Você está na página 1de 15

TUTORIA 2 – SISTEMA CIRCULATÓRIO- THALIA MARTINS- TUTOR: ME.

LUCAS SALOMÃO

1. Discutir os aspectos anatomofisiológicos do sistema cardiovascular


(anatomia e histologia do músculo cardíaco e dos vasos sanguíneos)

ANATOMIA - MOORE
O sistema circulatório transporta líquido por todo o corpo; é formado pelo
coração, pelos vasos sanguíneos e vasos linfáticos. O coração e os vasos
sanguíneos formam a rede de transporte de sangue. Por intermédio desse
sistema, o coração bombeia sangue ao longo da vasta rede de vasos
sanguíneos do corpo. O sangue conduz nutrientes, oxigênio e resíduos que
entram e saem das células.

Circuitos Vasculares
O coração consiste em duas bombas musculares que, embora adjacentes,
atuam em série, dividindo a circulação em dois componentes: os circuitos ou
circulações pulmonar e sistêmica. O ventrículo direito impulsiona o sangue
pobre em oxigênio que retorna da circulação sistêmica para os pulmões por
meio das artérias pulmonares. O dióxido de carbono é trocado por oxigênio nos
capilares pulmonares e, então, o sangue rico em oxigênio é reconduzido pelas
veias pulmonares dos pulmões ao átrio esquerdo do coração. Esse circuito,
que tem início no ventrículo direito, passa pelos pulmões e chega ao átrio
esquerdo, é a circulação pulmonar. O ventrículo esquerdo impulsiona o sangue
rico em oxigênio que chega ao coração, proveniente da circulação pulmonar,
por meio das artérias sistêmicas (aorta e seus ramos), e há troca de oxigênio e
nutrientes por dióxido de carbono no restante dos capilares do corpo. O sangue
pobre em oxigênio retorna ao átrio direito através das veias sistêmicas
(tributárias das veias cavas superior e inferior). Esse circuito, do ventrículo
esquerdo ao átrio direito, é a circulação sistêmica.
Vasos sanguíneos
Existem três tipos de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares. O sangue
sai do coração sob alta pressão e é distribuído para o corpo por um sistema
ramificado de artérias com paredes espessas. Os vasos de distribuição final,
arteríolas, levam sangue oxigenado para os capilares. Os capilares formam um
leito capilar, onde ocorre troca de oxigênio, nutrientes, resíduos e outras
substâncias com o líquido extracelular. O sangue do leito capilar entra em
vênulas de paredes finas, semelhantes a capilares largos. As vênulas drenam
para pequenas veias que se abrem em veias maiores. As veias maiores, que
são as veias cavas superior e inferior, reconduzem o sangue pouco oxigenado
para o coração.

A maioria dos vasos sanguíneos do sistema circulatório tem três camadas ou


túnicas:

• Túnica íntima, um revestimento interno formado por uma única camada de


células epiteliais muito achatadas, o endotélio, sustentado por delicado tecido
conjuntivo. Os capilares são formados apenas por essa túnica, e os capilares
sanguíneos também têm uma membrana basal de sustentação.

• Túnica média, uma camada intermediária que consiste basicamente em


músculo liso.

• Túnica externa, uma bainha ou camada externa de tecido conjuntivo.

A túnica média é a mais variável. Artérias, veias e vasos linfáticos são


distinguidos pela espessura dessa camada em relação ao tamanho do lúmen,
sua organização, e, no caso das artérias, de quantidades variáveis de fibras
elásticas.

ARTÉRIAS
As artérias são vasos sanguíneos que conduzem sangue sob pressão
relativamente alta (em comparação com as veias correspondentes) do coração
e distribuem-no para o corpo. O sangue atravessa artérias de calibre
decrescente. A distinção dos diferentes tipos de artérias é feita com base no
tamanho geral, quantidade relativa de tecido elástico ou muscular na túnica
média, espessura da parede em relação ao lúmen e função. O tamanho e o
tipo das artérias formam um continuum – isto é, há uma mudança gradual das
características morfológicas de um tipo para outro. Existem três tipos de
artérias:

• As grandes artérias elásticas (artérias condutoras) têm muitas camadas


elásticas (lâminas de fibras elásticas) em suas paredes. Inicialmente, essas
grandes artérias recebem o débito cardíaco. A elasticidade permite sua
expansão quando recebem o débito cardíaco dos ventrículos, minimizando a
variação de pressão, e o retorno ao tamanho normal entre as contrações
ventriculares, quando continuam a empurrar o sangue para as artérias médias
a jusante. Isso mantém a pressão no sistema arterial entre as contrações
cardíacas (no momento em que a pressão ventricular cai a zero). Em geral,
isso minimiza o declínio da pressão arterial quando o coração contrai e relaxa.
Exemplos de grandes artérias elásticas são a aorta, as artérias que se originam
no arco da aorta (tronco braquiocefálico, artéria subclávia e artéria carótida),
além do tronco e das artérias pulmonares.

• As artérias musculares médias (artérias distribuidoras) têm paredes formadas


principalmente por fibras musculares lisas dispostas de forma circular. Sua
capacidade de reduzir seu diâmetro (vasoconstrição) controla o fluxo
sanguíneo para diferentes partes do corpo, conforme exigido pela
circunstância. As contrações pulsáteis de suas paredes musculares (seja qual
for o diâmetro do lúmen) causam a constrição temporária e rítmica dos lumens
em sequência progressiva, propelindo e distribuindo o sangue para várias
partes do corpo. As artérias nominadas, inclusive aquelas observadas na
parede do corpo e nos membros durante a dissecção, como as artérias
braquial ou femoral, são, em sua maioria, artérias musculares médias.

• As pequenas artérias e arteríolas têm lumens relativamente estreitos e


paredes musculares espessas. O grau de enchimento dos leitos capilares e o
nível da pressão arterial no sistema vascular são controlados principalmente
pelo grau de tônus (firmeza) no músculo liso das paredes arteriolares. Se o
tônus for maior que o normal, ocorre hipertensão. As pequenas artérias
geralmente não têm nomes nem identificação específica durante a dissecção, e
as arteríolas só podem ser vistas quando ampliadas.

IMPORTANTE: As anastomoses (comunicações) entre os múltiplos ramos de


uma artéria oferecem vários possíveis desvios para o fluxo sanguíneo em caso
de obstrução do trajeto habitual por compressão pela posição de uma
articulação, doença ou ligadura cirúrgica. Quando um canal principal é ocluído,
os canais opcionais menores costumam aumentar de tamanho em um período
relativamente curto, proporcionando uma circulação colateral ou um trajeto
alternativo que garanta o suprimento sanguíneo para estruturas distais à
obstrução. Entretanto, é preciso tempo para que haja abertura adequada das
vias colaterais; elas geralmente são insuficientes para compensar a oclusão ou
ligadura súbita.

VEIAS
As veias geralmente reconduzem o sangue pobre em oxigênio dos leitos
capilares para o coração, o que confere às veias uma aparência azul-escura.
As grandes veias pulmonares são atípicas porque conduzem sangue rico em
oxigênio dos pulmões para o coração. Em vista da menor pressão sanguínea
no sistema venoso, as paredes (especificamente, a túnica média) das veias
são mais finas que as das artérias acompanhantes. Normalmente, as veias não
pulsam e não ejetam nem jorram sangue quando seccionadas. Existem três
tamanhos de veias:

• As vênulas são as menores veias. As vênulas drenam os leitos capilares e se


unem a vasos semelhantes para formar pequenas veias. A observação das
vênulas requer ampliação. As pequenas veias são tributárias de veias maiores
que se unem para formar plexos venosos, como o arco venoso dorsal do pé. As
pequenas veias não recebem nome.

• As veias médias drenam plexos venosos e acompanham as artérias médias.


Nos membros e em alguns outros locais onde a força da gravidade se opõe ao
fluxo sanguíneo, as veias médias têm válvulas. Válvulas venosas são
projeções (retalhos passivos) do endotélio com seios valvulares caliciformes
que enchem por cima. Quando elas estão cheias, as válvulas ocluem o lúmen
da veia, evitando, assim, o refluxo de sangue distalmente, tornando o fluxo
unidirecional (para o coração). O mecanismo valvular também fragmenta as
colunas de sangue nas veias em pequenos segmentos, reduzindo a pressão de
retorno. Ambos os efeitos tornam mais fácil para a bomba musculovenosa
superar a força da gravidade para retornar o sangue ao coração. Os exemplos
de veias médias incluem as denominadas veias superficiais (veias cefálica e
basílica dos membros superiores e as veias safenas magna e parva dos
membros inferiores) e as veias acompanhantes que recebem o mesmo nome
da artéria que acompanham.

• As grandes veias são caracterizadas por largos feixes de músculo liso


longitudinal e uma túnica externa bem desenvolvida. Um exemplo é a veia cava
superior.

O número de veias é maior que o de artérias. Embora suas paredes sejam


mais finas, seu diâmetro costuma ser maior que o diâmetro da artéria
correspondente. As paredes finas proporcionam grande capacidade de
expansão, e as veias se expandem quando o retorno do sangue para o
coração é impedido por compressão ou por pressão interna.

Em razão do maior diâmetro e à capacidade de expansão das veias, em geral


apenas 20% do sangue estão nas artérias, enquanto 80% encontram-se nas
veias. As veias tendem a ser duplas ou múltiplas. Aquelas que acompanham as
artérias profundas – veias acompanhantes – circundam-nas em uma rede com
ramificações irregulares.
Quando a artéria se expande durante a contração do coração, as veias são
distendidas e achatadas, o que ajuda a conduzir o sangue venoso para o
coração – uma bomba arteriovenosa. As veias sistêmicas são mais variáveis do
que as artérias, e as anastomoses venosas são mais frequentes.

As válvulas venosas interrompem as colunas de sangue, aliviando, assim, a


pressão nas partes mais baixas e só permitindo que o sangue venoso flua em
direção ao coração. A congestão venosa que ocorre nos pés quentes e
cansados ao fim de um dia de trabalho é aliviada repousando-se os pés sobre
um banco mais alto que o tronco (do corpo). Essa posição dos pés também
ajuda no retorno venoso do sangue para o coração.

CAPILARES SANGUÍNEOS
Para beneficiar as células que formam os tecidos do corpo, o oxigênio e os
nutrientes conduzidos pelas artérias precisam sair dos vasos transportadores e
passar para o espaço extravascular entre as células, o espaço extracelular
(intercelular) no qual vivem as células. Os capilares são tubos endoteliais
simples que unem os lados arterial e venoso da circulação e permitem a troca
de materiais com o líquido extracelular (LEC) ou intersticial. Os capilares
geralmente são organizados em leitos capilares, redes que unem as arteríolas
e as vênulas. O sangue entra nos leitos capilares por meio das arteríolas que
controlam o fluxo e é drenado pelas vênulas.
À medida que a pressão hidrostática nas arteríolas força a entrada e a
passagem do sangue no leito capilar, também força a saída de líquido
contendo oxigênio, nutrientes e outros materiais do sangue na extremidade
arterial do leito capilar (a montante) para os espaços extracelulares, permitindo
a troca com células do tecido adjacente. As paredes capilares, porém, são
relativamente impermeáveis às proteínas plasmáticas. A jusante, na
extremidade venosa do leito, a maior parte desse LEC – agora contendo
resíduos e dióxido de carbono – é reabsorvida pelo sangue graças à pressão
osmótica gerada pela maior concentração de proteínas no capilar. (Apesar de
já estar bem estabelecido, esse princípio é denominado hipótese de Starling.)
Em algumas áreas, como nos dedos das mãos, há conexões diretas entre as
pequenas arteríolas e vênulas proximais aos leitos capilares que irrigam e
drenam. Os locais dessas comunicações – anastomoses arteriolovenulares
(arteriovenosas) (AAV) – permitem que o sangue passe diretamente do lado
arterial para o lado venoso da circulação sem atravessar os capilares. A pele
tem muitos shunts AV, que são importantes na conservação do calor corporal.
Em algumas situações, o sangue atravessa dois leitos capilares antes de voltar
ao coração; um sistema venoso que une dois leitos capilares constitui um
sistema venoso porta. O sistema venoso no qual o sangue rico em nutrientes
passa dos leitos capilares do sistema digestório para os leitos capilares ou
sinusoides do fígado – o sistema porta do fígado.

HISTOLOGIA – JUNQUEIRA

MÚSCULO CARDÍACO
O músculo cardíaco é constituído por células cilíndricas alongadas e as vezes
ramificadas, suas fibras contêm apenas um ou dois núcleos elípticos, os quais
se localizam no centro da fibra. As fibras cardíacas são circundadas por uma
delicada bainha de tecido conjuntivo equivalente ao endomísio do músculo
esquelético, que contém abundante rede de capilares sanguíneos. Elas se
prendem entre si por meio de junções intercelulares complexas, que são uma
característica exclusiva das fibras musculares cardíacas. Essas junções podem
ser vistas ao microscópio óptico como traços transversais que aparecem em
intervalos irregulares ao longo da célula, chamados discos intercalares ou
discos escalariformes.

A microscopia eletrônica de transmissão revelou que os discos intercalares são


complexos juncionais situados na interface entre as extremidades de células
musculares adjacentes. Ao microscópio eletrônico, eles têm formato de
escadas, nas quais se distinguem duas regiões: uma transversal, que cruza a
fibra em ângulo reto, e uma longitudinal, paralela às miofibrilas e aos
miofilamentos. Nos discos intercalares encontram-se duas especializações
juncionais principais: junções de adesão e junções comunicantes.

As junções de adesão, essas junções oferecem forte adesão às células


musculares cardíacas, para que elas não se separem durante a atividade
contrátil.

Nas partes laterais dos discos, paralelas às miofibrilas, encontram-se


principalmente junções comunicantes, responsáveis pela comunicação iônica
entre células musculares adjacentes. Do ponto de vista funcional, a passagem
de ions permite que cadeias de células musculares se comportem como se
fossem um sincício, pois o sinal para a contração passa de uma célula para a
outra.

CORAÇÃO
O coração é um órgão muscular que se contrai ritmicamente enquanto bombeia
o sangue pelo sistema circulatório.
Suas paredes são constituídas de três túnicas: a interna, ou endocárdio; a
média, ou miocárdio; e a externa, ou pericárdio. A região central fibrosa do
coração, comumente chamada de esqueleto fibroso, serve de ponto de apoio
para as válvulas, além de ser também o local de origem e inserção das células
musculares cardíacas.

O endocárdio é o homólogo da íntima dos vasos sanguíneos e é constituído


por endotélio, que repousa sobre uma camada subendotelial delgada de tecido
conjuntivo frouxo que contém fibras elásticas e colágenas, bem como algumas
células musculares lisas.

O miocárdio é a mais espessa das túnicas do coração e consiste em células


musculares cardíacas organizadas em camadas que envolvem as câmaras do
coração como uma espiral complexa. Grande parte dessas camadas se insere
no esqueleto cardíaco fibroso. O arranjo dessas células musculares é
extremamente variado, de modo que, mesmo em um corte histológico de uma
área pequena, são vistas células orientadas em muitas direções.
A parede dos vasos é formada pelos seguintes componentes estruturais
básicos: o epitélio, chamado de endotélio, o tecido muscular e o tecido
conjuntivo. A associação desses tecidos forma as camadas ou túnicas dos
vasos sanguíneos.

O coração está coberto externamente por um epitélio pavimentoso simples


(mesotélio), o qual se apoia em uma fina camada de tecido conjuntivo, que
constitui o epicárdio. A camada subepicardial de tecido conjuntivo frouxo
contém veias, nervos e gânglios nervosos. O tecido adiposo que geralmente
envolve o coração se acumula nessa camada. O epicárdio corresponde ao
folheto visceral do pericárdio, membrana serosa que envolve o coração.

VASOS SANGUÍNEOS
Os vasos sanguíneos são normalmente compostos das seguintes camadas ou
túnicas: túnica íntima, túnica média e túnica adventícia.
Túnica íntima
A íntima apresenta uma camada de células endoteliais apoiada sobre uma
lâmina basal. Em torno dessa lâmina há uma camada de tecido conjuntivo
frouxo, a camada subendotelial, a qual pode conter, ocasionalmente, células
musculares lisas. Em artérias, a túnica íntima está separada da túnica média
por uma lâmina elástica interna, a qual é o componente mais externo da íntima.

Túnica média
A média consiste principalmente em camadas concêntricas de células
musculares lisas organizadas helicoidalmente. Interpostas entre as células
musculares lisas existem quantidades variáveis de matriz extracelular
composta de fibras e lamelas elásticas, fibras reticulares (colágeno do tipo III),
proteoglicanos e glicoproteínas.

Túnica adventícia
A adventícia consiste principalmente em colágeno do tipo l e fibras elásticas. A
camada adventícia torna-se gradualmente contínua com o tecido conjuntivo do
órgão pelo qual o vaso sanguineo está passando.

2. Caracterizar as propriedades do músculo cardíaco e correlacionar com


os diferentes padrões de débito cardíaco (propriedades elétricas,
propriedades mecânicas, propriedades hemodinâmicas).

SILVERTHORN
O músculo cardíaco possui algumas propriedades:

1. As fibras musculares cardíacas são muito menores do que as fibras


musculares esqueléticas e, em geral, possuem um núcleo por fibra.
2. As células musculares cardíacas individuais ramificam-se e juntam-se com
as células vizinhas, criando uma rede complexa. As junções celulares,
conhecidas como discos intercalares, consistem em membranas interligadas.
Os discos intercalares têm dois componentes: os desmossomos e as junções
comunicantes. Os desmossomos são conexões fortes que mantêm as células
vizinhas unidas, permitindo que a força criada em uma célula seja transferida
para a célula vizinha.
3. As junções comunicantes nos discos intercalares conectam eletricamente as
células musculares cardíacas umas às outras. Elas permitem que as ondas de
despolarização se espalhem rapidamente de célula a célula, de modo que
todas as células do músculo cardíaco se contraem quase simultaneamente.
4. Os túbulos T das células miocárdicas são maiores do que os do músculo
esquelético e se ramificam dentro das células miocárdicas.
5. O retículo sarcoplasmático miocárdico é menor que o do músculo
esquelético; por isso, o músculo cardíaco depende, em parte, do Ca2+
extracelular para iniciar a contração.
6. As mitocôndrias ocupam cerca de um terço do volume celular de uma fibra
contrátil cardíaca, devido à grande demanda energética dessas células.
Estima-se que o músculo cardíaco consome de 70 a 80% do oxigênio levado a
ele pelo sangue, mais do que duas vezes a quantidade extraída por outras
células do corpo.
Energia Química Necessária para a Contração Cardíaca: O Uso de Oxigênio
pelo Coração. O miocárdio, utiliza energia química para realizar o trabalho de
contração. Assim, a intensidade (ou velocidade) do consumo de oxigênio pelo
coração é medida excelente da energia química liberada enquanto o coração
realiza seu trabalho.

GUYTON

Conceitos de Pré-carga e Pós-carga. Ao avaliar as propriedades contráteis do


coração, é importante especificar o grau de tensão do músculo quando ele
começa a se contrair, que é a chamada de pré-carga, e especificar a carga
contra a qual o músculo exerce sua força contrátil, chamada pós-carga.
Para a contração cardíaca, a pré-carga é geralmente considerada como a
pressão diastólica final quando o ventrículo está cheio. A pós-carga do
ventrículo é a pressão na aorta à saída do ventrículo. (As vezes, a pós-carga é
praticamente considerada como a resistência da circulação, em lugar da
pressão.) em muitas condições funcionais anormais do coração ou da
circulação, a pressão durante o enchimento do ventrículo (pré-carga), a
pressão arterial contra a qual o ventrículo deve exercer a contração (a pós-
carga), ou ambas, podem estar alteradas em relação ao normal, de forma
significativa.
Estudar hemodinâmica
3. Relacionar os eventos do ciclo cardíaco com a sístole e diástole

SILVERTHORN Estudargráfico e tabelas


CICLO CARDÍACO
Nessa discussão, dividimos o ciclo cardíaco em cinco fases:

1: O coração em repouso: diástole atrial e ventricular. Começamos o ciclo


cardíaco no breve momento durante o qual tanto os átrios como os ventrículos
estão relaxados. Os átrios estão se enchendo com o sangue vindo das veias e
os ventrículos acabaram de completar uma contração. À medida que os
ventrículos relaxam, as valvas AV entre os átrios e os ventrículos se abrem e o
sangue flui por ação da gravidade dos átrios para os ventrículos.

2: Término do enchimento ventricular: sístole atrial. A maior quantidade de


sangue entra nos ventrículos enquando os átrios estão relaxados, mas pelo
menos 20% do enchimento é realizado quando os átrios contraem e empurram
sangue para dentro dos ventrículos. A sístole, ou contração atrial, inicia
seguindo a onda de despolarização que percorre rapidamente os átrios. A
pressão aumentada que acompanha a contração empurra o sangue para
dentro dos ventrículos.

3: Contração ventricular precoce e primeira bulha cardíaca. Enquanto os átrios


se contraem, a onda de despolarização se move lentamente pelas células
condutoras do nó AV e, então, pelas fibras de Purkinje até o ápice do coração.
A sístole ventricular inicia no ápice do coração quando as bandas musculares
em espiral empurram o sangue para cima em direção à base. O sangue
empurrado contra a porção inferior das valvas AV faz elas se fecharem, de
modo que não haja refluxo para os átrios. As vibrações seguintes ao
fechamento das valvas AV geram a primeira bulha cardíaca, S1, o “tum” do
“tum-tá”. Com ambos os conjuntos de valvas AV e válvulas semilunares
fechadas, o sangue nos ventrículos não tem para onde ir. Entretanto, os
ventrículos continuam a se contrair, comprimindo o sangue. Essa fase é
chamada de contração ventricular isovolumétrica, a fim de destacar o fato de
que o volume sanguíneo no ventrículo não está variando.Enquanto os
ventrículos iniciam sua contração, as fibras musculares atriais estão
repolarizando e relaxando. Quando as pressões no átrio atingem valores
inferiores às pressões nas veias, o sangue volta a fluir das veias para os átrios.
O fechamento das valvas AV isola as câmaras cardíacas superiores das
inferiores e, dessa forma, o enchimento atrial é independente dos eventos que
ocorrem nos ventrículos.

4: A bomba cardíaca: ejeção ventricular. Quando os ventrículos contraem, eles


geram pressão suficiente para abrir as válvulas semilunares e empurrar o
sangue para as artérias. A pressão gerada pela contração ventricular torna-se a
força motriz para o fluxo sanguíneo. O sangue com alta pressão é forçado
pelas artérias, deslocando o sangue com baixa pressão que as preenche,
empurrando-o ainda mais adiante na vasculatura. Durante essa fase, as valvas
AV permanecem fechadas e os átrios continuam se enchendo.

5: Relaxamento ventricular e a segunda bulha cardíaca. No final da ejeção


ventricular, os ventrículos começam a repolarizar e a relaxar, diminuindo a
pressão dentro dessas câmaras. Uma vez que a pressão ventricular cai abaixo
da pressão nas artérias, o fluxo sanguíneo começa a retornar para o coração.
Este fluxo retrógrado enche os folhetos (cúspides) em forma de taça das
válvulas semilunares, forçando-os para a posição fechada,. As vibrações
geradas pelo fechamento das válvulas semilunares geram a segunda bulha
cardíaca, S2, o “tá” do “tum-tá”. Uma vez que as válvulas semilunares se
fecham, os ventrículos novamente se tornam câmaras isoladas. As valvas AV
permanecem fechadas devido à pressão ventricular que, embora em queda,
ainda é maior que a pressão nos átrios. Esse período é chamado de
relaxamento ventricular isovolumétrico, porque o volume sanguíneo nos
ventrículos não está mudando.
Quando o relaxamento do ventrículo faz a pressão ventricular cair até ficar
menor que a pressão nos átrios, as valvas AV se abrem. O sangue que se
acumulou nos átrios durante a contração ventricular flui rapidamente para os
ventrículos. O ciclo cardíaco começou novamente.

4. Compreender os traçados do eletrocardiograma (ECG) e sua correlação


com a fisiologia elétrica do coração (ondas do ECG e seus significados)

SILVERTHORN

ONDAS DO ECG
As ondas fazem parte do traçado que sobe e desce a partir da linha de base.
Os segmentos são partes da linha de base entre duas ondas. Os intervalos são
combinações de ondas e segmentos. Diferentes componentes do ECG refletem
a despolarização ou a repolarização dos átrios e dos ventrículos.

A primeira onda é a onda P, a qual corresponde à despolarização atrial. O


próximo trio de ondas, o complexo QRS, representa a onda progressiva da
despolarização ventricular.
A onda final, a onda T, representa a repolarização dos ventrículos. A
repolarização atrial não é representada por uma onda especial, mas está
incorporada no complexo QRS.

Devido à despolarização iniciar a contração muscular, os eventos elétricos


(ondas) de um ECG podem ser associados à contração ou ao relaxamento
(conhecidos como eventos mecânicos no coração). Os eventos mecânicos do
ciclo cardíaco ocorrem logo após os sinais elétricos, exatamente como a
contração de uma única célula do músculo cardíaco ocorre após seu potencial
de ação.

O ciclo cardíaco inicia com os átrios e os ventrículos em repouso. O ECG


começa com a despolarização atrial. A contração atrial inicia durante a parte
final da onda P e continua durante o segmento P-R. Durante o segmento P-R,
o sinal elétrico desacelera quando passa através do nó AV (atraso do nó AV) e
do fascículo AV.

videoaula)
Canal -> ormois cassistir
A contração ventricular inicia logo após a onda Q e continua na onda T. Os
ventrículos são repolarizados durante a onda T, o que resulta no relaxamento
ventricular. Durante o segmento T-P o coração está eletricamente quiescente.

O ciclo inicia no ponto A. O ventrículo completou a sua contração e contém


uma quantidade mínima de sangue, que ele manterá durante todo o ciclo. O
ventrículo está relaxado e a pressão no seu interior também está em seu
menor valor. O sangue está fluindo das veias pulmonares para o átrio.
Quando a pressão no átrio ultrapassa a pressão do ventrículo, a valva mitral
(AV esquerda), localizada entre o átrio e o ventrículo, abre-se. Agora, o sangue
flui do átrio para o ventrículo, aumentando seu volume (do ponto A para o ponto
A’). À medida que o sangue entra, o ventrículo que está relaxando se expande
para acomodar o sangue que está entrando. Consequentemente, o volume do
ventrículo aumenta, porém a pressão do ventrículo aumenta muito pouco A
última etapa do enchimento ventricular é concluída pela contração atrial (do
ponto A’ para o ponto B). O ventrículo agora contém o volume máximo de
sangue que ele manterá durante este ciclo cardíaco (ponto B). Como o
enchimento máximo do ventrículo ocorre no final do relaxamento ventricular
(diástole), este volume recebe o nome de volume diastólico final (VDF).
Quando a contração ventricular inicia, a valva mitral (AV ) se fecha. Com as
valvas AV e as válvulas semilunares fecha- das, o sangue no interior do
ventrículo não tem para onde ir. Entretanto, o ventrículo continua a se contrair,
fazendo a pressão aumentar rapidamente durante a contração ventricular
isovolumétrica. Quando a pressão no ventrículo ultrapassa a pressão na aorta,
a valva da aorta se abre (ponto C). A pressão continua a se elevar enquanto o
ventrículo se contrai ainda mais, porém o volume ventricular diminui conforme o
sangue é ejetado para a aorta (C n D).
O coração não se esvazia completamente de sangue a cada contração
ventricular. O volume sanguíneo deixado no ventriculo ao final da contração é
chamado de volume sistólico final (VSF). O VSF (ponto D) é a menor
quantidade de sangue que o ventrículo contém durante um ciclo cardíaco. Ao
final de cada contração ventricular, o ventrículo começa a relaxar e a pressão
diminui. Quando a pressão no ventrículo cai a valores inferiores aos da pressão
na aorta, a válvula semilunar se fecha, e o ventrículo mais uma vez se torna
uma câmara isolada. O restante do relaxamento ocorre sem alteração no
volume sanguíneo e, portanto, essa fase é chamada de relaxamento
isovolumétrico. Quando finalmente a pressão ventricular cai a níveis inferiores
aos da pressão atrial, a valva AV esquerda (mitral) abre-se e o ciclo inicia
novamente.


eidi e
RESUMO DO CICLO COM ECG

GUYTON

Você também pode gostar