - A presença do técnico responsável será obrigatória durante todo o horário 30
de funcionamento dos estabelecimentos mencionados neste artigo.
§ 2º - Os estabelecimentos de que trata este artigo poderão manter técnico
responsável substituto, para suprir os casos de impedimentos ou ausência do
titular.

Art. 155. Para controle, escrituração e guarda de entorpecentes e de substâncias que


produzam dependência física ou psíquica, as farmácias e as drogarias deverão possuir,
também, cofre e/ou armários que ofereçam segurança, com chave, livros ou fichas para
escrituração do movimento de entrada e saídas de estoques daqueles produtos,
conforme modelos aprovados pelo órgão federal competente.

Art. 156. Será obrigatória a existência nas drogarias de um exemplar, atualizado, da


Farmacopeia Brasileira.

Art. 157. É permitido às farmácias e drogarias exercer o comércio de determinados


correlatos, como aparelhos e acessórios usados para fins terapêuticos ou de correção
estética, produtos utilizados para fins diagnósticos e analíticos, higiene pessoal ou do
ambiente, cosméticos e perfumes, produtos dietéticos, produtos óticos, de acústica
médica, odontológicos, veterinários e outros desde que observada a legislação federal
específica.
§ 1º – Para fins deste artigo as farmácias e drogarias deverão manter seções
separadas de acordo com a natureza dos correlatos e a juízo da autoridade
competente.
§ 2º – É vedada a aplicação nos próprios estabelecimentos de qualquer tipo de
aparelho mencionado neste artigo.
Parágrafo Único – Fica proibido o comércio ambulante de produtos farmacêuticos e
congêneres.

Art. 158. As farmácias e drogarias, quando houver procedimentos ambulatoriais


deverão possuir, no compartimento destinado a esse fim, lavatório com água corrente,
sabão líquido, toalha de papel, lixeira com tampa e pedal descansa braço e acessório
apropriados, autoclave ou outro equipamento capaz de, a critério da autoridade
sanitária competente, assegurar esterilização e cumprir os preceitos sanitários
pertinentes, conforme legislação vigente. O técnico responsável pela aplicação de
injeções deverá estar devidamente cadastrado no Conselho de Classe. Parágrafo Único
- As exigências, quanto ao equipamento para esterilização, a que se refere este artigo,
poderão ser dispensadas quando se faça uso exclusivo de agulhas e seringas
descartáveis, pré-esterilizadas, inutilizadas após cada aplicação.

Art. 159. As ervanárias somente poderão efetuar a dispensação de plantas e ervas


medicinais excluídas as entorpecentes.
§ 1º – Os estabelecimentos a que se refere este artigo, somente poderão
funcionar após obterem a devida licença do órgão sanitário competente, no
caso, a vigilância sanitária municipal, e sob responsabilidade de técnico
legalmente habilitado.
§ 2º – São proibidas as ervanarias negociar com objetos de ceras, colares,
fetiches e outros que relacionem com a prática de fetichismo e curandeirismo. 31
§ 3º– Os estabelecimentos a que se refere este artigo deverão possuir instalações
e equipamentos adequados para a finalidade a que se propõem.

Art. 160. Os estabelecimentos a que se refere o artigo anterior possuirão recipientes


fechados para o acondicionamento obrigatório, livres de pó e de contaminação, de
todas as plantas e partes vegetais.

Art. 161. Não será autorizado o licenciamento de Posto de Medicamentos no perímetro


urbano do município.

Art. 162. Qualquer irregularidade não prevista nos artigos a essa PARTE pertinentes,
serão utilizadas as legislações federal e estadual, conforme o caso.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XX
ESTABELECIMENTOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICO HOSPITALAR
E CONGÊNERES

Art. 163. A assistência médico-hospitalar é prestada nos seguintes estabelecimentos:


I - de assistência médica ambulatorial exclusiva;
II - de assistência médica de urgência, providos de leitos para repouso ou
observação com limitação de tempo de permanência;
III - de assistência médico-hospitalar, com leitos em regime de internação, e sem
limitação de tempo de permanência.

Art. 164. Os estabelecimentos de assistência médico-hospitalar devem atender às


exigências referentes às habitações e aos estabelecimentos de trabalho em geral
constantes deste código e de suas Normas Técnicas Especiais, além das disposições
previstas na legislação vigente.

Art. 165. Os estabelecimentos de assistência médico hospitalar deverão possuir quartos


individuais ou enfermarias exclusivas para isolamento, segundo o tipo de infecção, de
doentes ou suspeitos de serem portadores de doenças infecto - contagiosas.
Parágrafo Único - Para efeito deste artigo, os quartos ou enfermarias deverão dispor de
banheiro exclusivo.

Art. 166. As instalações sanitárias, em cada pavimento, deverão ser separadas por sexo,
com acessos independentes e adaptados para pacientes com necessidades especiais.

Art. 167. Os estabelecimentos de assistência médico-hospitalar deverão possuir


instalações que permitam a esterilização de louças e talheres.

Art. 168. Nos estabelecimentos de assistência médico hospitalar, as lavanderias


deverão dispor de instalações que permitam a desinfecção e esterilização de roupas.
Parágrafo Único - Os estabelecimentos de que trata este artigo deverão obedecer a
todas as normas de biossegurança. 32

Art. 169. Os estabelecimentos de que trata este Capítulo deverão possuir depósito
específico para resíduos de serviços de saúde, com revestimento interno de material
liso, resistente e impermeável, em dimensões mínimas proporcionais à sua produção
diária e com portas que possuam fechaduras, conforme legislação atual da ANVISA.

Art. 170. Todos os hospitais deverão possuir locais apropriados para depósito de
objetos em desuso.

Art. 171. Todo instrumental e material de uso do paciente deve estar desinfectado,
esterilizado e rotulado com validade da esterilização, sendo responsabilidade do
profissional da equipe de saúde.

Art. 172. Os serviços de saúde em estabelecimentos de assistência médico-hospitalar e


congêneres devem garantir a eficácia do processo adotado em todas as suas etapas, de
descontaminação e/ou limpeza, desinfecção ou esterilização até o armazenamento,
mediante o controle de qualidade e monitoramento dos procedimentos, equipamentos
e produtos utilizados seguindo normas vigentes.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXI
CONSULTÓRIOS, CLÍNICAS MÉDICAS, CLÍNICAS DE IMUNIZAÇÃO
HUMANA E UNIDADES DE SAÚDE
Art. 173. Os locais destinados à consultórios, clínicas médicas e unidades de saúde
deverão possuir:
I - Área específica para recepção/espera
II - Sanitário para o público (masculino e feminino)
III - Local próprio para refeições/lanches de funcionários
IV - Sanitários para funcionários

Art. 174. Os consultórios, clínicas médicas e unidades de saúde somente poderão


funcionar, depois de devidamente licenciados, sob a responsabilidade de cirurgião-
dentista, podendo manter responsável substituto, ambos legalmente habilitados, e com
termo de responsabilidade assinado perante a autoridade sanitária competente, com
pessoal técnico também legalmente habilitado.

Art. 175. Os estabelecimentos de saúde deve estar inscrito e manter seus dados
atualizados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES.

Art. 176. Esses estabelecimentos deverão possuir mobiliário adequado, aparelhos,


equipamentos, instrumentos, vasilhames, equipamentos de esterilização, lavatório com
água corrente e todos os meios necessários às suas finalidades, a critério da autoridade
sanitária competente.

Art. 177. As instalações elétricas e hidráulicas devem ser embutidas ou protegidas


externamente, para não haver depósito de sujidade em toda a sua extensão.
33
Art. 178. As instalações sanitárias deverão ser providas de vaso sanitário, lavatório em
material impermeável de fácil limpeza e coletor de lixo com tampa e pedal.

Art. 179. A limpeza deve ser realizada em todo material médico-cirúrgico:


I - deve ser feita utilizando-se os EPIs próprios para uso na sala de utilidades
(luvas de borracha resistente e de cano longo, gorro, máscara, óculos de
proteção, avental impermeável e calçados fechados);
II - o manuseio dos artigos deve ser cuidadoso para evitar acidentes
ocupacionais;
III - os instrumentos que têm mais de uma parte devem ser desmontados; as
pinças e tesouras devem ser abertas, de modo a expor ao máximo suas
reentrâncias;
IV - a limpeza deve ser realizada imediatamente após o uso do artigo. Pode-se
fazer a imersão em solução aquosa de detergente com pH neutro ou enzimático.

Art. 180. O procedimento realizado manualmente para a remoção de sujidade, deve ser
por meio de ação física.

Art. 181. Todo material de uso deve ser embalado permitindo a penetração do agente
esterilizante e proteger os artigos de modo a assegurar a esterilidade até a sua abertura
I - as embalagens devem conter a identificação dos artigos, a data da
esterilização, o prazo de validade da esterilização e o nome do responsável;
II – todas as embalagens devem conter um marcador termo físico para
comprovação do processo de esterilização;
III - todos os pacotes esterilizados devem ser manipulados o mínimo possível e
com cuidado.

Art. 182. O instrumental deve ser armazenado em local exclusivo, separado dos
demais, em armários fechados, protegido de poeira, umidade e insetos, e a uma
distância mínima de 20 cm do chão, 50 cm do teto e 5 cm da parede, respeitando-se o
prazo de validade da esterilização.

Art. 183. O local de armazenamento deve ser limpo e organizado periodicamente,


sendo verificados sinais de infiltração, presença de insetos, retirando-se os pacotes
danificados, com sinais de umidade, prazo de validade da esterilização vencido.

Art. 184. O processo de esterilização deve ser comprovado por meio de monitoramento
físico, químico e biológico. O monitoramento biológico deve ser registrado, juntamente
com a data da esterilização, lote, validade e equipamento utilizado.

Art. 185. Fica proibido, dentro do ambiente clínico, plantas, sofás, brinquedos,
ventiladores e outros objetos que não sejam passíveis de desinfecção.

Art. 186. É vedada a reutilização de artigos descartáveis.

Art. 187. Todas agulhas, sugadores e lâminas de bisturi utilizadas no atendimento 34


odontológico devem ser obrigatoriamente, descartáveis.

Art. 188. O coletor de resíduos deve ser com tampa e pedal.

Art. 189. O resíduo contaminado ou de risco biológico deverá ser manuseado o mínimo
possível e depositado em saco plástico branco leitoso identificado com risco biológico.

Art. 190. O acondicionamento deverá estar de acordo com o tipo de resíduo e


devidamente identificado.

Art. 191. Os perfurocortantes devem ser colocados em recipientes de paredes rígidas,


lacrados, com tampa e identificados como material contaminado e após acondicionado
em saco branco leitoso com características de resistência e espessura definidas. Fica
expressamente proibido o esvaziamento destes recipientes para seu reaproveitamento.

Art. 192. Resíduos comuns serão embalados em sacos plásticos para lixo domiciliar de
qualquer cor, exceto branco.

Art. 193. Deve ter abrigo de resíduos adequado para retenção temporária dos resíduos
produzidos na unidade até a coleta pública.
Art. 194. Caberá aos estabelecimentos o gerenciamento de seus resíduos sólidos desde
a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de
saúde pública.

Art. 195. A sala de vacinação, que deve conter, no mínimo:


I - pia de lavagem;
II - bancada;
III - mesa;
IV - cadeira;
V - caixa térmica de fácil higienização;
VI - equipamento de refrigeração exclusivo para guarda e conservação de
vacinas, com termômetro de momento com máxima e mínima;
VII - local para a guarda dos materiais para administração das vacinas;
recipientes para descarte de materiais perfurocortantes e de resíduos biológicos;
maca;
VIII - termômetro de momento, com máxima e mínima, com cabos extensores
para as caixas térmicas.

§ 1º Em situações de urgência, emergência e em caso de necessidade, a aplicação


de vacinas pode ser realizada no ponto de assistência ao paciente.
§ 2º O equipamento de refrigeração para guarda e conservação de vacinas deve
estar regularizado perante a Anvisa.

Art. 196. O serviço de vacinação deve realizar o gerenciamento de suas tecnologias e


35
processos conforme as atividades desenvolvidas e que contemple, minimamente:
I- meios eficazes para o armazenamento das vacinas, garantindo sua
conservação, eficácia e segurança, mesmo diante de falha no fornecimento de
energia elétrica;
II- registro diário da temperatura máxima e da temperatura mínima dos
equipamentos destinados à conservação das vacinas, utilizando-se de
instrumentos devidamente calibrados que possibilitem monitoramento
contínuo da temperatura;
III- utilização somente de vacinas registradas ou autorizadas pela Anvisa; e
IV- demais requisitos da gestão de tecnologias e processos conforme normas
sanitárias aplicáveis aos serviços de saúde.

Art. 197. O serviço de vacinação deve adotar procedimentos para preservar a


qualidade e a integridade das vacinas quando houver necessidade de transportá-las.
§ 1º - As vacinas deverão ser transportadas em caixas térmicas que mantenham
as condições de conservação indicadas pelo fabricante.
§ 2º - A temperatura ao longo de todo o transporte deve ser monitorada com o
registro das temperaturas mínima e máxima.

Art. 198. Os serviços de vacinação devem garantir atendimento imediato às possíveis


intercorrências relacionadas à vacinação.
Parágrafo Único - O serviço de vacinação deve garantir o encaminhamento ao serviço
de maior complexidade para a continuidade da atenção, caso necessário.
Art. 199. O estabelecimento que realiza serviço de vacinação deve afixar, em local
visível ao usuário, o Calendário Nacional de Vacinação do SUS, com a indicação das
vacinas disponibilizadas neste calendário.

Art. 200. A administração de vacinas em estabelecimentos privados e que não estejam


contempladas no Calendário Nacional de Vacinação do SUS somente serão realizadas
mediante prescrição médica.
Parágrafo Único - A dispensação deve necessariamente estar vinculada a
administração da vacina.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXII
ESTABELECIMENTOS DE ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA

Art. 201. Os locais destinados à assistência odontológica, tais como clínicas dentárias
(oficiais ou particulares), clínicas dentárias especializadas, clínicas modulares,
unidades odontológicas transportáveis, unidades móveis, unidades de ensino
odontológico e policlínicas dentárias populares, prontos-socorros odontológicos,
institutos odontológicos e congêneres, além das exigências referentes à habitação e aos
estabelecimentos de trabalho em geral, deverão possuir:
I- recepção com área mínima;
II- consultórios dentários;
III- água corrente e esgotos próprios em cada consultório; 36
Parágrafo Único – Estes compartimentos devem ser providos de portas, separados até
o forro por paredes ou divisões ininterruptas

Art. 202. Os estabelecimentos de assistência odontológica somente poderão funcionar,


depois de devidamente licenciados, sob a responsabilidade de cirurgião-dentista,
podendo manter responsável substituto, ambos legalmente habilitados, e com termo de
responsabilidade assinado perante a autoridade sanitária competente, com pessoal
técnico também legalmente habilitado.

Art. 203. Esses estabelecimentos deverão possuir mobiliário adequado, aparelhos,


equipamentos, instrumentos, vasilhames, equipamentos de esterilização, lavatório com
água corrente e todos os meios necessários às suas finalidades, a critério da autoridade
sanitária competente.

Art. 204. As paredes devem ser de cor clara, de material liso e laváveis, ou conforme
legislação vigente.

Art. 205. O piso da área clínica e central de esterilização deverá ser de material liso,
resistente ao uso de desinfetantes, lavável e impermeável.

Art. 206. As instalações elétricas e hidráulicas devem ser embutidas ou protegidas


externamente, para não haver depósito de sujidade em toda a sua extensão.
Art. 207. Todo o mobiliário deve ser revestido por superfície lisa, resistente, lavável,
impermeável e de fácil limpeza.

Art. 208. Nas clínicas modulares, unidades odontológicas transportáveis, unidades


móveis e unidades de ensino odontológico é obrigatória a separação física entre os
equipamentos odontológicos. Este anteparo deverá ser de material rígido, lavável e
impermeável e com as seguintes dimensões mínimas: altura: 1,50m / comprimento:
2,00m, ou conforme legislação vigente.

Art. 209. Os equipamentos, utensílios e móveis não podem estar aglomerados ou


impedindo de alguma forma o desenvolvimento do trabalho de forma ergonômica.

Art. 210. A saída externa (ralo) para onde correm os dejetos da cuspideira e do sugador
de saliva deve localizar-se fora do ambiente de atendimento aos pacientes.

Art. 211. É recomendado, nos lavatórios, o acionamento das torneiras sem o contato
direto das mãos.

Art. 212. As instalações sanitárias deverão ser providas de vaso sanitário, lavatório em
material impermeável de fácil limpeza e coletor de lixo com tampa e pedal.

Art. 213. O estabelecimento deve ser abastecido com água potável ligada a rede
pública.
Parágrafo Único - Se providos de reservatório de água (caixa d’água), a limpeza e 37
desinfecção dos mesmos deverá ser no mínimo semestral, e este procedimento deverá
ser registrado com a assinatura de quem o realizou.

Art. 214. Iluminação natural e/ou artificial adequadas para permitir boa visibilidade,
sem zonas de sombras ou contrastes excessivos, ausentes de poeira e sujidade.

Art. 215. O local deve ser ventilado natural ou artificialmente, não devendo acumular
fungos, gases, condensação de vapor e fumaça, sendo que a eliminação destes deverá
atender a legislação de proteção ambiental vigente. Havendo aparelhos
condicionadores de ar, os filtros devem ser conservados limpos e com registro de
manutenção periódica.

Art. 216. O compressor de ar quando instalado na área de atendimento deve contar


com proteção acústica e ventilação eficiente.
Parágrafo Único - O compressor deverá ser instalado fora da área dos sanitários.

Art. 217. Os consultórios e clínicas odontológicas somente poderão utilizar


equipamentos emissores de radiação ionizante desde que cumpram as exigências
previstas em legislação específica.

Art. 218. A sala em que estiver instalado o aparelho de raios X dentário deve, não
necessariamente dentro dela, permitir ao profissional afastar-se do aparelho um metro
e oitenta centímetros, no mínimo, e em sentido contrário ao do feixe útil de raios X.
Parágrafo Único - Nas salas de raios X dos consultórios dentários, quando houver
divisão leve, deve haver biombo móvel de quarenta centímetros por quarenta
centímetros, reforçado com lâmina de chumbo de um milímetro de espessura.

Art. 219. Para os aparelhos de raios X dentários, deve haver um avental plumbífero de
setenta e cinco centímetros por sessenta centímetros, com proteção equivalente a meio
milímetro de chumbo, para proteção dos pacientes, especialmente gestantes e crianças,
desde o maxilar inferior até o terço médio das coxas.

Art. 220. É de uso obrigatório, para toda a equipe de saúde bucal, os equipamentos de
proteção individual (EPI) citados a seguir:
I - luvas, sendo que a troca é obrigatória a cada paciente, e devem ser específicas
a cada procedimento: luvas cirúrgicas (estéreis), luvas para procedimentos (não
estéreis) e luvas grossas de borracha (para limpeza);
II - máscara descartável com tripla camada;
III - óculos de proteção;
IV - jaleco de manga longa com punho e cor clara;
V - gorro em procedimentos cirúrgicos.
Parágrafo Único - É obrigatória a disponibilização de óculos de proteção para o
paciente, em procedimentos que promovam a dispersão mecânica de partículas
durante o ato operatório e avental descartável.

Art. 221. Os estabelecimentos de assistência odontológica devem dispor de


instrumental necessário que seja condizente com: 38
I - o número de pacientes a ser atendidos;
II - o tipo de procedimento realizado;
III - o processo de esterilização adotado.

Art. 222. Todo instrumental e material que penetra na boca do paciente deve estar
desinfectado e esterilizado, e as pontas devem ser protegidas com barreira de proteção
de material impermeável e de uso único, sendo responsabilidade do profissional da
equipe de saúde.
I - é obrigatória a desinfecção de moldagens, devido a presença de sangue e
saliva, devendo as mesmas em caso de transporte, ser acondicionadas em
embalagens impermeáveis;
II - é obrigatório o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), máscaras,
luvas e pinça para manipular os materiais em solução;
III - o material esterilizado deve ser estocado em armário preferencialmente
fechado, limpo, seco e de acesso exclusivo da equipe de saúde bucal.
Parágrafo Único - As clínicas odontológicas, clínicas modulares e unidades de ensino
odontológico devem contar com equipamentos para esterilização, tais como autoclaves,
de acordo com a quantidade de material existente e necessidade de reprocessamento,
devendo obrigatoriamente estar fora da sala de atendimento, com ventilação direta ao
exterior.

Art. 223. A lavagem das mãos é obrigatória para toda a equipe de saúde bucal.
Art. 224. É obrigatória a utilização de sabão líquido, sendo que o dispensador deve ser
descartável ou passível de desinfecção.

Art. 225. Antes da realização de procedimentos cirúrgicos é obrigatória a utilização de


sabão líquido com antisséptico.

Art. 226. Para secagem das mãos devem ser utilizadas toalhas de papel descartável não
reciclado.

Art. 227. É vedado o uso de secadores de ar por turbilhonamento.

Art. 228. A esterilização dos artigos odontológicos deverá ser somente por utilização do
processo de calor úmido, autoclaves.

Art. 229. A limpeza deve ser realizada em todo artigo de uso odontológico:
I - deve ser feita utilizando-se os EPIs próprios para uso na sala de utilidades
(luvas de borracha resistente e de cano longo, gorro, máscara, óculos de
proteção, avental impermeável e calçados fechados);
II - o manuseio dos artigos deve ser cuidadoso para evitar acidentes
ocupacionais;
III - os instrumentos que têm mais de uma parte devem ser desmontados; as
pinças e tesouras devem ser abertas, de modo a expor ao máximo suas
reentrâncias;
IV - a limpeza deve ser realizada imediatamente após o uso do artigo. Pode-se 39
fazer a imersão em solução aquosa de detergente com pH neutro ou enzimático.

Art. 230. O procedimento realizado manualmente para a remoção de sujidade, deve ser
por meio de ação física.

Art. 231. Todo material de uso deve ser embalado permitindo a penetração do agente
esterilizante e proteger os artigos de modo a assegurar a esterilidade até a sua abertura
I - as embalagens devem conter a identificação dos artigos, a data da
esterilização, o prazo de validade da esterilização e o nome do responsável;
II - todas as embalagens devem conter um marcador termo físico para
comprovação do processo de esterilização;
III - todos os pacotes esterilizados devem ser manipulados o mínimo possível e
com cuidado.

Art. 232. O instrumental deve ser armazenado em local exclusivo, separado dos
demais, em armários fechados, protegido de poeira, umidade e insetos, e a uma
distância mínima de 20 cm do chão, 50 cm do teto e 5 cm da parede, respeitando-se o
prazo de validade da esterilização.

Art. 233. O local de armazenamento deve ser limpo e organizado periodicamente,


sendo verificados sinais de infiltração, presença de insetos, retirando-se os pacotes
danificados, com sinais de umidade, prazo de validade da esterilização vencido.
Art. 234. O processo de esterilização deve ser comprovado por meio de monitoramento
físico, químico e biológico. O monitoramento biológico deve ser registrado, juntamente
com a data da esterilização, lote, validade e equipamento utilizado.

Art. 235. Fica proibido, dentro do ambiente clínico, plantas, sofás, brinquedos,
ventiladores e outros objetos que não sejam passíveis de desinfecção.

Art. 236. Ao manipular amálgama ou restos de mercúrio devem ser adotados os


seguintes procedimentos:
I - os frascos com mercúrio e amalgamadores devem ser localizados distantes
de fontes de calor (estufa, autoclave, ar condicionado e afins);
II - quando houver derramamento acidental de mercúrio deve-se desligar
imediatamente a estufa e fechá-la, aguardando a assistência técnica para que
esta avalie e proceda sua limpeza;
III - a remoção de restaurações de amálgama deverá ser feita em blocos, sob
refrigeração abundante (água, ar-spray) e sugadores de saliva potentes;
IV - acoplado à cuspideira do equipo odontológico, deverá existir um filtro
separador de resíduos de amálgama;
V - restos mercuriais devem ser mantidos em recipientes rígidos, vedado por
tampa rosqueável, hermeticamente fechado e devidamente identificado como
risco biológico, contendo água em seu interior;
VI - o destino final deve ser coletado por empresa especializada em tratamento
de resíduos sólidos de saúde ou conforme legislação vigente.
40
Art. 237. É vedada a reutilização de artigos descartáveis.

Art. 238. Todas agulhas, sugadores e lâminas de bisturi utilizadas no atendimento


odontológico devem ser obrigatoriamente, descartáveis.

Art. 239. O coletor de resíduos deve ser com tampa e pedal.

Art. 240. O porta resíduo da mesa clínica deverá ter barreira plástica descartável a cada
paciente.

Art. 241. O resíduo contaminado ou de risco biológico deverá ser manuseado o mínimo
possível e depositado em saco plástico branco leitoso identificado com risco biológico.

Art. 242. O acondicionamento deverá estar de acordo com o tipo de resíduo e


devidamente identificado.

Art. 243. Os perfurocortantes devem ser colocados em recipientes de paredes rígidas,


lacrados, com tampa e identificados como material contaminado e após acondicionado
em saco branco leitoso com características de resistência e espessura definidas. Fica
expressamente proibido o esvaziamento destes recipientes para seu reaproveitamento.

Art. 244. Resíduos comuns serão embalados em sacos plásticos para lixo domiciliar de
qualquer cor, exceto branco.
Art. 245. Caberá aos estabelecimentos o gerenciamento de seus resíduos sólidos desde
a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de
saúde pública.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXIII
LABORATÓRIOS E OFICINAS DE PRÓTESE

Art. 246. Os laboratórios devem possuir uma área de recepção, onde será realizada a
desinfecção das moldagens, modelos e peças protéticas antes de chegarem a área
central.

Art. 247. A área de recepção deve possuir pia e bancada, vaporizador, recipientes
fechados e resistentes aos agentes de desinfecção.

Art. 248. Todos os estabelecimentos de prótese odontológica devem obrigatoriamente


funcionar na presença física de um cirurgião dentista ou um técnico em prótese dental,
inscrito junto ao Conselho Regional de Odontologia, que assume o papel de
responsável técnico pelo estabelecimento.

Art. 249. É vedado aos Técnicos em Prótese Dentária:


I - prestar, sob qualquer forma, assistência direta a clientes;
II - manter, em sua oficina, equipamento e instrumental específico de 41
consultório dentário;
III - fazer propaganda de seus serviços ao público em geral;
Parágrafo Único - Serão permitidas propagandas em revistas, jornais ou folhetos
especializados, desde que dirigidas aos cirurgiões-dentistas, e acompanhadas do
nome da oficina, do seu responsável e do número de inscrição no Conselho Regional
de Odontologia.

Art. 250. Ficam todos os técnicos em prótese dentária que atuam no município de
Eusébio obrigados a afixarem em seus laboratórios, de modo visível, informação
expressa ao consumidor, quanto à proibição legal de realizarem quaisquer
procedimentos odontológicos clínicos ou cirúrgicos a pacientes, bem como ao seu
dever de prestarem, apenas, serviços inerentes a seu mister, destinados aos dentistas,
e sob a orientação profissional destes.
Parágrafo Único - O cartaz de que trata o "caput" deverá ser impresso em campo não
inferior à área de 0,60m x 0,30m (sessenta centímetros por trinta centímetros) e
conter, obrigatoriamente, os seguintes dizeres: "Aos técnicos em prótese dentária é
terminantemente proibido o exercício da odontologia clínica e cirúrgica, cujo
desempenho profissional é de competência e responsabilidade exclusivas dos
cirurgiões-dentistas.”

Art. 251. Os estabelecimentos de prótese odontológica deverão dispor de livro ou ficha


de registro ou fichas de registro para todos os serviços executados. Nestes registros
deverão constar o nome do Cirurgião Dentista, requisitante do serviço, nome do
paciente, descrição do (s) serviço (s), materiais utilizados, data de entrada e de saída.

Art. 252. Quando um estabelecimento de prótese odontológica for anexo a um


estabelecimento de assistência odontológica a área deverá ser separada por parede ou
divisória até o teto, e com porta que impeça a comunicação direta entre ambos.

Art. 253. Os laboratórios de prótese dentária deverão ter no mínimo 10m² (dez metros
quadrados) incluindo as instalações sanitárias e recepção.

Art. 254. Os estabelecimentos mencionados nesta Seção devem dispor de lavatório com
água corrente e bancadas de material liso, resistente e impermeável.

Art. 255. O abastecimento deve ser com água potável ligada a rede pública.

Art. 256. Piso e paredes de material liso, resistente, impermeável, que possibilite a
execução de procedimentos de desinfecção e limpeza adequados, de cor clara, sem
descontinuidades tais como rachaduras ou fendas que possam abrigar sujidade.

Art. 257. As paredes não podem apresentar fendas, trincas, sinais de umidade ou mofo.

Art. 258. Iluminação artificial ou natural que permita boa visualidade.

Art. 259. Ventilação natural ou artificial não devendo acumular fungos, odores, gases 42
da condensação de vapores ou fumaça, sendo que a eliminação dos mesmos deve ser
feita sem causar danos ou prejuízo à vizinhança.

Art. 260. Todo equipamento deverá estar em perfeito estado de funcionamento e


conservação e proporcionar condições ergonômicas corretas para o operador.

Art. 261. Não é permitido manter no interior dos estabelecimentos de prótese


odontológica equipamentos de uso exclusivamente odontológico tais como cadeira
odontológica, refletor e cuspideira.

Art. 262. Equipamentos de gases combustíveis devem ser mantidos afastados de fontes
de calor e as tubulações devem seguir a legislação específica, preconizada pela ABNT.

Art. 263. Os estabelecimentos que realizam fundições e geração de pós ou vapores de


produtos químicos deverão possuir sistema de exaustão de gases localizados na fonte
geradora.

Art. 264. A instalação de extintores, oxigênio e botijões de gás, bem como dos pontos
de consumo deve atender a legislação vigente, normas da ABNT, municipais e/ou
Corpo de Bombeiros.

Art. 265. Quando dispuser de Forno Cromo e Cobalto deverá possuir chaminé para
área externa sem prejudicar a vizinhança.
Art. 266. Todos os materiais e líquidos inflamáveis devem ser acondicionados em
armários distantes de qualquer fonte de calor e perfeitamente ventilados.

Art. 267. Os laboratórios de prótese deverão funcionar dentro das condições de higiene
e assepsia preconizadas por este Código.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXIV
LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS OU DE
PATOLOGIA CLÍNICA E POSTO DE COLETA

Art. 268. Os estabelecimentos de que trata esta Seção somente poderão funcionar,
depois de devidamente licenciados, com suas especificações definidas, sob a
responsabilidade de profissionais legalmente habilitados para cada uma das
especializações, podendo manter profissional responsável substituto, com termo de
responsabilidade assinado perante a autoridade sanitária competente, e com pessoal
técnico legalmente habilitado.
Parágrafo Único - Os estabelecimentos a que se refere este artigo poderão funcionar
com mais de uma especialidade, desde que contem com pessoal legalmente habilitado
para cada uma delas, disponham de equipamentos apropriados e mantenham controle
e desempenho adequados.
43
Art. 269. Os estabelecimentos tratados nesta Seção, além das disposições anteriores,
deverão:
I - manter disponíveis registros de formação e qualificação de seus profissionais
compatíveis com as funções desempenhadas;
II - promover treinamento e educação permanente aos seus funcionários
mantendo disponíveis os registros dos mesmos;
III - manter o cartão de vacina dos profissionais atualizado, em conformidade
com a legislação vigente;
VI - realizar admissão de funcionários precedida de exames médicos em
conformidade com o PCMSO da NR-7 da Portaria TEM nº 3214 de 08/06/1978 e
Lei nº 6514 de 22/12/1977, suas atualizações ou outro instrumento legal que
venha substituí-la.

Art. 270. Os laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica e posto de coleta


devem manter atualizados e disponibilizar, a todos os funcionários, instruções escritas
de biossegurança, contemplando no mínimo os seguintes itens:
I- normas e condutas de segurança biológica, química, física, ocupacional e
ambiental;
II- instruções de uso para os equipamentos de proteção individual (EPI) e de
proteção coletiva (EPC);
III- procedimentos em caso de acidentes;
Art. 271. Os estabelecimentos de que trata o artigo anterior deverão possuir armações e
armários adequados, aparelhos, utensílios, vasilhames, vidraria apropriada e os demais
meios necessários às suas finalidades, bem como pia com água corrente, mesas com
tampo e pés de material liso, resistente e impermeável, que facilitem a limpeza e a
higiene, e seções separadas de acordo com a natureza dos exames realizados, a critério
da autoridade sanitária competente.
Parágrafo Único - Os estabelecimentos de que trata este artigo deverão obedecer a
todas as normas de biossegurança.

Art. 272. Os laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica e posto de coleta


particulares oficiais de autarquias ou de entidades de economia mista, terão livro
próprio, com termo de abertura e encerramento pela autoridade sanitária competente e
por esta devidamente rubricada, destinada ao registro de todos os resultados positivos
de exames realizados para diagnóstico de doenças de notificação compulsória,
indicando, obrigatoriamente, a data, o nome do paciente, o seu endereço completo, o
material a ser analisado e o número da ficha onde foi lançado o resultado do exame.
§ 1º - Este livro permanecerá, obrigatoriamente, no laboratório, será assinado
diariamente pelo profissional responsável ou por seu substituto legalmente
habilitado e será exibido à autoridade sanitária competente, sempre que
solicitado.
§ 2º - Nos laboratórios que possuírem sistema eletrônico de processamento de
dados, o registro em livro próprio, com as indicações obrigatórias, ao qual se
refere este artigo poderá ser feito em fitas magnéticas, que ficarão arquivadas no
local, à disposição da autoridade sanitária competente. 44

Art. 273. A direção e o responsável técnico dos laboratórios de análises clínicas ou de


patologia clínica e posto de coleta deverão planejar, implementar e garantir a
qualidade dos processos, incluindo:
I- a equipe técnica e os recursos necessários para o desempenho de suas
atribuições;
II - a proteção das informações confidenciais dos pacientes;
III - a supervisão do pessoal técnico por profissional de nível superior
legalmente habilitado durante o seu período de funcionamento;
IV - os equipamentos, reagentes, insumos e produtos utilizados para
diagnóstico de uso “in vitro”, em conformidade com a legislação vigente;
V - a utilização de técnicas conforme recomendações do fabricante
(equipamentos e produtos) ou com base científica comprovada;
VI - a rastreabilidade de todos os seus processos.

Art. 274. Quanto aos processos operacionais, os estabelecimentos citados nesta Seção
deverão:
I - disponibilizar ao paciente ou responsável, instruções escritas e/ou verbais,
em linguagem acessível, orientando sobre o preparo e coleta de amostras tendo
como objetivo o entendimento do paciente;
II - solicitar ao paciente documento de identificação para o cadastro;
III - Transportar e preservar as amostras biológicas, em recipiente isotérmico,
higienizável, impermeável, garantindo a sua estabilidade desde a coleta até a
realização do exame, identificado com a simbologia de risco biológico, com os
dizeres “Espécimes para Diagnóstico” e com nome do laboratório responsável
pelo envio;
IV - realizar contrato formal com empresas especializadas, para transporte das
amostras biológicas terceirizadas;
V - monitorar a fase analítica por meio de controle interno e externo da
qualidade;
VI - definir o grau de pureza da água reagente utilizada nas suas análises, a
forma de obtenção, o controle da qualidade;
VII - disponibilizar e arquivar os laudos pelo prazo de 5 (cinco) anos;
VIII - manter registros dos controles da qualidade, bem como procedimentos
para a realização dos mesmos.

Art. 275. Todo estabelecimento a que se refere esta Seção deverá implantar o Plano de
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) atendendo aos requisitos da
RDC/ANVISA 222/2018, suas atualizações, ou outro instrumento legal que venha
substituí-la.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXV
INSTITUTOS OU CLÍNICAS DE FISIOTERAPIA E
CONGÊNERES

Art. 276. Os institutos ou clínicas de fisioterapia são estabelecimentos nos quais são 45
utilizados agentes físicos com finalidade terapêutica, mediante prescrição médica. O
estabelecimento deverá estar sob responsabilidade do profissional legalmente
habilitado no referido Conselho Regional.
Parágrafo Único - É expressamente vedado o uso da expressão “Fisioterapia”, na
denominação de qualquer estabelecimento que não preencha as condições deste
artigo.

Art. 277. Esses estabelecimentos só funcionarão com a presença obrigatória do


profissional responsável, podendo manter profissional responsável substituto,
legalmente habilitado, com termo de responsabilidade assinado perante a autoridade
sanitária competente, para suprir os casos de ausência ou impedimento do titular.

Art. 278. Esses estabelecimentos deverão possuir instalações adequadas, aparelhos,


utensílios, vasilhames e todos os meios necessários às suas finalidades, bem como pia
com água corrente, mesas próprias com tampos e pés de material liso resistente e
impermeável, sem pontos de corrosão, para que não dificultem a higienização e a
limpeza, apresentando-se em conformidade com a legislação vigente.

Art. 279. Os institutos ou clínicas de fisioterapia e congêneres, além das disposições


referentes à instalação e estabelecimentos de trabalho, e das condições específicas
para locais dessa natureza terão:
I - sala para administração;
II - sala para exame médico quando sujeito à responsabilidade médica;
III - sanitários independentes para cada seção, separados do ambiente comum;
IV - vestiários e sanitários para colaboradores.

Art. 280. A área, a ventilação e as especificações dos pisos, forros e paredes dos locais
para fisioterapia propriamente dita, deverão obedecer às normas técnicas vigentes.

Art. 281. Em todas as placas indicativas, anúncios ou formas de propaganda dos


institutos ou clínicas de fisioterapia prevista, deverão ser mencionados com destaque
a expressão “Sob Responsabilidade Técnica”, com o nome completo do profissional
responsável e o seu número de inscrição no respectivo Conselho Regional.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXVI
ESTABELECIMENTOS VETERINÁRIOS E CONGÊNERES

Art. 282. Os hospitais, clínicas e consultórios veterinários, bem como os


estabelecimentos de pensão e adestramento, destinados ao atendimento de animais
domésticos de pequeno porte, serão permitidos dentro do perímetro urbano, em local
autorizado pela autoridade municipal, e desde que satisfeitas às exigências deste
Código e de suas Normas Técnicas Especiais.

Art. 283. Os canis dos hospitais e clínicas deverão ser individuais, localizados em
recinto fechado, providos de dispositivos destinados a evitar a exalação de odores e a
propagação de ruídos incômodos, construídos de alvenaria com revestimento 46
impermeável.
Parágrafo Único - Quando houver gaiolas, estas deverão ser de ferro pintado ou
material inoxidável, com piso removível.

Art. 284. Nos estabelecimentos de pensão e adestramento, os canis poderão ser do


tipo solário individual, devendo, neste caso, serem totalmente cercados e cobertos por
tela de arame e providos de abrigo.

Art. 285. Os canis devem ser providos de esgotos com destino adequado, dispor de
água corrente e sistema apropriado de ventilação.

Art. 286. Os jardins ou parques zoológicos, mantidas por entidades públicas ou


privadas, poderão localizar-se no perímetro urbano municipal e deverão satisfazer
aos seguintes requisitos:
I - localização aprovada pelo Poder Público Municipal;
II - jaulas, cercados, fossos e demais instalações destinadas à permanência de
aves ou animais, distanciados quarenta metros, no mínimo, das divisas dos
terrenos vizinhos e dos logradouros públicos;
III - área restante, entre instalações e divisas, somente utilizável para uso
humano;
IV - manutenção em perfeitas condições de higiene.
Art. 287. As jaulas, cercados, gaiolas e demais instalações destinadas à permanência
de animais que representem risco à integridade física dos visitantes, por sua
característica agressiva, deverão manter-se em perfeitas condições de conservação e
segurança e manufaturadas em material resistente, sujeito à aprovação das
autoridades competentes.

Art. 288. Cadáveres, carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos


provenientes de animais aos cuidados de estabelecimentos veterinários ou
congêneres, deverão ter destinação que não ofereça risco à saúde pública nem ao
meio ambiente, em conformidade com a legislação vigente.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXVII
ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS DE HIGIENE,
PERFUMES, COSMÉTICOS E CONGÊNERES

Art. 289. Os estabelecimentos que fabriquem ou manipulem drogas, medicamentos,


insumos farmacêuticos, cosméticos, produtos de higiene, perfumes, produtos
dietéticos, produtos biológicos e congêneres, que interessem à medicina e à saúde
pública, além de obedecer ao que diz respeito às habitações e aos estabelecimentos de
trabalho em geral, deverão ter:
I - locais independentes destinados à manipulação ou fabrico, de acordo com as
normas farmacêuticas;
II - local apropriado para lavagem e secagem de vidros e vasilhames; 47
III - sala para acondicionamento;
IV - local para laboratório de controle;
V - compartimento para embalagem dos produtos acabados;
VI - local para armazenamento de produtos acabados e de material de
embalagem;
VII - depósito para matéria-prima.

Art. 290. Os estabelecimentos de que trata esta Seção deverão possuir equipamentos
especiais para evitar a poluição ambiental, devidamente aprovados pelo órgão
competente.
Parágrafo Único - Fica proibido o comércio ambulante de produtos que necessitem de
responsabilidade técnica sem autorização da Vigilância Sanitária.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXVIII
DOS ESTABELECIMENTOS DE ÓPTICA

Art. 291. Além das disposições contidas na Legislação Federal e Estadual os


estabelecimentos de óptica deverão obedecer às determinações desta Lei, no que lhes
forem aplicáveis.

Art. 292. Está sujeito ao presente Código o comércio de óculos com lentes de grau e
proteção sem grau, com ou sem cor, bem como de lentes de contato.
Art. 293. Nenhum estabelecimento óptico poderá instalar e funcionar em qualquer
parte do município sem licença do órgão fiscalizador sanitário competente.
Parágrafo Único - A responsabilidade técnica de tais estabelecimentos caberá a óptico
devidamente habilitado no Conselho Regional competente.

Art. 294. Para obtenção do registro e licença, o estabelecimento de óptica deverá


possuir o livro de receituário para acompanhamento e controle de rotinas exigido pela
autoridade competente para fins de transição do receituário.

Art. 295. Para o licenciamento dos estabelecimentos de óptica será necessário o


requerimento do responsável técnico e apresentação do documento hábil,
comprobatório de constituição e legalização da entidade, independente de outros
documentos a serem exigidos pela Vigilância Sanitária.

Art. 296. Estes estabelecimentos não poderão utilizar quaisquer instalações ou


aparelhos destinados a exame oftalmológico, ter consultório em qualquer de suas
dependências e nem afixar cartazes de propaganda de procedimentos, médicos ou de
profissionais afins.

Art. 297. Ao profissional médico e/ou optometrista será proibida a indicação de


estabelecimentos para o aviamento de suas prescrições nas receitas, sendo que a
colocação de lentes de contato em pacientes é de competência exclusiva do médico
oftalmologista. 48

Art. 298. Os técnicos em óptica e optometria não podem realizar exames, consultas e
prescrever lentes

Art. 299. As filiais ou sucursais dos estabelecimentos ópticos são considerados como
estabelecimentos autônomos, aplicando-lhes para efeito de licenciamento e fiscalização
as exigências contidas nos artigos anteriores.

Art. 300. Cabe ao profissional responsável pelo estabelecimento licenciado:


I - a substituição por lentes iguais de lentes corretoras danificadas, a venda de
óculos de proteção, substituições, o conserto e a adaptação das armações de
óculos e lentes;
II - assinar diariamente o livro de registro de receituário;
III - não exercer nenhum tipo de interferência e/ou procedimento invasivo ao
globo ocular, cabendo somente ao profissional médico do paciente esta
atribuição.

Art. 301. Os estabelecimentos que industrializem ou comercializem lentes oftálmicas,


além das disposições referentes à instalação e estabelecimentos de comercialização das
referidas lentes, deverão conter compartimentos separados por paredes ou divisões
ininterruptas até o forro de cor clara e destinados a:
I - mostruário e venda;
II - laboratório.
SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXIX
INSTITUTOS E CLÍNICAS DE BELEZA SOB
RESPONSABILIDADE MÉDICA

Art. 302. Os institutos e clínicas de beleza sob responsabilidade médica destinam-se


exclusivamente a tratamento com finalidade estética, envolvendo atividades que só
podem ser exercidas por profissionais legalmente habilitados.
Parágrafo Único - Os estabelecimentos a que se refere este artigo só funcionarão com a
presença obrigatória do médico responsável, podendo manter médico responsável
substituto, legalmente habilitado, com termo de responsabilidade assinado perante a
autoridade sanitária competente, para suprir os casos de ausência ou impedimento do
titular.

Art. 303. Esses estabelecimentos deverão possuir mobiliário adequado, aparelhos,


vasilhames e todos os meios necessários às suas finalidades, pia com água corrente,
mesas próprias, com tampos e pés de material liso, resistente e impermeável, que não
dificultem a higiene e a limpeza.

Art. 304. O local para instalação dos institutos e clínicas de beleza sob responsabilidade
médica, além das disposições referentes à habitação e estabelecimentos de trabalho em
geral, deverão satisfazer mais as seguintes exigências:
I - Piso de material liso, resistente e impermeável, paredes de cor clara, 49
resistente e impermeável, de material aprovado pela autoridade sanitária;
II - Forros de cor clara;
III - compartimentos separados até o forro por paredes e divisões ininterruptas
de cor clara e destinados a:
a) recepção;
b) consultas;
c) atividades fins;

Art. 305. Em todas as placas indicativas, anúncios ou forma de propaganda dos


estabelecimentos de beleza aqui previstos, deverá ser mencionado com destaque a
expressão “Sob Responsabilidade Médica”, com o nome completo do médico
responsável e o seu número de registro no Conselho Regional de Medicina.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXX
INSTITUTOS DE BELEZA SEM RESPONSABILIDADE MÉDICA,
SALÕES DE BELEZA, CABELEIREIROS,
BARBEARIAS E CONGÊNERES

Art. 306. Os locais em que se instalarem institutos de beleza sem responsabilidade


médica, cabeleireiro, barbearia, depilação (exceto depilação a laser), manicure e
pedicure, podologia, estética facial, estética corporal, massagem relaxante, banho de
ofurô, drenagem linfática, massagem estética e outras atividades similares estarão
sujeitos às normas gerais e específicas de edificações, sejam federais, estaduais e
municipais vigentes; às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
em sua especificidade; as normas técnicas específicas de engenharia e arquitetura, com
a adoção de procedimentos que garantam a segurança do trabalhador e do usuário.

Art. 307. O responsável legal responderá administrativamente por todos os atos


praticados, por ele ou por seus funcionários, no interior de seu estabelecimento.

Art. 308. Estes estabelecimentos deverão ter identificação externa visível, entrada com
acesso fácil.

Art. 309. O ambiente destinado à recepção/sala de espera, deverá ser de fácil acesso,
com ventilação e iluminação que garantam conforto térmico ao usuário. Neste
ambiente, deverá ser disponibilizado ao usuário água potável e copos descartáveis,
além de coletor para lixo com saco plástico.

Art. 310. As paredes e teto do estabelecimento deverão ser revestidos ou pintados com
material liso, resistente e impermeável, piso de material antiderrapante, resistente,
impermeável e de fácil higienização.

Art. 311. A iluminação e ventilação deverão ser natural e/ou artificial de forma a
proporcionar adequadas condições de segurança e conforto.

Art. 312. O ambiente destinado ao processamento de artigos deverá dispor de pia com 50
bancada para limpeza de materiais e bancada para o preparo, desinfecção ou
esterilização de materiais.
Parágrafo Único - Quando não houver sala para processamento de material, esta
atividade poderá estar localizada em uma área dentro da sala de procedimentos.

Art. 313. Os estabelecimentos deverão disponibilizar área específica para guarda de


materiais esterilizados dotada de armário exclusivo fechado, limpo e livre de umidade,
bem como área específica para materiais limpos e instrumentais não esterilizados, que
deverão ser acondicionados em recipiente fechado, limpo e livre de umidade.

Art. 314. O estabelecimento deverá disponibilizar local adequado para refeições, e não
poderá ter comunicação direta com postos de trabalho, instalações sanitárias ou locais
insalubres, tendo no mínimo piso revestido com material resistente, liso e
impermeável; pia com bancada, armário para guarda de alimentos e utensílios,
geladeira exclusiva para guarda de alimentos e equipamento para aquecimento de
alimentos.

Art. 315. No caso de preparo de alimentos, o estabelecimento fica obrigado a instalar


cozinha, de acordo com a legislação específica.

Art. 316. O DML (Depósito de Material de Limpeza) deverá ser dotado de tanque/pia
para higienização de materiais usados no processo de limpeza das superfícies dos
estabelecimentos e para o descarte das águas servidas.
Art. 317. Quando o estabelecimento realizar processamento de roupas, deverá
disponibilizar área exclusiva para lavanderia e dispor de máquina lavadora, sendo
vetado a lavagem manual de roupas utilizadas por clientes.

Art. 318. Os estabelecimentos de que trata este regulamento, deverão dispor de


equipamentos e mobiliário adequados, mantidos higienizados e em condições
ergonômicas aceitáveis. Os móveis e equipamentos como cadeiras, armários, macas e
colchões deverão ser revestidos de material resistente, impermeável e de fácil
higienização.

Art. 319. Os serviços de cabeleireiro deverão ser dotados de no mínimo 01 (um)


lavatório de cabelos, com água corrente e mecanismo ajustável de temperatura.

Art. 320. Os estabelecimentos de que trata esta Seção deverão ser providos de
reservatório de água potável, com capacidade suficiente à sua demanda diária,
devendo ser limpo e desinfectado a cada 06 (seis) meses. A limpeza e desinfecção
deverá ser registrada em formulário específico contendo data, método de lavagem,
produto utilizado e assinatura do responsável pelo procedimento.
Parágrafo Único - O reservatório de água potável deve ser isento de rachaduras, com
tampa, permitindo o fácil acesso para inspeção e limpeza, além de possibilitar o
esgotamento total.

Art. 321. A água de abastecimento deverá atender aos padrões de potabilidade previsto 51
na legislação pertinente, confirmados através de análises bacteriológica e físico-química
a serem realizadas anualmente.

Art. 322. O esgoto sanitário e as águas residuais deverão ter como destinação final a
rede coletora de esgotos ou sistemas individuais de esgotamento sanitário, sendo
vetado o lançamento no sistema de coleta de águas pluviais.

Art. 323. O sistema de caixas de gordura e de passagem deverão ter manutenção


periódica, evitando incrustações ou extravasamentos.

Art. 324. Para escoamento da água de lavagem de pisos, o estabelecimento deverá


dispor de sistema de ralos instalados em pontos estratégicos, com fecho hídrico e
tampa, devidamente interligado ao sistema de esgotamento sanitário.

Art. 325. Todos os resíduos sólidos produzidos no estabelecimento deverão ser


acondicionados em sacos plásticos com simbologia de substância infectante quando se
tratar de lixo contaminado ou sacos sem simbologia, para lixo comum. Este
acondicionamento se dará em recipientes coletores providos de tampa, de material liso
e resistente, sem arestas, de forma a permitir a adequada lavagem diária.

Art. 326. As ceras para depilação devem ser fracionadas em porções suficientes para
cada cliente, sendo vetado a reutilização de sobras de ceras ou de qualquer outro
produto químico.
Art. 327. Sobras de ceras para depilação e outros produtos químicos deverão ser
descartados de acordo com legislação específica.

Art. 328. Os resíduos perfurantes ou cortantes deverão ser acondicionados previamente


em recipiente rígido, estanque, vedado e identificado pela simbologia do produto
infectante.

Art. 329. Os resíduos sólidos deverão ser depositados, após embalados, em local
apropriado, protegidos contra acesso de roedores e outros animais, fora da área de
atendimento, enquanto aguardam o recolhimento.

Art. 330. Não será permitido o acúmulo, em locais impróprios, de detritos que
possibilitem a proliferação de vetores.

Art. 331. Os estabelecimentos de que trata esta Seção deverão instituir rotinas de
desinsetização e desratização.

Art. 332. Os proprietários dos estabelecimentos deverão capacitar e manter registro


atualizado de treinamento dos funcionários contendo data, carga horária, nome e
formação do instrutor, conteúdo, nome e assinatura do funcionário.

Art. 333. Os estabelecimentos de que trata esta Seção deverão elaborar e tornar
disponíveis aos funcionários Manual de Procedimentos Operacionais, contendo rotinas 52
de procedimentos técnicos, biossegurança e medidas de controle de transmissão de
doenças. Este Manual deverá ser atualizado anualmente.

Art. 334. Os profissionais dos estabelecimentos de que trata esta Seção devem
comprovar conhecimento básico em controle de infecção, processamento de artigos e
superfícies, biossegurança e gerenciamento de resíduos, com carga horária mínima de
20 (vinte) horas, realizado por profissional habilitado.

Art. 335. Os profissionais que realizam procedimentos onde são utilizados materiais
perfurocortantes devem ser vacinados contra hepatite B e tétano sem prejuízo de
outras que forem necessárias.
Parágrafo Único - Os trabalhadores que utilizarem objetos perfurocortantes devem ser
os responsáveis pelo seu descarte, sendo vetado o reencape de agulhas.

Art. 336. O mobiliário deverá estar em condições ergonômicas adequadas e permitir a


adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto e segurança.

Art. 337. Deverão ser disponibilizados equipamentos de proteção individual (EPI) aos
funcionários (óculos, máscaras, luvas e jalecos), de acordo com as funções exercidas em
número suficiente, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição.
Art. 338. Fica proibido aos funcionários, o ato de fumar, o uso de adornos durante os
procedimentos, bem como a guarda e consumo de alimentos em locais não destinados
para este fim.

Art. 339. Todos os produtos de interesse à saúde em uso ou armazenados no


estabelecimento deverão obrigatoriamente estar dentro do prazo de validade e
obedecer a legislação específica quanto ao registro no órgão competente.

Art. 340. Os produtos químicos, saneantes e domissanitários que forem submetidos a


fracionamento ou diluição deverão ser acondicionados em recipientes devidamente
identificados, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição
química, sua concentração, data de envase e de validade, e nome do responsável pela
manipulação ou fracionamento.

Art. 341. O fracionamento a que se refere o item anterior deverá ser de acordo com as
especificações contidas no rótulo do fabricante.

Art. 342. É vetado o procedimento de reutilização das embalagens de produtos


químicos.

Art. 343. Os estabelecimentos que oferecem serviços de cabeleireiros e congêneres


ficam obrigados a afixarem em local visível ao público cartaz com os seguintes dizeres:
“O FORMOL É CONSIDERADO CANCERÍGENO PELA OMS (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DE SAÚDE). QUANDO ABSORVIDO PELO ORGANISMO POR 53
INALAÇÃO E, PRINCIPALMENTE, PELA EXPOSIÇÃO PROLONGADA,
APRESENTA COMO RISCO O APARECIMENTO DE CÂNCER NA BOCA, NAS
NARINAS, NO PULMÃO, NO SANGUE E NA CABEÇA”.

Art. 344. Os equipamentos e instrumentais deverão ser disponibilizados em


quantidade suficiente para atender a demanda do estabelecimento respeitando os
prazos para limpeza, desinfecção ou esterilização dos mesmos.

Art. 345. Os instrumentais deverão ser higienizados, desinfectados ou esterilizados de


acordo com as finalidades propostas e a legislação pertinente.

Art. 346. Os equipamentos destinados à esterilização de materiais deverão ter registro


para este procedimento no órgão competente.

Art. 347. Após os processos de limpeza, desinfecção e esterilização os artigos deverão


ser acondicionados em recipiente limpo e protegido.

Art. 348. No processo de esterilização é obrigatório o acondicionamento dos artigos em


invólucros adequados à técnica empregada, devendo constar na embalagem a data de
esterilização.

Art. 349. Os estabelecimentos deverão realizar controle de qualidade do processo de


esterilização de acordo com legislação específica.
Art. 350. Os artigos utilizados em procedimentos estéticos e de embelezamento
deverão ser submetidos aos processos de limpeza, desinfecção e esterilização, de
acordo com o estabelecido em legislação específica. Estes artigos quando em contato
com sangue ou secreções deverão ser esterilizados ou descartáveis.

Art. 351. As lâminas para barbear são de uso único ficando vetado o seu
reprocessamento, devendo ser descartadas como material perfurocortante.

Art. 352. É obrigatório a utilização de material descartável para proteção de macas e


bacias de manicure e pedicure. Também são consideradas de uso único lixas para
unhas e pés, palitos e espátulas de madeira e esponjas para higienização ou esfoliação
da pele.

Art. 353. Os equipamentos deverão possuir registro no órgão competente, sendo


observadas suas restrições de uso. Os proprietários deverão instituir manutenção
preventiva e corretiva de equipamentos, mantendo os registros atualizados.

Art. 354. A higienização dos aparelhos de ventilação artificial deverá atender as


orientações do fabricante quando se tratar de aparelho individual ou seguir normas
técnicas específicas para centrais de ar condicionado.

Art. 355. O estabelecimento deverá manter refrigerador exclusivo para guarda de


produtos que necessitam ser mantidos sob refrigeração, com termômetro e registro 54
diário de temperatura. É vetado o armazenamento em refrigerador de guarda de
alimentos.

Art. 356. As roupas limpas do estabelecimento deverão ser acondicionadas em sacos


plásticos ou recipientes fechados, sendo trocadas a cada cliente.

Art. 357. O acondicionamento de roupas sujas deverá ser feito em recipiente plástico
com tampa.

Art. 358. Os materiais que entrarem em contato com o couro cabeludo como escovas,
pentes e outros utensílios deverão ser limpos após cada cliente.

Art. 359. É vetada aos profissionais que realizam os procedimentos de estética e


embelezamento a prescrição e administração de quaisquer medicamentos por qualquer
via de administração tópica, oral, injetável e outras aos seus clientes.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXXI
ESTÚDIOS DE TATUAGEM E BODY PIERCING

Art. 360. Para efeitos desta Seção, são adotadas as seguintes definições:
I - Arte corporal: forma de adorno ou decoração permanente ou
semipermanente do corpo, realizada por profissional por meio de técnicas
distintas, como tatuagem, body piercing e assemelhados;
II - Piercer: pessoa capacitada para a prática de colocação de body piercing;
III - Piercing: adorno que decora o corpo humano, por meio da penetração de
pele, mucosa ou outros tecidos corporais;
IV - Prática de piercing: procedimento invasivo consistente na perfuração de
pele, mucosa ou outros tecidos do corpo humano, exceto o lóbulo da orelha,
com o propósito de inserir um adorno decorativo;
V - Prática de tatuagem: procedimento invasivo de decoração corporal
consistente na realização de técnica de caráter estético, com o objetivo de
pigmentar a pele por meio da introdução de substâncias corantes, com o uso de
agulhas ou dispositivos com igual finalidade;
VI - Tatuador: pessoa capacitada para a realização de tatuagem no corpo
humano;
VII - tatuagem: marca indelével, símbolo, figura ou desenho decorativo feitos
pela introdução de pigmentos na camada intradérmica da pele.

Art. 361. Para a exploração comercial da atividade, será necessária a obtenção da


Alvará sanitário expedido pela Vigilância Sanitária Municipal.

Art. 362. Os estabelecimentos deverão possuir prontuário de atendimento ao cliente, no


qual constarão os seguintes dados: identificação completa, endereço, tipo de
procedimento realizado e anotações de acidentes ou reações adversas. 55

Art. 363. Os estabelecimentos deverão ser dotados de áreas de procedimento com piso
e paredes laváveis, área de esterilização e área de recepção.
Parágrafo Único - É proibido fumar, comer, beber, manter plantas, alimentos, bebidas,
animais, medicamentos de uso pessoal, bem como pessoas alheias às atividades, nas
áreas de procedimento e esterilização.

Art. 364. Fica proibida a realização de tatuagens, aposição de body piercing e similares
em locais considerados inadequados.
Parágrafo Único - Consideram-se inadequados os locais:
I - A céu aberto;
II - Onde não sejam garantidas as condições básicas de
higiene para realização do procedimento e em desacordo com as
normas de vigilância sanitária;
III - Com pouca ventilação e iluminação;
IV - Considerados insalubres;
V - Residências, sótãos e porões de edifícios.

Art. 365. Os resíduos produzidos pelos estabelecimentos voltados à prática de


tatuagens e piercings devem ser acondicionados e descartados conforme as
especificações da legislação sanitária em vigor.
Art. 366. Todo equipamento e material utilizado na execução de procedimentos
inerentes à prática de tatuagem e piercing deverá ser limpo e esterilizado, em
conformidade com o preconizado pelo Manual de Processamento de Artigos e
Superfícies em Estabelecimentos de Saúde, do Ministério da Saúde, ou conforme
legislações vigentes.

Art. 367. Os piercings deverão ser constituídos de materiais inertes, reconhecidamente


aptos para implantes subcutâneos e que confiram qualidade mínima que evite o risco
de reações alérgicas.

Art. 368. Os materiais destinados à execução dos procedimentos e os produtos para


higienização do ambiente deverão ser acondicionados em armários próprios e
adequados.

Art. 369. As tintas utilizadas no procedimento de tatuagens devem ser fabricadas


especificamente para esse fim, atóxicas, com registro no órgão competente e dentro do
prazo de validade.
§ 1º - As tintas devem ser fracionadas para cada cliente,
devendo ser desprezadas as sobras.
§ 2º - A região do equipamento que entrar em contato com a pele do cliente não
poderá ter contato com a tinta da embalagem original.
§ 3º - Todos os demais produtos utilizados nos procedimentos de tatuagem
deverão estar registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Art. 370. O responsável pelo procedimento deverá participar de curso de capacitação, 56
aprovado pelo órgão competente, e ter nível de conhecimento suficiente para a
realização de uma ação efetiva em caso de risco à saúde.

Art. 371. O tatuador ou piercer deverá informar ao cliente, por escrito, mediante termo
de ciência, os riscos que envolvem o procedimento e os cuidados pós-aplicação, além
das dificuldades técnico-científicas que pode acarretar sua posterior remoção.
Parágrafo Único - O termo de ciência a que se refere o caput deverá ser anexado ao
prontuário do cliente.

Art. 372. É proibido aos tatuadores e piercers prescrever medicamentos tópicos ou


sistêmicos e administrar anestésicos injetáveis.

Art. 373. Antes de iniciado o procedimento, é obrigatória a assepsia do local sobre o


qual será aplicada a tatuagem ou colocado o piercing e similares, bem como das mãos
do tatuador, que, além disso, deverá utilizar equipamentos de proteção individual,
luvas, máscara, óculos e avental descartáveis.
Parágrafo Único - Para a execução dos procedimentos, o profissional deverá tomar os
cuidados comuns aos procedimentos de tatuagens e piercings e terá de realizar na
frente dos clientes os procedimentos de higienização como lavar as mãos, colocar
luvas, limpar o ambiente e forrar a maca ou cadeira com lençol descartável.

Art. 374. Para fins do que dispõe esta Seção, o estabelecimento deverá contar com
autoclave para a esterilização de artigos e instrumentais, material de primeiros
socorros, solução antisséptica e duas pias, uma para a higienização das mãos e outra
exclusivamente para a limpeza do instrumental antes do processo de esterilização.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXXII
ACADEMIAS DE GINÁSTICA

Art. 375. As academias de ginástica só funcionarão com a presença obrigatória do


profissional responsável legalmente habilitado, podendo manter profissional
responsável substituto, legalmente habilitado, com termo de responsabilidade assinado
perante a autoridade sanitária competente, para suprir os casos de ausência ou
impedimento do titular.
Parágrafo Único - Além dos responsáveis técnicos as academias deverão possuir
equipamentos e mobiliários em perfeitas condições de higiene e uso, não sendo
permitido neles, ferrugens, incrustações ou qualquer dano que possa prejudicar a
saúde dos usuários.

Art. 376. A área, a ventilação e as especificações dos pisos, forros e paredes dos locais
para ginástica propriamente dita, deverão obedecer às normas técnicas vigentes.

Art. 377. Na área de atividade aquática o piso deve ser antiderrapante ou de material
similar, com revestimento em perfeito estado de conservação, livre de rachaduras e
irregularidades.
57
Art. 378. O revestimento interno e externo da piscina deve estar livre de trincas,
rachaduras e outras deformações.

Art. 379. Os equipamentos do sistema de água como bombas, aquecedores de água,


filtros e outros, deverão estar em perfeito estado de conservação e funcionamento.

Art. 380. O material de apoio às atividades de uso em piscina deve estar em perfeito
estado de conservação, sem perfuração, rachaduras e bolor ou fungo.
Parágrafo Único - O material de apoio às atividades de uso em piscina será mantido,
após o uso, em local apropriado, arejado e livre de contato com umidade.

Art. 381. O estabelecimento realizará o controle de qualidade da água, incluindo as


medições de cloro, pH e temperatura da água e ambiente, com periodicidade mínima
de 12 horas, mantendo o registro destas verificações para comprovação.

Art. 382. Os aparelhos apresentam-se em perfeito estado de conservação, higiene e


segurança, livres de ferrugem e amassamentos, aprumados, devidamente fixados no
chão e/ou paredes, lubrificados, em suas partes móveis. O material de apoio
complementar tais como anilhas, barras, cordas também devem estar em perfeito
estado de conservação.

Art. 383. Os aparelhos e equipamentos são distribuídos de forma a permitir uma


segura e livre circulação, entre si e de fácil acesso, tendo uma de suas faces
inteiramente livres. O material de apoio complementar tais como anilhas, barras,
cordas são acondicionados adequadamente.

Art. 384. Os colchões e macas devem ter revestimento com plástico impermeável e
íntegro, sem estar rasgado ou furado. Estes colchões, macas e outros, que têm contato
direto com o corpo do cliente, serão limpos após cada uso. Pode ser feita limpeza com
água e sabão ou desinfecção com álcool à 70%.

Art. 385. Os banheiros possuem pias completas providas de água corrente, toalhas
descartáveis, sabonete líquido e lixeira com tampa. Possui vestiários masculinos e
femininos, dotados de chuveiros, sanitários e pias. As peças sanitárias devem estar em
perfeito estado de conservação.

Art. 386. Os espelhos apresentam-se íntegros, e sem defeito de acabamento e


visualização e possuem suas extremidades protegidas por estrutura específica.

Art. 387. As quadras para esportes coletivos encontram-se em perfeito estado de


conservação, livre de rachaduras, desníveis, ondulações, ou depressões, são de material
antiderrapante ou rugoso, mantendo os seus acessórios como traves, tabelas, suportes e
outros, livres de ferrugem, amassamentos e saliências cortantes e perfurantes ou que
ofereçam riscos aos clientes.

Art. 388. Os campos e canchas, com piso de material sintético sobreposto a piso rígido
ou flexível e que não possuam as extremidades levantadas ou que crie condições de 58
insegurança por deslocamento.
Parágrafo Único - Os campos ou canchas, de piso de material orgânico natural, grama
ou areia e outros, devem apresentar boas condições de higiene, aparados e livres de
defeitos que possam causar danos aos clientes.

Art. 389. Nos espaços onde existem alambrados ou cerca de proteção, os mesmos
devem estar a uma distância mínima necessária, permitindo a circulação e segurança
dos clientes. As instalações estão devidamente esticadas e livres de fendas, buracos ou
saliência que possam comprometer a segurança e conforto.

Art. 390. O estabelecimento de que trata esta Seção terá entrada independente, não
podendo suas dependências serem utilizadas para outros fins, nem servir de passagem
para outro local.

Art. 391. Além de obedecer ao que diz respeito às habitações e aos estabelecimentos de
trabalho em geral, as academias de ginástica cumprirão as exigências de outras
legislações pertinentes.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXXIII
NECROTÉRIOS E FUNERÁRIAS
Art. 392. Os necrotérios e funerárias deverão ser convenientemente ventilados e
iluminados.

Art. 393. Os necrotérios deverão ter, pelo menos:


I - Sala de necropsia paredes revestidas até a altura de dois metros, no mínimo,
e piso de material liso, resistente, impermeável e lavável; devendo contar pelo
menos, com:
a) mesa para necropsia, de formato que facilite o
escoamento de líquido, feita ou revestida de material liso, resistente,
impermeável e lavável;
b) lavatório ou pia com água corrente e dispositivo que permita a lavagem
das mesas de necropsia e do piso;
c) piso dotado de ralo;
II - câmara frigorífica para cadáveres;
III - sala de recepção e espera;
IV - instalações sanitárias distintas para cada sexo.

Art. 394. As funerárias deverão ter, pelo menos:


I - sala de vigília;
II - sala de descanso e espera proporcional ao número de salas de vigília;
III - instalações sanitárias distintas para cada sexo;
IV - bebedouro, fora das instalações sanitárias e das salas de vigília;
Parágrafo Único - São permitidas copas em locais adequadamente situados.
59
SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXXIV
CEMITÉRIOS

Art. 395. Os cemitérios serão construídos em áreas elevadas, na contra vertente das
águas que possam alimentar poços e outras fontes de abastecimento.
Parágrafo Único - Em caráter excepcional, serão tolerados, a juízo da autoridade
sanitária, cemitérios em regiões planas.

Art. 396. Deverão ser isolados, em todo o seu perímetro, por logradouros públicos ou
outras áreas abertas, com largura mínima de quinze metros, em zonas abastecidas por
redes de água, e de trinta metros, em zonas não providas de redes de água.

Art. 397. O nível dos cemitérios deverá ser suficientemente elevado, de maneira a
assegurar que as sepulturas não sejam inundadas.

Art. 398. Os projetos de cemitérios deverão ser acompanhados de estudos


especializados, comprovando a adequabilidade do solo e o nível do lençol freático.

Art. 399. Nos cemitérios, deverá haver, pelo menos:


I - local para administração e recepção;
II - sala de necropsia, atendendo aos requisitos exigidos neste Código;
III - depósito de materiais e ferramentas;
IV - vestiários e instalação sanitária para empregados;
V - instalações sanitárias, para o público, separadas para cada sexo.

Art. 400. Nos cemitérios pelo menos vinte por cento de suas áreas serão destinadas à
arborização ou ajardinamento.
§ 1º - Os jardins sobre jazigos não serão computados para os efeitos deste artigo.
§ 2º - Nos cemitérios-parque poderá ser dispensada a destinação da área
mencionada neste artigo.

Art. 401. Os vasos ornamentais devem ser preparados de modo a não conservarem
água, a fim de evitar a proliferação de insetos.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXXV
DAS EMPRESAS DEDETIZADORAS

Art. 402. As empresas especializadas em dedetização somente poderão funcionar,


depois de devidamente licenciadas junto à autoridade sanitária.

Art. 403. A contratação de prestação de serviço de controle de vetores e pragas urbanas 60


somente pode ser efetuada com empresa especializada.

Art. 404. As empresas especializadas em dedetização deverão ter um responsável


técnico devidamente habilitado para o exercício das funções relativas às atividades
pertinentes ao controle de vetores e pragas urbanas, devendo apresentar o registro da
empresa junto ao respectivo Conselho Regional.

Art. 405. O responsável técnico deverá ser habilitado em uma das seguintes áreas:
biologia, engenharia agrônoma, engenharia florestal, engenharia química, farmácia,
tecnologia em saneamento ambiental, medicina veterinária e química.
§ 1° - Considera-se habilitado para a atividade de responsabilidade técnica, o
profissional que possua comprovação oficial da competência para exercer tal
função, emitida pelo seu conselho profissional.
§ 2° - A empresa especializada deve possuir registro junto ao conselho
profissional do seu responsável técnico.

Art. 406. As instalações da empresa especializada são de uso exclusivo, sendo vedada a
instalação do estabelecimento operacional em prédio ou edificação de uso coletivo, seja
comercial ou residencial, atendendo às legislações relativas à saúde, segurança, ao
ambiente e ao uso e ocupação do solo urbano.
Art. 407. A empresa especializada deve ter letreiro em sua fachada indicando seu nome
de fantasia, os serviços prestados e o número do alvará sanitário.

Art. 408. Somente poderão ser utilizados os produtos desinfetantes devidamente


registrados no Ministério da Saúde e o responsável técnico responde pela sua
aquisição, utilização e controle.

Art. 409. Todos os procedimentos de preparo de soluções, a técnica de aplicação, a


utilização e manutenção de equipamentos deverão estar descritos e disponíveis na
forma de Procedimentos Operacionais Padronizados.

Art. 410. Os veículos para transporte dos produtos desinfetantes e equipamentos


deverão ser dotados de compartimento que os isolem dos ocupantes.

Art. 411. O transporte dos produtos e equipamentos não poderá ser feito em veículos
coletivos.

Art. 412. Quando aplicável, as embalagens dos produtos desinfetantes, antes de serem
descartadas, devem ser submetidas à tríplice lavagem, devendo a água ser aproveitada
para o preparo de calda ou inativada conforme instruções contidas na rotulagem.

Art. 413. A empresa especializada fica obrigada a devolver as embalagens, no prazo


máximo de um ano da data de compra dos respectivos produtos, aos estabelecimentos
onde foram adquiridas, ou em postos ou centrais de recebimento por eles conveniados 61
e previamente licenciados pelo órgão estadual competente.

§ 1° - Caso essa devolução não ocorra, a responsabilidade pelo destino passa a


ser da empresa especializada que deve guardar os comprovantes da referida
destinação.
§ 2° - O estabelecimento que as receber deve fornecer à empresa especializada
documento comprobatório de recebimento das embalagens.

Art. 414. A empresa especializada deve fornecer ao cliente o comprovante de execução


de serviço contendo, no mínimo, as seguintes informações:

I – nome do cliente;
II – endereço do imóvel;
III – praga(s) alvo;
IV – data de execução dos serviços;
V – prazo de assistência técnica, escrito por extenso, dos serviços por praga(s)
alvo;
VI – grupo(s) químico(s) do(s) produto(s) eventualmente utilizado(s);
VII – nome e concentração de uso do(s) produto(s) eventualmente utilizado(s);
VIII – orientações pertinentes ao serviço executado;
IX – nome do responsável técnico com o número do seu registro no conselho
profissional correspondente;
X – número do telefone do Centro de Informação Toxicológica; e
XI – identificação da empresa especializada prestadora do serviço com: razão
social, nome fantasia, endereço, telefone e números das licenças sanitária e
ambiental com seus respectivos prazos de validade.

Art. 415. Sem prejuízo do disposto no artigo 58, §2º, da Lei nº 6.360, de 23 de setembro
de 1976, toda e qualquer forma de propaganda de empresa especializada deve conter
claramente a identificação dela nos órgãos licenciadores competentes, bem como o
número de sua licença, bem como observado as seguintes proibições:

I – não provocar temor, angústia ou utilizar expressões ou imagens sugerindo


que a saúde das pessoas será ou poderá ser afetada por não usar produtos ou
prestação de serviço de controle de vetores e pragas urbanas;

II – não publicar mensagens tais como: “Aprovado”, “Recomendado por


especialista”, “Demonstrado em ensaios científicos”, “Publicidade aprovada
pela Vigilância Sanitária”, “Ministério da Saúde” ou órgão congênere Estadual,
Municipal e Distrital, exceto nos casos especificamente determinados pela
Anvisa; e

III – não sugerir ausência de efeitos adversos à saúde humana ou utilizar


expressões tais como: “inócuo”, “seguro”, “atóxico” ou “produto natural”,
exceto nos casos em que tais expressões estejam registradas na Anvisa.

Art. 416. As empresas que descumprirem estas normas estarão sujeitas às penalidades
62
descritas neste Código.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXXVI
DOS HOTÉIS, HOSPEDARIAS, MOTÉIS, PENSÕES, PENSIONATOS
E CONGÊNERES

Art. 417. Nos hotéis, hospedarias, motéis, pensões, pensionatos, e estabelecimentos


congêneres obedecerão às normas e especificações gerais para as edificações e as
específicas para habitações, no que aplicáveis, complementadas pelo disposto neste
Capítulo.

Art. 418. Nos hotéis, hospedarias, motéis, pensões, pensionatos, e estabelecimentos


congêneres, todas as paredes internas deverão ser revestidas de materiais
impermeáveis, não sendo permitidas paredes de madeira para divisão de dormitórios.

Art. 419. As instalações sanitárias de uso geral deverão:


I - ser separadas por sexo, com acessos independentes;
II - conter, para cada sexo, no mínimo, uma bacia sanitária, um chuveiro em
boxe e um lavatório para cada grupo de vinte leitos, ou fração do pavimento a
que servem;
III - ter, no mínimo, uma bacia sanitária e um lavatório para cada sexo, quando
de pavimentos sem leito;
IV - atender às condições gerais para compartimentos sanitários.
Parágrafo Único - Para efeito do inciso II, não serão considerados os leitos de
apartamentos que disponham de instalações sanitárias privativas.

Art. 420. Os dormitórios deverão ter área correspondente a, no mínimo, cinco metros
quadrados por leito e não inferior, em qualquer caso, a oito metros quadrados; quando
não dispuserem de instalações sanitárias privativas, deverão ser dotados de lavatórios
com água corrente.

Art. 421. Nos hotéis, hospedarias, motéis, pensões, pensionatos, e estabelecimentos


congêneres, que forneçam alimentação, deverão obedecer a todas as disposições
relativas a estabelecimentos comerciais de gêneros alimentícios, no que lhes forem
aplicáveis.

Art. 422. É obrigatória a instalação de dormitório para o pessoal de serviço, separado


dos destinados aos hóspedes.

Art. 423. Nos hotéis, hospedarias, motéis, pensões, pensionatos, e estabelecimentos


congêneres deverão ser individuais, limpas, desinfectadas e em perfeitas condições de
uso.
§ 1º - As banheiras deverão ser lavadas e desinfetadas após cada banho.
§ 2º - O sabonete será fornecido a cada cliente, devendo ser inutilizada a porção
de sabonete que restar, após ser usado pelo mesmo.
§ 3º - As roupas de cama e banho dos motéis, limpas e desinfectadas, serão 63
fornecidas a cada cliente.

Art. 424. Observar-se-á nos, motéis, a obrigatoriedade da oferta de preservativo


masculino.

Art. 425. As lavanderias, quando houver, devem ter o piso revestido com material
resistente, lavável e impermeável, com inclinação suficiente para o escoamento das
águas de lavagem, nas paredes até, 1,50m de altura (no mínimo) revestidas de material
resistentes e impermeabilizantes, e dispor de:
I- Local para lavagem e secagem de roupas;
II- Depósito de roupas servidas;
III- Depósito, em local exclusivo, para roupas limpas.

Art. 426. Não poderão ser colocadas, simultaneamente, roupas sujas e lavadas no
mesmo compartimento, e sim em compartimentos apropriados, que evitem totalmente
o contato entre elas.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXXVII
DOS CLUBES RECREATIVOS, CENTROS ESPORTIVOS,
PRAÇAS DE ESPORTE, CASAS DE SHOWS E SIMILARES
Art. 427. Além das demais disposições aplicáveis e contidas neste regulamento,
deverão os estabelecimentos acima dispostos, atender às deste capítulo:
I- Particulares: as de uso exclusivo de seu proprietário e pessoas de suas
relações;
II- Coletivos: as de clubes, condomínios, escolas, entidades, hotéis, associações,
motéis e similares;
III- Públicas: as utilizadas pelo público em geral e sob a administração direta ou
indireta de órgãos governamentais.
Parágrafo Único – As piscinas tidas como particulares ficam excluídas das exigências
desta regulamentação, mas poderão, entretanto, sofrer inspeção da autoridade
sanitária, caso seja necessário.

Art. 428. A desinfecção das águas de piscinas será feita com o emprego de cloro, seus
compostos ou outros agentes de desinfecção de água, desde que aprovados pela
autoridade sanitária.

Art. 429. É proibida nas piscinas de uso público e de uso coletivo, a utilização de
objetos que possam comprometer a integridade dos usuários, em especial copos e
garrafas de material vítreo.

Art. 430. As piscinas existentes em creches e escolas deverão ter profundidade, de


acordo com a faixa etária a que se destina e ser circundadas por gradil de proteção,
com altura mínima de um metro e vinte centímetros, com portão de acesso
confeccionado com material que ofereça total segurança aos usuários. 64

Art. 431. As piscinas estarão sujeitas à interdição e serão comunicadas por escrito aos
responsáveis pela piscina, devendo ter validade a partir de sua emissão.

Art. 432. O não cumprimento da interdição, referida no artigo anterior, redundará em


multa aplicada pela autoridade sanitária.

Art. 433. Nestes estabelecimentos, os vestiários e instalações sanitárias, independentes


do sexo, conterão no mínimo:
I- Vasos sanitários e lavatórios na proporção de 1(um) para cada 40 mulheres;
II- Mictórios na proporção de 1(um) para cada 60(sessenta) homens;
III- Chuveiros na proporção de 1(um) para cada 40(quarenta) banhistas;
IV- Ventilação direta para o exterior e serem mantidos em perfeitas condições
de higiene;
Parágrafo Único – É vedado o uso de estrados de madeira no interior dos gabinetes
sanitários.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXXVIII
CRECHES

Art. 434. As creches, além de obedecerem às normas deste Código, deverão possuir,
obrigatoriamente:
I - berçário, com área mínima de três metros quadrados por criança e, no
mínimo, seis metros quadrados, devendo haver entre os berços e entre estes e as
paredes a distância mínima de cinquenta centímetros;
II - sala, com área mínima de seis metros quadrados, provida de cadeiras ou
banco - encosto, para permitir às mães amamentação adequada, sendo vetada
sua utilização para outros fins;
III - cozinha para o preparo de mamadeiras ou suplementos dietéticos;
IV - pisos e paredes, revestidos de material liso, resistente, impermeável e
lavável;
V - local apropriado para banho e higiene das crianças, com área de três metros
quadrados no mínimo, providos de água corrente quente e fria;
VI - instalações sanitárias exclusivas para as crianças, totalmente independentes
das destinadas aos adultos;
VII - compartimento exclusivo e provido de porta com fechadura, destinado ao
armazenamento de material de limpeza, que impeça o acesso das crianças;
VIII - sala de uso coletivo para descanso e atividades diversas;
IX - espaço para alimentação das crianças, dotado de material adequado para
tal finalidade;
X - área externa para recreação.
Parágrafo Único - fica vedado o armazenamento de qualquer tipo de medicamento
neste tipo estabelecimento.

Art. 435. As dependências das creches deverão ter ventilação e iluminação natural ou
artificial, que proporcionem ambiente compatível com as atividades realizadas. 65

Art. 436. É proibida, à exceção de peixes ornamentais, a permanência ou trânsito de


animais de qualquer espécie nas dependências das creches.

Art. 437. Os brinquedos utilizados pelas crianças deverão atender às normas de


segurança pertinentes, em especial quanto à sua aplicação e destinação etária.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XXXIX
DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO E SIMILARES

Art. 438. Além das disposições contidas e aplicáveis neste regulamento, os


estabelecimentos de ensino e similares deverão atender às exigências mencionadas a
seguir.

Art. 439. A área das salas de aula corresponderá, no mínimo, a um metro e vinte
centímetros quadrados em carteira individual.

Art. 440. Os auditórios ou salas de grande capacidade das escolas ficam sujeitos
também às seguintes exigências:
I - área útil não inferior a oitenta centímetros quadrados por pessoa;
II - ventilação natural, ou renovação mecânica de vinte metros cúbicos de ar por
pessoa, no mínimo, no período de uma hora.

Art. 441. A área de ventilação natural das salas de aula deverá ser, no mínimo, igual à
metade da superfície iluminante, a qual será igual ou superior a um quinto da área do
piso.
Parágrafo Único - A iluminação artificial, para que possa ser adotada em substituição à
natural, deverá ser justificada e aceita pela autoridade sanitária e atender às normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Art. 442. Os corredores, assim como escadas e rampas, não poderão ter largura inferior
a um metro e oitenta centímetros.
§ 1º - É proibida a localização de armários ao longo dos corredores.
§ 2º - As escadas não poderão apresentar trechos em leque; os lances serão retos,
não ultrapassarão a dezesseis degraus, e estes não terão espelhos com mais de
dezesseis centímetros, nem piso com menos de trinta centímetros, e os patamares
terão extensão não inferior a um metro e cinquenta centímetros, ou conforme
especificações de legislações vigentes.
§ 3º - As escadas deverão ser dotadas, obrigatoriamente, de corrimão e piso
antiderrapante.
§ 4º - As rampas não poderão apresentar declividade superior a doze por cento;
quando acima de seis por cento, serão revestidas de piso antiderrapante.

Art. 443. As escolas deverão possuir compartimentos sanitários, devidamente 66


separados por sexo, observando-se as exigências deste regulamento.
§ 1º - Esses compartimentos, em cada andar, deverão ser dotados de bacias
sanitárias em número correspondente, no mínimo, uma para cada vinte e cinco
alunas; uma para cada quarenta alunos; um mictório para cada quarenta alunos,
e um lavatório para cada quarenta alunos ou alunas.
§ 2º - As portas das instalações sanitárias em que estiverem situadas as bacias
sanitárias deverão ser colocadas de forma a deixar vãos livres de quinze
centímetros de altura na parte inferior e de trinta centímetros, no mínimo, na
parte superior.
§ 3º - Deverão existir instalações sanitárias para professores, separadas por sexo,
à proporção mínima de uma bacia sanitária para cada dez salas de aula; e os
lavatórios serão em número não inferior a um para cada seis salas de aula.
§ 4º - É obrigatória a existência de instalações sanitárias nas áreas de recreação e,
quando for prevista a prática de atividades físicas, a existência de chuveiros, na
proporção de um para cada cem alunos e vestiários separados por sexo com
cinco metros quadrados para cada cem alunos ou alunas, no mínimo.

Art. 444. Deverão também existir instalações para professores, devidamente separados
por sexo.

Art. 445. É obrigatória a instalação de bebedouros com água potável ou ainda a


colocação de filtros ao consumo de água dos alunos e funcionários do estabelecimento,
sendo vedada a sua localização em instalações sanitárias.
Art. 446. As cantinas ou cozinhas destinadas à preparação, venda ou distribuição de
lanches e merenda, deverão satisfazer às exigências feitas para estabelecimentos
comerciais de gêneros alimentícios, no que lhe for aplicável.
Parágrafo Único - fica vedado o armazenamento de qualquer tipo de medicamento
neste tipo de estabelecimento.

Art. 447. As áreas de recreação deverão ter comunicação com o logradouro público, de
forma que permita escoamento rápido dos alunos, em caso de emergência; para tal fim,
as passagens deverão ter largura e altura mínima de três metros.

Art. 448. As escolas ao ar livre, parques infantis e congêneres obedecerão às exigências


deste Código.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XL
ASILOS, ORFANATOS, ALBERGUES E
ESTABELECIMENTOS CONGÊNERES

Art. 449. Os dormitórios coletivos deverão ter área não inferior a cinco metros
quadrados por leito; os dormitórios do tipo quarto ou apartamento deverão ter área
não inferior a cinco metros quadrados por leito, com o mínimo de oito metros
quadrados.
67
Art. 450. As instalações sanitárias serão na proporção mínima de uma bacia sanitária,
um lavatório e um chuveiro para cada dez leitos, além do mictório, na proporção de
um para cada vinte leitos.

Art. 451.Os locais destinados ao armazenamento, preparo, manipulação e consumo de


alimentos deverão atender às exigências para estabelecimentos comerciais de
alimentos, no que lhes for aplicável.
Parágrafo Único - fica vedado o armazenamento de qualquer tipo de medicamento
neste tipo estabelecimento exceto o de uso contínuo dos medicamentos já prescritos aos
pacientes instalados no estabelecimento.

Art. 452. Quando tiverem cinquenta ou mais leitos, deverão ter locais apropriados para
consultórios, médico e odontológico, bem como quarto para doentes.

Art. 453. Deverão ter área para recreação e lazer, não inferior a dez por cento da área
edificada.
Parágrafo Único - A área prevista neste artigo terá espaço coberto destinado a lazer,
não inferior à sua quinta parte e o restante será arborizado ou ajardinado ou, ainda,
destinado às atividades esportivas.

Art. 454. Se houver locais para atividades escolares, esses deverão atender às normas
estabelecidas para as escolas, no que lhes for aplicável.
SEÇÃO 2
CAPÍTULO XLI
CINEMAS, TEATROS E LOCAIS DE REUNIÕES

Art. 455. Só serão permitidas salas de espetáculos no pavimento térreo e no


imediatamente superior, ou inferior, devendo, em qualquer caso, ser assegurado o
rápido escoamento dos espectadores. As salas de espetáculos e auditórios serão
construídas com materiais incombustíveis.

Art. 456. Os corredores de saída atenderão ao mesmo critério do artigo anterior.

Art. 457. As portas de saídas das salas de espetáculos deverão obrigatoriamente abrir
para o lado de fora, e ter na sua totalidade a largura correspondente a um centímetro
por pessoa prevista para a lotação total, sendo o mínimo de dois metros por vão,
devendo, ainda, ser indicadas com a inscrição SAÍDA, legível à distância.

Art. 458. As escadas terão largura não inferior a um metro e cinquenta centímetros e
deverão apresentar lances retos de 16 (dezesseis) degraus no máximo, entre os quais se
intercalarão patamares de um metro e vinte centímetros de extensão, no mínimo, não
podendo apresentar trechos em leque.
§ 1º - Quando o número de pessoas que por elas devem transitar for superior a
cento e cinquenta, a largura aumentará à razão de oito milímetros por pessoa
excedente.
§ 2º - Quando a sala for localizada em pavimento superior ou inferior, o número 68
de escadas será de duas, no mínimo, dirigidas para saídas autônomas.

Art. 459. As salas de espetáculos serão dotadas de dispositivos mecânicos, que darão
renovação constante de ar, com capacidade de treze metros cúbicos de área exterior,
por pessoa e por hora.
§ 1º - Quando instalado sistema de ar condicionado, serão obedecidas as normas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
§ 2º - Em qualquer caso, será obrigatória a instalação de equipamentos de
reserva.

Art. 460. As cabinas de projeção de cinemas deverão satisfazer às seguintes condições:


I - área mínima de doze metros quadrados, pé direito de três metros;
II - porta de abrir para fora e construção de material incombustível.
III - ventilação natural ou por dispositivos mecânicos.

Art. 461. Os camarins deverão ter área não inferior a quatro metros quadrados e serão
dotados de ventilação natural ou por dispositivos mecânicos.
Parágrafo Único - Os camarins individuais ou coletivos deverão ser separados por sexo
e servidos por instalações com bacias sanitárias, chuveiros e lavatórios, na proporção
de um conjunto, para cada cinco camarins individuais ou para cada vinte metros
quadrados de camarim coletivo.
Art. 462. As instalações sanitárias destinadas ao público, nos cinemas, teatros e
auditórios, serão separadas por sexo e independentes para cada ordem de localidade.
Parágrafo Único - Deverão conter, no mínimo, uma bacia sanitária para cada cem
pessoas, um lavatório e um mictório para cada duzentas pessoas.

Art. 463. Deverão ser instalados bebedouros, fora das instalações sanitárias, para uso
dos frequentadores, na proporção mínima de um para cada trezentas pessoas.

Art. 464. As paredes dos cinemas, teatros, auditórios e locais similares, na parte interna,
deverão receber revestimento ou pintura lisa, impermeável e resistente, até a altura de
dois metros. Outros revestimentos poderão ser aceitos, a critério da autoridade
sanitária, tendo em vista a categoria do estabelecimento.

Art. 465. Para os efeitos deste Código, equiparam-se, no que for aplicável, aos locais
referidos no artigo anterior, os templos maçônicos e congêneres.

Art. 466. Os circos, parques de diversões e estabelecimentos congêneres deverão


possuir instalações sanitárias provisórias, independentes para cada sexo, na proporção
mínima de uma bacia sanitária e um mictório para cada duzentos frequentadores em
compartimentos separados.
§ 1º - Na construção dessas instalações sanitárias, poderá ser permitido o
emprego de madeira e de outros materiais em placa, devendo o piso receber
revestimento liso e impermeável.
§ 2º - Será obrigatória a remoção das instalações sanitárias construídas nos termos 69
do parágrafo anterior e o aterro das fossas, por ocasião da cessação das
atividades que a elas deram origem.

Art. 467. Os estabelecimentos previstos nesta Seção estão sujeitos à vistoria pela
autoridade sanitária, para efeito de licenciamento pela autoridade competente.

Art. 468. Sobre as aberturas de saída das salas de espetáculo propriamente ditas, é
obrigatória a instalação de luz de emergência, de cor vermelha, e ligada a circuito
autônomo de eletricidade.

Art. 469. A declividade do piso, nos cinemas e teatros, deverá ser tal que assegure
ampla visibilidade ao espectador sentado em qualquer ponto ou ângulo da sala.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XLII
DAS LAVANDERIAS

Art. 471. As lavanderias devem atender, no que lhe for aplicável, a todas as exigências
contidas neste regulamento.
Art. 472. As lavanderias serão dotadas de reservatórios de água com capacidade
equivalente ao consumo diário, sendo permitido o uso de água de poço ou de outras
fontes, desde que não sejam poluídas ou contaminadas e o abastecimento público seja
insuficiente ou inexistente.
Parágrafo Único – As lavanderias devem possuir locais destinados a:
I- depósitos de roupas sujas;
II- Operações de lavagem;
III-Secagem e passagem de roupas, desde que disponham de equipamento
apropriado para este fim;
IV- Depósito de roupas limpas.

SEÇÃO 2
CAPÍTULO XLIII
ESTABELECIMENTOS DE TRABALHO EM GERAL E
OUTROS

Art. 473. Nos estabelecimentos em que trabalhem mais de cem operários deverá existir
compartimento para ambulatório, destinado aos primeiros socorros de urgência, com
área mínima de seis metros quadrados, pisos e paredes revestidos de material liso,
resistente e impermeável.

Art. 474. Nos estabelecimentos em que trabalhem mais de trinta operários, será
obrigatória a existência de um refeitório, ou local adequado às refeições.
§ 1º - Os refeitórios deverão obedecer às seguintes condições: 70
I - piso revestido com material resistente, liso e impermeável;
II - forro com material adequado, podendo ser dispensado, em casos de
cobertura que ofereça proteção suficiente;
III - paredes revestidas com material liso, lavável, resistente e
impermeável;
IV - ventilação e iluminação, de acordo com as normas fixadas no
presente Código;
V - água potável;
VI - lavatórios individuais ou coletivos;
VII - cozinha, no caso de refeições preparadas no estabelecimento; ou
local adequado, com fogão ou micro-ondas quando se tratar de simples
aquecimento das refeições. Refrigerador para conservação de alimentos
perecíveis.

Art. 475. Os gases, vapores, fumaças e poeiras resultantes dos processos industriais,
deverão ser removidos dos locais de trabalho por meios adequados, não sendo
permitido o seu lançamento na atmosfera, sem tratamento adequado, quando nocivo
ou incômodo à vizinhança.

Art. 476. Os compartimentos especiais destinados a abrigar fontes geradoras de calor


deverão ser isolados termicamente.
Art. 477. As instalações causadoras de ruídos ou choques serão providas de
dispositivos destinados a evitar tais incômodos.

Art. 478. É proibido aos estabelecimentos de trabalho, em geral, a colocação dos


resíduos comuns em local que não seja especificamente destinado a esse fim, assim
como ficam obrigados a efetuar sua dispensa em horário não comercial.

Art. 479. Estabelecimentos de trabalho em geral deverão manter em perfeito estado de


conservação e higiene seus equipamentos, maquinarias e utensílios.

SEÇÃO 3
COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES JURÍDICAS DO ÓRGÃO DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA

Art. 480. Entende-se por controle sanitário, as ações desenvolvidas pelas autoridades
sanitárias ao monitoramento da qualidade dos produtos para saúde e de interesse à
saúde e a verificação das condições para o licenciamento e funcionamento dos
estabelecimentos de saúde e de interesse à saúde, abrangendo a

I - inspeção sanitária em todas as modalidades;


II - fiscalização sanitária;
III - lavratura de termos sanitários;
IV - aplicação de sanções.
71
Art. 481. Entende-se por Atos Públicos de competência do Órgão Municipal de
Vigilância Sanitária, os seguintes documentos:

I - Alvará Sanitário: Documento de autorização de funcionamento ou operação


de serviço, prestado pela autoridade sanitária local;
II - Boletim de Denúncia: Documento protocolado no qual solicita inspeção de
averiguação de possível infração as boas práticas da atividade exercida no local
indicado pelo denunciante. De caráter sigiloso, podendo ser anônimo conforme
solicitação do denunciante;
III - Certidão de Venda Livre para Exportação de Alimentos (CVLEA):
Documento emitido pela Autoridade Sanitária, requerido voluntariamente,
para atender exclusivamente exigências sanitárias de países importadores de
alimentos fabricados em território brasileiro. Somente pode ser solicitado para
os produtos fabricados em estabelecimentos do Município.
IV - Declaração de Dispensa de Alvará Sanitário: Documento expedido para
atividades econômicas que possuam baixo risco sanitário, conforme a
Declaração de Direitos da Liberdade Econômica – Lei Federal 13.874/2019 ou
outra que vier a alterá-la ou substituí-la.
V- Declaração de Inexigibilidade Sanitária: Documento que exime de alvará
sanitário, os estabelecimentos que exercem atividades de competência
fiscalizadora de outro órgão ou agência fiscalizadora;
VI- Laudo de Inspeção Sanitária: Documento emitido pela autoridade sanitária
no exercício da fiscalização após a análise físico-funcional de estabelecimento
com atividades de interesse sanitário;
VII – Laudo de Inspeção Sanitária Veicular: É um documento emitido pela
autoridade sanitária no exercício da fiscalização após a análise físico-funcional
do veículo verificando a compatibilidade com o (s) produto (s) a ser (em)
transportados ou ao (s) serviço (s) a ser (em) realizado (s) no veículo;
VIII – Termos de vigilância sanitária: Instrumentos oficiais utilizados pelos
fiscais sanitários.

Art. 482. Entende-se por responsável técnico (RT), o profissional que tem como função
precípua garantir ao consumidor a qualidade do produto final ou do serviço prestado.

Art. 483. A autoridade sanitária é merecedora da confiança de seus pares e da


sociedade, devendo observar os princípios constitucionais da legalidade,
impessoalidade, publicidade, eficiência, moralidade, além de outros princípios do
direito administrativo, a exemplo da razoabilidade, proporcionalidade,
preponderância do interesse público, prevenção e precaução, dentre outro igualmente
importantes.

§1º. A autoridade sanitária, no desempenho de suas atribuições no exercício do


cargo ou função, deve pautar-se pelos seguintes valores éticos:

I - Compromisso com a saúde pública; 72


II - Excelência na prestação de serviços à sociedade;
III - Conhecimento como fonte de ação;
IV - Integração do Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária (SNVS);
V - Transparência e diálogo;
VI - Respeito à diversidade;
VII - Integridade e profissionalismo;
VIII - Autonomia técnica;
IX - Comprometimento com o trabalho em equipe e à harmonia
organizacional;
X - Sustentabilidade e uso consciente dos recursos públicos.

Art. 484. É vedado às autoridades sanitárias:

I - Descumprir ou ser conivente com o descumprimento das previsões


estabelecidas neste código;
II - Agir, em favor de interesses particulares, com o objetivo de obter
recompensas, vantagens ou benefícios de qualquer natureza para si ou para
outrem;
III - Executar atividades em desacordo com as atribuições do cargo que ocupa;
IV - Designar a outro agente público atividades incompatíveis com as
atribuições legais, em função de cargo ou posição hierárquica;
V - Expor agente público ou privado a situações humilhantes e constrangedoras
de natureza psicológica, moral ou sexual;
VI - Demonstrar preconceito de origem, raça, idade, credo, identidade e
percepção de gênero, orientação sexual ou cultural, política e praticar quaisquer
outras formas de discriminação;
VII - Utilizar, divulgar ou facilitar a exposição de dados sensíveis ou
informações sigilosas das quais tenha tomado conhecimento, mesmo após ter
deixado o cargo ou função;
VIII - Utilizar indevidamente informações obtidas em decorrência do trabalho;
IX - Utilizar-se do patrimônio e de recursos institucionais para atendimento de
interesse privado;
X - Exercer, direta ou indiretamente, atividade que em razão da sua natureza
seja incompatível com as atribuições do cargo ou emprego, considerando-se
como tal, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas ou matérias correlatas;
XI - Praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica de que participe o
agente público, seu cônjuge, companheiro ou parentes, consanguíneos ou afins,
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, e que possa ser por ele
beneficiada ou influir em seus atos de gestão;
XII - Prestar serviços, ainda que eventuais, a empresa cuja atividade seja
controlada, fiscalizada ou regulada pelo ente ao qual o agente público está
vinculado;
XIII - Receber presente de quem tenha interesse em decisão do agente público
ou e colegiado do qual este participe fora dos limites e condições estabelecidos
em regulamento. 73

CAPÍTULO II
DO MODELO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA INTEGRADAS E DESCENTRALIZADAS EM SEU TERRITÓRIO,
COM O FOCO NO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE E NO
GERENCIAMENTO DE RISCO

SEÇÃO 1
MAPA DA SAÚDE

Art. 485. As ações de vigilância sanitária são executadas pelo Departamento de


Vigilância Sanitária de Eusébio e norteadas com base na territorialização utilizada pela
atenção primária em saúde na estratégia de saúde da família (ESF) e suas atualizações.

Art. 486. A atuação do sistema de vigilância sanitária, no âmbito do Município, dar-se-


á de forma integrada com o sistema de vigilância a saúde, compreendendo:

I - A proteção e manutenção da salubridade do ambiente e a defesa do


desenvolvimento sustentado;
II - A fiscalização de alimentos, água e bebidas para consumo humano;
III - A fiscalização de medicamentos, equipamentos, produtos imunológicos e
outros insumos de interesse para a saúde;
IV - A proteção do ambiente de trabalho e da saúde do trabalhador;
V – A execução dos serviços de assistência à saúde;
VI - A produção, transporte, distribuição, guarda, manuseio e utilização de
outros bens, substâncias e produtos farmacológicos.

Art. 487. Os estabelecimentos, cujo funcionamento dependa de licenciamento sanitário,


somente funcionarão com a expedição do Alvará Sanitário pelo órgão de vigilância
sanitária, o mesmo terá validade de um ano, sendo renovável por períodos iguais e
sucessivos.

Art. 488. O rito do processo de solicitação do Alvará Sanitário segue o seguinte fluxo:
I – Cadastro;
II – Requisição;
III – Taxa;
IV – Protocolo digital;
V – Inspeção Sanitária;
VI – Concessão de Alvará.

SEÇÃO 2
DO PLANEJAMENTO
74
Art. 489. O cadastro sanitário é o registro obrigatório de informações mantido pelo
órgão de Vigilância Sanitária, em que constam dados sobre estabelecimentos e ou
profissionais de interesse sanitário, tendo por finalidade registrar informações de
interesse da Vigilância Sanitária e de processos inerentes às atividades fiscalizadas
pelas autoridades sanitárias.

§ 1°. Os dados armazenados nesse cadastro serão utilizados para o


planejamento e monitoramento das ações do Órgão de Vigilância Sanitária Municipal;
§ 2°. O Cadastro Sanitário tem validade indeterminada e pode ser alterado
conforme solicitação por parte do responsável legal ou responsável técnico
legalmente habilitado;
§ 3°. Todo estabelecimento deve comunicar formalmente ao órgão de vigilância
sanitária o encerramento de suas atividades.

Art. 490. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e
com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às
liberdades e garantias individuais.

SEÇÃO 3
GERENCIAMENTO DE RISCO

Art. 491. O gerenciamento do risco sanitário é a aplicação sistemática de políticas,


procedimentos e práticas de gerenciamento às tarefas de identificar, analisar,
implementar a avaliação e o controle do risco sanitário e o monitoramento as ações de
controle. (DEFINIÇÃO)
§1°. Entende-se por Risco Sanitário como a possibilidade que tem uma
atividade, serviço ou substância, de produzir efeitos nocivos ou danos prejudiciais
à saúde humana, animal ou ao meio ambiente ;
§ 2°. Entende-se por Análise de Risco a utilização sistemática de informações
disponíveis para identificar perigos e estimar riscos;
§ 3°. Entende-se por Avaliação de Risco o processo de comparação entre o risco
estimado e dado critério de risco para determinar a aceitabilidade de risco;
§ 4°. Entende-se por Controle de Risco o processo por meio do qual decisões
são tomadas e medidas são implementadas para a redução ou manutenção de
riscos dentro de níveis especificados;
§ 5°. Entende-se por Monitoramento das Ações de Controle a avaliação da
eficácia das medidas de controle e revisá-las sempre que necessário, para
garantir a segurança e à saúde da população.

Art. 492. A identificação do risco será mediante a informação da atividade econômica


exercida, sendo classificada como risco I, II ou III.

§ 1°. Nível de risco I - é considerado como baixo risco. São atividades com
baixa possibilidade de que o uso ou a exposição de um produto ou serviço possa
causar consequências adversas à saúde pública e ao meio ambiente. O funcionamento
da empresa ocorrerá sem a realização de vistoria prévia e sem emissão de
alvará sanitário, ficando sujeitas à fiscalização posterior do exercício da atividade 75
econômica;
§ 2°. Nível de risco II - é considerado como médio risco. São atividades com
alta possibilidade de que o uso ou a exposição de um produto ou serviço possa
causar um evento danoso com agravo temporário ou reversível à saúde,
havendo tratamento adequado, bem como, ao meio ambiente. O funcionamento
da empresa poderá ter a emissão de alvará sanitário após análise das
atividades a serem exercidas;
§ 3°. Nível de risco III - é considerado como alto risco. São atividades com alta
possibilidade de que o uso ou a exposição de um produto ou serviço possa
causar um evento danoso com risco à saúde acarretando morte, ameaça à vida ou
danos permanentes a saúde humana, bem como, ao meio ambiente. As atividades
econômicas exercidas exigem vistoria prévia e alvará sanitário antes do início
do funcionamento da empresa;
§ 4°. O exercício de múltiplas atividades que se classifiquem em níveis de risco
distintos, no mesmo estabelecimento, seu enquadramento do nível de risco será
o mais elevado.

Art. 493. O controle e monitoramento dos estabelecimentos será realizado de acordo


com o nível de risco, sendo priorizadas as ações voltadas às atividades de alto risco,
seguidas pelas de médio risco.
Parágrafo Único. Essas ações poderão ocorrer em conjunto com outros órgãos
fiscalizadores.

SEÇÃO 4
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

Art. 494. A implementação do Sistema de Gestão da Qualidade é requisito estruturante


para qualificação das ações de vigilância sanitária e a organização das ações tendo
como princípio o nível de risco sanitário das atividades e aos produtos sujeitos à
vigilância sanitária realizados no âmbito municipal.

Art. 495. O Sistema de Gestão da Qualidade do Órgão Municipal de Vigilância


Sanitária deve ser instituído através de critérios definidos em ato normativo posterior,
baseando-se na RDC ANVISA n° 560 de 30 de agosto de 2021 ou outra que vier a
substituí-la.

Art. 496. As ações educativas em vigilância sanitária voltadas à população e ao setor


regulado, são consideradas ações de promoção da saúde e prevenção sobre os riscos e
danos associados ao uso de produtos e serviços sujeitos ao controle sanitário.

§ 1°. As ações educativas devem ser elaboradas através de avaliação de


ocorrências e notificação de agravos.
§ 2º. A programação dessas ações deverá ser em parceria com a vigilância 76
epidemiológica, ambiental, saúde do trabalhador e atenção primária em saúde;
§ 3°. As ações educativas ofertadas para o setor regulado devem contemplar
vagas tanto para o setor público como para o setor privado;
§ 4°. As ações educativas voltadas para a população devem ocorrer de forma
descentralizada, em vários pontos do município.

CAPÍTULO III
DA COMUNICAÇÃO EM SAÚDE E A GESTÃO DO CONHECIMENTO
SEÇÃO 1
SISTEMA DE INFORMAÇÃO

Art. 497. O órgão municipal de vigilância sanitária realizará gerenciamento dos dados
coletados através de um sistema de informação para controle, avaliação e orientação de
ações a serem executadas pelas autoridades sanitárias, tanto para regulação como para
as ações de rotina e averiguação.

Art. 498. O órgão municipal de vigilância sanitária deve manter um banco de dados
atualizado.

§ 1°. O banco de dados deve conter informações cadastrais de estabelecimentos,


cujo monitoramento e inspeção é do ente municipal e que desempenham
atividades que envolvam produtos e serviços de saúde e de interesse à saúde,
inclusive, de ambientes.
§ 2°. O banco de dados deve conter informações cadastrais de prescritores de
medicamentos, conforme regulamentado pela Portaria MS/GM n° 344 de 12 de
maio de 1998 ou outra que vier a substituí-la.
§ 3°. O monitoramento do banco de dados deve ser constante e para isso pode
ser averiguado os dados gerados pelos sistemas de informação da Junta Comercial,
Receita Federal, Fazendas Públicas Estadual e Municipal, Corpo de Bombeiros
Militar, órgãos de fiscalização, dentre outros;
§ 4°. A identificação de estabelecimentos, cuja atividade envolva produtos,
serviços de saúde e de interesse à saúde, inclusive, de ambientes, e que não
possuam cadastro no banco de dados do órgão municipal de vigilância
sanitária, deverão ser notificados a informar os dados num prazo de até 5 dias
úteis.

Art. 499. A Comunicação do Risco Sanitário é realizada por meio da divulgação de


informações sobre a ocorrência de eventos com potencial de risco à saúde, contendo a
descrição situacional, bem como os cuidados e medidas necessárias à redução ou
eliminação do risco.

Art. 500. As informações a serem utilizadas na Comunicação do Risco Sanitário devem


ser provenientes somente de fontes oficiais, sejam elas através de ofícios, mensagens
por meio eletrônico, páginas eletrônicas oficiais de órgãos públicos e perfis oficiais em
redes sociais.
77
Parágrafo único. As autoridades Sanitárias podem executar ações voltadas para a
Comunicação de Risco Sanitário presencialmente para à população ou setor regulado
quando necessário.

Art. 501. A divulgação das informações será realizada por meio de vias de
comunicações oficiais do órgão municipal de vigilância sanitária.

Art. 502. As ações de vigilância sanitária em resposta às emergências em saúde pública


no município, devem ser realizadas em articulação com o Centro de Informações
Estratégicas, vigilância epidemiológica, saúde do trabalhador, atenção primária em
saúde e defesa civil, guarda civil municipal ou com outros órgãos de segurança com
vistas à obtenção de uma resposta rápida para as intervenções em áreas críticas.

Art. 503. A Comunicação do Risco Sanitário e de Emergências em Saúde Pública


devem ser obrigatoriamente informadas em sessões ordinárias do conselho municipal
de saúde e demais instâncias participativas que possam contribuir com a ação de
comunicação.

Art. 504. O órgão municipal de vigilância sanitária deverá possuir um sistema de


protocolo de solicitações próprias, voltadas à população e ao setor regulado.
§ 1°. Esse sistema de protocolo deverá ser digital e o solicitante deverá ser
informado sobre o andamento da requisição realizada através de diversas vias
de comunicação;
§ 2°. As informações sobre a requisição serão fornecidas somente ao solicitante
ou ao seu representante legal;
§ 3°. A autoridade sanitária poderá solicitar a presença do requerente ou do seu
representante legal para esclarecimento de informações;

Art. 505. O sistema de gerenciamento de dados do órgão de vigilância sanitária terá


como parte integrante, os indicadores para as atividades de organização e intervenção
do órgão de vigilância sanitária.

Art. 506. O órgão municipal de vigilância sanitária deverá informar a população sobre
os riscos e as ações de importância sanitária que influenciam a saúde pública do
município.

CAPÍTULO IV
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO SANITÁRIO
SEÇÃO 1
DOS PRINCÍPIOS E FINALIDADES

Art. 507. O processo administrativo sanitário é o instrumento utilizado pela


autoridade sanitária com a finalidade de apurar a possível ocorrência de infrações à
legislação sanitária e as responsabilidades do infrator, assegurando-lhe a oportunidade
de promover a ampla defesa e o contraditório ao que lhe é atribuído, de modo a 78
respaldar, com juridicidade, a aplicação da penalidade correspondente que lhe for
imputada.

Art. 508. O processo administrativo sanitário, conforme estabelecido neste código,


deverá respeitar os seguintes princípios:
I - Princípio da Legalidade: Todos os atos e procedimentos relacionados ao
processo administrativo sanitário devem estar em conformidade com a
legislação sanitária municipal vigente. A autoridade sanitária responsável
deverá observar rigorosamente as normas e regulamentos, garantindo a
segurança jurídica para todas as partes envolvidas;
II - Princípio da Publicidade: As ações relacionadas ao processo administrativo
sanitário devem ser conduzidas de forma transparente e acessível a todos os
interessados. As decisões, notificações, diligências e demais atos
administrativos relevantes deverão ser devidamente publicados,
proporcionando ampla divulgação e conhecimento dos envolvidos e da
sociedade em geral;
III - Princípio do Contraditório e Ampla Defesa: Assegura-se a todos os
envolvidos no processo administrativo sanitário o direito ao contraditório e à
ampla defesa. Os interessados terão o direito de se manifestar, apresentar
provas e argumentos, contestar as alegações e participar ativamente do
processo, garantindo que seus direitos sejam protegidos e respeitados;
IV - Princípio da Imparcialidade: A condução do processo administrativo
sanitário deverá ser pautada pela imparcialidade e equidade, evitando qualquer
forma de discriminação ou tratamento privilegiado. A autoridade sanitária
responsável deverá agir de forma imparcial, baseando-se nos fatos
apresentados e nas provas constantes nos autos do processo;
V - Princípio da Proporcionalidade: Todas as medidas e penalidades adotadas
no âmbito do processo administrativo sanitário devem ser proporcionais à
gravidade da infração cometida. A autoridade sanitária deverá levar em
consideração a extensão e os efeitos da infração, bem como os antecedentes do
infrator, na aplicação das sanções adequadas;
VI - Princípio da Celeridade: O processo administrativo sanitário deverá ser
conduzido de forma célere, com a adoção de medidas que garantam a eficiência
e a rapidez na resolução dos casos. Buscar-se-á minimizar a duração do
processo, sem prejuízo da ampla defesa, assegurando assim uma resposta ágil e
eficaz às questões sanitárias.

Parágrafo único. A observância dos princípios mencionados neste artigo contribuirá


para a promoção da saúde pública, a prevenção de doenças e a proteção da
coletividade, garantindo a efetividade do processo administrativo sanitário.

Art. 509. O Processo Administrativo Sanitário, instituído por este Código Sanitário
Municipal, tem como finalidade:

SEÇÃO 2
DOS DIREITOS E DEVERES DO AUTUADO 79

Art. 510. O autuado tem os seguintes direitos no âmbito do Processo Administrativo


Sanitário, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar
o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a
condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles
contidos e conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais
serão objeto de consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória
a representação, por força de lei.

Art. 511. São deveres do autuado perante o órgão de vigilância sanitária, sem prejuízo
de outros previstos em ato normativo:
I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o
esclarecimento dos fatos.

SEÇÃO 3
DA FASE PRÉ-PROCESSUAL
Art. 512. Na hipótese de os servidores constatarem, em sede de fiscalização sanitária,
situações de pequena relevância ou reduzido risco sanitário, poderá ser emitido Termo
de Recomendação, com a finalidade de promover a regularização dentro de prazo
estipulado, dentro do qual não poderá ser lavrado Auto de Infração pelo cometimento
das infrações elencadas no mesmo.

Parágrafo único. O prazo de adequação não poderá ser superior a 15 (quinze) dias, não
cabendo prorrogação;

Art. 513. O Termo de Recomendação deverá conter, no mínimo, os seguintes


elementos:
I - o nome e o domicílio do administrado, assim como os elementos necessários
para sua identificação;
II - data;
III - descrição das exigências para cumprimento;
IV - prazo para que o administrado promova as adequações solicitadas;
V - ciência pelo administrado.

Art. 514. O Termo de Recomendação dá ciência e constitui em mora os destinatários


quanto às providências solicitadas e o seu descumprimento implicará na adoção de
todas das medidas administrativas cabíveis, incluindo a lavratura do Auto de Infração.

SEÇÃO 4 80
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Art. 515. Para efeitos deste Código, considera-se infração sanitária a desobediência ou a
inobservância ao disposto neste Código, em Leis, Normas Técnicas Especiais e em
outras que, por qualquer forma, se destinam à promoção, proteção e recuperação da
saúde.

Art. 516. As infrações sanitárias classificam-se em:


I- Leve, aquela em que o infrator seja beneficiado por circunstâncias atenuantes;
II- Grave, aquela em que for verificada uma circunstância agravante;
III- Gravíssima, aquela em que seja verificada a existência de uma ou mais
circunstâncias agravantes.

Art. 517. Para imposição da pena e sua graduação, a autoridade sanitária observará:
I- As circunstâncias atenuantes e agravantes;
II- A gravidade do fato, tendo em vista as suas consequências para a saúde;
III- Os antecedentes do infrator quanto às normas sanitárias.

Art. 518. São circunstâncias atenuantes:


I- A ação do infrator não ter sido fundamental para a consecução do fato;
II- A errada compreensão da norma sanitária, admitida com escusável, quando
patente à incapacidade do agente para entender o caráter ilícito do fato;
III- O infrator por espontânea vontade, imediatamente procurar reparar ou
minorar as consequências do ato lesivo à saúde que lhe foi imputado;
IV- Ter o infrator sofrido coação, a que não podia resistir, para a prática do ato;
V- Ser o infrator primário, e a falta cometida de natureza leve.

Art. 519. São circunstâncias agravantes:


I- Ser o infrator reincidente;
II- O infrator coagir outrem para a execução material da infração;
III- Ter a infração consequências calamitosas à saúde;
IV- Se, tendo conhecimento do ato lesivo à saúde, o infrator deixar de tomar
providências de sua alçada, tendentes a evitá-lo;
V- Ter o infrator agido com dolo, ainda que eventual, fraude ou má fé.

Parágrafo Único. A reincidência específica torna o infrator passível de enquadramento


na penalidade máxima e caracteriza a infração como gravíssima.

Art. 520. Sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, as infrações
sanitárias serão punidas, alternativa ou cumulativamente, com as seguintes
penalidades:
I – advertência;
II – pena educativa;
III - multa;
IV – apreensão de bens e/ou produtos;
V – interdição parcial ou total de bens e/ou produtos; 81
VI – inutilização de bens e/ou produtos;
VII – suspensão de vendas e/ou uso de bens e/ou de produtos;
VIII – suspensão de fabricação de bens e/ou de produtos;
IX – interdição parcial ou total de empresas, estabelecimentos, setores de
serviços, seções, habitações, edificações, prédios, acampamentos, hotéis e
congêneres, dormitórios coletivos ou não, barracas, tendas, refeitórios, áreas de
reunião de pessoas, máquinas, equipamentos, locais, dependências e veículos;
X – interrupção de serviço;
XI – suspensão de alvará sanitário de empresas;
XII – cancelamento de autorização de obra;
XIII – cancelamento de alvará sanitário de empresas;
XIV – proibição de propaganda.

Parágrafo único. Sem prejuízo das penalidades aplicadas após o curso do Processo
Administrativo Sanitário, as penalidades dispostas nos incisos IV, V, VII, VIII, IX e XI
do presente artigo podem ser aplicadas de forma cautelar.

Art. 521. A pena educativa será arbitrada pela autoridade sanitária e consiste na
obrigatoriedade, por parte do infrator, de executar atividade em benefício da
comunidade e promover cursos de capacitação do corpo técnico e empregados do
estabelecimento infrator, para evitar infrações do mesmo tipo.
Art. 522. A pena educativa consiste, alternada ou cumulativamente, nas seguintes
modalidades:
I – divulgação pelos meios de comunicação com a finalidade de atingir o
público alvo ou clientela do estabelecimento infrator;
II – informação à clientela alvo por meio de mala postal direta;
III – capacitação de dirigentes técnicos e/ou empregados do estabelecimento
infrator;
IV – veiculações à comunidade e à clientela, de mensagens educativas
expedidas pela vigilância sanitária.

Art. 523. A pena de multa é estabelecida em Unidade Fiscal de Referência do


Município de Eusébio (UFIRME) conforme Lei Municipal n° 539 de 28 de março de
2005 e consiste no pagamento de importância em dinheiro, sendo que a multa deve ser
convertida em moeda nacional vigente de acordo com o valor da UFIRME na data da
geração do Documento de Arrecadação Municipal (DAM).

Art. 524. A pena de multa será variável segundo a gravidade da infração, conforme a
classificação estabelecida no artigo 50, a que correspondem os seguintes limites:
I - de 210 (duzentos e dez) UFIRME a 4.100 (quatro mil e cem) UFIRME para as
infrações de natureza leve;
II - de 4.100 (quatro mil e cem) UFIRME a 20.500 (vinte mil e quinhentos)
UFIRME para as infrações de natureza grave;
III - de 20.500 (vinte mil e quinhentos) UFIRME a 51.250 (cinquenta e um mil e
duzentos e cinquenta) UFIRME para as infrações de natureza gravíssima. 82

Art. 525. São infrações sanitárias:


I - Construir, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território
municipal, laboratórios de produção de medicamentos, drogas, insumos,
cosméticos, produtos de higiene, dietéticos, correlatos, ou quaisquer outros
estabelecimentos que fabriquem alimentos, aditivos para alimentos, bebidas,
embalagens, saneantes e demais produtos que interessem à saúde pública, sem
registro, licença e autorizações do órgão sanitário competente ou contrariando
as normas legais pertinentes:
Pena – advertência, interdição parcial ou total, cassação da licença e/ou multa.
II - Construir, instalar ou fazer funcionar hospitais, laboratórios de análises
clínicas, postos de coleta, laboratórios de anatomia patológica e citológica, casas
de saúde, clínicas em geral, casas de repouso, serviços ou unidades de saúde,
estabelecimentos ou organizações afins, que se dediquem à promoção, proteção
e recuperação da saúde, sem licença do órgão sanitário competente ou
contrariando normas legais e regulamentares pertinentes:
Pena – advertência, interdição parcial ou total, cassação da licença e/ou multa.
III - Instalar ou manter em funcionamento consultórios médicos, odontológicos
e de pesquisas clínicas, clínicas de hemodiálise, bancos de sangue, de leite
humano, de olhos, e estabelecimentos de atividades afins, institutos de estética,
ginástica, fisioterapia e de recuperação, balneários, estâncias hidrominerais,
termais, climatéricas, de repouso, e congêneres, gabinetes ou serviços que
utilizem aparelhos e equipamentos geradores de raios X, substâncias
radioativas, ou radiações ionizantes e outras; estabelecimentos, laboratórios de
prótese dentária, laboratórios óticos; oficinas e serviços de ótica, de aparelhos
ou materiais óticos, de prótese dentária, de aparelhos ou materiais para uso
odontológico explorar atividades comerciais, industriais, ou filantrópicas, sem
licença do órgão sanitário competente ou contrariando o disposto nas demais
normas legais e regulamentares pertinentes:
Pena – advertência, interdição parcial ou total, cassação da licença, intervenção e/ou
multa.
IV- Explorar atividades comerciais, industriais, ou filantrópicas relacionadas à
saúde, com ou sem a participação de agentes que exerçam profissões ou
ocupações técnicas e auxiliares relacionadas com a saúde, sem licença sanitária,
autorização do órgão sanitário competente ou contrariando o disposto nas
demais normas legais e regulamentares pertinentes:
Pena – advertência, interdição parcial ou total, cassação da licença, intervenção e/ou
multa.
V - Extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar, manipular, purificar,
fracionar, embalar ou reembalar, importar, exportar, armazenar, expedir,
transportar, comprar, vender, ceder ou usar alimentos, produtos alimentícios,
medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, produtos dietéticos, de higiene,
cosméticos, correlatos, embalagens, saneantes, utensílios e aparelhos que
interessem à saúde pública ou individual, sem registro, licença, ou autorizações
do órgão sanitário competente ou contrariando o disposto na legislação
sanitária pertinente:
Pena – advertência, apreensão, inutilização do produto, ou interdição parcial ou total, 83
cassação da licença ou cancelamento de registro e/ou multa.
VI – Fazer e/ou veicular propaganda de produtos sob vigilância sanitária,
contrariando a legislação sanitária:
Pena - advertência, pena educativa, proibição de propaganda, suspensão da venda do
produto, imposição de mensagem retificadora, suspensão de propaganda e publicidade e
multa.
VII - Deixar, aquele que tiver o dever legal de fazê-lo, de notificar doença,
agravo, acidente ou qualquer outro evento de notificação compulsória, de
acordo com o que disponham as normas legais ou regulamentares vigentes:
Pena – advertência, pena educativa e/ou multa.
VIII - Impedir ou dificultar a aplicação de medidas sanitárias relativas às
doenças transmissíveis, zoonoses e quaisquer outras, além do sacrifício de
animais domésticos considerados perigosos pelas autoridades sanitárias:
Pena – advertência, pena educativa e/ou multa.
IX - Reter atestado de vacinação obrigatória, deixar de executar, dificultar ou
opor-se à execução de medidas sanitárias que visem à prevenção das doenças
transmissíveis:
Pena – advertência, interdição parcial ou total, cassação da licença, cancelamento de
registro ou autorização para funcionamento, e/ou multa.
X – Se opor à exigência de provas imunológicas ou à sua execução pelas
autoridades sanitárias:
Pena - advertência, pena educativa e/ou multa.
XI – Dificultar e/ou impedir a ação fiscalizadora das autoridades sanitárias
competentes no exercício de suas funções:
Pena – advertência, intervenção, interdição temporária ou definitiva, parcial ou total,
cassação de licença, cancelamento de autorização para funcionamento e/ou multa.
XII - Aviar receita em desacordo com prescrições médicas ou determinação
expressa de lei e normas regulamentares:
Pena – advertência, interdição parcial ou total do estabelecimento ou do produto,
cassação de licença, cancelamento de autorização para funcionamento e/ou multa.
XIII - Fornecer, vender ou praticar atos de comércio em relação a
medicamentos, drogas e correlatos cuja venda e uso dependam de prescrição
médica, sem observância dessa exigência e contrariando as normas legais e
regulamentares:
Pena – advertência, interdição parcial ou total do estabelecimento ou do produto,
cassação de licença, cancelamento de autorização para funcionamento e/ou multa.
XIV - Retirar ou aplicar sangue, hemocomponentes, hemoderivados, proceder a
operações de plasmaferese, ou desenvolver outras atividades hemoterápicas,
contrariando normas legais e regulamentares.
Pena – advertência, interdição parcial ou total, inutilização do produto, cassação de
licença, cancelamento de autorização para funcionamento ou de registro, intervenção
e/ou multa.
XV - Exportar sangue e seus derivados, placentas, órgãos, glândulas ou
hormônios, bem como quaisquer substâncias ou partes do corpo humano, ou
utilizá-los contrariando as disposições legais e regulamentares:
Pena - advertência, interdição parcial ou total, cassação da licença, cancelamento de 84
registro ou de autorização para funcionamento, intervenção e/ou multa.
XVI - Rotular alimentos e produtos alimentícios ou bebidas bem como
medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, produtos dietéticos, de higiene,
cosméticos, perfumes, correlatos, saneantes, de correção estética e quaisquer
outros contrariando as normas legais e regulamentares:
Pena - advertência, inutilização o produto, interdição parcial ou total, e/ou multa.
XVII - Alterar o processo de fabricação dos produtos sujeitos a controle
sanitário, modificar os seus componentes básicos, nome, e demais elementos
objeto do registro, sem a necessária autorização do órgão sanitário competente:
Pena – advertência, interdição parcial ou total, cassação da licença ou cancelamento da
autorização para funcionamento e/ou registro, e/ou multa.
XVIII - Reaproveitar vasilhames de saneantes, seus congêneres e de outros
produtos nocivos à saúde, no envase de alimentos, bebidas, refrigerantes,
produtos dietéticos, medicamentos, drogas, produtos de higiene, cosméticos,
perfumes, e quaisquer outros de interesse à saúde e vice-versa:
Pena – advertência, apreensão e inutilização do produto, interdição parcial ou total,
cassação da licença, cancelamento de registro e/ou multa.
XIX - Importar ou exportar, expor à venda ou entregar ao consumo produtos de
interesse à saúde cujo prazo de validade tenha se expirado, ou apor-lhes novas
datas, após expirado o prazo.
Pena - advertência, apreensão, inutilização do produto, interdição parcial ou total do
estabelecimento ou do produto, cassação da licença ou cancelamento de registro,
cancelamento de autorização de funcionamento e/ou multa.
XX - Produzir, comercializar, embalar, manipular, fracionar produtos sujeitos à
vigilância sanitária sem a assistência de responsável técnico, legalmente
habilitado.
Pena – advertência, apreensão e inutilização, interdição parcial ou total, cancelamento
do registro e/ou multa.
XXI - Comercializar produtos biológicos, imunoterápicos e outros que exijam
cuidados especiais de conservação, preparação, expedição, ou transporte, sem
observância das condições necessárias à sua preservação:
Pena – advertência, apreensão e inutilização do produto, suspensão da venda do
produto, interdição parcial ou total, cassação da licença ou cancelamento de registro
e/ou multa.
XXII - Executar serviços de desratização, desinsetização, desinfestação e
imunização de ambientes e produtos e/ou aplicar métodos contrariando as
normas legais e regulamentares.
Pena - advertência, interdição parcial ou total, cassação da licença ou cancelamento de
registro e/ou multa.
XXIII - Descumprir normas legais e regulamentares relativas a imóveis e/ou
manter condições que contribuam para a proliferação de roedores, vetores e
animais sinantrópicos que possam configurar risco sanitário:
Pena - advertência, pena educativa, interdição parcial ou total, cassação da licença ou
cancelamento de registro, ou cancelamento de autorização e funcionamento e/ou multa.
XXIV - Exercer profissões e ocupações relacionadas com a saúde sem a
necessária habilitação legal:
Pena - interdição parcial ou total e/ou multa. 85
XXV - Atribuir encargos relacionados com a promoção, proteção e recuperação
da saúde a pessoas sem a necessária habilitação legal:
Pena - interdição parcial ou total e/ou multa.
XXVI - Proceder à cremação de cadáveres, ou utilizá-los, contrariando as
normas sanitárias pertinentes:
Pena – advertência, pena educativa, interdição parcial ou total e/ou multa.
XXVII - Fraudar, falsificar ou adulterar alimentos, inclusive bebidas,
medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, correlatos, cosméticos, produtos
de higiene, dietéticos, saneantes e quaisquer outros que interessem à saúde
pública:
Pena - advertência, pena educativa, apreensão, inutilização do produto, interdição do
produto total ou parcial, suspensão de venda do produto e/ou fabricação do produto,
cancelamento do registro do produto e/ou da autorização para funcionamento,
interdição parcial ou total, cassação da licença e/ou multa.
XXVIII - Produzir, comercializar ou entregar ao consumo humano sal refinado,
moído ou granulado, que não contenha iodo na proporção estabelecida pelo
órgão competente:
Pena - advertência, pena educativa, apreensão e/ou interdição do produto, suspensão da
venda e/ou fabricação do produto, cancelamento do registro, interdição parcial ou total,
cancelamento de autorização para funcionamento da empresa, cassação da licença e/ou
multa.
XXIX - Descumprir normas legais e regulamentares, medidas, formalidades,
outras exigências sanitárias relacionadas à importação ou exportação de
matérias-primas ou produtos sujeitos à vigilância sanitária:
Pena - advertência, apreensão, inutilização do produto, interdição parcial ou total do
estabelecimento ou do produto, cancelamento da autorização de funcionamento e/ou
registro e/ou multa.
XXX - Descumprir normas legais e regulamentares, medidas, formalidades,
outras exigências sanitárias relacionadas a estabelecimentos e às boas práticas
de fabricação de matérias-primas e de produtos sob controle sanitário;
Pena - advertência, pena educativa, apreensão, inutilização do produto, interdição
parcial ou total, cancelamento da autorização de funcionamento e/ou registro e/ou
multa.
XXXI - Proceder mudança no estabelecimento ou de endereço para
armazenagem de produtos, matérias-primas, insumos, equipamentos, produtos
para a saúde e quaisquer outros sob interdição, sem autorização do órgão
sanitário competente:
Pena – advertência, pena educativa, apreensão, inutilização do produto, interdição
parcial ou total, cancelamento da autorização de funcionamento e/ou registro e/ou
multa.
XXXII - Proceder à comercialização de produtos, matérias-primas, insumos,
equipamentos, produtos para a saúde e quaisquer outros sob interdição:
Pena - advertência, pena educativa, apreensão, inutilização do produto, interdição
parcial ou total do estabelecimento ou do produto, cancelamento da autorização de
funcionamento e/ou registro e/ou multa. 86
XXXIII - Deixar de garantir, em estabelecimentos destinados à armazenagem
e/ou distribuição de produtos sujeitos à vigilância sanitária, a manutenção dos
padrões de identidade e qualidade de produtos, matérias-primas, insumos,
equipamentos, produtos para a saúde e quaisquer outros sob interdição,
aguardando inspeção física ou a realização de diligências requeridas pelas
autoridades sanitárias competentes:
Pena – advertência, pena educativa, apreensão, inutilização do produto, interdição
parcial ou total, cassação da licença, cancelamento da autorização de funcionamento
e/ou registro e/ou multa.
XXXIV - Interromper, suspender ou reduzir, sem justa causa, a produção ou
distribuição de medicamentos de tarja vermelha, de uso continuado ou
essencial à saúde do indivíduo, ou de tarja preta, provocando o
desabastecimento do mercado:
Pena - advertência, pena educativa, interdição total ou parcial do estabelecimento,
cancelamento do registro e/ou autorização para funcionamento, cassação da licença e/ou
multa.
XXXV - deixar de comunicar ao órgão de vigilância sanitária do Ministério da
Saúde a interrupção, suspensão ou redução da fabricação ou da distribuição dos
medicamentos referidos no inciso XXXIV:
Pena - advertência, pena educativa, interdição total ou parcial, cancelamento do registro
do produto e/ou autorização para funcionamento, cassação da licença e/ou multa.
XXXVI - Romper ou violar lacre de Interdição sem a autorização da autoridade
sanitária competente:
Pena- cassação da licença, cancelamento de registro, interdição parcial ou total do e/ou
multa.
XXXVII - Descumprir normas legais e regulamentares, medidas, formalidades,
outras exigências sanitárias relacionadas à importação ou exportação de
matérias-primas ou produtos sujeitos à vigilância sanitária:
Pena - advertência, pena educativa, apreensão, inutilização do produto, interdição
parcial ou total, cassação da licença, cancelamento de registro e/ou multa.
XXXVIII - Deixar de garantir, em estabelecimentos destinados à armazenagem
e/ou distribuição de produtos sujeitos à vigilância sanitária, a manutenção dos
padrões de identidade e qualidade de produtos, matérias-primas, insumos,
equipamentos, produtos para a saúde e quaisquer outros sob interdição,
aguardando inspeção física ou a realização de diligências requeridas pelas
autoridades sanitárias competentes:
Pena – advertência, pena educativa, apreensão, inutilização do produto, interdição
parcial ou total, cassação da licença ou cancelamento de registro e/ou autorização de
funcionamento e/ou multa.
XXXIX - Contribuir para que a poluição da água, do solo e do ar atinja níveis
superiores aos previstos nas normas legais e regulamentares, em razão de
atividade sujeita à vigilância sanitária:
Pena – advertência, pena educativa, interdição parcial ou total, cassação da licença ou
cancelamento de registro e/ou multa.
XL - Emitir ou despejar efluente ou resíduos sólidos, líquidos ou gasosos,
causadores de degradação no meio ambiente, em desacordo com o estabelecido
em normas legais e regulamentares, em razão de atividade sujeita à vigilância 87
sanitária:
Pena – advertência, pena educativa, apreensão, inutilização do produto, interdição
parcial ou total do, cassação da licença, cancelamento de registro e/ou autorização de
funcionamento e/ou multa.
XLI – Produzir, armazenar, transportar, comercializar, utilizar ou aplicar
agrotóxicos e outros contaminantes químicos, contrariando as normas legais e
regulamentares de proteção à saúde e segurança dos trabalhadores e da
população:
Pena – advertência, pena educativa, apreensão, inutilização do produto, interdição
parcial ou total e/ou multa.
XLII - Comercializar produtos alimentícios, água para consumo humano e
animal, com níveis de resíduos de agrotóxicos e outros contaminantes químicos
em desacordo com as normas legais vigentes:
Pena – advertência, pena educativa, apreensão, inutilização do produto, interdição
parcial ou total e/ou multa.
XLIII – Negligenciar as medidas de prevenção e controle na proliferação de
focos de vetores e pragas nos imóveis urbanos e rurais em descumprimento das
normas sanitárias vigentes:
Pena - advertência, pena educativa, interdição parcial ou total e/ou multa.
XLIV - Construir, reformar ou adequar estabelecimentos sujeitos à vigilância
sanitária sem a prévia aprovação do projeto pelo órgão sanitário competente.
Pena – advertência, pena educativa, interdição parcial ou total e/ou multa.
XLV - Obstruir ou dificultar a ação fiscalizadora da autoridade sanitária no
exercício de suas funções, e ou obstar o acesso das autoridades sanitárias aos
ambientes de trabalho e a sua permanência pelo tempo que se fizer necessário.
Pena - advertência, pena educativa, interdição parcial ou total, cassação da licença ou
cancelamento de autorização para funcionamento e/ou registro e/ou multa.
XLVI - Obstar o acesso e a participação de trabalhadores ou de seus
representantes, legalmente constituídos, no acompanhamento das ações de
vigilância nos ambientes de trabalho.
Pena: advertência, pena educativa, e/ou multa.
XLVII - Desrespeitar ou desacatar servidor competente, autoridade sanitária, no
exercício de suas atribuições legais,
Pena: multa.
XLVIII - Declarar informação inverídica relativa à prestação dos serviços
sujeitos à fiscalização:
Pena: advertência, pena educativa e/ou multa.
XLIX - Deixar de prestar as informações e ou declarar informação inverídica
relativas aos processos produtivos, produtos, substâncias, matérias primas,
máquinas, equipamentos, atividades, serviços, condições e ou situações de
trabalho que apresentem risco à saúde e segurança da população e dos
trabalhadores, por ocasião de licenciamentos e sempre que solicitado pelas
autoridades sanitárias.
Pena: advertência, pena educativa, multa, interdição parcial ou total, cassação da
licença ou cancelamento de registro ou autorização de funcionamento.
L - Captar, transportar, distribuir e utilizar água para consumo humano em 88
desacordo com as normas legais vigentes
Pena – advertência, pena educativa, apreensão, inutilização do produto, interdição
parcial ou total, cassação da licença ou cancelamento de registro e/ou autorização de
funcionamento e/ou multa.
LI - Deixar de dar conhecimento à população, residente na área de abrangência
do empreendimento, dos procedimentos de emergência, sempre que o processo
produtivo apresente risco de explosão, incêndio, vazamento, que resultem em
contaminação, química, física ou biológica, do ar, água, solo e subsolo.
Pena: advertência, pena educativa, multa e/ou interdição parcial ou total.
LII – Extrair, produzir, fabricar, comercializar, armazenar, transportar,
manusear e distribuir produtos, substâncias, máquinas, equipamentos, e prestar
serviços, em condições que apresentem riscos à saúde e à segurança da
população e aos trabalhadores.
Pena: advertência, pena educativa, multa, apreensão e/ou interdição parcial ou total.
LIII – Descumprir as normas de proteção da saúde e segurança dos
trabalhadores e ou deixar de manter programas adequados de controle de
riscos e prevenção de agravos à saúde dos trabalhadores;
Pena: advertência, multa e/ou interdição parcial ou total.
LIV - Omitir aos trabalhadores e aos seus representantes, legalmente
constituídos, as situações de risco nos ambientes de trabalho e os resultados dos
monitoramentos biológico e ambiental, e ou não fornecer de modo adequado,
claro e por escrito aos trabalhadores, as informações sobre os diferentes
produtos e tecnologias utilizados no processo produtivo ou sobre os
procedimentos técnicos e de segurança a serem observados para a execução de
tarefas e atividades, bem como casos e surtos de doenças infectocontagiosas.
Pena: advertência, pena educativa, multa, apreensão e/ou interdição parcial ou total.
LV - Deixar de monitorar a exposição aos riscos presentes no ambiente de
trabalho e de rastrear e diagnosticar precocemente os agravos à saúde, por meio
de programa de controle da saúde dos trabalhadores, obedecendo critérios
técnicos atualizados e garantindo a qualidade destes procedimentos.
Pena: advertência, pena educativa, multa e/ou interdição parcial ou total.
LVI - Deixar de custear todos os procedimentos relacionados aos exames de
saúde ocupacional - admissionais, periódicos, de retorno ao trabalho, de
mudança de função e demissionais;
Pena: advertência, pena educativa, e/ou multa.
LVII - Não entregar aos trabalhadores, quando solicitado, cópias de exames
complementares, relatórios e laudos médicos.
Pena: advertência, pena educativa e/ou multa.
LVIII - Não entregar aos trabalhadores Atestados de Saúde Ocupacional.
Pena: advertência, pena educativa e/ou multa.
LIX - Permitir a operação de empresas subcontratadas e prestadores de
serviços, sem a observância da elaboração e implementação de programas de
controle de saúde dos seus trabalhadores, mantendo-os à disposição dos órgãos
de vigilância.
Pena: advertência, pena educativa, multa e/ou interdição parcial ou total.
LX - Manter as atividades produtivas, máquinas, equipamentos e processos em
funcionamento, quando estes apresentem situações de risco grave e iminente 89
para a saúde dos trabalhadores.
Pena: advertência, pena educativa, multa, apreensão e/ou, interdição parcial ou total.
LXI - Deixar de comunicar à autoridade sanitária as situações de risco grave e
iminente para a saúde dos trabalhadores.
Pena: advertência, pena educativa, multa e/ou interdição parcial ou total.
LXII - Deixar de fornecer e garantir a utilização de equipamentos de proteção
individual, adequados ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento, quando estes se fizerem necessários.
Pena: advertência, pena educativa, multa, e/ou interdição parcial ou total.
LXIII - Não assegurar postos de trabalho aos reabilitados por acidentes e
doenças relacionados ao trabalho, compatíveis com suas limitações.
Pena: advertência, pena educativa, multa e/ou interdição parcial ou total.
LXIV - Transgredir outras normas legais e regulamentares destinadas à
proteção da saúde:
Pena: advertência, apreensão, inutilização do produto, suspensão de venda do produto,
cassação da licença ou cancelamento de registro, interdição parcial ou total e/ou multa.
LXV - Descumprir atos emanados das autoridades sanitárias competentes
visando à aplicação da legislação pertinente:
Pena: advertência, pena educativa, apreensão, inutilização do produto, interdição
parcial ou total, suspensão da venda e/ou de fabricação do produto, cancelamento do
registro do produto, e/ou autorização para funcionamento da empresa, cassação da
licença, proibição de propaganda e/ou multa.
SEÇÃO 5
DA FASE PROCESSUAL
Subseção I
Da Instauração

Art. 526. O processo administrativo sanitário será instaurado pela autoridade sanitária
competente através da lavratura do Auto de Infração Sanitário descrevendo as
irregularidades detectadas e apontando as devidas penalidades e sanções
administrativas que podem ser aplicadas.
§ 1°. O auto de infração será lavrado na sede da repartição competente ou no local
em que for verificada a infração pela autoridade sanitária que a houver
constatado.
§ 2°. O documento deve possuir as seguintes informações:
I - nome do autuado, seu domicílio e residência, bem como os demais
elementos necessários à sua qualificação e identificação civil; 90
II - local, data e hora da lavratura onde a infração foi verificada;
III - descrição da infração e menção do dispositivo legal ou
regulamentar transgredido;
IV - penalidade a que está sujeito o infrator e o respectivo preceito legal
que autoriza a sua imposição;
V - ciência, pelo autuado, de que responderá pelo fato em processo
administrativo;
VI - assinatura do autuado ou, na sua ausência ou recusa, de duas
testemunhas, e do autuante;
VII - prazo para interposição de recurso, quando cabível.
§ 3°. Havendo recusa do autuado em assinar o auto, será feita, neste, a menção do
fato e, conforme o inciso VI do parágrafo 2° deste artigo, poderão ser solicitadas
as assinaturas de duas testemunhas presentes no local e que não possuam
interesses conflitantes com a ação.

Art. 527. A autoridade sanitária que determinar a lavratura de auto de infração


ordenará, por despacho em processo, que o autuante proceda à prévia verificação da
matéria de fato.

Art. 528. A autoridade sanitária autuante fica responsável pelas declarações que
fizerem nos autos de infração, sendo passíveis de punição, por falta grave, em casos de
falsidade ou omissão dolosa.
Art. 529. O autuado será notificado para ciência do auto de infração por meio de
documento oficial, preferencialmente entregue pessoalmente ou via correspondência
registrada com aviso de recebimento.
§ 1°. Em casos excepcionais, poderão ser utilizados meios eletrônicos ou outros
meios adequados de comunicação.
§ 2°. Se o infrator for notificado pessoalmente e recusar-se a exarar ciência, deverá
essa circunstância ser mencionada expressamente pela autoridade que afetou a
notificação.

Art. 560. O desrespeito ou desacato ao servidor competente, em razão de suas


atribuições legais, bem como embargo oposto a qualquer ato de fiscalização de leis ou
atos regulamentares em matéria de saúde, sujeitarão o infrator à penalidade de multa.

Art. 561. As multas impostas em auto de infração poderão sofrer redução de 20% (vinte
por cento) caso o infrator efetue o pagamento no prazo de 20 (vinte) dias, contados da
data em que for notificado, implicando na desistência tácita de defesa ou recurso.

Art. 562. É causa de nulidade do processo administrativo sanitário:


I - Incompetência da autoridade que o instaurou, quando se tratar de
competência exclusiva;
II - Suspeição e impedimento da autoridade sanitária autuante;
III - Ausência dos seguintes termos ou atos:
a) ciência do administrado, na forma desta Lei;
b) abertura de prazo para a defesa; 91
IV - Inobservância de formalidade essencial a termos ou atos processuais.
Parágrafo único. Nenhuma nulidade será declarada se não resultar prejuízo para a
defesa, por irregularidade que não comprometa a apuração da verdade e em favor de
quem lhe tenha dado causa.

Art. 563. As contagens dos prazos começam a correr a partir da data da cientificação
oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
§ 1°. Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o
vencimento se der em dia em que não houver expediente na repartição
competente ou este for encerrado antes da hora normal.
§ 2°. Na contagem de prazo em dias computar-se-ão somente os dias úteis;
§ 3°. Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data;
§ 4°. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do
prazo, tem-se como termo o último dia do mês;
§ 5°. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado ou por determinação
legal, os prazos processuais não podem sofrer suspensão.

Art. 564. Considera-se dia do começo do prazo:


I - O primeiro dia útil seguinte à data de juntada do auto de infração
devidamente assinado pela parte, quando a citação ou a notificação for
realizada na modalidade pessoal;
II - A data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a
intimação for realizada na modalidade postal;
III - O quinto dia útil após a data de publicação, quando a intimação for
realizada na modalidade editalícia;
IV - O quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma prevista na mensagem
de ciência, do recebimento da notificação realizada por meio eletrônico.

Art. 565. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas


autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as
suas manifestações processuais no curso do processo administrativo sanitário.

Subseção II
Da Instrução

Art. 566. A autoridade sanitária autuante deve instruir o Processo Administrativo


Sanitário com o acostamento dos seguintes documentos:
I - Os termos eventualmente emitidos na fase de instauração do processo;
II - Os registros fotográficos e documentos que evidenciem as condições
sanitárias observadas;
III -A defesa, se houver;
IV - A manifestação do servidor autuante sobre a defesa ou ausência de defesa
do administrado.

Art. 567 - O autuado será notificado para ciência do auto de infração e de outras
medidas cabíveis ao processo administrativo sanitário por meio das seguintes
modalidades: 92
I – pessoalmente;
II – pelo correio, por carta registrada, com aviso de recebimento – A.R;
III – por edital;
IV – por meio eletrônico que acuse o recebimento.

§ 1º Se o administrado for cientificado pessoalmente e recusar-se a receber o auto


de infração e os termos sanitários, deverá essa circunstância ser certificada pela
autoridade sanitária que tentou efetuar a notificação.
§ 2º A certidão disposta no §1º deste artigo sobre a recusa do administrado em
assinar o Auto de Infração e os termos sanitários pertinentes supre a
comprovação da ciência acerca dos mesmos;
§ 3°. Na hipótese de ausência do administrado ou de quem o represente, a ciência
do Auto de Infração e termos sanitários pertinentes se dará através da
modalidade mais eficiente disponível.
§ 4°. O administrado será considerado ciente da autuação:
I – em caso de citação pessoal, a partir da juntada aos autos do Auto de
Infração devidamente assinado pelo mesmo, por seu representante legal
ou preposto, ou através de certidão que ateste a recusa no recebimento;
II – em caso de citação postal, a partir da juntada do aviso de
recebimento - AR da carta disposta no inciso II do presente artigo,
devidamente assinado ou com informação de recusa;
III - em caso de citação editalícia, a partir da efetivação da publicação.
Subseção III
DAS MEDIDAS CAUTELARES

Art. 568. Os Termos de Apreensão Cautelar, Inutilização, Coleta de Amostra,


Interdição Cautelar e Desinterdição, deverão ser impressos ou digitalizados,
numerados e preenchidos de forma clara e precisa, sem entrelinhas, rasuras ou
emendas, devendo ser assinados pela autoridade competente e pelo representante legal
do administrado.
§ 1°. A primeira via dos documentos relacionados no caput será destinada aos
autos do Processo Administrativo Sanitário relacionado, enquanto a segunda via
será disponibilizada ao administrado.
§ 2°. Portaria expedida pelo gestor municipal da saúde pode determinar a emissão
dos termos sanitários descritos no caput deste artigo na modalidade eletrônica,
nos casos em que a Vigilância Sanitária dispuser de sistema de informação que
garanta a sua utilização.

Art. 569. O Termo de Apreensão Cautelar deverá conter, no mínimo, os seguintes


elementos:
I - O nome e o domicílio do autuado, assim como os elementos necessários para
sua identificação e de seu representante legal;
II - Data, hora e local da apreensão;
III - Descrição do material apreendido;
IV - Motivo da apreensão e dispositivo legal e/ou regulamentar infringido;
V - Ciência pelo autuado com a assinatura do autuado ou, na sua ausência ou 93
recusa, de duas testemunhas, e do autuante.

Art. 570. O Termo de Inutilização deverá conter, no mínimo, os seguintes elementos:


I - O nome e o domicílio do autuado, assim como os elementos necessários para
sua identificação e de seu representante legal;
II - Data, hora e local da inutilização;
III - Descrição do material inutilizado;
IV - Motivo da inutilização, método utilizado e dispositivo legal e/ou
regulamentar infringido;
V - Ciência pelo autuado com a assinatura do autuado ou, na sua ausência ou
recusa, de duas testemunhas, e do autuante.

Art. 571. A inutilização de produto ou substância far-se-á mediante lavratura do Termo


de Inutilização.
§ 1°. A inutilização será obrigatória nos casos em que o produto ou a substância se
mostrar impróprio para o consumo.
§ 2°. Consideram-se impróprios para o consumo, entre outros:
I - os produtos ou substâncias cujos prazos de validade estejam
vencidos;
II - os produtos ou substâncias deteriorados, alterados, adulterados,
avariados, corrompidos, fraudados ou nocivos à vida ou à saúde.
Art. 572. O Termo de Coleta de Amostra deverá conter, no mínimo, os seguintes
elementos:
I - O nome e o domicílio do autuado, assim como os elementos necessários para
sua identificação e de seu representante legal;
II - Data, hora e local;
III - Descrição do material coletado;
IV - Motivo da coleta e método utilizado;
V - Ciência pelo autuado com a assinatura do autuado ou, na sua ausência ou
recusa, de duas testemunhas, e do autuante.

Art. 573. O Termo de Interdição Cautelar deverá conter, no mínimo, os seguintes


elementos:
I - O nome e o domicílio do autuado, assim como os elementos necessários para
sua identificação e de seu representante legal;
II - Data, hora e local da interdição;
III - Descrição do material ou do local interditado;
IV - Dispositivo legal e/ou regulamentar infringido;
V - Ciência pelo autuado com a assinatura do autuado ou, na sua ausência ou
recusa, de duas testemunhas, e do autuante.

Art. 574. Para a interdição de bens, produtos, empresas, estabelecimentos, seções,


dependências, veículos, habitações, edificações, prédios, acampamentos, hotéis e
congêneres, dormitórios coletivos ou não, barracas, tendas, refeitórios, áreas de reunião
de pessoas, máquinas, equipamentos e locais, a autoridade sanitária lavrará o termo 94
respectivo, cuja primeira via será entregue, juntamente com o auto de infração, ao
administrado ou ao seu representante legal, obedecidos os mesmos requisitos do auto
de infração, quando da aposição do ciente.

Art. 575. Se a interdição for imposta como resultado de laudo laboratorial, a autoridade
sanitária competente fará constar do processo o despacho respectivo e lavrará o termo
de interdição, inclusive do estabelecimento, quando for o caso.

Art. 576. O Termo de Desinterdição deverá conter, no mínimo, os seguintes elementos:


I - O nome e o domicílio do autuado, assim como os elementos necessários para
sua identificação e de seu representante legal;
II - Data, hora e local da desinterdição;
III - Descrição do material ou do local desinterditado;
IV – Motivação relacionada ao ato de desinterdição;
V - Ciência pelo autuado com a assinatura do autuado ou, na sua ausência ou
recusa, de duas testemunhas, e do autuante.

Subseção IV
DA ANÁLISE FISCAL

Art. 577. A apuração do ilícito, em se tratando dentre outros, de alimentos, produtos


alimentícios, medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, produtos dietéticos, de
higiene, cosméticos, correlatos, embalagens, saneantes, utensílios, aparelhos e outros
bens que interessem à saúde pública ou individual, far-se-á mediante apreensão de
amostras para a realização de análise fiscal e de interdição, se for o caso.
§ 1°. A interdição referida no caput deste artigo, de caráter preventivo ou de
medida cautelar, será aplicada pela autoridade sanitária de fiscalização
competente, nos casos em que sejam flagrantes os indícios de alteração ou
adulteração do produto, ou nos casos em que estejam em desacordo com as
normas legais e regulamentares.
§ 2°. A interdição do produto será obrigatória quando resultarem provadas, em
análises laboratoriais ou no exame de processos, ações fraudulentas que
impliquem em falsificação ou adulteração.
§ 3°. A interdição do produto e/ou do estabelecimento, como medida cautelar,
durará o tempo necessário à realização de testes, provas, análises ou outras
providências requeridas, não podendo, em qualquer caso, exceder o prazo de
noventa dias, findo o qual o produto ou o estabelecimento será automaticamente
liberado.

Art. 578. A apuração do ilícito, em se tratando de produto ou substância sem registro,


licença, ou autorizações do órgão sanitário competente ou contrariando o disposto na
legislação sanitária pertinente, far-se-á mediante a apreensão de amostras para a
realização de análise fiscal e de interdição, se for o caso.

Parágrafo Único - A apreensão do produto ou substância far-se-á mediante lavratura


do
Termo de Apreensão. 95

Art. 579. A apreensão do produto ou substância para análise consistirá na colheita de


amostra representativa do estoque existente, a qual, dividida em três partes, será
tornada inviolável, para que se assegurem as características de conservação e
autenticidade, sendo uma delas entregue ao detentor ou responsável, a fim de servir
como contraprova, e as duas outras imediatamente encaminhadas ao laboratório
oficial, para realização das análises necessárias.
§ 1°. Se a quantidade ou natureza não permitir a colheita de amostras, o produto
ou substâncias será encaminhado ao laboratório oficial, para realização de análise
fiscal, na presença do seu detentor ou do representante legal da empresa e do
perito pela mesma indicado, se possível.
§ 2°. Na hipótese prevista no parágrafo 1º deste artigo, se ausente as pessoas
mencionadas, serão convocadas duas testemunhas para presenciar a análise.
§ 3°. Será lavrado laudo minucioso e conclusivo da análise fiscal, o qual será
arquivado no laboratório oficial e extraídas cópias, uma para integrar o processo
e as demais para serem entregues ao detentor ou responsável pelo produto ou
substância e à empresa fabricante.
§ 4°. O administrado, discordando do resultado condenatório da análise poderá,
em separado ou juntamente com o pedido de revisão da decisão recorrida,
requerer perícia de contraprova, apresentando a amostra em seu poder e
indicando seu próprio perito.
§ 5°. Da perícia de contraprova será lavrada ata circunstanciada, datada e assinada
por todos os participantes, cuja primeira via integrará o processo, e conterá todos
os quesitos formulados pelos peritos.
§ 6°. A perícia de contraprova não será efetuada se houver indícios de violação da
amostra em poder do administrado e, nessa hipótese, prevalecerá como
definitivo o laudo condenatório.
§ 7°. Aplicar-se-á na perícia de contraprova o mesmo método de análise
empregado na análise fiscal condenatória, salvo se houver concordância dos
peritos quanto à adoção de outro.
§ 8°. Caso o resultado da perícia de contraprova seja igual ao da análise fiscal, o
produto condenado será inutilizado.
§ 9°. A discordância entre os resultados da análise fiscal condenatória e da perícia
de contraprova, ensejará recurso à autoridade superior imediata no prazo de dez
dias, o qual determinará novo exame pericial, a ser realizado na segunda amostra
em poder do laboratório oficial.

Art. 580. Quando o resultado da análise implicar na condenação definitiva de bem e/ou
produto, oriundo de outra unidade da Federação, após a aplicação das penalidades
cabíveis, será o processo remetido ao órgão competente do Ministério da Saúde, para
as providências pertinentes.

Art. 581. Não sendo comprovada, através da análise fiscal ou da perícia de contraprova
a infração objeto da apuração e, sendo considerado o produto próprio para consumo, a
autoridade sanitária julgadora lavrará despacho liberando-o e determinando o 96
arquivamento do processo administrativo sanitário.

Art. 582. Nas transgressões que independam da análise ou perícias, o processo


obedecerá a rito sumaríssimo e será considerado concluso, caso o autuado não
apresente defesa no prazo de 15 (quinze) dias ou, caso se seja autoridade pública
integrante da administração pública direta ou indireta, de 30 (trinta) dias.
Parágrafo único. Para atendimento do disposto no caput deste artigo, a autoridade
sanitária de fiscalização competente, quando o caso indicar, além do auto de infração,
lavrará:
I- documento fiscal de apreensão de bens e produtos de interesse da saúde em
desacordo com a legislação vigente;
II- documento fiscal de interdição de bens, produtos, empresas,
estabelecimentos, habitações, edificações, prédios, acampamentos, hotéis e
congêneres, tendas, barracas, refeitórios, áreas de reunião de pessoas,
máquinas, equipamentos, setores de serviços, seções, dependências e veículos; e
III- outros documentos que a ação fiscal requerer.

Subseção V
DA DEFESA

Art. 583. O autuado poderá oferecer defesa ou impugnação do auto de infração, por
escrito:
I - No prazo de 15 (quinze) dias, contados da sua ciência, caso se trate de
empresa privada;
II - No prazo de 30 (trinta) dias, contados da sua ciência, caso se trate de
autoridade pública integrante da administração pública direta ou indireta.

Art. 584. A defesa, sob pena de não ser conhecida, deverá ser apresentada dentro do
prazo disposto no artigo anterior e conter os seguintes elementos:
I - Órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II - Identificação do administrado e de quem o represente, com nome completo,
razão social, e número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
(CNPJ) ou no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);
III - Identificação do Auto de Infração impugnado ou do número do processo
vinculado;
IV - Domicílio do administrado ou local para recebimento de comunicações;
V - Data e assinatura do requerente ou de seu representante.

Art. 585. O autuado poderá renunciar ao prazo da defesa estabelecido exclusivamente


em seu favor, desde que o faça de maneira expressa.

Subseção IV
DA MANIFESTAÇÃO DO SERVIDOR AUTUANTE

Art.586. Antes do julgamento do processo administrativo sanitário, deverá a 97


autoridade sanitária dirigente julgadora solicitar parecer da autoridade sanitária de
fiscalização autuante, que terá o prazo de 10 (dez) dias para se pronunciar a respeito.

Art. 587. A autoridade sanitária julgadora, antes do julgamento, poderá solicitar


diligências e maiores informações da equipe fiscalizadora em qualquer manifestação
sobre item específico com a finalidade de melhor instruir o Processo Administrativo
Sanitário.

Art.588. A manifestação do servidor autuante deverá conter os seguintes elementos:


I – Dados do autuado;
II – Irregularidades encontradas;
III – Risco sanitário;
IV – Antecedentes do infrator;
V – Circunstâncias atenuantes e agravantes por ventura existentes;
VI – Capacidade econômica do infrator, verificada por meio de documentos
fiscais que comprovem o “status empresarial” e na falta destes, por menção da
perspectiva do fiscal que contribuirá na identificação da condição da
capacidade
econômica;
VII – Tipificação;
VIII – Sugestão de penalidade.
Parágrafo único. A manifestação do servidor autuante tem caráter opinativo, todavia,
em não sendo acolhida pela autoridade sanitária julgadora, esta deverá motivar as
razões do não acolhimento em parecer anexado ao processo administrativo sanitário.

SEÇÃO 6
DO JULGAMENTO PELA AUTORIDADE SANITÁRIA

Art. 589. Concluída a instrução de processo administrativo sanitário, A autoridade


sanitária dirigente julgadora tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo
prorrogação por igual período expressamente motivada.

Art. 590. A autoridade sanitária dirigente julgadora tem o dever de explicitamente


emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações
devendo ser fundamentadas em elementos acostados aos autos durante a instrução
processual.

Art. 591. Em caso de decisão condenatória, será lavrado Auto de Imposição de


Penalidade, que deverá conter:
I – O nome e a qualificação da pessoa física ou jurídica autuada e seu endereço;
II - Número, série de data do auto de infração e nº do processo vinculado;
III - O ato ou fato constitutivo da infração e o local;
IV - O dispositivo legal ou regulamentar infringido;
V - A penalidade imposta e seu fundamento legal;
VI - Prazo de 15 (quinze) dias para interposição de recurso, contando da ciência 98
do administrador;
VII - A assinatura da autoridade julgadora ou servidor por ela delegado;
VIII - A assinatura do administrador pessoa natural ou do
administrador da pessoa jurídica, ou, em sua ausência, de seu representante
legal ou preposto, e, em caso de recusa, a consignação da circunstância pela
autoridade sanitária.

§ 1°. Na impossibilidade de efetivação da providência à que se refere o inciso VIII


deste artigo, o autuado será notificado mediante correspondência com Aviso de
Recebimento ou publicação no Diário Oficial do Estado ou notificação por via
eletrônica com aguardo de confirmação.
§ 2°. O Termo de Imposição de Penalidade será acostado aos autos do Processo
Administrativo relacionado, sendo disponibilizada cópia ao administrado.

SEÇÃO 7
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

Art. 592. Mantida a decisão condenatória, caberá recurso para a autoridade sanitária
superior imediata, dentro da esfera governamental, sob cuja jurisdição se haja
instaurado o processo:
I - No prazo de 20 (vinte) dias, caso se trate de empresa privada, hipótese em
que a autoridade sanitária superior imediata decidirá no prazo de 30 (trinta)
dias;
II - No prazo de 40 (quarenta) dias, caso se trate de autoridade pública
integrante da administração pública direta ou indireta, hipótese em que a
autoridade sanitária superior imediata decidirá no prazo de 30 (trinta) dias.

Art. 593. O recurso não será conhecido quando interposto:


I - Fora do prazo;
II - Perante órgão incompetente;
III - Por quem não seja legitimado;
IV – Sem a identificação do número do Auto de Infração ou do número do
Processo Administrativo Sanitário a que se refere;
V – Desacompanhado de petição que informe a intenção de combater a decisão
da autoridade sanitária julgadora e elucide o propósito de documentação
eventualmente apresentada.
Parágrafo único. O não conhecimento do recurso não impede a Administração de
rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.

Art. 594. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.

Parágrafo Único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.

Art. 595. Os recursos interpostos das decisões não definitivas somente terão efeito
suspensivo, relativamente ao pagamento da penalidade pecuniária. 99

SEÇÃO 8
DO CUMPRIMENTO DAS PENALIDADES

Art. 596. Quando aplicada a pena de multa, o infrator será notificado para efetuar o
pagamento no prazo de 30 (trinta) dias, contados da sua ciência, recolhendo-a à conta
do Fundo Municipal de Saúde.

Art. 597. As multas impostas pela autoridade sanitária competente, poderão sofrer
redução de trinta por cento (30%), caso o infrator desista expressamente de apresentar
defesa ou recurso, caso em que será imediatamente notificado a efetuar o pagamento
no prazo previsto no artigo 100.

Art. 598. O não recolhimento da multa dentro do prazo fixado no artigo 100 implicará
no Registro em Dívida Ativa e consequente cobrança por meio de Ação de Execução.

Parágrafo único. O procedimento indicado neste caput deverá ser devidamente


anotado no processo administrativo sanitário respectivo.

Art. 599. Decorrido o prazo mencionado no artigo 95, sem que seja recorrida a decisão
condenatória ou requerida a perícia de contraprova, o laudo de análise condenatório
será considerado definitivo, e determinada a apreensão e inutilização do produto, bem
como outras medidas cabíveis.
Art. 600. A aplicação ou manutenção da penalidade cautelar de interdição parcial ou
total do estabelecimento será imediata e só será revertida, a juízo da autoridade
sanitária competente, mediante a comprovação, perante àquela, do saneamento das
não conformidades que justificaram a aplicação da penalidade.
§ 1°. A desinterdição parcial ou total será registrada através de termo assinado
pelo administrado, sendo este acostado ao respectivo Processo Administrativo
Sanitário;
§ 2°. A desinterdição parcial ou total somente poderá ser solicitada após decorrido
o prazo descrito no Termo de Interdição.

Art. 601. O cumprimento da penalidade de inutilização de produtos e equipamentos


será comprovado pelo infrator, com a devida apresentação de relatório de destinação
final/descarte emitido por empresa terceirizada, dentro do prazo de 30 (trinta dias).

Parágrafo único. A não apresentação da comprovação de cumprimento da penalidade


referida no caput do presente artigo sujeita o infrator a nova autuação.

Art. 602. A aplicação da penalidade de cancelamento de alvará sanitário da empresa


somente ocorrerá após a publicação, na Imprensa Oficial, de decisão irrecorrível.

Art. 603. No caso de condenação definitiva do produto cuja alteração, adulteração ou


falsificação não impliquem em torná-lo impróprio para o uso ou consumo, poderá a
autoridade sanitária julgadora dirigente, ao proferir a decisão, destinar a sua 100
distribuição a estabelecimentos assistenciais, cuja entrega será devidamente realizada
em Termo de Doação próprio, cuja primeira via será enviada ao infrator, a segunda
anexada ao processo e a terceira para controle de estoque.

Art. 604. Transcorrido o prazo de 15 (quinze) dias da ciência do administrado da


decisão de primeira instância, caso o administrado se trate de empresa privada, ou 30
(trinta) dias, caso se trate de empresa pertencente à Administração Pública, sem que
tenha havido recurso, a autoridade sanitária competente adotará as seguintes
providências:
I - Certificará o trânsito em julgado da decisão condenatória, e publicará no
Diário Oficial do Estado decisão final com sumário do mérito, assim como as
penalidades aplicadas ao infrator da legislação sanitária, determinando sua
execução;
II – Comunicará, através de ofício, a aplicação das penalidades ou medidas
cautelares a outros órgãos da esfera municipal, estadual ou federal para adoção
de providências de sua alçada;
III – Comunicará, através de ofício às autarquias profissionais, a ocorrência de
indícios de transgressores de natureza ética ou disciplinar, ao disposto nos
Códigos de ética e demais normas regulamentares da alçada das mesmas;
IV – Comunicará imediatamente ao Ministério Público e à autoridade policial
competente, a ocorrência de indícios de ato ou de fato tipificado em lei como
contravenção ou crime, através de expediente circunstanciado;
V – Encaminhará o processo administrativo sanitário à autoridade sanitária
autuante e, após a adoção das medidas impostas, dará o referido processo por
concluso.

SEÇÃO 9
DA PRESCRIÇÃO

Art. 605. As infrações às disposições legais e regulamentares de ordem sanitária


prescrevem no prazo de 05 (cinco) anos.
§ 1°. A prescrição interrompe-se pela notificação, ou outro ato da autoridade
competente, que objetive a sua apuração e consequente imposição de pena.
§ 2°. Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de
três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de
ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração
da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.

SEÇÃO 10
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 606. Se, durante o curso do Processo Administrativo Sanitário, vier a ocorrer fato
constitutivo, modificativo ou extintivo do direito, que possa influir no julgamento do
Auto de Infração, a autoridade sanitária competente deverá tomá-lo em consideração,
de ofício ou a requerimento da parte, assegurado a esta o direito de fazer a juntada de 101
novas provas documentais até a decisão final.

Art. 607. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os


procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado:
I - Pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;
II - Pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
III – Pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia
maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,
doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante),
contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra
doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a
doença tenha sido contraída após o início do processo.

§ 1°. A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua


condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que
determinará as providências a serem cumpridas;
§ 2°. Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie
o regime de tramitação prioritária.

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