O documento discute a relação entre trabalho e saúde mental. Apresenta como a Revolução Industrial trouxe prejuízos à saúde dos trabalhadores devido a longas jornadas e ritmos acelerados. Também aborda a psicodinâmica do trabalho, que investiga os mecanismos de defesa dos trabalhadores frente ao sofrimento no trabalho. Por fim, lista alguns transtornos mentais relacionados ao trabalho como estresse, depressão e uso de substâncias.
O documento discute a relação entre trabalho e saúde mental. Apresenta como a Revolução Industrial trouxe prejuízos à saúde dos trabalhadores devido a longas jornadas e ritmos acelerados. Também aborda a psicodinâmica do trabalho, que investiga os mecanismos de defesa dos trabalhadores frente ao sofrimento no trabalho. Por fim, lista alguns transtornos mentais relacionados ao trabalho como estresse, depressão e uso de substâncias.
O documento discute a relação entre trabalho e saúde mental. Apresenta como a Revolução Industrial trouxe prejuízos à saúde dos trabalhadores devido a longas jornadas e ritmos acelerados. Também aborda a psicodinâmica do trabalho, que investiga os mecanismos de defesa dos trabalhadores frente ao sofrimento no trabalho. Por fim, lista alguns transtornos mentais relacionados ao trabalho como estresse, depressão e uso de substâncias.
Psicólogo. CRP: 04/45764 História. Revolução Industrial.
Com o desenvolvimento industrial e a acentuação da
divisão entre concepção e execução do trabalho, a aplicação direta destes princípios trouxe graves prejuízos à saúde física e mental dos trabalhadores, em consequência de prolongadas jornadas de trabalho, ritmo acelerado da produção, fadiga física, e sobretudo, automação, não participação no processo produtivo e parcelamento das tarefas. História. Para Marx (1996:31), "a produção é também imediatamente consumo. Consumo duplo, subjetivo e objetivo. O indivíduo, que ao produzir desenvolve suas faculdades, também as gasta, as consome, no ato da produção, exatamente como a reprodução natural é um consumo de forças vitais".
Fordismo, Taylorismo e Toyotismo.
História. Saúde Mental.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, saúde mental é mais do
que ausência de doença mental. Trata-se de um estado completo de saúde, em termos de bem-estar físico, mental e social e a Psicologia tem um papel importante com ações de prevenção e intervenção.
O capital, por meio do trabalho, organiza e estrutura o mundo. Só
que hoje ele não tem mais nomes, expressa-se por Fundos. As empresas são gerenciadas por executivos, não mais por seus donos. Podem mudar de cidade, de nome, de país, de ramo de atividade, deixando seus trabalhadores em pleno mar de incertezas e retirando- lhes a identificação com sua prática diária e com a empresa para a qual trabalham. Dados Estatísticos. Uma estimativa da Organização Mundial da Saúde de 2001, constatou que os transtornos mentais menores (ou Comuns: ansiedade, depressão, neuroses) acometem cerca de 30% dos trabalhadores ocupados; os transtornos mentais graves (psicoses, manias, esquizofrenias), cerca de 5 a 10% (SOUZA, 2013; SANTOS; SIQUEIRA, 2010). No Brasil, dados de 2012 do Ministério da Previdência Social dão conta de que os transtornos mentais e comportamentais ocupam o terceiro lugar em concessão de aposentadoria por invalidez, por incapacidade definitiva para o trabalho e também de concessões de auxílio-doença acidentários (SOUZA, 2013). Segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social de 2011, mais de 211 mil pessoas foram afastadas em razão de transtornos mentais, gerando um gasto de R$213 milhões em pagamentos de benefícios. Dados Estatísticos. Psicodinâmica do trabalho. A psicodinâmica do trabalho é uma abordagem científica, desenvolvida na França na década de 1980 pelo psicanalista Christophe Dejours, que investiga os mecanismos de defesa dos trabalhadores frente às situações causadoras de sofrimento decorrentes da organização do trabalho. Para a psicodinâmica, torna-se inaceitável a separação entre trabalhador e ser humano, ou seja, o indivíduo dentro do trabalho e o individuo fora do trabalho. Por tanto as questões da vida pessoal podem interferir no trabalho, bem como as questões do trabalho podem interferir na vida pessoal, para tanto é correto afirmar que o ser humano é um todo indivisível. Psicodinâmica do trabalho. Dejours (1998) afirma que as relações de trabalho, dentro das organizações, frequentemente, despojam o trabalhador de sua subjetividade, excluindo o sujeito e fazendo do homem uma vítima do seu trabalho.
Para Dejours o trabalho nunca é
neutro em relação à saúde e favorece, seja a doença, seja a saúde. Psicodinâmica do trabalho. Segundo Mendes, o contexto cultural da empresa pode promover vivências de prazer ou desprazer. De acordo com a abordagem da psicodinâmica, a saúde vai se configurar, quando houver possibilidades de o trabalhador ter percepções de como enfrentar as restrições, pressões e adversidades.
O sofrimento está presente no ambiente de trabalho, mas o
trabalho não é, per se, uma entidade responsável pelo sofrer humano. Trata-se de um sistema complexo de interações que envolvem questões pessoais, as tarefas, as responsabilidades, as relações interpessoais horizontais e verticais, as recompensas e as expectativas, os riscos à saúde física e os sentimentos de cada trabalhador em relação a todo esse contexto. Psicodinâmica do trabalho. Organização do contexto do trabalho: Organização do trabalho. Condições de trabalho. Relações de trabalho.
Mobilização subjetiva do trabalhador:
Características individuais, vivências de prazer e sofrimento. Estratégias defensivas e espaço de discussão coletiva. Inteligência prática. Cooperação. Psicodinâmica do trabalho. O Teatro do Trabalho.
Dejours (1987) refere que, enquanto para o homem a
doença significa a paralisação do trabalho, para a mulher existe um agravante, pois para a mulher a doença não pode autorizar a paralisação do trabalho, pois o serviço doméstico e o cuidado dos filhos não cessa. De certa forma, o espaço doméstico ou da casa passa a ser o espaço da doença e da improdutividade, enquanto o trabalho representa um local onde a saúde e a possibilidade de ser produtivo se realizam. Psicodinâmica do trabalho. O trabalho como formador da identidade.
Dejours diz que o sujeito pode transferir esse reconhecimento do
trabalho para o registro da construção de sua identidade. E o trabalho se inscreve assim na dinâmica da autorrealização. A identidade constitui a armadura da saúde mental. Não há crise psicopatológica que não tenha em seu núcleo uma crise de identidade. E isto confere à relação com o trabalho sua dimensão propriamente dramática. Ao não contar com os benefícios do reconhecimento de seu trabalho nem poder aceder ao sentido da relação que vive com esse trabalho, o sujeito se confronta com seu sofrimento e só a ele. Sofrimento absurdo que só produz sofrimento, dentro de um círculo vicioso, e que será desestruturante, capaz de desestabilizar a identidade e a personalidade e causar doenças mentais. Por isso, não há neutralidade no trabalho em relação à saúde mental. Psicodinâmica do trabalho. A profissão constitui fonte de satisfação, se for livremente escolhida, isto é, por meio de sublimação, tornar possível o uso de inclinações existentes, de impulsos instintivos (pulsionais) persistentes ou constitucionalmente reformados. No entanto, como caminho para a felicidade, o trabalho não é altamente prezado pelos homens. Não se esforçam em relação a ele como o fazem em relação a outras possibilidades de satisfação. A grande maioria das pessoas só trabalha sob pressão da necessidade, e esta aversão humana ao trabalho suscita problemas sociais extremamente difíceis. (Freud, 1974). Causas principais do adoecimento mental do trabalhador. Com a reorganização do trabalho, em consequência das últimas reformas estruturais, criaram-se condições extremamente dolorosas em relação aos valores do trabalho bem feito, o sentido da responsabilidade e a ética profissional. A obrigação de fazer mal o trabalho, de ter que dá-lo por terminado ou mentir, é uma fonte importantíssima e extremamente frequente de sofrimentos no trabalho: está presente na indústria, nos serviços, na administração. Causas principais do adoecimento mental do trabalhador. Alta demanda de trabalho, jornadas longas com poucas pausas para descanso e/ou refeições de curta duração, em lugares desconfortáveis; turnos noturnos, alternados ou iniciado muito cedo pela manhã; ritmos intensos ou monótonos; dedicação excessiva ao trabalho; pressão de chefes por metas; Ameaça de perda do emprego, desemprego e subemprego; Incorporações tecnológicas, mudanças em processos internos; Trabalho não reconhecido, desprovido de significado ou que se constitua em fonte de ameaça à integridade física e/ou psíquica; Má relações interpessoais com os chefes e entre os próprios colegas ou ambientes muito competitivos; Causas principais do adoecimento mental do trabalhador. Situações como um fracasso, um acidente de trabalho, vivências de situações traumáticas no ambiente de trabalho ou uma mudança de posição na hierarquia (ascensão ou queda); Ambientes que impossibilitam a comunicação espontânea, a manifestação de insatisfações e sugestões em relação ao trabalho; Metais pesados e solventes que podem ter ação tóxica sobre o sistema nervoso, determinando distúrbios mentais e alterações no comportamento; Assédio Moral (humilhação, perseguição, agressões...) Profissões que envolvem alto investimento afetivo e pessoal, em que o trabalho tem como objeto problemas humanos de alta complexidade e determinação fora do alcance do trabalhador. Sintomas do adoecimento do trabalhador e da organização. Disseminação das práticas agressivas nas relações entre os pares, gerando indiferença ao sofrimento do outro; Naturalização dos desmandos administrativos; Pouca disposição psíquica para enfrentar pressões; Fragmentação dos laços afetivos; Aumento do individualismo e instauração do pacto do silêncio coletivo; Sensação de inutilidade, acompanhada de progressiva deterioração identitária; Falta de prazer; demissão forçada; e sensação de esvaziamento. Presença e disseminação de estratégias coletivas de defesa. Transtornos Mentais e Comportamentais Relacionados ao Trabalho. Síndrome de Esgotamento Profissional, estafa, síndrome de Burn-Out. Transtornos de Humor, depressão que vai da leve até as graves e incapacitantes; ansiedade; Transtornos de Ajustamento ou Reações ao estresse; Neurose Profissional, síndrome do Pânico; Estresse Pós- Traumático; Uso de Substâncias Psicoativas tais como: álcool, levando ao Alcoolismo Crônico, cocaína, crack e outras, levando à dependência química às drogas ilícitas. O trabalho como fonte de prazer. A psicodinâmica do reconhecimento: Há seguramente folgados e desonestos, mas, em sua grande maioria, quem trabalha se esforça para fazer as coisas o melhor possível e coloca nisso muita energia, paixão e compromisso pessoal. O justo é que esta contribuição seja reconhecida. Quando não é, quando passa inadvertido em meio à indiferença geral ou os outros o negam, o resultado é um sofrimento muito perigoso para a saúde mental. O trabalho como fonte de prazer. A clínica psicológica no trabalho: Dutra (2004) afirma a necessidade de uma nova concepção de clínica psicológica em que "é preciso evitar abstrair o ser humano do contexto em que ele vive" (p.383). A clínica contextualizada é o espaço em que o sofrimento do trabalhador pode ser visto e ouvido e, assim, adquire uma dimensão passível de gerar intervenções nas condições da organização de forma a torná-las mais favoráveis à saúde do trabalhador. O trabalho como fonte de prazer. A conscientização empresarial em relação ao compromisso social com a saúde do trabalhador. Incentivo da cooperação e trabalho em equipe. Incentivo a autonomia e autogestão. Possibilidade de apropriação do processo produtivo. Possibilidade de socialização. Trabalho prescrito = trabalho real. Relações mais horizontais. O importante papel dos gestores e chefias. O trabalho é um direito de todos e nunca deve ser fonte de adoecimento. Bibliografia. Dejours, C. (1992). A loucura do trabalho: Estudo de psicopatologia do trabalho. (A. I. Paraguay e L. L. Ferreira, trad.; 5ª ed.). São Paulo: Cortez-Oboré. Dejours, C. (1996). Uma nova visão do sofrimento humano nas organizações. In: J. F. Chanlat (Org.) & O. L. S. Tôrres (Ed.), O indivíduo na organização: Dimensões esquecidas. (pp. 149-173; 3ª ed.). São Paulo: Atlas. Dejours, C.;Abdoucheli, E. & Jayet, C. (1994). Psicodinâmica do trabalho: Contribuições da escola dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. (6a ed.). São Paulo: Atlas. Dutra E. (2004). Considerações sobre as significações da Psicologia clínica na contemporaneidade. Estudos de Psicologia, 9 (2), 381-387. FREUD, S. O mal-estar na civilização. Rio de Janeiro: Imago, 1987a (Obras Completas, v.21). Mendes, A.M. (2004). Cultura organizacional e prazer-sofrimento no trabalho: Uma abordagem psicodinâmica. In: A. Tamayo (Org.), Cultura e saúde nas organizações (pp. 59-76). Porto Alegre: Artmed. MARX, K. Para a crítica da economia política do capital. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
Intervenções para prevenir riscos psicossociais do trabalho de profissionais da saúde no Brasil e no Peru: revisão sistemática com base no scoping study