Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
❖ AS ERAS
─ ANTIGUIDADE: foco no passado. Futuro visto como inevitável. O sujeito ficava à mercê da sorte
ou do azar. Visão de mundo sustentada pela religião. Ordem imóvel da tradição.
○ Passagem oral
─ MODERNIDADE: foco no futuro. Exaltação do progresso proporcionado pela ciência. A razão
passa a explicar o mundo.
○ O ideal da liberdade que foi prometido não foi alcançado
─ PÓS-MODERNIDADE: razão vista como instrumento de dominação. Diminuição da visão positiva
da razão. O presente torna-se a referência. Rompimento das tradições e há desesperança para com o
futuro. Espiral interminável da imaginação.
○ Lógica da produtividade dos especialistas
○ Instantaneidade [temos que ser disponíveis 100% do tempo]
○ A promessa da modernidade foi atendida em partes e , trouxe como negativo a dominação e,
a razão não está com a mesma visão positiva
─ HIPERMODERNIDADE: Indiferença para com o bem público, pela prioridade frequentemente
dada ao presente e não ao futuro, pela escalada dos particularismos e dos interesses corporativistas,
pela desagregação do sentido de dever ou de dívida para com a coletividade. Era do individualismo
democrático.
○ O discurso cientifico perde peso pois a capacidade de influência das massas é mais
importante
○ Potencialização das características da modernidade
1
2
‒ Processo de personalização: para fomentar a impressão de liberdade e autonomia
o Mínimo de austeridade x máximo de desejo possível
o Mínimo de coerção x máximo de compreensão possível.
‒ Foco na personalização com o objetivo de fomentar a impressão de liberdade e autonomia.
2
3
─ Instrumento de manipulação e alienação totalitárias com o objetivo de justificar a ordem estabelecida
e promover a padronização dos indivíduos.
─ Favoreceu o surgimento de um indivíduo mais senhor e dono da própria vida.
─ O raciocínio pessoal passa cada vez menos pela discussão entre indivíduos privados e cada vez mais
pelo consumo e pelas vias sedutoras da informação.
❖ O EU CONJUGAL
─ Vida ideal:
○ Obter as vantagens da conjugalidade sem ter seus inconvenientes
○ Vida em comum, mas que possibilite a construção identitária individual
─ Formar uma família diz respeito à competência relacional (para além do sucesso individual) e gera
reconhecimento social.
3
4
─ A família é, no imaginário social, um espaço em que as pessoas podem ser elas mesmas, graças ao
olhar do cônjuge (ser amado por si mesmo).
─ Ambiguidade da vida conjugal: valorização da existência pelo outro x valorização da independência
○ Não somos digitais ao lidar com as emoções, mas encontramos as relações no mundo digital
❖ FAMÍLIA NARCÍSICA
─ Se articula mais numa relação de proximidade entre os membros do que numa relação simbólica.
○ Família não é o sangue, são os laços e afetividade
○ Relação de proximidade e não simbólica
○ É mais flexível [autonomia] também traz insegurança→ pacto de comodidade que pode ser
revogado
─ Tornou-se para o casal um negócio privado, fundado numa afetividade compartilhada, um pacto de
comodidade sempre revogável.
─ Mescla proximidade, mínimo de entraves e negociação permanente
─ Crianças sofrem mais com impasses narcísicos, nos quais seus pais se encontram aprisionados, do
que com a rigidez da educação de outrora.
─ A criança se torna parceira em uma vida partilhada e não mais aquela diante da qual se deve exercer
uma função de autoridade e de guia (adultização infantil e infantilização adulta)
○ Se no nível conjugal só existe renegociações [entraves] as crianças são deixadas para
construir as suas próprias relações
○ Pais muito envolvidos nas suas próprias demandas faz com que as crianças sejam adultizadas
○ Crianças sem orientação
○ Autoridade= referencia ≠ autoritarismo
4
5
─ Tipos de famílias: Famílias monoparentais; Famílias reconstituídas; Famílias homoparentais;
Famílias adotivas; Famílias de reprodução assistida; Famílias uniparentais – produção independente;
Famílias poliamorosas
─ AMORES:
○ Amor burguês (vigorou até o século XVIII; acordo entre famílias)
○ Amor romântico (a partir do século XVIII; escolha livre dos parceiros; interdependência
entre sexualidade e amor com supremacia do amor).
○ Amor líquido (cunhado por Bauman (2004); dissocia prazer de compromisso)
Esse tipo de amor não é o mesmo conceito que o amor romântico
Dissocia prazer do compromisso
○ Amor-paixão (reivindicação à liberdade amorosa, a valorização da imaginação e o
adiamento da satisfação)
○ Amor sexual (amores impulsivos, eróticos) → troca de parceiro como trocamos de roupa;
patológico
‒ SEXUALIDADE
○ Têm suas bases na revolução sexual e a emancipação feminina.
○ Amor confluente – presume igualdade na relação; transforma a realização do prazer sexual
recíproco em um elemento chave na manutenção e dissolução do relacionamento.
○ Sexualidade plástica – descentralizada, liberta das necessidades de reprodução.
○ Relacionamento puro – centrado no compromisso, na confiança e na intimidade. Pode ser
terminado por qualquer um dos parceiros.
○ Democratização das relações pessoais. Intimidade baseada na amizade e no companheirismo.
❖ TRANSGERACIONALIDADE FAMILIAR
─ Da identidade à família
─ Ajuda a entender as diferenças e transações familiares
─ Fundamental para a compreensão da dinâmica familiar
5
6
─ O que varia é a quantidade, a intensidade e o grau de influência em cada indivíduo.
─ Mandatos precoces: atribuição familiar de lugares e papéis. Não cumprir tais expectativas é
vivenciado com sentimento de culpa e sofrimento.
○ Recebemos de nossas famílias mandatos precoces → atribuições familiares de lugares e
papeis
○ Herdados/ não escolhidos → podemos aceitar ou não
─ Acontecimentos de uma geração anterior reflete na geração posterior.
─ Rejeitar o padrão familiar de origem desdobra-se, muitas vezes, na busca pelo padrão oposto (outro
lado da mesma moeda).
─ A liberdade encontra-se aprisionada às relações familiares.
─ Há pouca consciência sobre esses fenômenos por parte das pessoas.
─ As questões transgeracionais aparecem com maior força em momentos de crise (evolução ou
estagnação).
─ Toda família passa por acontecimentos que geram crise
○ Crise previsível: mantêm intactos certos paradigmas.
○ Crises imprevisíveis: mortes inesperadas
─ Ambas são estressores horizontais: ansiedade produzida ao longo do ciclo vital
─ Estressores verticais: padrões de relacionamento que são transmitidos de geração a geração.
─ Forças invisíveis que manejam as pessoas
○ As questões Transgeracionais aparecem com maior força em momentos de crise
Evolução ou estagnação
❖ LEALDADES
─ Força saudável ou não que cria conexão entre gerações.
○ Tem pontos positivos e negativos → ou vc se enquadra ou não no que a família espera de vc
─ Pode ser definida em termos morais, políticos e psicológicos.
─ Marca o pertencimento a um grupo (sentimento de dever e justiça).
─ É uma característica grupal ou uma atitude individual.
─ Visa a sobrevivência do próprio grupo.
─ Seu grau dependerá da posição (papel) do membro dentro da família.
─ Para ser leal, o indivíduo precisa interiorizar as expectativas grupais e cumprir os mandatos (papéis e
posições).
○ Ser leal torna o sujeito parte da família
─ Inter-relacionadas com a configuração e com a estruturação familiar: ser leal (obedecer as regras)
torna o sujeito membro da família.
─ Laços invisíveis e resistentes que mantêm as relações.
○ Herdamos questões transgeracionalmente que não temos consciência sobre
○ Buscar o equilíbrio entre autonomia e contas multigeracionais da lealdade
─ Objetivos: Compreender os vínculos de lealdade frente à família de origem & Buscar equilíbrio
entre autonomia e contas multigeracionais de lealdade.
❖ VALORES
○ Diz respeito ao sistema de crenças [ideologia] da família → transmitidos ao descendente
─ Sistema de crenças familiares
─ Aspectos da vida – individual e coletiva – transmitidos, implícita ou explicitamente entre os
membros.
6
7
─ Ideologia do sistema familiar
─ Aspectos que a família se preocupa em transmitir aos seus descendentes.
❖ CRENÇAS
○ Podem ser conscientes ou inconscientes
○ Passados de forma bem clara, pode ser falado
○ Pode limitar o sujeito
─ Aspetos religiosos, morais, cognitivos e pessoais.
─ Aquilo que se considera como certo. → crenças atitudes e atribuições
─ Podem ser alvo de concordância ou discordância.
─ Favorecem relações de poder, distribuição de papéis e valores.
─ Definem a identidade familiar.
─ Pressupostos que a família define em relação ao que é certo ou errado, ao que deve ser seguido ou
não.
─ Crenças, atitudes e atribuições que a família compartilha a respeito de si.
❖ MITOS
○ Tem que ser fantasioso → questões inconscientes e não ditas
○ Surgem quando um evento familiar é muito estressante e a família não consegue lidar com
Escurecer ou negar uma realidade penosa e complexa
─ Atitudes resultantes de pensamentos defensivos que visam garantir a coesão interna e proteção
externa da família.
─ Indica um segredo, uma crença inconsciente ou uma atitude que se perpetua.
─ Elemento organizador baseado em um conjunto de crenças (função homeostática). É um sistema de
explicação que apazigua a dor.
─ Mesclam realidade e fantasia para suprir necessidades afetivas.
─ Se originam e evoluem diante de escassez de dados e explicações plausíveis.
─ São favorecidos por padrões rígidos de comunicação.
─ São construções que se estabelecem como verdades, visando preencher necessidades e que possuem
poder sobre a ação dos membros.
─ Podem ser iniciados por um único membro, sendo aceito ou recusado pelos demais.
─ Dizem respeito a todos os membros da família. São parte integrante da realidade familiar.
─ Se modificam na medida que a família passa pelos ciclos vitais e muda seu projeto relacional.
○ Se originam e evoluem diante da escassez de dados e explicações plausíveis
○ Questões reais que são fantasiadas em cima [sobre questões que não são entendidas]
─ Pode ter caráter psicopatológico se estiver baseado em crenças falsas, regras dissimuladas de
comportamentos e interações estereotipadas.
─ Sistema explicativo de aspectos da vida que, conscientemente, são difíceis de serem compreendidos
ou aceitos.
○ Um mito pode ser resultado de crenças e valores
❖ SEGREDOS
─ Atitude frente a uma situação não aceita pela cultura familiar.
○ Não tem fantasias
─ Viola as regras sobre a posse comum das informações.
─ Perturba a confiança interpessoal.
7
8
─ Podem ser individuais (só um membro sabe), internos (dois membros sabem e escondem dos
demais) e compartilhados (a família sabe e esconde do mundo exterior).
─ Mesmo que todos saibam, ele nunca é motivo de discussão.
─ Criam ou reforçam limites no sistema e entre esta e a sociedade.
─ Existem segredos necessários (mínimo de privacidade).
─ Atitude de esconder fatos ou sentimentos que não correspondem aos padrões familiares e sociais ou
que dizem respeito à privacidade do sujeito.
❖ RITOS OU RITUAIS
─ Atos estritamente codificados que se repetem no tempo e todos ou uma parte dos familiares
participam.
─ Possuem função de aprendizagem – delimitam papéis, limites e regras.
─ É a forma pela qual o mito é explicitado e perpetuado.
─ Estabilizam a família e afirma as crenças compartilhadas.
○ Questoes simples do cotidiano → como separara as roupas, rotinas
─ 3 grupos: celebrações, tradições e rotinas
─ Transmissor intergeracional da cultura familiar.
─ Assinalam transições nas etapas do ciclo evolutivo vital
─ Ritos são cerimônias com regras determinadas que têm como função transmitir os mitos familiares e
ensinar os membros sobre valores, atitudes e comportamentos.
❖ LEGADO
○ Legados ou valores são passados pelos rituais → possuem função de aprendizagem
○ Você escolhe o que vai passar ou não para as próximas gerações, e quais ritos vão ser
passados
─ Elementos que comunicam às gerações futuras a essência da família atual e o que se espera que tenha
continuidade.
─ Duas etapas: Clarificação e destilação: o que transmitir & Transmissão: a forma como vai transmitir
❖ FENÔMENOS TRANSGERACIOANAIS
─ Possuem mais interseções do que diferenças.
─ Crenças: ponto central, base da identidade familiar
─ Mitos: conjunto de crenças que abarca aspectos inconscientes
─ Segredos: forma de encobrir atitudes que não correspondem às crenças.
─ Valores (ideologia familiar): abarca as crenças, os mitos e os segredos.
─ Legados: integração de todos esses conceitos e a escolha do que será transmitido.
─ Rituais (vetor de transmissão): ensinam os membros valores, atitudes e comportamentos.
─ Lealdade: espiral que envolve todos os conceitos, é o que define como esses fenômenos serão
experimentados por cada um.
8
9
─ Os segredos encobrem questões para manter as crenças
─ Os valores são a ideologia familiar → abarca crenças, mitos e segredos
─ O legado: tudo isso é legado → escolha do que será passado
─ Ao rituais dizem o que é crença ou não, podem ser mantidos ou modificados
─ A lealdade: vou ser leal ou não a esses legados passados para mim
❖ TERAPIA FAMILIAR
─ Análise do comportamento humano fundamentalmente organizado pelo contexto interpessoal.
○ O foco é no comportamento das pessoas
─ Considera o problema, em parte, como produto dos relacionamentos [foco nas relações produzidas]
❖ CIBERNÉTICA
─ Criada pelo matemático estadunidense Norbert Wiener (948) – Primeiro modelo de sistema familiar
─ Estudo dos mecanismos de feedback em sistemas autorreguláveis
○ Vieram dos sistemas mecânicos, não vivos
─ Família como sistema com tendência a manter a estabilidade a partir dos feedbacks
─ Circuito de feedback: processo pelo qual o sistema obtém a informação necessária para se
autorregular
─ Informações: ambiente externo e relações entre partes do sistema
─ FEEDBACKS:
○ Negativo: indica desvios e correções necessárias para voltar ao curso [autocorretivo]
○ Positivo: confirma e reforça a direção do sistema
O ideal é um equilíbrio saudável entre feedbacks positivos e negativos
─ Causalidade circular: membros se afetam mutuamente e em cadeia
─ Variação homeostática familiar: limite de mudança suportado
○ Sintoma como regulador da família
─ Cada família tem a sua homeostase, sendo boa ou não
─ Circuitos de feedbacks familiares: padrões de comunicação como fonte fundamental de disfunção
familiar
─ Metacomunicação: falar a respeito das próprias formas de comunicação (pode gerar mudanças
positivas)
○ Comunicações falhas ou pouco claras resultam em feedbacks inadequados e incompletos,
dificultando a autocorreção e potencializando reações exageradas ou insuficientes.
9
10
─ Ressalva: os sistemas vivos não podem ser adequadamente descritos pelos mesmos princípios dos
sistemas mecânicos
❖ CONSTRUCIONISMO SOCIAL
─ Nasce da rejeição ao modelo mentalista psicanalítico (ênfase nos conflitos inconscientes).
─ Recorreram a metáforas sistêmicas que focavam o comportamento, a interação e o feedback.
─ Foco em como as crenças dos membros da família afetam suas ações e como as forças culturais
determinam essas crenças.
❖ CONSTRUTIVISMO
─ 1980
─ Estudos da função cerebral mostraram que nada é percebido diretamente. Tudo é filtrado pela mente
do observador (vivências subjetivas)
─ Nossa mente é um filtro através do qual processamos, categorizamos e interpretamos o mundo.
─ O construtivismo se ligou à psicoterapia na teoria do construto pessoal de George Alexander Kelly
(psicólogo americano)
─ Toda pessoa constrói seus construtos e orienta sua vida a partir deles
─ A terapia se torna uma questão de revisar antigos construtos e desenvolver novos e avaliar quais são
mais satisfatórios
─ Técnica do reenquadramento: reclassificar comportamentos para modificar a reação da família a eles
─ Ação x exploração
─ Interrupção de comportamentos problemáticos x criação de novas saídas por meio do diálogo
─ Terapeuta ativo/perito x Terapeuta não-diretivo/co-construção de novos significados (paradoxal)
─ Incentiva olhar além do comportamento, mas para as formas de perceber, interpretar e construir a
experiência, pois são fruto de construção.
─ A linguagem cria mais do que reflete a realidade.
10
11
─ Percebemos o mundo e nos relacionamos com ele baseados em nossas interpretações que são
moldadas pelo contexto social.
─ Relações familiares e cultura interagem
─ Construtivismo: ênfase na mente subjetiva
─ Construcionismo social: ênfase na interpretação social e na influência intersubjetiva da linguagem e
da cultura
─ Terapia: processo de desconstrução; libertar os clientes de crenças arraigadas
─ Terapia focada na solução: descobrir o que as pessoas fazem quando não tem o problema (foco na
solução, não no problema)
─ Terapia narrativa: mudança na experiência dos clientes por meio da externalização – reconstrução
radical da definição de problemas, não como propriedade de quem sofre, mas como opressores
(determinismos dos estereótipos x libertação de construções autoderrotistas)
─ Papel ativo do terapeuta na reconstrução narrativa da realidade
─ Os problemas são construídos e descontruídos nas trocas narrativas feitas
─ Crítica: polarização – os conflitos são, parcialmente, construções linguísticas e frutos de conflitos
familiares
❖ TEORIA DO APEGO
─ John Bowlby - psiquiatra, especialista em psiquiatria infantil, e psicanalista inglês
─ Terapia de casal com foco emocional: visa descrever as raízes mais profundas da dinâmica dos
relacionamentos próximos
─ Apego: buscar proximidade diante do estresse; prioridade maior no desenvolvimento dos
relacionamentos
─ Esquiva: inibição do comportamento de apego
─ Resistente: aumento do comportamento de apego, evitando a exploração
─ Ansiedade: pedidos de atenção são tratados com indiferença ou rejeição
─ Seguro: pedidos de atenção correspondidos
─ Ambivalente: alternância de atenção e indiferença aos pedidos de atenção
─ Figuras de apego são internalizadas e moldam expectativas e comportamentos adotados em relações
posteriores
─ Vivências de amor, perda e abandono infantis são termômetros das vivências adultas
11
12
○ Cada problema deriva de sequencias comunicacionais especificas em que não há clareza na
definição de funções
─ Abordagem sensível à hierarquia da família
❖ INTRODUÇÃO
─ Cibernética e Ciências Sociais = terapia sistêmica de família
─ 1950 (EUA) - psiquiatras, grupos e instituições variados
─ Sintoma como parte, expressão ou metáfora de relações interpessoais (e familiares)
─ Relações como criadoras, mantenedoras e reforçadoras de sintomas
─ Sintoma como pertencente ao indivíduo é questionado
─ Terapia de família:
○ Dirigida à ação e Breve e diretiva
─ Mudanças teóricas, técnicas e éticas da terapia
─ Não era só um novo método, mas uma nova forma de entender as relações humanas e suas mudanças
(mudança de paradigma)
❖ A PRIMEIRA CIBERNÉTICA
─ Cibernética como teoria pioneira
─ Entender a família como sistema é entender o sintoma como produto de interrelações.
─ Gregory Bateson (1952)
─ Um dos principais articuladores do modelo cibernético com os sistemas sociais
─ Comunicação do esquizofrênico e a relação com o contexto familiar (a comunicação é aprendida)
─ DUPLO-VÍNCULO: padrão de comunicação repetitivo, que contém contradições em diferentes
níveis comunicacionais + impossibilidade de abandonar o campo relacional = base do
comportamento esquizofrênico.
○ Injunção paradoxal: eu te amo tanto que não quero que você saia
○ Impossibilidade de abandonar o campo: precisa da renda dele; filhos pequenos
○ Impossibilidade de metacomunicar: falar sobre a própria comunicação
○ Complementariedade rígida: sujeitos são diferentes mas, um manda e o outro obedece
12
13
❖ TERAPIA SISTÊMICA DE FAMÍLIA OU TERAPIA-SISTÊMICO-CIBERNÉTICA
─ 1970: foco nos estados de manutenção estável
─ Provê pouca informação sobre os processos de mudança
─ Trabalha com um modelo próximo ao equilíbrio
─ Ênfase na técnica, sem valorizar os conceitos que explicavam as mudanças
─ Relações humanas e suas patologias
─ Haley: controle e poder (necessidade do sistema quando os níveis e papéis não estão claramente
definidos)
─ Bateson: a autorregulação dos sistemas não é pelo controle, mas pelo padrão (combinação) que
conecta as partes do sistema
─ Polêmica que culminou em diferentes abordagens
❖ TERAPIA ESTRATÉGICA
─ 1963 (Haley): o terapeuta planeja ativamente suas ações com o objetivo de resolução de problemas
específicos.
─ Cada problema deriva de sequências comunicacionais específicas em que não há clareza na definição
de funções.
─ Abordagem sensível a aspectos organizacionais da família, como a hierarquia
─ Sintoma, comunicação e intervenção diretiva
TERAPIA DE COMPREENSÃO:
‒ Gerar, a partir da intervenção, situações que vençam a homeostase familiar e empurrem a família
para outro padrão de funcionamento que não necessite da presença estabilizante do sintoma.
o Não necessariamente o sintoma não irá virar outro sintoma
─ Passos: definição do objetivo, envolvimento da maior parte da família ou de todos e controle do
processo terapêutico.
─ Foco: atenção constante à resistência da família para que o sintoma seja resolvido.
○ Foco na solução, não na origem do problema.
○ Terapia não é didática: não necessariamente a racionalização do sintoma resulta em
mudanças
─ Foco no comportamento: a ação precede o pensamento. Se o comportamento muda, a visão de
mundo munda também.
─ Interpretar o mundo dificulta a mudança: a racionalização do problema é desencorajada
13
14
─ Redefinição estratégica: modificar o caráter patológico e incomum do sintoma para algo mais
comum e leve
─ Conotação positiva: atribuir características positivas ao sintoma para não desafiar a resistência da
família
─ Até 1970: símbolo da terapia de família
CRÍTICAS:
─ Ênfase no poder do terapeuta
─ Vocabulário bélico (vencer, rendição, resistência, táticas)
─ Processo terapêutico tecnológico e pragmático (excesso de instrumentalização). Foco no resultado x
apagamento do paciente
○ Não vai fazer analises sistêmicas
─ Simplificação dos fenômenos
─ Intervenções terapêuticas vistas como manipuladoras e antiéticas
─ Terapia desafetivizada
─ Pensamento linear e não sistêmico (circular)
─ Negligência com padrões mais altos de interação, dos quais o sintoma e o próprio terapeuta fazem
parte
─ Saída: integrar aspectos pragmáticos e estéticos na terapia de família. Os aportes construtivistas ou
terapia de segunda ordem promoveram novas formas menos diretivas de terapia.
❖ RELAÇÕES E FRONTEIRAS
─ Enfatiza a qualidade das fronteiras que delimitam a família e seus subsistemas.
─ A qualidade dessas fronteiras depende do padrão de interação entre seus membros.
❖ FRONTEIRAS
─ Difusas e rígidas
─ Orientam as intervenções terapêuticas
─ Todas as famílias vivenciam esses extremos em algum momento
○ Em situações diferentes as fronteiras podem ser difusas ou rígidas [depende do tema: amigos,
relações, profissões]
○ Não existem famílias 100% resolvidas
14
15
○ Limites precisam ser estabelecidos
● FRONTEIRAS DIFUSAS
─ Fracas e de fácil travessia → pode ser bom ou ruim, depende do contexto
─ Membros aglutinados (diferenciação pobre)
○ Todo mundo sabe de tudo, até sobre as questões pessoais de cada membro
─ Resulta em funcionamento inadequado dos subsistemas em relação às suas tarefas
○ Mistura papeis e funções
─ Potencializa triangulações → o que é um problema
─ Mudança de um repercute em todo o sistema
─ Diálogos difusos, marcados pela intromissão de outros membros
─ Processo de individuação difícil = percepção indiferenciada
─ Responde a qualquer variação com intensidade e velocidades excessivas
● FRONTEIRAS RÍGIDAS
─ Fortes e de difícil travessia
─ Membros desengajados
─ Menor índice de sentimento e lealdades
─ Interdependência diminuída e dificuldade em solicitar ajuda
─ Tolera ampla diferenciação dos membros
─ O estresse vivido por um membro não afeta os demais, a não ser que seja muito forte
─ Tende a não responder à variação
○ Fronteiras extremamente difusas ou rígidas são um problema
❖ PAPEL DO TERAPEUTA
─ Apoiar a individualidade e mutualidade
─ Clarificar e fortalecer fronteiras difusas ou flexibilizar fronteiras rígidas
─ Analisar os padrões familiares de interação
─ Diagnosticar a estrutura do sistema
─ Criar um novo sistema terapêutico (transformação é o objetivo final)
─ INTERVENÇÃO: 3 passos → fazer o que a família faz
○ Unir-se ao sistema (acomodação, mimetização e liderança)
○ Descobrir e avaliar a estrutura do sistema (diagnóstico)
○ Criar circunstâncias para a transformação
● ESCALONAMENTO DE ESTRESSE:
─ Geralmente é seguida pela técnica de representação
15
16
─ Intensificar interações para desnudar conflitos
─ Repetição de mensagem (+ evitação; + interação dos membros; + repetição)
─ Aumentar o estresse para promover mudanças
● REARRANJO ESPACIAL:
─ Promover o escalonamento de estresse
─ Alterar um sistema paralisado
─ Fortalecer fronteiras dos subsistemas (ressaltar diferenças)
─ Encontrar soluções para os conflitos
❖ PENSAMENTO PÓS-MODERNO
─ 1989 foi apresentado à Psicologia
─ Conceito divergente: novo paradigma que surge da crise do modelo epistemológico da modernidade
─ Novo paradigma que surge da crise do modelo epistemológico da modernidade
─ Coloca em cheque:
16
17
○ Dicotomias: Real x Experiência; Sujeito x Objeto
○ Formas de produção do conhecimento: rejeição a verdades imutáveis, discursos hegemônicos
e o acessos privilegiados (crítica política)
○ Neutralidade científica (não há conhecimento construído fora da relação humana e seu
contexto)
Métodos provisórios, não é uma verdade absoluta
─ Subverte questões de ordem:
○ Ideológica e política: poder do conhecimento
○ Epistemológicas e hermenêuticas: produção do conhecimento
─ Possibilitou a construção de teorias e métodos organizados pelos enfoques construtivistas e
construcionista social
─ Pluralidade de enfoques ditos construtivistas e construcionistas social
─ Fio condutor: oposição a uma epistemologia objetivista e suas implicações tecnológicas baseadas no
poder
─ Teorias: lentes provisórias, sem pretensão verdade incontestável, mas sim de sua utilidade, visando
mudança
─ Técnicas: criadoras de contextos propícios para mudanças criativas
○ Terapeuta como agente de transformação social
○ Co-construção, tanto dos problemas como de suas soluções → é o fio condutor
❖ TERAPIAS PÓS-MODERNAS
─ Práticas e métodos terapêuticos não são ideologicamente neutros
─ Terapeuta como agente de transformação social
─ Consciência e a autorreflexividade (ética relacional)
─ Co-construção, tanto dos problemas como de suas soluções, é o fio condutor
CIBERNÉTICA DE 1 ORDEM CIBERNÉTICA DE 2 ORDEM
Homeostase Co-evolução, co-construção e coparticipação
Metáforas bélicas [vencer, rendição, resistência e
táticas]
Enfase nos padrões de interação e nas Ênfase na construção de significados, nos
organizações familiares [estrutura e papel] modelos dialógicos
❖ ABORDAGEBS COLABORATIVAS
─ Sistemas humanos como sistemas linguísticos, geradores de linguagem e significado, organizadores
e dissolvedores de problemas (terapia de base dialógica)
─ Terapeuta: coparticipante no desenvolvimento de novos significados
─ Postura terapêutica de genuíno não-saber
17
18
❖ ABORDAGENS NARRATIVAS
─ As pessoas vivem suas vidas através de histórias
○ Foco nas histórias contadas pelos pacientes [sujeito narrante] → atenção as nuancias das
narrativas
─ As histórias organizam e dão sentido à experiência
─ Os problemas existem na linguagem, sendo capturados nas histórias dominantes
─ As histórias são co-autoriadas nas comunidades linguísticas das pessoas
─ VARIAÇÕES
1. Ênfase nas micro-práticas transformativas e na organização de histórias melhores
2. Ênfase nos processos reflexivos (falar e questionar)
3. Ênfase na desconstrução das histórias dominantes e das práticas subjugadoras
(desessencializar o self) e na reconstrução narrativa (re-autoria da autobiografia)
Busca entender a história do ser [sou ansioso, teimoso] → quando você percebeu
isso? Ao separar, afastar-se do sou, consigo ver as outras possibilidades de ser
❖ TERAPIA PÓS-MODERNA
─ Humildade na construção do conhecimento
─ Transdisciplinaridade
─ Terapeuta engajado no seu tempo e história e comprometido com os macro contextos políticos e
sociais
─ Caráter autorreferencial da reflexividade
18
19
─ Foco no sistema e não nos indivíduos
─ Processo clínico fundamentado em um campo teórico (ação x insights, técnica x teoria)
─ Abordagem clínica: auxiliar a modificar as condições das quais os sintomas são um reflexo
❖ A ESQUIZOFRENIA E AS FAMÍLIAS
─ Esquizofrenia e a delicada sensibilidade emocional entre os pacientes e suas mães
─ Simbiose: tendência a agir emocionalmente de forma intensa com pessoas próximas
─ Apego ansioso: forma de proximidade patológica criada pela ansiedade
─ Marca: falta de autonomia pessoal
─ Padrão repetitivo: ciclos alternados de proximidade e distância (separação e incorporação)
─ Todas as famílias (de psicóticos ou não) variam ao longo de um espectro que vai da fusão emocional
à diferenciação
❖ SISTEMA FAMILIAR
─ Sistema emocional (funcionamento ótimo, disfunção e falência ou superfuncionamento)
─ Sintomas: termômetros da ansiedade familiar ou como forma de minimizar o impacto da ansiedade.
─ Comportamento: resultado da interação. Se as condições mudam, os comportamentos mudam
também.
─ Repetição: de condições e comportamentos gera previsibilidade
❖ TEORIA BOWENIANA
─ A família, como uma rede multigeracional de relacionamentos, molda a interação entre
individualidade e proximidade, a partir de seis conceitos interligados:
─ Diferenciação do self
─ Triângulos
─ Processo emocional da família nuclear
─ Processo de projeção familiar
─ Processo de transmissão multigeracional
─ Posição de nascimento entre os irmãos.
─ Rompimento emocional
─ Processo emocional societário
19
20
❖ ESCALA DE DIFERENCIAÇÃO DO EGO
─ Grau em que as pessoas se fusionam emocionalmente para criar um eu comum (unicidade
emocional familiar; massa egóico-familiar indiferenciada)
○ A criança muita das vezes denuncia os acontecimentos em seus sintomas
─ Não tem como parâmetros a normalidade ou a patologia
─ Está intimamente relacionado:
─ À diferenciação dos pais em relação aos próprios pais e aos filhos (atravessamentos intergeracionais)
─ À criação e gestão da ansiedade crônica
─ Nível de ansiedade crônica e a diferenciação dos pais interfere diretamente na diferenciação da
criança.
─ Ligações emocionais não-resolvidas: graus de ligações entre pais e filhos que transitam entre
completa simbiose e completa autonomia.
○ Influenciam na ansiedade e na diferenciação com os nossos pais
─ Indiferenciação reverbera em um funcionamento pessoal de ansiedade crônica.
○ Tem a ver com as nossas próprias questões e não apenas com o sistema
─ A diferenciação flutua com o raciocínio pessoal e com as pressões internas dos relacionamentos
─ Simbiose real
─ Dependência psicológica branda
─ Bom grau de solução de ligação e Grau baixo de fusão
─ Necessidade de uma pessoa para se completar
─ - diferenciação; + atuação emocional (pouco racional)
─ - diferenciação; + dificuldade de lidar com os desafios
─ Hereditariedade, experiências pessoais, separação emocional e intelectual e passado multigeracional
influenciam na diferenciação do self
○ Muitos dos trações são hereditários
❖ TRIANGULAÇÃO
○ Por si só já é uma indiferenciação
○ Imaturidade da díade → chama uma 3 pessoa pois tem dificuldade para resolver os conflitos
○ A posição do 3 é que vai determinar a triangulação [espera que o 3 esteja ativamente
resolvendo os problemas com eles]
─ Relacionamento de duas pessoas é instável e se completa com um terceiro.
─ Resposta à ansiedade e ao nível de diferenciação do ego.
○ Ansiedade crônica que vira aguda
─ Não é fixo, nem estático.
─ Permanece em estado latente quando a ansiedade abaixa.
─ Sinal de aumento da ansiedade, assim como uma forma de absorvê-la e dissipá-la
○ Quando ela aumenta, lança mão do 3
─ Triângulos imbricados um junto do outro [acontecem ao mesmo tempo]
20
21
─ Padrões de ansiedade entre cônjuges, reflexos de ligações emocionais não resolvidas:
─ Distancia emocional: + ansiedade, - contato (divorcio emocional)
─ Conflito: reação emocional em cadeia e fusão primária violada
─ Disfunção de um cônjuge: um delega ao outro a responsabilidade por seu próprio ego (Um diminui
e o outro aumenta)
─ Projeção do problema sobre um dos filhos
❖ DEMAIS CONCEITOS
─ Projeção familiar: Grau de diferenciação dos pais que é passado para os filhos de maneira
uniforme.
─ Base da fusão são ligações emocionais não resolvidas.
─ Posição dos irmãos: maneira como cada um se adapta aos demais.
─ Rompimento emocional: casos extremos de distância emocional (real/físico ou interno/emocional).
○ Espera dos outros algo que não acontece
─ Processo emocional na sociedade: ambiente ao qual todas as famílias devem se ajustar
○ Ambiente macro influencia na nossa sociedade
❖ CLÍNICA BOWENIANA
─ Conceitualização do problema
─ Sintoma como resultado do: nível de diferenciação + nível de ansiedade + momento
─ Tem função reguladora dos níveis de ansiedade crônica
─ Esforço para resolvê-lo ou melhorá-lo
─ Diminuir a ansiedade familiar
─ Ênfase na diferenciação do ego individual
─ Papel do terapeuta (coach)
─ Gerenciamento clínico do ego
─ Abordagem não diretiva, foco na família e não no terapeuta.
─ Neutralidade emocional, permanecer fora do sistema emocional familiar
○ Diferente da 2 ordem [neutralidade total não é possível]
❖ A TERAPIA CONTEXTUAL
─ 1950- Ivan Boszormenyi-Nagy [psiquiatra húngaro]
─ 1960: departamento de psicoterapia familiar (pioneiro EUA)
─ Papel determinante para o desenvolvimento da terapia familiar na Europa
─ Método terapêutico diferente da terapia familiar clássica
─ Visão dialética das relações humanas (eu/outro)
○ Se atravessam constantemente de maneira dialética
○ Não tem como pensar em relações humanas sem considerar o outro
─ Dimensão ética relacional como ponto de diferença
─ Foco na pessoa, não no sistema → a pessoa está inserida no sistema
─ Auxiliar pacientes psicóticos
─ Defende o fator biológico na origem da esquizofrenia (modelo biológico de tratamento da psicose)
○ Tem marcadores genéticos e psíquicos
○ Trabalha com as questões biológicas
21
22
○ Impacto relacional das enfermidades genéticas
○ Retirar a culpa dos pais de causar os sintomas
Analise das 3 gerações anteriores
Junta questões ambientais, contexto e biologia → Amplia os fatores que devem ser
considerados
─ Interessou-se, em particular, pelo impacto relacional das enfermidades genéticas
─ Retira dos pais a culpa de causar sintomas nos filhos (transgeracionalidade – modelo de 3 gerações)
○ Pontos de interseção, se atravessam e se conectam [imagem de um furacão]
❖ PUBLICIDADE MULTIDIRECIONAL
○ O papel do terapeuta é considerar os interesses do sujeito; colocar na balança e, criar
estratégias para equilibrar a relação
─ Considerar os interesses de todos os envolvidos (estratégia terapêutica fundamental para intervenção
e finalização do tratamento)
─ Cada membro da família define sua posição e se apercebe das implicações que essa posição traz para
os demais (diálogo interpessoal)
○ Aplicação prática → se a pessoa não está no cotidiano/aberta
Responsabilidade de cada membro na posição que ele assume
O paciente lesado deve resignificar as posições dela para além do outro
O que a partir desse fato você pode fazer
─ Atitude de empatia, compreensão e capacidade de ouvir do terapeuta servem como modelo para o
sistema
22
23
○ Vai servir como modelo para o sistema
23
24
─ Técnicas que visam colocar a família fora do equilíbrio, impedindo-a de acionar círculos retroativos
antigos. Visam ampliar as flutuações.
─ Singularidades: devem ser ampliadas para mudar o funcionamento do sistema; pertencem ao
sistema terapêutico e ao sistema familiar
─ Reuniões de singularidades: compõem as flutuações e são pertencentes tanto às famílias, quanto
aos terapeutas.
─ É a ampliação ou não dessas reuniões que fazem com que haja mudança ou não
─ Regras intrínsecas e nível das singularidades
─ Singularidades heterogêneas: existências fora dos códigos
─ Interesse nas interconexões, nos agenciamentos
─ Sistemas humanos: interseções de reuniões
1ª Cibernética 2ª Cibernética
Sistemas em Sistemas distantes do equilíbrio/propriedades do
equilíbrio/estabilidade/previsibilidade sistema/instabilidades e bifurcações
São múltiplas
Acaso; sistemas que nem sempre são
equilibrados
Perturbações provocam retorno ao estado Perturbações provocam novos modos de
inicial funcionamento
Feedback evolutivo
Igualdade de fins/determinismo etiológico Identidade de fins/complexidade estrutural
histórico Determinismo + complexidade
Evolução temporal linear Evolução temporal não linear
Acaso
❖ CONSTRUCIONISMO SOCIAL
─ Questiona pressupostos essencialistas, a-históricos e universalistas de psicoterapia
─ Terapia: desnaturalizar certas verdades socialmente partilhadas para construir novos significados
─ Atenção aos relacionamentos do cliente, muitas vezes trazendo sua rede de relacionamentos para
dentro do setting terapêutico;
─ Foco nas potencialidades
─ Sensibilidade aos valores do terapeuta e do cliente
─ O terapeuta não deve guiar o paciente para um caminho pré-determinado
─ Foge da lógica de mostrar resultados positivos ou perseguir a cura de sintomas
─ Transformou a compreensão contemporânea da psicoterapia
❖ TERAPIA NARRATIVA
─ 1980 - Michael White (Austrália) e David Epston (Nova Zelândia)
─ Foca na desconstrução de histórias dominantes que tendem a subjugar o “eu”, dando oportunidade à
reautoria da autobiografia
─ Terapeuta como ativista político
─ Proposta antipatologizante
─ TÉCNICAS:
○ Externalização do problema: que consiste em ajudar o cliente a ver-se como separado do
seu problema.
25
26
○ Os problemas são os problemas, não as pessoas.
○ Testemunhas externas: o terapeuta convida alguém para ouvir o relato do cliente e partilhar
o que mais lhe chamou a atenção, que metáforas e imagens vieram à sua cabeça ao ouvir a
história
❖ TERAPIAS COLABORATIVAS
─ 1980 - Harlene Anderson e Harold Goolishian (Houston)
─ As pessoas vivem e compreendem seu viver por meio de realidades narrativas construídas
socialmente
─ Todos os sistemas humanos são sistemas linguísticos
─ O problema não está na pessoa, mas no campo de significados atribuídos à experiência.
─ Foco no diálogo e concebe a terapia como conversação em que o terapeuta (em atitude de não saber)
e cliente (como especialista) coproduzem novos significados, narrativas e realidades.
─ Constante “desconstrução” da prática clínica como uma alternativa contra o uso de técnicas fixas
─ TÉCNICA:
○ Tempo de reflexão: convidar um grupo a assistir à sessão de atendimento familiar e debater,
com os clientes e o terapeuta, sobre suas impressões a respeito do que ouviu e observou.
NARRATIVA COLABORATIVA
Estimula a construção de narrativas alternativas Evita objetivo psicoterápico específico
às dominantes
Utiliza técnicas Não foca em técnicas
O cliente é o especialista O cliente é o especialista
Incorporação de novos personagens no setting Incorporação de novos personagens no setting
terapêutico terapêutico
Visão individualista do self Visão individualista do self
“ênfase em sua experiência vivida” “preocupação com o senso de autocompetência do
cliente”
Ênfase nas questões políticas que envolvem Apostam na novidade que pode emergir na
poder e discurso conversação, abrindo espaço para a multiplicidade
Terapeutas como interventores políticos de possibilidades.
26