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BURNOUT E ESTRESSE NO

MUNDO DO TRABALHO:
compreensão e manejo
SU
INTRODUÇÃO 2

CARACTERIZAÇÃO DO ESTRESSE 3

SÍNDROME DE BURNOUT 6


LISTA DE SINTOMAS COMUNS 13

CONSEQUÊNCIAS DA SÍNDROME DE BURNOUT 14

AVALIAÇÃO 15

PREVENÇÃO 17

RIO
INTERVENÇÃO 20

CONSIDERAÇÕES FINAIS 22

A ARTMED 24

REFERÊNCIAS 25
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, a globalização e o avanço das tecnologias têm ocasionado

diversas modificações no mundo do trabalho, as quais geram impactos diretos

sobre os trabalhadores. Nesse contexto, as possibilidades de desenvolvimen-

to econômico foram ampliadas, mas também acirraram a competitividade no

mercado. Isso fez com que os trabalhadores se deparassem com novos padrões

de emprego, novas maneiras de organização e relações de trabalho, contratos

temporários e em tempo parcial, reestruturações no organograma das organi-

zações, terceirizações, entre outras mudanças.

As características desse novo cenário diminuíram o controle do indivíduo sobre

o trabalho e, em contrapartida, aumentaram as demandas de trabalho, a inse-

gurança relacionada a ele, a probabilidade de demissões e, consequentemente,

a vulnerabilidade dos profissionais ao estresse relacionado ao trabalho e seus

transtornos associados. Diante desse cenário de incertezas e queda na oferta de

empregos, aqueles que ainda estão empregados tiveram que ser mais flexíveis,

realizando e acumulando novas tarefas, com cargas de trabalho mais altas e por

jornadas mais longas, a fim de se manterem empregados (ILO, 2016).

A exposição dos trabalhadores a este cenário os coloca cada vez mais próximos

da vivência de quadros de estresse relacionado ao trabalho e, em casos mais

graves, do diagnóstico da Síndrome de Burnout.


CARACTERIZAÇÃO DO ESTRESSE
De forma geral, pode-se compreender o estresse a) Fase de alerta: diante de uma situação que gera tensão, o organismo se
prepara para agir, com a produção de substâncias como a adrenalina, que o
como qualquer situação de tensão aguda ou crôni- leva as reações de “luta e fuga” e, por isso, demanda esforços físicos e emo-
cionais (Malagris & Dias, 2019).
ca que gere mudanças no comportamento ou no

estado emocional do indivíduo, levando-o a uma b) Fase de resistência: ao persistir a fase de alerta, o indivíduo utiliza ener-
gia adaptativa para se reequilibrar. Se consegue, os sinais da fase de alerta
resposta de adaptação psicofisiológica. Portanto, desaparecem, levando-o à sensação de melhora. Quando isso não ocorre, o
indivíduo sofre a sensação de desgaste generalizado (Malagris & Dias, 2019).
é uma forma que o organismo encontra para lidar

com situações que podem tirar o equilíbrio do in- c) Fase de quase-exaustão: nesta fase, o organismo está enfraquecido e não
consegue se adaptar ao agente estressor, então as doenças começam a
divíduo (Malagris & Dias, 2019). Diante de uma situ- aparecer, tais como herpes simples, psoríase, picos de hipertensão e diabetes
nas pessoas com predisposições genéticas (Lipp, 2000).
ação estressora, o organismo busca se adaptar aos
d) Fase de exaustão: resulta da contínua exposição do indivíduo ao estres-
estímulos ao seu redor, por meio de um conjunto
sor ou a muitas fontes de estresse simultâneas, e há incidência da exaustão
de respostas específicas, que geralmente são de- psicológica (depressão, ansiedade aguda, inabilidade de tomar decisões,
vontade de fugir de tudo) e física (alterações orgânicas, hipertensão arterial
monstradas em quatro fases, sendo elas: essencial, úlcera gástrica, psoríase, vitiligo e diabete) (Silva & Martinez, 2005).

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Vale ressaltar que o estresse, por si só, não se trata de uma do-

ença. Contudo, ele pode levar ao enfraquecimento do organismo

quando não se adapta ao evento que o provoca, e isto torna o in-

divíduo vulnerável ao surgimento das patologias mencionadas.

No contexto do trabalho e das organizações, os agentes estressores

também são reconhecidos como fatores de risco psicossociais. Estes

são definidos pela International Labour Organisation (1986) como as

interações que ocorrem entre o ambiente do trabalho, seu conteúdo e

as condições organizacionais e as capacidades, necessidades, cultura e

condições pessoais dos trabalhadores que podem, por meio das percep-

ções e experiências deles, influenciar sua saúde, desempenho e satisfa-

ção com o trabalho. A Tabela 1, adaptada de Leka e Jain (2010), aponta

para os principais aspectos do trabalho passíveis de se tornarem agentes

estressores para os trabalhadores.

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Tabela 1 - Fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho

Falta de variedade ou ciclos de trabalho curtos, trabalho fragmentado ou


Conteúdo do trabalho
sem sentido, sub uso de habilidades, alta incerteza, exposição contínua a
pessoas por meio do trabalho. Como visto a partir da Tabela
Carga e ritmo Sobrecarga de trabalho ou sob carga, ritmo da máquina, altos níveis de 1, tanto aspectos do conteúdo
de trabalho pressão de tempo, continuamente sujeito a prazos.
quanto do contexto do traba-
Trabalho em turnos, turnos noturnos, horários de trabalho inflexíveis, horas
Horário de trabalho
imprevisíveis, horas longas ou antissociais. lho podem se constituir como

Controle Baixa participação na tomada de decisões, falta de controle sobre a carga estressores aos trabalhadores
de trabalho, ritmo, etc.
a depender de como se apre-
Ambiente e Disponibilidade, adequação ou manutenção inadequada de equipamentos;
equipamento más condições ambientais, como falta de espaço, iluminação insuficiente,
sentam nas organizações, e a
ruído excessivo.
contínua e prolongada expo-
Cultura organizacional Comunicação deficiente, baixos níveis de suporte para resolução de
e função problemas e desenvolvimento pessoal, falta de definição ou acordo sobre sição a esses fatores de risco
os objetivos organizacionais.
pode agravar os quadros de
Relações interpessoais Isolamento social ou físico, relacionamentos ruins com superiores, conflito
no trabalho interpessoal, falta de apoio social, intimidação, assédio. estresse vivenciados pelas pes-

Ambiguidade de papéis, conflito de papeis e responsabilidade pelas soas, levando-as até mesmo à
Papel na organização
pessoas.
fadiga e ao esgotamento pro-
Desenvolvimento de Estagnação e incerteza na carreira, subpromoção ou superpromoção,
carreira salários baixos, insegurança no emprego, baixo valor social para o trabalho. fissional (Jacinto & Tolfo, 2017).

Exigências conflitantes de trabalho e casa, baixo suporte em casa,


Interface casa-trabalho problemas de dupla carreira.

Fonte: Adaptado de Leka e Jain (2010)

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SÍNDROME DE BURNOUT a) Exaustão emocional: ocorre quando o indivíduo não possui mais condições de des-

pender a energia que seu trabalho requer, e geralmente é provocada pela sobrecarga de

A Síndrome de Burnout é compre- trabalho e problemas nas relações. Nesta dimensão, o indivíduo vivencia sentimentos de

endida como uma reação ao estresse desesperança, solidão, raiva, impaciência, depressão, irritabilidade, tensão, preocupação,
crônico relacionado ao trabalho, que
baixa energia, entre outros (Pêgo & Pêgo, 2016; Trigo et al., 2007).
envolve atitudes, comportamentos e
b) Despersonalização: como reação à sua exaustão emocional, a despersonalização é re-
emoções negativas do indivíduo fren-
te ao seu trabalho e às pessoas que conhecida como a maneira como o indivíduo se defende da carga emocional que seu tra-

se relacionam a ele (Dalcin & Carlotto, balho lhe exige. Nesta dimensão, ele apresenta uma espécie de evitação das pessoas com

2018). Ocorre quando o indivíduo che- quem tem contato no trabalho, demonstra atitudes insensíveis em relação às pessoas e cria
ga ao seu limite por não ter consegui-
barreiras a fim de não permitir que os problemas e sofrimentos dos outros o atinjam (Pêgo
do se adaptar a um trabalho altamen-
& Pêgo, 2016; Trigo et al., 2007).
te estressante e com grande carga de
tensão. A concepção psicossocial, mais c) Baixa realização profissional: com a predominância da despersonalização, o indivíduo

fortemente difundida sobre a Síndro- passa a reduzir o tempo que passa no trabalho e o empenho que despende sobre ele, o que

me de Burnout, a constitui a partir de acaba por comprometer seus resultados. Como consequência, o indivíduo sente que pouco
três dimensões, as quais acometem o
tem sido realizado por ele em seu trabalho, se sente insatisfeito com o que está executando
indivíduo progressivamente. São elas:
e há uma percepção de incompetência de sua parte (Pêgo & Pêgo, 2016).

6
A Síndrome de Burnout afeta, majoritariamente, os pro- um consenso sobre a prevalência de Burnout ainda parece

fissionais que lidam diretamente com pessoas em seu desconhecido na literatura (Trigo et al., 2007; Meleiro, 2020).

trabalho, pois em suas atividades estão sujeitos a um Contudo, seu crescimento continua a ser identificado em

maior envolvimento emocional, que os coloca diante virtude da natureza do trabalho e das alterações ocorridas

de maiores cargas mental e emocional em seu dia a nos ambientes e relações laborais (Loureiro et al., 2008). Isso

dia. Sendo assim, ela é tida como um risco ocupacional, fez com que a Síndrome de Burnout fosse incluída na 11ª

principalmente para as profissões que envolvem a área Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-

da saúde, da educação e dos serviços humanos (Montal- 11 - 2018), na lista dos diagnósticos vinculados aos Proble-

vão et al., 2018; Trigo et al., 2007), e são com estas popula- mas Associados ao Emprego ou Desemprego, sob o código

ções que as investigações relacionadas ao Burnout são QD85, como um fenômeno ocupacional, cuja incidência é

mais encontradas. relacionada exclusivamente ao contexto do trabalho.

Ainda que estudos venham sendo realizados com as

populações mais fortemente atingidas pela síndrome

– como professores e profissionais da saúde – e eles de-

monstrem a incidência dela sobre esses profissionais,

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Estudos nacionais e internacionais têm apontado que ao contato direto com pessoas. Além disso, a alta exaustão
algumas variáveis pessoais parecem demonstrar uma emocional nas mulheres também pode estar relacionada à
espécie de “perfil” mais suscetível ao desenvolvimento emocionalidade vinculada ao papel feminino, bem como à
da síndrome. As mulheres têm apresentado maiores ní- dupla jornada com que elas lidam, conciliando as deman-
veis de exaustão emocional, menor despersonalização das pessoais às profissionais. As pessoas solteiras, separadas
e maior sentimento de realização profissional. A hipó- ou viúvas apresentam maiores níveis de Burnout em relação
tese é que esses índices se dão em virtude da respon- às casadas e mais velhas. Os estudos também mostram que,
sabilidade familiar, do tipo de ocupação e do papel do quanto mais jovem é o profissional, maior é o sentimento de
sexo feminino na socialização, visto que elas possuem distanciamento das pessoas com as quais ele se relaciona
um maior envolvimento e preocupação com cuidados em seu trabalho (Carlotto, 2011; Patrício et al., 2020; Vercam-
e o bem-estar das pessoas – característica central das bre et al., 2009).
pessoas acometidas pela Síndrome de Burnout, devido

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Já no tocante aos aspectos laborais, indivíduos com
elevadas cargas de trabalho, relações intensas com as
pessoas a que atendem em sua rotina de trabalho (por
exemplo, alunos no caso de profissionais da área da
educação e pacientes no caso dos profissionais da saú-
de), vínculo profissional com mais de uma organização,
condições de trabalho inadequadas, desequilíbrio entre
as exigências da profissão e as recompensas recebidas,
como salário e reconhecimento profissional, carga horá-
ria extensa e falta de apoio técnico para o trabalho, tam-
bém se tornam mais suscetíveis ao desenvolvimento da
Síndrome de Burnout (Carlotto, 2011; Leite et al., 2019; Pa-
trício, et al., 2020).
Ademais, os pesquisadores destacam que os traços de
personalidade podem conferir uma vulnerabilidade
pessoal. Por “traço”, entendemos como uma disposição
generalizada, que tende a aparecer frequentemente
na nossa forma de pensar, agir e sentir e que é relativa-
mente estável ao longo do tempo. Ou seja, indivíduos
com maiores níveis de determinados traços possuem
uma chance aumentada de desenvolver um desfecho
psicopatológico (Mansur-Alves & Saldanha-Silva, 2017).

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Na literatura sobre o Burnout (Bianchi, 2018),

o traço de neuroticismo, advindo do modelo

dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade Tomemos como exemplo dois indivíduos que tra-
(para saber mais sobre o modelo, recomen- balham em um mesmo ambiente: Edu, que tem
damos a leitura do texto escrito por Mansur- altos níveis de neuroticismo, e Cadu, que tem bai-
Alves & Saldanha-Silva, 2017) é comumente xos níveis de neuroticismo. Ambos precisam prepa-
citado como um aspecto de grande relevân- rar uma apresentação dos resultados obtidos para
cia para a etiologia de tal quadro. O neuroti- seus superiores. De uma forma geral, Edu tenderá
cismo, também chamado de Instabilidade a ficar preocupado com a tarefa, sentir-se ansioso,
Emocional, refere-se à reatividade emocional pensar que não conseguirá fazer uma boa apresen-
dos indivíduos, às tendências para preocu- tação e se avaliar de forma bastante crítica. Por ou-
pação e à suscetibilidade para sensações de tro lado, Cadu tenderá a se manter calmo e sentir-se
tristeza, raiva, ansiedade, frustração, insegu- tranquilo. Note que uma única situação ambiental
rança e medo. Os indivíduos com altos níveis poe ser vivenciada de formas diferentes. Isso expli-
de neuroticismo tendem a perceber o am- ca parcialmente por que, ao passar por situações
biente como mais aversivo do que ele real- aversivas, algumas pessoas desenvolvem quadros
mente é. Ainda, podem ter mais dificuldade psicopatológicos enquanto outras não.
em controlar suas reações emocionais, o que

colabora para uma prolongação do tempo do

estresse experienciado (Bianchi, 2018).

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Outra característica individual comumente citada na Os indivíduos com altos níveis de perfeccionismo, ao buscarem

literatura é o perfeccionismo, definido como o esta- pelos altos padrões, podem sacrificar atividades prazerosas em

belecimento e a busca por altos padrões de desem- prol do desempenho, como abrir mão do lazer e de reuniões

penho, que são acompanhados por críticas severas e com os familiares e amigos. Com isso, são esperados perda e

uma busca por evitar falhas e erros (Stoeber, 2018). Ao enf raquecimento de seus vínculos sociais e aumento do

longo dos últimos anos, o perfeccionismo vem sendo estresse e sobrecarga, favorecendo ainda mais o aparecimento

compreendido como uma característica transdiag- de sintomas psicopatológicos. O perfeccionismo também co-

nóstica, ou seja, que colabora para a etiologia e ma- labora para uma sensação de culpa quando não se está tra-

nutenção de diversos quadros psicopatológicos, como balhando para alcançar os altos padrões, por exemplo,

transtornos de ansiedade, depressão, ideação suicida, em período de férias ou até mesmo afastado por condições

transtornos da personalidade, transtornos alimentares médicas.

e, claro, o Burnout (Egan et al., 2011).

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Vale destacar que os padrões de desempenho podem ampliaram a compreensão sobre a incidência da Síndrome de

ser tão altos, irrealistas e até mesmo confusos que se Burnout, é necessário que intervenções sejam feitas de modo a

torna excessivamente desgastante e insustentável prevenir sua ocorrência sobre as pessoas. Todavia, ainda que as

conviver com o padrão perfeccionista. Ainda, o perfec- características individuais atualmente sejam levadas em con-

cionismo é relacional: as críticas elevadas estabeleci- ta como um dos fatores de vulnerabilidade para o desenvolvi-

das pelos perfeccionistas podem ser voltadas para si mento da síndrome, o estudo de revisão de Jarruche e Mucci

ou para as outras pessoas. Isso significa que o indiví- (2021) mostrou que 83% dos estudos analisados encontraram

duo pode esperar a perfeição vinda das outras pessoas relações entre as condições laborais e a ocorrência de Burnout.

e criticá-las (direta ou indiretamente) quando não al- Com isso, a literatura aponta para a importância de se consi-

cançam tais padrões. Claro, isso favorece um ambien- derar os aspectos pessoais, laborais e da organização do traba-

te de trabalho desestimulante, piores relações entre os lho ao se pensar em prevenir e tratar essa síndrome, pois olhar

trabalhadores e dificuldade de cooperação e empatia e intervir apenas sobre os sintomas desencadeados por ela não

(Stoeber, 2018). é suficiente, visto que se trata de um fenômeno coletivo e de

Com os avanços dos estudos acerca da temática, que nível organizacional (Jarruche & Mucci, 2021).

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LISTA DE SINTOMAS COMUNS
Os sintomas gerados pela Síndrome de Burnout

podem ser observados nos âmbitos físicos, psí-

quicos, comportamentais e os sintomas defensi-

vos, como apresentado na Tabela 2.


Tabela 2. Lista de sintomas da Síndrome de Burnout

Sintomas Sintomas
Sintomas físicos Sintomas psíquicos
comportamentais defensivos

Fadiga constante Falta de atenção/ Negligência Tendência ao isolamento


concentração

Dores musculares Alterações na memória Irritabilidade Perda de interesse pelo


trabalho e até pelo lazer
Distúrbios do sono/ Pensamento lento Agressividade Absenteísmo
respiratórios

Sentimento de solidão, Dificuldade para Ironia/cinismo


Imunodeficiência
impotência relaxar

Enxaquecas Impaciência Perda de iniciativa Ímpetos de abandono


ao trabalho
Problemas gastrointesti- Baixa autoestima Dificuldade de aceitar
nais/cardiovasculares e autoaceitação mudanças
Aumento do consumo
Disfunções sexuais Desânimo/depressão
de substâncias

Desconfiança

Fonte: Elaborado pelos autores. Adaptado de Benevides-Pereira (2002).

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CONSEQUÊNCIAS DA
SÍNDROME DE BURNOUT

A Tabela 2 apresentada no capítulo anterior ex-

põe, sobretudo, as consequências da ocorrência

da Síndrome de Burnout sobre o indivíduo. A par- Organização

tir disso, é possível constatar que, ao ser acome- Gastos em tempo e


dinheiro pela rotatividade
tido por Burnout, ele se torna mais suscetível aos
de pessoal devido a
reflexos desta sobre sua saúde física e mental, no incidência de presenteísmo
aspecto social, devido à prevalência do sentimen- e absenteísmo.

to de solidão e maior tendência ao isolamento; e,

também, em seu humor, em virtude dos episó-


Trabalho Sociedade
dios de irritação, desânimo e ironia, por exemplo.
Queda no desempenho, Menor satisfação do
Contudo, as consequências geradas pela Síndro- aumento dos erros nas público atendido pelos
me de Burnout extrapolam o nível do indivíduo, tarefas e processos, maior profissionais com
risco de acidentes, prejuízo Burnout, problemas
pois ela também provoca impactos sobre a orga-
nos relacionamentos familiares e nas relações
nização, o trabalho e a sociedade, os quais tam-
interpessoais. do trabalhador.
bém podem sofrer, cada um em seu nível, com-

prometimentos relacionados à incidência desse

fenômeno sobre os trabalhadores. A Figura 1 ilus-


Fonte: Elaborado pelos autores. Adaptado de Trigo et al. (2007).
tra quais são esses impactos.

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15
AVALIAÇÃO

A avaliação da síndrome de Burnout pode ser


realizada utilizando alguns instrumentos. Um
dos mais conhecidos é o Maslach Burnout
Inventory (MBI; Maslach et al., 1996), já adap-
tado para o contexto brasileiro e que pode
ser encontrado em três versões (Domingos &
Miyazaki, 2018):
• Human Services Survey, para profissões da
saúde (HSS);
• Educators Survey, para educadores (ES);
• General Survey, profissionais em geral (GS).
De acordo com Meleiro e Rocha (2021), a anamnese clínico-ocupacional para

avaliação do Burnout deve buscar compreender a interação entre o trabalhador

e seu trabalho. Assim, devem-se levantar informações para reconhecimento dos

estressores ocupacionais e das características individuais dos trabalhadores. Ainda,

segundo a Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 2.297/2021, alguns

aspectos relevantes para a avaliação são:

• a história clínica e ocupacional para investigação de nexo causal;

• o estudo do local de trabalho;

• o estudo da organização do trabalho;

• os dados epidemiológicos;

• a ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador exposto a condições

agressivas;

• a identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressantes e

outros;

• o depoimento e a experiência dos trabalhadores (não somente dos indivíduos

que preenchem critérios para Burnout).

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PREVENÇÃO

O objetivo das intervenções para prevenção em saúde os trabalhadores que apresentam frustração e raiva como

mental é evitar o aparecimento ou o agravamento de resposta ao estresse laboral e desilusão quanto às ativida-

sintomas psicopatológicos (Murta & Barletta, 2015). Es- des do trabalho;

pecificamente sobre Burnout, existem alguns modelos b) Prevenção seletiva: focada em grupos selecionados em

de intervenção criados e já testados (por exemplo, ver os função da exposição a fatores de risco para o desfecho que

materiais produzidos por Melo e Carlotto (2017) e Nunes se planeja intervir. Como exemplo, pode-se propor uma

(2017), listados nas referências). intervenção preventiva voltada para profissionais da saú-

Aqui, descrevemos brevemente algumas das caracterís- de que atuaram na linha de frente de um desastre natural

ticas de um programa de prevenção, conforme indicado (ex.: terremotos, pandemias, furacões, etc.);

por Murta e Barletta (2015). De acordo com as autoras, c) Prevenção universal: voltada para a população em geral.

existem três principais tipos de prevenção, consideran-

do o enfoque do público:

a) Prevenção indicada: voltada exclusivamente para

a população que apresenta sintomas iniciais, mas que

ainda não preenche critérios diagnósticos de um trans-

torno já instalado. Por exemplo, pode ser voltado para

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18
De acordo com Murta e Barletta (2015), a elaboração de etapa, é muito importante ter um modelo teórico de base,

programas de prevenção pode ser organizada em três que esclarecerá quais são os mecanismos de mudança (por

grandes etapas: análise preliminar para subsidiar a cria- exemplo, o perfeccionismo pode ser o foco da intervenção,

ção do programa, desenvolvimento da intervenção e conforme destacado anteriormente), os procedimentos a

continuação/expansão da intervenção para novos con- serem seguidos e a seleção do conteúdo da intervenção.

textos. Por fim, para a última etapa, Murta e Barletta (2015) desta-

Na primeira etapa, o objetivo é conhecer os problemas cam a relevância de buscar ampliar e possibilitar o acesso

e circunstâncias em que ocorrem os desfechos psico- ao programa de prevenção por diferentes amostras da po-

patológicos com avaliação de necessidades, identifica- pulação-alvo, visto que é comum a finalização do programa

ção dos fatores associados ao problema e como se pode logo após o término da pesquisa ou da iniciativa profissio-

acessar ao grupo-alvo. Para a segunda etapa, deve-se nal que o gerou.

pensar de forma clara nas metas da intervenção ou dos

resultados esperados (ou seja, o que se quer promover

no decorrer e após o término da intervenção). Nessa

18
De uma forma geral, os programas preventivos dos qua- fissional estimulando a formação continuada, reformular a

dros de Burnout dão foco a mudanças no ambiente or- execução do trabalho buscando novas formas de realização,

ganizacional (ex.: reestruturação de tarefas, avaliação do estimular atividades extralaborais na forma de prática de

trabalho e supervisão, diminuição da demanda de tra- exercícios físicos, de esportes, de relaxamento e busca de

balho, aumento no nível de participação nas tomadas algum hobby particular, realizar momentos de descansos e

de decisão) ou mudanças direcionadas aos indivíduos projetar objetivos reais e factíveis e emocional (Halbesleben

(ex.: ampliar e qualificar as habilidades pessoais do tra- et al., 2006; Melo & Carlotto, 2017).

balhador, suas estratégias de enfrentamento, ampliar o

apoio social e emocional, aumentar a competência pro-

19
INTERVENÇÃO
Ao agir sobre a prevenção à Síndrome de Burnout, mento das pessoas e, assim, reduzir a incidência de Burnout.

deve-se pensar em diferentes níveis de intervenção Houve intervenções que ensinaram a técnica da atenção plena,

individual e organizacional. A junção de ambas as meditação, a identificação de significado pessoal e o desenvol-

medidas pode contribuir com maior eficácia para vimento de práticas de gratidão para contribuir com esta finali-

a minimização da incidência da síndrome sobre os dade. Outras auxiliaram o reconhecimento do autodiagnóstico

trabalhadores e de seus efeitos, tanto para estes e a identificação de fatores de risco para a síndrome e adotaram

quanto para a organização como um todo. o desenvolvimento de estratégias saudáveis para o enfrenta-

Em relação às ações individuais, as técnicas da mento do estresse, o manejo de problemas e o incentivo a ex-

terapia cognitivo-comportamental, como a de re- pectativas realistas sobre o trabalho.

estruturação cognitiva para o gerenciamento das

emoções e o treinamento de relaxamento, são uti-

lizadas para melhorar as habilidades de enfrenta-

20
Os resultados obtidos pelos estudos mostraram que estas técnicas auxiliaram na

redução dos índices de Burnout em seus participantes, bem como para a ampliação

do conhecimento deles sobre a síndrome, seus principais fatores de risco e formas

de preveni-la, por exemplo, por meio da troca de vivências entre eles (Morse et al.,

2012; Carlotto, 2014).

Por outro lado, as intervenções de nível organizacional referem-se àquelas que fo-

calizam mudanças sobre o ambiente de trabalho e, por isso, raramente estão ao

alcance da ação dos trabalhadores por si só, visto que requerem o envolvimento dos

tomadores de decisão das organizações para a proposição das ações necessárias. As

intervenções organizacionais promovem mudanças sobre as condições físicas do

espaço, por exemplo, por meio da disponibilização dos materiais e equipamentos

adequados ao trabalho; os processos das atividades e as práticas de gestão, como

a redefinição de metas e entregas, a flexibilização da carga horária e a autonomia

sobre as atividades (Moreno et al., 2011).

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21
PSICOLOGIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A alta prevalência e o impacto do estresse e da síndrome de burnout

chama a atenção dos pesquisadores, profissionais de saúde, instituições

governamentais e de diversos outros grupos. Com este material, objeti-

vamos fornecer uma visão breve e atualizada para compreensão, avalia-

ção e intervenção desses quadros. Vale ressaltar que a presente obra não

pretendeu ser exaustiva sobre o assunto, assim, você pode se beneficiar

da leitura de outros materiais, como os informados na lista de referên-

cias deste e-book.

22
Este material foi escrito por: Editora-chefe

WILLIAN DE SOUSA RODRIGUES BEATRIZ CINTRA STORTI CARMEM BEATRIZ NEUFELD

Mestrando pelo Programa de Pós- Mestranda no Programa de Pós- Psicóloga. Livre docente em TCC pela Fa-

-Graduação em Psicologia: Cogni- -Graduação em Psicologia da culdade de Filosofia, Ciências e Letras de

ção e Comportamento (PPG-Cog- FFCLRP-USP. Psicóloga (Centro Ribeirão Preto - USP. Pós-Doutora em Psi-

Com) da Universidade Federal de Universitário Municipal de Fran- cologia pela Universidade Federal do Rio

Minas Gerais (UFMG). Graduado ca Uni-FACEF), Especialista em de Janeiro. Doutora e Mestra em Psicologia

em Psicologia pela UFMG. Pesqui- Gestão Estratégica de Pessoas pela PUCRS. Fundadora e Coordenadora

sador membro do Laboratório de (Fundação Getúlio Vargas) e Psi- do Laboratório de Pesquisa e Intervenção

Avaliação e Intervenção na Saúde codramatista Nível I (Celeiro Espa- Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP.

(LAVIS/UFMG). Membro da Comis- ço Sociodramático). Pesquisadora Professora Associada do Departamento de

são Jovem da Associação de Te- membro do LabPOT - Laboratório Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ci-

rapias Cognitivas de Minas Gerais de Psicologia Organizacional e do ências e Letras de Ribeirão Preto da Uni-

(ATC-Minas). Membro da Diretoria Trabalho da FFCLRP-USP (LabPO- versidade de São Paulo – USP. Presidente

Consultiva da Liga de Terapias Cog- T-USP). da Federação Latino Americana de Psico-

nitivo-Comportamentais da UFMG terapias Cognitivas e Comportamentais

(LiTeCC-UFMG). - ALAPCCO (2019-2022). Presidente-funda-

dora da Associação de Ensino e Supervisão


Como citar este material: Rodrigues, W. S., Storti, B. C., & Neufeld, C. B. (2022).
Baseados em Evidências - AESBE (2020-
Burnout e estresse no mundo do trabalho: compreensão e manejo. [Cartilha
2023). Bolsista Produtividade do CNPq.
Digital]. Artmed.

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REFERÊNCIAS
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Carlotto, M.S. (2011). Síndrome de Burnout em Professores: Prevalência e Fatores Associados. Psicologia: Teoria e Pesquisa. 27(4), 403-410.

Carlotto, M.S. (2014). Prevenção da Síndrome de Burnout em professores: um relato de experiência. Mudanças - Psicologia da Saúde, 22(1), 31-39.

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